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Comandos Hidráulicos e Pneumáticos

Douglas dos Santos


Centro Universitário Católica de Santa Catarina – Campus Joinville
Curso de Engenharia Mecânica – 10 Período

Como explicar a transmissão de forças em sistemas hidráulicos?

Os quatro métodos de transmissão de energia são: mecânica, elétrica,


hidráulica e pneumática, são capazes de transmitir forças estáticas (energia
potencial) tanto quanto a energia cinética. Quando uma força estática é transmitida
em um líquido, essa transmissão ocorre de modo especial. Para ilustrar, vamos
comparar como a transmissão ocorre através de um sólido e através de um líquido
em um recipiente fechado.

Força transmitida através de um sólido


A força através de um sólido é transmitida em uma única direção, ou seja, se
empurrarmos o sólido em uma direção, a força é transmitida ao lado oposto,
diretamente

Figura 1

Força transmitida através de um líquido


Se empurrarmos o tampão de um recipiente cheio de um líquido, o líquido do
recipiente transmitirá pressão sempre da mesma maneira, independentemente de
como ela é gerada e da forma do agente gerador (um martelo, a mão, um peso,
uma mola, ar comprimido ou uma combinação destes), ou seja, em todos os
sentidos e direções.
Figura 2

Líquidos é uma substância constituída de moléculas. Ao contrário dos gases,


nos líquidos as moléculas são atraídas umas às outras de forma compacta. Por
outro lado, ao contrário dos sólidos, as moléculas não se atraem a ponto de
adquirirem posições rígidas.

Figura 3

Energia molecular
As moléculas nos líquidos estão continuamente em movimento. Elas
deslizam umas sob as outras, mesmo quando o líquido está em repouso. Este
movimento das moléculas chama-se energia molecular.

Figura 4

O controle de pressão pode ser realizado tendo-se em vista a limitação de


pressão ou a sua redução em partes do sistema, surgindo daí os dois grupos
básicos de válvulas de controle: as válvulas limitadoras de pressão e as válvulas
redutoras de pressão.
Como controlar a pressão em um sistema hidráulico? Quais as opções que se tem?

Válvulas Limitadoras de Pressão

As limitadoras de pressão são normalmente fechadas, e a pressão de abertura é


ajustada pela tensão da mola que a compõe. São empregadas em pequenas
vazões, como válvulas-piloto ou de segurança.

Figura 5 – Válvula Limitadora de pressão de simples estágio (sem amortecimento)

As válvulas limitadoras de pressão são usualmente chamadas por suas funções


primárias, ou seja, válvula de alívio, de sequência, de descarga, de contrabalanço.

Válvula de Alívio

A válvula de alívio está presente em praticamente todos os sistemas


hidráulicos, situada entre a linha de pressão (saída da bomba) e o reservatório. Sua
função é a de limitar a pressão no sistema a um ajuste máximo predeterminado,
pelo desvio de uma parte ou de toda a vazão da bomba ao tanque quando o ajuste
da válvula é alcançado. 

Figura 6
 Válvula de Sequência

Ao contrário das válvulas de alívio, as válvulas de sequência geram uma


pressão constante na porta de entrada, independentemente da pressão na porta de
saída. Quando pressões na porta 1 e 2 excedem o ajuste da válvula, a válvula fica
“completamente aberta” ou “sequencial”. Esta função é obtida drenando a câmara
de molas separadamente para o tanque. Válvulas de sequência podem ser usadas
para sentir a pressão (porta 1) em um circuito e depois abrir e fornecer óleo para um
circuito secundário (porta 2) em uma predeterminada pressão.

Figura 7 Simbologia

Válvulas Redutoras de Pressão

As válvulas redutoras de pressão são controladoras de pressão, normalmente


abertas, utilizadas para manter, por exemplo, uma parte de um circuito a uma
pressão mais baixa do que a pressão de trabalho do sistema.

Figura 8

Essas são alguns exemplos de controladora de pressão, porem existem outros tipos
existente no mercado.

Quais os tipos de eletroválvulas existentes para uso em sistema hidráulico, quais


suas principais características e aplicações?
Eletroválvulas
A válvula solenoide nada mais é do que uma válvula eletromecânica
controlada. Ela recebe o nome de solenoide devido ao seu componente principal ser
uma bobina elétrica com um núcleo ferromagnético móvel no centro, sendo este
núcleo chamado de êmbolo.

Em uma posição de repouso, o êmbolo tampa um pequeno orifício por onde é capaz
de circular um fluido. Quando uma corrente elétrica circula através da bobina, esta
corrente cria um campo magnético que por sua vez exerce uma força no êmbolo.

Como resultado, o êmbolo é puxado em direção ao centro da bobina de modo que o


orifício se abre e este é o princípio básico que é usado para abrir e fechar uma
válvula solenoide.

Tipos de válvulas solenoides

Existem diversos tipos de válvulas solenoides. Essa diferença pode ser


quanto ao número de entradas/Vias. Nesse caso podem ser de 2 a 5 vias.

As válvulas solenoides quanto à abertura, para o fluxo de fluídos e gases


circulantes, podem ser classificadas em normalmente aberta ou normalmente
fechadas. Quanto à abertura estas podem ser combinadas com as variações de 2 à
5 vias.

Operação direta

A válvula solenoide de operação direta (ação direta) possui o princípio de


funcionamento mais simples se comparado com outros tipos de operação. Neste
tipo, o fluido flui através de um pequeno orifício que pode ser fechado por um
êmbolo com uma junta de borracha na parte inferior.

Uma pequena mola segura o êmbolo para baixo para fechar a válvula. O êmbolo por
sua vez é feito de um material ferromagnético e possui uma bobina elétrica
posicionada em torno dele.
Assim que a bobina é energizada, é gerado um campo magnético que puxa o
êmbolo para cima em direção ao centro da bobina. Isso faz com que o orifício se
abra e permita a passagem do fluido. O funcionamento descrito aqui é para uma
válvula normalmente fechada.

Para o funcionamento da válvula de operação direta Normalmente Aberta


(NA) teremos um funcionamento oposto e é importante frisar que a construção neste
caso também será diferente a fim de permitir que o orifício esteja aberto quando o
solenoide não estiver ligado.

Assim, quando o solenoide for acionado, o orifício será fechado. Uma


característica do tipo operação direta é que a pressão máxima de operação e o fluxo
estão diretamente relacionados ao diâmetro do orifício e à força magnética da
válvula solenoide.

Portanto, válvulas de operação direta são utilizadas em aplicações com taxas


de fluxo relativamente pequenas e que não requerem pressão mínima de operação
ou diferença de pressão para serem acionadas. Sendo assim, podem ser utilizadas
em aplicações que variam de 0 bar até a pressão máxima permitida.

Figura 9 válvula solenoide direta

Operação indireta

A válvula solenoide operada indiretamente (também chamada de servo


acionada ou pilotada) usam a pressão diferencial do meio incidente nas portas da
válvula para abrir e fechar. Normalmente, essas válvulas precisam de um diferencial
de pressão mínimo de cerca de 0,5 bar.
A entrada e a saída são separadas por uma membrana de borracha, também
chamada de diafragma. e está membrana possui um pequeno orifício para que o
fluido possa fluir para o compartimento superior.
A pressão e a mola de suporte acima da membrana asseguram que a válvula
permaneça fechada. A câmara acima da membrana é conectada por um pequeno
canal à porta de baixa pressão.
Esta conexão é bloqueada na posição fechada por um solenoide. O diâmetro
deste orifício “piloto” é maior que o diâmetro do orifício na membrana. Quando o
solenoide é energizado, o orifício do piloto é aberto fazendo com que a pressão
acima da membrana abaixe.
Devido à diferença de pressão em ambos os lados da membrana, a
membrana será levantada permitindo a passagem do fluido da porta de entrada
para a porta de saída. A câmara de pressão extra localizada acima da membrana
atua como um amplificador.
Perceba que com um pequeno solenoide, ainda é possível controlar uma
grande taxa de fluxo. Por este motivo, as válvulas de solenoide indiretas podem ser
usadas apenas para aplicações que requerem fluxo somente em uma direção.
A válvula solenoide operada indiretamente é utilizada em aplicações com um
diferencial de pressão suficiente e uma taxa de fluxo desejada, como, por exemplo
sistemas de irrigação, chuveiros ou sistemas de lavagem de carros. As válvulas
indiretas também podem ser conhecidas como válvulas servo acionadas ou
pilotadas.

Figura 10 Válvula solenoide indireta


Aplicação de válvula solenoides

A válvula de solenoide é amplamente utilizada em grande número de


dispositivos que são utilizados em várias indústrias como refrigeração, ar-
condicionado, automóveis, hidráulica, pneumática e muito mais.
Abaixo alguns exemplos de válvulas:

Na refrigeração: uma das aplicações mais populares da válvula solenoide


está nos sistemas de refrigeração. Eles são usados em aparelhos de ar-
condicionado para mudar a direção do fluxo do refrigerante para que eles possam
ser usados para fins de refrigeração no verão e para fins de aquecimento no
inverno. No verão, a bobina de arrefecimento do ar-condicionado está localizada
dentro da sala e o condensador fora da sala enquanto as suas funções são
invertidas no inverno, pois a máquina atua como a bomba de calor. O papel dos
condensadores e dos evaporadores é revertido devido à inversão do fluxo do
refrigerante que é trazido pela válvula solenoide.

Figura 11 Válvula solenoide reversora

 Na hidráulica e pneumática: as válvulas pneumáticas são operadas pela


pressão do ar comprimido. Eles compreendem o arranjo de pistão e cilindro ou
algumas peças rotativas chamadas como atuador. A válvula solenoide controla a
pressão do ar que flui para o atuador e, portanto, controla a ação provocada pelo
atuador. O arranjo dos sistemas hidráulicos é semelhante aos sistemas
pneumáticos. Nos sistemas hidráulicos, o fluido utilizado é líquido, o qual é chamado
de fluido hidráulico. A válvula de solenoide controla a direção do fluxo do fluido
hidráulico dentro do cilindro, que controla o movimento do pistão ou do caneiro.
Figura 12 Válvula solenoide pneumática e hidráulica

Em automóveis: a válvula solenoide é uma parte ativa do sistema de partida


dos automóveis, como carros e caminhões. Quando o operador liga a ignição do
automóvel, a corrente passa da bateria do veículo para a válvula solenoide. Isso
força a válvula solenoide a fechar o pesado par de contatos que permite o fluxo da
corrente para o motor de partida do veículo. O motor de arranque traz o movimento
inicial do pistão dentro do cilindro antes do pistão alcançar o movimento do atuador
devido à queima do combustível dentro do cilindro. Uma vez que o motor começa, o
operador interrompe o movimento adicional do interruptor de ignição, fazendo que o
fluxo da corrente pare a válvula solenoide e, portanto, o motor de arranque pare. Se
o fluxo da corrente para o solenoide não for suficiente, os contatos não se fecham e
o veículo não inicia. Isso geralmente acontece quando a bateria está fraca ou
danificada ou com problemas nos cabos.

Figura 13 Válvula Solenoide de partida a frio

Nos automóveis, as válvulas de solenoide também são usadas em seletores


automáticos de transmissão da caixa de velocidades, bloqueio da tampa de
gasolina, controles de ar-condicionado, sistemas de segurança etc.
 Explique o funcionamento de uma válvula hidráulica proporcional de pressão
e a válvula proporcional de vazão. Cite pelo menos 2 aplicações para cada uma
delas.

Válvula proporcional

A válvula proporcional é um artefato de extrema importância, utilizada para


promover o controle da corrente de fluidos; este item também é altamente funcional
para garantir o domínio da pressão do sistema hidráulico. O principal objetivo
da válvula proporcional é possibilitar o controle exato dos seus sistemas para
garantir que os equipamentos atuem com o máximo de precisão e alta performance.
Completamente útil para as indústrias automotivas, setores de máquinas
injetoras, prensas e extrusoras, entre outros, a válvula proporcional é um material
que é caracterizado por sua extrema funcionalidade. Esse tipo de válvula possui
diversos modelos, destacando-se a mais popular, que é a válvula proporcional de
vazão.

Figura 14 Vá lvula proporçã o de pressã o e vazã o


- Dimensione o circuito hidráulico para uma plataforma de carga com
capacidade de elevação de 250kg como curso de 0,5m. Apresente o memorial de
cálculo e as especificações para bomba hidráulica, reservatório, cilindro, válvulas e
tubulação.

Para o sistema proposto vamos usar uma bomba de engrenagem com uma
pressão de trabalho de 100bar, para calcularmos o cilindro:

kg∗9,81m
F=m∗g=250 =2452,5 N
s2
F
A=
P
2452,5 N −4
A= 5
=2,4525 x 10 m²
100 x 10 Pa
2
πD
A=
4
D= √ 03,1226

D=∅ 17,8 mm

Êmbolo do Cilindro: ∅ 17,8 mm


Curso: 500mm

Para a seleção do cilindro comercial a ser usado no estudo, foi adotado um


comecial de menor comprimento de haste para poder continuar o estudo e adequado o
diametro também.

Cálculo do diâmetro da haste

Para o cálculo do diâmetro da haste foi utilizado o método de Euler,


considerando:
F ƒ=F

F T=
3,5

2452,5
F T=
3,5

F T =7 00,71 N

Usando o valor de flambagem c da figura 1 c = 2L (caso 1), considerando L = H,


portanto c = 0,4 para o comprimento de haste de 0,2m encontramos:

( )
2
F ∗c
d h= 7,22 T ∗025
Em

(
d h= 7,22
7 00,71 N∗0 , 4² m
200 x 109 N /m²
∗025
)
−3
d h=7,976 x 10 m=7,976 mm
𝑑h= Diâmetro da haste.
c = Comprimento livre de flambagem.
𝐸𝑚= Módulo de elasticidade do aço, considerado 200.109𝑁/𝑚².
Para o calculo da velocidade a equação expressa abaixo, admitindo um
tempo de subida e descida de 3s

d
v=
t

0,200 m
v=
3s

v=¿0,07m/s

Para determinar o cálculo da vazão necessária ao sistema, utiliza-se a


seguinte equação:

0,07 m 3
∗2,4525 x 10 m Q=1,716 x 10−5 m =¿ 1,029 L/ min
−4 2
Q=v∗A Q=
s s

Para o cálculo da potência no sistema, têm-se como dados a pressão de trabalho e a


vazão da bomba, conforme mostra demonstra o modelo matemático a seguir:

p .Q
P=
600

100 ¯¿ 1,029 L/min


P= P=0,171 KW
600

V res =3∗Qbomba
V res =3∗1,029 l/min
V res =3,087 l

Para esse circuito calculado vamos utilizar os seguintes equipamentos:

Bomba escolhida:
Cilindro escolhido
Para a mangueira segue a especificação abaixo
Uma válvula direcional manual.

Reservatório
Exemplo do sistema proposto
Dimensione o circuito hidráulico para um elevador de carro para oficina com
capacidade de elevação de 2500kg por 2,3m. Apresente o memorial de cálculo e as
especificações para bomba hidráulica, reservatório, cilindro, válvulas e tubulação.

Para o sistema proposto vamos usar uma bomba de engrenagem com uma
pressão mínima de 250bar, para calcularmos o cilindro:

kg∗9,81m
F=m∗g=250 0 2
=24 . 525 N
s
F
A=
P
24 .525 N −4
A= 5
=9,81 x 10 m²
250 x 10 Pa
π D2
A=
4
D= √ 1,249 x 10
−3

D=∅ 35,34 mm

Êmbolo do Cilindro: ∅ 35,34 mm


Curso: mm

Para a seleção do cilindro comercial a ser usado no estudo, foi adotado um


comecial de menor comprimento de haste para poder continuar o estudo e adequado o
diametro também.

Cálculo do diâmetro da haste

Para o cálculo do diâmetro da haste foi utilizado o método de Euler,


considerando:

F ƒ=F

F T=
3,5

24 , 525 KN
F T=
3,5

F T =7 KN

Usando o valor de flambagem c da figura 1 c = 2L (caso 1), considerando L = H,


portanto c = 4,6 para o comprimento de haste de 2,3m encontramos:

( )
2
F T ∗c
d h= 7,22 ∗025
Em

(
d h= 7,22
7 KN ∗4,6 ² m
9
200 x 10 N /m ²
∗025
)
−3
d h=4,518 x 10 m=4 4 , 08 mm

𝑑h= Diâmetro da haste.


c = Comprimento livre de flambagem.
𝐸𝑚= Módulo de elasticidade do aço, considerado 200.109𝑁/𝑚².
Para o calculo da velocidade a equação expressa abaixo, admitindo um
tempo de subida e descida de 60s

d
v=
t

2,3m
v=
60 s

v=¿0,04m/s

Para determinar o cálculo da vazão necessária ao sistema, utiliza-se a


seguinte equação:

3
0,0 4 m
Q=v∗A Q= ∗9,81 x 10−4 m2Q=3,92 x 10−5 m =¿ 2,35 L /min
s s

Para o cálculo da potência no sistema, têm-se como dados a pressão de trabalho e a


vazão da bomba, conforme mostra demonstra o modelo matemático a seguir:

p .Q
P=
600

250 ¯
¿ 2,35 L/min
P= P=0 , 98 KW
600

V res =3∗Qbomba
V res =3∗2,35 l/min
V res =7,05 l

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