VÁLVULAS REGULADORAS DE Funções Principais:

PRESSÃO
• Limitadora de Pressão (Alívio)

O conceito de regulagem de • Descarga

pressão em um sistema hidráulico é bem
amplo e necessita ser tratado
detalhadamente. Comparando-se com
um sistema pneumático, temos na rede
de ar comprimido um compressor que
fornece o ar a uma pressão que varia de
6 a 9 bar em média (dependendo o tipo
de compressor) e, posteriormente, temos
na entrada de cada ferramenta um
regulador de pressão, cujo objetivo é
ajustar (diminuir) o valor da pressão de
entrada – pressão primária – para o
necessário em nosso sistema - pressão
secundária. Dessa forma, além de ajustar
a pressão realmente necessária para
nosso equipamento, evitaremos um
consumo de ar excessivo e também
estabilizaremos a pressão em nossa
ferramenta, mesmo que a rede apresente
oscilações de pressão em função de
"picos" de consumo em outros
equipamentos. Pelo que observamos
aqui, o regulador de pressão é na
verdade uma válvula redutora de
pressão.
• Seqüência
• Contrabalanço
• Redutora
Tipos Construtivos:
A forma construtiva das válvulas
reguladoras de pressão assumirá,
basicamente, dois tipos:
• Operação Direta
• Operação Indireta (Pilotada ou
Pré-Operada)
Válvulas de Operação Direta:
Este tipo de válvula caracteriza-se
pela simplicidade de seu desenho e
construção. Temos basicamente a ação
de uma mola que atua sobre um pistão
("poppet") ou esfera contra uma sede. Ao
atingirmos a pressão ajustada, a válvula
abre e permite o escoamento de fluido
para a tomada de saída.

Em um sistema hidráulico, a
pressão surge em função da resistência
ao escoamento do fluido, bem como em
função da carga exigida ao nosso
atuador (cilindro ou atuador rotativo). No
circuito apresentado ao lado a função da
válvula reguladora de pressão é limitar a
pressão de trabalho, não permitindo que
o sistema atinja valores de pressão
superiores aos ajustados nessa válvula.

Assim sendo, poderemos ter as Válvula de Operação Direta na função

seguintes funções básicas de uma Limitadora de Pressão
válvula reguladora de pressão no sistema
hidráulico:

43
 Válvula de Operação Direta com Assento por Esfera

Uma característica importante das

válvulas de operação direta é o fato de
serem extremamente rápidas, com
tempos de resposta na faixa de 10 a 15 Função "Cross-Over" (Alívo e Anti-Cavitação), para
miliseg. Isto permite que eventuais picos proteção de circuitos com Motor Hidráulico
de pressão (choques hidráulicos) do
sistema possam ser limitados,
protegendo os componentes –
principalmente a bomba – do circuito Apesar de todas as vantagens
hidráulico. aqui mencionadas deste tipo de válvula,
sua limitação principal está na vazão, o
que impede seu uso em boa parte dos
sistemas. Assim sendo, quando
necessitamos de maiores vazões ou
ainda quando a regulagem de pressão
necessita de melhor precisão e
sensibilidade de ajuste, empregamos as
válvulas de operação indireta (pilotadas).

Válvula de Operação Direta com "Poppet" Guiado

Válvulas de Operação Indireta

Indireta
Nas válvulas de operação direta (Pré-
(Pré-Operadas ou Pilotadas)
com Poppet guiado (desenho acima)
temos uma melhor estabilidade da
válvula, com sensível melhora também
do nível de ruído.

Outras aplicações:

Válvula Pré-Operada modelo "DB"

Proteção contra cargas externas ao atuador - cortesia Bosch-Rexroth -

44
 A figura anterior ilustra os
componentes de uma válvula limitadora
de pressão pré-operada. Como podemos
observar, todo o conjunto de regulagem
de pressão "2" nada mais é do que uma
válvula de pressão de operação direta.
Este conjunto é, por sua vez, montado
sobre um corpo principal "1", contendo as
tomadas de entrada (P) de pressão e
saída (T). Neste corpo temos um
"cartucho", o qual em realidade é um
elemento lógico na função de uma
válvula direcional de 2 vias, normalmente Válvula Pré-Operada - Desenho Esquemático
fechada. O óleo do sistema, ao entrar
pela tomada "P" encontra de imediato o
cartucho na posição fechada, visto que a
mola de baixa pressão mantém o pistão
"3" contra a sede (camisa) do cartucho.
Passando pelo gicleur "4" é direcionado
pelo canal de pilotagem "6" até um
segundo gicleur "5" para, por fim, atuar
simultaneamente na face superior do
pistão "3" e contra a válvula de operação
direta. O pistão encontra-se, portanto, Válvula Pré-Operada - Símbolo
equilibrado pela ação de forças
contrárias em suas faces inferior e
superior, cabendo à mola a função de Como pudemos observar pelo seu
mantê-lo na posição fechada. Ao princípio de funcionamento, o tempo de
atingirmos a pressão ajustada na válvula, resposta de uma válvula pré-operada (20
teremos um fluxo de óleo de comando a 40 miliseg) é superior ao de uma
através dos gicleurs, os quais acarretarão válvula direta, o que pode em
um diferencial de pressão entre a face determinadas situações acarretar "picos"
inferior e superior do pistão. A pressão de pressão no sistema, também
atuante na entrada da válvula será agora conhecidos por "choques hidráulicos".
maior do que a pressão atuante na face
superior do cartucho, fazendo com que O circuito abaixo é uma solução
este se abra, permitindo escoamento da muito empregada para eliminar esses
vazão do sistema da linha (P) para a picos de pressão, onde a válvula de
linha (T). Nesta construção o óleo de operação direta é ajustada para um valor
comando é drenado internamente, junto de pressão acima ao do sistema,
com a linha de tanque principal da limitando essa "sobrepressão" e
válvula, por meio do canal "13". Na protegendo os componentes do circuito.
eventual queda de pressão na entrada da
válvula, teremos o fechamento da válvula
direta, o qual irá interromper o fluxo de
óleo pelos gicleurs. Fica estabelecido um
novo equilíbrio de pressões atuantes no
cartucho, restando novamente à mola de
baixa pressão o retorno do pistão "3"
contra a sede e o fechamento da válvula.

No desenho a seguir temos uma

representação esquemática do
funcionamento da válvula, com o
cartucho (válvula 2 vias) e o conjunto de
regulagem.

45
 Controle Remoto e Ventagem
Observemos a figura abaixo:
Ao conectarmos uma válvula
reguladora de pressão de operação
direta na tomada lateral de nossa válvula,
a pressão de trabalho poderá ser
ajustada remotamente, sempre em um
valor inferior ao regulado na válvula
principal.
De forma análoga, se ao invés de
uma limitadora de pressão conectarmos
na mesma linha uma válvula direcional
ligada diretamente ao tanque, a válvula
pré-operada abrirá vencendo apenas a
força da mola do cartucho (baixa
pressão), o qual permitirá partirmos a
bomba sem carga e aliviarmos o sistema
diretamente ao tanque, sem pressão e
portanto com consumo de potência bem
reduzido e, finalmente, diminuindo-se
sobremaneira o aquecimento do sistema.
Este recurso é conhecido como
"ventagem" da válvula limitadora de
pressão, sendo muito empregado em
circuitos hidráulicos.
Abaixo temos uma versão da
válvula limitadora de pressão pré-
operada com "ventagem" incorporada, ou
seja, já com a válvula solenóide montada
no conjunto. Em função do comando
elétrico do sistema, a válvula solenóide
poderá ser especificada na versão
Normalmente Fechada (NF) ou
Normalmente Aberta (NA).

Controle Automático para Quatro Pressões

Instalando-se uma série de válvulas

direcionais de 2 vias entre a válvula
principal e o comando remoto, podemos
selecionar os níveis de pressão de nossa
máquina, mediante a comutação da
válvula correspondente. Assim a pressão
máxima do atuador em uma prensa ou
em uma injetora de plásticos será
selecionada automaticamente em função,
por exemplo, do material a ser
processado.

Obs.: O circuito acima, apesar de

tecnicamente correto, atualmente não é
vantajoso comercialmente visto que um
sistema com válvulas proporcionais, além
de mais barato, possibilitará inúmeros
ajustes de pressão mediante sinais
eletrônicos de comando. Esse assunto Válvula "DBW" nas opções com solenóide
NF e NA
será tratado posteriormente em um
capítulo à parte. - cortesia Bosch-Rexroth -

46
 O circuito abaixo foi adaptado de
uma máquina Injetora de Zamak, com as
seguintes etapas de funcionamento:
- Fechamento e Abertura do Molde:
Pressão máxima de 100 bar.
- Injeção de Material: Pressão máxima
de 180 bar.
- Tempo de Resfriamento: Bomba
funcionando em vazio, sem pressão.
Para este circuito, a válvula pré-
operada foi ajustada para 180 bar,
enquanto a válvula direta (controle
remoto) está regulada para 100 bar.
Teremos, portanto, as seguintes opções
de funcionamento:
- Pressão máxima de 180 bar: Liga-se S6
- Pressão máxima de 100 bar: Liga-se S5
- Ventagem: S5 e S6 desligados; neste
caso, como a válvula direcional possui o
centro aberto "H", a linha piloto da válvula
pré-operada está ligada ao tanque,
possibilitando sua abertura à baixa
pressão. A bomba circula diretamente ao
tanque, com consumo reduzido de
potência.
Função Válvula de Descarga
Em todos os exemplos mostrados
até o momento, a válvula reguladora de
pressão estava sempre na função
limitadora, ou seja, limitando a pressão
máxima do circuito hidráulico em um
valor estabelecido. Vejamos agora o
próximo circuito:
Neste sistema foram empregadas
duas bombas montadas em paralelo;
com este arranjo, teremos uma soma das
vazões fornecidas pelas bombas. Essa
solução é muito empregada em sistemas
que trabalham inicialmente com uma
aproximação rápida da ferramenta, em
alta velocidade e baixa pressão, para
posteriormente entrarmos na fase de alta
pressão (execução do trabalho) e baixa
velocidade do processo. Por essa razão,
esse tipo de circuito também é conhecido
como sistema APBP ou ainda "HI-LO
Circuit". No exemplo acima a bomba da
esquerda é a bomba principal do sistema,
de alta pressão de trabalho, enquanto a
bomba da direita é utilizada para
aumento da vazão fornecida. Na fase de
alta pressão, sua vazão é descarregada
ao tanque à baixa pressão, pela válvula
de pressão do tipo descarga (piloto
externo).
47
FASE 1 – Aproximação da ferramenta:
Energizando-se o solenóide da esquerda
da válvula direcional, teremos a
aproximação rápida da ferramenta com a
soma das vazões fornecidas pelas
bombas (Q total = 80 l/min).
FASE 2: Execução do Trabalho
Ainda com o solenóide da esquerda
energizado, o aumento de pressão da
linha decorrente do aumento da carga a
ser vencida pelo atuador efetua a
pilotagem da válvula de descarga (no
exemplo em questão, atingindo-se a
pressão de 30 bar). A vazão da bomba
de baixa pressão (60 l/min) é
descarregada ao tanque, sendo fornecida
ao atuador apenas a vazão de 20 l/min
(bomba de alta pressão).
É importante ressaltar aqui que a bomba
de baixa pressão descarrega agora
praticamente na pressão zero, visto que
a pilotagem da válvula de descarga é
externa, ou seja, essa válvula é mantida
aberta pela linha de alta pressão do
circuito. Na prática, o valor da pressão
será correspondente à perda de carga
desse trecho (tubulações + válvula).
Caso fosse empregada aqui uma válvula
limitadora tradicional, com piloto interno,
a bomba de alta vazão forneceria seus
60 l/min na pressão ajustada nessa
válvula (no nosso exemplo, 30 bar) com
maior consumo de potência e
aquecimento de óleo.
Na simulação feita pelo software, a
pressão de 110 bar corresponde ao valor
necessário para movimentação da
ferramenta na fase de trabalho, enquanto
os 9 bar da linha de baixa são resultantes
da perda de carga no trecho.
FASE 3 – Retorno da ferramenta:
Energizando-se o solenóide da direita da
válvula direcional, o cilindro retornará
com a vazão total do sistema.
Bombas em Paralelo – Vantagens
Outra solução muito empregada
em sistemas que necessitem de duas
velocidades de trabalho é ilustrada a
seguir, com a aplicação de uma válvula
direcional conjugada com uma de vazão
(sistema rápido-lento):
48
 N(CV) = 140 (bar) . 80 (l/min)
447,6 . 0,85

N = 30 CV
Com o uso do sistema APBP a
potência instalada será bem menor, pois
enquanto estamos na fase de avanço
rápido a pressão de trabalho é baixa.
Entretanto, durante a elevação da
pressão de trabalho a vazão fornecida ao
sistema é baixa, resultando sempre em
uma menor potência de acionamento. O
cálculo a seguir ilustra bem essa
situação:

Sistema APBP

Entretanto, essa solução muitas

vezes não é vantajosa do ponto de visto
econômico, em razão da maior potência
instalada e do consumo de energia
resultante. Senão vejamos:

Cálculo da potência de acionamento

Potência na Fase de Aproximação

N(CV) = P2 (bar) . Qtotal (l/min)

447,6 . 0,85

N(CV) = 30 (bar) . 80 (l/min)

447,6 . 0,85

Considerando-se o mesmo exemplo até

N = 6,3 CV
aqui ilustrado, optando-se por uma única
bomba a vazão nominal será de 80 l/min
e a pressão máxima ajustada de 140 bar.
Assim, garantimos tanto a aproximação Potência na Fase de Trabalho
da ferramenta na velocidade máxima
bem como a pressão necessária para a
execução do trabalho. N(CV) = P1 (bar) . Q1 (l/min)
447,6 . 0,85
A potência instalada para esses valores
será: +
N(CV) = ∆pres. (bar) . Q2 (l/min)
N(CV) = P (bar) . Q (l/min) 447,6 . 0,85
447,6 . η

49
portanto, Função Válvula de Sequência

N(CV) = 140 (bar) . 20 (l/min)

447,6 . 0,85
+ em função das necessidades do
N(CV) = 9 (bar) . 60 (l/min)
447,6 . 0,85
N = 7,4 CV + 1,4 CV = 8,8 CV
No circuito APBP utilizaremos um
motor elétrico comercial de 10 CV contra
um motor de 30 CV no circuito com
válvula de vazão. Não somente o custo
de instalação de um sistema com
potência de 10 CV será inferior a um de
30 CV, como também - e principalmente -
o consumo de energia e o aquecimento
do óleo serão bem inferiores, justificando
sem sombra de dúvidas sua aplicação.
Em grande parte dos sistemas
hidráulicos os atuadores instalados
realizam ciclos de trabalho pré-definidos,
processo e da sequência de movimentos
desejada. Por exemplo, em uma máquina
de usinagem precisamos primeiramente
fixar a peça para depois efetuarmos o
avanço da ferramenta; de forma análoga,
o retorno da ferramenta deverá ocorrer
antes da soltura da peça. Em uma
máquina injetora de plásticos,
primeiramente fechamos o molde para
posteriormente injetarmos o material.
Nessas aplicações, uma alternativa para
estabelecermos o ciclo de trabalho é a
utilização da válvula reguladora de
pressão na função "sequência".
Vejamos o próximo circuito:

Importante frisar aqui que no

cálculo da potência na fase de trabalho
foi considerado um valor residual,
decorrente da vazão da bomba auxiliar
que nesse momento é descarregada ao
tanque pela válvula de pressão. Como o
valor da pressão nesse momento
corresponde à perda de carga no trecho
(∆pres. = 9 bar) a potência consumida
pela bomba auxiliar foi somada à da
bomba principal, resultando nos 8,8 CV
demonstrados no cálculo. O valor da
perda de carga das válvulas é
encontrado nos catálogos técnicos dos
fabricantes, mediante tabelas ou curvas
∆p X Q. Abaixo um exemplo de gráfico
de perda de carga:
O circuito acima poderia ser o
sistema básico de funcionamento de uma
Furadeira Hidráulica, onde o cilindro da
esquerda faria a fixação da peça (morsa)
e o da direita o avanço da ferramenta
(furação). Fica claro, portanto, que o
sistema deve trabalhar dentro de um ciclo
determinado (sequência) de movimentos.
Para tal, empregaram-se duas válvulas
de controle de pressão do tipo sequência,
as quais serão calibradas nos valores de
pressão necessários para o projeto.

50
A válvula de sequência da direita está Aqui a válvula direcional centro "tandem"
calibrada para uma pressão de 50 bar; (P>T) está na posição central, permitindo
portanto, o cilindro de usinagem somente a circulação em baixa pressão da vazão
avançará quando atingirmos pelo menos da bomba ao reservatório.
essa pressão na linha de fixação da
peça. A válvula da esquerda, por sua
vez, está calibrada para uma pressão de 2 – Avanço do Cilindro de Fixação
30 bar, garantindo que a soltura da peça
(retorno da morsa) somente será feita
quando do retorno por completo da
ferramenta (cilindro de usinagem). A
válvula limitadora de pressão, logo na
saída da bomba, está calibrada para uma
pressão de 100 bar, o máximo permitido
para o circuito.

É importante frisar que os valores

de pressão regulados nas válvulas de
pressão são ilustrativos, mas estão
dentro de uma coerência prática para o
processo ilustrado. Em outras palavras, a
pressão na linha de usinagem será
superior à da fixação, mas isso não
significa que obrigatoriamente a força no
cilindro da ferramenta será também
superior ao da morsa; as forças
resultantes serão sempre decorrentes Energizando-se o solenóide da esquerda
das pressões atuantes nas linhas e das da válvula direcional (posição "paralela"),
áreas dos atuadores. teremos o avanço do cilindro da morsa.
Como a pressão necessária para esse
Analisemos as fases de avanço é inferior aos 50 bar ajustados na
funcionamento de nosso sistema: válvula de sequência, o cilindro de
usinagem permanece na posição
recuada.

1 – Sistema "em vazio" 3 – Aproximação do Cilindro de Usinagem

51
Ao final do curso do cilindro de fixação 5 – Retorno do Cilindro de Usinagem
teremos um aumento de pressão na linha
e, atingindo-se os 50 bar ajustados, a
válvula de sequência abrirá permitindo o
avanço do cilindro da ferramenta.

Observem no circuito que no momento

da abertura da válvula de sequência, a
pressão na saída da válvula (e portanto
na câmara dianteira do cilindro) é inferior
aos 50 bar ajustados, pois essa pressão
será em função da carga a ser vencida
pelo atuador. No nosso exemplo é
necessária uma pressão em torno de 27
bar para efetuarmos o movimento de
aproximação da ferramenta em direção à
peça. Pode-se concluir então que a
pressão durante a usinagem da peça
poderá ser superior aos 50 bar ajustados
na válvula de sequência;
consequentemente, a força de fixação no
cilindro da morsa assumirá valores muito
acima aos desejados em nosso
processo. Esse assunto será tratado de
forma mais detalhada no item "Válvulas Energizando-se o solenóide da direita da
Redutoras de Pressão" neste capítulo. válvula direcional (posição "cruzada"),
teremos o retorno do cilindro de
usinagem. Como a pressão necessária
4 – Final de curso dos atuadores para o movimento de retorno é inferior
aos 30 bar ajustados na válvula de
sequência, o cilindro de fixação
permanece na posição avançada.

Observamos aqui um fato

interessante e ao mesmo tempo
preocupante para o nosso sistema:
apesar de que o cilindro da morsa não
retornará, pois a válvula de sequência
assim não o permitirá, nesse instante a
pressão na câmara traseira do cilindro
cairá praticamente a zero, pois a linha de
avanço do atuador estará conectada,
nesse momento, ao reservatório. Assim
sendo, a peça estará completamente
solta no dispositivo. Uma válvula da
retenção pilotada, instalada na entrada
do cilindro, eliminaria esse inconveniente
do circuito (ver o item "Válvula de Retenção
Pilotada" no capítulo "Válvulas Direcionais").
Ao término do curso de usinagem, temos
a parada do sistema. Nesse momento a
pressão atinge 100 bar em todo o
circuito, ajustados na válvula limitadora
de pressão.

52
6 – Retorno do Cilindro de Fixação Particularidades da Válvula de Sequência:

Apesar de um funcionamento
praticamente idêntico às válvulas de
pressão nas funções limitadora de
pressão e descarga, observamos que a
válvula de sequência é montada
diretamente na linha de pressão do
circuito. Dessa forma, como a saída da
válvula também é para a linha de pressão
do sistema, torna-se impossível o uso de
um dreno interno para essa válvula, pois
a contrapressão gerada nessa linha
impediria o seu funcionamento. Portanto,
nas válvulas de sequência é obrigatória a
instalação de uma linha de dreno
independente, ligada diretamente ao
reservatório. Essas linhas normalmente
são identificadas nas válvulas pela letra
"Y".
Importante frisar ainda que uma
linha de dreno deve conter o mínimo
Ao término do curso de retorno do
possível de obstruções, as quais
cilindro de usinagem a válvula de
poderiam gerar contrapressões que
sequência da esquerda abre na pressão
dificultariam a abertura da válvula. Em
de 30 bar, permitindo o retorno do cilindro
razão disso a linha de dreno é uma linha
de fixação.
independente da linha de retorno do
sistema, evitando-se que o fluxo de óleo
de dreno passe por filtros, resfriadores e
7 – Parada do sistema
demais elementos eventualmente
instalados.

Válvula de Sequência com Retenção

Incorporada e Dreno Externo (Linha Y)

Atingindo-se o final de curso dos

atuadores teremos um novo aumento de
pressão no circuito, limitado em 100 bar
ajustados na válvula limitadora de
pressão.

53
 Função Redutora de Pressão

Em algumas situações dentro de

um sistema hidráulico, necessitamos que
uma determinada linha trabalhe em uma
pressão inferior ao valor estabelecido
para as demais linhas desse circuito.
Válvula Redutora nas versões sem e
com Retenção (Dreno Externo).

Assim, comparando-se com as demais

funções das válvulas de pressão
(limitadora, sequência, etc.), as quais são
normalmente fechadas, fica fácil
identificarmos em um circuito a válvula
redutora.

Pelo que observamos no circuito

acima não seria possível a instalação
pura e simples de uma outra válvula
limitadora de pressão, regulada para uma
pressão mais baixa, pois a pressão de
todo o sistema seria agora limitada nesse
valor.
No desenho acima a válvula limitadora
de pressão regulada em 70 bar está
representada na condição aberta, com
desvio da vazão da bomba ao tanque; já
a válvula redutora de pressão está
reduzindo a pressão na sua saída para
30 bar.

Como exemplo prático, o cilindro da

direita poderia ser o atuador de uma
morsa hidráulica, com valor de pressão
inferior ao do cilindro da esquerda, o qual
comandaria a ferramenta de usinagem.

De forma análoga à válvula de

Como a linha em questão deve ter sua
pressão "reduzida" em comparação à
pressão do restante do sistema, a válvula
indicada para essa função será uma
redutora de pressão.
sequência, é necessário também o uso
do dreno externo (tomada "Y") uma vez
que a saída da válvula está ligada na
linha de pressão.

A redutora é a única válvula de pressão

normalmente aberta e cuja linha de
comando (piloto) é tomada da saída e
não da entrada, uma vez que desejamos
reduzir a pressão na saída dessa válvula.

54
 Função Contrabalanço
Constantemente encontramos em
um circuito hidráulico a seguinte
situação:
Na situação proposta o atuador
linear sofrerá a ação de uma carga como,
por exemplo, o peso de uma ferramenta
montada em uma prensa hidráulica.
Situação semelhante encontraremos
também em um guincho, comando por
um atuador rotativo (motor hidráulico).
Ao comutarmos a válvula de
comando a ação da carga resultará na
descida descontrolada do atuador,
fazendo com que ele se mova mais
rápido do que a bomba é capaz de
preenchê-lo com óleo.
Uma válvula de vazão colocada
na saída do cilindro resolveria esse
problema, mas nesse caso essa não
seria a solução ideal uma vez que essa
válvula reduziria a velocidade do atuador.
Uma maneira de “segurarmos” a
descida da ferramenta, com pequenas
alterações na velocidade, é conseguida
com uma válvula de pressão a qual
atuará como se fosse um contra-peso
durante o avanço do atuador.
A válvula de contrabalanço pode
ser encontrada também com piloto
externo, nesse caso para conseguirmos
manter a carga imóvel na posição de
repouso. Ocorre que essa função
somente será conseguida caso a válvula
não apresente nenhum tipo de
vazamento interno. Muitas vezes uma
válvula de retenção pilotada, como
explicaremos mais adiante, resolverá
melhor essa situação.
Outro fato que também merece
um comentário é que em função do valor
a ser regulado como contra-pressão na
válvula de contrabalanço poderemos ter
uma pressão na linha muito próxima
àquela regulada na válvula limitadora de
pressão (ou no compensador de pressão
de uma bomba de vazão variável).
Assim, boa parte da vazão dessa bomba
será então desviada ao tanque durante o
avanço do cilindro, resultando em uma
diminuição de sua velocidade.
Por fim, apesar de que a saída da
válvula de pressão na função
contrabalanço será a linha de tanque, é
aconselhável que se utilize também aqui
a tomada de dreno externo (“Y”), de
modo a evitar-se qualquer tipo de
contrapressão nessa linha. Por essa
razão é comum o uso de uma válvula de
sequência (com retenção incorporada e
dreno externo) como contrabalanço.
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