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BOLETIM TÉCNICO 03/2012

TRANSMISSÃO 5L40E/5L50E

DESCOBRINDO OS MOTIVOS DA PERDA DA RÉ OU DOS PROBLEMAS COM


A EMBREAGEM DO CONVERSOR DE TORQUE.

A foto da figura 1 mostra o corpo de válvulas de uma


transmissão 5L40E sendo testado em uma maquina de teste de
corpos de válvulas. A pressão utilizada aqui é menor que a
aplicada em trabalho normal, mas podemos ver claramente os
inúmeros vazamentos que brotam dos diversos alojamentos das
válvulas. Na verdade, sob pressão de operação normal, estes
vazamentos se tornam um spray pressurizado. Existem vários
pontos de escoamento nos corpos de válvulas modernos, e
mesmo, na melhor das circunstâncias, este fluido
pulverizado captura e carrega uma quantidade significativa
de ar em seu caminho de volta para o cárter. Este fenômeno
é esperado até certo ponto e os filtros e reservatórios são
projetados para lidar com uma certa quantidade de aeração.

À medida que as válvulas e alojamentos começam a se


desgastar e permitir vazamentos, o caminho mais fácil para
o vazamento é pelo escoamento. Duas coisas acontecem como
resultado deste vazamento causado pelo desgaste. Primeiro,
o vazamento causa queda da pressão de controle. As válvulas
e outros componentes não se movem e nem aplicam ou
respondem de acordo com o projetado. Em segundo lugar, a
quantidade de fluido escoado e assim uma maior quantidade
de ar entra no reservatório. A quantidade de aeração pode
facilmente ultrapassar a capacidade do cárter de dissipar o
ar antes que a bomba capte o fluido armazenado novamente. A
capacidade de fluido reduzida do cárter da transmissão
5L40E a torna especialmente vulnerável à este problema.

A tabela abaixo identifica as reclamações de perda da Ré e


de problemas com a embreagem do conversor de torque
associados tanto à perda de pressão de controle como à
aeração do fluido de retorno devidos ao desgaste. As
ilustrações e notas seguem uma ordem de diagnóstico,
começando com inspeção no veículo, na desmontagem, inspeção
na bancada e terminando com a preparação para o dinamômetro
ou teste no próprio veículo.

Reclamação Causa Isolação do


defeito
• Código de • Alojamento da • Teste com ar
patinação do TCC válvula reguladora do comprimido à baixa
(Lock up) TCC e alojamento da pressão
• Linhas do válvula AFL (Atuadora • Teste de vácuo
conversor e do limite de • Manômetro na
superaquecimento do alimentação) tomada de sinal do
fluido • Alojamento da TCC
• Deformação do válvula reguladora de
pistão do TCC pressão
• Qualidade do
solenóide do TCC
• Vazamentos cruzados
na bomba (desgaste)
• Perda da ré à • Alojamento da • Teste com ar
alta pressão válvula de bloqueio comprimido à baixa
da Ré pressão
• Vazamentos cruzados • Teste de vácuo
devido à desgaste do • Manômetro na
corpo de válvulas tomada de sinal do
TCC
• Perda da ré à • Solenóide do TCC • Teste ou
baixa pressão defeituoso substituição do
• Válvula de bloqueio solenóide
da ré travada aberta
• Perda da mudança • Desgaste do • Teste de ar
4-5 alojamento da válvula comprimido à baixa
• Saída em marcha AFL pressão
incorreta • Alojamento da • Manômetro na
• Patinação do TCC válvula reguladora de tomada de pressão
• Alta pressão em pressão principal.
ré Verifique a
• Desgaste das pressão máxima de
embreagens Ré.
• Teste de vácuo

Com o cárter removido e a válvula manual na posição “RÉ”,


aplique de 30 a 40 psi de ar comprimido regulado na tomada
principal da pressão de linha. Este teste é conhecido como
teste de ar comprimido. A tomada está localizada entre o
tubo do cárter e as linhas do trocador de calor. Um corpo
de válvulas em bom estado mostrará perdas mínimas de fluido
nos três locais indicados pela figura 2.

Perda da Ré à baixa pressão


É comum que o filtro do solenóide quebre como resultado da
interferência com a válvula. Os fragmentos do filtro migram
para o alojamento da válvula de bloqueio da ré e causam o
travamento dela, inutilizando a ré.
Perda da Ré à alta pressão
Vazamentos cruzados no circuito do sinal do TCC podem
travar parcialmente as válvulas de bloqueio da Ré e
acionadora do TCC. Os vazamentos cruzados podem ocorrer na
superfície da bomba, solenóide do TCC, alojamento da
válvula reguladora do TCC, superfície do corpo de válvulas
empenada ou válvula de bloqueio da Ré empenada. Quando a
pressão do circuito de sinal do TCC alcança de 5 a 7 psi, a
válvula de bloqueio já deve ter se movido o suficiente para
bloquear a Ré. Quando a pressão estiver em 10 a 12 psi a
válvula de controle do TCC e válvula de acionamento deverão
estar posicionadas para restringir o fluxo de liberação de
fluido do conversor de torque.

Um solenóide usado poderá ser modificado para se tornar uma


ferramenta de teste, ou outro dispositivo, para testar a
galeria do corpo de válvulas. Se for utilizado um
solenóide, remova a bobina e as duas telas, e tampe a ponta
que apresentava o filtro quebrado. Se preferir fazer uma
ferramenta caseira, faça um furo passante que termina na
válvula do TCC e tampe a extremidade externa com uma tampa
removível. Esta ferramenta pode ser usada em uma
transmissão funcionando, portanto o tampão removível
permite a você verificar o aumento de pressão.

Utilizando a ferramenta de teste em um câmbio na bancada,


aplique ar comprimido a baixa pressão na extremidade
externa. O fluxo de ar deverá sair somente na válvula
reguladora do TCC e para dentro do circuito do sinal do
TCC.

Durante o teste de ar, as válvulas de acionamento do TCC


(localizada na bomba) e de bloqueio do TCC deverão de
movimentar e nenhum vazamento deverá ser observado no
alojamento da válvula reguladora do TCC. Se a válvula de
bloqueio do TCC não se movimentar, partículas do filtro
poderão estar causando seu travamento.
Se a ferramenta for utilizada durante um teste de ré do
veículo, pode-se isolar a causa entre a bomba e o corpo de
válvulas. Instale sua galeria de teste, com o tampão
removível inserido no alojamento Se a Ré permanecer
aplicada na alta pressão, o solenóide do TCC original
possui vazamento cruzado. Se a ré for perdida, a unidade do
corpo de válvulas possui vazamento cruzado e os circuitos
deverão sofrer teste de ar comprimido através da
ferramenta, para identificar a causa.

Testes dos circuitos da carcaça


Os circuitos da carcaça mostrados na figura 4 podem ser
testados com ar comprimido para identificar vazamentos
cruzados da bomba. Quando são pressurizados à uma pressão
de 50 a 70 psi as válvulas deverão se movimentar, mas
nenhum vazamento deverá ser observado em qualquer local. Se
houver vazamento, existe algum alojamento desgastado ou
empenamento da bomba, que poderá originar à problemas no
TCC e pressão das embreagens.

Inspeção do alojamento do corpo de válvulas


A figura 5 identifica as válvulas que foram isoladas
previamente e que são passíveis de apresentarem problemas.
Uma vez que o corpo tenha sido limpo completamente, estas
áreas podem testadas com vácuo ou o alojamento pode ser
inspecionado quanto a vazamentos. As válvulas por si
próprias dificilmente apresentam marcas de desgaste. O
desgaste do alojamento pode ser detectado mas para isto se
requer uma inspeção bem minuciosa. Com uma estação de teste
de vácuo calibrada e folga correta entre a válvula e seu
alojamento, estes circuitos devem reter no mínimo 18
polegadas de vácuo.

Inspeção da Bomba
Uma vez que unidade tenha sido desmontada, inspecione o
alojamento da válvula de acionamento do TCC e alojamento da
válvula reguladora de pressão (Veja figura 6). Desgaste no
alojamento da válvula reguladora de pressão causa
instabilidade de deslizamento, danos à bomba e ao rotor,
pressão muito alta e problemas com o TCC. Desgaste no
alojamento da válvula do TCC causa superaquecimento do
conversor e altas taxas de patinação.
Tomadas de pressão na carcaça do conversor
Se você se deparar com problemas repetitivos, ou desejar
verificar a qualidade e controle do solenóide do TCC,
verificar as pressões no circuito do TCC, pelas tomadas
localizadas na carcaça do conversor, pode ser um teste
produtivo (veja figura 7). A tomada de pressão destes
circuitos identifica a quantidade de pressão dentro do
circuito de aplicação do TCC e sinal de fluido.
Ao realizar estes testes, utilize as precauções para a
furação da carcaça. “Meça duas vezes e fure só uma” pode
ser um bom conselho. O material a ser retirado é mínimo mas
suficiente para acessar as portas, com um conector
apropriado, conforme mostra a figura.

Redação: APTTA Brasil – Associação de Profissionais


Técnicos em Transmissão Automática

Boletim técnico da Sonnax Estados Unidos


Autor: Bob Warnke
Tradução: Carlos Napoletano Neto

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