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Departamento de Engenharia do Produto

CENTRO DE TREINAMENTO TÉCNICO

Curso de Válvulas de Controle - CVA

VÁLVULAS DE CONTROLE

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Sumário:

1-Introdução

2-Componentes principais

3-Classificação das Válvulas de Controle

4-Principais Tipos de Válvulas de Controle:


1. Válvula globo de sede simples
2. Válvula globo de sede dupla
3. Válvula globo gaiola
4. Válvula globo micro-fluxo
5. Válvula globo angular
6. Válvula globo três vias
7. Válvula de diafragma
8. Válvula sanitária
9. Válvula borboleta
10.Válvula de obturador rotativo excêntrico
11.Válvula esfera

5-Materiais de Construção

6-Curvas Características de Vazão

7-Atuadores Pneumáticos

8-Acessórios para válvulas

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Curso Válvulas de Controle
Spirax Sarco
1-Introdução

A válvula de controle tem a função de


manipular a vazão de um fluido (líquido,
gás ou vapor) que escoa através de um
conduto fechado.
Pertencente ao grupo dos Elementos
Finais de Controle, aválvula é um
dispositivo que opera normalmente em
conjunto com outros instrumentos de
medição e controle, de modo a executar
a regulagem automática do fluxo.
A regulagem do fluxo é feita através da
variação da área de passagem da
válvula, em resposta ao posicionameno
relativo de seus internos (obturador e
sede).
Para que uma válvula de controle possa operar corretamente é fundamental
fazer um criterioso levantamento técnico das condições operacionais do
processo a ser controlado, e a seguir o dimensionamento e a especificação da
mesma.

Controlador

Atuador Sensor

Válvula de Processo
Controle

Fig. 1.1 – Diagrama esquemático de um sistema de controle por realimentação.

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Fig. 1.2 – Malha de controle de temperatura por realimentação.

Existem dois tipos de controle em que a válvula pode operar:

(a)Controle de duas posições

Neste tipo de controle a válvula pode assumir somente duas posições ou


aberturas. Por exemplo, totalmente aberta ou totalmente fechada (conhecido
como controle “on-off”) ou ainda 25% e 75% do curso.
Este tipo de controle causa oscilações na variável controlada, sendo
utilizado em processos que utilizam controle de nível, aquecimento de
fluidos, autoclaves de indústrias alimentícias, etc).

(b) Controle modulante

Neste caso a válvula pode assumir infinitas posições ou aberturas


intermediárias, incluindo as posições totalmente aberta e totalmente
fechada. O controle modulante é o que mais exige de uma válvula, tendo em
vista que a mesma opera a maior parte do tempo em aberturas parciais,
estando sujeita a aumentos de velocidades, aumentos de diferenciais de
pressão, que não raro causam erosão, vibração, ruído e cavitação.

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Temperatura C - Modulante,
grande “off-set”

B - Modulante

A - ”On-Off”

Fig. 1.3 – Curva de resposta da variável controlada, em função do tempo.

2-Componentes principais da válvula de controle

Corpo
É o componente da válvula que contém a pressão do fluido e também onde
estão localizados os elementos de vedação, isto é, o obturador e a sede.
As suas extremidades para conexão ao processo são normalmente flangeadas,
roscadas ou soldadas.

Classificação dos corpos:

Corpo de sede simples


Tipo de construção em que o como possui apenas um orifício de passagem e
um elemento de vedação.

Corpo de sede dupla


Tipo de construção em que o como possui dois orifícios de passagem e um
duplo elemento de vedação.

Corpo de duas vias


Este tipo de como é fabricado com duas conexões, sendo uma para entrada e
outra para saída do fluxo. As conexões podem ser construídas em linha,
permitindo fluxo de passagem reta ou construída em planos ortogonais,
permitindo fluxo de passagem angular.

Corpo de três vias


Neste modelo o corpo é dotado de três conexões, sendo duas em linha e uma
em plano ortogonal. Podemos ter: fluxo convergente (válvula misturadora)- duas
entradas e uma saída; e fluxo divergente (válvula distribuidora) - uma entrada e
duas saídas.

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Castelo
O castelo é a parte da válvula onde estão montados a haste ou o eixo do
obturador, bem como o sistema de engaxetamento. Serve também como
suporte para fixação do atuador através de conexões flangeadas ou em alguns
casos soldadas, O castelo esta sujeito às mesmas condições de pressão e
temperatura atuantes no corpo, e deve ser especificado com o mesmo critério.

Classificação dos castelos

Castelo normal
É o castelo padrão utilizado em aplicações gerais com temperaturas máximas de
operação de até 250ºC, considerando-se as gaxetas tipo anéis de teflon PTFE
(seção em “V”, com mola de compensação de desgaste). Para temperaturas de
250ºC e até 426ºC, utiliza-se engaxetamento de grafite com espaçador sólido.

Fig. 1.4 – Curva de resposta da variável controlada, em função do tempo.

Castelo extendido
Possui uma altura maior que o normal, de tal forma que a caixa de gaxetas fica
bastante afastada em relação a área de escoamento do fluido.
Ao longo do castelo extendido ocorre uma transferência de energia térmica,
permitindo a utilização de um mesmo material de gaxetas para operar com
fluidos de temperaturas extremas (de -196 a 5380C).

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Castelo com fole de selagem
Possui um fole de metálico soldado que veda totalmente a passagem do fluido
em direção a caixa de gaxetas, evitando assim quaisquer vazamentos para o
meio ambiente. É especificado em aplicações específicas, envolvendo fluidos
tóxicos, radioativos ou explosivos (de -196 a 3000C).
Quando se utiliza o fole de selagem, tanto o castelo como a caixa de gaxetas
ficam isolados da ação corrosiva do fluido, podendo assim serem construídos
com materiais de menor custo.

Máx. 300 ºC Série KE71B;


@ 20 Kgf/cm² 73B e 43B.

Atuador
O atuador é o dispositivo responsável pelo fornecimento da força motriz
necessária para acionar a válvula ao longo do seu curso útil. Deve proporcionar
uma operação estável e manter a posição do obturador apesar das forças
estáticas e dinâmicas do fluido que tendem a deslocá-lo. Na condição de
fechamento (‘shutt-off”) deve ser capaz de suportar o máximo diferencial de
pressão e garantir a vedação requerida na válvula. Os atuadores podem ser
pneumáticos, elétricos ou hidráulicos.

3-Classificação das Válvulas de Controle

3.1-Válvulas lineares
• Válvula globo sede simples
• Válvula globo sede dupla
• Válvula globo micro-fluxo
• Válvula globo gaiola
• Válvula globo angular
• Válvula globo de três vias
• Válvula de diafragma

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3.2-Válvulas rotativas
• Válvula borboleta
• Válvula de obturador rotativo excêntrico
• Válvula esfera
• Válvula esfera caracterizada

Nas válvulas lineares o elemento de vedação é acionado por uma haste


deslizante e movimenta-se linearmente em direção à sede.
Nas válvulas rotativas o elemento de vedação é acionado por um eixo rotativo e
descreve um movimento giratório em direção à sede.

4-Principais tipos de válvulas

4.1-Globo Sede Simples – Guia Superior

Neste tipo de válvula de globo o fluido escoa através de um único orifício de


passagem.
Acima do obturador existe um sistema de guia cuja função é garantir o correto
alinhamento do conjunto haste-obturador ao longo do curso da válvula.

Fig. 4.1.1 - Vista em corte de uma válvula globo LE (sede simples)

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As principais características da válvula globo sede simples são:

(a) Boa vedação devido a facilidade de ajuste e acabamento das superfícies de


vedação. Classes de vedação (conforme a norma ANSI B 16.104): classe IV
(0,01% Cv) e classe VI (“tight shut-off’).

(b) Obturador desbalanceado. O fluxo deve ser orientado no sentido de abrir a


válvula, ou seja entrando por baixo do obturador. O fluxo por cima deve ser
evitado pois ele pode ocasionar instabilidades e batimentos do obturador
contra a sede (“chattering”), principalmente em pequenas aberturas.

Fig. 4.1.2 - forças atuantes na válvula globo sede simples

Quando a válvula esta totalmente fechada, temos P2=O, e a queda de pressão


AP = P1 - P2 = P1 - 0 = P1.
A força resultante F, atua no sentido de levantar o obturador e é transmitida
através da haste.
Por exemplo: Considerar P1 = 70 Kg/cm2 e d=4 polegadas

F= P1 . π.(d)²
4

F= 70 [4.(2,54)]² F = 5.675Kgf
4

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Quanto maior for a pressão de entrada e também o diâmetro da sede da válvula
maior será a força de atuação requerida ao atuador. Em muitos casos isto
significa especificar um atuador de maior tamanho que o padrão, resultando em
maior custo inicial.

Fig. 4.1.3 - Aplicação de válvula globo em controle de vazão.

A válvula globo sede simples se aplica ao contrôle modulante de líquidos, gases


e vapores nas mais severas condições de temperatura e pressao.
Devido ao perfil de escoamentodo fluido no seu interior (em forma de “S”), a
válvula globo pode absorver grandes perdas de carga, sendo ideal por exemplo
para estações redutoras de pressão em sistemas de vapor.

As válvulas globo estão disponíveis nos seguintes diâmetros: 1/2’, 3/4”, 1”,
1.1/4”, 1.1/2”, 2”, 3”, 4”, 6”, 8”, 10”, e 12”. Classes de pressão: 150#, 300#, 600#,
900#, e 1500#.
Estes modelos por serem mais compactos, oferecem solução bastante
econômica para controle modulado ou “on-off” de fluidos como água, ar, vapor e
outros.

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Fig. 4.1.4 - Válvula globo modelo
KE, com sede simples, guias
superior e na sede.
Equipada com atuador reversível,
com diafragma rolante (área
constante) e sistema multi-molas
(compacto).
Posicionador modelo EP5
eletropneumático .

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4.2-Válvula Globo Sede Dupla

A válvula globo sede dupla, possui dois orifícios de passagem para o


escoamento do fluido.
A principal vantagem da sede dupla é o seu balanceamento, ou seja, o equilíbrio
das forças estáticas que atuam sobre o obturador. O obturador com sede dupla
opera com menores forças de acionamento, permitindo um controle mais suave
e mais estável sob altos diferenciais de pressão.

Fig. 4.2.1 - Vista dos internos da válvula sede dupla

A principal limitação da válvula globo sede dupla é que quando na posição


fechada apresentam um alto índice de vazamento, correspondente a classe II
(0,5% Cv) da norma ANSI B16.104.
Existe uma impossibilidade técnica para se assentar corretamente os dois
obturadores nas respectivas sedes. Isto porque o obturador superior possui um
diâmetro ligeiramente maior que o inferior, sofrendo dilatações térmicas
diferentes quando em operação.
No passado, a válvula globo sede dupla teve larga aplicação em indústrias de
petróleo, químicas e petroquímicas, porém tornou-se inviável devido ao seu alto
custo de aquisição e manutenção.
Hoje em dia existem outros tipos de válvulas mais competitivas e com melhor
desempenho quanto a vedação.

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4.3-Válvula Globo Gaiola

Este tipo de válvula vem sendo aperfeiçoado nos últimos anos face a sua
crescente utilização na maioria dos processos industriais.
A principal diferença da globo gaiola em relação a globo convencional, esta no
projeto inédito dos internos, o qual proporciona as seguintes vantagens:

(a) Facilidade de remoção das partes internas, pois estas são simplesmente
encaixadas no como da válvula (não há roscas);
(b) grande estabilidade operacional proporcionada pelo sistema de guia do
obturador. A área de guia de uma globo gaiola é cerca de 30% superior a
área de guia da globo sede dupla.
(c) maior capacidade de vazão do que as globo convencionais.
(d) obturador de menor peso, o que reduz a tendência a vibração horizontal e
desgaste mecânico.
(e) maior versatilidade: ampla variedade de internos anticavitantes e baixo
ruído.

Tipos Construtivos dos Internos

• Válvula Globo Gaiola Desbalanceada


• Válvula Globo Gaiola Balanceada

4.3.1-Válvula Globo Gaiola Balanceada

Fig. 4.3.1 - Válvula globo gaiola balanceada

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A gaiola é uma peça cilíndrica montada sobre a sede, no Interior da qual desliza
o obturador balanceado. A gaiola possui janelas ou aberturas laterais as quais
são cuidadosamente projetadas de modo a produzir a curva de vazão desejada
e garantir uma larga faixa de trabalho (“rangeability”).

O obturador balanceado possui orifícios internos que equalizam a pressão em


ambos os lados do obturador, promovendo assim o equilíbrio das forças
atuantes sobre o mesmo. Dessa forma toma-se possível manipular maiores
quedas de pressão, sem a necessidade de aumentar-se o tamanho do atuador.

Fig. 4.3.2-Válvula globo gaiola balanceada


SERIE C .

A direita vemos o detalhe do obturador


balanceado, com 4 furos de equalização de
pressão.
Este obturador é indicado para operar com
altos diferenciais de pressão, com excelente
estabilidade de controle.
A série C esta disponível em diâmetros de até 12”, nas classes de pressão
150, 300, 600, 1500 e 2500 libras.

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4.3.2-Válvula Globo Gaiola Desbalanceada

Este tipo é bastante semelhante a globo sede simples, exceto que a sede é
fixada ao corpo através da própria gaiola e não através de roscas.
Podemos notar que o obturador ao movimentar-se, é guiado pela parte interna
da gaiola, semelhante ao movimento de um pistão de motor Isto melhora
consideravelmente sua resistência a fluidos sujos e corrosivos.
A válvula globo gaiola desbalanceada se presta ao controle de fluidos com
pressões moderadas de operação, proporcionando boa vedação e uma ampla
variedade de internos tais como:
internos padrão (Cv= 1.0 — 400), internos reduzidos (Cv= 0,25 a 5), internos
micro-fluxo, (Cv= 0,0025 — 0,20).

Fig. 4.3.3 - Válvula globo gaiola desbalanceada

4.4-Válvula globo micro-fluxo

Trata-se de uma variação construtiva da válvula globo sede simples, em que a


área de passagem (entre sede e obturador) é bastante reduzida quando
comparada aos internos “padrão” para um mesmo tamanho do corpo.
É fabricada nos diâmetros nominais de 1/2’, ¾”, 1”, 1.1/4”, 1.1/2”, 2” com Cv’s
disponíveis nos seguintes padrões:
• 0,15 / 0,25 / 0,40 / 0,50 / 0,85 / 1,0 / 1,2 / 1,9 / 2,0 / 2,5 / 3,4 / 4,5 / 5,5 / 7,0 / 8,0
/ 10,6 / 11,0 / 13,0 e 14,0

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É largamente utilizada em indústrias de química fina, petroquímicas,
alimentícias, farmacêuticas, e onde se necessita manipular pequenas vazões ou
dosagens de aditivos, catalizadores, reagentes e outros fluidos de processo.
Quanto a vedação podem construídas com sede metálica (classe IV) ou sede
resiliente (classe VI).

4.5-Válvula globo angular

Nste tipo construtivo o corpo é fabricado com duas conexões, dispostas em


planos ortogonais, estabelecendo assim uma passagem angular de 90º. Por
apresentar autodrenagem constante e uma passagem mais livre que as globo
convencionais, é indicada para operar com fluidos lamacentos (“slurries”), fluidos
erosivos e fluidos em vaporização (“flashing”).

4.6-Válvula globo três vias

Fig. 4.6.1-Válvula tipo três vias

Trata-se de uma válvula globo em que o corpo possui três vias para
escoamento, podendo ser utilizada para misturar ou separar fluidos de processo.
Quando esta válvula é usada para misturar fluidos, temos um fluxo convergente,
e quando é usada para separar fluidos, temos um fluxo divergente.
Notar que esta válvula não serve para bloqueio, já que com o obturador
totalmente levantado o fluxo passa de “A” para “C”, e com o obturador
totalmente baixado o fluxo passa de “B’ para “C”.

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A C

Fig. 4.6.2 – Válvula misturadora, fluxo convergente.

C
A

Fig. 4.6.2 – Válvula separadora, fluxo divergente.

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4.7-Válvula de Diafragma

Este modelo de válvula utiliza como elemento de vedação um diafragma


prensado, normalmente fabricado em borracha (EPDM, até 650C) ou plástico
(teflon, até 1750C).
O diafragma além de produzir uma vedação totalmente estanque, também
protege o mecanismo de acionamento em relação ao fluido de processo,
dispensando assim a utilização de juntas e gaxetas no castelo.

Fig. 4.7.1 - Vista em corte de uma válvula diafragma, corpo em ferro fundido,
com acionamento manual, extremidades flangeadas e indicador de curso.

Outra característica muito importante desta válvula é que o corpo é possui as


paredes internas revestidas com materiais resistentes a corrosão, tais como,
borracha (dura ou macia), neoprene, vidro, teflon, entre outros.
Esta última característica aliada ao seu perfil de escoamento desobstruído,
permite a manipulação fluidos com sólidos em suspensão, massa de papel (até
5% de consistência), fluidos viscosos e fluidos lamacentos.

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4.7.1-Componentes principais

• Corpo - É fabricado normalmente em ferro fundido e depois revestido com


material apropriado ao fluido do processo. Exemplo de materiais de
revestimento: borracha natural, vidro, ebonite. teflon, chumbo, etc.

• Castelo - É o conjunto formado pela tampa, haste e compressor. Ao girar-se o


volante no sentido horário, a haste e o compressor movimentam-se para baixo
O compressor comprime o diafragma contra a sede da válvula, efetuando a
vedação.

• Diafragma - É o elemento que desempenha o papel de obturador da válvula. O


diafragma é constituído por uma peça de borracha prensada, sendo montado
sob o compressor. Pode ser confeccionado em diversos materiais: neoprene,
borracha nítrica (buna-N), viton, teflon, borracha natural, etc.

• Extremidades - Tipo flangeada, roscada e solda de encaixe.

A curva característica de vazão da válvula diafragma é extremamente limitada


para serviços com contrôle modulante, sendo mais utilizada em contrôle “on-off”.
requeridas na partida do mesmo.

4.8-Válvula sanitária

A válvula sanitária possui um corpo


angular, com auto-drenagem, projetado
especialmente para atender as normas
que regulamentam as aplicações em
processos sanitários. As partes internas
da válvula, em contato com o fluido, são
fabricadas em aço inoxidável 316L, com
fino acabamento superficial (polimento
0,4 microns), de modo a não acumular
quaisquer partículas ou fibras que
certamente iriam contaminar o processo
na próxima batelada.

O corpo é dotado de conexões integrais


do tipo conexão rápida, totalmente livre
de fendas ou aberturas. Isto permite
uma fácil remoção da válvula e a necessária limpeza interna após o término da
produçao.
A válvula sanitária é bastante utilizada em indústrias de laticínios, de extração de
sucos, farmacêuticas, etc.

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4.9 -Válvula Borboleta

Trata-se de um dos tipos mais comuns de válvulas de deslocamento rotativo.


Possui um desenho construtivo simples, que consiste de um como tipo anel
circular, no interior do qual tem-se um disco apoiado por dois mancais. Este
disco possui movimento rotativo e pode deslocar-se em um ângulo de até 90
graus, desempenhando assim a função do obturador da válvula.
A sede é constituída pela própria parede interna do corpo, que na maior parte
das aplicações é revestida (ou encamisada) com material resiliente (macio) de
modo a garantir uma vedação totalmente estanque (classe VI -“bubble tight”).

fig. 4.9.1 - Válvula borboleta, classe 125#, revestida com EPDM, extremidades
tipo “wafer”, semi-lug, acionamento tipo volante com caixa de redução e cilindro
pneumático.

O corpo da válvula borboleta geralmente é do tipo sem flanges, também


conhecido como tipo “wafer”, admitindo o fluxo nos dois sentidos.
São geralmente fabicadas diâmetros de 2”a 24” (corpo tipo “wafer”) e de 30” a
60” (corpo flangeado).

Existe uma grande quantidade de fabricantes e também uma enorme variedade


de modelos construtivos, porém são de especial interesse para aplicações em
indústrias, aqueles com extremidades tipo “lug” e “semi-Iug”.

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A extremidade tipo “semi-lug” possui dois furos que auxiliam a montagem da
válvula. Se adaptam facilmente aos flanges padrão ANSI ou flanges padrão
DIN.

A extremidade tipo “lug” possui furação idêntica a dos flanges entre os quais
será instalada. Pode ser especificada com ou sem rosca. Este tipo garante a
correta centralização do corpo da válvula em relação a tubulação.

4.9.1 - Análise das forças estáticas e dinâmicas na válvula borboleta

Fig. 4.9.2 - Torque dinâmico em válvulas borboleta.

Quando a válvula esta fechada ou completamente aberta podemos observar no


gráfico que não há resultante de força torsora atuando sobre o disco. Isto ocorre
devido a simetria do mesmo e ao balanceamento das forças exercidas pela
pressão do fluido.
Porém, quando o disco se desloca, assumindo diferentes aberturas parciais, tal
balanceamento (equilíbrio) não existe mais. Surgem então forças resultantes
que tendem sempre a fechar a válvula, qualquer que seja a direção do fluido.

Este efeito é semelhante ao que ocorre na asa de um avião, ou seja, a


velocidade do fluxo na primeira borda é menor que a velocidade encontrada
na segunda borda, o que gera uma distribuição desigual da pressão estática
ao longo da superfície do disco.

A força resultante da pressão estática é que produz um torque (força x distância)


no sentido de fechar a válvula.
A partir de 40 graus, podemos observar que o torque dinâmico cresce
rapidamente atingindo o seu valor máximo a 70 graus.
Por isso que válvulas tipo borboleta operando em torno de 70 graus podem

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ocasionar instabilidades no controle, seja este manual ou automático.
Recomenda-se em aplicações com controle modulante, que o curso máximo
seja de 60 graus.

4.9.2 - Válvula borboleta revestida internamente

Fig. 4.9.3 - Válvula borboleta revestida internamente, corpo em aço carbono,


revestimento de buna N, extremidades semi-lug, com volante e caixa de
engrenagens.

Pode-se afirmar que este modelo é


o preferido pela maioria dos
usuários pela excelente vedação
que proporciona e também por ter
uma grande resistência a fluidos
corrosivos.
A borracha é vulcanizada no anel
metálico (este conjunto é conhecido
como carretel), o qual pode ser
substituído sempre que houver
desgaste ou vazamentos. O disco
metálico ao fechar, se encaixa
totalmente no interior do carretel
para promover a vedação.

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É bastante utilizada em serviços com líquidos (inclusive corrosivos ou com
partículas em suspensão), gases e vapores, em indústrias químicas,
petroquímicas, alimentícias, usinas de álcool e açúcar, entre outras.
Para aplicação na indústria alimentícia, por exemplo na fabricação de suco de
laranja concentrado, para atender aos requisitos de não-contaminação, o disco é
fabricado em aço inoxidável (ASTM-A351-Grau CF8M) e depois totalmente
polido. Isto garante que o mesmo não irá reter quaisquer partículas do produto,
após a limpeza da linha.
As limitações quanto a temperatura devem ser verificadas em função do tipo de
elastômero ou qualquer outro revestimento utilizado pelo fabricante (ex: Buna N,
Viton, Teflon, etc.).

4.10 - Válvula Esfera


A válvula esfera é constituída basicamente por um obturador rotativo, com o
formato de uma esfera oca, montado no interior de um corpo, onde também
estão instaladas as duas sedes da válvula. Devido ao seu sistema de
assentamento, proporciona uma vedação excelente, mesmo com sedes
metálicas. Apresenta elevada capacidade de vazão quando comparada com os
demais tipos de válvulas, além de ser aplicável tanto em bloqueio como em
controle modulante (sua curva característica de vazão é do tipo igual
percentagem.
Fig.10.1 - Válvula esfera com atuador
pneumático , retorno por mola.
A válvula esfera possui na verdade dois
pontos de controle de fluxo. A medida que a
esfera é fechada, a pressão de entrada vai
sendo reduzida em dois estágios: na entrada
e na saída.

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Fig. 4.10.2 - Vista em corte de uma válvula esfera típica, com passagem integral.
Corpo tipo bipartido, fabricado em aço inoxidável 316, com sedes de Teflon.

4.10.1 - Componentes principais

A válvula esfera é constituída de uma série de componentes, que poderão variar


um pouco, conforme o fabricante:
1-esfera
2-haste de acionamento
3-corpo
4-sedes (metálicas ou resilientes)
5-preme gaxetas
6-cruzeta

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4.10.2 - Tipos de esfera

• Esfera de passagem integral -“full ball”


A área de passagem é totalmente livre e praticamente igual a área de passagem
do corpo da válvula. Isto propicia máxima capacidade de vazão, mínima
tendência a obstrução, sendo também adequada para passagem de “pigs”
(sistema de limpeza de dutos de transferência e estucagem).

Fig. 4.10.3 – Componentes de uma válvula esfera, corpo tipo monobloco, com
acionamento manual.

• Esfera de passagem reduzida -“reduced ball”


Neste caso a esfera oferece uma área de passagem menor do que a “full ball”,
em torno de 40% da capacidade de vazão. Possui um custo menor que o
modelo integral.

4.10.3 - Sistemas de guia da esfera

• Esfera pendular

Neste sistema as sedes suportam a esfera formando um conjunto auto-centrante


com boa eficiência de vedação.
Quando a válvula é fechada, a pressão estática do fluido à montante empurra a
esfera contra a sede, num movimento pendular. Assim, a vedação é feita
sempre na sede à jusante da válvula, independente do sentido de fluxo.
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Este sistema é indicado para serviços de bloqueio e controle de processos,
desde aplicações gerais com pressões moderadas, até fluidos viscosos,
incrustantes ou com sólidos em suspensão.

Importante: Ressaltamos que se uma esfera pendular for submetida a grandes


diferenciais de pressão, o torque requerido para acionamento será muito maior,
face ao aumento da força de atrito entre a esfera e a sede (válvula fechada).
Dessa forma deve-se evitar a sua utilização em linhas de alta pressão.
Classes de pressão típicas (ANSI B16.34): 150# e 300#.

•Esfera flutuante

O princípio de funcionamento é semelhante ao da esfera pendular, ou seja, a


pressão do fluido empurra a esfera contra a sede quando a válvula é fechada.
Porém, o movimento não é pendular porque a haste é apenas encaixada na
esfera através de uma fenda apropriada. Dessa forma fica eliminado qualquer
esforço cortante sobre a haste de acionamento, e a esfera pode mover-se
livremente para se ajustar na sede. Isto propicia uma vedação eficiente a partir
de diferenciais de pressão bem reduzidos, não induzindo histerese de
acionamento.
A esfera flutuante é suportada apenas pelas sedes da válvula, formando um
conjunto auto-centrante.
O corpo geralmente é forjado ou laminado, possibilitando a especificação de
uma enorme variedade de materiais para atender a virtualmente qualquer
processo industrial que envolva fluidos agressivos.
Classes de pressão típicas para a válvula esfera flutuante (ANSI B16.34): 150#,
300# e 600# (alguns fabricantes 900# e 1500#).

Esfera “trunnion”

A esfera é suportada por dois mancais de boa eficiência, o que redunda em


baixos torques de acionamento da válvula, mesmo sob elevados diferenciais de
pressão. Ao contrário do sistema pendular, a vedação é obtida através de sedes
móveis que são pressionadas contra a esfera por molas instaladas entre como e
sedes. Deste modo a esfera gira sempre em relação a mesma linha de centro,
sem qualquer deslocamento lateral. Este sistema assegura um duplo bloqueio
do fluido. Por se tratar de uma válvula robusta é amplamente utilizada na
indústria de petróleo (produção e refino), gás natural (produção, compressão e
distribuição), bem como indústrias químicas e petroquímicas. Também é
indicada para manipular a vazão de gases com baixa pressão, já que para vedar
não dependem da pressão do fluido. Classes de pressão típicas (ANSI Bl6.34):
150#, 300# e 600#.

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4.4.4 - Tipos de corpos

O corpo da válvula é onde estão alojadas a esfera, mancais, haste e sedes de


vedação. Podem ser construídos em 3 (três) tipos básicos:

•Monobloco: Construção compacta. Utiliza a válvula com extremidades roscadas


ou flangeadas.

•Bipartido: Basicamente a válvula é dividida em 2 (duas) partes, que podem ser


simétricas (duas partes iguais) ou assimétricas. Este tipo é geralmente fabricado
com extremidades roscadas ou flangeadas.

Tripartido: Construção de fácil manutenção, pois é possível retirar apenas o


corpo da válvula, enquanto as extremidades permanecem roscadas ou soldadas
à tubulação

4.10.5 - Tipos de sede

A construção da sede quanto ao projeto em si, pode ser do tipo sede fixa ou
sede móvel (auto-ajustável) dependendo do modelo da válvula. Quanto ao tipo
de material podemos ter:

•Sede resiliente ou “soft seat”

É fabricada teflon-PTFE, que é um tipo de fluorcarbono bastante utilizado,


podendo inclusive ser reforçado com carga de grafite ou com pó de bissulfêto de
molibdênio (MoS2).
A carga de grafite (MoS2) apresenta boas propriedades de deslizamento, baixo
coeficiente de atrito, resistência à abrasão e suporta altas pressões de trabalho.
A sede resiliente apresenta vedação totalmente estanque, sendo bastante
indicada para aplicações de bloqueio. Possuem também excelente resistência a
fluidos corrosivos e um limite de aplicação da ordem de 2300C.

Importante: No caso de operação com aberturas parciais, pode ocorrer uma


deformação da sede de teflon, tendo em vista o aumento localizado da
velocidade de escoamento.

•Sede metálica

E confeccionada com aço inoxidável, com revestimento de “stellite”, ou com ligas


especiais. Suporta temperaturas acima de 2300C e também altos diferenciais de
pressão. São aplicáveis não apenas em serviços de bloqueio, como também em
controle modulante.

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5-Materiais de Construção

É muito importante que os profissionais envolvidos com a especificação de


válvulas de controle, estejam familiarizados com os diversos materiais de
construção, inclusive com as especificações ASTM e os padrões ANSI de
classes de pressão.
Isto pode ser útil não apenas na especificação de válvulas como também numa
situação de emergência em que se necessite remanejar ou substituir uma
válvula do processo. Nestes casos é importante lembrar que uma válvula de
material mais nobre pode substituir uma de material menos nobre.

Classificação MATERIAIS MATERIAIS Limites de


Geral FORJADOS FUNDIDOS Temperatura
•Ferro fundido ASTM-A.126 Cl.B -10ºC a 232ºC
•Ferro dúctil ASTM-A-395 -10ºC a 232ºC
•Aço carbono ASTM-A-105 ASTM-A-216 Gr.WCB -10ºC a 426ºC
•Aço liga Cromo- ASTM-A-182 ASTM-A-217 Gr.C5 -10ºC a 538ºC
Molibdênio Gr. F5a
5%Cr-1/2%Mo
•Aço inox. 304 ASTM-A-182 ASTM-A-351 Gr.CF8 -254ºC a 815ºC
Gr. F304
•Aço inox. 304L ASTM-A-182 ASTM-A-351Gr. CF3 -254ºC a 815ºC
Gr. F304L
•Aço inox. 316 ASTM-A-182 ASTM-A-351 -254ºC a 815ºC
Gr. F316 Gr. CF8M
•Aço inox. 316L ASTM-A-182 ASTM-A-351 -254ºC a 815ºC
Gr. F316L Gr. CF3M
•Bronze ASTM-B62 -198ºC a 288ºC
•Monel ASTM-A-296 M35 -198ºC a 482ºC

Tabela 5.1 - Materiais para fabricação de corpos de válvulas conforme a norma


ASTM.

Por exemplo: uma válvula de aço liga C5 (5% Cr e 1/2% Mo) pode substituir uma
de WCB (aço carbono). Uma válvula de CF8M (Inox 316) pode substituir uma de
WC (aço carbono).
Mas em todos os casos, estas substituições caracterizam não conformidades e
como tal precisam ter aprovação prévia dos órgãos de manutenção/inspeção e
precisam estar identificadas e serem desfeitas na primeira oportunidade.

Os principais materiais utilizados na construção de corpos de válvulas, sejam


eles forjados, laminados ou fundidos, são normalizados pela ASTM-American
Society for Testing and Materials”.

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5.1 - Classe de Pressão

O primeiro passo para selecionar-se o material de fabricação do corpo da


válvula é levantar cuidadosamente as condições de operação determinadas pelo
processo. Por condições de operação, entendemos os seguintes ítens:
(a) Tipo do fluido (gás/vapor/líquido) a ser manipulado;
(b) Pressão máxima e pressão mínima de operação;
(c) Temperatura máxima e mínima de operação;
(d) O fluido é corrosivo ou abrasivo?

Com estas informações o pessoal de engenharia pode selecionar o material de


fabricação da válvula, determinando também qual a classe de pressão requerida
pelo processo.
Para determinar-se qual a classe de pressão da válvula, utiliza-se a combinação
pressão-temperatura, juntamente com o tipo de material (ver pág. 83 - Anexo I).
Observando as tabelas do Anexo I, podemos verificar que a maioria dos
materiais apresentam uma sensível redução na sua resistência mecânica, a
medida que se eleva a temperatura de operação.
As classes de pressão mais utilizadas para válvulas em indústrias em geral, são:
Classes 150# , 300#, 600#, 900# e 1500#.
Existem também outras classes intermediárias que podem ser especificadas:
Classes 125#, 200#, 400#, e outras, dependendo do modelo de válvula.

5.2 - Material dos Internos

As partes internas, isto é, constituídas de sedes, obturador, buchas e hastes,


estão sujeitas a maiores esforços mecânicos (principalmente em aberturas
parciais) bem como maior desgaste por erosão, abrasão e cavitação.
Por esta razão deve-se redobrar os cuidados na seleção dos materiais
construtivos dos mesmos.
Na tabela (6.2) , na página seguinte, vemos as principais características dos
materiais utilizados para a fabricação de internos de válvulas:

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Material Limite Dureza Resistência Resistência Aplicações
dos de Rockwell a Corrosão a Erosão Típicas
Internos tempera- C
tura (ºC)
Água, ar, gases
•Bronze -273 a (60 BNH) Moderada Fraca e vapor. Quedas
232 de pressão de
até 50 psi.
Vapor, água,
•Aço Inox. -254 a 8 Excelente Moderada óleo e gases até
316 315 200 psi de
queda de
pressão.
Serviços
•Aço Inox. -100 a 40 Moderada Boa erosivos. Altas
420 427 quedas de
pressão.
Serviços
•Aço Inox. -100 a 44 Moderada Boa/ erosivos. Altas
431 427 Excelente quedas de
pressão.
Serviços
•Aço Inox. -46 a 55-60 Moderada Excelente altamente
440C 427 erosivos, ou
cavitantes.
Serviços
•Stellite nº6 -254 a 44 Excelente Boa erosivos. Altas
815 quedas de
pressão.
Serviços
•Monel K -240 a 32 Boa a Moderada a altamente
315 excelente Boa corrosivos:
álcalis, sais,
produtos
alimentícios
Tabela 5.2 - Materiais utilizados para a fabricação dos internos de
válvulas e suas características.

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6-Curvas Características de Vazão

O que vem a ser uma curva caraterística de vazão? Quando em uma válvula
qualquer(posição fechada), desloca-se gradualmente o obturador no sentido de
abertura, tem-se um aumento progressivo da área de passagem. E quanto
maior for a área de passagem, maior será a vazão do fluido de processo através
da válvula.
A curva característica de vazão é a relação entre a percentagem de abertura e
a respectiva vazão produzida.

6.1-Curva Característica de Vazão Inerente

Fig. 6.1.1 - Curvas características de vazão inerente

31

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6.1- Curva característica inerente

É a curva característica de vazão obtida, com uma queda de pressão constante


durante a abertura da válvula. Os fabricantes de válvulas apresentam sempre
curvas características do tipo inerente, as quais são levantadas em laboratório
específico para testes hidrodinâmicos.
O que define a curva característica de vazão é não só o tipo de válvula (globo,
borboleta, diafragma, etc) mas também o perfil do seu obturador.

6.2-Curva Característica de Vazão Instalada

É a curva característica de vazão obtida sob condições de operação no campo,


onde a queda de pressão varia, conforme a vazão e as demais condições do
processo. Pode-se dizer em última análise, que é a curva real de vazão através
da válvula, no processo onde esta instalada. Esta curva não é fornecida pelo
fabricante da válvula e deve sempre que for necessário ser levantada no campo.

6.3-Tipos de Curva Característica de Vazão Inerente:

•Tipo Abertura Rápida

Produz grandes variações de vazão no inicio da abertura, estabilizando a partir


de 60% do curso.
O fato desta curva apresentar um ganho inicial muito elevado, ocasiona
instabilidades e oscilações quando utilizada para controle modulante. Indicada
apenas para serviços de bloqueio (totalmente aberta ou totalmente fechada).
Válvulas com característica semelhante a abertura rápida: válvula gaveta,
válvula macho e válvula de diafragma.

•Tipo Linear

Produz uma variação de vazão constante ao longo da abertura da válvula.


É utilizada para controle de processos em geral (líquidos, gases e vapor) onde a
pressão da linha apresenta pouca variação. Válvulas com característica
semelhante a linear: mais comuns são as válvulas globo com internos tipo
linear e válvula de obturador rotativo excêntrico.

•Tipo Igual Porcentagem

No início tem-se uma pequena variação de vazão para um grande percentual de


abertura. Entretanto, a medida que aumenta-se a abertura da válvula, há m
aumento progressivo da vazão.
Indicada para controle de processos onde ocorrem grandes variações de
pressão, ou seja, a queda de pressão sobre a válvula não é mantida constante.
Válvulas com característica semelhante a igual porcentagem: válvulas borboleta,
válvulas esfera e válvulas globo com internos do tipo igual porcentagem.

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Fig. 6.1.2 - Tipos de válvulas x Curvas características de vazão.

Fig. 6.1.3 - Tipos de obturadores x Curvas características de vazão.

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7- Atuadores Pneumáticos

O atuador é o equipamento responsável por fornecer a força motriz necessária


ao funcionamento da válvula de controle. É selecionado de modo a proporcionar
um controle estável e suave, superando a ação das forças estáticas e dinâmicas
do fluido que atuam na válvula de controle.
A função do atuador é movimentar o elemento de vedação da válvula, em
resposta ao sinal de comando do controlador.
Principais tipos:
• Pneumático a mola e diafragma;
• Pneumático a pistão;
• Elétrico.

7.1- Atuador pneumático tipo mola e diafragma


Este tipo de atuador utiliza um diafragma flexível de neoprene, sobre o qual age
uma pressão de carga variável em oposição à força produzida por uma mola. O
diafragma é alojado entre dois tampos, formando duas câmaras, sendo uma
delas totalmente estanque por onde entra o sinal de pressão do ar de
acionamento. A força motriz é obtida pelo produto da pressão de carga vezes a
área efetiva do diafragma.
A faixas de pressão mais comuns são:
de 0,2 a 1,0 bar
de 0,4 a 2,0 bar
de 0,8 a 1,5 bar

Assim, por exemplo, uma válvula montada com atuador de ação direta
recebendo 0,2 bar sobre o diafragma, estará 100% aberta. E quando for
pressurizada com 1,0 bar estará 100% fechada.

Ação direta
Ar para Fechar

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Ação Reversa
Ar para Abrir

7.2 - Atuador pneumático tipo pistão

Este tipo de atuador utiliza um pistão metálico montado no interior de um cilindro


para converter a pressão do ar em força motriz.
A medida que a pressão do ar aumenta no interior do cilindro, o pistão
movimenta-se e empurra (ou gira, no caso de válvulas rotativas) o obturador da
válvula de controle.
A principal vantagem deste tipo de atuador é que ele suporta maiores níveis de
pressão de ar e portanto é capaz de gerar maiores forças ou torques de
acionamento.
É largamente utilizado em válvulas rotativas como por exemplo a borboleta e a
esfera.
Como desvantagem podemos citar o fato de ter
uma velocidade de acionamento muito rápida, fato
que pode gerar oscilações e até golpes de aríete
na tubulação em que opera. Neste caso devemos
utilizar válvulas de fluxo (“speed control”) para
reduzir a velocidade de acionamento da válvula.
Podem ser fabricados com retorno por mola ou na
versão dupla ação ( ar para abrir e ar para fechar).

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8- Acessórios para válvulas

Acessórios são dispositivos utilizados na válvula com o objetivo de melhorar o


seu desempenho, coletar informações e também auxiliar as ações de controle. A
seguir relacionamos os principais tipos de acessórios:
• Filtro de ar
• Filtro-regulador
• Válvulas solenóides
• Chaves fim-de-curso
• Conversores eletropneumático
• Posicionadores
• Transmissores de posição
• “Boosters’ de volume
• Volantes manuais

8.1 - Filtro de ar

É utilizado para eliminar umidade e impurezas da linha de ar comprimido que


alimenta um instrumento ou um acessório pneumático.
É muito comum especificar um filtro de ar na linha de suprimento de um
posicionador eletropneumático, evitando assim o acúmulo de gotículas de água,
óleo ou partículas no seu interior.

8.2 - Filtro-regulador de ar

Utilizado para filtrar e regular a pressão


do ar de suprimento.
Neste caso o filtro de ar possui um
regulador de pressão incorporado e um
manômetro para monitorar a pressão de
saída (ex.: O-3Opsi., 0-2bar).
A máxima pressão de entrada no filtro
regulador é da ordem de 10 bar ou 150
psi.
Opcionalmente por razões econômicas,
pode ser fornecido sem o manômetro.

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8.3 - Válvulas solenóides

Uma válvula solenóide é uma combinação de dois dispositivos: um solenóide


(eletromagnético) com seu núcleo; e uma válvula contendo um orifício no qual
um disco de vedação é posicionado para interromper ou liberar a passagem de
fluido. A válvula é aberta ou fechada através do movimento do núcleo
magnético, o qual é atraído pelo solenóide sempre que a bobina for energizada.
Apresenta uma grande variedade de tensões AC/DC (por ex.: 24 VCC, 110 VCA
e 220 VCA) podendo ser fornecidas com invólucros à prova de explosão ou à
prova de água e pó.

As bobinas, encapsuladas em epóxi sob pressão, são projetadas para operar em


várias faixas de temperatura:
• Classe F: trabalho contínuo até 155 0C;
• Classe H: trabalho contínuo até 180 0C.

Dependendo da aplicação podemos ter:

• Válvulas solenóides de 2 vias:


São válvulas de fechamento rápido, com uma conexão de entrada e outra de
saída. Podem ser do tipo normalmente abertas ou normalmente fechadas.

• Válvulas solenóides de 3 vias:


Possuem três conexões e dois orifícios (quando um orifício abre o outro fecha).
Émuito utilizada em contrôles “on-off”, para pressurizar atuadores tipo diafragma
de simples ação.

• Válvulas solenóides de 4 vias:


Possuem quatro ou cinco conexões: uma entrada, duas saídas e um ou dois
escapes. E normalmente utilizada para operar atuadores tipo cilindro de tipo
dupla ação. Na posição desemegizada a pressão de entrada é api.icada a um
dos lado do cilindro, enquanto o outro é exaurido para a atmosfera, e vice-versa.

8.4 - Chaves fim-de-curso

As chaves fim-de-curso fornecem um sinal elétrico para indicação remota da


posição da válvula (aberta ou fechada). Geralmente são constituídas de chaves
rotativas com dois polos simples de 16 A, SPDT, totalmente ajustáveis ao curso
da válvula. Disponíveis também em DPDT e com sensores de proximidade
(magnético).
São montadas em caixas à prova d’água ou à prova de explosão, sendo
fornecidas com suportes para montagem no atuador da válvula.

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8.5 - Conversor eletro-pneumático

A sua função básica é converter sinais de


corrente ou tensão em sinal pneumático. Os
conversores de uso mais comum convertem
um sinal elétrico de 4-20 mA em um sinal
pneumático de 3 a 15 psi.
Podem ser montados junto à válvula ou à
distância, evitando por exemplo a presença de
sinais de corrente elétrica em uma área
classificada e também vibrações sobre o
instrumento.
Os invólucros dos conversores também estão
disponíveis em vários tipos de proteçao.

8.6 - Posicionadores

Em resposta ao sinal de comando do controlador, garante o posicionamento


exato da válvula, compensando as forças dinâmicas do fluido e o atrito das
partes deslizantes da válvula. Também aumenta a força de assentamento na
válvula, tendo em vista que possui alimentação própria.
Permite inversão de ação de controle e melhora o tempo de resposta da válvula.
É o principal acessório utilizado nos sistemas de acionamento.

Fig. 8.6.1 – Posicionador Pneumático EP5.Posicionador EP5


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Fig. 8.6.2 – Esquema de funcionamento de um posicionador

O modelo EP5 possui duas versões: Pneumático e eletro-pneumático, podendo


ainda ser instalado em atuadores do tipo simples ação (retorno por mola) ou em
atuadores tipo dupla ação (ar para abrir e ar para fechar).
Possui uma alavanca deslizante com parafuso trava, que permite o ajuste do
curso tanto para ação direta como para ação reversa. É possível também ajustar
a velocidade de acionamento do atuador (ajuste de amortecimento).
Recomenda-se que o mesmo seja especificado sempre com bloco de
manômetros, pois isto facilita os procedimentos de calibração e inspeção do
conjunto atuador - posicionador.

Fig. 8.6.3 – Vista interna do posicionador eletro-pneumático EP5.

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Posicionador Eletro-pneumático inteligente SP2

O SP2 amplia as vantagens e benefícios inerentes a um posicionador comum,


por oferecer uma qualidade inteligente para o controle pneumático. Com uma
interface de fácil manuseio, o SP2 possui muitas funções configuráveis através
do seu “software” integrado. Entre as principais funções estão o auto-ajuste na
partida, medição da performance da válvula, indicação digital da abertura da
válvula, status do sinal de entrada, e outros informados no manual de instruções.

Fig. 8.6.3 - Posicionador SP2: Indicação digital da abertura da válvula, teclado


incorporado para ajuste de funções, “software” incluso com auto-diagnóstico,
curso auto-ajustável na partida da válvula, tempo de abertura/fechamento
ajustável, com três tipos de curvas características (linear, igual percentagem e
abertura rápida).

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ANEXO I - TABELAS TÉCNICAS PARA CLASSES DE
PRESSÃO, CONFORME A NORMA ANSI B 16.34
Tabela I.1:
MATERIAIS
Tempe- ASTM-A-126 ASTM-A- ASTM-A-216 WCB
ratura 105 (1)
ºF Classe Classe Classe Classe
Classe 125 800 150 300 600
PSI PSI PSI PSI PSI
ø2”a 12” ø14”a 24”
-20 a 100 - - 2.000 285 740 1.480
-20 a 150 200 150 1.970 - - -
200 190 135 1.940 260 675 1.350
225 180 130 - - - -
250 175 125 1.915 - - -
275 170 120 - - - -
300 165 110 1.895 230 655 1.315
325 155 105 - - - -
350 150 100 1.875 - - -
375 145 - - - - -
400 140 - 1.850 200 635 1.270
425 130 - - - - -
450 125 - 1.810 - - -
500 - - 1.735 170 600 1.200
550 - - 1.640 - - -
600 - - 1.540 140 550 1.095
650 - - 1.430 125 535 1.075
700 - - 1.305 110 535 1.065
750 - - 1.180 95 505 1.010
800 - - 1.015 80 410 825
850 - - 800 65 270 535
900 - - 600 50 170 345
950 - - 425 35 105 205
1000 - - 235 20 50 105
(1) Ver nota 1, na página seguinte.

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Tabela I.2:
MATERIAIS
Tempe- ASTM-A-352-LC3 ASTM-A-352-LCB
ratura (2) (3)
ºF Classe Classe Classe Classe Classe Classe
150 300 600 150 300 600
PSI PSI PSI PSI PSI PSI

-20 a 100 290 750 1.500 265 695 1.390


200 260 750 1.500 250 655 1.315
300 230 730 1.455 230 640 1.275
400 200 705 1.410 200 620 1.235
500 170 665 1.330 170 585 1.165
600 140 605 1.210 140 535 1.065
650 125 590 1.175 125 525 1.045
700 110 570 1.135 110 520 1.035
750 95 505 1.010 95 475 945
800 80 410 825 80 390 780
850 65 270 535 65 270 535
900 50 170 345 50 170 345
950 35 105 205 35 105 205
1000 20 50 105 20 50 105
Notas:
1)Uso prolongado acima de 800ºF (426ºC) , permitido mas não recomendado.

2)Não deve ser utilizado acima de 650ºF (343ºC). Para trabalho a baixa
temperatura o limite é de -150ºF (-101ºC).

3)Não deve ser utilizado acima de 650ºF (343ºC). Para trabalho a baixa
temperatura o limite é de -50ºF (-45ºC).

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Tabela I.3:
MATERIAIS
Tempe- ASTM-A-217-C5 ASTM-A-217-WC1
ratura (1)
ºF Classe Classe Classe Classe Classe Classe
150 300 600 150 300 600
PSI PSI PSI PSI PSI PSI

-20 a 100 290 750 1.500 265 695 1.390


200 260 750 1.500 260 680 1.360
300 230 730 1.455 230 655 1.305
400 200 705 1.410 200 640 1.280
500 170 665 1.330 170 620 1.245
600 140 605 1.210 140 605 1.210
650 125 590 1.175 125 590 1.175
700 110 570 1.135 110 570 1.135
750 95 530 1.065 95 530 1.065
800 80 500 995 80 510 1.015
850 65 440 880 65 485 975
900 50 355 705 50 450 900
950 35 260 520 35 280 560
1000 20 190 385 20 165 330
1050 *20 140 280 - - -
1100 *20 105 205 - - -
1150 *20 70 140 - - -
1200 *20 45 90 - - -
Notas:
1)Uso prolongado acima de 850ºF (454ºC), permitido mas não recomendado.
*Somente para válvulas com extremidades para solda.

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Tabela I.4:
MATERIAIS
Tempe- ASTM-A-351-CF8 ASTM-A-351-CF8M
ratura
ºF Classe Classe Classe Classe Classe Classe
150 300 600 150 300 600
PSI PSI PSI PSI PSI PSI

-20 a 100 275 720 1.440 275 720 1.440


200 235 600 1.200 240 620 1.240
300 205 530 1.055 215 560 1.120
400 180 470 940 195 515 1.030
500 170 435 875 170 480 955
600 140 415 830 140 450 905
650 125 410 815 125 445 890
700 110 405 805 110 430 865
750 95 400 795 95 425 845
800 80 395 790 80 415 830
850 65 390 780 65 405 810
900 50 385 770 50 395 790
950 35 375 750 35 385 775
1000 20 325 645 20 365 725
1050 *20 310 620 *20 360 720
1100 *20 260 515 *20 325 645
1150 *20 195 390 *20 275 550
1200 *20 155 310 *20 205 410
1250 *20 110 220 *20 180 365
1300 *20 85 165 *20 140 275
1350 *20 60 125 *20 105 205
1400 *20 50 95 *20 75 150
1450 *15 35 70 *20 60 115
1500 *10 25 50 *15 40 85

*Somente para válvulas com extremidades para solda.

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