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3.

A receção do documento sinodal na Ásia

Este capítulo analisa os efeitos que a Ecclesia in Asia teve nas Igrejas da Ásia e as
transformações que a missão.

A introdução da Ecclesia in Asia levou à Ásia o apelo duma missão ampliada e a


preparação duma grande colheita do seu fruto é esperado por muitos. A entrada para o terceiro
milénio da vida cristã na Ásia foi marcada com as palavras do Papa João Paulo II. Hoje,
depois de duas décadas da sua introdução, a receção do documento é analisada pelos vários
meios como nas Igrejas da Ásia.

Pulus Budi Kleden, sdesdeuperior geral de SVD (Missionários de Verbo Divino) desde
2018, no seu artigo publicado no jornal de Vidyajyoti Journal of Theological Reflections
partilhou algumas ideias sobre a receção da exortação Ecclesia in Asia na Indonésia.1 O autor
apontou que a assembleia da Igreja católica de Indonésia de ano 2000 não fez referência
nenhuma sobre a exortação.2 Embora que o foco da assembleia do sínodo dos bispos era sobre
as pequenas comunidades cristãs, nenhuma referência é encontrada sobre o número 243 da
exortação, o que se indica sobre as comunidades básicas na Igreja.4

“Nos anos de 2003, 2004 e 2006, a conferência episcopal da Indonésia, em suas


assembleias anuais, discutiu e depois publicou três ‘Nota Pastoral’ com o foco no tema da
Justiça Social: ‘Social Justice for All’ (2003), ‘Public Civility: Towards a New Nacional
Habitus’ (2004) e ‘Economic Justice’ (2006). São os três documentos importantes que
orientam os católicos indonésios em seu compromisso de colaborar com os outros
cidadãos para promover a justiça. De novo, aqui não encontramos nenhuma menção ao
sínodo ou à exortação Ecclesia in Asia. A Conferência Episcopal fez uma declaração
sobre a educação católica em 2008, sobre a ecologia em 2013 e sobre a juventude em
2018. As declarações não se referiam ao Sínodo ou aos documentos oficiais publicados
pelo Vaticano após o Sínodo, apesar de essas questões foram tratadas como temas
sinodais. Os capítulos cinco e seis da Ecclesia in Asia tratam explicitamente da questão da
justiça social e do desenvolvimento humano”.5

Uma outra observação que apresenta o sinal do pouco reconhecimento da exortação é o


número dos trabalhos académicos feitos pelos alunos e professores de várias faculdades de
1
Cf. Paulus Budi Kleden, «Challenges for the Christian Mission in Indonesia. 20 Years after Ecclesia in Asia -
Part I», Vidyajyoti Journal of Theological Reflection 85, n.o 1 (janeiro de 2021): 61–76.
2
Cf. Kleden, 64.
3
Cf. João Paulo II, «Exortação Apostólica Pós-Sinodal Ecclesia In Asia», em Acta Apostolicae Sedis, 10 Junho
2000, 6 (Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 1999), 489–91,
https://www.vatican.va/archive/aas/documents/AAS-92-2000-ocr.pdf.
4
Cf. Kleden, «20 Years after Ecclesia in Asia - Part I», 64.
5
Kleden, 62–63.
teologia na Ásia. Professor Kleden deu o exemplo dos alunos de Catholic Institute of
Philosophy and Theology em Flores, Indonésia, ao longo do seu tempo de serviço como
professor na instituição, que mostraram muito pouco interesse nos temas relacionados à
exortação ou sínodo nos seus temas de teses, que eram obrigatórios para adquirir a diploma do
curso.6 E continua Kleden: “É bastante óbvio que o sínodo foi apenas um evento isolado
celebrada em Roma durante quatro semanas e a exortação serve-se como apenas mais um
documento eclesial lutando por reconhecimento e aceitação”.7

John M Prior no seu artigo apresenta um dos bispos que comenta sobre a sínodo como:
“Sim, eles filtraram nossas propostas, mas qual é a necessidade de ser preocupado sobre o
assunto? Quando voltarmos para casa, continuaremos a filtrar as deles”.8 Na realidade, tal
como os bispos da Indonésia, maioria dos bispos da Ásia não fizeram grandes anúncios sobre
a exortação ou sínodo para ajudar na revitalização da missão e evangelização na Ásia.9 Ao
contrario da exortação os documentos de FABC sempre foram aceitos e divulgados entre as
Igreja locais da Ásia.

O diálogo apontado pela exortação não tem a sua história nas Igrejas locais da Ásia.

3.1. The triple dialogue10

Desde a sua fundação em 197011 a FABC sempre preocupou com a importância de diálogo
na Ásia. O encontro dos bispos da Ásia com o Papa Paulo VI, na ocasião da sua visita à Ásia,
tomou-se a resolução para entrar em diálogo com os irmãos das outras religiões da Ásia.
Além disto também ajudou para aprender com uns aos outros e enriquecer mutuamente na
espiritualidade com o objetivo de trabalhar juntos para alcançar o progresso humano.12

Embora que a exortação Ecclesia in Asia conseguiu a despertar o espírito do diálogo


novamente na Ásia, não foi ela que iniciou o diálogo nas Igrejas da Ásia. O diálogo já existia
nas agendas da FABC desde a sua fundação, tal como nas Igrejas locais da Ásia. A primeira
assembleia plenária da FABC em 1974, quatro anos depois da sua fundação, começou a
desenvolver as ideias sobre uma nova perspetiva de diálogo que abranja as três faces da

6
Kleden, 63.
7
Kleden, 64.
8
John Mansford Prior, «A Tale of Two Synods: Observations on the Special Assembly for Asia»,
Sedos 30, n.o 8–9 (setembro de 1998): 222.
9
Cf. Kleden, «20 Years after Ecclesia in Asia - Part I», 64.
10
Jonathan Yun-Ka Tan, «Towards Asian Liturgical Inculturation. Investigating the Resources in the Documents
of the Federation of Asian Bishop´s Conferences (FABC) for Developing an Asian Theology of Liturgical
Inculturation», FABC Papers, n.o 89 (dezembro de 1999): 29.
11
«History of FABC», 2022, https://fabc.org/history/. “In 1970, 180 Roman Catholic Bishops of Asia gathered
at a meeting in Manila for a week and Saint Pope Paul VI was present for the latter part of that meeting. It is at
this meeting that the FABC was born”.
12
Cf. Tan, «Towards an Asian Inculturation», 29–30.
sociedade (Culturas asiáticas,13 religiões14 e a grande população dos pobres15) e assim surgiu o
termo Diálogo Triplo.16 O apelo para o diálogo triplo, mais uma vez é destacado na quinta
assembleia plenária da FABC em Bandung, na Indonésia no ano de 1990:

“Nesta perspetiva, a missão, sendo uma continuação no mesmo Espírito da missão


de Cristo, envolve a parte de estar com o povo, tal como Jesus estava: O Verbo se fez
carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Portanto, a missão inclui: estar com as pessoas,
respondendo às suas necessidades, sem esquecer e respeitar à presença de Deus nas
culturas e outras tradições religiosas, e testemunhando os valores do Reino de Deus
através da presença, da partilha solidária e da palavra. A missão também significará um
diálogo com os pobres da Ásia, com suas culturas locais e com outras tradições
religiosas”.17

Neste sentido a Igreja torna-se um parceiro dos participantes do diálogo que exclua a
possibilidade de competição e promova o respeito mútuo.18

3.1.1. Diálogo com as culturas asiáticas

A primeira assembleia plenária de FABC focou na importância da construção das Igrejas


locais que refletem as qualidades do povo onde são incorporadas. É a visão duma Igreja que
se encarna nas pessoas, que se torna indígena e foca na inculturação. Isto significa que a
Igreja concretamente tem de estar em diálogo continuo, caraterizada pelas humildade e amor.
Assim ela adapta-se às realidades dos povos a onde é enraizada e a vida das povoações da
terra torna-se a vida da Igreja.19

“A Igreja procura partilhar o que verdadeiramente pertence a esse povo: os seus


significados e os seus valores, as suas aspirações, os seus pensamentos e a sua linguagem, as
suas canções e a sua arte – até as suas fragilidades e falhas, assume-as, para que também elas
sejam sanadas. Pois assim o Filho de Deus assumiu a totalidade de nossa condição humana
13
Cf. Vimal Tirimanna, ed., Fifty Years of Asian Pastoral Guidance: Collection of the Statements of the Asian
Bishops’ Meeting and the Plenary Assemblies of the Federation of Asian Bishops’ Conference (FABC)  : (1970-
2020), 1.a ed. (Bangkok, Thailand: Hemmarus Prepress Co., 2020), 7.
“Indigenization renders the local church truly present within the life and cultures of our peoples. Through it, all
their human reality is assumed into the life of the Body of Christ, so that all of it may be purified and healed,
perfected and fulfilled”.
14
Cf. Tirimanna, 7. “Through the second task, the Asian religions are brought into living dialogue with the
Gospel, so that the seeds of the Word in them may come to full flower and fruitfulness within the life of our
peoples”.
15
Cf. Tirimanna, 7–8. “Finally, through the “preaching of the good news to the poor” (Lk 4:18), Christ’s
renewing life and the power of His paschal mystery is inserted into our peoples’ search for human development,
for justice, brotherhood and peace”.
16
Cf. Tirimanna, 4–6.
17
Tirimanna, 98.
18
FABC Office of Ecumenical & Interreligious Affairs (OEIA), «A Glimpse at Dialogue in Asia, 30th
Anniversary, First Bishop’s Institute for Interreligious Affairs (BIRA)», FABC Papers, BIRA, n.o 131 (agosto de
2010): 12–13.
19
Cf. Tirimanna, Fifty Years of Asian Pastoral Guidance, 4.
decaída (salvo apenas pelo pecado) para que Ele pudesse torná-la verdadeiramente sua e redimi-
la em Seu mistério pascal”.20

Na tentativa de entrar em diálogo, a Igreja local tem de reverenciar as notáveis tradições


religiosas da Ásia e não desvalorizar o poder espiritual que elas tinham em formação das
vidas humanas no seu redor.21 Nesta conquista dos corações o respeito é mutual é muito
importante. As conversas relacionadas à fé e tradições sempre necessitam mais atenção, para
que eles não caminhadas nos caminhos certos podem magoar os corações. 22

A II Assembleia Plenária da FABC convida a Igreja na Ásia a melhorar o seu aspeto de


oração e a tornar-se uma comunidade inteiramente alicerçada na oração e a mesma há de estar
devidamente inserida no tempo e na cultura dos povos de hoje.23 Na conclusão da Consultação
Teológica de Ofício da Evangelização da FABC em Hua Hin, Tailândia, os números 20 a 21
explicam sobre as perspetivas da Igreja em diálogo com as culturas da Ásia. Tocando ao
conhecimento dos Padres da Igreja sobre as tradições Greco-Romano o Ofício da
Evangelização referiu ao sonho da Igreja da Ásia de ‘sentir em casa’ com a cultura a onde ela
é enraizada.24 O termo cultura é utilizado como a união de “todas as culturas emergentes na
Ásia, e é uma combinação dos diversos elementos da civilização moderna que ainda enraizada
nos valores de tradição local”. 25 A Consultação da FABC também indicou sobre a
importância de ser empáticos com as culturas de grandes tradições da fé, uma vez que o
cristianismo na Ásia seja uma minoria e partilha o mesmo sentimento, esperança e reações
semelhantes com as outras.26

O diálogo com as culturas ajuda a compreender bem a sociedade em a Igreja faz a sua
missão e ajuda na integração com a sua volta. “Nossas Igrejas devem estar em sintonia com o
ritmo da sociedade em geral, sabendo o que está a acontecer, conhecendo os valores, ideias e
conceições da sociedade”.27 A Igreja inculturada consegue apresentar as suas opiniões sem ser
criticada. Ao mesmo tempo ela consegue estar mais próxima dos povos que partilham a
mesma linguagem da cultura. “Como asiática, ela não é ameaçadora, mas desafiadora em seu
testemunho dos valores do Evangelho. Nesse sentido, interculturação significa comunicação

20
Tirimanna, 4–5.
21
Cf. Tirimanna, 15.
22
Cf. Tirimanna, 15.
23
Cf. Tirimanna, 26.
24
Cf. Federation of Asian Bishops’ Conferences, «Conclusion of the Theological Consultation of the FABC
Office of Evangelization, November 3-10, 1991, Hua Hin, Thailand», FABC Papers, The primacy of
proclamation in FABC statements, n.o 64 (dezembro de 1992): 28.
25
Federation of Asian Bishops’ Conferences, 28–29.
26
Cf. Federation of Asian Bishops’ Conferences, 29.
27
Federation of Asian Bishops’ Conferences, 29.
criativa usando os símbolos vivos disponíveis”.28 Assim mais uma vez o diálogo torna-se o
condutor principal de na integração da Igreja na cultura asiática.

3.1.2. Diálogo com as religiões asiáticas

A importância de entrar em diálogo com as religiões da Ásia foi reconhecido pela FABC
no início de 1970.29 O encontro dos bispos do mesmo ano tornou isto muito claro. Os planos
para constituir o Bishop’s Institutes for Interreligious Affairs (BIRA)30 iniciou em outubro de
1978, depois da reunião executiva de Office of Ecumenical and Interreligious Affairs (OEIA)
no início do mesmo ano para analisar o estado de diálogo inter-religioso nas Igrejas locais.31 A
resposta do questionário feito pelo OEIA apontou a falta de interesse geral ao diálogo inter-
religioso entre as Igrejas, especialmente nos níveis básicos da hierarquia. As duas razões
principais que causaram esta falta de interesse foram a falta de motivação e a falta de
investimento do recuso humano na área respetiva. O resultado ajudou a BIRA para realizar as
atividades pastorais concretas do diálogo na Ásia.32

No início as conferências de BIRA foram organizadas para ajudar os bispos que tinham
influências de Budismo e Islamismo. E ainda foi planeado mais uma conferência para os
bispos dos países que tinham uma maior influência de Hinduísmo. A aproximação ao diálogo
foi tomada numa maneira geral, mas os focos das assembleias sempre foram colocados no
diálogo inter-religioso, que seja ligada diretamente com cada uma das principais religiões.33
Não só as primeiras, mas todas as assembleias plenárias têm referências que se mostra a
importância do diálogo com as outras religiões.34É importante a apontar a inclusão dos

28
Federation of Asian Bishops’ Conferences, 29.
29
Cf. Tan, «Towards an Asian Inculturation», 32.
30
Federation of Asian Bishops’ Conferences, «Office of Ecumenical and Interreligious Affairs – FABC», FABC
(blog), 2022, https://fabc.org/oeia/.
The Bishops’ Institute for Interreligious Affairs (BIRA) were in the main programs which brought together
groups of bishops for the purpose of instructing them on the key issues which interreligious dialogue entails.
There were discussions on the Church’s documents, input on the theological issues, and study-sessions on how
to understand other religions. Each of these BIRA programs focused on one religion as the starting point for
reflections. Thus, BIRA I looked at Buddhist-Christian dialogue, while BIRA II looked at Muslim-Christian
dialogue and BIRA III at Hindu-Christian dialogue. These sessions were generally delivered by one or two
resource persons, most of whom were Catholic bishops or priests who were themselves scholars or theologians
in the religions and fields under discussion. They were attended by mostly bishops, but some bishops also
brought along with them their vicars, secretaries for the dialogue commissions, or some other keypersons from
their diocese or national conference. In general, most of the participants of the BIRA series were in leadership,
positions in the Church.
31
Cf. FABC Office of Ecumenical & Interreligious Affairs (OEIA), «A Glimpse at Dialogue in Asia», 11.
32
Cf. FABC Office of Ecumenical & Interreligious Affairs (OEIA), 12.
33
Cf. FABC Office of Ecumenical & Interreligious Affairs (OEIA), 12.
34
FABC I, 14-18, in FAPA I, 14-15; FABC II, 34-36, in FAPA I, 35; FABC III, 8.2, 17.4, in FAPA I, 57, 61 ;
FABC IV, 3.1.11, in FAPA I, 181; FABC V, 4.1-4.6, 7.3.2.3, in FAPA I, 281-82, 286; FABC VI, 14.2, in FAPA
II, 8; and FABC VII in FAPA III, 4, 12; FABC VIII, 95-98, in FAPA IV, 36-37.
Hindus, Muçulmanos, Budistas, Taoistas e Confucianos35 no workshop de BIRA V, 36 e assim
introduzir uma experiência viva com as religiões e com os seus representantes, dialogando
com eles no nível teológico e produzir os documentos inter-religiosos fieis à sua essência.37

A I assembleia plenária de FABC além de invocar a atenção das Igrejas locais à


importância da presença das religiões antigas do oriente sobre a construção da atual cultura
asiática também alinha com o decreto Ad Gentes que considera o diálogo e a familiarização
das tradições religiosas pode ajudar em descobrir as sementes da palavra de Deus
adormecidas e as conhecer numa forma melhor.38

“Ao longo dos séculos, as antigas religiões do oriente deram luz e força aos nossos
ancestrais. Expressaram os mais nobres anseios do coração de nosso povo, nossas mais
profundas alegrias e tristezas. Seus templos tenham sido os lares de contemplação e
oração. Moldaram nossa história e nossa maneira de pensar. Fazem parte da nossa cultura.
Para nós na Ásia, eles tenham sido a porta de entrada para Deus”.39

O diálogo com as religiões abre sempre a possibilidade de transmissão da fé Cristã, não


tanto como uma imposição, mas como um convite que se junta todos à um único objetivo
comum; a busca de Deus.40 O diálogo com as outras religiões não pode ser considerado
meramente como uma das atividades que os cristãos exercessem na Ásia, mas é o fator que
defina a essência dele na Ásia.41 Um foco comum também se conduz para uma maior amizade
e fraternidade entre os participantes. A FABC aponta que as grandes religiões da Ásia podem
ter a capacidade de iluminar o evangelho, numa maneira que possam reconhecer as riquezas
das próprias fés. E os bispos sugerem que o cristianismo pode, de volta, iluminá-los com uma
visão mais profunda sobre o homem e a dignidade humana. O cristianismo, além dos
mencionados, também pode oferecer os novos sentidos de amor, família e a vida.42

Dando a importância para as religiões da Ásia a FABC na sua primeira assembleia


plenária aponta que:

35
BIRA V/1 included Muslim representatives, BIRA V/2 Buddhists, BIRA V/3 Hindus, BIRA V/4 Taoists and
Confucians, and BIRA V/5 Muslims, Buddhist, Hindus, Taoists, and Confucians.
36
Cf. FABC Office of Ecumenical & Interreligious Affairs (OEIA), «A Glimpse at Dialogue in Asia», 32–40.
37
Cf. Ruben C. Mendoza, «Assuming All That Is Asian: Becoming a Truly Local Church in Dialogue», East
Asian Pastoral Review 50, n.o 1 (2013): 12.
38
Cf. Papa Paulo VI, «Ad gentes», em Acta Apostolicae Sedis, Decretum de activitate missionali ecclesiae 14
(Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 1965), 960, https://www.vatican.va/archive/aas/documents/AAS-58-1966-
ocr.pdf.
39
Cf. Tirimanna, Fifty Years of Asian Pastoral Guidance, 15–16.
40
Cf. Tirimanna, 16.
41
Cf. Tan, «Towards an Asian Inculturation», 33.
42
Cf. Tirimanna, Fifty Years of Asian Pastoral Guidance, 16.
“Neste diálogo, nós os aceitamos como elementos significativos e positivos na
economia do desígnio salvífico de Deus. Neles reconhecemos e respeitamos profundos
significados e valores espirituais e éticos. Ao longo de muitos séculos, eles foram o
tesouro da experiência religiosa dos nossos antepassados, da qual os nossos
contemporâneos não cessam de extrair luz e força. Foram (e continuam a ser) a expressão
autêntica dos nobres desejos dos seus corações, a morada da sua contemplação e oração.
Eles ajudaram a moldar as histórias e culturas de nossas nações”.43

Em relação as religiões a FABC também se fala sobre a presença de Espirito

3.1.3. Diálogo com os povos

Voltando novamente à primeira assembleia plenária de FABC, a federação explica que as


Igrejas da Ásia têm a obrigação de entrar em diálogo com os povos (ou com os pobres44) que
vai ajudar a Igrejas para experimentar a pobreza, a depravação e a opressão que maioria dos
povos asiáticos vivem nas suas vidas diárias.45 Viver as mesmas experiências em primeira
mão ajudou as Igrejas na sua missão no meio dos povos e para conhecer bem a área do
trabalho que encontram às suas voltas. Como é obvio, quando mais experiências que tenham
tanto mais empenhada fica a Igreja nos seus esforços de melhorar a vida social dos povos
asiáticos. Esta iniciativa de FABC é uma reafirmação daquilo que foi dito na introdução do
Sínodo dos Bispos em 1971. O documento, Justice in the world, dizia que todas as ações que
a Igreja faça em relação com a justiça e as ações que ela participa na transformação do mundo
são consideradas como a pregação do evangelho ao mundo. Ou seja, é a missão da Igreja para
a redempção da raça humana e a libertação dela da situação oprimida que esteja.46

Na história da salvação o pobre sempre foi colocado como o privilegiado da salvação. A


VI assembleia plenária de FABC também se aponta para o facto: uma atenção especial para os
oprimidos e pobres da sociedade.47

“Em profunda ‘solidariedade com a humanidade sofredora’ e guiados pelo Espírito da


vida, precisamos de mergulhar nas culturas de pobreza e de privação da Ásia, de cujas
profundezas as aspirações de amor e vida são mais pungentes e convincentes. O serviço à

43
Cf. Tirimanna, 5.
44
A I assembleia plenária de FABC número 19 explica o pobre como alguém seja pobre não em valores
humanos, qualidades, nem em potencial humano. Mas pobres, na medida em que são privados do acesso aos
bens e recursos materiais de que necessitam para criar para si uma vida verdadeiramente humana.
Desfavorecidos, porque vivem sob a opressão, ou seja, sob estruturas sociais, econômicas e políticas que
carregam a injustiça embutida neles(Tirimanna, 6.).
45
Cf. Tan, «Towards an Asian Inculturation», 35.
46
Cf. Tirimanna, Fifty Years of Asian Pastoral Guidance, 6–7.
47
Cf. Tirimanna, 121.
vida exige a comunhão com cada mulher e homem que busca e luta pela vida, no caminho
da solidariedade de Jesus com a humanidade.”48

A Ecclesia in Asia também segue a linha da FABC e os seus documentos sobre a o papel
da Igreja na vida dos povos oprimidos da sociedade asiática. “A Igreja, no caso da Ásia com a
sua multidão de pobres e oprimidos, é chamada a viver uma comunhão de vida tal que a
apresente particularmente comprometida num serviço de amor aos pobres e abandonados.”49
O diálogo que a Igreja da Ásia propõe com os pobres é concentrado no melhoramento da vida
daqueles que são marginalizados nas sociedades da Ásia. Os padres sinodais na assembleia
especial para a Ásia apresentaram o mesmo tema. A relação da Igreja com os podres é
transmitida desde Jesus pelos apóstolos ao longo do seu tempo da existência até aos dias de
hoje. Se a Igreja não se consegue dar atenção aos pobres que ‘jazem ao seu portão’, que
diferença tem ela com o rico da parábola do Lazaro e o rico.50

A vocação da Igreja é para assumir o rosto humano, imitando Cristo o primeiro Homem.
O rosto do pobre é assumido pela Igreja diariamente na sua missão. A Igreja não se pode fugir
das cruzes, mas aceitar com mais gosto. Ela não se fica para atras no tempo das perseguições
nem tem receio de esvaziá-la e tem coragem de ser a Igreja do pobre.51

O diálogo triplo para a FABC constitui uma essência única, cada um dos quais seria
distinguível, mas inseparável um do outro, se as Igrejas da Ásia deveriam ser verdadeiramente
servidores do Reino.52 Empenhar-se num só aspeto do diálogo exige um engajamento com os
outros dois, uma vez que a sociedade asiática é marcada pela diversidade cultural, pluralidade
religiosa e pobreza abjeta. Os pobres, na maioria das vezes, são membros de outra tradição
religiosa numa cultura muitas vezes que considera o cristianismo estrangeiro.53 O diálogo
implica uma escuta atenta e uma resposta criativa ao outro. Além disso, o diálogo triplo da
FABC deve ser entendido no contexto de desejo da Igreja asiática de ser verdadeiramente fiel
aos locais onde ela faz a sua missão, tanto ao evangelho quanto às suas respetivas culturas e
histórias.54 É uma expressão de seu compromisso de ser verdadeiramente asiática. Como

48
Tirimanna, 122.
49
João Paulo II, «Ecclesia in Asia», 503.
50
Lucas 16: 19 – 31
51
Mendoza, «Assuming All That Is Asian», 13.
52
Cf. Mendoza, 13. O autor refere para os três livros de Peter Phan que ele dedica a cada um destes temas.
Peter C. Phan, Christianity With an Asian Face: Asian American Theology in the Making (Maryknoll, New
York: Orbis Books, 2003).
Peter C. Phan, In Our Own Tongues: Perspectives from Asia on Mission and Inculturation (Maryknoll, NY:
Orbis Books, 2003).
Peter C. Phan, Being Religious Interreligiously: Asian Perspectives on Interfaith Dialogue (Maryknoll, NY:
Orbis Books, 2004).
53
Cf. Mendoza, «Assuming All That Is Asian», 13. A mesma observação é feita pelos padres sinodais na
assembleia especial para a Ásia, Ecclesia in Asia Nº 20.
54
Cf. Tirimanna, Fifty Years of Asian Pastoral Guidance, 59–61.
afirma a Sétima Assembleia Plenária da FABC: “Estamos comprometidos com a emergência
da asianidade da Igreja na Ásia. Isso significa que a Igreja deve ser uma personificação com a
visão asiática e dos valores da vida, especialmente na integridade, harmonia, numa abordagem
holística e inclusiva para todas as áreas da vida”.55

3.2. Harmonia entre as Igrejas e culturas56

3.3. Planos em relação a missão e diálogo na Igreja57

A FABC identifica os sinais em povos da Ásia, em seus corações, de quem procura de


Deus. Eles estão a procura duma espiritualidade profunda vivendo num mundo industrializado
e comercializado. Os povos estão com fome, mas não só de corpo, mas também pela
liberdade, dignidade e para uma vida de humana justa.58

A necessidade da construção da Igreja local!! A Igreja acredita que os povos da Ásia


conseguem encontrar a alegria, paz e irmandade pela evangelização pregada no meio deles. O
evangelho é o único tesouro que a Igreja tem na sua pose para oferecer à Ásia. A
concretização desta missão é feita pela construção das Igrejas locais.59

3.4. O desafio acolhido pela Igreja

O papa está a referir os documentos seus para apresentar os seus pensamentos. Mas na
realidade tudo o que dito na encíclica já foi dito por FABC ao longo dos anos, desde a sua
fundação.

3.5. As contradições entre a vida e palavra do Papa?!

One finds in the Pope a man who is very much pro-dialogue, but at the same time, one
who continues to make statements regarded as not in the service of dialogue. This reflects the
intra-personal tension the Holy Father goes through on account of his role as guardian of the

Catholic faith and that of Shepherd of the Catholic flock. As guardian his task is to
announce the privileged position of Christ and the Church, but as Shepherd his task is to
encourage greater dialogue between Catholics and persons of other religions. It is an
unenviable task, but John Paul II has managed a balance. He has learnt to accept both as
essential, necessary and complementary60.

55
Tirimanna, 138.
56
Tan, «Towards an Asian Inculturation», 48.
57
FABC All-Asia Conference on Evangelization, «Evanelization in Asia Today. The Statement of the FABC
All-Asia Conference on Evangelization, August 24-31 1988, Suwon, Korea.», FABC Papers, The primacy of
proclamation in FABC statements, n.o 64 (novembro de 1992): 20–23.
58
Tirimanna, Fifty Years of Asian Pastoral Guidance, 14–15.
59
Tirimanna, 15.
60
Edmund Chia, «Of Fork and Spoon or Fingers and Chopsticks: Interreligious Dialogue in Ecclesia in Asia»,
Sedos 32, n.o 7 (julho de 2000): 205.
3.6. O diálogo inter-religioso depois de Ecclesia in Asia

As assembleias de BIRA: como é que estas conferencias ajudaram para melhorar as


relações entre o cristianismo e as religiões da Ásia? (usar os documentos de BIRA61). Apontar
as medidas acolhidas pelos bispos da Ásia e as sugestões sugeridas pela BIRA.

A superioridade de Cristo em relação às outras religiões: o povo Cristã pensa que tem
mais oportunidade de alcançar o céu do que as outras pessoas que acreditam nas diversas
religiões (é uma espécie de crença de superioridade)

As religiões asiáticas são testemunhos da missão da Igrejas da Ásia. O diálogo com as


várias religiões da Ásia pode nem sempre correr bem. A missão e o diálogo que a Igreja
propõe para as religiões tem de ser modificados e renovados. A Igreja, desde foi introduzido à
Ásia, é rodeada pelas culturas, tradições e religiões que têm centenas dos anos da história. A
própria tradição pode dificultar o diálogo entre as várias religiões. Além dessas razões
também há outros impedimentos que dificultam o diálogo, como: medo, insegurança,
preconceitos, complexos de inferioridade e superioridade.62

É nesta situação que surge a importância de diálogo pela ação.

“Noventa e nove per cento das pessoas religiosas – além do Filipinas – professem
religiões não cristãs. Logo, a possibilidade de diálogo inter-religioso pelo ‘Diálogo da
vida’ e ‘Diálogo de ação’ são muitos. Muitas congregações religiosas tomaram iniciativas
para continuar e iniciar os diálogos com as várias entidades de religiões. Exemplo: pelos
centros religiosos, espiritualidade e diálogo inter-religiosos, ou cursos baseados nessas
áreas que possibilita mais envolvimento das várias entidades religiosas etc. Embora que
exista as formações e intercâmbios das crenças religiosas, ainda precisa de ser promovidas
mais oportunidades de diálogo na Ásia. Por exemplo, é bom que haja oportunidades de
diálogo entre os religiosos das várias religiões e tradições da Ásia. Para criar isto é
necessário de uma nova visão sobre as religiões, o Reino de Deus, da Igreja e vida
religiosa na Ásia.”63

3.6.1. Atualidade

3.6.2. Futuro

61
FABC Office of Ecumenical & Interreligious Affairs (OEIA), «A Glimpse at Dialogue in Asia».
62
Cf. Sr. Julma C. Neo, «The Witness of Consecrated Life in Asia Today», FABC Papers, Workshop discussion
guide, n.o 92b (janeiro de 2000): 14.
63
Neo, 9.

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