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"Eça de Queiroz, escritor português, nasceu em 25 de novembro de 1845, em Póvoa do

Varzim. Além de romancista, foi também advogado e diplomata. Ele é o principal


representante da escola realista em Portugal, com livros que provocaram escândalo em
sua época, como O crime do Padre Amaro e O primo Basílio."

A cidade e as serras é narrada por Zé Fernandes, que apresenta Jacinto, como tendo
nascido num "palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de
vinhedo, ...", que se situava nos Campos Elísios, nº 202, em Paris, a capital da Europa e
centro do mundo, no séc. XIX.
Jacinto Galeão, avô de Jacinto e defensor de D. Miguel, tinha por este grande gratidão,
pois o ergueu, quando escorregou numa casca de laranja. Daí ser fácil de compreender
que quando D. Miguel vai para o "final desterro", Dom Galeão terá dito: "Também cá não
fico!" e lá foi com a esposa Dª. Angelina Fafes (obesa e com barba) e o seu filho, o
Cintinho, habitar um palacete dos Campos Elísios.
Cintinho, o "Sombra", cresceu "esguio, lívido, ..., narigudo, silencioso, encafuado" e
acabou por casar com a filha do desembargador Velho, Teresinha Velho, ..., educada
num convento de Paris. Mas a felicidade pouco durou, "Cintinho cuspilhou sangue" e "três
meses e três dias depois do seu enterro" nasce Jacinto, cujo berço tinha "funcho e âmbar
para afugentar a "sorte ruim", ...".
"Jacinto medrou com segurança e rijeza, ...", " Não teve sarampo e não teve lombrigas.",
"As Letras, as Tabuadas, o Latim entraram por ele tão facilmente como o sol por uma
vidraça." E a sorte, essa, sempre o acompanhava. Devido ao funcho da avó Angelina?
Não sabemos, mas o apelido ficou - Príncipe da Grã Ventura.
"Rijo, rico e indiferente ao estado e ao Governo dos Homens, ...", só tinha uma ambição
"compreender as Ideias Gerais". Todos os seus amigos, (éramos três, contando com o
seu velho escudeiro preto, o Grilo) lhe conservaram sempre "amizades puras e certas",
sem que o luxo as avivasse ou o seu egoísmo as diminui-se.
E foi durante o tempo vivido no 202 dos Campos Elísios, que Jacinto desenvolveu a sua
Equação Metafísica, louvada pela mocidade dos grandes teatros e universidades de
Paris, que diz: "o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado" ou
matematicamente falando: Suma ciência X Suma Potencia = Suma felicidade

O romance trata de uma análise à vida rural e à vida urbana. José Fernandes apoia a
primeira, enquanto Jacinto, a segunda.
Jacinto não consegue se imaginar sem as modernices dos equipamentos e deseja tudo o
que há de mais moderno.
Ele, que vive em Paris - considerada o centro do mundo naquela época - acredita que a
felicidade do homem está na modernidade. Ao mesmo tempo, porém, ele considera-se
um dependente dessa situação, o que o incomoda.
Seu regresso às origens, em Portugal - que nesse momento não progredia - faz com que
Jacinto passe a valorizar a natureza e abrir mão das tecnologias.

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