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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

GABRIEL MUNIZ DE ANDRADE - 20190179291


GESIEL GOMES DUARTE - 20180017280
MARCELO DE SOUZA OLIVEIRA JÚNIOR - 20190142139
PEDRO GALDINO ALVES LEAL BORGES - 20190127517

ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO I – MEMORIAL: UNIDADE III


Projeto estrutural de uma edificação residencial multifamiliar

JOÃO PESSOA - PB
2022
GABRIEL MUNIZ DE ANDRADE - 20190179291
GESIEL GOMES DUARTE - 20180017280
MARCELO DE SOUZA OLIVEIRA JÚNIOR - 20190142139
PEDRO GALDINO ALVES LEAL BORGES - 20190127517

ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO I – MEMORIAL: UNIDADE III


Projeto estrutural de uma edificação residencial multifamiliar

Relatório referente ao desenvolvimento da etapa


de dimensionamento e detalhamento de
armadura de lajes de um projeto estrutural de
concreto armado, apresentado como requisito
para avaliação de desempenho na disciplina de
Estrutura de Concreto Armado I, sob orientação
do Prof. Dr. Enildo Tales Ferreira.

JOÃO PESSOA - PB
2022

1
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 6

2. PROCEDIMENTO 6

3. DISCRETIZAÇÃO DAS LAJES 7


3.1. LAJES TRATADAS 7
3.2. DIREÇÃO DA ARMADURA 8
3.3. VINCULAÇÃO DAS LAJES 9

4. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ALTURA DAS LAJES 11

5. CÁLCULO DAS AÇÕES 14


5.1. CARGAS PERMANENTES 14
5.1.1. Peso próprio dos elementos estruturais 14
5.1.2. Peso próprio das paredes e revestimento 14
5.1.3. Peso próprio do contrapiso, revestimento de piso e forro das lajes do pavimento-tipo 15
5.2. CARGAS VARIÁVEIS 15
5.3. COMBINAÇÃO QUASE PERMANENTE 16

6. VERIFICAÇÃO DAS FLECHAS DAS LAJES 18


6.1. VALORES LIMITES DAS FLECHAS 18
6.2. CÁLCULO DA FLECHA ELÁSTICA 19
6.3. CÁLCULO DO EFEITO DA FLUÊNCIA 20
6.4. DETERMINAÇÃO DE NOVAS ALTURAS PARA AS LAJES 22
6.5. DETERMINAÇÃO DO CARREGAMENTO TOTAL SOBRE AS LAJES 22

7. CÁLCULO DOS MOMENTOS FLETORES ATUANTES SOBRE AS LAJES 23


7.1. DETERMINAÇÃO DOS MOMENTOS 23
7.2. COMPATIBILIZAÇÃO E MAJORAÇÃO DOS MOMENTOS 27
7.2.1. Momentos negativos 27
7.2.2. Momentos positivos 28
7.3. CÁLCULO DA ALTURA ÚTIL MÍNIMA 29

8. CÁLCULO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS 30

9. SIMBOLOGIA PARA AS ARMADURAS LONGITUDINAIS 32

10. DETALHAMENTO DAS ARMADURAS DAS LAJES 34


10.1. ÁREA MÍNIMA DO AÇO E DA BITOLA 34
10.2. ESPAÇAMENTO, QUANTIDADE, COMPRIMENTO DAS BARRAS 35
10.2.1. Quantidade de Barras 35
10.2.2. Comprimento das Barras - Armadura positiva 36
10.2.3. Comprimento das Barras - Armadura negativa 36

11. QUADRO DE VOLUME DE CONCRETO E DE ÁREA DE FÔRMAS DAS LAJES 39

12. QUADRO DE FERRAGENS 40

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41

2
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização das Lajes L5, L6 e L12. 7


Figura 2: Detalhamento das Lajes L5, L6 e L12. 8
Figura 3: Vínculos das lajes. 9
Figura 4: Vínculos, casos e direções das armaduras das lajes L5, L6 e L12. 10
Figura 5: Leitura do projeto de armação: Armação positiva 33
Figura 6: Leitura do projeto de armação: Armação Negativa 33
Figura 7: Taxa mínima de armadura para seções retangulares 34
Figura 8: Detalhamento das Armaduras longitudinais em planta 38
Figura 9: Planta de fôrmas 39

3
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores de 2 utilizados no pré-dimensionamento das lajes de duas direções. 12


Tabela 2: Valores de 2 para lajes armadas em uma direção. 12
Tabela 3: Valores de 3 para altura das lajes. 13
Tabela 4: Vínculos, casos, direções (armaduras), pré-dimensionamento- Lajes: L5, L6 e L12. 13
Tabela 5: Valores do coeficiente f2. 17
Tabela 6: Cargas que agem sobre as lajes. 17
Tabela 7: Limites para deslocamentos. 18
Tabela 8: Coeficientes para cálculo de flechas elásticas em lajes retangulares submetidas a
carregamento uniformemente distribuído. 20
Tabela 9: Valores limites das flechas, flechas elásticas e flechas considerando o efeito da fluência
nas lajes. 21
Tabela 10: Alturas dimensionadas das lajes. 23
Tabela 11: Carregamento total atuante sobre as lajes. 23
Tabela 12: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 1. 24
Tabela 13: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 2. 24
Tabela 14: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 3. 25
Tabela 15: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 4. 25
Tabela 16: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 5. 26
Tabela 17: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 6. 26
Tabela 18: Momentos máximos calculados para as lajes. 27
Tabela 19: Compatibilização e majoração dos momentos negativos. 28
Tabela 20: Compatibilização e majoração dos momentos positivos. 29
Tabela 21: Altura útil mínima das armaduras positivas e negativas. 30
Tabela 22: Valores para cálculo de armadura longitudinal de seções retangulares para concreto até a
classe C50. 31
Tabela 23: Área das armaduras das lajes. 32
Tabela 24: Bitolas e espaçamentos 35
Tabela 25: Quantidade de Barras 35
Tabela 26: Comprimento das Armaduras em Gerais 38
Tabela 27: Volume de concreto e área de fôrmas das lajes. 40
Tabela 28: Quadro de ferragens geral. 40
Tabela 29: Quadro de ferragens resumido. 41

4
LISTA DE ABREVIAÇÕES

L5 - LAJE DENOMINADA COMO A N° 5


L6 - LAJE DENOMINADA COMO A N° 6
L12 - LAJE DENOMINADA COMO A N° 12

𝑙𝑥 - COMPRIMENTO DO MENOR VÃO DA LAJE

𝑙𝑦 - COMPRIMENTO DO MAIOR VÃO DA LAJE

Ψ - LETRA GREGA ÔMEGA USADA PARA COEFICIENTES

𝑃 - PESO PRÓPRIO

γ - PESO ESPECÍFICO DO MATERIAL

𝑄 - CARGA VARIÁVEIS

γ𝐹 - O COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO DAS AÇÕES PARA ESTADOS-LIMITES DE


SERVIÇO

𝐹 - FLECHA ELÁSTICA;

𝑃 - CARGA PROVINDA DA COMBINAÇÃO OU DA CARGA VARIÁVEL SOMENTE;

𝐻 - ESPESSURA DAS LAJES;

𝐸𝐶𝑆 - MÓDULO DE DEFORMAÇÃO SECANTE,

𝑃 - A CARGA TOTAL UNIFORMEMENTE DISTRIBUÍDA SOBRE A LAJE;


𝐿𝐴𝐽𝐸𝑆
𝑉𝐶𝑂𝑁𝐶𝑅𝐸𝑇𝑂 - VOLUME DE CONCRETO DA LAJE;

𝐴𝐿𝐴𝐽𝐸 - ÁREA DA LAJE;

𝐻𝐿𝐴𝐽𝐸 - ALTURA DIMENSIONADA PARA A LAJE.

5
1. INTRODUÇÃO

O cálculo estrutural é a área da Engenharia Civil que visa a elaboração de projetos


estruturais que sejam capazes de garantir a estabilidade das edificações que serão construídas
com base nesses projetos. Assim, tem-se que uma das partes fundamentais dessa área de
estudo trata do dimensionamento dos elementos estruturais que compõem esses projetos.
Este relatório se focaliza principalmente no tratamento do dimensionamento de lajes
maciças, construídas em concreto armado, e do detalhamento de suas armaduras.
Especificamente, da aplicação do método descrito em Carvalho, 2014, para a determinação
desses fatores em três lajes retiradas do projeto estrutural tratado no trabalho anterior da
disciplina, as lajes L5, L6 e L12.

2. PROCEDIMENTO

Para a execução desses dimensionamentos, foram empregados os seguintes passos, de


acordo com Carvalho, 2014:

● Discretização das lajes;


● Pré-dimensionamento da altura das lajes;
● Cálculo das cargas sobre as lajes;
● Verificação das flechas das lajes;
○ Determinação de novas alturas para as lajes;
○ Determinação do carregamento total sobre as lajes;
○ Determinação das novas flechas das lajes (caso necessário);
● Cálculo dos momentos fletores atuantes sobre as lajes;
○ Cálculo da altura útil mínima;
● Cálculo das armaduras longitudinais;
● Detalhamento das armaduras das lajes;
● Montagem do quadro de volume de concreto e de área de fôrmas das lajes;
● Montagem do quadro de ferro;

6
3. DISCRETIZAÇÃO DAS LAJES

3.1. LAJES TRATADAS

As lajes tratadas neste relatório, como citado anteriormente, foram retiradas do


projeto estrutural pré-dimensionado no trabalho anterior. Elas são as lajes L5, L6 e L12 do
pavimento tipo do edifício do relatório prévio.
As lajes serão tratadas isoladamente do resto do pavimento e os vínculos que elas
assumiram com outras lajes não serão considerados neste trabalho. As lajes estão
representadas na figura 1, abaixo:

Figura 1: Localização das Lajes L5, L6 e L12.

Fonte: Autoral, 2022.

7
Figura 2: Detalhamento das Lajes L5, L6 e L12.

Fonte: Autoral, 2022.

3.2. DIREÇÃO DA ARMADURA

Como descrito no relatório anterior, as direções das armaduras das lajes dependem da
relação entre os tamanhos de seus vãos, segundo a fórmula:

𝑙𝑦
λ= 𝑙𝑥

Sendo: 𝑙𝑥 , o comprimento do menor vão da laje; e, 𝑙𝑦, o comprimento do maior.


Tem-se, então, que:

λ ≤ 2 ⇒ Laje armada em duas direções (armação nas direções dos dois vãos da laje).
λ > 2 ⇒ Laje armada em uma direção (armação na direção do menor vão da laje)

As direções das armaduras das lajes tratadas estão representadas na figura 3 e na


tabela 1, no tópico 3.3.

8
3.3. VINCULAÇÃO DAS LAJES

Como também foi descrito no relatório anterior, a vinculação das lajes trata do modo
como as lajes se relacionam com seus apoios. No caso das lajes tratadas, foram adotados dois
critérios para essa caracterização:

● Se 2/3 do valor de cada uma das dimensões (vertical e horizontal) da laje cujo apoio
está sendo avaliado, for menor ou igual ao valor de cada uma das dimensões
(respectivamente) da laje vizinha, a laje avaliada será engastada em sua vizinha. Ou
seja:

2
3
· 𝑙𝐴(𝑥,𝑦) ≤ 𝑙𝐵(𝑥,𝑦) ⇒ Laje A está engastada na laje B

● Quando a laje não possuir lajes adjacentes em determinado trecho, ela será
considerada como bi-apoiada naquele trecho (isso inclui os lados onde as lajes que
estão sendo tratadas isoladamente antes se apoiavam em outras).

Com base nesses dois critérios, os apoios de cada uma das lajes puderam ser
caracterizados e, assim, pode-se classificar essas lajes em um dos nove casos de vinculação
descritos em Carvalho, 2014, segundo a figura 2, abaixo:

Figura 3: Vínculos das lajes.

Fonte: Carvalho (2014).

9
Isso será útil na aplicação dos próximos passos do dimensionamento. Tem-se,
portanto, que as lajes podem ser caracterizadas da seguinte forma, descrita na tabela 4, no
tópico 4, e na figura 3, abaixo:

Figura 4: Vínculos, casos e direções das armaduras das lajes L5, L6 e L12.

Fonte: Autoral, 2022

10
4. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ALTURA DAS LAJES

No processo de dimensionar elementos estruturais, primeiramente, se faz necessário o


seu pré-dimensionamento, para que possam ser estimadas as cargas que serão usadas como
referência para o dimensionamento. No caso das lajes, como duas de suas dimensões (o maior
e o menor vão) já são conhecidas, tanto o dimensionamento, quanto o pré-dimensionamento
tratam da altura delas. Essa altura pode ser estimada por meio da seguinte fórmula, retirada
de Carvalho, 2014:

ℎ = 𝑑 + 𝑐 + 1, 5 · ϕ

Sendo:

● 𝑐, o valor do cobrimento da armadura, que depende do grau de agressividade do local.


No caso deste projeto, adota-se uma Classe de Agressividade II. Portanto:
𝑐 = 25 𝑚𝑚, segundo a NBR 6118:2014, para lajes.
● ϕ, o diâmetro da armadura empregada. No caso desse projeto, foi adotado o aço CA
50, e o seu diâmetro foi definido, inicialmente, como: ϕ = 10 𝑚𝑚;
● 𝑑, a altura útil da laje, que depende das dimensões e da vinculação da laje e do tipo de
aço da armadura.

A altura útil da laje pode ser determinada por meio da seguinte inequação, também
retirada de Carvalho, 2014:

𝑙𝑥
𝑑 ≥ Ψ2·Ψ3

Sendo: 𝑙𝑥 , o comprimento do menor vão da laje; Ψ2, um coeficiente que depende das
vinculações, dimensões e armação das lajes; Ψ3, um coeficiente que depende do tipo de aço
utilizado nas armações. Sendo que, Ψ2 e Ψ3 podem ser determinados por meio das seguintes
tabelas, de acordo com Carvalho, 2014:

11
Tabela 1: Valores de Ψ2 utilizados no pré-dimensionamento das lajes de duas direções.

Fonte: Carvalho (2014).

Tabela 2: Valores de Ψ2 para lajes armadas em uma direção.

Fonte: Carvalho (2014).

12
Tabela 3: Valores de Ψ3 para altura das lajes.

Fonte: Carvalho (2014).

Além dessa formulação, também é necessário garantir que o pré-dimensionamento


respeite os limites mínimos impostos pela ABNT NBR 6118:2014 para as alturas de lajes
maciças:

● 7 cm para cobertura, não em balanço;


● 8 cm para lajes de piso, não em balanço;
● 10 cm para lajes em balanço;
● 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
● 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
𝑙
● 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, com o mínimo de 42 para lajes de
𝑙
piso biapoiadas e 50
para lajes de piso contínuas;
● 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo, fora do capitel.

Por meio da aplicação das fórmulas citadas e respeitando os limites mínimos, as


alturas das lajes foram pré-dimensionadas e os resultados estão registrados na tabela 4,
abaixo:

Tabela 4: Vínculos, casos, direções (armaduras), pré-dimensionamento- Lajes: L5, L6 e L12.


Pré-dimensionamento das lajes L05, L06 e L12 do Pavimento Tipo

Tipo de laje: Maciça Densidade do concreto: 25,00 kN/m³ [Diâmetro da armadura


1,50 cm
(phi)]*1,5:
Aço: CA 50 Recobrimento (c): 2,50 cm
h-
Ly Lx Vincul h - u l. d- Altura
λ Tipo de U liz Altura
Laje (maior) (menor λ ação Ψ2 Ψ3 (cm) Esbelte calculad
arred armadura ação adotad
(m) ) (m) laje mínimo z (cm) a (cm)
a (cm)
Duas
L05 5,35 4,60 1,16 1,20 4 1,72 25 2 8 10,70 14,70 15
direções
Duas
L06 5,35 4,60 1,16 1,20 3 1,64 25 2 8 11,22 15,22 16
direções
Duas
L12 5,90 3,75 1,57 1,60 3 1,52 25 2 8 9,84 13,84 15
direções
Fonte: Autoral, 2022.

13
5. CÁLCULO DAS AÇÕES

5.1. CARGAS PERMANENTES

5.1.1. Peso próprio dos elementos estruturais

O peso próprio (𝑃) de um elemento pode ser determinado a partir de seu peso
específico (γ). Pois essa propriedade indica o quanto pesa um elemento, apresentando uma
determinada densidade padronizada, a cada determinada unidade de volume (𝑉). Portanto,
conhecendo o volume do elemento que será medido, pode-se determinar o peso por meio da
equação:

𝑃 = γ· 𝑉

O material adotado, nesse caso, é o concreto de classe C25. Tem-se, então, que:
γ𝑐𝑜𝑛𝑐. = 25 𝑘𝑁/𝑚³ .
No caso das lajes, que são um elemento estrutural de área, para determinarmos as
cargas que as comprimem (𝑞𝑙𝑎𝑗𝑒) por cada unidade de área, deve-se dividir o peso próprio de
cada laje (𝑃𝑙𝑎𝑗𝑒) pela sua área (𝐴𝑙𝑎𝑗𝑒), tem-se, portanto:

𝑞𝑙𝑎𝑗𝑒 = 𝑃𝑙𝑎𝑗𝑒/𝐴𝑙𝑎𝑗𝑒 = (γ𝑐𝑜𝑛𝑐. · 𝑉𝑙𝑎𝑗𝑒)/𝐴𝑙𝑎𝑗𝑒 = (γ𝑐𝑜𝑛𝑐. · ℎ𝑙𝑎𝑗𝑒 · 𝐴𝑙𝑎𝑗𝑒)/𝐴𝑙𝑎𝑗𝑒 = γ𝑐𝑜𝑛𝑐. · ℎ𝑙𝑎𝑗𝑒

Sendo: ℎ𝑙𝑎𝑗𝑒, a espessura da laje.

5.1.2. Peso próprio das paredes e revestimento

Para as cargas referentes ao descarregamento das paredes sobre as lajes, serão


consideradas as seguintes referências, retiradas da NBR 6120:1980:

● Blocos cerâmicos vazados:


○ Espessura nominal do elemento: 9 cm;
○ Espessura de revestimento por face: 2 cm;
○ Carga: 1,5 kN/m².
● Argamassa de cal, cimento e areia:
○ Espessura de revestimento por face: 1 cm;
○ Peso específico: 19 kN/m³.
Ou seja, a carga das paredes por metro quadrado é igual à:
𝑃𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 = 1, 5 + 0, 01 · 19 · 2 = 1, 88 𝑘𝑁/𝑚²
Algumas observações devem ser feitas quanto à distribuição da carga de paredes:

● As esquadrias devem ser consideradas como totalmente preenchidas por


alvenaria nos cálculos das ações em prol da segurança;
● As paredes que descarregam sobre as lajes atuam de formas diferentes em
lajes armadas em uma ou duas direções, pois o escoamento das cargas ocorre
de maneira distinta.

14
○ Nas lajes armadas em duas direções, o peso da parede exerce
influência sobre toda a laje. Sendo assim, deve-se calcular o peso
próprio das paredes e distribuí-lo sobre a área total da laje.
○ Nas lajes armadas em uma direção podem ocorrer duas situações:
■ Parede disposta na direção do menor vão, considera-se então o
peso distribuído em uma faixa de influência limitada por
𝑙𝑥 (𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣ã𝑜)/2 (parcialmente distribuído);
■ Parede disposta na direção do maior vão, nesse caso, a parede
será considerada uma carga concentrada ao longo de seu
comprimento, dessa maneira o cálculo é feito para faixas de 1
metro de largura.

5.1.3. Peso próprio do contrapiso, revestimento de piso e forro das lajes do


pavimento-tipo

Algumas das outras cargas que atuam sobre as lajes, segundo a NBR 6120:1980, são:

● Contrapiso:
○ Argamassa de cimento e areia;
○ Espessura: 4 cm;
○ Peso específico: 21 kN/m³.
● Revestimento de piso:
○ Edifícios residenciais e comerciais;
○ Espessura: 5 cm;
○ Carga: 1 kN/m².
● Forro: Não será considerado neste relatório.

𝑟𝑒𝑣𝑒𝑠.
𝑞𝑙𝑎𝑗𝑒 = 21 · 0, 04 + 1 = 1, 84 𝑘𝑁/𝑚²

As cargas permanentes que agem sobre as lajes tratadas, estão registradas na tabela 7,
no tópico 5.3.

5.2. CARGAS VARIÁVEIS

Segundo descrito na ABNT NBR 6120:1980, as cargas variáveis são as cargas


devidas ao uso e ocupação da edificação e elas são definidas de acordo com o propósito de
cada ambiente:

● Dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro: 1,5 KN/m²;


● Despensa, área de serviço e lavanderia: 2,0 KN/m²;
● Balcões, sacadas, varandas e terraços: 2,5 KN/m²;
● Escadas com uso comum: 3,0 KN/m²;
● Casa de máquinas de elevador de passageiros: 30 KN/m²;
● Poço de elevador de passageiros: 50 KN/m²;
● Coberta, com acesso apenas para manutenção ou inspeção: 1 kN/m².

Prevalecendo, sempre, a maior das cargas em caso de lajes que abarquem mais de um
ambiente.

15
As cargas variáveis que agem sobre as lajes tratadas, estão registradas na tabela 7, no
tópico 5.3.

5.3. COMBINAÇÃO QUASE PERMANENTE

Na análise das lajes em estudo, tomaremos o Estado de Limite Serviço (ELS), ou seja:
aquele relacionado “ao conforto do usuário e à durabilidade, aparência e boa utilização das
estruturas, seja em relação aos usuários, seja em relação às máquinas e aos equipamentos
suportados pelas estruturas”, segundo a ABNT NBR 6118:2014. Em concordância com isso,
adota-se a combinação quase permanente como a combinação de cargas que será aplicada,
nesse caso, pois ela avalia as cargas considerando a sua ação ao longo de grande parte da vida
útil da estrutura. Sendo essa combinação, também fundamental para a verificação do estado
limite de deformações excessivas da estrutura. Essa combinação é definida por:

𝑝 = 𝑔 + γ𝑓 · 𝑞

Sendo: 𝑝 = carga total da combinação; 𝑔 = cargas permanentes; 𝑞 = cargas


variáveis; e γ𝑓 = γ𝑓2 = o coeficiente de ponderação das ações para estados-limites de
serviço. Esse último, segundo a ABNT NBR 6118:2014, varia conforme o que se deseja
verificar:

● γ𝑓2 = 1, para combinações raras;


● γ𝑓2 = ψ 1, para combinações frequentes;
● γ𝑓2 = ψ 2, para combinações quase permanentes, que é o nosso caso.

Sendo ψ 2, definido segundo a seguinte tabela, retirada de Carvalho, 2014:

16
Tabela 5: Valores do coeficiente γ𝑓2.

Fonte: Carvalho (2014).

Tem-se, portanto, compilados na seguinte tabela 6, os valores de cargas permanentes,


variáveis e devidas à combinação quase permanente considerada em cada uma das lajes
tratadas, ou seja, o CQP (Carregamento quase permanente) e CV (Carregamento variável),
apresentado abaixo:

Tabela 6: Cargas que agem sobre as lajes.

Cálculo das ações das lajes Pavimento Tipo


Área da Peso da q - Carga Paredes Cargas
CV CQP
Laje laje laje distrib. Comprim Direção Cargas constru Ψ2
(kN/m²) (kN/m²)
(m²) (kN) (kN/m²) ento (m) do vão (kN/m²) (kN/m²)
L05 24,61 92,29 3,75 6,1 Ambas 1,212 1,84 1,50 0,3 7,25
L06 23,81 89,28 3,75 6,4 Ambas 1,314 1,84 1,50 0,3 7,35
L12 22,13 82,97 3,75 3,75 Menor 0,828 1,84 1,50 0,3 6,87
Fonte: Autoral, 2022

17
6. VERIFICAÇÃO DAS FLECHAS DAS LAJES

Na verificação das flechas a seguir, vale destacar que não foram considerados os
efeitos da fissuração e os efeitos da fluência foram determinados e adicionados ao final dos
cálculos aos efeitos devidos à combinação quase permanente. E, também, outro fator
importante é que as flechas foram determinadas separadamente para a combinação quase
permanente e para somente o valor das cargas variáveis.

6.1. VALORES LIMITES DAS FLECHAS

Primeiramente, iremos adotar valores limites de referência para os deslocamentos


(flechas) que as lajes tratadas podem sofrer. Como adotamos o ELS para os nossos cálculos,
e, como devemos então verificar o estado limite de deformações excessivas, de acordo com a
ABNT NBR 6118:2014, devemos tomar como referência os deslocamentos-limites relativos
aos limites de “aceitabilidade sensorial: o limite é caracterizado por vibrações indesejáveis ou
efeito visual desagradável”.
Outras observação pertinente para os desenrolar dos cálculos é que, visando levar em
consideração a deformação das vigas, considera-se que os deslocamentos limites se dão com
dois terços sobre a laje e um terço sobre as vigas. Ou seja, conforme Carvalho, 2014, os
deslocamentos sofridos pela laje devem ser inferiores à 2/3 dos limites recomendados na
NBR 6118:2014. Segundo a norma, tem-se a seguinte tabela, como referência para
determinação dos deslocamentos-limite:

Tabela 7: Limites para deslocamentos.

Fonte: ABNT NBR 6118:2014.

18
Considerando, também, para as lajes, apenas 2/3 desses limites, tem-se que:

2 𝑙𝑥 𝑙𝑥
● Combinação quase permanente:
3
· 250
= 375
;

2 𝑙𝑥 𝑙𝑥
● Carga acidental:
3
· 350
= 525
.

Para as lajes em estudo, tem-se que os valores limites para as flechas são conforme
registrado na tabela 9, no tópico 6.3.

6.2. CÁLCULO DA FLECHA ELÁSTICA

A determinação das flechas elásticas das lajes, ou seja, do valor das flechas sem
considerar a fissuração e a fluência, deve-se aplicar a seguinte fórmula, segundo Carvalho,
2014:

4
𝑝·𝑙𝑥 α
𝑓 = 𝐸𝐶𝑆·ℎ³
· 100

Sendo:

● 𝑓 = Flecha elástica;
● 𝑝 = Carga provinda da combinação ou da carga variável somente;
● 𝑙𝑥 = Comprimento do menor vão da laje;
● ℎ = Espessura das lajes;
● 𝐸𝐶𝑆 = Módulo de deformação secante, que, segundo a NBR 6118:2014, pode ser
determinado por meio de (adotando granito e gnaisse como agregado e fck de 25
MPa):
𝐸𝑐𝑖 = α𝐸 · 5600 · 𝑓𝑐𝑘 = 1 · 5600 · 25 = 28000 𝑀𝑃𝑎

𝑓𝑐𝑘 25
α𝑖 = 0, 8 + 0, 2 · 80
≤ 1, 0 → α 𝑖 = 0, 8 + 0, 2 · 80
= 0, 8625

𝐸𝑐𝑠 = α𝑖 · 𝐸𝑐𝑖 = 0, 8625 · 28000 → 𝐸𝑐𝑠 = 24150 𝑀𝑃𝑎

● α = Coeficiente para cálculo de flechas elásticas, que, segundo Carvalho, 2014, pode
ser encontrado, por meio do uso da seguinte tabela 8:

19
Tabela 8: Coeficientes α para cálculo de flechas elásticas em lajes retangulares submetidas a
carregamento uniformemente distribuído.

Fonte: Carvalho (2014).

Os resultados da aplicação dessa fórmula ao caso das lajes em estudo, estão expostos
na tabela 9, no tópico 6.3.

6.3. CÁLCULO DO EFEITO DA FLUÊNCIA

O termo fluência se refere às deformações sofridas pelos elementos estruturais


devidas à sua exposição à uma tensão constante ao longo do tempo. Normalmente, não são
consideradas as cargas variáveis no cálculo de seus efeitos, porém, nesse caso, como se
considera a atuação de uma combinação quase permanente, elas serão consideradas como
parte dessa combinação. Define-se, então, um fator de majoração de fluência (1 + α𝑖) que
será aplicado na combinação quase permanente, segundo Carvalho, 2014:

∆ξ
α𝑖 = 1+50·𝑝'

Sendo:

20
● 𝑝' = fator relacionado à área de armadura de compressão, ou seja, no nosso caso, é
igual a zero;
● ∆ξ = Coeficiente relacionado ao tempo de sujeição da estrutura à tensão constante.
→ ∆ξ = ξ(𝑡𝑓) − ξ(𝑡0)
𝑡 0,32
○ ξ(𝑡) = 0, 68 · 0, 966 · 𝑡 , para 𝑡 ≤ 70 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠;
○ ξ(𝑡) = 2, para 𝑡 > 70 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠;
○ ξ(𝑡𝑓) = ξ(∞) = 2 = tempo final;
○ ξ(𝑡0) = tempo inicial, relacionado com a retirada dos escoramentos, a favor
da segurança:
■ No caso do deste projeto, adotam-se 14 dias como o tempo de retirada
dos escoramentos: 𝑡0 = 14/30 = 0, 47.
0,47 0,32
■ Tem-se, então: ξ(0, 47) = 0, 68 · 0, 966 · 0, 47 = 0, 53

Tem-se, então, que:


2−0,53
α𝑖 = 1+50·0
= 1, 47
Portanto, as cargas da combinação quase permanente foram multiplicadas por:

1 + α𝑖 = 1 + 1, 47 = 2, 47
Temos, então, a seguinte tabela, onde estão compilados os dados referentes aos
valores limites das flechas, os valores das flechas elásticas de ambos os carregamentos
considerados e os valores das flechas da combinação quase permanente considerando o efeito
da fluência em cada uma das lajes em estudo:

Tabela 9: Valores limites das flechas, flechas elásticas e flechas considerando o efeito da
fluência nas lajes.

Flechas limites
Lajes Flechas atuantes
(m)
Lx Vinculaç Ecs h P/ CQP sem Para
λ Para o Para o Fluênc P/ CQP com
Laje (meno ão da Alfa (kN/ adot. fluência o CV
adot. CQP CV ia fluência (m)
r) (m) laje m²) (m) (m) (m)
0,0122 0,0087 3,3 2415 0,00
L05 4,60 1,20 4 0,15 0,001331 2,47 0,003286
67 62 4 0000 0275
0,0122 0,0087 4,0 2415 0,00
L06 4,60 1,20 3 0,16 0,001338 2,47 0,003305
67 62 2 0000 0273
0,0100 0,0071 5,0 2415 0,00
L12 3,75 1,60 3 0,15 0,000848 2,47 0,002095
00 43 9 0000 0185
Fonte: Autoral, 2022.

21
6.4. DETERMINAÇÃO DE NOVAS ALTURAS PARA AS LAJES

Comparando-se os valores limites listados na tabela 10 com os valores também


listados das flechas totais atuantes para ambos os carregamentos, percebe-se que essas
últimas se encontram bem abaixo dos limites permitidos. Devido a isso, é permitido
determinarmos as novas alturas menores para as lajes em estudo, respeitando os limites
impostos às flechas, visando, assim, uma redução no custo e na complexidade de execução da
obra. Essas novas alturas podem ser calculadas por meio da fórmula que utilizamos para o
cálculo das flechas elásticas, ao aplicarmos o valor do limite (𝑓𝑙𝑖𝑚) como o valor da flecha e
deixarmos a equação em função da altura (ℎ𝑚í𝑛), para cada um dos valores máximos de
flechas em cada uma das lajes em estudo, lembrando de considerar a fluência no caso do
carregamento quase permanente.

4
3 𝑝·𝑙𝑥·α·(1+α𝑖)
● Para o carregamento quase permanente: ℎ =
𝑚í𝑛 𝐸𝐶𝑆·𝑓𝑙𝑖𝑚·100

4
3 𝑝·𝑙𝑥·α
● Para as cargas variáveis: ℎ =
𝑚í𝑛 𝐸𝐶𝑆·𝑓𝑙𝑖𝑚·100

Visando favorecer a praticidade na execução das lajes e em favor da segurança, o


maior valor de altura calculado entre as três lajes, será arredondado para um valor superior e
adotado para as outras duas lajes. Tem-se, assim, a seguinte tabela de resultados:

Tabela 10: Alturas dimensionadas das lajes.

Laje Flechas limites máximas (m) Fluência h calculada (m) h adotada (m)

L05 CQP 0,003286 2,47 0,0967 0,10


L06 CQP 0,003305 2,47 0,1033 0,10
L12 CQP 0,002095 2,47 0,0891 0,10
Fonte: Autoral, 2022.

Destaca-se também, que foi possível o cálculo da altura útil para cada tipo de
armadura, considerando que a positiva é adotada como igual à 6 cm, enquanto que a negativa
é adotada como igual à 7 cm por ser mais solicitada.

6.5. DETERMINAÇÃO DO CARREGAMENTO TOTAL SOBRE AS LAJES

Como foram determinadas novas alturas para as lajes, as cargas atuantes sobre elas
puderam ser recalculadas, levando o novo valor da carga devida ao peso próprio em
consideração. Portanto, é possível o cálculo do carregamento total final da laje, segundo a
combinação, de acordo com Carvalho, 2014:

22
𝑝 = 𝑔 + 𝑞

Assim temos:

Tabela 11: Carregamento total atuante sobre as lajes.

Cálculo do carregamento total das lajes L05, L06 e L12 do Pavimento Tipo
q - Carga Paredes Cargas Carregam
Área da Peso da CV
Laje distrib. Comprim Direção Cargas construt. ento total
laje (m²) laje (kN) (kN/m²)
(kN/m²) ento (m) do vão (kN/m²) (kN/m²) (kN/m²)
L05 24,61 92,29 2,50 6,1 Ambas 1,212 1,84 1,50 7,05
L06 23,81 89,28 2,50 6,4 Ambas 1,314 1,84 1,50 7,15
L12 22,13 82,97 2,50 3,75 Menor 0,828 1,84 1,50 6,67
Fonte: Autoral, 2022.

Outro detalhe importante a se destacar é que, como as novas alturas são menores que
as anteriormente verificadas, não é necessário verificar o valor das novas flechas das lajes,
pois serão menores também.

7. CÁLCULO DOS MOMENTOS FLETORES ATUANTES SOBRE AS LAJES

Para o detalhamento das armaduras das lajes ser possível, é necessário que sejam
calculados os momentos fletores que agem sobre elas.

7.1. DETERMINAÇÃO DOS MOMENTOS

Conforme descrito no relatório anterior, os momentos fletores que agem sobre as lajes
são determinados pelas seguintes fórmulas:

● Momentos máximos positivos, por unidade de comprimento, nas direções x e y:

𝑙𝑥²
𝑚𝑥 = µ𝑥 · 𝑝 · 100
𝑙𝑥²
𝑚𝑦 = µ𝑦 · 𝑝 · 100

● Momentos máximos negativos, por unidade de comprimento, nas direções x e y:

𝑙𝑥²
𝑥 𝑥 = µ𝑥' · 𝑝 · 100
𝑙𝑥²
𝑥 𝑦 = µ𝑦' · 𝑝 · 100

Sendo:
● 𝑝 = a carga total uniformemente distribuída sobre a laje;
● 𝑙𝑥 = o comprimento do menor vão da laje;

23
● µ𝑥, µ𝑥', µ𝑦 e µ𝑦' → Coeficientes que dependem do valor de λ (no caso de λ > 2,
adotam-se os valores referentes à λ = ∞) e do caso de vinculação da laje, sendo
determinados com auxílio das seguintes tabelas:
Tabela 12: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 1.

Fonte: Carvalho (2014).

Tabela 13: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 2.

Fonte: Carvalho (2014).

24
Tabela 14: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 3.

Fonte: Carvalho (2014).

Tabela 15: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 4.

Fonte: Carvalho (2014).

25
Tabela 16: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 5.

Fonte: Carvalho (2014).

Tabela 17: Coeficientes para cálculo dos momentos máximos em lajes retangulares - parte 6.

Fonte: Carvalho (2014).

26
Tabela 18: Momentos máximos calculados para as lajes.

Momentos máximos sobre as lajes L5, L6 e L12 - PAVIMENTO TIPO

Direção Momentos em função do


Viga
da Tipo de carregamento total
Laje Caso Ly (m) Lx (m) λ vincu
armadu vínculo
lada
ra p Momentos
μ
(kN/m²) (kN/m)
V09 Apoiada μx 3,76 mx 5,61
Duas V10 Engastada μx' 8,69 Xx 12,97
L05 Caso 4 5,35 4,60 1,20 7,05
direções V02 Apoiada μy 2,79 my 4,16
V05 Engastada μy' 7,63 Xy 11,38
V10 Engastada μx' 9,95 Xx 14,10
Duas V12 Apoiada μx 4,85 mx 6,87
L06 Caso 3 5,35 4,45 1,20 7,15
direções V02 Apoiada μy 2,59 my 3,67
V05 Apoiada μy 2,59 my 3,67
V05 Engastada μx' 11,55 Xy 10,83
Duas V08 Apoiada μx 5,98 mx 5,61
L12 Caso 3 5,90 3,75 1,60 6,67
direções V09 Apoiada μy 1,95 my 1,83
V11 Apoiada μy 1,95 my 1,83
Fonte: Autoral, 2022.

7.2. COMPATIBILIZAÇÃO E MAJORAÇÃO DOS MOMENTOS

Os momentos calculados para cada uma das lajes devem ser compatibilizados entre
cada uma das lajes para que possam ser empregados nos cálculos seguintes, tendo em vista a
consideração de sua ação ao longo de toda a laje e não somente os seus valores extremos. E,
esses momentos, também, devem ser majorados, após a compatibilização, por meio de sua
multiplicação por um coeficiente γ𝑓 = 1, 4, para que os seus valores de projeto possam ser
empregados no cálculo, a favor da segurança.

7.2.1. Momentos negativos

No caso dos momentos negativos, podem ser adotadas duas opções:

● Fazer a média aritmética entre os dois maiores valores de cada laje e adotar esse
valor:
𝑀 𝑥𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟+𝑥𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟
○ 𝑥𝐶 = 2
;

○ Sendo: 𝑥 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 = momento negativo na laje de maior momento negativo entre


as duas lajes; 𝑥 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 = momento negativo na laje de menor momento negativo

27
𝑀
entre as duas lajes; e, 𝑥 𝐶 = momento compatibilizado por meio do cálculo da
média.
● Multiplicar o maior dos dois momentos por 0,8 e adotar esse valor para o
dimensionamento:
0,8
○ 𝑥 𝐶 = 0, 8 · 𝑥 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟;
0,8
○ Sendo: 𝑥 𝐶 = momento compatibilizado por meio da multiplicação por 0,8.

Adotaremos sempre o maior valor entre essas duas opções. E, após a


compatibilização, calcular os valores de projeto:

𝑥 𝑥𝑑 = 1, 4 · 𝑥 𝑥
𝑥 𝑦𝑑= 1, 4 · 𝑥 𝑦

Para as lajes tratadas, tem-se, então:

Tabela 19: Compatibilização e majoração dos momentos negativos.

Xx (kN/m) Xy (kN/m)
Xyd
Xx Xxd Xy
(valor
Laje Xx Xx Xx 0,8*Xx compa (valor Xy Xy Xy 0,8*Xy compa
de
maior menor médio maior biliza de maior menor médio maior biliza
projeto
do proj.) do )
L05 14,096 12,966 13,531 11,277 13,531 18,944 11,385 10,831 11,108 9,108 11,108 15,551
L06 14,096 12,966 13,531 11,277 13,531 18,944 - - - - - -
L12 - - - - - - 11,385 10,831 11,108 9,108 11,108 15,551
Fonte: Autoral, 2022.

7.2.2. Momentos positivos

No caso dos momentos positivos, a compatibilização se dá em função da


compatibilização dos negativos. Pois, devido a essa última, o DMF se desloca, devido ao
equilíbrio dos momentos.
No caso da laje de maior momento negativo, o DMF se desloca para baixo para
manter o equilíbrio, e, portanto, o momento positivo cresce. Ou seja, ao momento positivo da
laje onde ocorre o maior momento negativo, deve-se adicionar:

𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑥𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟−𝑥𝐶
𝑚𝐶 = 𝑚𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 + 2

28
𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟
Sendo: 𝑚𝐶 = momento positivo compatibilizado na laje de maior momento
negativo; 𝑚𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 = momento positivo na laje de maior momento negativo; e, 𝑥 𝐶 = momento
negativo compatibilizado.
Já, no caso da laje de menor momento negativo, o DMF se desloca para cima, ou seja,
o momento positivo decresce. Porém, não se reduz esse momento, em favor da segurança.
E, como antes, após a compatibilização, calcular os valores de projeto:

𝑚𝑥𝑑 = 1, 4 · 𝑚𝑥
𝑚𝑦𝑑= 1, 4 · 𝑚𝑦

Para as lajes tratadas, tem-se, então:

Tabela 20: Compatibilização e majoração dos momentos positivos.

Mx (kN/m) My (kN/m)
Xx Mx Mxd Myd
Laje Xx Xy Xy My
Mx compa compa (valor de My (valor de
maior maior compat. compat.
bilizado bilizado projeto) projeto)
L05 5,610 - - - 7,854 4,163 11,385 11,108 4,301 6,022
L06 6,871 14,096 13,531 7,153 10,015 3,669 - - - 5,137
L12 5,608 - - - 7,851 1,829 - - - 2,560
Fonte: Autoral, 2022.

7.3. CÁLCULO DA ALTURA ÚTIL MÍNIMA

Segundo Carvalho, 2014, deve-se determinar o menor valor para a distância entre o
centro de gravidade da armadura positiva e a superfície externa da laje para que a laje possa
resistir ao momento fletor que age sobre ela, no contexto do dimensionamento das armaduras.
Essa distância é denominada altura útil mínima (𝑑𝑚𝑖𝑛) e é a conformação que corresponde a
posição da linha neutra que “acarreta o maior momento que a viga é capaz de resistir, ou seja,
o momento aplicado será igual ao momento resistente máximo da seção”.
Esse limite é tratado segundo o estado limite último de ruína, correspondendo ao
limite imposto pela ABNT NBR 6118:2014 de ξ = 𝑥 /𝑑 = 0, 45 para concretos até CA50,
como é o nosso caso. Segundo Carvalho, 2014, tem-se, então:

𝑀𝑑 𝑀𝑑 𝑀𝑑
𝑑𝑚𝑖𝑛 = 𝑏𝑤·𝑓𝑐𝑑·(0,68·ξ−0,272·ξ²)
= 𝑏𝑤·𝑓𝑐𝑑·(0,68·0,45−0,272·0,45²)
= 2, 0 · 𝑏𝑤·𝑓𝑐𝑑

Sendo: 𝑀𝑑 = momento fletor atuante de projeto; 𝑏𝑤 = faixa de largura da laje


(adotado 1 m); e, 𝑓𝑐𝑑 = 𝑓𝑐𝑘/1, 4 = 25000/1, 4 = resistência de projeto do concreto.

29
Essas alturas foram determinadas para os momentos de projeto positivos e negativos,
tratando da armadura positiva e negativa, respectivamente. Em favor da segurança,
adotaram-se os maiores valores encontrados para as armaduras positivas e negativas,
arredondados para cima, como os valores mínimos para todas as lajes. Tem-se, portanto:

Tabela 21: Altura útil mínima das armaduras positivas e negativas.

dmín adot. dmín adot.


Armadu Mxd Myd dmínx dmíny
Laje bw (m) fcd (kN/m²) p/armadura p/armadura
ra (kN/m) (kN/m) (m) (m)
posi va (m) nega va (m)
Posi va 7,854 6,022 1,000 17857,143 0,042 0,037
L05
Nega va 18,944 15,551 1,000 17857,143 0,065 0,059
Posi va 10,015 5,137 1,000 17857,143 0,047 0,034
L06 0,050 0,070
Nega va 18,944 - 1,000 17857,143 0,065 -
Posi va 7,851 2,560 1,000 17857,143 0,042 0,024
L12
Nega va - 15,551 1,000 17857,143 - 0,059
Fonte: Autoral, 2022

Percebe-se que os valores adotados anteriormente no tópico 6.4, estavam condizentes


com os novos valores encontrados.

8. CÁLCULO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS

O cálculo das armaduras longitudinais envolve a determinação da área de armadura


necessária para cada elemento estrutural, de acordo com a altura útil mínima adotada no
tópico anterior, com o momento fletor atuante de projeto, com a faixa de largura da laje
considerada e com o fck do concreto. Lembrando que, no nosso caso, consideramos faixas de
um metro de laje e um cálculo similar ao aplicado em vigas de seções retangulares.
Admitimos, devido ao fato da altura útil ser maior que a mínima, para ambas as
armaduras (positiva e negativa), que, segundo Carvalho, 2014: “o aço CA50 trabalhará com
sua capacidade total, ou seja, ε𝑠 > εγ𝑑 = 2, 07%, e a resistência do aço será
𝑓𝑠 = 𝑓γ𝑘 = 50 𝑘𝑁/𝑐𝑚² ”. Além disso, também considera-se a minoração de 𝑓𝑠, por meio de
sua divisão por 1,15.
Por fim, tem-se que o cálculo da área das armaduras longitudinais se dá por:

𝑀𝑑
𝐴𝑠 = (𝐾𝑍)·𝑑𝑚𝑖𝑛·𝑓𝑠

Sendo: 𝐴𝑠 = Área de armadura por metro de laje; 𝐾𝑍 = Coeficiente encontrado a


partir 𝐾𝑀𝐷 e da tabela 21; e, 𝑀𝑑 e 𝑑𝑚𝑖𝑛, conforme descrito no tópico 7.3.

30
𝑀𝑑
𝐾𝑀𝐷 = 𝑏𝑤·(𝑑𝑚𝑖𝑛)²·𝑓
𝑐𝑑

Sendo: 𝑏𝑤 e 𝑓𝑐𝑑 também conforme descrito no tópico 7.3. A partir de 𝐾𝑀𝐷, pode-se
encontrar o valor de 𝐾𝑍, com o uso da tabela 21, abaixo:

Tabela 22: Valores para cálculo de armadura longitudinal de seções retangulares para
concreto até a classe C50.

Fonte: Carvalho (2014).

31
Tem, então, para cada uma das lajes em estudo, que:

Tabela 23: Área das armaduras das lajes.

Laje L5 L6 L12

Moment. Mxd Myd Xxd Xyd Mxd Myd Xxd Xyd Mxd Myd Xxd Xyd

kNm/m 7,8545 6,0220 18,943 15,551 10,014 5,1369 18,944 - 7,8509 2,5601 - 15,551

KMD 0,1759 0,1349 0,2165 0,1777 0,2243 0,1151 0,2165 - 0,1759 0,0573 - 0,1777

KX 0,2913 0,2086 0,3714 0,2913 0,3819 0,1824 0,3714 - 0,2913 0,0836 - 0,0148

KZ 0,8835 0,9166 0,8515 0,8835 0,8473 0,9270 0,8515 - 0,8835 0,9665 - 0,9941

Es (%) 8,5154 10,000 5,9255 8,5154 5,6658 10,000 5,9255 - 8,5154 10,000 - 10,00

As (cm²) 0,0797 0,0589 0,1017 0,0805 0,1059 0,0497 0,1017 - 0,0796 0,0237 - 0,0715

Fonte: Autoral, 2022

9. SIMBOLOGIA PARA AS ARMADURAS LONGITUDINAIS

Pontos importantes para a elaboração de uma projeto estrutural e para análise desse
projeto são entre tantos outros: a posição, quantidades de ferros a serem utilizados, a bitola do
mesmo e seu espalhamento, permitindo maior número de detalhes a fim de uma correta
execução no local de obra, afim, assim, de evitar além da execução de armaduras erradas,
com bitolas trocas entre outros, isto é, Uma armação errada, trocando ou deixando de colocar
algumas posições, compromete a peça estrutural que foi dimensionada ou, ainda,
acrescentando posições não previstas, gastará aço de outras posições, o que aumenta o custo.
Além disso, tem o objetivo de padronizar a leitura das peças, como visto na figura 4 e 5.
Ademais, é importante ressaltar que na armadura negativa a linha é representada por
uma tracejado em todo projeto.

32
Figura 5: Leitura do projeto de armação: Armação positiva

Fonte: Site do Prof. Fabrício Rossi, 2022.

Figura 6: Leitura do projeto de armação: Armação Negativa

Fonte: Site do Prof. Fabrício Rossi, 2022.

33
10. DETALHAMENTO DAS ARMADURAS DAS LAJES

10.1. ÁREA MÍNIMA DO AÇO E DA BITOLA

Sendo a taxa mínima de armadura de flexão para seções retangulares obtida na NBR 6118:14:

Figura 7: Taxa mínima de armadura para seções retangulares

Fonte: ABNT NBR 6118:14.

Para concretos de 25 Mpa, a taxa de armadura mínima é de 0,15%. Assim, em uma


seção transversal da laje com 1 m de largura, tem-se que a área mínima de armadura será:
0,15
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 100
* 100 * 10 = 1, 5 𝑐𝑚²

Portanto, adotamos na área final do aço o maior valor entre o mínimo da NBR
calculado acima de 1,5 cm² e o da Tabela 23 do presente trabalho.

Para determinação da bitola máxima utilizamos a NBR: 6118:2014 para calcular de


acordo com a fórmula apresentada baixa e precisamos de conhecimentos da altura da laje. De
posse dessa informação, e sabendo que o espaçamento entre as barras é o menor valor entre
duas vezes a altura da laje e 20 cm, como a nossa laje apresenta altura de 10 cm, o
espaçamento máximo entre as barras será 20 cm. Dessa forma, a bitola máxima de acordo
com a NBR 6118:2014 é obtida da seguinte maneira:
ℎ 10
Ø ≤ 8
= 8
= 12, 5 𝑐𝑚

O espaçamento entre as barras é dado por:


𝐴Ø
𝑠 = 𝐴𝑠

𝑂𝑛𝑑𝑒,
𝐴Ø = á𝑟𝑒𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑏𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎;
𝐴𝑠 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝑎ç𝑜

34
Dessa maneira, para cada caso, foram definidas bitolas cujos espaçamentos
respeitassem o limite máximo de 20 cm. As bitolas escolhidas foram 6,3 e 10 mm. Os valores
de espaçamento calculados foram arredondados para o número inteiro anterior, a favor da
segurança, para facilitar a execução no local da obra.

Tabela 24: Bitolas e espaçamentos


Laje L5 L6 L12
Momen
Mxd Myd Xxd Xyd Mxd Myd Xxd Xyd Mxd Myd Xxd Xyd
tos
kNm/m 7,8545 6,0220 18,9436 15,5511 10,0145 5,1369 18,9436 - 7,8509 2,5601 - 15,551
As (m²) 0,00001 0,00001 0,00001 0,00001 0,00001 0,00000 0,00001 - 0,00001 0,0000 - 0,00001
As min
0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 - 0,015 0,015 - 0,015
(m²)
As final
0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 0,015 - 0,015 0,015 - 0,015
(m²)
Bitola
6,3 6,3 10 10 10 6,3 10 - 6,3 6,3 - 10
(mm)
Abitola
0,0049 0,0049 0,0078 0,0078 0,0078 0,0049 0,0078 - 0,0049 0,0049 - 0,0078
(m²)
s
0,32987 0,32987 0,52360 0,52360 0,52360 0,32987 0,52360 - 0,32987 0,32987 - 0,5236
(m/m)
S adot.
0,2000 0,2000 0,2000 0,2000 0,2000 0,2000 0,2000 - 0,2000 0,2000 - 0,2000
(m/m)
Fonte: Autoral, 2022.

10.2. ESPAÇAMENTO, QUANTIDADE, COMPRIMENTO DAS BARRAS

10.2.1. Quantidade das Barras

Sabendo que a quantidade de barras é calculada dividindo o L (eixo a eixo) pelo S.


Obtemos:

Tabela 25: Quantidade de Barras


LAJE DIREÇÃO QUANTIDADE
L5 Mx 27
L5 My 23
L6 Mx 27
L6 My 23
L12 Mx 30
L12 My 19
L5 / L6 Xx 27
L5 / L12 Xy 23
Fonte: Autoral, 2022.

35
10.2.2. Comprimento das Barras - Armadura positiva
Para o cálculo do comprimento, no caso em questão das armaduras positivas obtemos
subtraendo do vão efetivo a metade da largura dos apoios (vigas) e somando-se o
comprimento de ancoragem, que é igual ao valor de 10 bitolas. Dessa maneira, os
comprimentos foram calculados pela fórmula:

𝐿 = 𝑣ã𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 − 2 * 0, 5 * 𝑙 + 2 * 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑛𝑐𝑜𝑟𝑎𝑔𝑒𝑚

Dessa forma, calculando o comprimento para cada laje e em cada direção obtemos:

➔ Em L5 - Direção X:

𝐿 = 5, 35 − 2 * 0, 5 * 0, 15 + 2 * 10 * 0, 0063 = 5, 33 𝑚

➔ Em L5 - Direção Y:

𝐿 = 4, 60 − 2 * 0, 5 * 0, 15 + 2 * 10 * 0, 0063 = 4, 58 𝑚

➔ Em L6 - Direção X:

𝐿 = 5, 35 − 2 * 0, 5 * 0, 15 + 2 * 10 * 0, 0063 = 5, 33 𝑚

➔ Em L6 - Direção Y:

𝐿 = 4, 60 − 2 * 0, 5 * 0, 15 + 2 * 10 * 0, 0063 = 4, 58 𝑚

➔ Em L12 - Direção X:

𝐿 = 5, 90 − 2 * 0, 5 * 0, 15 + 2 * 10 * 0, 0063 = 5, 88 𝑚

➔ Em L12 - Direção Y:

𝐿 = 3, 75 − 2 * 0, 5 * 0, 15 + 2 * 10 * 0, 0063 = 3, 73 𝑚

10.2.3. Comprimento das Barras - Armadura negativa

Já no caso das armaduras negativas temos o somatório de três parcelas diferentes que
compõem esse comprimento, são eles:

● 25% do comprimento do vão (Lx);


● Comprimento de ancoragem reto (Lb);
● Comprimento do gancho (Lg).

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Detalhando cada um, vemos que o comprimento do vão já temos posse desse valor e
retiramos apenas uma porcentagem dele, já no comprimento da ancoragem reto é obtido por:

Ø*𝑓𝑦𝑑
𝐿𝑏 = 4*𝑓𝑏𝑑

Onde: fyd = resistência de cálculo do aço minorada em 15%; e, fbd = resistência de


aderência de cálculo. A resistência de aderência de cálculo é determinada por:

𝑓𝑏𝑑 = 𝑛1 * 𝑛2 * 𝑛3 * 𝑓𝑐𝑡𝑑

Onde:
𝑛1 = 2, 25 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑡𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝐶𝐴 50);

𝑛2 = 1, 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑖𝑡𝑢𝑎çõ 𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎;

𝑛3 = 1, 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎 < 32 𝑚𝑚.

𝑓𝑐𝑡𝑑 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜, 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟:

3 2
0,21* 𝑓𝑐𝑘 3
0,21* 25
2
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 1,4
= 1,4
= 1, 282 𝑀𝑃𝑎

𝑓𝑏𝑑 = 2, 25 * 1 * 1 * 1, 282 = 2, 8845

Adotando a maior bitola usado, temos:

500
10*( 1,15 )
𝐿𝑏 = 4*2,8845
= 376, 83 𝑚𝑚 = 37, 68 𝑐𝑚

O comprimento de gancho é definido como:

𝐿𝑔 = ℎ − 2 * 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑏𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡o => 𝐿𝑔 = 10 − 2 * 2, 5 = 5 cm

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Com todos os dados, foi tabelado o comprimentos das armaduras (+) e (-):

Tabela 26: Comprimento das Armaduras em Gerais


ARMADURAS
ARMADURAS NEGATIVAS
POSITIVAS
LAJES
0,25*Lx L total
Lx (m) Ly (m) INTERFACE LAJES Lb (m) Lg (m)
(m) (m)
L5 4,58 5,33 L5 1,15 0,38 0,05 1,58
L5 - L6
L6 4,58 5,33 L6 1,15 0,38 0,05 1,58
L12 3,73 5,88 L5 1,15 0,38 0,05 1,58
L5 - L12
L12 0,94 0,38 0,05 1,36
Fonte: Autoral, 2022.

Figura 8: Detalhamento das Armaduras longitudinais em planta

Fonte: Autoral, 2022.

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11. QUADRO DE VOLUME DE CONCRETO E DE ÁREA DE FÔRMAS DAS
LAJES

Para montar os quantitativos finais de materiais do projeto, devem ser calculados os


valores do volume de concreto empregado em cada laje e a área das fôrmas que serão
utilizadas na moldagem in loco dos elementos.
No nosso caso, como as lajes em estudo encontram-se com vigas em seus bordos, não
serão contabilizadas as áreas de fôrmas referentes aos apoios laterais das lajes. Ou seja, a área
de fôrmas incluirá apenas a área da face inferior da laje. Segundo a figura abaixo:

Figura 9: Planta de fôrmas

Fonte: Autoral, 2022.

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Já o volume de concreto é igual ao valor do volume das lajes. Ou seja:

𝑙𝑎𝑗𝑒𝑠
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 𝐴𝑙𝑎𝑗𝑒 · ℎ𝑙𝑎𝑗𝑒

Sendo:
𝑙𝑎𝑗𝑒𝑠
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = Volume de concreto da laje;
𝐴𝑙𝑎𝑗𝑒 = Área da laje;
ℎ𝑙𝑎𝑗𝑒 = Altura dimensionada para a laje.

Dessa forma, para as lajes em estudo neste trabalho, isto é, as lajes escolhida para
análise (L5,L6 e L12) podemos montar a seguinte tabela:

Tabela 27: Volume de concreto e área de fôrmas das lajes.

Área de forma Volume de concreto


Laje Lx (m) Ly (m) h (m)
(m²) (m³)
L5 4,45 5,2 0,10 23,14 2,314
L6 4,3 5,2 0,10 22,36 2,236
L12 3,6 5,76 0,10 20,736 2,0736
TOTAL 66,236 6,6236
Fonte: Autoral, 2022

12. QUADRO DE FERRAGENS

Com os quantitativos, as bitolas e os comprimentos das barras que serão utilizados nas
armaduras das lajes, calculados ao longo do tópico 9, pôde-se montar o seguinte quadro de
ferragens do projeto:

Tabela 28: Quadro de ferragens geral.

Quadro geral de ferragens


Comprimento
Barra Bitola (mm) Quan dade Total (m)
(m)
N1 6,3 27 4,58 122,41
N2 6,3 23 5,33 122,50
N3 10 27 4,58 122,41
N4 6,3 23 5,33 122,50
N5 6,3 30 5,88 173,34
N6 6,3 19 3,73 69,86
N7 10 27 3,15 84,36
N8 10 23 2,94 67,65
Fonte: Autoral, 2022

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Porém, tendo em vista o emprego de um formato mais comercial e resumido para a
exposição desses quantitativos, montou-se, também o seguinte quadro de ferragens, baseado
no peso e bitolas das barras e em seus comprimentos totais, levando em conta também as
possíveis perdas de material (10%):

Tabela 29: Quadro de ferragens resumido.

Quadro resumido de ferragens


Comprimento
Bitola (mm) kg/m Peso total (Peso total)*1,1
total (m)
6,3 0,245 24,83 6,08 6,69
10,0 0,617 10,67 6,58 7,24
Fonte: Autoral, 2022

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas


de concreto: Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Ações para o cálculo


de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 2017.

CARVALHO, Roberto Chust; FILHO, Jasson Rodrigues de Figueiredo. Cálculo e


Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado: segundo a NBR 6118: 2014. 4ª ed.
São Paulo: EdUFSCar, 2014.

ROSSI, F. Leitura de Projetos de Armação, Passo a Passo! Disponível em:


<https://pedreirao.com.br/leitura-de-projetos-de-armacao-passo-a-passo/>.

SÉRGIO BASTOS, PROF. DR. P. FUNDAMENTOS DO CONCRETO ARMADO. [s.l.]


wwwp.feb.unesp.br/pbastos, 2019. v. 1

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