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D r e n a g e m Urbana e de Rodovias
Colaboradores:
Saul Germano Rabello Quadros
Adriano da Rocha Reis
Rio de Janeiro
2003
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - IME
Índice
ÍNDICE
DRENAGEM URBANA
DRENAGEM URBANA
1. INTRODUÇÃO
Este planejamento tem por objetivo a tomada de decisão, segundo critérios técnico-financeiro
e ambiental, que considerem: os tipos de tecnologias a serem utilizadas, o traçado geométrico,
o estudo do regime de chuva, o estudo topográfico das bacias de contribuição, identificação
das áreas alagadiças e o tipo de traçado viário e das vias que o compõe.
Cabe ressaltar, também, que os tipos de uso e ocupação do solo, bem como os
modelos de edificações compatíveis com o mesmo são os principais parâmetros para a tomada
de decisão sobre a estrutura de um sistema de drenagem urbana a ser adotada.
Isto se deve ao fato de que, para cada tipo de região urbana, as variáveis citadas
anteriormente estão relacionadas à densidade populacional, que segundo os critérios sócio-
econômicos da mesma, influenciam os recursos de investimentos para a implantação e
operação dos sistemas de drenagem.
É formada por:
− boca de lobo: dispositivos para captação de águas pluviais, localizados nas sarjetas;
− sarjetas: elemento de drenagem das vias públicas. A calha formada é a receptora
das águas pluviais que incidem sobre as vias públicas e que para elas escoam;
− poço de visita: dispositivos localizados em pontos convenientes do sistema de
galerias para permitirem mudança de direção, mudança de declividade, mudança de
diâmetro e limpeza das canalizações;
− tubos de ligações: são canalizações destinadas a conduzir as águas pluviais
captadas nas bocas de lobo para a galeria ou para os poços de visita;
− condutos: obras destinadas à condução das águas superficiais coletadas.
No item 1.3 são comentados mais detalhes sobre esses dispositivos.
A macrodrenagem é um conjunto de obras que visam melhorar as condições de
escoamento de forma a atenuar os problemas de erosões, assoreamento e inundações ao longo
dos principais talvegues (fundo de vale). Ela é responsável pelo escoamento final das águas, a
qual pode ser formada por: canais naturais ou artificiais, galerias de grandes dimensões e
estruturas auxiliares.
Os canais são cursos d'água artificiais destinados a conduzir água à superfície livre.
− retificação e/ou ampliação das seções de cursos naturais (ilustrado pela FIG 1.1);
− construção de canais artificiais ou galerias de grandes dimensões (ilustrado pela FIG
1.2);
− estruturas auxiliares para proteção contra erosões e assoreamento, travessias (obras
de arte) e estações de bombeamento.
As razões para a necessidade de implantar ou ampliar, nos centros urbanos, as vias de
macrodrenagem são:
− saneamento de áreas alagadiças;
− a ampliação da malha viária em vales ocupados;
− evitar o aumento de contribuição de sedimento provocado pelo desmatamento e
manejo inadequado dos terrenos, lixos lançados sobre os leitos, e
− a ocupação dos leitos secundários de córregos.
É utilizada mais adequadamente para terrenos planos, com capa superficial sustentável
e subsolo rochoso ou argiloso impermeável, impede o encharcamento do terreno, evita a
saturação prolongada do solo e acelera a passagem de água sem risco de erosão e acumulo de
lama no leito.
A drenagem subterrânea tem como objetivo descer o lençol freático, até um nível que
favoreça os cultivos, e garantir a estabilidade das estradas e a segurança das construções.
A drenagem subterrânea, utilizando valas, é aplicada nos casos em que não é preciso
descer o lençol freático mais que 1,5m, isto porque o volume de terra a ser removido será
proporcional ao quadrado da profundidade da vala.
É utilizada em terrenos planos quase sem declive para que a água drene, como nos
pântanos e marisma. Estes terrenos possuem uma capa superficial encharcada por existir
abaixo dela uma camada impermeável, impedindo, assim, a infiltração. Poder-se-á dar saída
às águas superficiais e subterrâneas, através de poços verticais, fincados ou perfurados,
preenchidos com pedras, cascalho ou areia grossa, protegendo, assim, a sua estabilidade.
Neste ponto, o projeto deve ser de tal forma que sejam considerados os impactos
ambientais causados pela implantação do mesmo e deve-se realizar o Estudo de Impacto
Ambiental – EIA, com seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, como exigido
para este tipo de atividade, na RESOLUÇÃO DO CONAMA Nº 01, de 23 de janeiro de 1986.
A rede coletora deve ser lançada em planta baixa (escala 1:2000 ou 1:1000), de acordo
com as condições naturais do escoamento superficial. Segundo TUCCI, C. E. M., 1995, et ali,
considera-se as seguintes regras para o traçado da rede:
• as galerias pluviais, sempre que possível, deverão ser lançadas sob os passeios;
• o sistema coletor, em uma determinada via, poderá constar de uma rede única,
recebendo ligações de bocas-de-lobo de ambos os passeios;
• devem ser alocadas em ambos os lados da via, quando a saturação da sarjeta assim o
exigir ou quando forem ultrapassadas as suas capacidades de engolimento;
• considera-se tecnicamente, como uma boa solução para a locação das bocas-de-lobo,
que sejam instaladas em pontos pouco a montante de cada faixa de cruzamento usada
pelos pedestres, juntos às esquinas;
máxima vazão superficial e pelo fato de que as torrentes convergentes pelas diferentes
sarjetas teriam, como resultante, um escoamento de velocidade em sentido contrário
ao da afluência para o interior da boca-de-lobo.
Os tipos de bocas coletoras podem ser classificadas em três grupos principais: bocas
ou ralos de guia, ralos de sarjetas (grelhas) e ralos combinados. Segundo TUCCI et ali, cada
tipo inclui variações quanto a depressões (rebaixamento) em relação ao nível da superfície
normal do perímetro e ao seu número (simples ou múltiplas). A FIG 1.3 ilustra os tipos de
bocas-de-lobo.
Portanto, os pontos coletores das galerias da rede pluvial podem ser lançados sob a
guia (meio-fio) e a forma mais utilizada, sob o eixo da via pública.
• as galerias pluviais são projetadas para funcionamento à seção plena com a vazão
de projeto. A velocidade máxima admissível determina-se em função do material a
ser empregado na rede (ex.: tubos de concreto: a velocidade máxima admissível é
de 5,0 m/s, e 0,60 m/s a velocidade mínima.);
• nas mudanças de diâmetro, os tubos deverão ser alinhados pela geratriz superior,
como indica a FIG 1.5.
Devem ser estudados, pelos critérios usuais de drenagem urbana, diversos traçados da
rede de galerias, considerando-se os dados topográficos existentes e o pré-dimensionamento
hidrológico e hidráulico. A definição da concepção inicial é mais importante para a economia
global do sistema do que os estudos posteriores de detalhamento do projeto, de especificação
de materiais e outros detalhes.
FIG 1.6
FIG 1.7
2 INTRODUÇÃO
O traçado viário e os tipos de via que o compõe são condições de contorno que
influenciam na escolha técnica dos componentes de um sistema de drenagem.
Portanto, na seqüência, faz-se uma síntese sobre os tipos de sistemas viário e das vias
que compõem os mesmos.
O traçado radial pode variar a sua regularidade consideravelmente, mas em sua forma
pura, consiste na ligação direta entre o centro da cidade e outros locais, conforme ilustração
da FIG 2.1.
L1 Ln
L2 O
L5
L3 L4
direções como nos demais tipos). As distâncias de transporte são menores em virtude de
existência das linhas diagonais. A FIG 2.5 ilustra um sistema viário com configuração
hexagonal.
Deve-se salientar que a estrutura viária de uma cidade pode mudar ao longo dos anos,
devido a fatores relacionados com a localização de novos empregos, tipos de habitações,
variação do valor imobiliário de prédios e terrenos, nível educacional, preferências e hábitos
da população e, principalmente, com a proliferação de empreendimentos geradores de tráfego
que, dentro da paisagem urbana, geram alterações significativas na circulação de veículos.
Para melhorar os problemas de fluidez, é necessária a ampliação ou construção de novas vias,
o que pode modificar totalmente as características do sistema viário e, conseqüentemente, do
sistema de drenagem urbana.
As duas variáveis básicas das que depende essa classificação são o comprimento
médio da viagem e a velocidade média de operação por ela proporcionada. (GUIMARÃES,
1997). O comprimento médio da viagem é definido pela média entre as distâncias dos pontos
de acesso a via ao seu ponto terminal. A velocidade média de operação é obtida pelo nível de
serviço da via, ou seja, pela relação entre a sua capacidade e o fluxo de veículos. ARIAS
(2001)
As vias expressas são aquelas projetadas com alto padrão técnico para atender
grandes volumes de tráfego em viagens de longo percurso, com pontos controlados de acesso
às áreas lindeiras e para altas velocidades médias de operação que superam os 90Km/h. São
vias de duplo sentido de tráfego, com faixas separadas por canteiro central e projetadas para
reduzir o atrito em relação ao tráfego de passagem. Os acessos controlados às vias expressas
podem se dar a partir de faixas laterais paralelas ou em rampas em interconexões viárias
(interseções em desnível). (ARIAS, 2001). Estas vias atendem, principalmente, viagens de
longo percurso; não existem restrições quanto ao uso do solo às suas margens porque o seu
acesso é totalmente controlado.
As vias arteriais são vias projetadas para uma velocidade média alta, em torno de
100Km/h, mas atendendo a necessidade de acesso às áreas lindeiras. O seu tráfego tem
prioridade nos cruzamentos, estando proibido o estacionamento nas suas faixas de rolamento.
Estas vias têm dois sentidos de tráfego separados por canteiro central, entretanto, podem
existir vias que operam apenas um sentido e constituem braço de binário viário utilizado com
os mesmos objetivos de uma via arterial. (ARIAS, 2001). Atendem o tráfego de passagem
predominante (de longo e médio percurso); o uso do solo é caracterizado pela baixa geração
de viagens diárias e os equipamentos comerciais, industriais e serviços existentes são
tolerados, entretanto desestimuladas suas expansões; os acessos e retornos são construídos
com projetos especiais e são parcialmente controlados. (ARIAS, 2001).
As vias comerciais são vias com alta densidade de comércio e serviços, existentes ou
projetados, nas suas áreas lindeiras e que não atendem um tráfego de passagem significativo,
apresentam baixa velocidade média de operação e nelas se permite apenas o estacionamento
lindeiro rotativo e regulamentado. Estas vias atendem preferencialmente as viagens com
acesso à área lindeira, as velocidades diretrizes são iguais ou maiores que 80 km/h. Deve ser
evitada a alocação de linhas de ônibus, nestas vias; quando isto não for possível, nestas vias,
os pontos de parada devem estar recuados, de modo a não obstruir as faixas de rolamento
durante o processo de alimentação de usuários.
As vias coletoras são vias de vinculação dos subsistemas de vias arteriais, comerciais
e locais. Juntamente com as vias arteriais e expressas são adequadas para constituir itinerários
de transporte coletivo. São usadas para movimentação local de veículos e acesso direto aos
lotes lindeiros e atendem o tráfego de passagem e ao tráfego local, sendo permitido no solo
lindeiro o desenvolvimento limitado de comércio e serviços, em função do grau de
impedância do seu impacto sobre o tráfego de passagem.
De forma geral, os lotes urbanos são classificados conforme apresentado na TAB 2.1,
na seqüência.
TAB 2.1: Relação entre categoria de lotes, sua testada e a área mínima.
Categoria de Lotes Testada Mínima (m) Área mínima (m2 )
Primeira 100 50.000
Segunda 50 10.000
Terceira 20 1.200
Quarta 15 600
Quinta 14 450
Sexta 12 360
Sétima 10 300
Oitava 9 225
Nona 8 125
A relação entre os tipos de vias citados no item 2.2 e os lotes da TAB 2.1, representam
importante parâmetro para o tipo de drenagem a ser utilizada, conforme apresentado na TAB
2.3.
Para cada tipo de rede viária e uso e ocupação do solo, ter-se-á uma predominância de
um dos tipos de vias já citados, o que tem, ainda, profunda relação com a topografia e
topologia da região.
As características geométricas das vias listadas na TAB 2.3 podem ser observadas na
TAB 2.4.
CONCEITO HIDROLÓGICO
CONCEITO HIDROLÓGICO
3. PRECIPITAÇÃO
Grandezas Características:
h - altura da precipitação (mm)
t - duração da chuva (min)
h
i - intensidade (velocidade de precipitação) i =
t EQ. 3.1
Intensidade média:
Método de Thiessen - os postos são unidos por linhas retas. A partir dos pontos médios
dessas linhas são traçadas perpendiculares que definem a área de influência de cada
posto. Com base nessas áreas, é determinada a precipitação, da mesma forma que no
método da média ponderada.
Método das Isoietas - As isoietas são curvas que passam pelos pontos de mesma
intensidade de precipitação, cujo aspecto é semelhante a curva de nível. Determinam-se
as áreas entre isoietas que a bacia abrange e calcula-se a precipitação média a partir
dessas áreas.
OBS.: Para bacias com mais de 1000 Km2 serão elaborados estudos especiais.
tc - minutos
3
L 0, 385
t c = 57[ ] L - talvegue em Km
H
EQ 3.2 H - diferença de cota em m
Coeficientes corretivos
• GEORGE RIBEIRO
• VEN TE CHOW
L - extensão do talvegue em km
L 0 ,64
t c = 25,2[ ]
I EQ 3.4 I - declividade da bacia em %
• PICKING
L - extensão do talvegue em km
L2 1/3
t c = 5,3[ ]
I EQ 3.5
I - declividade média da bacia m/m
Tem-se que:
53 0, 385
t c = 57[ ] = 41min
300 EQ 3.6
5 0 ,64
t c = 25,2[ ] = 39,8min
6 EQ 3.7
52 1/3
t c = 5,3[ ] = 40min
0,06 EQ 3.8
Foram desenvolvidas várias fórmulas empíricas com essa finalidade. Essas fórmulas
são da forma:
P = KP1 onde P - mm
T - anos
h ∆ t- Duração da precipitação
A- Área da bacia
Qe
to tA
tB
Q Q
t t
a) Iszkowski:
Q - vazão em m3 /s
s m s m s M
1 10,00 1.000 4,70 10.000 3,017
10 9,00 2.000 3,775 20.000 2,903
40 8,23 3.000 3,450 30.000 2,801
100 7,40 4.000 3,250 40.000 2,693
200 6,87 5.000 3,125 50.000 2,575
300 6,55 6.000 3,103 70.000 2,653
400 6,22 7.000 3,082 100.000 2,050
500 5,90 8.000 3,060 150.000 1,725
700 5,55 9.000 3,083 200.000 1,350
250.000 1,000
Valores de k
Topografia dos Terrenos que K
compõe a Bacia do Curso d’água I II III IV
Terras baixas e alagadiça 0,017 0,030 - -
Planície e leves ondulações 0,025 0,040 - -
Parte Planície e parte colina 0,030 0,055 0,100 -
Partes montes de altura média e parte colina, ou então colinas íngremes 0,040 0,082 0,155 0,400
Elevações entre 500m e 700m 0,45 0,100 0,190 0,450
Elevações entre 700m e 1000m 0,050 0,120 0,255 0,500
Elevações entre 1000m e 1300m 0,055 0,140 0,290 0,550
0,060 0,160 0,360 0,600
Altos montes segundo a declividade 0,070 0,185 0,460 0,700
0,080 0,210 0,600 0,800
Categoria I - Terreno muito permeável com vegetação normal, terrenos de natureza média ou
mista com vegetação luxuriante e terrenos completamente lavrados.
− para S < 1000km2 , adotado k da categoria II, a menos que os terrenos sejam
nitidamente muito permeável e com águas subterrâneas.
− para 1000< S < 400 km2 , adotar k entre as cat I e II
Categoria II - Terrenos mistos, vegetação normal em colina ou montanha, ou em planície
menos permeáveis com leves ondulações.
− para S<150 km2 adotar cat III
− para 150<S<1000 km2 , adotar k entre cat III e II
− para S>1000 km2 , adotar k da cat II
EQ 3.12
C - coeficiente de deflúvio
Campo natural
0,70-0,50 0,60-0,40 0,50-0,30 0,45-0,25
(vegetação baixa)
Arbusto cerrado
0,65-0,45 0,55-0,40 0,45-0,30 0,40-0,25
(vegetação média)
Mata
(vegetação densa) 0,60-0,40 0,50-0,35 0,40-0,25 0,35-0,20
Cultivado lavoura
- 0,45-0,35 0,35-0,25 0,30-0,20
(sem terraceamento)
∑ C iA i
C medio = OBS: Quanto maior declividade maior o C.
∑Ai EQ 3.14
DRENAGEM
DRENAGEM
4. INTRODUÇÃO
4.1 DEFINIÇÃO
“Terra, planeta água” já cantava o poeta Guilherme Arantes. De fato, a água está
presente em todos os lugares: no ar, nos vegetais, nos alimentos, no homem e na própria
terra, e é exatamente com a água da terra (sobre ou debaixo dela) que precisamos aprender a
lidar.
“É sempre melhor trabalhar com a água do que contra a água”, e é esse o fundamento
da drenagem. Tentando obstruir o seu caminho normal, são criadas condições altamente
perigosas e onerosas e que exigem medidas adicionais de proteção à obra; ao passo que,
conduzindo a água por caminhos mais fáceis, ela segue naturalmente o seu curso sem maiores
complicações.
Sabe-se que um sistema eficiente de drenagem evita uma série de problemas, tanto de
ordem econômica como social. Quem de nós já não teve de desperdiçar horas a fio dentro de
uma condução esperando até que limpassem a barreira?
Pode-se, então, afirmar que o sucesso de uma estrada depende tanto de seu projeto,
como da construção e manutenção de seu sistema de drenagem.
O mesmo conceito se aplica as vias destinadas ao uso urbano, e que surgem com a
expansão das regiões urbanas.
CASCALHOS
TUBOS LISOS
AREIAS
MATERIAL FILTRANTE
SELOS ARGILAS
(CAMADA SOLO-CIMENTO
IMPERMEÁVEL, IMPEDE
CONCRETO
A PENETRAÇÃO DA
ÁGUA) ASFALTO
• Solos impermeáveis
Granulometria Velocidade
Tipo do Material
(Diâmetro em cm) (cm/s)
Diâmetro menor
ARGILA 0,00000001
que 0,0005 cm
Para que se tenha uma idéia, eis algumas aplicações, ilustradas na FIG 4.2:
De forma mais sintética, pode-se dizer que: água superficial é aquela que escoa na
superfície do terreno, proveniente das chuvas.
Em qualquer tipo de estrutura viária, mas, com maior ênfase em estradas cujos leitos
acompanham taludes, a água superficial pode surgir descendo os mesmos, e somar-se ao
escoamento sobre a pista de rolamento.
A drenagem superficial deverá evitar que essa água atinja a estrada, motivo pelo qual
constroem-se canais que as coleta e removem, ou, então, tomam-se medidas que evitem sua
infiltração ou acumulação através de declividades adequadas, etc.
PÉ DE CORTE
SARJETA
CRISTA DE ATERRO
PROTEÇÃO DE CORTE
DE DERIVAÇÃO
VALA LATERAL
CORTA-RIOS
BACIA DE CAPTAÇÃO
BACIA DE AMORTECIMENTO
DIQUES DE AMORTECIMENTO
REVESTIMENTO VEGETAL
BUEIROS
VALETA
DE PROTEÇÃO
TALUDE
VALETA
DE CORTE
PROTEÇÃO DE ATERRO
SARJETA SARJETA
PÉ-DE-CORTE PÉ-DE-CORTE
SARJETA
REVESTIMENTO CRISTA DE ATERRO
VEGETAL
TALUDE
DE ATERRO
DRENO
TRANSVERSAL DE BASE
FIG 4.5
São canais construídos no pé do talude de corte para remover a água que cai na
plataforma estradal e nos taludes de corte.
Em solos sujeitos a erosão, a sarjeta deverá ser revestida com concreto simples, solo-
cimento, concreto asfáltico, pedras rejuntadas ou grama.
Nos desenhos ilustrados pela FIG 4.6, têm-se alguns exemplos de sarjeta pé-de-corte.
As medidas apresentadas podem variar de um projeto para outro.
FIG 4.6
Nas regiões em que somente o enleivamento não tem condições de evitar a erosão,
principalmente nos taludes de aterros altos (mais que 6m), deve-se construir a sarjeta de
aterro.
Eis alguns modelos (As medidas podem variar de um projeto para outro).
FIG 4.7
FIG 4.8
• A construção das sarjetas começa com a marcação, pela equipe de topografia, de seu
alinhamento, destacando o inicio, fim e locais das descidas d’água (rápidos).
• Onde houver necessidade de aterro para atingir a cota de assentamento, este deverá ser
devidamente compactado em camadas de, no máximo, 15 cm.
• O concreto de cimento Portland das sarjetas deverá ter resistência à compressão aos 28
dias de 11 MPa (110 kgf/cm2).
• As banquetas de terra gramada serão empregadas unicamente durante a terraplenagem,
com o fim de proteger os aterros que ainda não receberam a leiva.
• Nesses casos, as descidas d’água devem ser feitas a intervalos não superiores a 50m.
• As sarjetas deverão ter juntas de dilatação de l cm de espessura e com o seguinte
espaçamento:
− Cortes: cada 30 m (máx.)
− Aterros: cada 6 m (máx.)
• Após a execução das sarjetas, o terreno a ela adjacente deverá ser reconstituído por
meio de aterro apiloado, de modo que as águas sejam encaminhadas efetivamente para
dentro das sarjetas e não corram paralelamente a ela, provocando erosões.
• O material proveniente da escavação deve ser depositado do lado interno da via,
constituindo-se em mais um obstáculo a saída das águas talude abaixo.
FIG 4.9
As valetas de proteção de corte têm por finalidade impedir que as águas superficiais
que precipitam no terreno próximo ao corte escoem pelo talude, tendo acesso à plataforma.
Essas valetas devem ser executadas antes do início da escavação do corte, para
facilitar ou mesmo permitir o acesso das máquinas.
3,00 m
mínimo
1,5
Talude de corte
0,30 m
0,40 m
FIG 4.10
• Em solos arenosos sujeitos a erosões, a valeta deve ser revestida, normalmente com
leiva.
• Devem ter seção transversal uniforme e seu alinhamento acompanhar a crista do corte.
• A saída dessas valetas deverá ser executada em terreno natural o mais afastado
possível da saia do aterro.
FIG 4.11
A seção transversal destas valetas pode ser a mesma que a de proteção de corte,
obedecendo-se a distância de 3 metros entre o pé do aterro e o bordo da valeta.
3,00 m
1,5 1,5
0,30 m ATERRO
0,40 m
FIG 4.12
Nos solos arenosos, sujeitos a erosão, as valetas de proteção de aterro deverão ser
revestidas, normalmente com leiva.
As valetas de derivação são canais executados à juzante dos bueiros para afastarem a
água da saída dos mesmos.
FIG 4.13
a) Descarga de projeto:
I em m/h
CIA CIA 1 em Km2
Q= onde: ou Q =
36x10 - 4 3,6
EQ 4.1 EQ 4.2
Q = descarga de contribuição em m3 /s
Tr DNER 10 anos
ENGEFER 25 anos
b) Seqüência de calculo:
− Fixar o tipo de seção a ser adotada:
retangulares
trapezoidais
triangulares
− Determinar a declividade:
− Fixar a velocidade máxima admissível em função do tipo de revestimento e do
coeficiente de rugosidade (tabelas 27 e 28 do apêndice B): 1G 133, 134, 135.
− Por tentativas, dá-se valores para a altura do tirante h, calculando-se o perímetro
molhado, o raio e a área molhada;
− Pela fórmula de Manning e equação da continuidade, determina-se a velocidade e a
descarga admissível;
− Conforme a velocidade alterar o revestimento;
− Verificar o regime do fluxo através da altura crítica.
• SEÇÃO RETANGULAR
2
Q
hc = 0,467 3
B EQ 4.3
• SEÇÃO TRAPEZOIDAL
4 z Ho - 3B + 16 z2 H 2 o +16 Z Ho B + 9B2
hc = onde:
10Z
EQ 4.4
V2
Ho = h +
2g EQ 4.5
4 Q2 2
hc = 0,7285 ( ) onde:
Seção Triangular
z1 + z 2
EQ 4.6
TAB 4.2
Canais em concreto
f( cm )
Área de Contribuição:
L2
PLATAFORMA L1
FIG 4.14
d) Sarjeta de aterro:
PROTEÇÃO DE CORTES
CORTE
PROTEÇÃO DE ATERROS
ATERRO
DE DERIVAÇÃO
BUEIRO
SAÍDA
SEÇÃO TRANSVERSAL
FIG 4.15
FIG 4.16
4.4.8 Corta-Rios
Corta-rios são canais de derivação executados para desviar pequenos cursos d’água.
FIG 4.17
Como o próprio nome já sugere, são depressões rasas construídas a montante dos
bueiros, cuja finalidade é facilitar a entrada de água nos mesmos.
Devem ser executados com seus taludes bem suaves, em forma de leque.
MONTANTE
TALUDE SUAVE
ALA
TESTA
BUEIRO
JUSANTE
FIG 4.18
São canais ou tubos fechados construídos nos taludes de corte ou aterro, geralmente
em degraus.
Sua finalidade é captar toda água das sarjetas e afastá-las do corpo da estrada.
EM PLANTA
FIG 4.19
FIG 4.20
EM CORTE
• Nos taludes longos deve-se usar rápidos fechados (em tubos) para evitar que a
água, em alta velocidade, salte sobre o rápido provocando erosões e danificando-o.
FIG 4.21
VISTA LONGITUDINAL
CORTE TRANSVERSAL
BASE E SUB-BASE
BRITA
2% 2%
TUBO NÃO
AREIA PERFURADO
TUBO PERFURADO
SOLO ARGILOSO
FIG 4.22
• O dreno transversal de base deve ter caimento para os dois lados da pista, exceto nas
curvas com superelevação (inclinadas) onde o caimento será somente para o lado
mais baixo obviamente.
SEÇÃO TRANSVERSAL
(em detalhe)
PAVIMENTO
BASE E SUB-BASE
30
BRITA
15
AREIA
5
40
FIG 4.23
FIG 4.24
Para fins do presente trabalho, vamos abordar somente alguns aspectos construtivos
para um correto revestimento vegetal.
FIG 4.25
• Não se deve retirar leivas de locais essencialmente úmidos e seu transplante deve
se dar logo após sua retirada, no máximo 24 horas.
FIG 4.26
• Após o plantio, as áreas enleivadas devem ser irrigadas durante o período frio do
dia.
4.4.15 Bueiros
FIG 4.27
CONTÍNUO
DESCONTÍNUO
FIG 4.28
• DRENOS TRANSVERSAIS
PARALELO
ESPINHA-DE-PEIXE
GRELHA
FIG 4.29
COLCHÃO DRENANTE
FILTROS VERTICAIS
DRENOS VERTICAIS
SUB-HORIZONTAL
FIG 4.30
Camada Porosa
Camada Impermeável
Talude do corte
Dreno longitudinal
FIG 4.31
FIG 4.32
55 a 60 cm
Vala
(aberta de jusante para montante) 150 cm
40 a 50 cm
FIG 4.33
FIG 4.34
b) Contínuo (vala preenchida somente com material drenante ou filtrante)
FIG 4.35
FIG 4.36
FIG 4.37
FIG 4.38
Lençol d’água
longitudinal ao
eixo da estrada
Necessidade do
dreno transversal
FIG 4.39
FIG 4.39
FIG 4.40
FIG 4.41
FIG 4.42
FIG 4.43
Tais drenos são constituídos por perfurações feitas no solo preenchidas com areia
solta, a fim de que haja compressibilidade nessas estacas, evitando, assim, que forneçam
resistência e funcionando com uma “armadura de areia”.
POÇO DE ALÍVIO
FIG 4.44
Túnel
Água
FIG 4.45
Os trabalhos consistem na furação do terreno com perfuratrizes e a inserção de um
tubo de PVC de diâmetro menor que o furo, devidamente encamisado com Bidim ou
Propex.
FIG 4.46
lei de Darci Q = K A I
FIG 4.47
Q = Ky(x1)
dy
∴ Qdx = Kydy EQ 4.8
dx
Integrado:
Y2
Qx = K +C EQ 4.9
2
d2 d2
Quando x = 0,y = d, então: 0 = K + c ∴c = −K EQ 4.10
2 2
y2 d 2
Qx = K − EQ 4.11
2 2
Quando x = X, y = H;
Q=
K
(H 2 − d 2 ) EQ 4.12
2x
b) Valor de K:
i) K = 100d102 (cm/s) onde d10 = diâmetro correspondente a 10% passando em metros.
ii) Conforme o ensaio de permeabilidade.
iii) Tabela página 265 do manual:
FIG 4.48
c) Dreno interceptante:
Descarga de projeto f(precipitação/m2 , área de infiltração, K)
Área de infiltração é um retângulo de lado 1 x distância a ser drenada.
Fórmulas utilizadas:
a) Scobey:
V = 0,269 C D0,625 I0,5 EQ 4.13
Q = 0,2113 C D2,625 I0,5 onde: EQ 4.14
b) Hazen-Williams:
V = 0,355 C D0,63 I0,54 EQ 4.15
Q = 0,2785 C D2,63 I0,54 EQ 4.16
(C = 132 para tubos de concreto bem acabados e cerâmica)
Q= KAI
Q = vazão do dreno, igual a descarga de projeto (m3/s);
K = coeficiente de permeabilidade do material drenante usado (m/dia)
A = área da seção transversal do dreno, geralmente de forma retangular (m2)
I= gradiente hidráulico do dreno (por simplificação usado como sendo igual a sua declivadade
em m/m) como ordem de grandeza dreno cego com areia - 181/dia
dreno cego com areia e brita - 80 m3/dia
dreno com areia brita e tubo - 900 m3 /dia
4.5.5.1 Problemas:
a) Conhece-se Q e I , fixa-se o valor de A e busca-se uma granulametria para o
material drenante que possua um coeficiente de permeabilidade K.
Q EQ 4.17
K=
AI
b) Conhece-se Q , I e K , determinar A ( b x h )
Q
A= EQ 4.18
KI
K
E = 2h
q
FIG 4.49
Na França, em 1971, foi realizada uma pesquisa sobre as causas dos acidentes em
muros de arrimo.
Foram examinadas 300 obras que caíram e chegaram ao seguinte resultado:
a) Muros que caíram devido a causas diversas como corrosão na
armadura, congelamentos, etc. 3%
b) Ruína devido à falta de precaução durante os trabalhos 5%
c) Acidentes devido ao escoramento da estrutura 5%
d) Falhas na execução durante o aterro de montante 10%
e) Erros no projeto estrutural 19%
f) Desmoronamento devido a falhas nas fundações 25%
g) Ruína da obra devido a deficiência de drenagem 33%
100%
CONCLUSÃO: O principal cuidado que devemos tomar na construção de uma
estrutura de arrimo refere-se à drenagem do terreno arrimado.
FIG 4.50
FIG 4.51
A simples colocação de orifícios na estrutura (barbacans) não é suficiente, pois, na
maioria dos casos, essas aberturas são obstruídas pelo solo.
A providência reais simples consiste em colocar, em torno das aberturas, um dreno
que garanta o escoamento da água.
FIG 4.52
FIG 4.53
O emprego de drenos sub-horizontais é muito eficiente e freqüentemente adotado
em cortinas.
FIG 4.54
FIG 4.55
4.7 BUEIROS
4.7.1 Classificação
FIG 4.56
Quanto à forma, os bueiros podem ser:
Arco Simples
EM ARCO
Arco Duplo
FIG 4.57
FIG 4.58
Bueiro Esconso é aquele que corta a via “fora de esquadro”, ou seja, faz um ângulo
diferente de 90º com o eixo da via.
BUEIRO ESCONSO
FIG 4.59
4.7.2 Nomenclatura
Pista
Enrocamento de Pedra
Cabeceira
Aterro
Cabeceira
FIG 4.60
VISTA SUPERIOR
VISTA FRONTAL
FIG 4.61
a) BSTC ∅ 1,00 m
FIG 4.62
b) BDTC ∅ 1,00 m
FIG 4.63
c) BTTC ∅ 1,00 m
FIG 4.64
FIG: 4.65
FIG: 4.66
FIG 4.67
b) BDCC 2x2 m
FIG 4.68
c) BTCC 2x2 m
FIG 4.69
4.7.3.1 Declividade
A locação de um bueiro exige um estudo minucioso da declividade, pois
declividade forte provoca erosão na saída do bueiro e declividade baixa acaba provocando
seu assoreamento.
Por isso, deve-se evitar declividades menores que 0,5% (0,5cm por metro).
Quando o projeto não mencionar, pode-se adotar declividades entre 1% a 3%.
FIG 4.70
4.7.3.2 Alinhamento
Tendo em vista a conservação, durabilidade e eficiência hidráulica, variações
bruscas na direção e declividade dos bueiros devem ser evitados.
Um alinhamento correto do bueiro é aquele em que seu eixo coincide com a direção
do curso d’água.
Se for encontrado um curso d’água sinuoso, o bueiro deverá ter a melhor
localização possível, mesmo que se tenha que retificar o canal. Nesse caso, se tivermos
que abandonar o antigo canal, deverá ser construída uma barragem resistente para que o
curso d’água não retome o antigo traçado.
Quando não forem encontrados os canais antigos de escoamento, os bueiros
deverão ser normais à estrada.
FIG 4.71
FIG 4.72
FIG 4.73
FIG 4.74
Quando a boca de saída, por algum motivo, tiver de situar-se acima do fundo do
canal, necessário se faz uma descida d’água em degraus.
FIG 4.75
4.7.3.4 Fundação
Os bueiros devem ser assentados sobre uma fundação estável, ou seja, que não se
deforme, ou se deforme pouco e igualmente quando submetida ao peso do aterro e
veículos.
A fundação ideal é aquela em que se emprega um berço de concreto assentado
sobre uma camada de pedra arrumada com espessura mínima de l0 cm.
Obviamente se o bueiro for assentado sobre rocha, a camada de pedra arrumada
será dispensada.
Quando o terreno na base for ruim, deve-se remover esse material e substitui-lo por
um material estável, como pedregulho, pedra britada ou areia.
A largura do berço de concreto deverá ser, no mínimo, igual ao diâmetro externo do
tubo mais 20 cm.
A espessura do berço será de 1/4 do diâmetro nominal do tubo, ou pelo menos 20
cm. O envolvimento lateral não poderá ser inferior a 1/3 do diâmetro externo do tubo.
Sob aterros com altura superior a 20 m não será admitida a execução de bueiros tubulares.
FIG 4.76
Em estradas rurais de pequeno tráfego, desde que o terreno de fundação seja firme,
permite-se embasar os bueiros como abaixo indicado:
a) Canalização Saliente
São aquelas colocadas sob o aterro, porém na superfície do terreno sobre o qual
assentam.
FIG 4.77
b) Canalização em Valas
São aquelas que ficam completamente enterradas em valas, abertas em terrenos
relativamente sólidos e estáveis.
FIG 4.78
Os tubos sempre deverão ter um envolvimento lateral.
Em terrenos muito ruins, poderão ser colocadas sapatas.
Em terrenos sujeitos a recalques, a metade de montante do corpo do bueiro
aconselha-se ter inclinação 50% menor que a especificada.
4.7.3.5 Comprimento
Normalmente os bueiros devem ser suficientemente compridos para não serem
obstruídos por eventuais materiais erodidos das encostas dos aterros.
Em geral, adicionar 30 cm (para cada lado) no comprimento do bueiro para cada
3 m de altura do aterro.
FIG 4.79
FIG 4.80
b) Lançar o bueiro obtendo:
CP- cota da linha do fundo da água
CT- cota da linha de topo do bueiro
CG- cota do greide da estrada
Io- declividade do bueiro
h- altura do aterro sobre o bueiro
c) Sabendo-se a largura da plataforma em tangente, calcular a largura da semi-plataforma
em curva.
L
Ln = +A onde A é a superlagura EQ 4.20
2
d) Calcular a largura da semi-plataforma esconsa.
Ln
Le =
Cos e
EQ 4.21
FIG 4.81
e) Determinar m.
m = Le sen e EQ 4.22
FIG 4.81
CBE = Q2 ± Ln H2 % EQ 4.24
b1
d1 = EQ 4.27
2
Cos e + i %
3
b2
d2 = EQ 4.28
2
Cos e + i %
3
i) Determine o comprimento da obra a montante e a jusante.
Cm = dm + Testa + Folga ; dm = Le + d1 EQ 4.29
Cj = dj + Testa + Folga ; dj = Le + d2 EQ 4.30
A folga é necessária para completar o número de tubos inteiros.
C = Cm + Cj EQ 4.31
FIG 4.82
4.7.3.7 Rejuntamento
Os tubos de concreto deverão ser cuidadosamente alinhados e rejuntados com
argamassa de cimento e areia, traço 1:4.
A junta deverá ser tipo espiga.
FIG 4.83
4.7.3.8 Reaterro
Depois do berço concluído, bueiros colocados e rejuntados, segue-se o reaterro da
cava de fundação, que obedecerá aos seguintes critérios.
a) Até cobrir os tubos com, pelo menos, 60 cm, o reaterro das valas deverá ser
manual, com soquetes ou placas vibratórias. O aterro deverá ser.apiloado
em camadas de 10 cm e atingir um grau de compactação de 95 % do Proctor
Normal.
b) As camadas finais do reaterro, abaixo do greide, poderão ser compactadas
com rolos vibratórios, e o grau de compactação deverá ser 100% do Proctor
Normal.
c) O reaterro e a compactação deverão ser feitos simultaneamente de ambos os
lados do tubo.
d) Equipamentos pesados de terraplenagem e compactação não poderão operar
a menos de 1,50m do bueiro, enquanto sobre ele não tiver uma camada de
solo compactado de, no mínimo, 60 cm.
1ª FASE 2ª FASE
Compactação Manual Compactação com
Camada de 10 cm Rolo camadas finas
Até cobrir o tubo com 60 cm 100% PN
95% PN
FIG 4.84
4.7.3.9 Cobertura
O reaterro sobre os bueiros deverá ter uma espessura mínima para que os mesmos
não sejam danificados sob ação do tráfego.
Essa espessura mínima de solo compactado sobre os bueiros deve ser medida no
acostamento.
A tabela abaixo serve de orientação.
TUBOS
Diâmetro
do tubo De 30 *
180 200 250 300 300
a 150 ARCOS
Supefície
Pavimento asfáltico VÃO
30 35 40 50 60 60
ou não pavimentada 15
Pavimento de VÃO
20 25 30 35 40 45
concreto 20
TAB 4.3
FIG 4.85
4.7.3.10 Localização
Os bueiros deverão ser construídos nos locais onde os canais de drenagem sejam
suficientemente grandes para necessitarem de uma travessia das águas.
Nas estradas a meia-encosta ou onde houver interceptação de superfície de água,
drenar a água para os locais mais baixos da estrada e, se possível, jogá-la bem longe do
corpo estradal.
Estradas em rampa acentuada (7% a 9%) necessitam, em geral, bueiros a cada 90 m
a 100 m.
Declividades menores do greide (até 5% a 6%) necessitam em geral, bueiros cada
150 m a 200 m.
FIG 4.86
DEFINIÇÃO
Bueiros são condutos destinados a passagem das águas provenientes de bacias
hidrográficas próximas à rodovia, de um lado outro, sob o corpo estradal.
4.7.4.2 Classificação:
a) Quanto a forma da seção:
− Tubular ou circular
− Celular ( retangular ou quadrado )
− Especial ( arco , oval ou capeado)
b) Quanto ao número de linhas:
− Simples
− Múltiplo (duplo ou triplo)
Limites Econômico
BTTC φ 1,5 m ( se insuficiente verificar celular )
BTTC 3,0 x 3,0 m ( se insuficiente verificar ponte )
c) Quanto a rigidez:
− Rígido (pode sofrer variações nas dimensões horizontais e verticais ≤ 0,1% sem
danos estruturais)
− Semi - rígido ( pode sofrer variações nas dimensões até 0,3% sem danos estruturais)
d) Quanto ao material:
− Concreto
− Metálico
− Outros ( alvenaria , pedra argamassada , madeira )
e) Quanto à esconsidade:
− Normal (90o c/ o eixo da estrada)
− Escoamento (≠ 90o c/ eixo da estrada)
f) Localização:
− Sob os aterros ( em principio nos talvegues )
− Nos cortes - quando atingido o comprimento crítico das sarjetas - (Bueiro de
greide)
Cel Paulo Roberto Dias Morales 99
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - IME
Drenagem
g) Projeto de um bueiro:
I) Elementos a definir
− Área de seção de vazão
− Comprimento da obra ( total , à montante , à jusante )
− Declividade - em princípio seguir a declividade do terreno, variando entre 0,4% e
5%. Se for necessário usar inclinação maior que 5% prever gigantes e berço com
dentes.
− Recobrimento
− Dispositivo de Capitação - bocas , caixas...
− Dispositivo de Dispersão - valas , descidas d’água , bacias de amortecimento, etc...)
Entrada Saída
vazão projeto comprimento do bueiro
dados geotécnico declividade ( 0,4 a 5% )
levantamento topográficos escoamento
talvegue dimensões
seção de locação do bueiro cotas dos pontos principais
geometria do corpo estradal
TAB 4.4
III) Fases
1) Fase Hidróloga - vista anteriormente , estuda a determinação da vazão de contribuição.
2) Fase Hidráulica:
O DNER recomenda que seja feito o dimensionamento do bueiro como canal para o
tempo de recorrência de 25 anos e a verificação como orifício para um tempo de
recorrência de 50 anos.
O dimensionamento é feito pela fórmula de Manning, associada a equação da
continuidade.
Equação da Contabilidade Q = AV
Q - vazão em m3/s
A - Área em m3/s
V - velocidade de escoamento em m/s
Das equações anteriores resulta:
A R 2 /3 I1/2
Q= EQ 4.35
n
O fluxo no bueiro poderá ser subcrítico, crítico ou supercrítico. A energia específica
da água escoando em um bueiro é a energia total da unidade de peso da água em relação ao
fundo da obra.
V - velocidade em m/m
V2
E = +h EQ 4.36
2g
h - profundidade em m
Cel Paulo Roberto Dias Morales 101
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - IME
Drenagem
FIG 4.87
Se a declividade da obra é maior ou igual a declividade crítica, o dimensionamento
se fará de acordo com as expressões do regime crítico; se a declividade da obra é menor
que a crítica, as expressões para o dimensionamento são as do fluxo subcrítico baseado na
declividade disponível.
A partir da declividade crítica, mesmo aumentando a declividade da obra, a
capacidade de admissão de água na entrada do bueiro permanece constante.
i) Dimensionamento no regime crítico
− Bueiros Tubulares
Ac = 0,601 D2 (m2 ) EQ 4.37 Área da seção molhada
32,67 n 2
I = (m/m) Declividade crítica
D1/ 3 EQ 4.40
− Bueiro Celulares:
Seção retangular Seção Quadrada B=H=L
3/2
Qc = 1,705 BH EQ 4.41 Qc = 1,705 L5/2 (m3 /s) EQ 4.44
2 ,6n 2 4H 4/ 3 34,82 n 2
I c = 1/3 [ 3 + ] Ic = (m/m)
H B EQ 4.43 L1/3 EQ 4.46
θ - senθ 2 2/ 3 I1/2
V=3 ( ) D
4θ n EQ 4.47
2/ 3 I1/2
V = Kv D
n EQ 4.48
1 θ - senθ 8/ 3 I 1/ 2
Q = 3 .( )5 D
16 2θ 2 n EQ 4.49
Q = Kq 8/ 3 I 1/ 2
D
n EQ 4.50
(B d)5 I1/ 2
V= 3
(B + 2d) 2 n EQ 4.53
Q= KQ I 1/2
n EQ 4.54
1) H ≥ 1,2 D ou h ≥ 0,7 D ≤ 1m
FIG 4.88
• SIMPLIFICAÇÃO:
A descarga admissível
i) independe da rugosidade das paredes.
ii) independe do comprimento do bueiro.
iii) depende da carga a montante (h), da forma e dimensões da boca de entrada.
Assim:
Q = V Ac = C1
2gh C2 A EQ 4.56
V = 2,79 h EQ 4.58
Q = 2,791 B H h EQ 4.59
V = 2,79 h EQ 4.60
Dimensões mínimas:
Tubulares φ ≥ 1,0m
Celulares BxH ≥ 1,0m x 1,0m
c) Fase Estrutural:
Os bueiros tubulares e celulares podem ser executados de duas formas:
i) Salientes - Quando os tubos repousam sobre o terreno natural ou em pequenas
depressões. (deve ser evitado)
ii) Em vala - Quando colocado em escavação de profundidade maior que seu diâmetro
externo. (método preferido)
iii) Altura mínima e máxima de aterro - Dimensionada a seção transversal do bueiro,
devem ser feitas verificações quando a altura mínima e máxima de aterro a ser
utilizada.
Bueiro tubular
− mínima: 1,5φext
− máxima: Função da forma de assentamento e da resistência do tubo.
T saliente CA-2
T saliente Especial
TAB 4.6
Verificar a tabela para determinar o tipo em função da altura de aterro.
Bueiro Celular-f (laje superior) podendo ser somente as camadas de pavimento ou a
superestrutura.
iv) Aterros de grande altura - No caso de aterros de grande altura, muito comuns em
ferrovias, verifica-se que elas ultrapassam as estabelecidas na tabela. Pode ocorrer
também, que mesmo o valor não sendo ultrapassado, seja necessário fazer um
dimensionamento mais econômico . Messes casos pode ser feita uma redução da carga
que atua sobre o bueiro, considerando que ocorre um plano, a uma certa altura do topo
do bueiro (8d), acima da qual não são aprovados recalques, devido a existência do
bueiro.
A ENGEFER utilizou uma técnica, chamada falsa trincheira que permite tal redução. Essa
técnica consiste em escacar uma parte do prisma de material compactado sobre o bueiro e
enchê-lo novamente com material solto. Em seguida, a construção do aterro prossegue
normalmente.
4.8 CONSERVAÇÃO
BRASIL – 8.511.965 KM 2
Haja Drenagem !
FIG 4.89
Cel Paulo Roberto Dias Morales 106
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - IME
Drenagem
FIG 4.90
FIG 4.91
Proteção vegetal →
Manutenção do revestimento →
Limpeza e desobstrução →
FIG 4.92
4.8.3 Banquetas
As banquetas são colocadas nos aterros para evitar que as águas que caem na
plataforma escorram diretamente pela saia dos aterros, provocando a erosão das mesmas.
A conservação das banquetas é muito simples e consiste na manutenção de sua
seção transversal e proteção contra a erosão.
A melhor proteção contra a erosão na aplicação de materiais betuminosos.
FIG 4.93
FIG 4.94
4.8.5 Bueiros
Identificação do bueiro
Observar trincas
Observar erosões
FIG 4.95
5 INTRODUÇÃO
Dentro deste contexto, este capítulo enfoca o conjunto dos principais aspectos das
cheias e sua relação com o ambiente rodoviário e urbano, sendo apresentado na seqüência,
uma síntese dos principais efeitos, impactos e medidas de controle a serem consideradas
nos sistemas de drenagem.
Tempo
a – hidrograma hipotético
Essas enchentes ocorrem no qual o rio ocupa o seu leito maior, de acordo com os
eventos chuvosos extremos, em média com tempo de retorno superior a dois anos. Esse
tempo de retorno ocorre, normalmente, em bacias grandes (>1000 km2 ) e é decorrência do
processo natural. Os impactos sobre a população são causados, principalmente, pela
ocupação inadequada do espaço urbano. Essas condições ocorrem, em geral, devido às
seguintes ações: (TUCCI, C. E. M., 1995, et ali.)
Cel Paulo Roberto Dias Morales 117
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - IME
Drenagem Rodoviária Urbana e Meio Ambiente
• o Plano Diretor da quase totalidade das cidades brasileiras, não existe nenhuma
restrição quanto as loteamento de áreas de risco de inundação, a seqüência de anos
sem enchentes é razão suficiente para que empresários loteiem áreas inadequadas;
• ocupação de áreas de médio risco, que são atingidas com freqüência menor, mas
que quando o são, sofrem prejuízos significativos.
A FIG 5.3 ilustra a relação entre os setores citados e o ciclo das águas.
AÇÃO INTERNA A
CIDADE
Plano Diretor
Urbano
Esgoto cloacal,
drenagem
urbana e
resíduo sólido
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Meio
Uso do Solo
Ambiente
Gestão
Estadual e
Federal
Recursos
Hídricos
AÇÃO EXTERNA A
CIDADE
FIG 5.3
Recomenda-se que, para maiores detalhes, seja vista a bibliografia utilizada neste
trabalho.
Cel Paulo Roberto Dias Morales 123
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - IME
Anexo I
Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários
ANEXO I
DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO
DE ESTUDOS E PROJETOS RODOVIÁRIOS
1. OBJETIVO
Definir e especificar os serviços constantes do projeto de drenagem nos projetos de engenharia rodoviária.
2. FASES DO PROJETO
3. ELABORAÇÃO DO PROJETO
IS-210 01 MT/DNER/IPR
DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E PROJETOS RODOVIÁRIOS
p. 02/05
IS-210 02 MT/DNER/IPR
DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E PROJETOS RODOVIÁRIOS
p. 03/05
− Descida d’água;
− Saídas d’água;
− Caixas coletoras;
− Bueiros de greide;
− Dissipadores de energia;
− Escalonamento de taludes;
− Corta-rios;
− Drenagem de alívio de muros de arrimo.
• Drenagem do pavimento ou subsuperficial
Objetivo: defender o pavimento das águas que possam danificá -lo, originárias de infiltrações diretas das
precipitações pluviométricas e aquelas provenientes de lençóis d’água subterrâneos. Esta drenagem é
necessária nas regiões em que se verifica anualmente altura pluviométrica maior que 1500 mm e nas
rodovias com TMD acima de 500 veículos comerciais.
Dispositivos:
− Camada drenante;
− Drenos rasos longitudinais;
− Drenos laterais de base;
− Drenos transversais.
• Drenagem subterrânea ou profunda
Objetivo: interceptar e rebaixar o lençol d’água subterrâneo para impedir a deterioração progressiva dos
suportes das camadas dos terraplenos e pavimentos.
Dispositivos:
− Drenos profundos;
− Drenos espinha de peixe;
− Colchão drenante;
− Drenos suborizontais;
− Valetões laterais;
− Drenos verticais.
• Drenagem de travessia urbana
Objetivo: promover de forma satisfatória o escoamento das águas das áreas urbanas, assegurando o trânsito
público e protegendo a rodovia e propriedades particulares dos efeitos danosos das chuvas intensas.
Dispositivos:
− Sarjetas;
− Bocas-de-lobo;
− Poços-de-visita.
IS-210 03 MT/DNER/IPR
DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E PROJETOS RODOVIÁRIOS
p. 04/05
4. APRESENTAÇÃO
− Concepção do anteprojeto;
1
Relatório do − Quadro de quantidades e códigos; A4
Anteprojeto − Discriminação de todos os serviços, distâncias de
transporte e quantidades.
IS-210 04 MT/DNER/IPR
DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E PROJETOS RODOVIÁRIOS
p. 05/05
(Conclusão)
Volume Discriminação Matérias Formato
2
Anteprojeto − Planta esquemática da localização das obras de A1
de Execução drenagem;
− Desenhos com os anteprojetos dos dispositivos de
drenagem.
FORMATO
VOLUME DISCRIMINAÇÃO Impressão
Minuta
definitiva
Relatório do Projeto
− Concepção do projeto;
1 A4 A4
− Quadro de quantidades e códigos,
− Discriminação de todos os serviços, distâncias de
transporte e quantidades.
Projeto de Execução
IS-210 05 MT/DNER/IPR
DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E PROJETOS RODOVIÁRIOS
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM
1. OBJETIVO
Definir e especificar os serviços constantes do projeto de drenagem nos projetos de engenharia de rodovias
vicinais.
2. FASES DO PROJETO
3. ELABORAÇÃO DO PROJETO
IS-242 01 MT/DNER/IPR
DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E PROJETOS RODOVIÁRIOS
p. 02/03
− Banqueta de aterro;
− Entrada d'água;
− Descida d'água;
− Caixa coletora;
− Caixa de amortecimento;
− Escalonamento dos taludes.
3.2.2 Bueiros
O sistema de bueiros tem por objetivo permitir a passagem das águas que escoam pelo terreno natural de
um lado para o outro do corpo estradal e como dispositivo adicional, complemento da drenagem superficial
quando indicado como bueiro de greide.
Os bueiros a serem utilizados nos projetos de rodovias vicinais serão dos seguintes tipos:
− Tubulares de concreto;
− Tubulares metálicos;
− Celulares de concreto.
A sua utilização de tipo e dimensões deverá ser justificada no projeto.
3.2.3 Drenagem subsuperficial
O sistema de drenagem subsuperficial tem por objetivo interceptar e rebaixar o lençol d’água subterrâneo,
de forma a impedir a degradação progressiva do suporte das camadas dos terraplenos; sua utilização, tipo e
localização deverão ser justificadas no projeto.
4. APRESENTAÇÃO
Apresentar o projeto através do Relatório Final, inicialmente sob a forma de minuta e após a aprovação a
impressão definitiva, compreendendo os seguintes volumes:
4.1 Fase de anteprojeto
Apresentação do anteprojeto dar-se-á através do Relatório Parcial, constituído de texto explicativo e
desenhos das soluções propostas, conforme discriminado a seguir:
− Concepção do anteprojeto;
1 Relatório do − Quadro de quantidades estimadas; A4
Anteprojeto − Discriminação de todos os serviços, distâncias de
transporte e quantidades.
IS-242 02 MT/DNER/IPR
DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E PROJETOS RODOVIÁRIOS
p. 03/03
(Conclusão)
Volume Discriminação Matérias Formato
FORMATO
VOLUME DISCRIMINAÇÃO / MATÉRIAS Impressão
Minuta
definitiva
Relatório do Projeto
− Concepção do projeto;
1 A4 A4
− Quadro de quantidades e códigos;
− Discriminação de todos os serviços, distâncias de
transporte e quantidades.
Projeto de Execução
− Plantas e desenhos-tipo dos diversos dispositivos de
2 drenagem utilizados; A1 A3
− Planta esquemática da localização das obras de drenagem;
− Notas de serviço.
Memória Justificativa
3 − Justificativa do detalhamento das alternativas aprovadas no A4 A4
anteprojeto.
IS-242 03 MT/DNER/IPR
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - IME
Anexo II
Cálculos
ANEXO II
CÁLCULOS
DRENAGEM
Q =V ⋅ A g – aceleração da gravidade
dh
(local) (m/s2 )
dA = T .dh
v – velocidade (m/s)
h V
2
h
V2 2g
E = h+ V
2
2g
h 2g
2
V
2g
Linha de energia específica
Fundo do Canal
EXEMPLO:
Q = 4,5m3/s
H=2
3m
V2
H V E
2g
0,30 5 1,27 1,57
0,40 3,75 0,71 1,11
d u vdu − udv (Q = V − A )
=
d v v2 (dA = Tdh )
v2 Q2
dΕ = d + h = d + h
2 2
g 2 gA
d 2
2 gA 2 . Q − Q 2 .41 g 1 A1dA
= dh + dh
3
4 gfA4
− Q2
= dA + dh
gA3
− Q2
= Tdh + dh =
gA3
1 Q2
= − 3 T dh =
gA
dΕ Q 2T
= =1− 3 = 0
dh gA
Q 2T
3
= 1 ⇒ Q 2 T = gA3
gA
A3 A
Q2 = g = g. A2 .
T T
sendo Q = VA
Vc
= 1 ⇒ Vc = ghc (m/s) 2ª eq. básica do fluxo crítico
ghc
O valor de Vc:
V 2
Ε = hc +
( ghc )
2
2g
2g Ec 2
hc = Εc
3
hc 3
Ε = hc + = hc
2 2
No ∆ tem-se
α
α = 2π − θ
D
D d
d− θ
α 2
Cos =
2 D
2
T – largura da sup. livre
mas Cos α = Cos 2π − θ = Cos π − θ =
2 2 2 d – diâmetro molhado
2d − D
θ 2 θ D − 2d θ 2d
= − Cos = = Cos = ∴ Cos = 1 −
2 D 2 D 2 D
2
θ
Pm = D (m)
2
• Área Molhada:
Am = A τ − Asegmento (m2 )
1 2
Asegmento = R (α − sen α ) (m2 )
2
1 D2
Aseg = [2π − θ − sen (2π − θ )]
2 4
sen(2π − θ ) = − senθ
1 D2
Aseg = [2π − θ + sen θ] (m2 )
2 4
πD 2 D 2
Am = − [2π − θ + sen θ ]
4 8
πD 2 πD 2 D 2 θ D 2
Am = − + − senθ
4 4 8 8
D2
Am = (θ − sen θ ) (m2 )
8
• Raio Hidráulico
2
(θ − senθ )D 2
Am
(θ − sen θ ) D θ − sen θ D
Rh = = 8 = 8 = . (m)
Pm θ θD θ 4
D
2 2
T
α
sen = 2
2 D
2
α θ θ θ θ
sen = senπ − = sen π Cos − Cosπ sen = sen
2 2 2 2 2
θ T θ
sen = ∴ T = D sen (m)
2 D 2
D2
A
(θ − sen θ )
h= = 8
T θ
D sen
2
h=
(θ − sen θ ) ⋅ D (m)
θ 8
sen
2
BUEIRO CELULAR
N.A.
B – base
H H – altura do bueiro
d
d – altura molhada
B
Bd
• Raio hidráulico: R= (m)
B + 2d
• Tubulares
Qc = Ac g ⋅ hc
g (θc − senθc )
1, 5
Qc = ⋅ ⋅ D 2, 5 (m3 /s)
512 θ
sen c
2
Vc = g ⋅ hc
θc − senθc
Vc = ⋅g⋅D (m/s)
θc
8 sen
2
n 2 Vc2
Ic = 4
R c3
n 2 ⋅ gθc θc
Ic = (m/m)
2D(θc − sen θc )
3
θ
sen c
2
• Celulares
Vc = g ⋅ d c0 ,5 (m/s)
4
B + 2d c 3
I c = n 2 gd c
(m/m)
Bd c
• Tubulares
n = 0,015
Substituindo
g = 9,81 m/s
θc − senθc
Vc = 1,107 D (m/s)
θ
sen c
2
7 ,786 n 2θ c θc
Ic = 3 (m/m)
1
θ θ c − senθ c
D sen c
3
2
• Celulares
4
0 ,0022 2d c 3
Ic = 1 1 + (m/m)
3 B
dc
• Tubulares
Arbitra-se
3 θc − senθc
Como Εc = hc e hc = ⋅D
2 θc
8 sen
2
θc − senθc 16
=
θc 3
8 sen
2
Solução desta equação:
θ c = 4 ,0335 rd
θ c = 231º 06’09”
Correspondendo a:
d c = 0,716D (m)
• Tubulares
Vc = 2,56 D (m/s)
n2
I c = 32,82 3 (m/m)
D
• Celulares
Εc = H
3
Εc = hc
2
2
Sendo hc = d c ⇒ d c = H
3
Vc = 2,56 H (m/s)
V 2n2
I = 4
(m/m)
R3
4
I θ − senθ 3 I
4
V = R ⋅ 2 = ⋅ D ⋅ 2
2 3
n 4θ n
1
θ − sen θ
2 2
I2
V =3 ⋅ D3 ⋅ (m/s)
4θ n
Κv
Q =V ⋅A
D 2 3 θ − senθ
2
Q = (θ − sen θ ) ⋅
8 4θ
1 (θ − senθ )5 8
I2
Q= 3 ⋅ D 3
⋅
16 2θ 2 n
ΚQ
NO BUEIRO QUADRADO
B = H∴H = L
5
Vc = 2,56 L 2 (m/s)
n2
I c = 34 ,75 1
(m/m)
L 3
Logo:
Kv
1
2
I2
K v ∴V = K v D 3 ⋅
n
V .n
Kv = 2 1
D3 ⋅I 2
KQ
1
8 2
I
KQ ∴ Q = VQ ⋅ D 3 ⋅
n
Q⋅ n
KQ = 8 1
D3 ⋅I2
3
Q ⋅n
D=8 1 (m)
KQ ⋅ I 2
d
Por isso a tabela →
D
(B + 2d )2 n
1
2
I
V = Kv
n
I2
Q = KQ ⋅
n
Q ⋅n
KQ = 1
I2
Fixando B → obtém-se d.
d
H= folga de 25%
0,80
ANEXO III
EXERCÍCIOS DE DRENAGEM
(DRENAGEM SUPERFICIAL)
20 cm 80 cm
20 cm
3) Uma canaleta triangular corre paralela à pista de um aeroporto por uma distância de
600m. Uma pista de asfalto com 40 m de largura contribui para o fluxo de um lado e
um campo gramado, com coeficiente de deflúvio C = 0,3, contribui do outro. A
inclinação transversal da pista é de 0,005 e a do campo é de 0,01. A chuva de projeto
foi calculada em 6 cm/h, para uma duração de 90 min. Ignorando os efeitos da
acumulação de água no canal, qual deve ser sua largura no final, se a profundidade
máxima permitida é de 30cm?
A inclinação longitudinal é de 0,013 e n = 0,02.
20 cm 80 cm
20 cm
5) Uma canaleta de drenagem de uma rodovia tem seção triangular com uma
profundidade máxima de 0,20 m e a largura da parte superior de 1,8 m. O pavimento
tem uma largura de 18 m. A declividade longitudinal do aterro é de 0,004 m/m.
a) Se a chuva de projeto é de 10 cm/h, qual deverá ser o intervalo entre as descidas
d’água, de forma que seja mantida uma borda livre de 5 cm?
b) É necessário revestir a canaleta?
c) Se a canaleta for trapezoidal, quais serão suas dimensões?
(BUEIROS)
1) Um bueiro deverá drenar uma bacia de 1.100 ha de área, situada em região rural, com
declividade média de 1 m/km, sendo de 80 mm/h a intensidade de chuva prevista. O
projeto prevê a construção de um bueiro celular de concreto, com seção de 1,5m x
1,5m, com declividade longitudinal de 2%.
Para assegurar uma folga de vazão para as chuvas excepcionais, deseja-se verificar
se ele trabalha em descarga livre, com somente 2/3 da altura, para a chuva de projeto.
Admitir:
§ Coeficiente (de deflúvio) da bacia: 0,20
§ Coeficiente de rugosidade: 0,013
2) Uma estrada projetada para transpor um talvegue em aterro deixa, à montante, uma
bacia hidrográfica com vazão de contribuição idêntica à do problema anterior. Sabendo
que à jusante da estrada a ravina é coberta de grama comum, firmemente implantada
em solo bom, dimensione um bueiro tubular e um bueiro celular para uma declividade
longitudinal de 0,6%, indicando se há necessidade de adoção de alguma medida
complementar para assegurar a estabilidade da obra.
3) Para o projeto de um bueiro na região de São Paulo, numa área agrícola onde não se
adota o terraceamento, são conhecidos os seguintes dados da bacia a drenar:
§ Área: 2 km2
§ Comprimento do talvegue: 1 km
§ Diferença de cotas entre o ponto mais afastado do talvegue e o local do bueiro: 100
m
§ A declividade das encostas é média, situando-se em torno de 4%
5) Deseja-se projetar um bueiro de concreto com seção quadrada para dar vazão a uma
bacia de 20 km2 , com um talvegue de 4 km de extensão e declividade longitudinal
média de 4%.
Os estudos hidrológicos conduziram a seguinte expressão da relação intensidade –
freqüência – duração das precipitações pluviométricas:
1240.T 0 ,176
i= , onde:
(t + 24)0, 75
(DRENAGEM PROFUNDA)
3) Um trecho em corte de uma estrada, cujo comprimento é de 900 m, deverá ser drenado
com dois drenos longitudinais a uma profundidade de 1,2 m. Verifique se a
profundidade dos drenos é suficiente para manter o nível do lençol a 10 cm da
superfície e determine a vazão nas bocas dos drenos, bem como sua dimensão.
Dados:
§ Solo: silte argiloso, com K = 10-2 m/dia = 10-5 cm/s
§ Declividade do corte: 2%
§ Adotar a mesma “chuva” do exercício nº 1
tc (min) i (cm/h)
5 7,0
10 4,6
20 2,8
30 2,1
ANEXO IV
ORÇAMENTO PARA OBRAS DE DRENAGEM
(Material cedido pela Revista Informador das Construções – Março/ 2003)
TG-01-2 ENROCAMENTO
Servente h 2,1000 2,91 6,11
Encarregado de turma h 0,1050 11,96 1,25
BRITA m3 0,9450 22,56 21,31
----------------
Produção da Equipe: 1,000 Custo Horário: 28,69
Total por m3 : 28,69
SARJETAS
DEMOLICAO
ENSECADEIRA
VB-01-8 ENSECADEIRA SIMPLES
Servente h 50,4000 2,91 146,66
Encarregado de turma h 1,0500 11,96 12,55
Carpinteiro de Formas h 10,5000 4,49 47,14
PRANCHAO DE MADEIRA DE LEI 7,5 cm m3 0,3300 570,50 188,26
----------------
Produção da Equipe: 6,000 Custo Horário: 394,64
Total por m2 : 65,77
VB-04-9 ENSECADEIRA DUPLA
Servente h 50,4000 2,91 146,66
Encarregado de turma h 1,0500 11,96 12,55
Carpinteiro de Formas h 10,5000 4,49 47,14
PRANCHAO DE MADEIRA DE LEI 7,5 cm m3 0,6600 570,50 376,53
----------------
Produção da Equipe: 4,000 Custo Horário: 582,90
Total por m2 : 145,73
Lembramos aos nossos leitores que estes valores são médios, para uso da Revista e
servindo como balizamento para empresas.
Dado o elevado número de considerações que têm que ser feitas para se apurar um
valor exato, cada empresa deverá efetuar seus próprios cálculos para um valor que
espelhe com rigor sua situação.
Colocamo-nos à disposição dos leitores para maiores esclarecimentos e consultas,
desde que formuladas estas por escrito.
ENCARGOS
I - Básicos
01) INSS .................................... 20,00 por cento
02) SESI .................................... 01,50 por cento
03) SENAI ................................... 01,30 por cento
04) SEBRAI .................................. 00,60 por cento
05) INCRA ................................... 00,20 por cento
06) Salário educação ........................ 02,50 por cento
07) Seguro acidente de trabalho ............. 03,00 por cento
08) FGTS .................................... 08,50 por cento
09) SECONCI ................................. 01,00 por cento
Sub-total ................................... 38,30 por cento
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
3. BELLA, V., BIDONE, E.D., Rodovias Recursos Naturais e Meio Ambiente, 1993.
6. DER/SP, 2003
16. TUCCI, C.E.M., PORTO, R.L., BARROS, M.T. (org.). Drenagem urbana. Porto
Alegre: Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 1995.
Apoio
LaboratóriodePlanejamentoUrbano
InstitutoMilitardeEngenharia IME
PraçaGeneralTibúrcio80,PraiaVermelha
RiodeJaneiro-RJ-CEP22290-270-sala1.071
Tel.:(0xx21)2546-7002
http:www.ime.eb.br