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LOGSDON, N. B. - Uma pequena abordagem ao cálculo rápido de pontes rodoviárias de
madeira, sob a ótica da NBR 7190/1997. Faculdade de Engenharia Florestal -
Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, MT. 1999.
RESUMO: Neste trabalho, preparado para ser utilizado como Notas de Aula, apresentam-se
alguns dados e conceitos que permitem o cálculo rápido de pontes rodoviárias de madeira. No
trabalho são apresentados os elementos de uma ponte rodoviária; os tipos de pontes; dados
para o cálculo simplificado de pontes rodoviárias de madeira e finalmente, na forma de
exemplo de aplicação, o cálculo simplificado de uma ponte rodoviária de madeira, classe 45,
em vigas simplesmente apoiadas. As etapas prevista pela NBR 7190/1997, para o Projeto de
Estruturas de Madeira, foram incorporadas a este trabalho.
iii
SUMÁRIO
CONTEÚDO PÁGINA
1. INTRODUÇÃO 1
2. ELEMENTOS DE UMA PONTE RODOVIÁRIA 1
3. TIPOS DE PONTES 2
3.1. ESQUEMA ESTRUTURAL 2
3.2. POSIÇÃO DO TABULEIRO 3
4. CARREGAMENTOS EM UMA PONTE RODOVIÁRIA 3
4.1. CARGAS PERMANENTES 4
4.2. CARGA MÓVEL 5
4.3. IMPACTO VERTICAL 12
5. OUTRAS CONSIDERAÇÕES 12
5.1 SEÇÃO RESISTENTE DO TABULEIRO 12
5.2. DESGASTE DO TABULEIRO SEM REVESTIMENTO 13
5.3. FORÇA CORTANTE REDUZIDA 13
5.4. DIMENSIONAMENTO 15
5.5. PRESERVAÇÃO DA MADEIRA 15
6. FUNDAÇÕES 15
6.1. DIMENSÕES DA FUNDAÇÃO 15
6.2. FERRAGEM DA FUNDAÇÃO 16
6. LIGAÇÕES 17
8. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 17
8.1. ENUNCIADO 17
8.2. CÁLCULO DO TABULEIRO 19
8.2.1. Seção resistente e características geométricas da seção 19
8.2.2. Características da madeira 20
8.2.3. Esforços de cálculo 23
8.2.4. Verificação da tensão normal 25
8.2.5. Verificação da tensão de cisalhamento 26
8.2.6. Verificação da flecha 26
8.2.7. Conclusão 27
8.3. CÁLCULO DA VIGA PRINCIPAL 27
8.3.1. Seção resistente e características geométricas da seção 27
8.3.2. Características da madeira 28
8.3.3. Esforços de cálculo 29
8.3.4. Verificação da tensão normal 33
8.3.5. Verificação da tensão de cisalhamento 34
8.3.6. Verificação da flecha 35
8.3.7. Conclusão 35
iv
SUMÁRIO
CONTEÚDO PÁGINA
v
LISTA DE TABELAS
CONTEÚDO PÁGINA
vi
CONTEÚDO PÁGINA
vii
1
1. INTRODUÇÃO
Entende-se por ponte rodoviária, segundo o item 21 da NBR-7188 da ABNT (1984), toda e
qualquer estrutura destinada a permitir a transposição de um obstáculo, natural ou artificial,
por veículos rodoviários possíveis de trafegar na via terrestre de que faz parte.
Uma ponte rodoviária de madeira se compõe de uma série de elementos, os quais serão
descritos sucintamente, a seguir:
3. TIPOS DE PONTES
Quanto ao esquema estrutural, as pontes podem ser: em vigas, maciças ou treliçadas; em arco,
na forma típica de arco ou em pórtico; e pênseis ou estaiadas. Na figura 01 apresenta-se
alguns esquemas estáticos utilizados em pontes rodoviárias de madeira.
PONTES EM VIGAS
PONTES EM ARCO
PONTES TRELIÇADAS
f) Ponte treliçada com cargas no Banzo g) Ponte treliçada com cargas no Banzo
Inferior Superior
h) Ponte Pênsil com viga de i) Ponte estaiada com viga j) Ponte em pórtico plano
rigidez de rigidez ou Ponte em vigas
escoradas
FIG. 01 - Esquemas estáticos utilizados em pontes rodoviárias de madeira.
3
• VENTO é o carregamento produzido pelo vento, quer seja sobre a ponte (VENTO
SOBRE A PONTE ) ou sobre os veículos (VENTO SOBRE O VEÍCULO).
A carga móvel em uma ponte rodoviária da madeira, estabelecida pela NBR-7188 da ABNT
(1984), é definida pelo veículo efetivamente em tráfego na rodovia onde se construirá a ponte.
Para isto a NBR-7188 da ABNT (1984) define três classes de ponte:
• CLASSE 12 - Ponte cujo veículo mais pesado efetivamente em transito não ultrapasse o
peso total de 120 kN, o que corresponde a uma camioneta.
• CLASSE 30 - Ponte cujo veículo mais pesado efetivamente em transito não ultrapasse o
peso total de 300 kN, o que corresponde a um caminhão de transporte urbano.
• CLASSE 45 - Ponte cujo veículo mais pesado efetivamente em transito não ultrapasse o
peso total de 450 kN, o que corresponde a um caminhão de transporte interurbano.
OBS.: É usual adotar-se o menor valor do intervalo para obras leves (Classe 12), o maior para obras
pesadas (Classe 45) e o valor médio para obras de peso médio (Classe 30).
5
Assim, para o cálculo rápido do tabuleiro, ou da viga principal, basta se obter os valores de
M q , k , V q , k e u q ,k e com eles traçar os envoltórios aproximados apresentados na figura 03.
Considerando que o carregamento móvel, definido pela NBR-7188 da ABNT (1984), varia
apenas com a classe da ponte, LOGSDON (1995) montou tabelas que fornecem os valores de
M q , k , V q , k e u q ,k , tanto para o cálculo do tabuleiro, quanto para o das vigas principais.
LOGSDON (1995), utilizou-se de linhas de influência para obter os valores de M q , k e V q , k , e
montar tabelas para cálculo rápido das pontes, já para os valores de u q ,k , LOGSDON (1995),
aplicou a superposição dos efeitos produzidos por carregamentos simples, cujas flechas estão
tabeladas.
A NBR-7190 da ABNT (1997) recomenda a multiplicação das cargas móveis, para considerar
o impacto vertical, pelo seguinte coeficiente:
α
ϕ = 1+
40 + L
Onde:
ϕ = coeficiente de impacto;
α = 20, em pontes com soalho de madeira, e α =12, em pontes com soalho revestido de
concreto ou asfalto;
L = vão teórico do tramo da ponte, em metros.
M qi ,k = (ϕ − 1).M q ,k
Vqi , k = (ϕ − 1).Vq , k
E.I .u qi ,k = (ϕ − 1).E.I .u q ,k
Onde:
5. OUTRAS CONSIDERAÇÕES
b ≤ a + 2.e + h
Onde:
Deve-se lembrar, ao aplicar a expressão para cálculo da seção resistente do tabuleiro, que em
pontes rodoviárias, ou para pedestres, sem revestimento protetor, a NBR-7190 da ABNT
(1997) recomenda que se adote uma camada de desgaste com pelo menos 2 cm de espessura.
Isto eqüivale a utilizar um revestimento de 2 cm (e = 2 cm), oriundo da altura total das vigas
que compõem o tabuleiro (htotal = h + 2 cm).
O efeito da força cortante, produzida pela carga móvel em pontes rodoviárias de madeira, é
muito importante. Assim, é necessário se aplicar a redução, permitida pela NBR-7190 da
ABNT (1997), na região próxima aos apoios.
A força cortante reduzida, a uma distância a do apoio esquerdo, para a viga de vão L
e com altura da seção transversal h , será:
a V a V .a V .a 2
Vred = Va . ⇒ Vred = V − .a . ⇒ Vred = −
2.h L 2.h 2.h 2.L.h
dV red V V .a L
= − =0⇒a=
da 2.h L.h 2
Concluindo-se, que:
L
¾ Se a = ≤ 2.h ⇒ L ≤ 4.h , então;
2
V .a V .a 2 V .(L 2 ) V .(L 2)
2
V .L
¾ Vred = − = − ⇒ Vred =
2.h 2.L.h 2.h 2.L.h 8.h
A força cortante reduzida, a uma distância a do apoio esquerdo, para a viga de vão L
e com altura da seção transversal h , será:
V
Vred = Va ⇒ Vred = V − .a
L
Concluindo-se, que:
L
¾ Se a = > 2.h ⇒ L > 4.h , então;
2
2.V .h 2.h
¾ Vred = Va ⇒ Vred = V − ⇒ Vred = V .1 −
L L
¾ Se L > 4.h , então a força cortante máxima atuará fora da região dos apoios, em
2.h
x = a = 2.h , e valerá: Vred = Vd .1 −
L
15
5.4. DIMENSIONAMENTO
A NBR-7190 da ABNT (1997) recomenda que toda madeira utilizada em estruturas seja
preservada. Para as dicotiledôneas, o tratamento mínimo recomendado é o pincelamento com
produto preservativo, já para as coníferas deve-se usar um método de pressão em auto-clave.
Segundo KARLSEN (1967), pontes de madeira sem qualquer tratamento têm uma
durabilidade entre 7 e 12 anos, já com um tratamento simples por pincelamento, esta
durabilidade sobe para 40 a 60 anos.
6. FUNDAÇÕES
Para o cálculo da fundação, sob as Cortinas (ou Caixão de Aterro), pode-se adotar os valores
apresentados na tabela 20, para a tensão admissível do solo.
As dimensões da fundação devem ser suficientes para transmitir o carregamento vertical (V)
ao solo, sem esmaga-lo, ou seja, sem atingir a tensão admissível do solo (ver figura 05).
V
fd = ≤ f solo , Adm , mas A fundo = b.l e portanto:
A fundo
V V
≤ f solo , Adm ⇒ b ≥
b.l l. f solo , Adm
H
fd = ≤ f solo , Adm , mas Alateral = h.l e portanto:
Alateral
H H
≤ f solo , Adm ⇒ h ≥
h.l l. f solo , Adm
No caso específico das pontes de madeira, a carga horizontal (H) é usualmente desprezada,
pois tem valor muito pequeno, isto leva a pequenas espessuras da laje de fundação (h ≅ 0).
Espessuras muito pequenas, da laje de fundação, não conferem, à estas lajes, rigidez suficiente
para transmitir os esforços verticais.
Assim é usual garantir-se uma espessura mínima, de modo a garantir a existência de rigidez à
laje de fundação, para transmissão da carga vertical (V). A rigidez de uma laje, de concreto
armado, depende, basicamente, de sua espessura e da ferragem utilizada. Quanto maior a
espessura (ou a ferragem) maior a rigidez da laje. Fixando-se a ferragem em uma malha de
ferros de 1/2" espaçados de 15 cm, nas duas direções e colocada no fundo da laje (ver figura
07), pode-se adotar a seguinte altura mínima:
1
hmin ≥ da menor largura
7
17
7. LIGAÇÕES
O atual estágio tecnológico a respeito das ligações entre as peças componentes de uma ponte
de madeira, com o modelo apresentado na figura 08, ainda é incipiente não existindo modelo
de cálculo para muitas de suas ligações. As ligações de modelo de cálculo conhecido, em
geral não sofrem variação, de uma ponte à outra, tornando desnecessário seu cálculo. Assim,
atualmente, as ligações de uma ponte de madeira, são copiadas de outras pontes construídas,
que não apresentaram, em serviço, nenhum tipo de problema.
8. EXEMPLO DE APLICAÇÃO
8.1. ENUNCIADO
Para a ponte rodoviária de madeira, sem revestimento asfáltico, construída com madeira de
uma dicotiledônea da classe de resistência C-60, para o tráfego de até CAMINHÕES DE
TRANSPORTE INTERURBANO (CLASSE 45), esquematizada na figura 08, pede-se:
a) A seção transversal das peças do tabuleiro, sabendo que essas peças têm seção quadrada
(bt x bt), admitindo inicialmente peças de altura total de 25 cm;
b) A seção transversal das vigas principais (bv x hv), sabendo que essas vigas são de madeira
falquejada, extraídas de toras cujos diâmetros mínimos eram "d", e que a largura e a altura
da seção transversal dessas vigas, para melhor aproveitamento do material, são dadas em
função do diâmetro mínimo, segundo PFEIL (1978), por:
d d. 3
bv = e hv =
2 2
c) As dimensões do bloco de fundação (bf x hf), sob o caixão de aterro, sabendo que pode-se
considerar uma tensão admissível para o solo, da região, de fsolo,Adm = 0,10 MPa.
a) Seção resistente
b ≤ a + 2.e + h
Onde:
e = 2cm = 20 mm
h = htotal − 2cm = 25 − 2 = 23cm = 230 mm
a = 0,20 m = 20cm = 200 mm
b.h 2 450.(bt − 20 )
2
⇒ S = 56,25.(bt − 20 ) mm 3
2
S = S x− x = =
8 8
b.h 3 450.(bt − 20 )
3
⇒ I = 37,50.(bt − 20 ) mm 4
3
I = I x− x = =
12 12
h = (bt − 20 )mm
h (bt − 20 )
yc = yt = = ⇒ y c = y t = 0,5.(bt − 20 )mm
2 2
b = 450mm
a) Carga permanente
g p = 0,0065 N / mm 2 , ou MPa
Onde:
g = g p .b
Onde:
Assim, o problema crítico (maior vão de tabuleiro) a ser resolvido para o carregamento
permanente é o esquematizado na figura 12.
p.l 2 2,93.1750 2
M g ,k = = = 1121640,63N .mm (no centro)
8 8
p.l 2,93.1750
V g ,k = = = 2563,75 N (no apoio)
2 2
Das tabelas 02 a 10, apresentadas anteriormente, são obtidos diretamente os efeitos máximos
devidos a carga móvel no tabuleiro de pontes rodoviárias. Para o problema em questão (ponte
classe 45, Lt = 1750mm = 1,75m e b = 450mm = 0,45m ), obtém-se:
8,403.1012
E.I .u q1,k = 8,403.10 N .mm ⇒ u q1,k
12 3
= ⇒
E.I
8,403.1012 16332361,52
u q1, k = ⇒ u q1,k =
[
13720. 37,50.(bt − 20)
3
] (bt − 20)3
mm
23
α
ϕ = 1+
40 + L
Onde:
α = 20, em pontes com soalho de madeira, e α =12, em pontes com soalho revestido de
concreto ou asfalto;
L = vão teórico, em metros.
20
ϕ = 1+ ⇒ ϕ = 1,4790
40 + 1,75
16332361,52 7823201,17
u q 2,k = (ϕ − 1).u q1,k ⇒ u q 2,k = (1,4790 − 1). ⇒ u q 2,k = mm
(bt − 20)3
(bt − 20)3
8.2.3.2. Esforços de cálculo
m n
Fd = ∑ γ gi Fgi ,k + γ Q FQ1,k + ∑ψ 0 j FQj ,k
i =1 j =2
E portanto:
M d = 57541512,18 N .mm
e,
Vd = 132923,77 N
Especificamente no caso de pontes de madeira, deve-se utilizar, sempre que possível a força
cortante reduzida, que pode ser estimada como segue (ver item 5.3):
¾ Se L > 4.h , então a força cortante máxima atuará fora da região dos apoios, em
2.h
x = a = 2.h , e valerá: Vred = Vd .1 −
L
No caso,
2.h
L = 1750mm > 4.h ≅ 4.250 ≅ 1000mm ⇒ Vred = Vd .1 − ⇒
L
2.(bt − 20 )
Vred = 132923,77.1 − ⇒ Vred = 132923,77 − 151,91.(bt − 20 ) ⇒
1750
Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), para verificação de estados limites de utilização nas
construções correntes, utiliza-se a seguinte combinação de longa duração:
m n
Fd ,uti = ∑ Fgi ,k + ∑ψ 2 j FQj ,k
i =1 j =2
n
Fd ,uti = Fgi ,k + ∑ψ 2 j FQj ,k ⇒ Fd ,uti = Fg ,k + 0,2.Fq1,k + 0,2.Fq 2,k
j =2
E portanto:
Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), a verificação da tensão normal pode ser feita por:
a) Borda comprimida
Md
σc = . y c ≤ f c 0,d
I
57541512,18
σc = .0,5.(bt − 20 ) ≤ f c 0,d = 24,00 MPa
37,5.(bt − 20 )
3
Resultando:
57541512,18.0,5
(bt − 20) ≥ ⇒ bt ≥ 198,79mm
37,5.24,00
26
b) Borda tracionada
Md
σt = . y t ≤ f t 0,d
I
57541512,18
σt = .0,5.(bt − 20 ) ≤ f t 0, d = 24,00 MPa
37,5.(bt − 20 )
3
Resultando:
57541512,18.0,5
(bt − 20) ≥ ⇒ bt ≥ 198,79mm
37,5.24,00
V red .S
τ= ≤ f v ,d
b.I
τ= ≤ f v ,d = 2,49 MPa
[450].[37,50.(bt − 20 )3 ]
Resultando,
A verificação da flecha, segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), pode ser feita por:
l
u d ,uti ≤ u lim =
200
Resultando,
5526574 ,24.200
bt − 20 ≥ 3 ⇒ bt ≥ 105,80 mm
1750
27
8.2.7. Conclusão
2
d d . 3
.
b.h 2 2 2 3.d 3
S = S x− x = ⇒S= ⇒S = mm 3
8 8 64
28
3
d d . 3
.
b.h 3 2 2 d 4. 3
I = I x− x = ⇒I= ⇒I= mm 4
12 12 64
d d
b= ⇒ b = mm
2 2
d. 3
h d. 3
yc = yt = ⇒ yc = yt = 2 ⇒ y c = yt = mm
2 2 4
Onde:
a) Carga permanente
g p = 0,0065 N / mm 2 , ou MPa
Onde:
Onde:
g = carga permanente uniformemente distribuída sobre a viga principal em questão (ao longo
do comprimento), em N/mm;
gp = carga permanente uniformemente distribuída sobre o tabuleiro (área em planta), em
N/mm2 ou MPa;
bi = largura de influência do carregamento sobre a viga, em mm;
Lt = vão do tabuleiro, em mm.
30
p.l 2 11,375.7000 2
M g ,k = = ≅ 69671875N .mm (no centro)
8 8
p .l 11,375.7000
V g ,k = = ≅ 39812 ,5 N (no apoio)
2 2
Das tabelas 11 a 19, apresentadas anteriormente, são obtidos diretamente os efeitos máximos
devidos a carga móvel nas vigas principais de pontes rodoviárias. Para o problema em questão
(ponte classe 45, Lv = 7000mm = 7 ,00m e Lt = 1750mm = 1,75m ), obtém-se:
d4. 3
Sendo, E = E c 0,ef = 13720MPa e I = mm 4 , obtém-se:
64
1,429.1015
E .I .u q1,k = 1,429.10 N .mm ⇒ u q1,k
15 3
= ⇒
E .I
31
1,429.1015 3,8486.1012
u q1,k = ⇒ u q1,k = mm
d 4 . 3 d4
13720.
64
α
ϕ = 1+
40 + L
Onde:
α = 20, em pontes com soalho de madeira, e α =12, em pontes com soalho revestido de
concreto ou asfalto;
L = vão teórico, em metros.
20
ϕ = 1+ ⇒ ϕ = 1,426
40 + 7 ,00
3,8486.1012 1,6395.1012
u q 2 ,k = (ϕ − 1).u q1,k ⇒ u q 2 ,k = (1,426 − 1). ⇒ q 2 ,k =
u mm
d4 d4
m n
Fd = ∑ γ gi Fgi ,k + γ Q FQ1,k + ∑ψ 0 j FQj ,k
i =1 j =2
32
E portanto:
M d = 590880591 N .mm
e,
Vd = 368559 N
Especificamente no caso de pontes de madeira, deve-se utilizar, sempre que possível a força
cortante reduzida, que pode ser estimada como segue (ver item 5.3):
¾ Se L > 4.h , então a força cortante máxima atuará fora da região dos apoios, em
2.h
x = a = 2.h , e valerá: Vred = Vd .1 −
L
d. 3
L = Lv = 7000mm > 4.h ⇒ h < 1750mm ⇒ h = < 1750mm ⇒
2
Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), para verificação de estados limites de utilização nas
construções correntes, utiliza-se a seguinte combinação de longa duração:
m n
Fd ,uti = ∑ Fgi ,k + ∑ψ 2 j FQj ,k
i =1 j =2
n
Fd ,uti = Fgi ,k + ∑ψ 2 j FQj ,k ⇒ Fd ,uti = Fg ,k + 0,2.Fq1,k + 0,2.Fq 2,k
j =2
E portanto:
2,0554.1012
u d ,uti = mm
d4
Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), a verificação da tensão normal pode ser feita por:
a) Borda comprimida
Md
σc = . y c ≤ f c 0,d
I
34
590880591 d . 3
σc = . ≤ f c 0,d = 24,00 MPa
d 4. 3 4
64
Resultando:
590880591.64
d ≥3 ⇒ d ≥ 733,05mm
4.24,00
b) Borda tracionada
Md
σt = . y t ≤ f t 0,d
I
590880591 d . 3
σt = . ≤ f t 0,d = 24,00 MPa
d 4. 3 4
64
Resultando:
590880591.64
d ≥3 ⇒ d ≥ 733,05mm
4.24,00
V red .S
τ= ≤ f v ,d
b.I
3.d 3
[368559 − 91,2.d ].
64
τ= ≤ f v ,d = 2,49 MPa
d d . 3
4
.
2 64
Resultando,
A verificação da flecha, segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), pode ser feita por:
l
u d ,uti ≤ u lim =
200
2,0554.1012 l 7000
u d ,uti = 4
≤ u lim = =
d 200 200
Resultando,
2 ,0554.10 12 .200
d≥ 4 ⇒ d ≥ 492 ,27 mm
7000
8.3.7. Conclusão
Para que as três verificações sejam satisfeitas é necessário que o menor diâmetro da tora
de origem seja d ≥ 733,05mm ≅ 74cm , e portanto as dimensões, da seção transversal da
viga principal, devem ser:
d 733,05
bv = ≥ ⇒ bv = 366,53mm ≅ 37cm
2 2
d . 3 733,05. 3
hv = ≥ ⇒ hv = 634,84 mm ≅ 64cm
2 2
Pode-se utilizar uma viga de madeira falquejada, com seção 37 cm x 64 cm, que pode ser
extraída de um toro com diâmetro mínimo de pelo menos 74 cm
A carga vertical sobre as fundações deve considerar as reações das vigas principais sobre ela e
o peso próprio da fundação.
A reação do conjunto das vigas sobre uma das cortinas, para a carga permanente, é simples,
pois:
Onde:
R g = A1 .g p = 19250000.0,0065 ≅ 125125N
ponte
2
Já para a cargas variável, correspondente à carga móvel, sabe-se que a reação máxima de uma
viga é igual à força cortante no apoio, portanto:
R q ,1viga = V q ,1viga
Onde:
Por outro lado é inconcebível, na prática, um carregamento no qual todas as vigas principais
apresentem esta reação máxima. Uma boa estimativa é considerar uma das vigas com a reação
máxima e as demais com um valor médio, e portanto:
Onde:
37
Rq = estimativa da reação de apoio máxima, sobre uma das cortinas, devida à carga
móvel;
Rqm ,1viga = valor médio da reação, no apoio de uma viga principal, devida à carga móvel,
que pode ser considerado como:
Rqmáx ,1viga = valor máximo da reação, no apoio de uma viga principal, devida à carga móvel;
Rqmín ,1viga = valor mínimo da reação, no apoio de uma viga principal, devida à carga móvel;
Vqmáx ,1viga = valor máximo da força cortante em uma viga principal, devida à carga móvel;
Vqmín ,1viga = valor mínimo da força cortante em uma viga principal, devida à carga móvel;
nv = número de vigas principais.
A cargas variável, correspondente ao impacto, por sua vez, é proporcional à carga móvel
através do coeficiente de impacto e portanto:
Rqi = (ϕ − 1).Rq
Onde:
Rqi = estimativa da reação de apoio máxima, sobre uma das cortinas, devida ao impacto, e
ϕ = coeficiente de impacto.
Vq,1viga 187500
Rqm,1viga = ⇒ Rqm,1viga = = 93750N
2 2
Como para verificação do solo ainda se utiliza o método das tensões admissíveis, o
carregamento total é obtido diretamente pela soma das cargas aplicadas, e portanto a reação
total (R) sobre uma das fundações será:
38
V = R + 10%.R = 1,10.R
Onde:
A tensão admissível do solo na região, conforme o item 8.1., é de 0,10 MPa. Entretanto,
devido a umidade do solo nas margens do rio, onde se apoiará a ponte, deve-se reduzir a
tensão admissível do solo ( f solo , Adm ). Conforme a tabela 20, tem-se:
f solo , Adm = 0,70. f solo , Adm ⇒ f solo , Adm = 0,70.0,10 ⇒ f solo , Adm = 0,07 MPa
V
b≥
l. f solo , Adm
Onde:
V 872919
b≥ ⇒b≥ ⇒ b ≥ 1588,6mm
l. f solo , Adm 7850.0,07
Para se garantir-se uma espessura mínima, de modo a garantir a existência de rigidez à laje de
fundação, para transmissão da carga vertical (V); fixada a ferragem em uma malha de ferros
de 1/2" espaçados de 15 cm, nas duas direções e colocada no fundo da laje; deve-se, conforme
o item 5.2., deste trabalho, adotar a seguinte altura mínima para a laje de fundação (hmin):
1 1 1
hmin ≥ da menor largura ⇒ hmin ≥ .b ⇒ hmin ≥ .160 ⇒ hmin ≥ 22,86cm
7 7 7
Conforme o item 6.2, deste trabalho, o formulário utilizado foi definido ao se fixar a ferragem
em uma malha de ferros de 1/2" espaçados de 15 cm, nas duas direções e colocada no fundo
da laje (ver figura 07).
8.4.6. Conclusão
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HELLMEISTER, J. C.; ROCCO LAHR, F. A. & CALIL JR., C. - Ponte pênsil de madeira.
EESC - USP. São Carlos, SP. 1977.