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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

UMA PEQUENA ABORDAGEM AO CÁLCULO


RÁPIDO DE PONTES RODOVIÁRIAS DE MADEIRA,
SOB A ÓTICA DA NBR 7190/1997

NORMAN BARROS LOGSDON

CUIABÁ, MT. - 1999


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

UMA PEQUENA ABORDAGEM AO CÁLCULO


RÁPIDO DE PONTES RODOVIÁRIAS DE MADEIRA,
SOB A ÓTICA DA NBR 7190/1997

NORMAN BARROS LOGSDON*

* Professor Adjunto da Faculdade de Engenharia Florestal – Universidade


Federal de Mato Grosso. Doutor em Engenharia de Estruturas.

CUIABÁ, MT. - 1999

ii
LOGSDON, N. B. - Uma pequena abordagem ao cálculo rápido de pontes rodoviárias de
madeira, sob a ótica da NBR 7190/1997. Faculdade de Engenharia Florestal -
Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, MT. 1999.

RESUMO: Neste trabalho, preparado para ser utilizado como Notas de Aula, apresentam-se
alguns dados e conceitos que permitem o cálculo rápido de pontes rodoviárias de madeira. No
trabalho são apresentados os elementos de uma ponte rodoviária; os tipos de pontes; dados
para o cálculo simplificado de pontes rodoviárias de madeira e finalmente, na forma de
exemplo de aplicação, o cálculo simplificado de uma ponte rodoviária de madeira, classe 45,
em vigas simplesmente apoiadas. As etapas prevista pela NBR 7190/1997, para o Projeto de
Estruturas de Madeira, foram incorporadas a este trabalho.

iii
SUMÁRIO

UMA PEQUENA ABORDAGEM AO CÁLCULO RÁPIDO DE PONTES


RODOVIÁRIAS DE MADEIRA, SOB A ÓTICA DA NBR 7190/1997

CONTEÚDO PÁGINA

1. INTRODUÇÃO 1
2. ELEMENTOS DE UMA PONTE RODOVIÁRIA 1
3. TIPOS DE PONTES 2
3.1. ESQUEMA ESTRUTURAL 2
3.2. POSIÇÃO DO TABULEIRO 3
4. CARREGAMENTOS EM UMA PONTE RODOVIÁRIA 3
4.1. CARGAS PERMANENTES 4
4.2. CARGA MÓVEL 5
4.3. IMPACTO VERTICAL 12
5. OUTRAS CONSIDERAÇÕES 12
5.1 SEÇÃO RESISTENTE DO TABULEIRO 12
5.2. DESGASTE DO TABULEIRO SEM REVESTIMENTO 13
5.3. FORÇA CORTANTE REDUZIDA 13
5.4. DIMENSIONAMENTO 15
5.5. PRESERVAÇÃO DA MADEIRA 15
6. FUNDAÇÕES 15
6.1. DIMENSÕES DA FUNDAÇÃO 15
6.2. FERRAGEM DA FUNDAÇÃO 16
6. LIGAÇÕES 17
8. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 17
8.1. ENUNCIADO 17
8.2. CÁLCULO DO TABULEIRO 19
8.2.1. Seção resistente e características geométricas da seção 19
8.2.2. Características da madeira 20
8.2.3. Esforços de cálculo 23
8.2.4. Verificação da tensão normal 25
8.2.5. Verificação da tensão de cisalhamento 26
8.2.6. Verificação da flecha 26
8.2.7. Conclusão 27
8.3. CÁLCULO DA VIGA PRINCIPAL 27
8.3.1. Seção resistente e características geométricas da seção 27
8.3.2. Características da madeira 28
8.3.3. Esforços de cálculo 29
8.3.4. Verificação da tensão normal 33
8.3.5. Verificação da tensão de cisalhamento 34
8.3.6. Verificação da flecha 35
8.3.7. Conclusão 35

iv
SUMÁRIO

UMA PEQUENA ABORDAGEM AO CÁLCULO RÁPIDO DE PONTES


RODOVIÁRIAS DE MADEIRA, SOB A ÓTICA DA NBR 7190/1997

CONTEÚDO PÁGINA

8.4. CÁLCULO DA FUNDAÇÃO 35


8.4.1. Carga vertical sobre as fundações 35
8.4.2. Tensão admissível do solo 38
8.4.3. Largura do bloco de fundação 38
8.4.4. Espessura do bloco de fundação 39
8.4.5. Ferragem da fundação 39
8.4.5. Conclusão 39
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39

v
LISTA DE TABELAS

UMA PEQUENA ABORDAGEM AO CÁLCULO RÁPIDO DE PONTES


RODOVIÁRIAS DE MADEIRA, SOB A ÓTICA DA NBR 7190/1997

CONTEÚDO PÁGINA

TABELA 01 - CARGAS PERMANENTES PARA CÁLCULO


SIMPLIFICADO DE PONTES, PASSARELA PARA
PEDESTRES E MATA-BURRO, EM MADEIRA 4
TABELA 02 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL,
M q , k (kN.m), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 12. 6
TABELA 03 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL,
V q , k (kN), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 12. 6
3
TABELA 04 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q ,k (kN.m ), PARA
CÁLCULO DA FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q ,k (m), EM
TABULEIROS DE PONTES CLASSE 12. 6
TABELA 05 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL,
M q , k (kN.m), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 30. 7
TABELA 06 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL,
V q , k (kN), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 30. 7
3
TABELA 07 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q , k (kN.m ), PARA
CÁLCULO DA FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q ,k (m), EM
TABULEIROS DE PONTES CLASSE 30. 7
TABELA 08 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL,
M q , k (kN.m), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 45. 8
TABELA 09 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL,
V q , k (kN), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 45. 8
TABELA 10 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q , k (kN.m3), PARA
CALCULO DA FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q ,k (m), EM
TABULEIROS DE PONTES CLASSE 45. 8
TABELA 11 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL,
M q , k (kN.m), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 12. 9
TABELA 12 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL,
V q , k (kN), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 12. 9

vi
CONTEÚDO PÁGINA

TABELA 13 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q ,k (kN.m3), PARA


CALCULO DA FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q , k (m), EM
VIGAS DE PONTES CLASSE 12. 9
TABELA 14 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL,
M q , k (kN.m), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 30. 10
TABELA 15 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL,
V q , k (kN), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 30. 10
TABELA 16 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q ,k (kN.m3), PARA
CALCULO DA FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q , k (m), EM
VIGAS DE PONTES CLASSE 30. 10
TABELA 17 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL,
M q , k (kN.m), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 45. 11
TABELA 18 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL,
V q , k (kN), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 45. 11
TABELA 19 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q ,k (kN.m3), PARA
CALCULO DA FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q , k (m), EM
VIGAS DE PONTES CLASSE 45. 11
TABELA 20 - TENSÕES ADMISSÍVEIS DO SOLO 15

vii
1

1. INTRODUÇÃO

A falta de tradição, no Brasil, de construir com madeira aliado à utilização de esquemas


construtivos inadequados, como a utilização de rodadeiras, e esquemas estáticos que se
tornam, em serviço, mecanismos hipostáticos, têm trazido às pontes rodoviárias de madeira a
imagem de "pinguelas". Entretanto, é possível construir pontes de madeira de qualidade
irrepreensível, como já começa o ocorrer no Brasil com as pontes idealizadas pelos
professores da Escola de Engenharia de São Carlos - USP, entre as quais podemos citar a
"Ponte em Pórtico", construída na Rodovia Cambaratiba-Borborema em São Paulo,
apresentada por HELLMEISTER & OLIVEIRA (1975) e a "Ponte Pênsil", construída sobre o
Rio Tietê em São Miguel Paulista - São Paulo, apresentada por HELLMEISTER, ROCCO
LAHR & CALIL JR. (1977), as duas construídas com postes de Eucalipto Citrodora e
revestidas por concreto e asfalto.

2. ELEMENTOS DE UMA PONTE

Entende-se por ponte rodoviária, segundo o item 21 da NBR-7188 da ABNT (1984), toda e
qualquer estrutura destinada a permitir a transposição de um obstáculo, natural ou artificial,
por veículos rodoviários possíveis de trafegar na via terrestre de que faz parte.

Uma ponte rodoviária de madeira se compõe de uma série de elementos, os quais serão
descritos sucintamente, a seguir:

• PISTA ou PISTA DE ROLAMENTO é a região da ponte reservada ao tráfego de


veículos. A pista é composta por uma ou mais faixas de transito, cada uma de 3,50 m de
largura, conforme a intensidade de tráfego de veículos.

• PASSEIO é a região da ponte reservada ao tráfego de pedestres. Conforme a intensidade


de tráfego de pessoas, se define a existência (já que sua construção é opcional), a
quantidade e a largura dos passeios.

• GUARDA-RODAS é um obstáculo para que os veículos não transitem sobre os passeios.


O guarda-rodas é vulgarmente conhecido por meio-fio ou guia.

• GUARDA-CORPO é uma proteção para evitar a queda de pedestres da ponte. O guarda-


corpo, por sua vez, é formado por peças verticais, usualmente chamadas de pilaretes, e por
peças horizontais, que formam o corrimão.

• TABULEIRO é o soalho da ponte, e portanto, o conjunto formado pela pista e passeios.

• VIGAS PRINCIPAIS são os elementos que suportam o tabuleiro.

• CORTINA ou CAIXÃO DE ATERRO é uma estrutura, em geral de concreto, construídas


nas margens do rio, que têm as funções de amparar o aterro, que dá acesso a ponte,
protege-lo de enchentes e, ainda, pode ser utilizada para servir de apoio as vigas
principais.
2

3. TIPOS DE PONTES

As pontes podem ser classificadas quanto ao esquema estrutural e quanto a posição do


tabuleiro.

3.1. ESQUEMA ESTRUTURAL

Quanto ao esquema estrutural, as pontes podem ser: em vigas, maciças ou treliçadas; em arco,
na forma típica de arco ou em pórtico; e pênseis ou estaiadas. Na figura 01 apresenta-se
alguns esquemas estáticos utilizados em pontes rodoviárias de madeira.

PONTES EM VIGAS

a) Ponte em viga simplesmente apoiada b) Ponte em viga contínua

PONTES EM ARCO

c) Ponte em arco de tirantes d) Ponte em arco de mon- e) Ponte em arco de mon-


tracionados tantes comprimidos tantes comprimidos e
tracionados

PONTES TRELIÇADAS

f) Ponte treliçada com cargas no Banzo g) Ponte treliçada com cargas no Banzo
Inferior Superior

PONTES PÊNSEIS PONTES ESTAIADAS PONTES EM PÓRTICO

h) Ponte Pênsil com viga de i) Ponte estaiada com viga j) Ponte em pórtico plano
rigidez de rigidez ou Ponte em vigas
escoradas
FIG. 01 - Esquemas estáticos utilizados em pontes rodoviárias de madeira.
3

3.2. POSIÇÃO DO TABULEIRO

Quanto a posição do tabuleiro, pode-se ter tabuleiro: superior, intermediário ou inferior. Na


figura 02 apresenta-se as possíveis posições relativas do tabuleiro.

PONTE COM TABULEIRO PONTE COM TABULEIRO PONTE COM TABULEIRO


SUPERIOR INTERMEDIÁRIO INFERIOR

a) Posição do tabuleiro em b) Posição do tabuleiro em c) Posição do tabuleiro em


pontes com tabuleiro pontes com tabuleiro pontes com tabuleiro
superior, pode ser intermediário, pode ser inferior, pode ser utilizada
utilizada com os utilizada com o esquema com os esquemas
esquemas estruturais das estrutural da ponte estruturais das pontes
pontes esquematizadas esquematizada na alínea e esquematizadas nas
nas alíneas a, b, d, g e j da da figura 01. alíneas c, f, h e i da
figura 01. figura 01.

FIG. 02 - Posição relativa do tabuleiro.

Neste Curso, estudar-se-á apenas a PONTE EM VIGA SIMPLESMENTE APOIADA COM


TABULEIRO SUPERIOR.

4. CARREGAMENTOS EM UMA PONTE RODOVIÁRIA

No projeto de estruturas correntes de madeira, em particular sobre uma ponte rodoviária de


madeira, segundo o item 5.5.1 da NBR-7190 da ABNT (1997), devem ser consideradas as
seguintes cargas:

• CARGA PERMANENTE ou PESO PRÓPRIO é o carregamento produzido pelo peso da


estrutura e de todas as sobrecargas fixas.

• CARGA ACIDENTAL MÓVEL ou simplesmente CARGA MÓVEL é o carregamento


produzido pelo peso dos veículos e das pessoas, que transitam sobre a ponte.

• VENTO é o carregamento produzido pelo vento, quer seja sobre a ponte (VENTO
SOBRE A PONTE ) ou sobre os veículos (VENTO SOBRE O VEÍCULO).

• FORÇA LONGITUDINAL é o carregamento produzido pela aceleração ou frenagem dos


veículos sobre a ponte.

• FORÇA CENTRÍFUGA é o carregamento que aparece nas pontes curvas, ou em estradas


de eixo curvilíneo, em reação à tentativa de derrapagem dos veículos.
4

• IMPACTO VERTICAL é um acréscimo no carregamento estático, que deve ser


considerado por causa de pequenos choques das rodas dos veículos com a pista de
rolamento devido a imperfeições no soalho da ponte (solavancos).

• IMPACTO LATERAL é o carregamento, horizontal, que ocorre nas pontes ferroviárias


em conseqüência do choque das rodas do trem com o boleto dos trilhos.

Destes carregamentos apenas a CARGA PERMANENTE, a CARGA MÓVEL e o


IMPACTO VERTICAL têm interesse prático, os demais ou são inexistentes, na maioria das
pontes, ou são desprezíveis.

A carga móvel em uma ponte rodoviária da madeira, estabelecida pela NBR-7188 da ABNT
(1984), é definida pelo veículo efetivamente em tráfego na rodovia onde se construirá a ponte.
Para isto a NBR-7188 da ABNT (1984) define três classes de ponte:

• CLASSE 12 - Ponte cujo veículo mais pesado efetivamente em transito não ultrapasse o
peso total de 120 kN, o que corresponde a uma camioneta.

• CLASSE 30 - Ponte cujo veículo mais pesado efetivamente em transito não ultrapasse o
peso total de 300 kN, o que corresponde a um caminhão de transporte urbano.

• CLASSE 45 - Ponte cujo veículo mais pesado efetivamente em transito não ultrapasse o
peso total de 450 kN, o que corresponde a um caminhão de transporte interurbano.

4.1. CARGAS PERMANENTES

As cargas permanentes serão admitidas como sendo uniformemente distribuída na área da


ponte em planta. Esta hipótese foge muito pouco da realidade e tem sido utilizada em vários
trabalhos.

Em cálculo simplificado de pontes, segundo LOGSDON (1983), para estimativa do


carregamento permanente, podem ser utilizados os valores característicos apresentados na
tabela 01.

TABELA 01 - CARGAS PERMANENTES PARA CÁLCULO SIMPLIFICADO DE


PONTES, PASSARELA PARA PEDESTRES E MATA-BURRO, EM
MADEIRA
TIPO DE OBRA Carga permanente, uniformemente
distribuída na área, em planta, da obra.
• Passarela para pedestres 2000 a 2500 N/m2
• Mata-burro 3500 a 4500 N/m2
• Ponte sem revestimento asfáltico 5500 a 6500 N/m2
• Ponte com revestimento asfáltico 6500 a 7500 N/m2

OBS.: É usual adotar-se o menor valor do intervalo para obras leves (Classe 12), o maior para obras
pesadas (Classe 45) e o valor médio para obras de peso médio (Classe 30).
5

4.2. CARGA MÓVEL

LOGSDON (1982), admitindo o esquema de vigas, simplesmente apoiadas, independentes e


considerando as peças do tabuleiro simplesmente apoiadas sobre elas (ver figura 08), fez um
estudo da carga móvel sobre o tabuleiro, e obteve, para os tramos internos, envoltórios como
os apresentados na figura 03 (valores característicos). Para os tramos internos os envoltórios
são bem diferentes, por causa da limitação do tráfego imposta pelo guarda-rodas, mas de
valores inferiores aos encontrados nos tramos internos, quando de mesmo vão.

Para as vigas principais LOGSDON (1982) obteve envoltórios semelhantes, entretanto o


envoltório de força cortante apresenta ligeira convexidade, de modo que o traçado de seu
envoltório, apresentado na figura 03, pode ser considerado aproximado e produz valores
ligeiramente superestimados, na região central da viga.

a) Momento Fletor b) Força Cortante c) Flecha


Característico Característica Característica
FIG. 03 - Envoltórios de momento fletor, força cortante e flechas, em um tramo interno do
tabuleiro ou em uma viga principal.

Assim, para o cálculo rápido do tabuleiro, ou da viga principal, basta se obter os valores de
M q , k , V q , k e u q ,k e com eles traçar os envoltórios aproximados apresentados na figura 03.

Considerando que o carregamento móvel, definido pela NBR-7188 da ABNT (1984), varia
apenas com a classe da ponte, LOGSDON (1995) montou tabelas que fornecem os valores de
M q , k , V q , k e u q ,k , tanto para o cálculo do tabuleiro, quanto para o das vigas principais.
LOGSDON (1995), utilizou-se de linhas de influência para obter os valores de M q , k e V q , k , e
montar tabelas para cálculo rápido das pontes, já para os valores de u q ,k , LOGSDON (1995),
aplicou a superposição dos efeitos produzidos por carregamentos simples, cujas flechas estão
tabeladas.

As tabelas 02 a 19 apresentam os valores de M q , k , V q , k e E.I .u q ,k para cálculo do tabuleiro


e da viga principal. Para o cálculo do tabuleiro, além da classe da ponte, estes valores variam
com a largura da seção resistente (b) e o vão do tabuleiro (Lt), já para o cálculo das vigas
principais, estes valores, variam com o vão do tabuleiro (Lt) e o vão da viga principal (Lv).
6

TABELA 02 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL,


M q , k (kN.m), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 12.
MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL, M q , k (kN.m), EM
TABULEIROS DE PONTES CLASSE 12.
b Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
0,25 5,00 7,50 10,00 12,50 15,02 17,54 20,06 22,60 25,14 27,69 30,25 32,82 35,39
0,30 5,00 7,50 10,00 12,50 15,02 17,54 20,08 22,62 25,17 27,73 30,30 32,88 35,47
0,35 5,00 7,50 10,00 12,51 15,02 17,55 20,09 22,64 25,20 27,77 30,35 32,94 35,55
0,40 5,00 7,50 10,00 12,51 15,03 17,56 20,10 22,66 25,23 27,81 30,40 33,01 35,63
0,45 5,00 7,50 10,00 12,51 15,03 17,56 20,11 22,68 25,25 27,84 30,45 33,07 35,70
0,50 5,00 7,50 10,00 12,51 15,03 17,57 20,13 22,70 25,28 27,88 30,50 33,13 35,78
0,55 5,00 7,50 10,00 12,51 15,03 17,58 20,14 22,71 25,31 27,92 30,55 33,20 35,86
0,60 5,00 7,50 10,00 12,51 15,04 17,58 20,15 22,73 25,34 27,96 30,60 33,26 35,94
TABELA 03 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN),
EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 12.
FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN), EM
TABULEIROS DE PONTES CLASSE 12.
b Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
0,25 40,00 40,04 40,13 40,23 40,33 40,45 40,56 44,44 48,00 50,92 53,38 55,47 57,29
0,30 40,00 40,05 40,15 40,27 40,40 40,54 40,68 44,44 48,00 50,92 53,38 55,49 57,31
0,35 40,00 40,06 40,18 40,32 40,47 40,63 40,79 44,44 48,00 50,93 53,39 55,51 57,34
0,40 40,00 40,07 40,20 40,36 40,53 40,71 40,90 44,44 48,00 50,93 53,40 55,52 57,37
0,45 40,00 40,08 40,23 40,41 40,60 40,80 41,01 44,44 48,00 50,93 53,41 55,54 57,40
0,50 40,00 40,08 40,25 40,45 40,67 40,89 41,13 44,44 48,00 50,93 53,42 55,56 57,43
0,55 40,00 40,09 40,28 40,50 40,73 40,98 41,24 44,44 48,00 50,93 53,43 55,58 57,46
0,60 40,00 40,10 40,30 40,54 40,80 41,07 41,35 44,44 48,00 50,94 53,43 55,59 57,49
TABELA 04 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q ,k (kN.m3), PARA CÁLCULO
DA FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q ,k (m), EM TABULEIROS DE
PONTES CLASSE 12.
VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q , k (kN.m3), PARA CÁLCULO DA FLECHA
ACIDENTAL MÁXIMA, u q , k (m), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 12.
b Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
0,25 0,104 0,352 0,833 1,628 2,817 4,479 6,697 9,551 13,12 17,50 22,76 28,99 36,28
0,30 0,104 0,352 0,833 1,629 2,818 4,482 6,703 9,563 13,14 17,53 22,81 29,07 36,39
0,35 0,104 0,352 0,833 1,629 2,819 4,484 6,709 9,574 13,17 17,57 22,86 29,14 36,50
0,40 0,104 0,352 0,833 1,629 2,819 4,487 6,715 9,586 13,19 17,60 22,92 29,22 36,60
0,45 0,104 0,352 0,833 1,629 2,820 4,490 6,721 9,598 13,21 17,63 22,97 29,30 36,71
0,50 0,104 0,352 0,833 1,629 2,821 4,492 6,727 9,609 13,23 17,67 23,02 29,38 36,82
0,55 0,104 0,352 0,833 1,629 2,822 4,495 6,733 9,621 13,25 17,70 23,07 29,45 36,93
0,60 0,104 0,352 0,833 1,629 2,823 4,497 6,739 9,633 13,27 17,74 23,13 29,53 37,04
7

TABELA 05 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL,


M q , k (kN.m), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 30.
MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL, M q , k (kN.m), EM
TABULEIROS DE PONTES CLASSE 30.
b Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
0,25 6,25 9,38 12,50 15,63 18,77 21,92 25,08 28,25 31,43 34,61 37,81 41,02 44,24
0,30 6,25 9,38 12,50 15,63 18,77 21,93 25,09 28,27 31,46 34,66 37,88 41,10 44,34
0,35 6,25 9,38 12,50 15,63 18,78 21,94 25,11 28,30 31,50 34,71 37,94 41,18 44,43
0,40 6,25 9,38 12,50 15,63 18,78 21,95 25,13 28,32 31,53 34,76 38,00 41,26 44,53
0,45 6,25 9,38 12,50 15,63 18,79 21,95 25,14 28,34 31,57 34,81 38,06 41,34 44,63
0,50 6,25 9,38 12,50 15,63 18,79 21,96 25,16 28,37 31,60 34,85 38,13 41,42 44,73
0,55 6,25 9,38 12,50 15,64 18,79 21,97 25,17 28,39 31,64 34,90 38,19 41,50 44,82
0,60 6,25 9,38 12,50 15,64 18,80 21,98 25,19 28,42 31,67 34,95 38,25 41,57 44,92
TABELA 06 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN),
EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 30.
FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN), EM
TABULEIROS DE PONTES CLASSE 30.
b Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
0,25 50,00 50,05 50,16 50,28 50,42 50,56 50,70 55,56 60,00 63,65 66,72 69,34 71,61
0,30 50,00 50,06 50,19 50,34 50,50 50,67 50,84 55,56 60,00 63,65 66,73 69,36 71,64
0,35 50,00 50,07 50,22 50,39 50,58 50,78 50,98 55,56 60,00 63,66 66,74 69,38 71,68
0,40 50,00 50,08 50,25 50,45 50,67 50,89 51,13 55,56 60,00 63,66 66,75 69,40 71,71
0,45 50,00 50,09 50,28 50,51 50,75 51,00 51,27 55,56 60,00 63,66 66,76 69,43 71,75
0,50 50,00 50,10 50,31 50,56 50,83 51,12 51,41 55,56 60,00 63,66 66,77 69,45 71,79
0,55 50,00 50,11 50,34 50,62 50,92 51,23 51,55 55,56 60,00 63,67 66,78 69,47 71,82
0,60 50,00 50,13 50,38 50,68 51,00 51,34 51,69 55,56 60,00 63,67 66,79 69,49 71,86
TABELA 07 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q ,k (kN.m3), PARA CÁLCULO
DA FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q ,k (m), EM TABULEIROS DE
PONTES CLASSE 30.
VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q ,k (kN.m3), PARA CÁLCULO DA FLECHA
ACIDENTAL MÁXIMA, u q ,k (m), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 30.
b Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
0,25 0,130 0,439 1,042 2,035 3,521 5,599 8,371 11,94 16,41 21,87 28,45 36,24 45,35
0,30 0,130 0,439 1,042 2,036 3,522 5,602 8,378 11,95 16,43 21,92 28,52 36,34 45,48
0,35 0,130 0,439 1,042 2,036 3,523 5,606 8,386 11,97 16,46 21,96 28,58 36,43 45,62
0,40 0,130 0,439 1,042 2,036 3,524 5,609 8,393 11,98 16,48 22,00 28,65 36,53 45,76
0,45 0,130 0,439 1,042 2,036 3,525 5,612 8,401 12,00 16,51 22,04 28,71 36,62 45,89
0,50 0,130 0,439 1,042 2,036 3,526 5,615 8,408 12,01 16,53 22,09 28,78 36,72 46,03
0,55 0,130 0,439 1,042 2,037 3,527 5,619 8,416 12,03 16,56 22,13 28,84 36,82 46,17
0,60 0,130 0,439 1,042 2,037 3,529 5,622 8,423 12,04 16,59 22,17 28,91 36,91 46,30
8

TABELA 08 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL,


M q , k (kN.m), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 45.
MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL, M q , k (kN.m), EM
TABULEIROS DE PONTES CLASSE 45.
b Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
0,25 9,38 14,06 18,75 23,44 28,14 32,86 37,58 42,31 47,05 51,80 56,56 61,33 66,11
0,30 9,38 14,06 18,75 23,44 28,15 32,87 37,59 42,33 47,09 51,85 56,63 61,41 66,21
0,35 9,38 14,06 18,75 23,44 28,15 32,87 37,61 42,36 47,12 51,90 56,69 61,49 66,31
0,40 9,38 14,06 18,75 23,45 28,16 32,88 37,63 42,38 47,16 51,95 56,75 61,57 66,41
0,45 9,38 14,06 18,75 23,45 28,16 32,89 37,64 42,41 47,19 51,99 56,81 61,65 66,50
0,50 9,38 14,06 18,75 23,45 28,16 32,90 37,66 42,43 47,23 52,04 56,88 61,73 66,60
0,55 9,38 14,06 18,75 23,45 28,17 32,91 37,67 42,46 47,26 52,09 56,94 61,81 66,70
0,60 9,38 14,06 18,75 23,45 28,17 32,92 37,69 42,48 47,30 52,14 57,00 61,89 66,80
TABELA 09 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN),
EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 45.
FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN), EM
TABULEIROS DE PONTES CLASSE 45.
b Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
0,25 75,00 75,05 75,16 75,28 75,42 75,56 75,70 83,33 90,00 95,47 100,1 104,0 107,3
0,30 75,00 75,06 75,19 75,34 75,50 75,67 75,84 83,33 90,00 95,47 100,1 104,0 107,4
0,35 75,00 75,07 75,22 75,39 75,58 75,78 75,98 83,33 90,00 95,47 100,1 104,0 107,4
0,40 75,00 75,08 75,25 75,45 75,67 75,89 76,13 83,33 90,00 95,48 100,1 104,0 107,4
0,45 75,00 75,09 75,28 75,51 75,75 76,00 76,27 83,33 90,00 95,48 100,1 104,0 107,5
0,50 75,00 75,10 75,31 75,56 75,83 76,12 76,41 83,33 90,00 95,48 100,1 104,1 107,5
0,55 75,00 75,11 75,34 75,62 75,92 76,23 76,55 83,33 90,00 95,49 100,1 104,1 107,5
0,60 75,00 75,13 75,38 75,68 76,00 76,34 76,69 83,33 90,00 95,49 100,1 104,1 107,6
TABELA 10 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q ,k (kN.m3), PARA CALCULO
DA FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q ,k (m), EM TABULEIROS DE
PONTES CLASSE 45.
VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q ,k (kN.m3), PARA CALCULO DA FLECHA
ACIDENTAL MÁXIMA, u q ,k (m), EM TABULEIROS DE PONTES CLASSE 45.
b Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
0,25 0,195 0,659 1,56 3,05 5,28 8,390 12,54 17,87 24,54 32,71 42,51 54,12 67,68
0,30 0,195 0,659 1,56 3,05 5,28 8,394 12,54 17,89 24,57 32,75 42,58 54,21 67,81
0,35 0,195 0,659 1,56 3,05 5,28 8,397 12,55 17,90 24,59 32,79 42,64 54,31 67,95
0,40 0,195 0,659 1,56 3,05 5,28 8,400 12,56 17,92 24,62 32,83 42,71 54,41 68,09
0,45 0,195 0,659 1,56 3,05 5,28 8,403 12,57 17,93 24,65 32,87 42,77 54,50 68,22
0,50 0,195 0,659 1,56 3,05 5,28 8,407 12,57 17,94 24,67 32,92 42,84 54,60 68,36
0,55 0,195 0,659 1,56 3,05 5,29 8,410 12,58 17,96 24,70 32,96 42,90 54,69 68,50
0,60 0,195 0,659 1,56 3,05 5,29 8,413 12,59 17,97 24,72 33,00 42,97 54,79 68,63
9

TABELA 11 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL, M q , k (kN.m), EM


VIGAS DE PONTES CLASSE 12.
MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL, M q , k (kN.m), EM VIGAS DE
PONTES CLASSE 12.
Lv Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
4,00 40,1 40,9 42,5 44,3 46,3 48,4 50,5 57,1 62,8 68,1 73,3 78,4 83,4
4,50 45,3 46,3 48,2 50,4 52,8 55,3 57,8 65,4 72,1 78,2 84,2 90,2 96,0
5,00 50,5 51,8 54,0 56,7 59,5 62,5 65,5 74,1 81,7 88,8 95,7 102,5 109,2
5,50 55,8 57,3 60,0 63,1 66,4 69,9 73,5 83,2 91,8 99,7 107,6 115,4 123,1
6,00 61,1 63,0 66,1 69,7 73,6 77,7 81,8 92,7 102,2 111,2 120,1 128,8 137,5
6,50 69,0 71,2 74,9 79,0 83,5 88,2 92,9 105,2 116,1 126,3 136,4 146,3 156,2
7,00 77,0 79,6 83,8 88,6 93,7 99,0 104,4 118,2 130,4 141,9 153,2 164,3 175,4
7,50 85,0 88,0 92,8 98,2 104,0 110,0 116,1 131,5 145,1 157,9 170,5 182,9 195,3
8,00 93,1 96,6 102,0 108,1 114,6 121,4 128,2 145,2 160,2 174,4 188,3 202,1 215,8

TABELA 12 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN), EM


VIGAS DE PONTES CLASSE 12.
FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN), EM
VIGAS DE PONTES CLASSE 12.
Lv Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
4,00 45,0 45,3 46,0 46,8 47,7 48,6 49,5 55,4 60,4 64,7 68,7 72,3 75,7
4,50 46,7 47,0 47,8 48,7 49,7 50,7 51,7 58,0 63,2 67,8 72,0 75,9 79,5
5,00 48,1 48,5 49,3 50,4 51,5 52,6 53,8 60,3 65,8 70,6 75,0 79,2 83,1
5,50 49,3 49,8 50,8 51,9 53,2 54,5 55,8 62,6 68,3 73,4 78,1 82,4 86,6
6,00 50,4 51,0 52,2 53,5 54,9 56,3 57,8 64,9 70,9 76,2 81,1 85,7 90,1
6,50 51,4 52,2 53,5 55,0 56,5 58,2 59,9 67,2 73,4 79,0 84,1 89,0 93,6
7,00 52,3 53,3 54,7 56,4 58,2 60,0 61,9 69,5 76,0 81,7 87,2 92,3 97,2
7,50 53,2 54,3 56,0 57,8 59,8 61,8 63,9 71,8 78,5 84,5 90,2 95,6 100,7
8,00 54,0 55,3 57,2 59,2 61,4 63,6 65,9 74,0 81,0 87,3 93,2 98,8 104,2

TABELA 13 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q , k (kN.m3), PARA CALCULO DA


FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q , k (m), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 12.
VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q , k (kN.m3), PARA CALCULO DA FLECHA
ACIDENTAL MÁXIMA, u q , k (m), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 12.
Lv Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
4,00 53,58 54,24 55,43 56,84 58,36 59,93 61,54 69,11 75,51 81,20 86,50 91,50 96,26
4,50 76,64 77,82 79,83 82,18 84,69 87,29 89,96 101,1 110,6 119,1 127,1 134,6 141,9
5,00 105,7 107,7 110,9 114,6 118,6 122,7 126,8 142,7 156,2 168,4 180,0 191,0 201,6
5,50 141,5 144,7 149,6 155,2 161,2 167,4 173,7 195,4 214,2 231,2 247,4 263,0 278,0
6,00 184,9 189,7 196,9 205,1 213,8 222,8 231,9 261,2 286,5 309,6 331,7 353,0 373,7
6,50 249,7 256,8 267,1 278,7 291,0 303,6 316,5 356,4 391,0 422,7 452,9 482,1 510,5
7,00 327,8 337,9 352,2 368,1 385,0 402,3 419,9 472,9 518,9 561,1 601,5 640,5 678,4
7,50 420,3 434,2 453,5 475,0 497,6 520,8 544,4 613,1 673,0 728,1 780,8 831,7 881,3
8,00 528,4 547,0 572,6 600,9 630,6 661,2 692,2 779,7 856,1 926,5 994,0 1059 1123
10

TABELA 14 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL, M q , k (kN.m), EM


VIGAS DE PONTES CLASSE 30.
MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL, M q , k (kN.m), EM VIGAS DE
PONTES CLASSE 30.
Lv Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
4,00 75,0 75,4 76,3 77,3 78,3 79,5 80,6 90,1 98,0 104,8 110,8 116,3 121,4
4,50 93,8 94,3 95,3 96,6 98,0 99,4 100,9 112,8 122,6 131,1 138,7 145,6 152,0
5,00 112,5 113,2 114,5 116,0 117,7 119,5 121,3 135,6 147,5 157,7 166,9 175,3 183,0
5,50 131,3 132,0 133,6 135,5 137,6 139,7 141,9 158,7 172,6 184,7 195,5 205,4 214,5
6,00 150,0 150,9 152,8 155,1 157,5 160,0 162,7 182,0 198,0 211,9 224,4 235,8 246,4
6,50 168,8 170,0 172,2 174,9 177,7 180,7 183,8 205,7 223,9 239,7 253,9 267,0 279,1
7,00 187,8 189,2 191,9 195,0 198,4 202,0 205,6 230,2 250,6 268,3 284,4 299,1 312,9
7,50 207,0 208,7 211,9 215,6 219,6 223,8 228,0 255,3 278,0 297,8 315,8 332,3 347,8
8,00 226,3 228,4 232,2 236,6 241,3 246,1 251,1 281,1 306,3 328,2 348,1 366,5 383,8

TABELA 15 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN), EM


VIGAS DE PONTES CLASSE 30.
FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN), EM
VIGAS DE PONTES CLASSE 30.
Lv Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
4,00 93,8 94,2 95,0 96,0 97,1 98,2 99,4 111,0 120,5 128,6 135,8 142,3 148,2
4,50 100,0 100,5 101,4 102,5 103,8 105,0 106,3 118,8 129,0 137,8 145,5 152,5 158,9
5,00 105,1 105,6 106,7 107,9 109,3 110,7 112,2 125,4 136,2 145,5 153,8 161,3 168,1
5,50 109,3 110,0 111,2 112,7 114,2 115,8 117,5 131,3 142,7 152,5 161,2 169,1 176,4
6,00 113,0 113,8 115,2 116,8 118,6 120,4 122,3 136,7 148,6 158,9 168,0 176,4 184,1
6,50 116,2 117,2 118,8 120,6 122,6 124,6 126,7 141,7 154,1 164,8 174,4 183,2 191,2
7,00 119,0 120,2 122,0 124,1 126,3 128,6 130,9 146,4 159,2 170,4 180,4 189,5 198,0
7,50 121,5 122,9 125,0 127,3 129,8 132,3 134,9 150,8 164,1 175,7 186,1 195,6 204,4
8,00 123,8 125,4 127,7 130,3 133,0 135,8 138,6 155,0 168,8 180,7 191,5 201,4 210,6

TABELA 16 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q , k (kN.m3), PARA CALCULO DA


FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q , k (m), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 30.
VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q , k (kN.m3), PARA CALCULO DA
FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q , k (m), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 30.
Lv Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
4,00 115,6 116,3 117,7 119,4 121,2 123,1 125,0 139,8 152,1 162,7 172,2 180,9 189,0
4,50 186,3 187,4 189,7 192,3 195,2 198,2 201,3 225,2 245,0 262,0 277,4 291,4 304,3
5,00 278,1 279,8 283,2 287,3 291,7 296,3 301,0 336,7 366,3 391,9 414,9 436,0 455,5
5,50 393,4 395,8 400,8 406,8 413,2 420,0 426,9 477,6 519,7 556,2 589,0 619,1 647,0
6,00 534,4 537,9 544,9 553,4 562,5 572,0 581,8 651,2 708,8 758,7 803,9 845,4 883,9
6,50 703,9 708,9 718,8 730,5 743,2 756,5 770,1 862,1 938,6 1005 1066 1121 1173
7,00 905,0 912,3 926,0 942,2 959,7 977,9 996,5 1116 1215 1302 1381 1454 1521
7,50 1140 1151 1170 1192 1216 1240 1266 1417 1544 1655 1756 1849 1937
8,00 1413 1428 1454 1483 1515 1548 1582 1772 1931 2070 2198 2316 2426
11

TABELA 17 - MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL, M q , k (kN.m), EM


VIGAS DE PONTES CLASSE 45.
MOMENTO FLETOR MÁXIMO DEVIDO A CARGA MÓVEL, M q , k (kN.m), EM VIGAS DE
PONTES CLASSE 45.
Lv Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
4,00 112,5 112,9 113,8 114,8 115,8 117,0 118,1 131,8 143,0 152,5 160,8 168,3 175,0
4,50 140,6 141,2 142,2 143,5 144,8 146,3 147,7 164,9 178,9 190,8 201,2 210,5 219,0
5,00 168,8 169,4 170,7 172,3 174,0 175,7 177,5 198,1 215,0 229,3 241,9 253,2 263,4
5,50 196,9 197,7 199,2 201,1 203,2 205,3 207,5 231,6 251,4 268,2 283,0 296,2 308,3
6,00 225,0 225,9 227,8 230,1 232,5 235,0 237,7 265,3 288,0 307,3 324,4 339,7 353,6
6,50 253,2 254,3 256,6 259,2 262,1 265,1 268,2 299,5 325,1 347,0 366,4 383,8 399,7
7,00 281,6 283,0 285,6 288,8 292,2 295,7 299,4 334,3 363,1 387,6 409,4 429,0 446,8
7,50 310,1 311,8 315,0 318,7 322,7 326,9 331,2 369,9 401,8 429,1 453,3 475,1 495,1
8,00 338,8 340,9 344,7 349,1 353,8 358,6 363,6 406,1 441,3 471,4 498,1 522,3 544,5

TABELA 18 - FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN), EM


VIGAS DE PONTES CLASSE 45.
FORÇA CORTANTE MÁXIMA DEVIDO A CARGA MÓVEL, V q , k (kN), EM
VIGAS DE PONTES CLASSE 45.
Lv Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
4,00 140,6 141,0 141,9 142,9 144,0 145,1 146,3 163,1 176,8 188,3 198,3 207,2 215,2
4,50 150,0 150,5 151,4 152,5 153,8 155,0 156,3 174,3 189,0 201,4 212,2 221,8 230,4
5,00 157,6 158,1 159,2 160,4 161,8 163,2 164,7 183,7 199,2 212,3 223,8 234,0 243,1
5,50 163,9 164,5 165,8 167,2 168,8 170,4 172,0 191,9 208,1 221,9 233,9 244,7 254,4
6,00 169,2 170,0 171,4 173,1 174,8 176,7 178,5 199,2 216,1 230,5 243,0 254,3 264,4
6,50 173,8 174,8 176,5 178,3 180,3 182,3 184,4 205,8 223,3 238,2 251,3 263,0 273,7
7,00 177,9 179,1 180,9 183,0 185,2 187,5 189,8 211,8 229,9 245,4 259,0 271,1 282,2
7,50 181,5 182,9 185,0 187,3 189,8 192,3 194,9 217,5 236,1 252,0 266,1 278,7 290,1
8,00 184,7 186,4 188,7 191,2 193,9 196,7 199,6 222,7 241,9 258,3 272,8 285,8 297,7

TABELA 19 - VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q , k (kN.m3), PARA CALCULO DA


FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q , k (m), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 45.
VALORES MÁXIMOS DO PRODUTO E.I .u q , k (kN.m3), PARA CALCULO DA
FLECHA ACIDENTAL MÁXIMA, u q , k (m), EM VIGAS DE PONTES CLASSE 45.
Lv Vão do tabuleiro, Lt (m)
(m) 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 2,75 3,00 3,25 3,50
4,00 173 174 176 177 179 181 183 204 221 236 249 261 272
4,50 279 281 283 285 288 291 295 329 357 381 402 420 437
5,00 417 419 422 426 431 435 440 491 533 569 600 629 654
5,50 590 593 597 603 610 617 624 696 756 806 851 891 928
6,00 802 805 812 821 830 839 849 948 1029 1099 1160 1215 1266
6,50 1056 1061 1071 1082 1095 1108 1122 1253 1361 1453 1535 1608 1675
7,00 1357 1364 1378 1394 1411 1429 1448 1618 1757 1877 1983 2079 2166
7,50 1708 1719 1738 1760 1783 1808 1833 2048 2225 2378 2513 2636 2748
8,00 2115 2130 2155 2185 2217 2250 2283 2551 2773 2963 3133 3287 3429
12

4.3. IMPACTO VERTICAL

A NBR-7190 da ABNT (1997) recomenda a multiplicação das cargas móveis, para considerar
o impacto vertical, pelo seguinte coeficiente:

α
ϕ = 1+
40 + L

Onde:

ϕ = coeficiente de impacto;
α = 20, em pontes com soalho de madeira, e α =12, em pontes com soalho revestido de
concreto ou asfalto;
L = vão teórico do tramo da ponte, em metros.

Os esforços característicos devidos ao impacto vertical, podem ser obtidos por:

M qi ,k = (ϕ − 1).M q ,k

Vqi , k = (ϕ − 1).Vq , k

E.I .u qi ,k = (ϕ − 1).E.I .u q ,k

Onde:

M qi ,k = momento fletor característico máximo devido ao impacto vertical;


Vqi ,k = força cortante característica máxima devida ao impacto vertical;
u qi ,k = flecha característica máxima devido ao impacto vertical;

5. OUTRAS CONSIDERAÇÕES

5.1. SEÇÃO RESISTENTE DO TABULEIRO

Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), a largura da seção resistente do tabuleiro é obtida


com a distribuição do carregamento, a 45o, até o centro do elemento, e portanto:

b ≤ a + 2.e + h

Onde:

b = largura da seção resistente do tabuleiro;


13

a = comprimento do contato da roda com o soalho, na direção longitudinal do veículo,


fornecida pela NBR-7188 da ABNT (1984), sendo de 0,20 m para todas as classes de
ponte;
e = espessura média do revestimento;
h = altura, de cálculo, média das vigas que compõem o tabuleiro.

5.2. DESGASTE DO TABULEIRO SEM REVESTIMENTO

Deve-se lembrar, ao aplicar a expressão para cálculo da seção resistente do tabuleiro, que em
pontes rodoviárias, ou para pedestres, sem revestimento protetor, a NBR-7190 da ABNT
(1997) recomenda que se adote uma camada de desgaste com pelo menos 2 cm de espessura.
Isto eqüivale a utilizar um revestimento de 2 cm (e = 2 cm), oriundo da altura total das vigas
que compõem o tabuleiro (htotal = h + 2 cm).

5.3. FORÇA CORTANTE REDUZIDA

O efeito da força cortante, produzida pela carga móvel em pontes rodoviárias de madeira, é
muito importante. Assim, é necessário se aplicar a redução, permitida pela NBR-7190 da
ABNT (1997), na região próxima aos apoios.

Considerando o formato aproximado do envoltório de forças cortantes, devido às cargas


móveis, apresentado na figura 04, obtém-se:

FIG. 04 - Envoltório de força cortante.

• Na região dos apoios ( x = a ≤ 2.h )

A força cortante reduzida, a uma distância a do apoio esquerdo, para a viga de vão L
e com altura da seção transversal h , será:

a  V  a V .a V .a 2
Vred = Va . ⇒ Vred = V − .a . ⇒ Vred = −
2.h  L  2.h 2.h 2.L.h

O valor máximo desta força cortante ocorrerá em:


14

dV red V V .a L
= − =0⇒a=
da 2.h L.h 2

Concluindo-se, que:

L
¾ Se a = ≤ 2.h ⇒ L ≤ 4.h , então;
2
V .a V .a 2 V .(L 2 ) V .(L 2)
2
V .L
¾ Vred = − = − ⇒ Vred =
2.h 2.L.h 2.h 2.L.h 8.h

• Na região fora dos apoios ( x = a > 2.h )

A força cortante reduzida, a uma distância a do apoio esquerdo, para a viga de vão L
e com altura da seção transversal h , será:

V
Vred = Va ⇒ Vred = V − .a
L

O valor máximo desta força cortante ocorrerá em:

a = 2.h (ver figura 04)

Concluindo-se, que:

L
¾ Se a = > 2.h ⇒ L > 4.h , então;
2
2.V .h  2.h 
¾ Vred = Va ⇒ Vred = V − ⇒ Vred = V .1 − 
L  L 

Considerando, que o efeito do carregamento permanente, sobre a força cortante de cálculo, é


muito pequeno quando comparado aos efeitos da carga móvel e do impacto vertical, pode-se
fazer abstração deste efeito e utilizar as expressões acima, a favor da segurança, diretamente
nos valores de cálculo, ou seja:

¾ Se L ≤ 4.h , então a força cortante máxima atuará na região dos apoios, em


L Vd .L
x=a= , e valerá: Vred =
2 8.h

¾ Se L > 4.h , então a força cortante máxima atuará fora da região dos apoios, em
 2.h 
x = a = 2.h , e valerá: Vred = Vd .1 − 
 L 
15

5.4. DIMENSIONAMENTO

Obtidos os esforços, devidos aos carregamentos permanente, acidental móvel e o


correspondente impacto vertical, pode-se traçar os envoltórios de máximos esforços de
cálculo, com a adequada combinação de esforços, e dimensionar, tanto as peças do tabuleiro,
quanto as vigas principais, à flexão simples reta.

5.5. PRESERVAÇÃO DA MADEIRA

A NBR-7190 da ABNT (1997) recomenda que toda madeira utilizada em estruturas seja
preservada. Para as dicotiledôneas, o tratamento mínimo recomendado é o pincelamento com
produto preservativo, já para as coníferas deve-se usar um método de pressão em auto-clave.
Segundo KARLSEN (1967), pontes de madeira sem qualquer tratamento têm uma
durabilidade entre 7 e 12 anos, já com um tratamento simples por pincelamento, esta
durabilidade sobe para 40 a 60 anos.

6. FUNDAÇÕES

Para o cálculo da fundação, sob as Cortinas (ou Caixão de Aterro), pode-se adotar os valores
apresentados na tabela 20, para a tensão admissível do solo.

TABELA 20 - TENSÕES ADMISSÍVEIS DO SOLO


QUALIDADE DO SOLO TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO, fsolo,Adm ( MPa )
Solo mole 0,03
Solo médio 0,07
Solo duro 0,10
Solo úmido 70 % de fsolo,Adm

6.1. DIMENSÕES DA FUNDAÇÃO

As dimensões da fundação devem ser suficientes para transmitir o carregamento vertical (V)
ao solo, sem esmaga-lo, ou seja, sem atingir a tensão admissível do solo (ver figura 05).

FIG. 05 - Absorção do carga vertical pela fundação


16

V
fd = ≤ f solo , Adm , mas A fundo = b.l e portanto:
A fundo

V V
≤ f solo , Adm ⇒ b ≥
b.l l. f solo , Adm

6.2. FERRAGEM DA FUNDAÇÃO

As dimensões da fundação devem ser suficientes, também, para distribuir as cargas


horizontais (H) ao solo sem esmaga-lo, ou seja, sem atingir a tensão admissível do solo (ver
figura 06).

FIG. 06 - Absorção do carga horizontal pela fundação

H
fd = ≤ f solo , Adm , mas Alateral = h.l e portanto:
Alateral

H H
≤ f solo , Adm ⇒ h ≥
h.l l. f solo , Adm

No caso específico das pontes de madeira, a carga horizontal (H) é usualmente desprezada,
pois tem valor muito pequeno, isto leva a pequenas espessuras da laje de fundação (h ≅ 0).
Espessuras muito pequenas, da laje de fundação, não conferem, à estas lajes, rigidez suficiente
para transmitir os esforços verticais.

Assim é usual garantir-se uma espessura mínima, de modo a garantir a existência de rigidez à
laje de fundação, para transmissão da carga vertical (V). A rigidez de uma laje, de concreto
armado, depende, basicamente, de sua espessura e da ferragem utilizada. Quanto maior a
espessura (ou a ferragem) maior a rigidez da laje. Fixando-se a ferragem em uma malha de
ferros de 1/2" espaçados de 15 cm, nas duas direções e colocada no fundo da laje (ver figura
07), pode-se adotar a seguinte altura mínima:

1
hmin ≥ da menor largura
7
17

FIG. 07 - Esquema da ferragem adotada

7. LIGAÇÕES

O atual estágio tecnológico a respeito das ligações entre as peças componentes de uma ponte
de madeira, com o modelo apresentado na figura 08, ainda é incipiente não existindo modelo
de cálculo para muitas de suas ligações. As ligações de modelo de cálculo conhecido, em
geral não sofrem variação, de uma ponte à outra, tornando desnecessário seu cálculo. Assim,
atualmente, as ligações de uma ponte de madeira, são copiadas de outras pontes construídas,
que não apresentaram, em serviço, nenhum tipo de problema.

8. EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Apresenta-se, em seguida, o cálculo simplificado de uma ponte de madeira, com as ressalvas


que se fizerem necessárias.

8.1. ENUNCIADO

Para a ponte rodoviária de madeira, sem revestimento asfáltico, construída com madeira de
uma dicotiledônea da classe de resistência C-60, para o tráfego de até CAMINHÕES DE
TRANSPORTE INTERURBANO (CLASSE 45), esquematizada na figura 08, pede-se:

a) A seção transversal das peças do tabuleiro, sabendo que essas peças têm seção quadrada
(bt x bt), admitindo inicialmente peças de altura total de 25 cm;

b) A seção transversal das vigas principais (bv x hv), sabendo que essas vigas são de madeira
falquejada, extraídas de toras cujos diâmetros mínimos eram "d", e que a largura e a altura
da seção transversal dessas vigas, para melhor aproveitamento do material, são dadas em
função do diâmetro mínimo, segundo PFEIL (1978), por:

d d. 3
bv = e hv =
2 2

c) As dimensões do bloco de fundação (bf x hf), sob o caixão de aterro, sabendo que pode-se
considerar uma tensão admissível para o solo, da região, de fsolo,Adm = 0,10 MPa.

OBS.: Considere que: o carregamento é de longa duração; a madeira é usual, de classe de


umidade 2; e as cargas permanentes são de grande variabilidade.
18

FIG. 08 - Esquema da ponte em estudo


19

8.2. CÁLCULO DO TABULEIRO

8.2.1. Seção resistente e características geométricas da seção

a) Seção resistente

A seção resistente do tabuleiro é obtida com a distribuição do carregamento, a 45o, até o


centro do elemento, e portanto:

b ≤ a + 2.e + h

Onde:

b = largura da seção resistente do tabuleiro;


a = comprimento do contato da roda com o soalho, na direção longitudinal do veículo,
fornecida pela NBR-7188 da ABNT (1984), sendo de 0,20 m para todas as classes de
ponte;
e = espessura média do revestimento;
h = altura, de cálculo, média das vigas que compõem o tabuleiro.

Em pontes rodoviárias sem revestimento protetor, a NBR-7190 da ABNT (1997) recomenda


que se adote uma camada de desgaste com pelo menos 2 cm de espessura. Isto eqüivale a
utilizar um revestimento de 2 cm (e = 2 cm), oriundo da altura total das vigas que compõem o
tabuleiro (htotal = h + 2 cm). E portanto, para o caso em questão;

e = 2cm = 20 mm
h = htotal − 2cm = 25 − 2 = 23cm = 230 mm
a = 0,20 m = 20cm = 200 mm

b ≤ a + 2.e + h ⇒ b ≤ 200 + 2.20 + 230 ⇒ b ≤ 470 mm ⇒ b ≅ 450 mm

b ≅ 450 mm = 45cm = 0,45m

b) Características geométricas da seção

FIG. 09 - Seção resistente do tabuleiro


20

b.h 2 450.(bt − 20 )
2

⇒ S = 56,25.(bt − 20 ) mm 3
2
S = S x− x = =
8 8

b.h 3 450.(bt − 20 )
3

⇒ I = 37,50.(bt − 20 ) mm 4
3
I = I x− x = =
12 12

h = (bt − 20 )mm

h (bt − 20 )
yc = yt = = ⇒ y c = y t = 0,5.(bt − 20 )mm
2 2

b = 450mm

8.2.2. Características da madeira

Para uma dicotiledônea da classe de resistência C-60, considerando um carregamento de


longa duração, madeira usual e de classe de umidade 2, segundo LOGSDON (1999), pode-se
utilizar:

f c 0, d = 24,00 MPa (Resistência de cálculo à compressão paralela às fibras)

f t 0 ,d = 24,00 MPa (Resistência de cálculo à tração paralela às fibras)

f v ,d = 2,49 MPa (Resistência de cálculo ao cisalhamento paralelo às fibras)

E c 0 ,ef = 13720 MPa (Módulo de elasticidade efetivo)

8.2.3. Esforços de cálculo

8.2.3.1. Esforços característicos

a) Carga permanente

Sabendo-se que a ponte é classe 45 e sem revestimento asfáltico, a carga permanente


uniformemente distribuída sobre o tabuleiro (área em planta), segundo os dados da tabela 01,
pode ser considerada como sendo de:

g p = 6500 N / m 2 , ou Pa, de ponte ⇒ g p = 6500.10 −6 N / mm 2 , ou MPa ⇒

g p = 0,0065 N / mm 2 , ou MPa

Onde:

gp = carga permanente uniformemente distribuída sobre o tabuleiro (área em planta).


21

Na figura 10 é esquematizada a distribuição da carga permanente em uma fatia,


correspondente à seção resistente do tabuleiro. Assim, para cálculo do tabuleiro o
carregamento permanente representará:

FIG. 10 - Distribuição da carga permanente, para cálculo do tabuleiro

g = g p .b

Onde:

g = carga permanente uniformemente distribuída, correspondente à seção resistente do


tabuleiro (ao longo do comprimento), em N/mm;
gp = carga permanente uniformemente distribuída sobre o tabuleiro (área em planta), em
N/mm2 ou MPa;
b = largura de influência do carregamento, correspondente à largura da seção resistente do
tabuleiro.

Sendo a seção resistente do tabuleiro de largura b = 450 mm, obtém-se;

g = g p .b = 0,0065 .450 ⇒ g = 2,93 N / mm

Desconsiderando-se o efeito favorável da continuidade, existente nas peças do tabuleiro,


obtém-se o esquema apresentado na figura 11.

FIG. 11 - Esquema estático do tabuleiro


22

Assim, o problema crítico (maior vão de tabuleiro) a ser resolvido para o carregamento
permanente é o esquematizado na figura 12.

FIG. 12 - Carga permanente nas peças do tabuleiro

Para este carregamento, obtém-se:

p.l 2 2,93.1750 2
M g ,k = = = 1121640,63N .mm (no centro)
8 8

p.l 2,93.1750
V g ,k = = = 2563,75 N (no apoio)
2 2

5. p.l 4 5.2,93.1750 4 695461,70


= = =
u g ,k
[
384.E.I 384.13720. 37,50.(bt − 20)3
(bt − 20)3 ]
mm (no centro)

b) Carga móvel (variável principal)

Das tabelas 02 a 10, apresentadas anteriormente, são obtidos diretamente os efeitos máximos
devidos a carga móvel no tabuleiro de pontes rodoviárias. Para o problema em questão (ponte
classe 45, Lt = 1750mm = 1,75m e b = 450mm = 0,45m ), obtém-se:

M q1, k = 32,89 kN .m = 32,89.(1000 N )(


. 1000 mm ) = 32890000 N .mm (tabela 08)

Vq1, k = 76,00 kN = 76,00.(1000 N ) = 76000 N (tabela 09)

E.I .u q1,k = 8,403kN.m 3 = 8,403.(1000N )(


. 1000mm) = 8,403.1012 N .mm3 (tabela 10)
3

Sendo, E = E c 0,ef = 13720MPa e I = 37,50.(bt − 20) mm , obtém-se:


3

8,403.1012
E.I .u q1,k = 8,403.10 N .mm ⇒ u q1,k
12 3
= ⇒
E.I

8,403.1012 16332361,52
u q1, k = ⇒ u q1,k =
[
13720. 37,50.(bt − 20)
3
] (bt − 20)3
mm
23

c) Carga devida ao impacto vertical (variável secundária)

Como se viu no item 4.3, o coeficiente de impacto é dado por:

α
ϕ = 1+
40 + L

Onde:

α = 20, em pontes com soalho de madeira, e α =12, em pontes com soalho revestido de
concreto ou asfalto;
L = vão teórico, em metros.

Para o problema em questão, L = Lt = 1750mm = 1,75m e α = 20 (sem revestimento), obtém-se:

20
ϕ = 1+ ⇒ ϕ = 1,4790
40 + 1,75

Os esforços característicos devidos ao impacto vertical, são obtidos por:

M q 2,k = (ϕ − 1).M q1,k ⇒ M q 2,k = (1,4790 − 1).32890000 ⇒ M q 2,k = 15754310N .mm

Vq 2 ,k = (ϕ − 1).Vq1,k ⇒ Vq 2,k = (1,4790 − 1).76000 ⇒ Vq 2,k = 36404 N

16332361,52 7823201,17
u q 2,k = (ϕ − 1).u q1,k ⇒ u q 2,k = (1,4790 − 1). ⇒ u q 2,k = mm
(bt − 20)3
(bt − 20)3
8.2.3.2. Esforços de cálculo

a) Estados limites últimos

Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), para verificação de estados limites últimos


produzidos por um carregamento normal, caracterizado pelas cargas decorrentes do uso da
construção, utiliza-se uma combinação última normal, na qual os esforços de cálculo, são
obtidos por:

m  n 
Fd = ∑ γ gi Fgi ,k + γ Q  FQ1,k + ∑ψ 0 j FQj ,k 

i =1  j =2 

Para aplicação da expressão acima, a NBR-7190/97 fornece os valores dos coeficientes de


ponderação γgi e γQ e dos coeficientes de utilização ψ0j. As ações variáveis FQ1,k e/ou FQj,k
também podem sofrer redução, por valores definidos na NBR-7190/97, caso a duração da
ação não corresponda a classe de longa duração.
24

Para o problema em questão, no qual o peso próprio é considerado de grande variabilidade e a


carga devida ao impacto vertical é considerada de curta duração, obtém-se:

Fd = 1,4.Fgi ,k + 1,4.(Fq1,k + 0,60.Fq 2,k .0,75)

E portanto:

M d = 1,4.M g ,k + 1,4.(M q1,k + 0,60.M q 2,k .0,75) ⇒

M d = 1,4.1121640,63 + 1,4.(32890000 + 0,60.15754310.0,75) ⇒

M d = 57541512,18 N .mm

e,

Vd = 1,4.V g ,k + 1,4.(Vq1,k + 0,60.Vq 2,k .0,75) ⇒

Vd = 1,4.2563,75 + 1,4.(76000 + 0,60.36404.0,75) ⇒

Vd = 132923,77 N

Especificamente no caso de pontes de madeira, deve-se utilizar, sempre que possível a força
cortante reduzida, que pode ser estimada como segue (ver item 5.3):

¾ Se L ≤ 4.h , então a força cortante máxima atuará na região dos apoios, em


L Vd .L
x=a= , e valerá: Vred =
2 8.h

¾ Se L > 4.h , então a força cortante máxima atuará fora da região dos apoios, em
 2.h 
x = a = 2.h , e valerá: Vred = Vd .1 − 
 L 
No caso,

 2.h 
L = 1750mm > 4.h ≅ 4.250 ≅ 1000mm ⇒ Vred = Vd .1 − ⇒
 L 

 2.(bt − 20 ) 
Vred = 132923,77.1 −  ⇒ Vred = 132923,77 − 151,91.(bt − 20 ) ⇒
 1750 

Vred = 135962,03 − 151,91.bt N


25

a) Estados limites de utilização

Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), para verificação de estados limites de utilização nas
construções correntes, utiliza-se a seguinte combinação de longa duração:

m n
Fd ,uti = ∑ Fgi ,k + ∑ψ 2 j FQj ,k
i =1 j =2

Para aplicação da expressão acima, a NBR-7190/97 fornece os valores dos coeficientes de


utilização ψ2j. Para o problema em questão, obtém-se:

n
Fd ,uti = Fgi ,k + ∑ψ 2 j FQj ,k ⇒ Fd ,uti = Fg ,k + 0,2.Fq1,k + 0,2.Fq 2,k
j =2

E portanto:

u d ,uti = u g ,k + 0,2.u q1,k + 0,2.u q 2,k ⇒

695461,70 16332361,52 7823201,17


u d ,uti = + 0, 2 . + 0, 2. ⇒
(bt − 20)3 (bt − 20)3 (bt − 20)3
5526574,24
u d ,uti = mm
(bt − 20)3
8.2.4. Verificação da tensão normal

Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), a verificação da tensão normal pode ser feita por:

a) Borda comprimida

Md
σc = . y c ≤ f c 0,d
I

57541512,18
σc = .0,5.(bt − 20 ) ≤ f c 0,d = 24,00 MPa
37,5.(bt − 20 )
3

Resultando:

57541512,18.0,5
(bt − 20) ≥ ⇒ bt ≥ 198,79mm
37,5.24,00
26

b) Borda tracionada

Md
σt = . y t ≤ f t 0,d
I

57541512,18
σt = .0,5.(bt − 20 ) ≤ f t 0, d = 24,00 MPa
37,5.(bt − 20 )
3

Resultando:

57541512,18.0,5
(bt − 20) ≥ ⇒ bt ≥ 198,79mm
37,5.24,00

8.2.5. Verificação da tensão de cisalhamento

A verificação da tensão de cisalhamento, segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), pode ser


feita por:

V red .S
τ= ≤ f v ,d
b.I

[135962,03 − 151,91.bt ].[56,25.(bt − 20 ) ]


2

τ= ≤ f v ,d = 2,49 MPa
[450].[37,50.(bt − 20 )3 ]
Resultando,

[135962,03 − 151,91.bt ] ≤ 747.(bt − 20 ) ⇒ bt ≥ 167,87 mm

8.2.6. Verificação da flecha

A verificação da flecha, segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), pode ser feita por:

l
u d ,uti ≤ u lim =
200

5526574 ,24 l 1750


u d ,uti = ≤ u lim = =
(bt − 20 ) 3
200 200

Resultando,

5526574 ,24.200
bt − 20 ≥ 3 ⇒ bt ≥ 105,80 mm
1750
27

8.2.7. Conclusão

Para que as verificações sejam satisfeitas, simultaneamente, deve-se ter bt ≥ 198,79mm .


Portanto, adota-se a seção comercial, quadrada, de dimensões imediatamente superior a
198,79mm , consequentemente a seção 20 cm x 20 cm.

Deve-se ressaltar que a conclusão sempre depende da decisão do calculista. No caso do


exemplo apresentado, adotou-se inicialmente peças de seção 25 cm x 25 cm, acarretando uma
seção resistente máxima para o tabuleiro de 47 cm, arredondada para 45 cm para se obter
valores diretamente nas tabelas. Desta forma os cálculos foram realizados imaginando-se uma
seção mais resistente do que a obtida, mas com um carregamento também maior, pois a seção
obtida de 20 cm x 20 cm, acarretará uma seção resistente máxima para o tabuleiro de 42 cm.

Refazendo-se os cálculos a partir de uma seção de 20 cm x 20 cm, obtém-se uma seção


resistente máxima para o tabuleiro de 42 cm, que se arredonda para 40 cm para utilizar
valores tabelados, obtendo para o tabuleiro bt ≥ 209,33mm . Nesta situação os cálculos
foram realizados imaginando-se uma seção menos resistente do que a obtida, mas com um
carregamento também menor, pois ao adotar a seção de 20 cm x 20 cm, se obterá uma seção
resistente máxima para o tabuleiro de 42 cm.

8.3. CÁLCULO DA VIGA PRINCIPAL

8.3.1. Características geométricas da seção

Para uma peça de seção retangular, segundo LOGSDON (1989), as características


geométricas da seção podem ser obtidas utilizando o formulário que se segue. Neste caso,
considerando d em mm, obtém-se:

FIG. 13 - Seção transversal de uma peça do tabuleiro

2
 d   d . 3 
 .
b.h 2  2   2  3.d 3
S = S x− x = ⇒S= ⇒S = mm 3
8 8 64
28

3
 d   d . 3 
 .
b.h 3  2   2  d 4. 3
I = I x− x = ⇒I= ⇒I= mm 4
12 12 64

d d
b= ⇒ b = mm
2 2
d. 3
h d. 3
yc = yt = ⇒ yc = yt = 2 ⇒ y c = yt = mm
2 2 4

Onde:

A = área da seção transversal;


S = momento estático, de meia seção, em torno do eixo perpendicular ao plano de cargas
passando pelo centro de gravidade da seção;
Sx-x = momento estático, de meia seção, em torno do eixo x-x, que passa pelo centro de
gravidade da seção;
I = momento de inércia da seção, em torno do eixo perpendicular ao plano de cargas
passando pelo centro de gravidade da seção;
Ix-x = momento de inércia da seção, em torno do eixo x-x, que passa pelo centro de
gravidade da seção;
b = largura da seção transversal, na posição do centro de gravidade;
yc = distância da borda comprimida ao centro de gravidade;
yt = distância da borda tracionada ao centro de gravidade;
b e h = largura e altura da seção transversal retangular, respectivamente;
bv e hv = largura e altura da seção transversal de uma viga principal, respectivamente.

8.3.2. Características da madeira

Para uma dicotiledônea da classe de resistência C-60, considerando um carregamento de


longa duração, madeira usual e de classe de umidade 2, segundo LOGSDON (1999), pode-se
utilizar:

f c 0, d = 24,00 MPa (Resistência de cálculo à compressão paralela às fibras)

f t 0 ,d = 24,00 MPa (Resistência de cálculo à tração paralela às fibras)

f v ,d = 2,49 MPa (Resistência de cálculo ao cisalhamento paralelo às fibras)

E c 0 ,ef = 13720 MPa (Módulo de elasticidade efetivo)


29

8.3.3. Esforços de cálculo

8.3.3.1. Esforços característicos

a) Carga permanente

Sabendo-se que a ponte é classe 45 e sem revestimento asfáltico, a carga permanente


uniformemente distribuída sobre o tabuleiro (área em planta), segundo os dados da tabela 01,
pode ser considerada como sendo de:

g p = 6500 N / m 2 , ou Pa, de ponte ⇒ g p = 6500.10 −6 N / mm 2 , ou MPa ⇒

g p = 0,0065 N / mm 2 , ou MPa

Onde:

gp = carga permanente uniformemente distribuída sobre o tabuleiro (área em planta).

Na figura 14 é esquematizada a distribuição da carga permanente em uma viga principal, a


mais crítica, ou seja a de maior carregamento. Assim, sobre a viga principal o carregamento
permanente representará:

FIG. 14 - Distribuição da carga permanente em uma viga principal.

g = g p .bi = g p .Lt = 0,0065.1750 ⇒ g = 11,375 N / mm

Onde:

g = carga permanente uniformemente distribuída sobre a viga principal em questão (ao longo
do comprimento), em N/mm;
gp = carga permanente uniformemente distribuída sobre o tabuleiro (área em planta), em
N/mm2 ou MPa;
bi = largura de influência do carregamento sobre a viga, em mm;
Lt = vão do tabuleiro, em mm.
30

Na figura 15 é apresentado o esquema estático da viga principal, mais crítica, já com o


carregamento permanente sobre ela.

FIG. 15 - Esquema estático e carregamento permanente sobre uma viga principal

Para este carregamento, obtém-se:

p.l 2 11,375.7000 2
M g ,k = = ≅ 69671875N .mm (no centro)
8 8

p .l 11,375.7000
V g ,k = = ≅ 39812 ,5 N (no apoio)
2 2

5. p.l 4 5.11,375.7000 4 9,5774.1011


u g ,k = = = mm (no centro)
384.E .I d 4. 3  d4
384.13720. 
 64 

b) Carga móvel (variável principal)

Das tabelas 11 a 19, apresentadas anteriormente, são obtidos diretamente os efeitos máximos
devidos a carga móvel nas vigas principais de pontes rodoviárias. Para o problema em questão
(ponte classe 45, Lv = 7000mm = 7 ,00m e Lt = 1750mm = 1,75m ), obtém-se:

M q1,k = 295,7kN.m = 295,7.(1000N )(


. 1000mm) = 295700000N .mm (tabela 16)

Vq1,k = 187 ,5kN = 187 ,5.(1000 N ) = 187500 N (tabela 17)

E .I .u q1,k = 1429kN .m 3 = 1429.(1000N )(. 1000mm) = 1,429.1015 N .mm3 (tabela 18)


3

d4. 3
Sendo, E = E c 0,ef = 13720MPa e I = mm 4 , obtém-se:
64

1,429.1015
E .I .u q1,k = 1,429.10 N .mm ⇒ u q1,k
15 3
= ⇒
E .I
31

1,429.1015 3,8486.1012
u q1,k = ⇒ u q1,k = mm
d 4 . 3  d4
13720. 
 64 

c) Carga devida ao impacto vertical (variável secundária)

Como se viu no item 4.3, o coeficiente de impacto é dado por:

α
ϕ = 1+
40 + L

Onde:

α = 20, em pontes com soalho de madeira, e α =12, em pontes com soalho revestido de
concreto ou asfalto;
L = vão teórico, em metros.

Para o problema em questão, L = Lv = 7000mm = 7,00m e α = 20 (sem revestimento), obtém-se:

20
ϕ = 1+ ⇒ ϕ = 1,426
40 + 7 ,00

Os esforços característicos devidos ao impacto vertical, são obtidos por:

M q 2,k = (ϕ − 1).M q1,k ⇒ M q 2,k = (1,426 − 1).295700000⇒ M q 2,k = 125968200N .mm

Vq 2 ,k = (ϕ − 1).Vq1,k ⇒ Vq 2 ,k = (1,426 − 1).187500 ⇒ Vq 2 ,k = 79875 N

3,8486.1012 1,6395.1012
u q 2 ,k = (ϕ − 1).u q1,k ⇒ u q 2 ,k = (1,426 − 1). ⇒ q 2 ,k =
u mm
d4 d4

8.3.3.2. Esforços de cálculo

a) Estados limites últimos

Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), para verificação de estados limites últimos


produzidos por um carregamento normal, caracterizado pelas cargas decorrentes do uso da
construção, utiliza-se uma combinação última normal, na qual os esforços de cálculo, são
obtidos por:

m  n 
Fd = ∑ γ gi Fgi ,k + γ Q  FQ1,k + ∑ψ 0 j FQj ,k 
i =1  j =2 
32

Para aplicação da expressão acima, a NBR-7190/97 fornece os valores dos coeficientes de


ponderação γgi e γQ e dos coeficientes de utilização ψ0j. As ações variáveis FQ1,k e/ou FQj,k
também podem sofrer redução, por valores definidos na NBR-7190/97, caso a duração da
ação não corresponda a classe de longa duração.

Para o problema em questão, no qual o peso próprio é considerado de grande variabilidade e a


carga devida ao impacto vertical é considerada de curta duração, obtém-se:

Fd = 1,4.Fgi ,k + 1,4.(Fq1,k + 0,60.Fq 2,k .0,75)

E portanto:

M d = 1,4.M g ,k + 1,4.(M q1,k + 0,60.M q 2,k .0,75) ⇒

M d = 1,4.69671875 + 1,4.(295700000 + 0 ,60 .125968200 .0 ,75 ) ⇒

M d = 590880591 N .mm

e,

Vd = 1,4.V g ,k + 1,4.(Vq1,k + 0,60.Vq 2,k .0,75) ⇒

Vd = 1,4.39812,5 + 1,4.(187500 + 0,60.79875.0,75) ⇒

Vd = 368559 N

Especificamente no caso de pontes de madeira, deve-se utilizar, sempre que possível a força
cortante reduzida, que pode ser estimada como segue (ver item 5.3):

¾ Se L ≤ 4.h , então a força cortante máxima atuará na região dos apoios, em


L Vd .L
x=a= , e valerá: Vred =
2 8.h

¾ Se L > 4.h , então a força cortante máxima atuará fora da região dos apoios, em
 2.h 
x = a = 2.h , e valerá: Vred = Vd .1 − 
 L 

No caso, admitindo, por hipótese, que L = Lv > 4.h obtém-se:

d. 3
L = Lv = 7000mm > 4.h ⇒ h < 1750mm ⇒ h = < 1750mm ⇒
2

d < 2020,73mm ≅ 2,02m (por hipótese)


33

Nestas condições obtém-se:


  
 2. d. 3  
  2 
 2.h   2.h 
Vred = Vd .1 −  ⇒ Vred = 368559.1 −  ⇒ Vred = 368559.1 −   ⇒

 L   7000   7000 
 
 

Vred ≅ 368559 − 91,2.dN

a) Estados limites de utilização

Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), para verificação de estados limites de utilização nas
construções correntes, utiliza-se a seguinte combinação de longa duração:

m n
Fd ,uti = ∑ Fgi ,k + ∑ψ 2 j FQj ,k
i =1 j =2

Para aplicação da expressão acima, a NBR-7190/97 fornece os valores dos coeficientes de


utilização ψ2j. Para o problema em questão, obtém-se:

n
Fd ,uti = Fgi ,k + ∑ψ 2 j FQj ,k ⇒ Fd ,uti = Fg ,k + 0,2.Fq1,k + 0,2.Fq 2,k
j =2

E portanto:

u d ,uti = u g ,k + 0,2.u q1,k + 0,2.u q 2,k ⇒

9,5774.1011 3,8486.1012 1,6395.1012


u d ,uti = + 0,2. + 0,2. ⇒
d4 d4 d4

2,0554.1012
u d ,uti = mm
d4

8.3.4. Verificação da tensão normal

Segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), a verificação da tensão normal pode ser feita por:

a) Borda comprimida

Md
σc = . y c ≤ f c 0,d
I
34

590880591 d . 3
σc = . ≤ f c 0,d = 24,00 MPa
 d 4. 3  4
 
 64 
 

Resultando:

590880591.64
d ≥3 ⇒ d ≥ 733,05mm
4.24,00

b) Borda tracionada

Md
σt = . y t ≤ f t 0,d
I

590880591 d . 3
σt = . ≤ f t 0,d = 24,00 MPa
 d 4. 3  4
 
 64 
 

Resultando:

590880591.64
d ≥3 ⇒ d ≥ 733,05mm
4.24,00

8.3.5. Verificação da tensão de cisalhamento

A verificação da tensão de cisalhamento, segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), pode ser


feita por:

V red .S
τ= ≤ f v ,d
b.I

 3.d 3 
[368559 − 91,2.d ]. 
 64 
τ= ≤ f v ,d = 2,49 MPa
 d   d . 3 
4
 .
 2   64 

Resultando,

[368559 − 91,2.d ].6 ≤ 2,49 MPa


d 2. 3
35

0,7188.d 2 + 91,2.d − 368559 ≥ 0 ⇒ d ≥ 655,43mm

8.3.6. Verificação da flecha

A verificação da flecha, segundo a NBR-7190 da ABNT (1997), pode ser feita por:

l
u d ,uti ≤ u lim =
200

2,0554.1012 l 7000
u d ,uti = 4
≤ u lim = =
d 200 200

Resultando,

2 ,0554.10 12 .200
d≥ 4 ⇒ d ≥ 492 ,27 mm
7000

8.3.7. Conclusão

Para que as três verificações sejam satisfeitas é necessário que o menor diâmetro da tora
de origem seja d ≥ 733,05mm ≅ 74cm , e portanto as dimensões, da seção transversal da
viga principal, devem ser:

d 733,05
bv = ≥ ⇒ bv = 366,53mm ≅ 37cm
2 2

d . 3 733,05. 3
hv = ≥ ⇒ hv = 634,84 mm ≅ 64cm
2 2

Pode-se utilizar uma viga de madeira falquejada, com seção 37 cm x 64 cm, que pode ser
extraída de um toro com diâmetro mínimo de pelo menos 74 cm

8.4. CÁLCULO DA FUNDAÇÃO

8.4.1. Carga vertical sobre as fundações

A carga vertical sobre as fundações deve considerar as reações das vigas principais sobre ela e
o peso próprio da fundação.

A reação do conjunto das vigas sobre uma das cortinas, para a carga permanente, é simples,
pois:

= .(L ponte .b ponte )


1
R g = A1 .g p com A1
2
ponte
2
ponte 2
36

Onde:

Rg = reação vertical, devida à carga permanente, sobre uma das cortinas;


A1 = metade da área da ponte em planta;
ponte
2

gp = carga permanente, uniformemente distribuída na área da ponte em planta;


L ponte = comprimento da ponte, e
b ponte = largura da ponte.

No caso do exemplo ( L ponte = 7,00m = 7000mm , b ponte = 5,50m = 5500mm e


g p = 0,0065MPa = 0,0065 N / mm 2 ) , obtém-se:

= .(L ponte .b ponte ) = .(7000.5500) ≅ 19250000mm 2


1 1
A1
2
ponte 2 2

R g = A1 .g p = 19250000.0,0065 ≅ 125125N
ponte
2

Já para a cargas variável, correspondente à carga móvel, sabe-se que a reação máxima de uma
viga é igual à força cortante no apoio, portanto:

R q ,1viga = V q ,1viga

Onde:

Rq ,1viga = reação de apoio máxima, em uma viga, devida à carga móvel, e


Vq ,1viga = força cortante, no apoio de uma viga principal, devida à carga móvel, obtida
diretamente nas tabelas 11 a 19.

Por outro lado é inconcebível, na prática, um carregamento no qual todas as vigas principais
apresentem esta reação máxima. Uma boa estimativa é considerar uma das vigas com a reação
máxima e as demais com um valor médio, e portanto:

R q = R q ,1viga + (n v − 1).R qm ,1viga

Onde:
37

Rq = estimativa da reação de apoio máxima, sobre uma das cortinas, devida à carga
móvel;
Rqm ,1viga = valor médio da reação, no apoio de uma viga principal, devida à carga móvel,
que pode ser considerado como:

Rqmáx,1viga + Rqmín,1viga Vqmáx,1viga + Vqmín,1viga Vq,1viga + 0 Vq,1viga


Rqm,1viga = = = =
2 2 2 2

Rqmáx ,1viga = valor máximo da reação, no apoio de uma viga principal, devida à carga móvel;
Rqmín ,1viga = valor mínimo da reação, no apoio de uma viga principal, devida à carga móvel;
Vqmáx ,1viga = valor máximo da força cortante em uma viga principal, devida à carga móvel;
Vqmín ,1viga = valor mínimo da força cortante em uma viga principal, devida à carga móvel;
nv = número de vigas principais.

A cargas variável, correspondente ao impacto, por sua vez, é proporcional à carga móvel
através do coeficiente de impacto e portanto:

Rqi = (ϕ − 1).Rq

Onde:

Rqi = estimativa da reação de apoio máxima, sobre uma das cortinas, devida ao impacto, e
ϕ = coeficiente de impacto.

No caso do exemplo ( Vq ,1viga = 187500 N , ϕ = 1,426 e nv = 4 vigas) , obtém-se:

Rq ,1viga = Vq ,1viga ⇒ Rq ,1viga = 187500 N

Vq,1viga 187500
Rqm,1viga = ⇒ Rqm,1viga = = 93750N
2 2

Rq = R q ,1viga + (nv − 1).R qm ,1viga ⇒ R q = 187500 + (4 − 1).93750 = 468750 N

Rqi = (ϕ − 1).Rq ⇒ Rqi = (1,426 − 1).468750 ≅ 199688 N

Como para verificação do solo ainda se utiliza o método das tensões admissíveis, o
carregamento total é obtido diretamente pela soma das cargas aplicadas, e portanto a reação
total (R) sobre uma das fundações será:
38

R = R g + R q + R qi = 125125 + 468750 + 199688 = 793563 N

Para peso próprio da fundação é usual estimá-la em 10% de R, e portanto:

V = R + 10%.R = 1,10.R

Onde:

R = reação total sobre uma das fundações, e


V = carga vertical total sobre uma das fundações.

Assim, para o exemplo em questão, a carga vertical sobre a fundação será:

V = 1,10.R ⇒ V = 1,10.793563 ≅ 872919 N

8.4.2. Tensão admissível do solo

A tensão admissível do solo na região, conforme o item 8.1., é de 0,10 MPa. Entretanto,
devido a umidade do solo nas margens do rio, onde se apoiará a ponte, deve-se reduzir a
tensão admissível do solo ( f solo , Adm ). Conforme a tabela 20, tem-se:

f solo , Adm = 0,70. f solo , Adm ⇒ f solo , Adm = 0,70.0,10 ⇒ f solo , Adm = 0,07 MPa

8.4.3. Largura do bloco de fundação

Conforme o item 6.1., deste trabalho, tem-se:

V
b≥
l. f solo , Adm

Onde:

b = largura do bloco de fundação, em mm;


V = carga vertical, para o carregamento total, sobre a fundação, em N;
l = comprimento do bloco de fundação, em mm;
fsolo,Adm = tensão admissível do solo sob o bloco de fundação, em MPa.

Construtivamente o comprimento do bloco de fundação é o mesmo da cortina, que forma o


caixão de aterro, e este por sua vez é escolhido ao se esquematizar a ponte. No caso a cortina
tem um comprimento de l = 7,85m = 7850mm (ver figura 08). Assim:
39

V 872919
b≥ ⇒b≥ ⇒ b ≥ 1588,6mm
l. f solo , Adm 7850.0,07

A fim de facilitar a preparação da fôrma, para se construir a fundação, é usual arredondar-se,


sempre para mais, o valor da largura da fundação de 5 em 5 cm. Assim, adota-se:

b ≥ 1600 mm = 160 cm = 1,60 m

8.4.4. Espessura do bloco de fundação

Para se garantir-se uma espessura mínima, de modo a garantir a existência de rigidez à laje de
fundação, para transmissão da carga vertical (V); fixada a ferragem em uma malha de ferros
de 1/2" espaçados de 15 cm, nas duas direções e colocada no fundo da laje; deve-se, conforme
o item 5.2., deste trabalho, adotar a seguinte altura mínima para a laje de fundação (hmin):

1 1 1
hmin ≥ da menor largura ⇒ hmin ≥ .b ⇒ hmin ≥ .160 ⇒ hmin ≥ 22,86cm
7 7 7

A fim de facilitar a preparação da fôrma, para se construir a fundação, é usual arredondar-se,


sempre para mais, o valor da espessura da fundação de 5 em 5 cm. Assim, adota-se:

hmin ≥ 22,86cm ⇒ hmin = 25cm

8.4.5. Ferragem da fundação

Conforme o item 6.2, deste trabalho, o formulário utilizado foi definido ao se fixar a ferragem
em uma malha de ferros de 1/2" espaçados de 15 cm, nas duas direções e colocada no fundo
da laje (ver figura 07).

8.4.6. Conclusão

Assim, a fundação deve ter: o mesmo comprimento da cortina, l = 7,85m = 7850mm ; a


largura, b ≥ 1600 mm = 160 cm = 1,60 m ; a espessura, hmin = 25cm = 250 mm ; e possuir
uma ferragem composta por uma malha de ferros, de 1/2" de diâmetro, com espaçamento, nas
duas direções, de 15 cm, colocada no fundo da laje de fundação.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT - Projeto de Estruturas de Madeira. NBR-7190, Norma Brasileira Registrada.


Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, RJ. 1997. 107p.

ABNT - Carga Móvel em Ponte Rodoviária e Passarela de Pedestre. NBR-7188. Associação


Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, RJ. 1984. 6p.
40

HELLMEISTER, J. C. & OLIVEIRA, E. S. - Ponte de madeira na rodovia Cambaratiba -


Borborema. Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo (EESC-
USP). São Carlos, SP. 1975.

HELLMEISTER, J. C.; ROCCO LAHR, F. A. & CALIL JR., C. - Ponte pênsil de madeira.
EESC - USP. São Carlos, SP. 1977.

KARLSEN, G. G.; BOLSHAKOV, V. V.; KAGAN, M. Y.; SVENTSITSKY, G. V.;


ALEKSANDROVSKY, K. V.; BOCHKARYOV, I. V.; FOLOMIN, A. I. (1967). Wooden
Structures. Moscow. Mir Publishers. 638 p.

LOGSDON, N. B. - Elementos de Resistência dos Materiais e de Estática das Estruturas.


Centro de Ciências Agrárias - Universidade Federal de Mato Grosso (CCA-UFMT).
Cuiabá, MT. 1989. 152p.

LOGSDON, N. B. - Contribuição ao estudo das pontes de madeira. Orientador: Prof. Dr.


João César Hellmeister. EESC - USP. São Carlos, SP. 1982. 386 p. Dissertação (Mestre
- Engenharia de Estruturas)

LOGSDON, N. B. - Pontes rodoviárias de madeira: Dados para projeto e anteprojeto. In:


Encontro Brasileiro em Madeiras e em Estruturas de Madeira (EBRAMEM), 1,
(Características). EESC - USP. São Carlos, SP. 1983. 21 p.

LOGSDON, N. B. - Tabelas para o cálculo rápido de pontes rodoviárias de madeira em vigas


simplesmente apoiadas. In: Encontro Brasileiro de Madeiras e de Estruturas de Madeira,
V (V EBRAMEM). Belo Horizonte, MG. 1995.

LOGSDON, N. B. - Elementos de Estruturas de Madeira, sob a ótica da NBR 7190/1997.


Departamento de Engenharia Florestal, Faculdade de Engenharia Florestal - Universidade
Federal de Mato Grosso. Cuiabá, MT. 1999.

PFEIL, W. - Estruturas de Madeira. Livros Técnicos e Científicos Editora S. A.. Rio de


Janeiro, RJ.. 1978. 256 p.

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