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Data: 20/09/2022
Disciplina: EJA – Educação de Jovens e Adultos
Professora: Nelba
Trabalho: Fichamento de Livro
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não
possa prescindir da continuidade da leitura daquele.” (FREIRE,1989, p.09)
Nesse trecho, Paulo Freire quer dizer que aprendemos primeiro sobre o mundo; quando
entramos em contato com um objeto, como uma caneta, primeiramente vemos, sentimos,
aprendemos como de fala, o nome do objeto, para que serve; essa é a leitura de mundo,
depois, quando ingressamos na escola é que aprendemos a ler e escrever caneta, essa é a
leitura da palavra.
[...] sou capaz de não apenas sentir a caneta, de perceber a caneta, de dizer caneta,
mas também de escrever caneta e, conseqüentemente, de ler caneta. A alfabetização
é a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral.” (FREIRE,1989, p.
13)
“[...]a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a
continuidade da leitura daquele. [...] movimento do mundo à palavra e da palavra ao
mundo está sempre presente. [...] a palavra dita flui do mundo mesmo através da
leitura que dele fazemos.” (FREIRE,1989, p.13)
O aprender com as palavras do nosso dia-a-dia, um esta ligado com o outro, o ensinar com
o sentido de mundo.
“Estando num lado da rua, ninguém estará em seguida no outro, a não ser
atravessando a rua. Se estou no lado de cá, não posso chegar ao lado de lá, partindo
de lá, mas de cá. Assim também ocorre com a compreensão menos rigorosa, menos
exata da realidade. Temos de respeitar os níveis de compreensão que os educandos -
não importa quem sejam - estão tendo de sua própria realidade. Impor a eles a nossa
compreensão em nome de sua libertação é aceitar soluções autoritárias como
caminhos de liberdade.” (FREIRE, 1989, p. 17)
“Só educadoras e educadores autoritários negam a solidariedade entre o ato de
educar e o ato de serem educados pelos educandos; só eles separam o ato de
ensinar do de aprender, de tal modo que ensina quem se supõe sabendo e aprende
quem é tido como quem nada sabe.” (FREIRE, 1989, p. 17)
O professor ensina mas também aprende, como os alunos aprendem mas também
ensinam. A tarefa de ensinar não é apenas para alguns, todos tem algo para ensinar.
“A sua leitura do real, contudo, não pode ser a repetição mecanicamente memorizada
da nossa maneira de ler o real. Se assim fosse, estaríamos caindo no mesmo
autoritarismo tão constantemente criticado neste texto.” (FREIRE, 1989, p. 18)
A minha visão de mundo, não é a mesma visão do outro, querer ensinar do jeito em que eu
aprendi e acreditar que todos aprendem igualmente, vivemos igualmente, com realidades
iguais; claramente uma mentira.
Os Cadernos de Cultura Popular foram feitos de com base no meio local, para que os
alunos “se entreguem à curiosidade crítica dos educandos e não que sejam lidos
mecanicamente.” (FREIRE, 1989, p. 23)
Foi pensado para que houvesse “participação crítica e democrática dos educandos no
ato de conhecimento de que são também sujeitos. É a participação crítica e criadora
do povo no processo de reinvenção de sua sociedade” (FREIRE, 1989, p. 23)