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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE TEOLOGIA E HUMANIDADES

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM HISTÓRIA: 6º E 7º ANOS ENSINO


FUNDAMENTAL

RESUMO CRÍTICO DO TEXTO: Novas Formas de Abordar o Ensino de História

De: Rafael Ruiz

Pamella Passos de Almeida Demetrio

Petrópolis, RJ

2017
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE TEOLOGIA E HUMANIDADES

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM HISTÓRIA: 6º E 7º ANOS ENSINO


FUNDAMENTAL

RESUMO CRÍTICO DO TEXTO: Novas Formas de Abordar o Ensino de História

De: Rafael Ruiz

Trabalho apresentado ao Centro de Teologias e


Humanidades da Universidade Católica de Petrópolis
para a disciplina de Estágio Supervisionado em
História: 6º e 7º anos do Ensino Fundamental.

Pamella Passos de Almeida Demetrio

Professor: Maria das Graças Duvanel Rodrigues

Petrópolis, RJ

2017
SUMÁRIO Páginas

1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………........….04

2. DESENVOLVIMENTO...................................................................................................05

2.1. A QUEBRA DOS MODELOS....................................................................................05

2.2. À PROCURA DE UM NOVO MODELO PARA A HISTÓRIA...............................05

2.3. UM NOVO MÉTODO: HISTÓRIA E LITERATURA...............................................06

2.3.1. Robinson Crusoé e a “História, mestra da vida”.........................................07

2.3.2. More e Maquiavel: as utopias em choque.....................................................07

2.3.3. Ítalo Calvino e a fragmentação do presente...................................................07

3. CONCLUSÃO………………………………………………………………...........……08

4. REFERÊNCIAS…………………………………………………………........…………09
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1. INTRODUÇÃO

No texto de Rafael Ruiz, sobre “Novas formas de abordar o ensino de Históra” pode-se
encontrar as diferentes concepções acerca de como deveria ser estudada e ensinada a História,
desde o método clássico, pensado por Tucídides, com a “História, mestra da vida”, passando
pela “História teleológica”, e a “História presente” até chegar ao que Hartog afirma ser o
modelo necessário para a atualidade, que seria uma História comparativa. Nesse sentido,
percebe-se também como a História pode buscar na Literatura apoio para que o ensino e
compreensão se tornem mais produtivos.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. A QUEBRA DOS MODELOS

Enquanto encontra-se na preparação de suas aulas e no desenvolvimento das mesmas


junto aos alunos, um dos maiores desafios e uma das grandes aventuras do educador é o
processo de conhecimento. Dentro desse contexto, o autor Rafael Ruiz desenvolve o texto a
partir do questionamento: “Qual é o modelo que devemos procurar como historiadores e
professores de História? ” (RUIZ, 2009). Partindo dessa pergunta, o autor utiliza como
referência uma conferência do historiador francês François Hartog, de 1996, para iniciar suas
considerações e explicar sobre os três modos de entender a História e o papel do historiador.

Começando pelo modelo clássico, entendia-se a História como “mestra da vida”,


pensando que, analisando os eventos do passado seria possível uma preparação do caminho
para o futuro, sendo este seguimento inaugurado por Tucídides e Cícero. Essa concepção durou
até a metade do século XVIII, apesar de altos e baixos, quando algumas mudanças – como a
Revolução na França e o Iluminismo na Alemanha – exigiram uma reformulação. Com todas
as transformações que estavam acontecendo, houve a descoberta da História como processo, ao
mesmo tempo progressivo e teleológico. Nesse sentido, o autor denomina essa disciplina de
“história do futuro” (RUIZ, 2009), uma vez que o historiador imerso no presente escreveria
sobre o passado procurando vislumbrar o futuro. Esse modelo acontece durante a Revolução
Francesa, e os historiadores buscavam entender a mesma, ao mesmo tempo, em que tentavam
prever o seu destino. O terceiro modelo surgiu durante o período das guerras, quando em
meados do fim da Segunda Guerra Mundial, o futuro perdia sua importância e o presente
ganhava destaque. Sendo assim, até o início dos anos 80, existiam três linhas de pensamento
que caracterizavam o pensar e fazer História: “a história ‘mestra da vida’, voltada para o
passado; a história teleológica, voltada para o futuro, e a história do presente, situada no hoje,
aqui e agora. ” (RUIZ, 2009). Ainda assim, segundo Hartog, e expresso no texto de Rafael
Ruiz, esses três modelos não mais suprem as necessidades da História.

2.2. À PROCURA DE UM NOVO MODELO PARA A HISTÓRIA

Rafael Ruiz dá seguimento ao texto questionando acerca do que haveria mudado nos
últimos anos para que esses modelos utilizados para entender e ensinar História se tornassem
não mais suficientes. Baseando-se, mais uma vez, em Hartog, ele expressa a hipótese de que o
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momento de transformação teria acontecido no ano de 1989 com a queda do Muro de Berlim.
Esse momento para a História seria o responsável, segundo o autor, por simbolizar a
impossibilidade de escrever a História sob o posto de vista do futuro e até mesmo o passado,
tornou-se “imprevisível ou mesmo opaco”. (HARTOG, 1996).

Não seria mais possível falar de um futuro, pois as teorias deterministas e positivas se
mostraram ilusórias; também não era mais possível ver um passado, porque, com a queda do
Muro de Berlim, viu-se que haviam diversos pontos de vista convergindo ao narrar esse
acontecimento. Nesse contexto, surge a dúvida sobre como, e qual, deveria ser o novo modelo.
Hartog afirma que a base para estudar e ensinar a História deve partir de dois princípios, são
eles: “edificar o próprio ponto de vista tão explicitamente quanto possível; e realizar sempre
uma abordagem comparativa” (RUIZ, 2009). Portanto, trata-se de ensinar não uma História
que já esteja pronta – “edificada” – mas dar aos educandos instrumentos que os possibilitem
construir seus próprios edifícios.

Anteriormente, a História era vista como um quadro já finalizado, e o ato de ensinar


consistia em propor considerações partindo desse conteúdo. Porém, o novo método constitui
ensinar aos alunos a construir a História, ou seja, não fornecendo soluções ou mostrando que
fatores levaram à determinado acontecimento histórico ou outro, mas, ensinando a construir
conceitos e estimulando a aplicação destes em diversas situações-problema, selecionando,
relacionando e interpretando as informações para que componham a realidade que está sendo
estudada.

2.3. UM NOVO MÉTODO: HISTÓRIA E LITERATURA

Seguindo as instruções do segundo princípio desse novo método – elaborando uma


abordagem comparativa – pensado por Hartog, o autor afirma que pode-se utilizar a
ficcionalidade da Literatura em comparação com a veracidade da História para explicar, por
exemplo, os três conceitos anteriores utilizados para entender e ensinar a História. Rafael Ruiz
afirma a possibilidade de utilizar um texto de Tucídides, para mostrar a “História, mestra da
vida”, assim como o texto A vida e as estranhas aventuras de Robinson Crusoé, de Daniel
Defoe; tanto um texto de Marx, identificando a “história teleológica”, como ler a Utopia, de
Thomas More; ou usar um documento da “história presente”, como uma leitura de Palomar, de
Ítalo Calvino.
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2.3.1. Robinson Crusoé e a “História, mestra da vida”

Trabalhando com a leitura do texto de Defoe, percebe-se a dificuldade de captar a


diferença e a facilidade de enxergar no outro a projeção do que somos. Quando, por exemplo,
Robinson decide por semear para solucionar a fome, mas deixa de notar os aspectos climáticos
do presente, ele acaba errando por não dar a devida importância a realidade à sua volta sem
deixar de lado aquilo que já foi vivido. Ao longo do desenrolar dessa história, o personagem
Robinson Crusoé, pode ser usado como exemplo para mostrar a História como “mestra da vida”,
uma vez que, o passado é usado como modelo para o “presente”.

2.3.2. More e Maquiavel: as utopias em choque

A principal diferença entre a Utopia de More e o Príncipe de Maquiavel está nas


compreensões do “ser” e “dever ser”, também será essa concepção responsável por um divisor
de águas entre o mundo medieval e o moderno. Para tanto, More tem sua tradição ancorada nos
gregos, enquanto que Maquiavel “rompe com o mundo grego e prepara as bases do mundo
moderno” (RUIZ, 2009). As diferenças entre ambos são diversas, um exemplo pode ser visto
em como era a concepção de uma “boa sociedade” para More, que só seria possível se os
homens fossem “bons” e que para isso estes deveriam ser “bem” educados; enquanto que, para
Maquiavel, os homens só precisariam “representar” seus papéis.

2.3.3. Ítalo Calvino e a fragmentação do presente

Durante uma conferência, Hartog dialogou sobre a impossibilidade de se focar numa


história do presente, por ser um momento não apenas de uma realidade fragmentada, mas
devido as inúmeras possibilidades de narrativas. No seu Palomar, Ítalo Calvino se aproxima
desse pensamento, quando expressa a dificuldade para isolar o objeto que será estudado. O
historiador, assim como Palomar, com a sua sede de conhecimento sob a realidade histórica
defrontam-se com diversas dificuldades mas chegam à mesma conclusão: é preciso um método.
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3. CONCLUSÃO

Após a leitura do texto de Rafael Ruiz, podemos perceber que os historiadores já tiveram
alguns tipos de modelos para explicar a História e que, à medida em que as transformações vão
acontecendo, também mudam a forma como se faz, estuda e ensina a História. Ao longo do
texto, vemos que os modelos anteriores sempre acabavam por não suprir as necessidades que
iam surgindo e, hoje, temos uma concepção bastante ampla acerca desse assunto. Sendo assim,
o método que hoje é o mais aceito é o comparativo e construído à partir de perguntas e pontos
de vista; também é usado como forma de apoio, o uso de obras literárias que permitem essa
comparação entre ficcional e o verídico.
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4. REFERÊNCIAS

RUIZ, Rafael. Novas formas de abordar o ensino de História. In: KARNAL, Leandro. História
na Sala de Aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Editora Contexto, 2004, p. 75-91.

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