DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Quando havia alguma vaga de trabalho disponível, ainda que a mais subalterna
o preconceito racial era visível. A autora relata anúncios de jornais onde as que
anunciavam a vaga para empregada doméstica tinham como exigência principal a cor
clara na pele de quem fosse responder ao anúncio.
“Precisa-se de uma boa cozinheira alemã para casa de
família de tratamento, paga-se bem, dirija-se à rua Cosme
Velho n. 113” ou “Precisa-se de criada para todo o serviço
em casa de família sem crianças, prefere-se estrangeira,
rua do Resende n. 180” (NEPOMUCENO, 2013)
Tal expectativa, na maioria dos casos não era alcançada, pois as estrangeiras
não aceitavam se sujeitar às condições das famílias contratantes, que quase sempre
eram imensas jornadas de trabalho, ausência de direitos, pouca remuneração,
humilhações e abusos sexuais. Assim, mesmo com preconceitos, a presença de
mulheres negras no serviço doméstico continuou predominante, apesar de algumas
conquistas, muitas delas vêm enfrentando até hoje formas de exclusão e
desigualdades.