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QUÍMICA II – 2023.1
Unidade 1 - ESTEQUIOMETRIA
1. LEIS PONDERAIS
A queima de uma vela, a obtenção do álcool etílico a partir de açúcar e o
enferrujamento de um pedaço de ferro são exemplos de transformações onde são
formadas substâncias com propriedades diferentes das substâncias reagentes (que
interagem). Tais transformações são chamadas de reações químicas. As substâncias
que interagem são chamadas de reagentes e as formadas, produtos.
No final do século XVIII, estudos experimentais levaram os cientistas da época a
concluir que as reações químicas obedecem a certas leis. Estas leis são de dois tipos:
1. Leis Ponderais => tratam das relações entre as massas de reagentes e produtos
que participam de uma reação química;
2. Leis Volumétricas => tratam da relação entre volumes de gases que reagem e são
formados numa reação.
Esta lei foi elaborada em 1797, pelo químico Joseph Louis Proust. Ele verificou que as
massas dos reagentes e as massas dos produtos que participam de uma reação
química obedecem sempre a uma proporção constante. Esta proporção é
característica de cada reação e independe das quantidades das substâncias que são
colocadas para reagir. Assim, para a reação entre hidrogênio e oxigênio formando
água, os seguintes valores experimentais podem ser obtidos. Observe que:
Isso acontece porque Lussac foi o primeiro a elaborar Leis voltadas para o volume. As outras
foram desenvolvidas por ele em parceria com os demais cientistas.
Independente da forma como as Leis são divididas, você apenas precisa saber o principal
nome e entender quais princípios elas apontam. Lembre-se que o contexto são reações que
envolvem gases e líquidos, pois observamos os volumes!
Joseph Louis Gay-Lussac foi um cientista do século XVIII que fez estudos importantes sobre os
gases. Ele produziu água reagindo os gases hidrogênio e oxigênio e, nessas tentativas,
observou que as substâncias sempre reagiam em uma mesma proporção!
“Nas mesmas condições de temperatura e pressão, os volumes dos gases dos reagentes e dos
produtos de uma reação química têm sempre entre si uma relação de números inteiros e
pequenos.”
-Gay Lussac
Essa Lei também pode ser chamada de 1° Lei de Gay-Lussac, a mais importante das Leis
Volumétricas.
Vamos supor uma reação química entre os gases hidrogênio e oxigênio que forma vapor de
água. Ela deve ser feita em um ambiente que mantenha sua temperatura e pressão estáveis
(sem mudar).
Observe que em todos os experimentos existe uma proporção de volumes dada por 2 : 1 : 2.
No 2° experimento, os volumes são 10 , 5 e 10. O MDC (máximo divisor comum) desses valores
é o 5. Dividindo cada um desses números por 5, chegamos em 2, 1 e 2. Portanto, nessa reação
química a proporção dos volumes é formada por números inteiros e pequenos (2 e 1)
Lei de Avogadro
A teoria atômica mais aceita nessa época era a de Dalton (a matéria é formada por minúsculas
partículas maciças e indivisíveis). Por causa disso, acreditavam que a quantidade de átomos
deveria ser constante na reação química e o volume dos produtos deveria ser a soma dos
volumes dos reagentes.
Porém, os experimentos de Gay-Lussac mostraram que essa parte da teoria estava errada!
Veja que isso não acontece na reação química de formação da água. Se lembrarmos da
proporção 2 : 1 : 2 , vemos que o produto deveria ter 3L (2 + 1), mas teve apenas 2L.
Lussac percebeu que algumas reações geravam contração de volume, mas foi Avogadro que
explicou o porquê disso acontecer!
Isso significa que os gases não seriam sempre formados por átomos isolados (só os gases
nobres), mas que eles são moléculas (diferentes átomos unidos que criam outros
comportamentos).
Isso levou a outra conclusão importante: quando comparamos volumes iguais de gases
diferentes, eles sempre terão a mesma quantidade de moléculas se forem observados em
uma mesma condição de pressão e temperatura.
Foi a partir disso que ele criou o número ou constante de Avogadro, algo tão usado na
química e importante para compreender as Leis Ponderais.
E a Lei de Charles?
A 2ª e a 3° Lei de Gay-Lussac também podem ser chamadas de Lei de Charles. Elas receberam
essa variedade de nomes porque contou com a participação do cientista francês Jacques
Alexandre Cesar Charles.
Essa matéria pertence mais à física (termodinâmica dos gases) do que à química.
Porém, citamos elas aqui porque foi dada pelo mesmo cientista e são
complementares.
Resumidamente:
Uma fala sobre o comportamento dos gases quando o volume não pode mudar, ou seja,
situação de volume constante. Nesse caso, a temperatura irá aumentar proporcionalmente à
pressão aplicada. Se uma aumenta, a outra aumenta também e vice-versa. Essa é a Lei das
transformações isocóricas.
A outra fala sobre o comportamento dos gases quando a pressão não pode mudar, ou seja,
situação de pressão constante. Eles observaram que a temperatura irá aumentar
proporcionalmente à mudança do volume. Se um aumenta, o outro aumenta também e vice-
versa. Essa é a Lei das transformações isobáricas.
A Lei geral dos gases ou Lei combinada dos gases é a síntese de tudo o que estudamos nas Leis
volumétricas e na Termodinâmica dos gases. Ela combina a lei de Boyle, a lei de Charles e a lei
de Gay-Lussac. Resumindo, pode ser definida pela equação geral dos gases ideais:
P.V = n.r.T
Em que:
P = Pressão em atm
V = volume em L
n = número de mols
r = constante dos gases ideais
T = temperatura em K°
III – Atividades a serem realizadas à distância pelo(a) aluno(a): (leitura de textos, vídeos,
bibliografias, site, lista de exercícios):
1. Lavoisier foi o primeiro cientista a determinar que o ar era constituído por uma
mistura de dois gases: 21% de oxigênio e 79% de azoto (não permite a
existência de vida: azoo = não vida). Esse gás é conhecido atualmente como:
a) Hidrogênio
b) Nitrogênio
c) Amônia
d) Gás carbônico
e) Cloro
2. A frase: “Do nada, nada; em nada, nada pode transformar-se” relaciona-se
com as ideias de:
a) Dalton.
b) Proust.
c) Boyle.
d) Lavoisier.
e) Gay-Lussac.
3. Considere as seguintes reações químicas, que ocorrem em recipientes
abertos, colocados sobre uma balança:
I - Reação de bicarbonato de sódio com vinagre, em um copo.
II - Queima de álcool, em um vidro de relógio.
III - Enferrujamento de um prego de ferro, colocado sobre um vidro de
relógio.
IV - Dissolução de um comprimido efervescente, em um copo com água.
IV – Referências
Atkins P. W., Jones, L., Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio
ambiente, 3. ed., Bookman, Porto Alegre, 2006.
https://beduka.com/blog/exercicios/exercicios-de-leis-volumetricas/