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TEXTO 1:

ESPECIAL
A SWINGUEIRA DO MOVIMENTO, DA DANÇA, DAS HISTÓRIAS E DO COMPROMETIMENTO
Por Felipe Gomes, Igor de Melo
24 de janeiro de 2018

É a veia que salta, o cumprimento que faz arder a palma da mão, o olho esbugalhado e o grito que anuncia: tá
na hora! E sim, é um grande show feito por quem desde cedo aprendeu a fazer muito com muito pouco. Na periferia
de Fortaleza, domingo é dia de cintura de mola. É dia de swingueira.

A SWINGUEIRA É MOVIMENTO
Com quem conversei sobre ela, poucos conheciam. Quem já tinha ouvido falar imaginava um “proibidão”, ou
algo do tipo. O nome pode induzir ao erro, é verdade. Mas nesses campeonatos e ensaios não é permitida a entrada
de uma gota de álcool sequer. A justificativa é a idade escolar da maioria dos jovens que fazem e integram esse
movimento urbano. Não fosse essa cultura, poderiam estar expostos ao crime e às drogas. A swingueira é inclusão.
Alex Folia ainda estava no colégio quando começou a se tornar um produtor de cultura periférica – para ele, a
cultura de verdade. Organizador de boa parte dos festivais de swingueira da cidade, começou seguindo os exemplos
do movimento junino. Até hoje, ele explica, ainda existe uma proximidade.
“Os meninos normalmente financiam as apresentações com o dinheiro de bingos, rifas e festas feitos na
comunidade, e também das cotas dadas pelos próprios integrantes, exatamente como era nas quadrilhas do São
João.”
Assim como Alex, Paulinho Massa também organiza os eventos deste movimento que para ele é, sim, uma
política social da maior importância. “A swingueira é feita por jovens e para os jovens. Pessoas de uma classe social
menos abastada e para as quais esse momento de entretenimento faz toda diferença. Se eles não estivessem aqui,
estariam nas ruas expostos ao crime, à violência e tudo mais.”

A SWINGUEIRA É DANÇA
Natan Batista é um desses meninos que não quis se tornar uma estatística. Coloca toda sua energia na linha de
frente do grupo Tome Swing, um dos maiores campeões dos festivais organizados por aqui. Ele e os amigos
organizam a coreografia, “chegam junto” e chamam pra si a responsabilidade, sincronizando, passo a passo, letra,
música e batida. Têm o requebrado da Bahia, a atitude do hip-hop americano e o compromisso de contar uma
história durante o espetáculo, como nas escolas de samba do Sudeste. Não fosse misturado, não seria swingueira.
Recém-chegados à vida adulta, esses meninos defendem um legado que reside e resiste na periferia de
Fortaleza há aproximadamente 20 anos, boa parte destes bem longe dos holofotes da mídia e do apoio do poder
público.
A dança surgiu como consequência dos grupos de axé. Os dançarinos, nessa fase, apenas acompanhavam os
cantores e músicos nos shows e funcionavam mais como animadores. Foi um pouco depois deste início que Renner
Pietro, hoje coordenador do grupo Tome Swing, começou sua trajetória. Ele fez parte dos primeiros grupos que
atuavam dissociados dos cantores, mas o cenário ainda era bem diferente do que é hoje.
“Quando comecei não tinha muito essa coisa de máquina de fumaça, efeito na música, nem nada… Eram as
coisas do Harmonia do Samba e dessas outras bandas da Bahia que nós dançávamos. Tinha um ou outro festival, um
ou outro programa de TV que chamava a gente, mas nada demais. Com o tempo, passou a agregar outras culturas: a
dança de rua, os passos do Michael Jackson e tudo mais.”
Costureiro de profissão, Renner se orgulha mesmo é do posto de coordenador no grupo de swingueira do
Jardim Guanabara. São dele algumas das reações descritas no começo do texto. Também é dele a troca de olhar que
comunica mais que qualquer grito. Embora quase sempre faça uso desse mecanismo. “É pra chamar a atenção. Pra
ver se o povo acorda.”

A SWINGUEIRA É HISTÓRIA
Já era quase natal do ano passado (2017) quando Renner entrou porta adentro da casa de Dona Maria Celina.
O figurino da apresentação Guerreiros do Armagedon precisava ficar pronto a tempo do festival que aconteceria dali
a uma semana.
O perrengue, explica a costureira, serviu de lição: “Ele só falta me endoidar quando chega aqui de uma vez.
Digo que não vou fazer, mas acabo fazendo”. Conciliando os trabalhos de conserto e costura para os moradores do
bairro com os figurinos dos garotos cheios de swing do Jardim Guanabara, é a responsável por tecer parte da história
a ser contada na hora da ação.
Além da roupa, um fator fundamental para definir esse recorte urbano é a música. É a batida que define as
paradas da coreografia e o andamento da apresentação. Isaac é o cara da montagem de som no Uz Patifez. Até
entrar para a swingueira em 2010, ele era Nascimento. Ocupando também os cargos de coordenador e coreógrafo
do grupo, se tornou Charada.
Do quarto de Isaac Charada fomos para mais um dia de ensaio do grupo Uz Patifez do Swing na avenida Beira
Mar. É lá que encontramos Gustavo Ferreira, o responsável pelo corte de cabelo da galera. O hair designer já viveu
diversas situações engraçadas nas vésperas das competições. “Uma vez um amigo me pediu pra fazer a logo de uma
marca esportiva na nuca dele, da Adidas. Cara, a gente tava sem papel, tava meio escuro. Ele desenhou na areia
mesmo e aí já viu, né? Ficou muito estranho. E depois que foi o sufoco pra ajeitar.”

A SWINGUEIRA É COMPROMETIMENTO
As torcidas se organizam. Os jurados atentos a cada movimento são precisos na nota. Um mercado se
constitui ali. Ambulantes vendem pratinhos, salgado, suco e refrigerantes. No centro da quadra, os protagonistas do
espetáculo não tomam nota de qualquer tipo de machismo e demonstram afeto um com o outro. Nas
arquibancadas, as fãs histéricas parecem aguardar verdadeiros astros pop. É hora do show. Ao fim de cada
apresentação, fica mais claro que é o comprometimento que rege esse espetáculo.
Os gritos, o corre-corre que antecede a apresentação, a firmeza na execução de cada parte da coreografia,
tudo é entendido perfeitamente se olhado sob essa ótica. Não estão ali por dinheiro, status ou notoriedade. Da
concepção de cada enredo até o fim de cada apresentação, um fio condutor: como movimento e como espetáculo, a
swingueira é sobre se comprometer consigo e com o outro, apesar das adversidades da vida na periferia de
Fortaleza.

Fonte: <https://www.somosvos.com.br/a-swingueira-do-movimento-e-do-comprometimento/>. Acesso no dia 13 de


fevereiro de 2023, às 16h:40min.

TEXTO 2:
PAGODE BAIANO

Pagode baiano (também chamado pagodão, swingueira ou quebradeira) é um gênero musical brasileiro criado
em Salvador, Bahia, oriundo da mistura de samba-reggae e pagode, tendo como principal diferença a inclusão de
percussão, um ritmo mais acelerado e geralmente acompanhado de coreografias. Por ser um gênero de origem
baiana, é erroneamente confundido com o axé music, principalmente por ambos estilos serem "febre" no Brasil
entre as décadas de 1990 e 2000.

ORIGEM E PRINCIPAIS ARTISTAS


Criado no começo da década de 1990, o gênero foi impulsionado nacionalmente a partir de 1995 com o
fenômeno do É o Tchan, tendo ainda como precursores grupos como Harmonia do Samba, Gera Samba, Terra
Samba, Raça Pura, Patrulha do Samba, Companhia do Pagode e Gang do Samba. No fim da década de 1990, apesar
do nome pagode "baiano", surgiram grupos focados no estilo em outras partes do país, como o carioca Tchakabum e
o paulista Axé Blond. Já nos anos 2000 surgiram destaque como Psirico, Parangolé e Saiddy Bamba.

CARACTERÍSTICAS E ESTILO
É um ritmo baiano, advindo do samba-reggae, do Samba de roda do Recôncavo Baiano (e suas variações), do
samba duro e de ritmos do Candomblé, caracterizado por linhas melódicas marcantes e percussão com destaque
para o repique, que toca no acento característico da música. O pagode baiano também costuma usar instrumentos
de samba como pandeiro e cavaquinho. Diferencia-se do axé, que geralmente é tocado com guitarra, bateria e
sopros.
O pagodão se caracteriza por letras de duplo sentido com refrões simples, sendo mais popular entre as áreas
periféricas no nordeste. O gênero geralmente é criticado por questões morais, uma vez que suas letras muitas
trazem grande conotação de cunho sexual ou de sexualização dos corpos. Na década de 2010 e nos anos
subsequentes houve uma incorporação cultural de outros ritmos populares como o funk carioca e arrocha dentro do
pagode baiano, a exemplo da Banda Vingadora, Igor Kannário e ÀTØØXXA.

Fonte: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Pagode_baiano>. Acesso no dia 13 de fevereiro de 2023, às 16h:40min.


TEXTO 3:
SWINGUEIRA

A swingueira, conhecida regionalmente como "pagode baiano" é o mais novo stylo musical proveniente do
Nordeste, específicamente da Bahia, sendo que acabou se espalhando mais por onde o forró não era tão difundido.

ORIGEM
A swingueira foi criada na Bahia, mais precisamente nos subúrbios de Salvador. Ela surgiu entre 1998 e 2000
na Bahia a partir de manifestações musicais de Margareth Menezes e Daniela Mercury cantoras famosas de Axé
Music. Swingueira é um gênero musical da Bahia, que em alguns anos atrás era considerado MPB ou Pagode baiano.
A Swingueira, que alguns chamam também de Samba Reggaeton, nasceu da difusão do Samba Comum com o
Reggae latino, apresentando dois tambores, um pandeiro, um atabaque, uma guitarra ou viola eletrônica no lugar do
cavaquinho e instrumentos de música latina, com fortes influências do Merengue e do Olodum. O primeiro grupo de
Swingueira surgiu quando um grupo de amigos se juntaram no meio da rua para tocar samba. O público gostou do
ritmo que começou a dar certo nas ruas de Salvador BA. Esse "sucesso" entre o público motivou os amigos a formar
uma banda, a "Amigos do Samba". Inicialmente, fez muito sucesso nos carnavais fora de época de Salvador e região
metropolitana. O sucesso no resto do Nordeste se deu graças à TV Diário do Ceará, que já estava entupida de
programas de forró e decidiu investir nesse ritmo novo que já encantava muita gente.

Fonte: <http://swing-loko.no.comunidades.net/swingueira#:~:text=Ela%20surgiu%20entre
%201998%20e,considerado%20MPB%20ou%20Pagode%20baiano.>. Acesso no dia 13 de fevereiro de 2023, às
16h:40min.

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