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Obs 1.1
Numa conceção tradicional, a Lógica é a ciência da argumentação e do
raciocı́nio. Interessa-nos estudar sobretudo o raciocı́nio usado em
Matemática, baseado em argumentos dedutivos. Estes estabelecem
relações de inferência entre frases. As frases que interessam à Lógica são
aquelas que chamaremos de proposições. Na Lógica Proposicional, os
átomos da análise são proposições; só na Lógica de Predicados, a estudar
mais tarde, a análise vai ao interior das proposições.
Def 1.2
(a) Uma proposição é uma frase à qual está associado um valor lógico
bem definido.
(b) Há dois valores lógicos: verdade, que se representa por V (ou 1), e
falsidade, que se representa por F (ou 0).
(c) Uma proposição cujo valor lógico é verdade diz-se verdadeira.
(d) Uma proposição cujo valor lógico é falsidade diz-se falsa.
Def 1.2
(a) Uma proposição é uma frase à qual está associado um valor lógico
bem definido.
(b) Há dois valores lógicos: verdade, que se representa por V (ou 1), e
falsidade, que se representa por F (ou 0).
(c) Uma proposição cujo valor lógico é verdade diz-se verdadeira.
(d) Uma proposição cujo valor lógico é falsidade diz-se falsa.
Obs 1.3
(a) Destas definições seguem os dois princı́pios seguintes:
Princı́pio da não contradição: uma proposição não pode ser ver-
dadeira e falsa ao mesmo tempo.
Princı́pio do terceiro excluı́do: uma proposição é verdadeira ou
falsa.
(b) Geralmente denotamos as proposições por meio de letras maiúsculas
P, Q, R, etc., possivelmente indexadas P1 , P2 , Q0 , Q1 , etc.
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 1T
Exe 1.4
Indique quais das seguintes frases são proposições e dessas o seu valor
lógico sempre que possı́vel:
(a) Portugal é um paı́s asiático.
(b) π > 3.
(c) Há vida em Marte.
(d) x > 3.
Def 1.5
Diz-se que uma proposição é atómica se nenhuma componente da
proposição é ela própria uma proposição. Caso contrário, a proposição
diz-se composta.
Def 1.5
Diz-se que uma proposição é atómica se nenhuma componente da
proposição é ela própria uma proposição. Caso contrário, a proposição
diz-se composta.
Exe 1.6
Indique se as seguintes proposições são atómicas ou compostas:
(a) 2 < 5.
(b) Faro é a capital de Portugal e 2 < 5.
(c) Faro é a capital de Portugal ou 2 < 5.
Obs 1.7
No exemplo anterior, as alı́neas (b) e (c) representam proposições
compostas constituı́das por duas proposições atómicas “ligadas” por “e” e
“ou”, respetivamente. Estas partı́culas de ligação são exemplos de
conetivos (proposicionais). Os conetivos geram novas proposições a
partir de proposições dadas. Apresentam-se a seguir os seis conetivos
proposicionais — a negação, a conjunção, a disjunção, a disjunção
exclusiva, a implicação material e a equivalência material —, que vamos
considerar.
Def 1.8
O valor lógico de uma proposição obtida por aplicação de um conetivo é
determinado pelo conetivo e pelo valor lógico das proposições às quais o
conetivo é aplicado. Em termos matemáticos, isto significa que está
associada a cada conetivo uma função de verdade, a qual é
proveitosamente definida na forma de uma tabela, a que se chama
tabela de verdade do conetivo.
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 1T
Def 1.9
Seja P uma proposição. Chama-se negação de P, que se representa por
¬P (ou ∼ P ou P̄) e que se lê “não P”, à proposição cuja tabela de
verdade é
P ¬P
V F
F V
Exe 1.10
Seja a proposição P: “3 > 2.” Traduza em linguagem natural a
proposição ¬P e determine o seu valor lógico.
Def 1.11
Sejam P e Q proposições. Chama-se conjunção de P e Q, que se
representa por P ∧ Q e se lê “P e Q”, à proposição cuja tabela de verdade
é
P Q P ∧Q
V V V
V F F
F V F
F F F
Exe 1.12
Sejam as proposições P: “O rio Cávado nasce em Espanha.” e Q:
“2 > 5.” Traduza em linguagem natural a proposição P ∧ Q e determine
o seu valor lógico.
Def 1.13
Sejam P e Q proposições. Chama-se disjunção (inclusiva) de P e Q,
que se representa por P ∨ Q e que se lê “P ou Q”, à proposição cuja
tabela de verdade é
P Q P ∨Q
V V V
V F V
F V V
F F F
Exe 1.14
Sejam as proposições P: “O rio Cávado nasce em Espanha.” e Q:
“2 + 3 = 5.” Traduza em linguagem natural a proposição P ∨ Q e
determine o seu valor lógico.
Def 1.15
Sejam P e Q proposições. Chama-se disjunção exclusiva de P e Q, que
se representa por P ⊕ Q e que se lê “ou P ou Q (mas não ambos)”, à
proposição cuja tabela de verdade é
P Q P ⊕Q
V V F
V F V
F V V
F F F
Exe 1.16
Sejam as proposições P: “O rio Cávado nasce em Espanha.” e Q:
“2 + 3 = 5’ Traduza em linguagem natural a proposição P ⊕ Q e
determine o seu valor lógico.
Def 1.17
Sejam P e Q proposições. Chama-se implicação material de P e Q,
que se representa por P → Q e que se lê “se P então Q”, à proposição
cuja tabela de verdade é
P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V
Exe 1.18
Sejam as proposições P: “O rio Cávado nasce em Espanha.” e Q:
“2 > 5.” Traduza em linguagem natural a proposição P → Q e determine
o seu valor lógico.
Obs 1.19
Sejam P e Q proposições. Maneiras alternativas de ler em Português a
implicação material P → Q:
“P implica Q”
“se P, Q”
“P só se Q”
“P somente se Q”
“Q, se P”
“Q sempre que P”
“P é condição suficiente para Q”
“Q é condição necessária para P”
Obs 1.20
Na lógica matemática não nos preocupamos com qualquer relação de
causa/efeito entre P e Q na implicação material P → Q. O que há é uma
relação entre o valor lógico da implicação e os valores lógicos de P e Q.
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 1T
Def 1.21
Sejam P e Q proposições. Chama-se equivalência material de P e Q,
que se representa por P ↔ Q e que se lê “P se e só se Q” e que é
habitualmente abreviada por “P sse Q”, à proposição cuja tabela de
verdade é
P Q P↔Q
V V V
V F F
F V F
F F V
Exe 1.22
Sejam as proposições P: “O rio Cávado nasce em Espanha.” e Q:
“2 > 5.” Traduza em linguagem natural a proposição P ↔ Q e determine
o seu valor lógico.
Obs 1.23
Sejam P e Q proposições. Maneiras alternativas de ler em Português a
equivalência material P ↔ Q:
“P se e somente se Q”
“Q é condição necessária e suficiente para P”
Obs 1.24
Resumindo:
(a) conetivos
conetivo Português simbologia
negação não P ¬P
conjunção P eQ P ∧Q
disjunção P ou Q P ∨Q
disjunção exclusiva ou P ou Q P ⊕Q
implicação material se P então Q P→Q
equivalência material P se e só se Q P↔Q
(b) tabelas de verdade
P Q P ∧Q P ∨Q P ⊕Q P →Q P ↔Q
P ¬P V V V V F V V
V F V F F V V F F
F V F V F V V V F
F F F F F V V
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 1T
Def 1.25
Seja a proposição P : P1 → P2 .
(a) A P1 chama-se o antecedente da implicação e a P2 chama-se o
consequente da implicação.
(b) Chama-se recı́proca de P à proposição P2 → P1 .
(c) Chama-se contrária de P à proposição ¬P1 → ¬P2 .
(d) Chama-se contrarrecı́proca de P à proposição ¬P2 → ¬P1 .
Def 1.25
Seja a proposição P : P1 → P2 .
(a) A P1 chama-se o antecedente da implicação e a P2 chama-se o
consequente da implicação.
(b) Chama-se recı́proca de P à proposição P2 → P1 .
(c) Chama-se contrária de P à proposição ¬P1 → ¬P2 .
(d) Chama-se contrarrecı́proca de P à proposição ¬P2 → ¬P1 .
Exe 1.26
Considere a proposição P: “Se não é domingo então tenho de ir
trabalhar.”
(a) Indique o antecedente e o consequente de P.
(b) Indique a recı́proca de P.
(c) Indique a contrária de P.
(d) Indique a contrarrecı́proca de P.
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 1T
Obs 1.27
(a) Os conetivos podem ser aplicados repetidamente para formar pro-
posições cada vez mais complexas. Por exemplo Q → (¬P) e
(((¬P) ∧ (Q → (¬P))) ∨ R).
(b) Na leitura de proposições compostas deve ter-se em atenção as se-
guintes regras de precedência (que permitem omitir parêntesis):
( ), [ ] precedência máxima
¬
∧, ∨, ⊕
→, ↔ precedência mı́nima
Obs 1.27
(a) Os conetivos podem ser aplicados repetidamente para formar pro-
posições cada vez mais complexas. Por exemplo Q → (¬P) e
(((¬P) ∧ (Q → (¬P))) ∨ R).
(b) Na leitura de proposições compostas deve ter-se em atenção as se-
guintes regras de precedência (que permitem omitir parêntesis):
( ), [ ] precedência máxima
¬
∧, ∨, ⊕
→, ↔ precedência mı́nima
Exe 1.28
De acordo com as regras de precedência, simplifique a proposição
Obs 1.29
O valor lógico de uma proposição composta é determinado
(i) pelos valores lógicos das proposições atómicas que a constituem; e
(ii) pela forma como os conetivos presentes na proposição a compõem
a partir das proposições atómicas componentes (esta composição é
precisamente o que exprime a expressão lógica que simboliza a pro-
posição).
Obs 1.30
Note que, por exemplo, a expressão P ∧ Q ∨ R não é uma proposição.
Obs 1.31
(a) Em termos matemáticos, cada proposição determina um valor lógico
em função do valor lógico das proposições atómicas constituintes.
Essa função diz-se a função de verdade da proposição e é conveni-
entemente calculada através de uma tabela, que se diz a tabela de
verdade da proposição.
(b) Uma proposição formada por n proposições atómicas tem uma tabela
de verdade com 2n linhas.
Exe 1.32
Determine as tabelas de verdade das seguintes proposições:
(a) P : (P1 → P2 ) ∨ P1 .
(b) Q : ¬Q1 ∨ Q2 → Q3 .
Obs 1.33
Não é tarefa da Lógica determinar o valor lógico das proposições.
Obs 1.33
Não é tarefa da Lógica determinar o valor lógico das proposições. Por exemplo,
não compete à Lógica descobrir se há vida em Marte ou argumentar que π > 3.
Obs 1.33
Não é tarefa da Lógica determinar o valor lógico das proposições. Por exemplo,
não compete à Lógica descobrir se há vida em Marte ou argumentar que π > 3.
À Lógica compete identificar e estudar as proposições que são verdadeiras por
razões lógicas.
Obs 1.33
Não é tarefa da Lógica determinar o valor lógico das proposições. Por exemplo,
não compete à Lógica descobrir se há vida em Marte ou argumentar que π > 3.
À Lógica compete identificar e estudar as proposições que são verdadeiras por
razões lógicas. Por exemplo, consideremos uma proposição da forma P ∨ ¬P.
Obs 1.33
Não é tarefa da Lógica determinar o valor lógico das proposições. Por exemplo,
não compete à Lógica descobrir se há vida em Marte ou argumentar que π > 3.
À Lógica compete identificar e estudar as proposições que são verdadeiras por
razões lógicas. Por exemplo, consideremos uma proposição da forma P ∨ ¬P.
Desconhecemos o que seja e diga a proposição P e, por conseguinte, o que seja
e diga a proposição composta.
Obs 1.33
Não é tarefa da Lógica determinar o valor lógico das proposições. Por exemplo,
não compete à Lógica descobrir se há vida em Marte ou argumentar que π > 3.
À Lógica compete identificar e estudar as proposições que são verdadeiras por
razões lógicas. Por exemplo, consideremos uma proposição da forma P ∨ ¬P.
Desconhecemos o que seja e diga a proposição P e, por conseguinte, o que seja
e diga a proposição composta. Para efeitos do cálculo do valor lógico da
proposição composta, bastar-nos-ia conhecer o valor lógico de P. Mas nem esse
conhecemos.
Obs 1.33
Não é tarefa da Lógica determinar o valor lógico das proposições. Por exemplo,
não compete à Lógica descobrir se há vida em Marte ou argumentar que π > 3.
À Lógica compete identificar e estudar as proposições que são verdadeiras por
razões lógicas. Por exemplo, consideremos uma proposição da forma P ∨ ¬P.
Desconhecemos o que seja e diga a proposição P e, por conseguinte, o que seja
e diga a proposição composta. Para efeitos do cálculo do valor lógico da
proposição composta, bastar-nos-ia conhecer o valor lógico de P. Mas nem esse
conhecemos. Tudo o que conhecemos da proposição composta é a sua forma,
expressa na proposição P ∨ ¬P. O que a proposição diz é a maneira como a
proposição é construı́da, a partir da proposição P, pelos conetivos. Por isso, a
proposição exprime a forma lógica da proposição.
Obs 1.33
Não é tarefa da Lógica determinar o valor lógico das proposições. Por exemplo,
não compete à Lógica descobrir se há vida em Marte ou argumentar que π > 3.
À Lógica compete identificar e estudar as proposições que são verdadeiras por
razões lógicas. Por exemplo, consideremos uma proposição da forma P ∨ ¬P.
Desconhecemos o que seja e diga a proposição P e, por conseguinte, o que seja
e diga a proposição composta. Para efeitos do cálculo do valor lógico da
proposição composta, bastar-nos-ia conhecer o valor lógico de P. Mas nem esse
conhecemos. Tudo o que conhecemos da proposição composta é a sua forma,
expressa na proposição P ∨ ¬P. O que a proposição diz é a maneira como a
proposição é construı́da, a partir da proposição P, pelos conetivos. Por isso, a
proposição exprime a forma lógica da proposição. Ainda assim, é seguro afirmar
que P ∨ ¬P é verdadeira.
Obs 1.33
Não é tarefa da Lógica determinar o valor lógico das proposições. Por exemplo,
não compete à Lógica descobrir se há vida em Marte ou argumentar que π > 3.
À Lógica compete identificar e estudar as proposições que são verdadeiras por
razões lógicas. Por exemplo, consideremos uma proposição da forma P ∨ ¬P.
Desconhecemos o que seja e diga a proposição P e, por conseguinte, o que seja
e diga a proposição composta. Para efeitos do cálculo do valor lógico da
proposição composta, bastar-nos-ia conhecer o valor lógico de P. Mas nem esse
conhecemos. Tudo o que conhecemos da proposição composta é a sua forma,
expressa na proposição P ∨ ¬P. O que a proposição diz é a maneira como a
proposição é construı́da, a partir da proposição P, pelos conetivos. Por isso, a
proposição exprime a forma lógica da proposição. Ainda assim, é seguro afirmar
que P ∨ ¬P é verdadeira. Qualquer que seja o valor lógico de P, o valor lógico
da proposição composta é verdade. Ou seja, a proposição é verdadeira,
independentemente do seu conteúdo; a sua forma lógica determina o valor
lógico.
Obs 1.33
Não é tarefa da Lógica determinar o valor lógico das proposições. Por exemplo,
não compete à Lógica descobrir se há vida em Marte ou argumentar que π > 3.
À Lógica compete identificar e estudar as proposições que são verdadeiras por
razões lógicas. Por exemplo, consideremos uma proposição da forma P ∨ ¬P.
Desconhecemos o que seja e diga a proposição P e, por conseguinte, o que seja
e diga a proposição composta. Para efeitos do cálculo do valor lógico da
proposição composta, bastar-nos-ia conhecer o valor lógico de P. Mas nem esse
conhecemos. Tudo o que conhecemos da proposição composta é a sua forma,
expressa na proposição P ∨ ¬P. O que a proposição diz é a maneira como a
proposição é construı́da, a partir da proposição P, pelos conetivos. Por isso, a
proposição exprime a forma lógica da proposição. Ainda assim, é seguro afirmar
que P ∨ ¬P é verdadeira. Qualquer que seja o valor lógico de P, o valor lógico
da proposição composta é verdade. Ou seja, a proposição é verdadeira,
independentemente do seu conteúdo; a sua forma lógica determina o valor
lógico. É deste tipo de fenómenos que se ocupa a Lógica.
Def 1.34
Uma proposição que é verdadeira independentemente dos valores lógicos
das proposições atómicas que a compõem diz-se logicamente
verdadeira ou uma tautologia.
Def 1.34
Uma proposição que é verdadeira independentemente dos valores lógicos
das proposições atómicas que a compõem diz-se logicamente
verdadeira ou uma tautologia.
Obs 1.35
Uma maneira de verificar se uma proposição é uma tautologia é construir
a sua tabela de verdade e obter apenas V’s na coluna correspondente à
proposição.
Exe 1.36
Mostre que a proposição P : (P1 → P2 ) ↔ ¬P1 ∨ P2 é uma tautologia.
Def 1.37
Uma proposição que é falsa independentemente dos valores lógicos das
proposições atómicas que a compõem diz-se logicamente falsa ou uma
contradição.
Def 1.37
Uma proposição que é falsa independentemente dos valores lógicos das
proposições atómicas que a compõem diz-se logicamente falsa ou uma
contradição.
Obs 1.38
Uma maneira de verificar se uma proposição é uma contradição é
construir a sua tabela de verdade e obter apenas F’s na coluna
correspondente à proposição.
Exe 1.39
Mostre que a proposição P : Q ∧ ¬Q é uma contradição.
Def 1.40
Uma proposição que nem é uma tautologia nem uma contradição diz-se
uma contingência.
Def 1.40
Uma proposição que nem é uma tautologia nem uma contradição diz-se
uma contingência.
Obs 1.41
Uma maneira de verificar se uma proposição é uma contingência é
construir a sua tabela de verdade e obter V’s e F’s na coluna
correspondente à proposição.
Exe 1.42
Mostre que a proposição P : P1 ∧ ¬P2 é uma contingência.
Def 1.43
Sejam P e Q proposições. Dizemos que P e Q são logicamente
equivalentes, o que se representa por P ≡ Q, se as duas proposições
têm o mesmo valor lógico independentemente do valor lógico das
proposições atómicas que as compõem.
Def 1.43
Sejam P e Q proposições. Dizemos que P e Q são logicamente
equivalentes, o que se representa por P ≡ Q, se as duas proposições
têm o mesmo valor lógico independentemente do valor lógico das
proposições atómicas que as compõem.
Exe 1.44
Mostre que P ≡ P ∧ P.
Def 1.43
Sejam P e Q proposições. Dizemos que P e Q são logicamente
equivalentes, o que se representa por P ≡ Q, se as duas proposições
têm o mesmo valor lógico independentemente do valor lógico das
proposições atómicas que as compõem.
Exe 1.44
Mostre que P ≡ P ∧ P.
Obs 1.45
Sejam as proposições P: “Lisboa é a capital de Portugal” e Q: “π > 3”.
Embora P e P ∨ Q tenham o mesmo valor lógico, é falso que P ≡ P ∨ Q.
Na verdade, aquela coincidência de valores lógicos depende dos valores
lógicos das proposições atómicas componentes. Com efeito, se P fosse
uma proposição falsa (Por exemplo “Braga é a capital de Portugal”),
continuando Q a ser uma proposição verdadeira, P e P ∨ Q teriam
valores lógicos distintos.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 24 / 191
1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 2T
Teo 1.46
Sejam P e Q proposições. Então, P ≡ Q sse P ↔ Q é uma tautologia.
Teo 1.46
Sejam P e Q proposições. Então, P ≡ Q sse P ↔ Q é uma tautologia.
Dem
(“só se”) Suponhamos P ≡ Q. Atribuamos valores lógicos arbitrários
às componentes atómicas de P ↔ Q. Queremos ver que, para estes
valores atribuı́dos, a proposição P ↔ Q é verdadeira. Ora, por hi-
pótese, para os valores atribuı́dos, P e Q têm o mesmo valor lógico.
Mas então, dada a tabela de verdade de ↔, P ↔ Q é verdadeira.
(“se”) Analogamente.
Exe 1.47
Mostre que P → (Q → R) ≡ P ∧ Q → R.
Teo 1.48
Sejam P, Q e R proposições. Então:
(a) P ≡ P.
(b) Se P ≡ Q então Q ≡ P.
(c) Se P ≡ Q e Q ≡ R então P ≡ R.
Teo 1.48
Sejam P, Q e R proposições. Então:
(a) P ≡ P.
(b) Se P ≡ Q então Q ≡ P.
(c) Se P ≡ Q e Q ≡ R então P ≡ R.
Teo 1.49
Sejam P1 e P2 duas proposições tais que P1 ≡ P2 . Considere-se ainda
uma proposição Q1 na qual P1 aparece. Então, o resultado de substituir
P1 por P2 em Q1 é uma nova proposição Q2 tal que Q1 ≡ Q2 .
Teo 1.48
Sejam P, Q e R proposições. Então:
(a) P ≡ P.
(b) Se P ≡ Q então Q ≡ P.
(c) Se P ≡ Q e Q ≡ R então P ≡ R.
Teo 1.49
Sejam P1 e P2 duas proposições tais que P1 ≡ P2 . Considere-se ainda
uma proposição Q1 na qual P1 aparece. Então, o resultado de substituir
P1 por P2 em Q1 é uma nova proposição Q2 tal que Q1 ≡ Q2 .
Exe 1.50
Sejam as proposições P1 : P → Q, P2 : ¬P ∨ Q,
Q1 : (P → Q) ∧ (Q → (P → Q)), Q2 : (¬P ∨ Q) ∧ (Q → (¬P ∨ Q)).
(a) Mostre que P1 ≡ P2 .
(b) O que pode dizer das proposições Q1 e Q2 ?
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 26 / 191
1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 2T
Obs 1.51
O teorema seguinte contém um conjunto de equivalências lógicas
importantes e úteis para a simplificação de expressões lógicas. Assume-se
que existe uma tautologia atómica >, que se lê “trivial”, e uma
contradição atómica ⊥, que se lê “absurdo”.
Obs 1.51
O teorema seguinte contém um conjunto de equivalências lógicas
importantes e úteis para a simplificação de expressões lógicas. Assume-se
que existe uma tautologia atómica >, que se lê “trivial”, e uma
contradição atómica ⊥, que se lê “absurdo”.
Teo 1.52
(Álgebra das proposições) Sejam P, Q e R proposições. Então:
1. Idempotência
(a) P ∧ P ≡ P
Obs 1.51
O teorema seguinte contém um conjunto de equivalências lógicas
importantes e úteis para a simplificação de expressões lógicas. Assume-se
que existe uma tautologia atómica >, que se lê “trivial”, e uma
contradição atómica ⊥, que se lê “absurdo”.
Teo 1.52
(Álgebra das proposições) Sejam P, Q e R proposições. Então:
1. Idempotência
(a) P ∧ P ≡ P
(b) P ∨ P ≡ P
Obs 1.51
O teorema seguinte contém um conjunto de equivalências lógicas
importantes e úteis para a simplificação de expressões lógicas. Assume-se
que existe uma tautologia atómica >, que se lê “trivial”, e uma
contradição atómica ⊥, que se lê “absurdo”.
Teo 1.52
(Álgebra das proposições) Sejam P, Q e R proposições. Então:
1. Idempotência
(a) P ∧ P ≡ P
(b) P ∨ P ≡ P
2. Comutatividade
(a) P ∧ Q ≡ Q ∧ P
Obs 1.51
O teorema seguinte contém um conjunto de equivalências lógicas
importantes e úteis para a simplificação de expressões lógicas. Assume-se
que existe uma tautologia atómica >, que se lê “trivial”, e uma
contradição atómica ⊥, que se lê “absurdo”.
Teo 1.52
(Álgebra das proposições) Sejam P, Q e R proposições. Então:
1. Idempotência
(a) P ∧ P ≡ P
(b) P ∨ P ≡ P
2. Comutatividade
(a) P ∧ Q ≡ Q ∧ P
(b) P ∨ Q ≡ Q ∨ P
Obs 1.51
O teorema seguinte contém um conjunto de equivalências lógicas
importantes e úteis para a simplificação de expressões lógicas. Assume-se
que existe uma tautologia atómica >, que se lê “trivial”, e uma
contradição atómica ⊥, que se lê “absurdo”.
Teo 1.52
(Álgebra das proposições) Sejam P, Q e R proposições. Então:
1. Idempotência
(a) P ∧ P ≡ P
(b) P ∨ P ≡ P
2. Comutatividade
(a) P ∧ Q ≡ Q ∧ P
(b) P ∨ Q ≡ Q ∨ P
(c) P ⊕ Q ≡ Q ⊕ P
Obs 1.51
O teorema seguinte contém um conjunto de equivalências lógicas
importantes e úteis para a simplificação de expressões lógicas. Assume-se
que existe uma tautologia atómica >, que se lê “trivial”, e uma
contradição atómica ⊥, que se lê “absurdo”.
Teo 1.52
(Álgebra das proposições) Sejam P, Q e R proposições. Então:
1. Idempotência
(a) P ∧ P ≡ P
(b) P ∨ P ≡ P
2. Comutatividade
(a) P ∧ Q ≡ Q ∧ P
(b) P ∨ Q ≡ Q ∨ P
(c) P ⊕ Q ≡ Q ⊕ P
(d) P ↔ Q ≡ Q ↔ P
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 2T
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
(b) (P ∨ Q) ∨ R ≡ P ∨ (Q ∨ R)
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
(b) (P ∨ Q) ∨ R ≡ P ∨ (Q ∨ R)
(c) (P ⊕ Q) ⊕ R ≡ P ⊕ (Q ⊕ R)
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
(b) (P ∨ Q) ∨ R ≡ P ∨ (Q ∨ R)
(c) (P ⊕ Q) ⊕ R ≡ P ⊕ (Q ⊕ R)
(d) (P ↔ Q) ↔ R ≡ P ↔ (Q ↔ R)
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
(b) (P ∨ Q) ∨ R ≡ P ∨ (Q ∨ R)
(c) (P ⊕ Q) ⊕ R ≡ P ⊕ (Q ⊕ R)
(d) (P ↔ Q) ↔ R ≡ P ↔ (Q ↔ R)
4. Absorção
(a) P ∧ (P ∨ Q) ≡ P
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
(b) (P ∨ Q) ∨ R ≡ P ∨ (Q ∨ R)
(c) (P ⊕ Q) ⊕ R ≡ P ⊕ (Q ⊕ R)
(d) (P ↔ Q) ↔ R ≡ P ↔ (Q ↔ R)
4. Absorção
(a) P ∧ (P ∨ Q) ≡ P
(b) P ∨ (P ∧ Q) ≡ P
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
(b) (P ∨ Q) ∨ R ≡ P ∨ (Q ∨ R)
(c) (P ⊕ Q) ⊕ R ≡ P ⊕ (Q ⊕ R)
(d) (P ↔ Q) ↔ R ≡ P ↔ (Q ↔ R)
4. Absorção
(a) P ∧ (P ∨ Q) ≡ P
(b) P ∨ (P ∧ Q) ≡ P
5. Distributividade
(a) P ∧ (Q ∨ R) ≡ (P ∧ Q) ∨ (P ∧ R)
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
(b) (P ∨ Q) ∨ R ≡ P ∨ (Q ∨ R)
(c) (P ⊕ Q) ⊕ R ≡ P ⊕ (Q ⊕ R)
(d) (P ↔ Q) ↔ R ≡ P ↔ (Q ↔ R)
4. Absorção
(a) P ∧ (P ∨ Q) ≡ P
(b) P ∨ (P ∧ Q) ≡ P
5. Distributividade
(a) P ∧ (Q ∨ R) ≡ (P ∧ Q) ∨ (P ∧ R)
(b) P ∨ (Q ∧ R) ≡ (P ∨ Q) ∧ (P ∨ R)
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
(b) (P ∨ Q) ∨ R ≡ P ∨ (Q ∨ R)
(c) (P ⊕ Q) ⊕ R ≡ P ⊕ (Q ⊕ R)
(d) (P ↔ Q) ↔ R ≡ P ↔ (Q ↔ R)
4. Absorção
(a) P ∧ (P ∨ Q) ≡ P
(b) P ∨ (P ∧ Q) ≡ P
5. Distributividade
(a) P ∧ (Q ∨ R) ≡ (P ∧ Q) ∨ (P ∧ R)
(b) P ∨ (Q ∧ R) ≡ (P ∨ Q) ∧ (P ∨ R)
6. Dupla Negação
¬¬P ≡ P
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
(b) (P ∨ Q) ∨ R ≡ P ∨ (Q ∨ R)
(c) (P ⊕ Q) ⊕ R ≡ P ⊕ (Q ⊕ R)
(d) (P ↔ Q) ↔ R ≡ P ↔ (Q ↔ R)
4. Absorção
(a) P ∧ (P ∨ Q) ≡ P
(b) P ∨ (P ∧ Q) ≡ P
5. Distributividade
(a) P ∧ (Q ∨ R) ≡ (P ∧ Q) ∨ (P ∧ R)
(b) P ∨ (Q ∧ R) ≡ (P ∨ Q) ∧ (P ∨ R)
6. Dupla Negação
¬¬P ≡ P
7. Leis de de Morgan
(a) ¬(P ∧ Q) ≡ ¬P ∨ ¬Q
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 2T
3. Associatividade
(a) (P ∧ Q) ∧ R ≡ P ∧ (Q ∧ R)
(b) (P ∨ Q) ∨ R ≡ P ∨ (Q ∨ R)
(c) (P ⊕ Q) ⊕ R ≡ P ⊕ (Q ⊕ R)
(d) (P ↔ Q) ↔ R ≡ P ↔ (Q ↔ R)
4. Absorção
(a) P ∧ (P ∨ Q) ≡ P
(b) P ∨ (P ∧ Q) ≡ P
5. Distributividade
(a) P ∧ (Q ∨ R) ≡ (P ∧ Q) ∨ (P ∧ R)
(b) P ∨ (Q ∧ R) ≡ (P ∨ Q) ∧ (P ∨ R)
6. Dupla Negação
¬¬P ≡ P
7. Leis de de Morgan
(a) ¬(P ∧ Q) ≡ ¬P ∨ ¬Q
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 2T
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
(e) P ∨ Q ≡ ¬(¬P ∧ ¬Q)
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
(e) P ∨ Q ≡ ¬(¬P ∧ ¬Q)
(f) ¬P ≡ P → ⊥
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
(e) P ∨ Q ≡ ¬(¬P ∧ ¬Q)
(f) ¬P ≡ P → ⊥
(g) > ≡ ¬⊥
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
(e) P ∨ Q ≡ ¬(¬P ∧ ¬Q)
(f) ¬P ≡ P → ⊥
(g) > ≡ ¬⊥
(h) ⊥ ≡ ¬>
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
(e) P ∨ Q ≡ ¬(¬P ∧ ¬Q)
(f) ¬P ≡ P → ⊥
(g) > ≡ ¬⊥
(h) ⊥ ≡ ¬>
9. Elemento neutro e elemento absorvente
(a) P ∧ > ≡ P
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
(e) P ∨ Q ≡ ¬(¬P ∧ ¬Q)
(f) ¬P ≡ P → ⊥
(g) > ≡ ¬⊥
(h) ⊥ ≡ ¬>
9. Elemento neutro e elemento absorvente
(a) P ∧ > ≡ P
(b) P ∨ ⊥ ≡ P
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
(e) P ∨ Q ≡ ¬(¬P ∧ ¬Q)
(f) ¬P ≡ P → ⊥
(g) > ≡ ¬⊥
(h) ⊥ ≡ ¬>
9. Elemento neutro e elemento absorvente
(a) P ∧ > ≡ P
(b) P ∨ ⊥ ≡ P
(c) P ∧ ⊥ ≡ ⊥
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
(e) P ∨ Q ≡ ¬(¬P ∧ ¬Q)
(f) ¬P ≡ P → ⊥
(g) > ≡ ¬⊥
(h) ⊥ ≡ ¬>
9. Elemento neutro e elemento absorvente
(a) P ∧ > ≡ P
(b) P ∨ ⊥ ≡ P
(c) P ∧ ⊥ ≡ ⊥
(d) P ∨ > ≡ >
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
(e) P ∨ Q ≡ ¬(¬P ∧ ¬Q)
(f) ¬P ≡ P → ⊥
(g) > ≡ ¬⊥
(h) ⊥ ≡ ¬>
9. Elemento neutro e elemento absorvente
(a) P ∧ > ≡ P
(b) P ∨ ⊥ ≡ P
(c) P ∧ ⊥ ≡ ⊥
(d) P ∨ > ≡ >
10. Complementaridade
(a) P ∧ ¬P ≡ ⊥
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 2T
8. Interdefinibilidade
(a) P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧ (Q → P)
(b) P → Q ≡ ¬P ∨ Q
(c) P ⊕ Q ≡ (P ∧ ¬Q) ∨ (Q ∧ ¬P)
(d) P ∧ Q ≡ ¬(¬P ∨ ¬Q)
(e) P ∨ Q ≡ ¬(¬P ∧ ¬Q)
(f) ¬P ≡ P → ⊥
(g) > ≡ ¬⊥
(h) ⊥ ≡ ¬>
9. Elemento neutro e elemento absorvente
(a) P ∧ > ≡ P
(b) P ∨ ⊥ ≡ P
(c) P ∧ ⊥ ≡ ⊥
(d) P ∨ > ≡ >
10. Complementaridade
(a) P ∧ ¬P ≡ ⊥
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 2T
Obs 1.53
(a) Quando se pretende mostrar a equivalência lógica entre duas propo-
siçãos sem usar tabelas de verdade pode-se partir da proposição da
direita e chegar à proposição da esquerda ou então partir da proposi-
ção da esquerda e chegar à proposição da direita.
(b) A resolução dum exercı́cio no qual se pretende mostrar a equivalência
lógica entre duas proposiçãos sem usar tabelas de verdade pode não
ser única.
(c) Sejam P, Q e R proposições. Então, atendendo à propriedade as-
sociativa dos conetivos ∧, ∨, ⊕ e ↔, pode-se escrever P ∧ Q ∧ R,
P ∨ Q ∨ R, P ⊕ Q ⊕ R e P ↔ Q ↔ R.
Obs 1.54
O objetivo dos exercı́cios que se seguem é estabelecer equivalências
lógicas entre proposiçãos recorrendo ao teorema Teo 1.52. A resolução
destes exercı́cios deve sempre ser feita considerando apenas uma
justificação por passo.
Exe 1.55
Mostre, sem usar tabelas de verdade, as seguintes equivalências lógicas:
(a) ¬(P ∨ P) ≡ ¬P.
(b) (P ∨ P) ∧ (P ∧ ¬P) ≡ ⊥.
(c) ¬P ∨ P ≡ >.
(d) (P ∧ (¬Q → (R ⊕ S))) ∧ ¬ (P ∧ (¬Q → (R ⊕ S))) ≡ ⊥.
(e) (¬P ∧ Q) ∨ ¬(P ∨ Q) ≡ ¬P.
(f) ((P → ¬Q) ∧ Q) → ¬P ≡ >.
Def 1.56
Sejam P e Q proposições. Dizemos que P implica logicamente Q, o
que se representa por P |= Q, se, independentemente do valor lógico das
proposições atómicas que as compõem, não se tem simultaneamente P
verdadeira e Q falsa .
Def 1.56
Sejam P e Q proposições. Dizemos que P implica logicamente Q, o
que se representa por P |= Q, se, independentemente do valor lógico das
proposições atómicas que as compõem, não se tem simultaneamente P
verdadeira e Q falsa .
Exe 1.57
Mostre que P |= P ∧ P.
Def 1.56
Sejam P e Q proposições. Dizemos que P implica logicamente Q, o
que se representa por P |= Q, se, independentemente do valor lógico das
proposições atómicas que as compõem, não se tem simultaneamente P
verdadeira e Q falsa .
Exe 1.57
Mostre que P |= P ∧ P.
Obs 1.58
Sejam as proposições P: “Lisboa é a capital de Portugal” e Q: “π > 3”.
Embora P e P ∧ Q sejam ambas proposições verdadeiras, é falso que
P |= P ∧ Q. O facto de não se ter P verdadeira e P ∧ Q falsa depende
do valor lógico pas proposições atómicas P e Q. De facto, se tivéssemos
P proposição verdadeira e Q proposição falsa, então terı́amos P
verdadeira e P ∧ Q falsa.
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1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 3T
Teo 1.59
Sejam P e Q proposições. Então, P |= Q sse P → Q é uma tautologia.
Teo 1.59
Sejam P e Q proposições. Então, P |= Q sse P → Q é uma tautologia.
Dem
(“só se”) Suponhamos que P |= Q. Atribuamos valores lógicos arbi-
trários às componentes atómicas de P → Q. Queremos ver que, para
estes valores atribuı́dos, a proposição P → Q é verdadeira. Ora, por
P |= Q, para os valores atribuı́dos, não se tem simultaneamente P
verdadeira e Q falsa. Logo, por definição da tabela de verdade da
implicação material, tem-se que P → Q é verdadeira.
(“se”) Analogamente.
Exe 1.60
Mostre que ¬Q → ¬P |= P → Q.
Def 1.61
Seja Γ um conjunto de proposições. Dizemos que a proposição Q0 é
consequência lógica de Γ, o que se representa por Γ |= Q0 , se não se
tem todas as proposições em Γ verdadeiras e Q0 falsa,
independentemente do valor lógico das proposições componentes de
todas a proposições envolvidas.
Def 1.61
Seja Γ um conjunto de proposições. Dizemos que a proposição Q0 é
consequência lógica de Γ, o que se representa por Γ |= Q0 , se não se
tem todas as proposições em Γ verdadeiras e Q0 falsa,
independentemente do valor lógico das proposições componentes de
todas a proposições envolvidas.
Exe 1.62
Mostre que {P, P → Q} |= Q.
Teo 1.63
Sejam P1 , . . . , Pn , Q0 proposições e Γ = {P1 , . . . , Pn }. Então, Γ |= Q0
sse P1 ∧ · · · ∧ Pn |= Q0 .
Teo 1.63
Sejam P1 , . . . , Pn , Q0 proposições e Γ = {P1 , . . . , Pn }. Então, Γ |= Q0
sse P1 ∧ · · · ∧ Pn |= Q0 .
Dem
(“se”) suponhamos P1 ∧ · · · ∧ Pn |= Q0 . Consideremos uma atribuição
arbitrária de valor lógico às componentes atómicas de P1 , · · · , Pn , Q0 .
Se esta atribuição determinasse que todas as proposições em Γ são
verdadeiras e Q0 é falsa, então também determinaria que P1 ∧· · ·∧Pn
é verdadeira e Q0 é verdadeira, o que contradiz a hipótese.
(“só se”) Exercı́cio.
Exe 1.64
Sejam as proposiçãos P1 : P ∨ Q, P2 : ¬Q e P3 : P → R e o conjunto
Γ = {P1 , P2 , P3 }. Mostre que Γ |= R.
Obs 1.65
Vamos agora considerar argumentos do tipo: “A neve é branca ou a relva
é azul. A neve não é branca. Logo, a relva é azul”. Neste argumento há
um conjunto com duas proposições separado de uma proposição final
pela palavra “logo”.
Obs 1.65
Vamos agora considerar argumentos do tipo: “A neve é branca ou a relva
é azul. A neve não é branca. Logo, a relva é azul”. Neste argumento há
um conjunto com duas proposições separado de uma proposição final
pela palavra “logo”.
Def 1.66
(a) Seja Γ um conjunto finito de proposições e Q0 uma proposição. Ao par
ordenado (Γ, Q0 ) chama-se argumento, a Γ chama-se conjunto das
premissas do argumento e a Q0 chama-se conclusão do argumento.
(b) O argumento (Γ, Q0 ) diz-se válido se Γ |= Q0 .
Obs 1.65
Vamos agora considerar argumentos do tipo: “A neve é branca ou a relva
é azul. A neve não é branca. Logo, a relva é azul”. Neste argumento há
um conjunto com duas proposições separado de uma proposição final
pela palavra “logo”.
Def 1.66
(a) Seja Γ um conjunto finito de proposições e Q0 uma proposição. Ao par
ordenado (Γ, Q0 ) chama-se argumento, a Γ chama-se conjunto das
premissas do argumento e a Q0 chama-se conclusão do argumento.
(b) O argumento (Γ, Q0 ) diz-se válido se Γ |= Q0 .
Obs 1.67
Um argumento é válido se não se tem todas as premissas verdadeiras e a
conclusão falsa, independentemente do valor lógico das proposições
componentes de todas a proposições envolvidas.
Exe 1.68
Formalize e mostre que é válido o argumento “A neve é branca ou a relva
é azul. A neve não é branca. Logo, a relva é azul.”
Exe 1.68
Formalize e mostre que é válido o argumento “A neve é branca ou a relva
é azul. A neve não é branca. Logo, a relva é azul.”
Obs 1.69
O exemplo anterior ilustra um argumento válido com uma conclusão
falsa.
Exe 1.68
Formalize e mostre que é válido o argumento “A neve é branca ou a relva
é azul. A neve não é branca. Logo, a relva é azul.”
Obs 1.69
O exemplo anterior ilustra um argumento válido com uma conclusão
falsa.
Exe 1.70
Formalize e mostre que não é válido o argumento “Se a neve é branca,
então a relva é verde. Logo, a relva é verde.”
Exe 1.68
Formalize e mostre que é válido o argumento “A neve é branca ou a relva
é azul. A neve não é branca. Logo, a relva é azul.”
Obs 1.69
O exemplo anterior ilustra um argumento válido com uma conclusão
falsa.
Exe 1.70
Formalize e mostre que não é válido o argumento “Se a neve é branca,
então a relva é verde. Logo, a relva é verde.”
Obs 1.71
O exemplo anterior ilustra um argumento que não é válido embora tenha
premissa e conclusão verdadeiras.
Obs 1.72
Consideremos o argumento clássico: “Todos os homens são mortais.
Sócrates é um homem. Logo, Sócrates é mortal”. A Lógica Proposicional
é insuficiente para explicar a validade deste argumento. Se não vejamos.
O argumento é constituı́do por duas premissas e uma conclusão, todas
atómicas e diferentes. A formalização proposicional é {P, Q} |= R, que é
um argumento inválido.
O problema está na “granularidade” da análise proposicional. Embora as
proposições sejam atómicas e diferentes, elas têm elementos comuns,
nomeadamente os predicados “ser homem” e “ser mortal”.
Simbolizemos a segunda e a terceira proposições por H(s) e M(s),
respetivamente. Como simbolizar a primeira? Primeiro, reescrevêmo-la
assim: “Todo aquele que é um homem é mortal”. De seguida, voltamos a
reescrever: “Para todo x, se x é um homem então x é mortal”.
Finalmente, agora que a estrutura lógica da proposição está mais
evidente, podemos simbolizar: ∀x [H(x) → M(x)].
Como é visı́vel neste exemplo, precisamos de introduzir diversas
novidades relativamente à Lógica Proposicional:
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 39 / 191
1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 3T
Obs 1.73
(a) Predicados atómicos, como “é um homem”, “é mortal”, H e M.
Estes dois exemplos esperam qualificar um sujeito, como Sócrates;
mas podemos estar interessados na afirmação“Sócrates é discı́pulo de
Platão”, que envolve o predicado binário “é discı́pulo de”, que, em vez
de qualificar um sujeito, põe dois sujeitos numa relação.
(b) Designações, como “Sócrates” ou s, que designam indivı́duos ou ob-
jectos passı́veis de participar numa predicação. Um tipo de designa-
ções admitido são as variáveis, usualmente denotadas por x, y , z,
etc., que designam indivı́duos indeterminados.
(c) Predicações como, por exemplo,“Sócrates é um homem”e“Sócrates
é mortal”, mas também “Platão é discı́plulo de Sócrates”.
(d) Universo de discurso, que é a classe de todos os possı́veis indivı́duos
ou objectos. No exemplo em causa, não está explı́cito qual seja esse
universo; podemos especificar que é a classe de todas as coisas sobre
as quais reina Zeus.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 40 / 191
1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 3T
(e) Há partes das proposições que não são proposições, por dependerem
de variáveis. Por exemplo, em ∀x [H(x) → M(x)], as partes H(x) →
M(x), H(x) e M(x) dependem de x. Uma frase (ou expressão que
a simbolize) que dependa de 0, 1 ou mais variáveis chama-se uma
expressão proposicional, ou condição. Portanto, a dependência
de variáveis será a regra. Uma proposição é, precisamente, uma
expressão proposicional que não depende de variáveis.
(f) Os conectivos proposicionais continuam disponı́veis (ver, por exemplo,
H(x) → M(x)), mas operam sobre predicados, em vez de operarem
apenas sobre proposições.
(g) Um novo tipo de operadores lógicos: quantificadores. Por exemplo,
“para todo x”, simbolizado por ∀x.
Def 1.74
O quantificador universal é representado pelo sı́mbolo ∀. A expressão
“∀x” é interpretada como “para todo o x” ou “qualquer que seja o x”.
Def 1.74
O quantificador universal é representado pelo sı́mbolo ∀. A expressão
“∀x” é interpretada como “para todo o x” ou “qualquer que seja o x”.
Obs 1.75
Sejam o predicado P e o conjunto U.
(a) ∀x ∈ U [P(x)] é uma proposição e lê-se, “para todo o x ∈ U, x tem
o predicado P”. A proposição é verdadeira se P(x) é uma proposição
verdadeira para todos os elementos x ∈ U.
(b) Se U = {a1 , . . . , an }, tem-se:
Def 1.74
O quantificador universal é representado pelo sı́mbolo ∀. A expressão
“∀x” é interpretada como “para todo o x” ou “qualquer que seja o x”.
Obs 1.75
Sejam o predicado P e o conjunto U.
(a) ∀x ∈ U [P(x)] é uma proposição e lê-se, “para todo o x ∈ U, x tem
o predicado P”. A proposição é verdadeira se P(x) é uma proposição
verdadeira para todos os elementos x ∈ U.
(b) Se U = {a1 , . . . , an }, tem-se:
Exe 1.76
Indique o valor lógico das seguintes proposições:
(a) ∀n ∈ N [n + 4 > 3]. (b) ∀n ∈ N [n + 2 > 8].
Def 1.77
O quantificador existencial é representado pelo sı́mbolo ∃. A expressão
“∃x” é interpretada como “existe pelo menos um x” ou “para algum x”.
Def 1.77
O quantificador existencial é representado pelo sı́mbolo ∃. A expressão
“∃x” é interpretada como “existe pelo menos um x” ou “para algum x”.
Obs 1.78
Sejam o predicado P e o conjunto U.
(a) ∃x ∈ U [P(x)] é uma proposição e lê-se,“existe pelo menos um x ∈ U,
x tem o predicado P”. A proposição é verdadeira se P(x) é uma
proposição verdadeira para pelo menos um elemento x ∈ U.
(b) Se U = {a1 , . . . , an }, tem-se:
Def 1.77
O quantificador existencial é representado pelo sı́mbolo ∃. A expressão
“∃x” é interpretada como “existe pelo menos um x” ou “para algum x”.
Obs 1.78
Sejam o predicado P e o conjunto U.
(a) ∃x ∈ U [P(x)] é uma proposição e lê-se,“existe pelo menos um x ∈ U,
x tem o predicado P”. A proposição é verdadeira se P(x) é uma
proposição verdadeira para pelo menos um elemento x ∈ U.
(b) Se U = {a1 , . . . , an }, tem-se:
Exe 1.79
Indique o valor lógico das seguintes proposições:
(a) ∃n ∈ N [n + 4 > 3]. (b) ∃n ∈ N [n + 2 > 8].
Obs 1.80
No caso de funções proposicionais com duas variáveis, isto é, que
relacionam o predicado em questão com dois objetos ou indivı́duos (com
universos de discurso diferentes ou iguais), tem-se:
(a) caso universal — universal: ∀x ∈ U, ∀y ∈ V [P(x, y )] é uma propo-
sição verdadeira se P(x, y ) é uma proposição verdadeira para todo o
x ∈ U e todo o y ∈ V ;
(b) caso universal — existencial: ∀x ∈ U, ∃y ∈ V [P(x, y )] é uma propo-
sição verdadeira se para todo o x ∈ U, existe y ∈ V tal que P(x, y )
é uma proposição verdadeira;
(c) caso existencial — existencial: ∃x ∈ U, ∃y ∈ V [P(x, y )] é uma
proposição verdadeira se existe x ∈ U e existe y ∈ V tal que P(x, y )
é uma proposição verdadeira;
(d) caso existencial — universal: ∃x ∈ U, ∀y ∈ V [P(x, y )] é uma propo-
sição verdadeira se existe x ∈ U tal que para todo o y ∈ V , P(x, y )
é uma proposição verdadeira;
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 44 / 191
1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 3T
Obs 1.81
Se U = {a1 , . . . , an } e V = {b1 , . . . , bm }, tem-se:
∀x ∈ U, ∀y ∈ V [P(x, y )] ≡ P(a1 , b1 ) ∧ . . . ∧ P(a1 , bm ) ∧ ... ∧
P(an , b1 ) ∧ . . . ∧ P(an , bm ) .
∀x ∈ U, ∃y ∈ V [P(x, y )] ≡ P(a1 , b1 ) ∨ . . . ∨ P(a1 , bm ) ∧ ... ∧
P(an , b1 ) ∨ . . . ∨ P(an , bm ) .
∃x ∈ U, ∃y ∈ V [P(x, y )] ≡ P(a1 , b1 ) ∨ . . . ∨ P(a1 , bm ) ∨ ... ∨
P(an , b1 ) ∨ . . . ∨ P(an , bm ) .
∃x ∈ U, ∀y ∈ V [P(x, y )] ≡ P(a1 , b1 ) ∧ . . . ∧ P(a1 , bm ) ∨ ... ∨
P(an , b1 ) ∧ . . . ∧ P(an , bm ) .
Exe 1.82
Seja P0 a proposição ∀x ∈ {1, 2}, ∃y ∈ {a, b} [P(x, y )]. Indique qual das
seguintes hipóteses é uma proposição verdadeira:
A P0 ≡ (P(1, a) ∧ P(1, b)) ∨ (P(2, a) ∧ P(2, b)).
B P0 ≡ (P(1, a) ∨ P(1, b)) ∨ (P(2, a) ∨ P(2, b)).
C P0 ≡ (P(1, a) ∧ P(1, b)) ∧ (P(2, a) ∧ P(2, b)).
D P0 ≡ (P(1, a) ∨ P(1, b)) ∧ (P(2, a) ∨ P(2, b)).
Exe 1.83
Indique o valor lógico das seguintes proposições:
(a) ∀y ∈ R, ∀x ∈ R [x + y = 7]. (e) ∀x ∈ R, ∃y ∈ R [x + y = 7].
(b) ∀x ∈ R, ∀y ∈ R [x + y = 7]. (f) ∃y ∈ R, ∀x ∈ R [x + y = 7].
(c) ∃y ∈ R, ∃x ∈ R [x + y = 7]. (g) ∀y ∈ R, ∃x ∈ R [x + y = 7].
(d) ∃x ∈ R, ∃y ∈ R [x + y = 7]. (h) ∃x ∈ R, ∀y ∈ R [x + y = 7].
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 46 / 191
1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 3T
Teo 1.84
As seguintes equivalências são verdadeiras em Lógica de Predicados:
(a) Segundas leis de De Morgan
¬(∀x ∈ U [P(x)]) ≡ ∃x ∈ U [¬P(x)].
¬(∃x ∈ U [P(x)]) ≡ ∀x ∈ U [¬P(x)].
¬(∀x ∈ U, ∀y ∈ V [P(x, y )]) ≡ ∃x ∈ U, ∃y ∈V [¬P(x, y )].
¬(∃x ∈ U, ∃y ∈ V [P(x, y )]) ≡ ∀x ∈ U, ∀y ∈V [¬P(x, y )].
¬(∃x ∈ U, ∀y ∈ V [P(x, y )]) ≡ ∀x ∈ U, ∃y ∈V [¬P(x, y )].
¬(∀x ∈ U, ∃y ∈ V [P(x, y )]) ≡ ∃x ∈ U, ∀y ∈V [¬P(x, y )].
(b) Quantificação iterada
∀x ∈ U, ∀y ∈ V [P(x, y )] ≡ ∀y ∈ V , ∀x ∈ U [P(x, y )].
∃x ∈ U, ∃y ∈ V [P(x, y )] ≡ ∃y ∈ V , ∃x ∈ U [P(x, y )].
(c) Distributividade
∀x ∈ U [P(x) ∧ Q(x)] ≡ ∀x ∈ U [P(x)] ∧ ∀x ∈ U [Q(x)].
∃x ∈ U [P(x) ∨ Q(x)] ≡ ∃x ∈ U [P(x)] ∨ ∃x ∈ U [Q(x)].
Teo 1.85
As seguintes equivalências são verdadeiras em Lógica de Predicados:
(d) Quantificação vacuosa
∀x ∈ U [P] ≡ P, se x não ocorre em P.
∃x ∈ U [P] ≡ P, se x não ocorre em P.
Exe 1.86
Seja P a proposição
Def 1.87
(a) Um axioma é uma afirmação que não é demonstrada mas que é
considerada como sendo verdadeira (muitas vezes de forma intuitiva).
(b) Um sistema de axiomas é um conjunto de axiomas (que não se
contradizem) utilizado para gerar uma teoria matemática, servindo
como as propriedades básicas da mesma.
(c) Uma demonstração matemática é um argumento válido que esta-
belece a veracidade de uma proposição quando se assumem certos
axiomas e teoremas previamente demonstrados.
(d) Um teorema é uma afirmação verdadeira (muitas vezes originada
da demonstração de uma conjectura) que segue logicamente de um
sistema de axiomas e/ou de outros teoremas já demonstrados.
(e) Uma conjetura é uma afirmação que se acredita ser verdadeira mas
ainda carente de prova.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 49 / 191
1 – Elementos de Lógica Matemática Aula 4T
Obs 1.88
(a) Não há um algoritmo para fazer demonstrações.
(b) Este capı́tulo vai apresentar algumas técnicas de demonstração.
(c) Muitas vezes uma demonstração pode ser feita recorrendo a diferentes
técnicas.
(d) Por comodidade de escrita em vez de se dizer “∀x ∈ U [P(x)] é uma
proposição verdadeira.” escreve-se simplesmente “∀x ∈ U [P(x)].”
(e) Quando se pretende mostrar ∀x ∈ U [P(x)], considera-se um elemento
genérico de x de U e mostra-se que P(x) é uma proposição verdadeira.
Este procedimento generaliza-se quando há mais do que uma variável
universalmente quantificada. Tipicamente a demonstração começa
com a frase “Seja x ∈ U.”
Obs 1.89
Recorde:
(a) Notações para alguns conjuntos:
Def 1.90
Pretende-se mostrar que ∀x ∈ U [P(x) → Q(x)]. Chama-se método
direto de uma implicação a uma prova em que se considera um
elemento genérico de x de U tal que P(x) é uma proposição verdadeira e
que se mostra que Q(x) também é uma proposição verdadeira.
Exe 1.91
Mostre que, qualquer que seja o inteiro n, se n é par então n2 é par.
Def 1.92
Pretende-se mostrar que ∀x ∈ U [P(x) → Q(x)]. Chama-se método do
contrapositivo de uma implicação a uma prova em que se considera
um elemento genérico de x de U tal que ¬Q(x) é uma proposição
verdadeira e que se mostra que ¬P(x) também é uma proposição
verdadeira.
Obs 1.93
Esta técnica baseia-se na equivalência lógica P → Q ≡ ¬Q → ¬P.
Exe 1.94
Mostre que, qualquer que seja o inteiro n, se n2 é par então n é par pelo
método do contrapositivo.
Def 1.95
Pretende-se mostrar que ∀x ∈ U [P(x)]. Chama-se método de redução
ao absurdo a uma prova em que se considera um elemento genérico de x
de U tal que ¬P(x) é uma proposição verdadeira e que a partir daqui se
obtém uma contradição.
Obs 1.96
Esta técnica baseia-se na equivalência lógica P ≡ ¬P → ⊥.
Exe 1.97
Mostre que, qualquer que seja x ∈ [0, π2 ], sen x + cos x ≥ 1 pelo método
de redução ao absurdo.
Def 1.98
Pretende-se mostrar que ∀x ∈ U [P(x) → Q(x)]. Chama-se método de
redução ao absurdo de uma implicação a uma prova em que se
considera um elemento genérico de x de U tal que P(x) e ¬Q(x) são
proposições verdadeiras e que a partir daqui se obtém uma contradição.
Obs 1.99
Esta técnica baseia-se na equivalência lógica P → Q ≡ P ∧ ¬Q → ⊥.
Exe 1.100
Mostre que, qualquer que seja o inteiro n, se n2 é par então n é par pelo
método de redução ao absurdo.
Def 1.101
Pretende-se mostrar que ∀x ∈ U [P(x) ↔ Q(x)]. Chama-se método
direto de uma equivalência a uma prova em que se mostra que
∀x ∈ U [P(x) → Q(x)] e ∀x ∈ U [Q(x) → P(x)].
Obs 1.102
(a) Esta técnica baseia-se na equivalência lógica P ↔ Q ≡ (P → Q) ∧
(Q → P).
(b) Quando os passos para mostrar Q(x) → P(x) são os inversos dos
passos para mostrar P(x) → Q(x), não é necessário subdividir a
prova de ∀x ∈ U [P(x) ↔ Q(x)] nas duas implicações.
Exe 1.103
Mostre que, qualquer que seja o inteiro n, n2 é par se e só se n é par.
Def 1.104
Pretende-se mostrar que ∀x ∈ U [P1 (x) ∨ P2 (x) ∨ . . . ∨ Pn (x) → Q(x)].
Chama-se prova por casos a uma prova em que se considera um
elemento genérico de x de U e em que se mostra que P1 (x) → Q(x),
considera um elemento genérico de x de U tal que P1 (x) é uma
proposição verdadeira e que se mostra que Q(x) também é uma
proposição verdadeira, considera um elemento genérico de x de U tal que
P2 (x) é uma proposição verdadeira e que se mostra que Q(x) também é
uma proposição verdadeira, etc.
Obs 1.105
Esta técnica baseia-se na equivalência lógica
P1 ∨ · · · ∨ Pn → Q ≡ (P1 → Q) ∧ · · · ∧ (Pn → Q).
Exe 1.106
Mostre que, quaisquer que sejam os reais a e b, |ab| = |a||b|.
Def 1.107
Pretende-se mostrar que ∀x ∈ U [P(x)] é uma proposição falsa.
Chama-se prova de falsidade por contraexemplo de uma proposição
com quantificador universal a uma prova em que se identifica um
elemento x0 de u tal que P(x0 ) é uma proposição falsa.
Obs 1.108
Esta técnica baseia-se na equivalência lógica
¬(∀x ∈ U [P(x)]) ≡ ∃x ∈ U [¬P(x)].
Exe 1.109
Mostre que é falsa a proposição “Para quaisquer a e b números reais tais
que a2 = b2 , então a = b.”
Obs 2.1
Muitas proposições em Matemática referem propriedades sobre os
números naturais. Considere, por exemplo, o problema de encontrar uma
fórmula para a soma dos primeiros n números naturais ı́mpares. Se
calcularmos esta soma para alguns valores de n obtemos:
1 = 1
1+3 = 4
1+3+5 = 9
1+3+5+7 = 16
Teo 2.2
(Princı́pio de Indução em N) Seja P(n) um predicado sobre n ∈ N tal
que:
(i) P(1) é uma proposição verdadeira.
(ii) ∀k ∈ N [P(k) → P(k + 1)] é uma proposição verdadeira.
Então, ∀n ∈ N [P(n)] é uma proposição verdadeira.
Obs 2.3
Relativamente ao teorema anterior:
provar a condição (i) chama-se base de indução.
provar a condição (ii) chama-se passo de indução.
na prova da condição (ii), chama-se hipótese de indução a “P(k) é
uma proposição verdadeira”.
Exe 2.4
Indique qual das seguintes hipóteses é uma proposição verdadeira:
n+1
X i 2 3 n+1
A = + + ··· + .
2i − 1 3 5 2n − 1
i=2
n+1 n
X i X i i
B = + .
2i − 1 2i − 1 2i − 1
i=2 i=2
n+1 n
X i X i n+1
C = + .
2i − 1 2i − 1 2n − 1
i=2 i=2
n+1 n
X i X i n+1
D = + .
2i − 1 2i − 1 2n + 1
i=2 i=2
Exe 2.5
Mostre, por indução, que
" n #
X
(a) ∀n ∈ N (2i − 1) = n2 .
i=1
n
" #
2 × (4n+1 − 1)
X
i
(b) ∀n ∈ N 2×4 = .
3
i=0
(c) ∀n ∈ N n3 − n é múltiplo de 3 .
Teo 2.6
(Princı́pio de Indução em N com base n0 ) Sejam P(n) um predicado
sobre N e n0 ∈ N tais que
(i) P(n0 ) é uma proposição verdadeira;
(ii) ∀k ∈ N [k ≥ n0 → (P(k) → P(k + 1))] é uma proposição verdadeira.
Então ∀n ∈ N [n ≥ n0 → P(n)].
Exe 2.7
Mostre, por indução, que ∀n ∈ N [n ≥ 6 → 7n < 2n ].
Obs 3.1
(a) A noção de conjunto é uma noção fundamental da matemática, à
qual (todas as) outras noções da matemática — por exemplo número,
relação, função, etc. — podem ser reduzidas. Por esta razão, a teoria
de conjuntos é, não só um ramo da matemática como tantos outros,
mas também uma espécie de fundação da matemática.
Obs 3.1
(a) A noção de conjunto é uma noção fundamental da matemática, à
qual (todas as) outras noções da matemática — por exemplo número,
relação, função, etc. — podem ser reduzidas. Por esta razão, a teoria
de conjuntos é, não só um ramo da matemática como tantos outros,
mas também uma espécie de fundação da matemática.
(b) A teoria de conjuntos pode ser desenvolvida de forma ingénua ou
axiomática. A variante ingénua, criada por Georg Cantor, se suficien-
temente desenvolvida, leva a paradoxos. Estes são, em certo sentido,
resolvidos, na variante axiomática. No entanto, estas questões mais
avançadas da teoria de conjuntos não cabem neste curso, pelo que
vamos adoptar a variante ingénua.
Obs 3.2
(a) Um conjunto é uma coleção de objetos. Antes de definirmos “con-
junto”, temos de dizer algo sobre coleções e sobre objetos.
Obs 3.2
(a) Um conjunto é uma coleção de objetos. Antes de definirmos “con-
junto”, temos de dizer algo sobre coleções e sobre objetos.
(b) Exemplos de coleções são a lista finita 1, −1, π ou o conjunto R dos
números reais. Os objetos que existem numa coleção dizem-se os seus
elementos ou membros — e constituem a extensão da coleção.
Obs 3.2
(a) Um conjunto é uma coleção de objetos. Antes de definirmos “con-
junto”, temos de dizer algo sobre coleções e sobre objetos.
(b) Exemplos de coleções são a lista finita 1, −1, π ou o conjunto R dos
números reais. Os objetos que existem numa coleção dizem-se os seus
elementos ou membros — e constituem a extensão da coleção.
(c) Admitimos um universo U de objetos. Estes objetos podem ser
objetos matemáticos (por exemplo, os números 1 e π) ou outros.
Não precisamos de ser precisos acerca da extensão de U, nem da
natureza dos objetos que existem em U.
(d) Uma questão que se põe é: os membros de uma coleção determinam
a coleção? Por exemplo, se soubermos que uma lista tem como mem-
bros 1, −1 e π, isso não nos permite determinar que lista é essa: pode
ser 1, −1, π, mas também pode ser −1, 1, π, que são listas diferentes,
se a ordem de ocorrência dos membros, numa lista, é relevante. Outro
exemplo: podemos imaginar um tipo de coleção na qual a ordem de
ocorrência dos elementos seja irrelevante, na qual o número de ocor-
rências de um elemento conte. Nesse caso, a coleção 1, −1, π seria
diferente da coleção 1, 1, −1, π, embora ambas tivessem os mesmos
membros.
Def 3.3
(a) Um conjunto é uma coleção que:
é determinada pelos seus membros, ou seja, pela sua extensão, e
é ela própria um objeto.
Def 3.3
(a) Um conjunto é uma coleção que:
é determinada pelos seus membros, ou seja, pela sua extensão, e
é ela própria um objeto.
(b) Se um objeto x é membro de um conjunto A, dizemos que x pertence
a A, e escrevemos x ∈ A.
Def 3.3
(a) Um conjunto é uma coleção que:
é determinada pelos seus membros, ou seja, pela sua extensão, e
é ela própria um objeto.
(b) Se um objeto x é membro de um conjunto A, dizemos que x pertence
a A, e escrevemos x ∈ A.Caso contrário, dizemos que x não pertence
a A e escrevemos x ∈/ A.
(c) (Princı́pio da extensionalidade) Dois conjuntos são iguais sse têm
os mesmos membros. Simbolicamente: dados dois conjuntos A e B,
A = B sse, para todo o objeto x, x ∈ A sse x ∈ B.
Def 3.3
(a) Um conjunto é uma coleção que:
é determinada pelos seus membros, ou seja, pela sua extensão, e
é ela própria um objeto.
(b) Se um objeto x é membro de um conjunto A, dizemos que x pertence
a A, e escrevemos x ∈ A.Caso contrário, dizemos que x não pertence
a A e escrevemos x ∈/ A.
(c) (Princı́pio da extensionalidade) Dois conjuntos são iguais sse têm
os mesmos membros. Simbolicamente: dados dois conjuntos A e B,
A = B sse, para todo o objeto x, x ∈ A sse x ∈ B.
(d) Se os elementos do conjunto A são os objetos x1 , . . . , xn , então A pode
ser denotado por {x1 , . . . , xn } (note-se que a ordem dos membros
é irrelevante). Neste caso, diz-se que A é dado em extensão ou
definido por extensão. Diz-se, ainda, que A tem n elementos e
escreve-se |A| = n.
Def 3.3
(a) Um conjunto é uma coleção que:
é determinada pelos seus membros, ou seja, pela sua extensão, e
é ela própria um objeto.
(b) Se um objeto x é membro de um conjunto A, dizemos que x pertence
a A, e escrevemos x ∈ A.Caso contrário, dizemos que x não pertence
a A e escrevemos x ∈/ A.
(c) (Princı́pio da extensionalidade) Dois conjuntos são iguais sse têm
os mesmos membros. Simbolicamente: dados dois conjuntos A e B,
A = B sse, para todo o objeto x, x ∈ A sse x ∈ B.
(d) Se os elementos do conjunto A são os objetos x1 , . . . , xn , então A pode
ser denotado por {x1 , . . . , xn } (note-se que a ordem dos membros
é irrelevante). Neste caso, diz-se que A é dado em extensão ou
definido por extensão. Diz-se, ainda, que A tem n elementos e
escreve-se |A| = n.
(e) Um conjunto com 1 elemento chama-se um conjunto singular e um
conjunto com 2 elementos chama-se um par (não ordenado).
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 67 / 191
3 – Introdução à Teoria dos Conjuntos Aula 6T
Exe 3.4
Dê quatro exemplos de conjuntos definidos por extensão.
Exe 3.4
Dê quatro exemplos de conjuntos definidos por extensão.
Exe 3.5
Indique o valor lógico das seguintes proposições:
(a) {1, 2, 3, 4} = {3, 1, 4, 2}.
(b) {1, 3, 5} = {1, 1, 3, 5, 5, 5}.
(c) {1} =
6 {{1}}.
Obs 3.6
(a) Como um conjunto é um objeto, em particular ele pode ser membro
de outro conjunto.
Exe 3.4
Dê quatro exemplos de conjuntos definidos por extensão.
Exe 3.5
Indique o valor lógico das seguintes proposições:
(a) {1, 2, 3, 4} = {3, 1, 4, 2}.
(b) {1, 3, 5} = {1, 1, 3, 5, 5, 5}.
(c) {1} =
6 {{1}}.
Obs 3.6
(a) Como um conjunto é um objeto, em particular ele pode ser membro
de outro conjunto.
(b) Seja A um conjunto. Como A é um objeto, A é membro de U.
Exe 3.4
Dê quatro exemplos de conjuntos definidos por extensão.
Exe 3.5
Indique o valor lógico das seguintes proposições:
(a) {1, 2, 3, 4} = {3, 1, 4, 2}.
(b) {1, 3, 5} = {1, 1, 3, 5, 5, 5}.
(c) {1} =
6 {{1}}.
Obs 3.6
(a) Como um conjunto é um objeto, em particular ele pode ser membro
de outro conjunto.
(b) Seja A um conjunto. Como A é um objeto, A é membro de U.
(c) Perguntas difı́ceis, às quais não precisamos de responder, são, por
exemplo: U é um conjunto? U é um objeto?
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 68 / 191
3 – Introdução à Teoria dos Conjuntos Aula 6T
Exe 3.4
Dê quatro exemplos de conjuntos definidos por extensão.
Exe 3.5
Indique o valor lógico das seguintes proposições:
(a) {1, 2, 3, 4} = {3, 1, 4, 2}.
(b) {1, 3, 5} = {1, 1, 3, 5, 5, 5}.
(c) {1} =
6 {{1}}.
Obs 3.6
(a) Como um conjunto é um objeto, em particular ele pode ser membro
de outro conjunto.
(b) Seja A um conjunto. Como A é um objeto, A é membro de U.
(c) Perguntas difı́ceis, às quais não precisamos de responder, são, por
exemplo: U é um conjunto? U é um objeto?
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 68 / 191
3 – Introdução à Teoria dos Conjuntos Aula 6T
Obs 3.7
(a) y ∈ {x1 , . . . , xn } sse “y = x1 ∨ · · · ∨ y = xn ” é uma proposição
verdadeira.
Obs 3.7
(a) y ∈ {x1 , . . . , xn } sse “y = x1 ∨ · · · ∨ y = xn ” é uma proposição
verdadeira.
(b) x ∈ {y , z} sse “x = y ∨ x = z” é uma proposição verdadeira.
Obs 3.7
(a) y ∈ {x1 , . . . , xn } sse “y = x1 ∨ · · · ∨ y = xn ” é uma proposição
verdadeira.
(b) x ∈ {y , z} sse “x = y ∨ x = z” é uma proposição verdadeira.
(c) x ∈ {y } sse “x = y ” é uma proposição verdadeira.
Obs 3.7
(a) y ∈ {x1 , . . . , xn } sse “y = x1 ∨ · · · ∨ y = xn ” é uma proposição
verdadeira.
(b) x ∈ {y , z} sse “x = y ∨ x = z” é uma proposição verdadeira.
(c) x ∈ {y } sse “x = y ” é uma proposição verdadeira.
Exe 3.8
Indique o valor lógico das seguintes proposições:
(a) 1 ∈ {1, 2, 3}. (c) {1} ∈ {{1}, {2}}.
(b) 1 ∈
/ {{1}, {2}}. (d) {1} ∈
/ {1, 2}.
Obs 3.9
Note-se a diferença entre os conjuntos X = {1, 2} e Y = {{1, 2}}. O
conjunto X é constituı́do por dois elementos (1 e 2), enquanto que o
conjunto Y contém apenas um elemento, o conjunto {1, 2}.
Obs 3.9
Note-se a diferença entre os conjuntos X = {1, 2} e Y = {{1, 2}}. O
conjunto X é constituı́do por dois elementos (1 e 2), enquanto que o
conjunto Y contém apenas um elemento, o conjunto {1, 2}.
Teo 3.10
Sejam A ,B e C conjuntos. Então:
(a) A = A. (reflexividade)
(b) Se A = B então B = A. (simetria)
(c) Se A = B e B = C então A = C . (transitividade)
Def 3.11
Sejam A e B conjuntos. Diz-se que A é um subconjunto de B ou que A
está contido em B, e escreve-se A ⊆ B, se para todo x ∈ A, x ∈ B. Caso
contrário (existe x ∈ A tal que x ∈ A e x ∈
/ B) se escreve-se A 6⊆ B.
Def 3.11
Sejam A e B conjuntos. Diz-se que A é um subconjunto de B ou que A
está contido em B, e escreve-se A ⊆ B, se para todo x ∈ A, x ∈ B. Caso
contrário (existe x ∈ A tal que x ∈ A e x ∈
/ B) se escreve-se A 6⊆ B.
Exe 3.12
Sejam A = {1, 2} e B = {1, 2, 3}. Indique o valor lógico das seguintes
proposições:
(a) A ⊆ B. (b) A 6⊆ A. (c) B ⊆ A.
Teo 3.13
Sejam A ,B e C conjuntos. Então:
(a) A ⊆ A. (reflexividade)
(b) Se A ⊆ B e B ⊆ A então A = B. (anti-simetria)
(c) Se A ⊆ B e B ⊆ C então A ⊆ C . (transitividade)
Def 3.14
Sejam A e B conjuntos. Diz-se que A é um subconjunto próprio de B
ou que A está estritamente contido em B, e escreve-se A ⊂ B, se
A ⊆ B e A 6= B. Caso contrário, escreve-se A 6⊂ B.
Def 3.14
Sejam A e B conjuntos. Diz-se que A é um subconjunto próprio de B
ou que A está estritamente contido em B, e escreve-se A ⊂ B, se
A ⊆ B e A 6= B. Caso contrário, escreve-se A 6⊂ B.
Exe 3.15
Sejam A = {1, 2} e B = {1, 2, 3}. Indique o valor lógico das seguintes
proposições:
(a) A ⊂ B. (b) A 6⊂ A. (c) B ⊂ A.
Exe 3.16
Seja A = {1, 2, {1, 2}, {3}}. Indique o valor lógico das seguintes
proposições:
(a) 1 ∈ A. (c) {1} ∈ A. (e) {1, 2} ⊆ A. (g) {1, 2} ⊂ A.
(b) 3 ∈ A. (d) {1, 2} ∈ A. (f) {1, 3} ⊆ A. (h) {1, 3} ⊂ A.
Obs 3.17
Recorde novamente:
(a) N: números naturais (números inteiros positivos).
(b) N0 : números inteiros não-negativos.
(c) Z: números inteiros.
(d) Q: números racionais.
(e) I: números irracionais.
(f) R = Q ∪ I: números reais.
(g) C: números complexos.
Exe 3.18
Indique o valor lógico da proposição N ⊂ N0 ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R ⊂ C.
Def 3.19
Sejam A um conjunto e P um predicado. A extensão de P em A é um
subconjunto de A formado pelos elementos a de A tais que P(a) é uma
proposição verdadeira, e é denotado por
Def 3.19
Sejam A um conjunto e P um predicado. A extensão de P em A é um
subconjunto de A formado pelos elementos a de A tais que P(a) é uma
proposição verdadeira, e é denotado por
Obs 3.20
Seja b ∈ A. Então, b ∈ {a ∈ A : P(a)} sse P(b) é uma proposição
verdadeira.
Exe 3.21
Defina por compreensão os seguintes conjuntos:
(a) números naturais pares.
(b) números inteiros pares.
(c) números naturais ı́mpares.
(d) números naturais divisı́veis por 3.
(e) números inteiros múltiplos de 3.
(f) números racionais.
Obs 3.22
Quando um conjunto B = {a ∈ A : P(a)} é definido por compreensão, é
pressuposta a existência do conjunto A. Há uma segunda forma de
definição por compreensão, que produz a coleção {x : P(x)} dos objetos
x no universo tais que P(x) é uma proposição verdadeira (portanto
y ∈ {x : P(x)} sse P(y )). A diferença está em que a coleção {x : P(x)}
não pode imediatamente ser classificada como um conjunto (sob pena de
se gerarem paradoxos). Por exemplo, a coleção {x : x = x} é
precisamente U e não é claro se U deve ser considerado um conjunto.
Assim, será preciso caso a caso postular se {x : P(x)} é um conjunto.
Def 3.23
(a) {x : x 6= x} é um conjunto, que se diz o conjunto vazio (porque não
tem elementos), e se denota por ∅ ou { }.
(b) O conjunto vazio tem 0 elementos, escrevendo-se |∅| = 0.
Def 3.23
(a) {x : x 6= x} é um conjunto, que se diz o conjunto vazio (porque não
tem elementos), e se denota por ∅ ou { }.
(b) O conjunto vazio tem 0 elementos, escrevendo-se |∅| = 0.
Obs 3.24
O Princı́pio da Extensionalidade implica que há no máximo um conjunto
vazio, pois, suponhamos que A e B não têm elementos, ou seja, para
todo x, x ∈ /Aex∈ / B; então a proposição ∀x [x ∈ A ↔ x ∈ B] é
verdadeira, donde A = B. A partir do momento que concluı́mos a
existência de um conjunto vazio, este conjunto é o conjunto vazio.
Def 3.23
(a) {x : x 6= x} é um conjunto, que se diz o conjunto vazio (porque não
tem elementos), e se denota por ∅ ou { }.
(b) O conjunto vazio tem 0 elementos, escrevendo-se |∅| = 0.
Obs 3.24
O Princı́pio da Extensionalidade implica que há no máximo um conjunto
vazio, pois, suponhamos que A e B não têm elementos, ou seja, para
todo x, x ∈ /Aex∈ / B; então a proposição ∀x [x ∈ A ↔ x ∈ B] é
verdadeira, donde A = B. A partir do momento que concluı́mos a
existência de um conjunto vazio, este conjunto é o conjunto vazio.
Teo 3.25
Seja A um conjunto. Então ∅ ⊆ A.
Def 3.26
Seja A um conjunto. A diz-se um conjunto finito se existe n ∈ N0 tal
que |A| = n.
Def 3.26
Seja A um conjunto. A diz-se um conjunto finito se existe n ∈ N0 tal
que |A| = n.
Exe 3.27
Indique o número de elementos dos conjuntos finitos A = {2},
B = {0, 2}, C = {∅} e D = {0, ∅}.
Exe 3.28
Seja A = {0, {0}, ∅, {∅}}. Indique o valor lógico das seguintes
proposições:
(a) |A| = 4. (c) ∅ ⊆ A.
(b) ∅ ∈ A. (d) {∅} ⊆ A.
Def 3.29
Sejam A e B conjuntos. Chama-se união de A e B, e designa-se por
A ∪ B, ao conjunto
def
A ∪ B = {x : x ∈ A ∨ x ∈ B} .
Def 3.29
Sejam A e B conjuntos. Chama-se união de A e B, e designa-se por
A ∪ B, ao conjunto
def
A ∪ B = {x : x ∈ A ∨ x ∈ B} .
Exe 3.30
Sejam A = {1, 2}, B = {2, 3, 4, 5}. Determine A ∪ B.
Teo 3.31
Sejam A, B e C conjuntos. Então:
(a) A ∪ B = B ∪ A. (comutatividade)
(b) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C ). (associatividade)
(c) A ∪ A = A. (idempotência)
(d) A ∪ ∅ = A. (elemento neutro)
(e) A ∪ U = U. (elemento absorvente)
Exe 3.32
Demonstre a alı́nea (a) do teorema anterior.
Def 3.33
(a) Sejam A e B conjuntos. Chama-se interseção de A e B, e designa-se
por A ∩ B, ao conjunto formado pelos elementos que pertencem a A
e a B, ou seja,
def
A ∩ B = {x : x ∈ A ∧ x ∈ B} .
Def 3.33
(a) Sejam A e B conjuntos. Chama-se interseção de A e B, e designa-se
por A ∩ B, ao conjunto formado pelos elementos que pertencem a A
e a B, ou seja,
def
A ∩ B = {x : x ∈ A ∧ x ∈ B} .
Exe 3.34
Sejam A = {0, 1, 2}, B = {∅, 2, 3, 4, 5}. Determine A ∩ B.
Teo 3.35
Sejam A, B e C conjuntos. Então:
(a) A ∩ B = B ∩ A. (comutatividade)
(b) (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C ). (associatividade)
(c) A ∩ A = A. (idempotência)
(d) A ∩ ∅ = ∅. (elemento absorvente)
(e) A ∩ U = A. (elemento neutro)
Exe 3.36
Demonstre a alı́nea (a) do teorema anterior.
Def 3.37
Sejam A e B conjuntos. Chama-se diferença entre A e B ou
complemento relativo de A em B, que se representa por A − B, ao
conjunto formado pelos elementos que pertencem a A e não pertencem a
B, ou seja,
def
A − B = {x : x ∈ A ∧ x ∈
/ B} .
Def 3.37
Sejam A e B conjuntos. Chama-se diferença entre A e B ou
complemento relativo de A em B, que se representa por A − B, ao
conjunto formado pelos elementos que pertencem a A e não pertencem a
B, ou seja,
def
A − B = {x : x ∈ A ∧ x ∈
/ B} .
Obs 3.38
A − B também se pode ler “A menos B.”
Def 3.37
Sejam A e B conjuntos. Chama-se diferença entre A e B ou
complemento relativo de A em B, que se representa por A − B, ao
conjunto formado pelos elementos que pertencem a A e não pertencem a
B, ou seja,
def
A − B = {x : x ∈ A ∧ x ∈
/ B} .
Obs 3.38
A − B também se pode ler “A menos B.”
Exe 3.39
Sejam A = {1, 2, 3, 4, 5}, B = {2, 4, 6}. Determine A − B.
Teo 3.40
Sejam A, B e C conjuntos. Então:
(a) A ∩ (B ∪ C ) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C ). (distributividade)
(b) A ∪ (B ∩ C ) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C ). (distributividade)
(c) C − (A ∪ B) = (C − A) ∩ (C − B). (leis de Morgan)
(d) C − (A ∩ B) = (C − A) ∪ (C − B). (leis de Morgan)
(e) A ∩ (A ∪ B) = A. (absorção)
(f) A ∪ (A ∩ B) = A. (absorção)
Exe 3.41
Demonstre a alı́nea (d) do teorema anterior.
Def 3.42
Seja X um conjunto. Chama-se conjunto das partes de X ou conjunto
potência de X , que se representa por P(X ) ou 2X , ao conjunto formado
por todos os subconjuntos de X , ou seja
def
P(X ) = {A : A ⊆ X }.
Def 3.42
Seja X um conjunto. Chama-se conjunto das partes de X ou conjunto
potência de X , que se representa por P(X ) ou 2X , ao conjunto formado
por todos os subconjuntos de X , ou seja
def
P(X ) = {A : A ⊆ X }.
Exe 3.43
Determine:
(a) P({1, 2, 3}).
(b) P({1, {1}}).
(c) P(∅).
Teo 3.44
Seja X um conjunto. Então:
(a) ∅ ∈ P(X ).
(b) X ∈ P(X ).
Teo 3.45
Seja X um conjunto finito tal que |X | = n. Então |P(X )| = 2n .
Obs 3.46
Atente-se mais uma vez para a diferença entre ∈ e ⊆. Se a ∈ A, então
{a} ⊆ A, o que implica que {a} ∈ P(A). A confusão surge quando x e
{x} são ambos elementos de um conjunto X . Seja A = {1, 2, {1}}.
Então, 1 ∈ A pelo que {1} ⊆ A, o que implica que {1} ∈ P(A). Mas
também se tem que {1} ∈ A o que implica que {{1}} ∈ P(A). Na
verdade, tem-se que:
P(A) = {∅, {1}, {2}, {{1}}, {1, 2}, {1, {1}}, {2, {1}}, A}.
Def 3.47
Chama-se famı́lia de conjuntos a um conjunto cujos elementos são
conjuntos.
Def 3.47
Chama-se famı́lia de conjuntos a um conjunto cujos elementos são
conjuntos.
Exe 3.48
Indique três famı́lias de conjuntos.
Def 3.47
Chama-se famı́lia de conjuntos a um conjunto cujos elementos são
conjuntos.
Exe 3.48
Indique três famı́lias de conjuntos.
Obs 3.49
Uma famı́lia de conjuntos X pode ser representada na forma
X = {Ai : i ∈ I } onde Ai é um conjunto e I é um conjunto de ı́ndices.
Por exemplo, se I = {1, 2, 3, 4}, então X = {A1 , A2 , A3 , A4 }.
Def 3.47
Chama-se famı́lia de conjuntos a um conjunto cujos elementos são
conjuntos.
Exe 3.48
Indique três famı́lias de conjuntos.
Obs 3.49
Uma famı́lia de conjuntos X pode ser representada na forma
X = {Ai : i ∈ I } onde Ai é um conjunto e I é um conjunto de ı́ndices.
Por exemplo, se I = {1, 2, 3, 4}, então X = {A1 , A2 , A3 , A4 }.
Obs 3.50
O conjunto das partes é um exemplo de uma famı́lia de conjuntos.
Def 3.51
Seja X = {Ai : i ∈ I } uma famı́lia de conjuntos. Chama-se união da
famı́lia X , que se representa por ∪X , ao conjunto formado pelos
elementos que pertencem pelo menos a um dos membros de X , ou seja,
def
[
∪X ≡ Ai = {x : ∃i ∈ I [x ∈ Ai ]}.
i∈I
Def 3.51
Seja X = {Ai : i ∈ I } uma famı́lia de conjuntos. Chama-se união da
famı́lia X , que se representa por ∪X , ao conjunto formado pelos
elementos que pertencem pelo menos a um dos membros de X , ou seja,
def
[
∪X ≡ Ai = {x : ∃i ∈ I [x ∈ Ai ]}.
i∈I
Exe 3.52
Seja X = {{1, 2, 3, 4}, {2, 4}, {1, 2, 4, 5}}. Determine ∪X .
Exe 3.53
S
Determine i∈N {−i, i}.
Def 3.54
Seja X = {Ai : i ∈ I } uma famı́lia de conjuntos. Chama-se interseção
da famı́lia X , que se representa por ∩X , ao conjunto formado pelos
elementos que pertencem simultaneamente a todos os elementos de X ,
ou seja,
def
\
∩X ≡ Ai = {x : ∀i ∈ I [x ∈ Ai ]}.
i∈I
Def 3.54
Seja X = {Ai : i ∈ I } uma famı́lia de conjuntos. Chama-se interseção
da famı́lia X , que se representa por ∩X , ao conjunto formado pelos
elementos que pertencem simultaneamente a todos os elementos de X ,
ou seja,
def
\
∩X ≡ Ai = {x : ∀i ∈ I [x ∈ Ai ]}.
i∈I
Exe 3.55
Seja X = {{1, 2, 3, 4}, {2, 4}, {1, 2, 4, 5}}. Determine ∩X .
Exe 3.56
S
Determine i∈N [−i, i[.
Def 3.57
Seja a famı́lia de conjuntos P = {Si : i ∈ I }. Diz-se que P é constituı́da
por conjuntos disjuntos dois a dois se a interseção de dois quaisquer
elementos distintos de P é o conjunto vazio, ou seja,
∀i, j ∈ I [i 6= j → Si ∩ Sj = ∅].
Exe 3.58
Indique se as seguintes famı́lias de conjuntos são constituı́das por
conjuntos disjuntos dois a dois:
(a) P1 = {{1, 2}, {2, 3, 4}, {6}}.
(b) P2 = {{1, 2}, {3, 4, 5}, {6}}.
(c) P3 = {Z− , {0}, Z+ }.
Def 3.59
Seja A um conjunto. Uma famı́lia de conjuntos P diz-se uma partição de
A se:
(i) todos os elementos de P são subconjuntos não vazios de A,
(ii) a união de P é A e
(iii) P é constituı́da por conjuntos disjuntos dois a dois.
Def 3.59
Seja A um conjunto. Uma famı́lia de conjuntos P diz-se uma partição de
A se:
(i) todos os elementos de P são subconjuntos não vazios de A,
(ii) a união de P é A e
(iii) P é constituı́da por conjuntos disjuntos dois a dois.
Obs 3.60
Pode-se dizer que uma partição de um conjunto é uma divisão desse
conjunto em subconjuntos não vazios disjuntos.
Exe 3.61
(a) Indique duas partições do conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5}.
(b) Indique duas partições do conjunto N.
(c) Indique duas partições do conjunto R.
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3 – Introdução à Teoria dos Conjuntos Aula 7T
Obs 3.62
(a) Os elementos de um conjunto não têm ordem (e.g., {a, b} = {b, a}),
mas muitas vezes é importante ter uma estrutura que seja uma coleção
ordenada de objetos. Quando se tem dois objetos, surge a noção de
“par ordenado”.
(b) O par ordenado poderia ser definido como uma entidade básica, mas
é possı́vel defini-lo com base em conjuntos, sendo assim possı́vel apre-
sentar as suas propriedades fundamentais não como axiomas mas
como resultados da teoria dos conjuntos.
Obs 3.62
(a) Os elementos de um conjunto não têm ordem (e.g., {a, b} = {b, a}),
mas muitas vezes é importante ter uma estrutura que seja uma coleção
ordenada de objetos. Quando se tem dois objetos, surge a noção de
“par ordenado”.
(b) O par ordenado poderia ser definido como uma entidade básica, mas
é possı́vel defini-lo com base em conjuntos, sendo assim possı́vel apre-
sentar as suas propriedades fundamentais não como axiomas mas
como resultados da teoria dos conjuntos.
Def 3.63
(Definição de Kuratowski) O par ordenado (a, b) é definido como o
conjunto {{a}, {a, b}}, dizendo-se que a é a sua primeira componente e
que b é a sua segunda componente.
Teo 3.64
(a, b) = (x, y ) sse a = x e b = y .
Teo 3.64
(a, b) = (x, y ) sse a = x e b = y .
Dem
(a) se a = x ∧ b = y então {{a}, {a, b}} = {{x}, {x, y }} trivial.
(b) {{a}, {a, b}} = {{x}, {x, y }} ⇒ a = x ∧ b = y .
(b.i) Se a = b: {{a}, {a, b}} = {{a}, {a, a}} = {{a}}. Logo {{a}} =
{{x}, {x, y }} implica a = x ∧ x = y , ou seja, a = x ∧ b = y .
(b.ii) Se a 6= b: {{a}, {a, b}} e {{x}, {x, y }} contêm exatamente um
conjunto com um elemento e um conjunto com 2 elementos.
Logo {a} = {x} e {a, b} = {x, y }. De a = x temos {a, b} =
{x, y }. Donde b = y .
Def 3.65
Seja n ∈ N tal que n ≥ 2. Chama-se n-uplo a
def
(a1 , . . . , an−1 , an ) = ((a1 , . . . , an−1 ), an ).
Def 3.65
Seja n ∈ N tal que n ≥ 2. Chama-se n-uplo a
def
(a1 , . . . , an−1 , an ) = ((a1 , . . . , an−1 ), an ).
Teo 3.66
(a1 , . . . , an ) = (b1 , b2 , . . . , bn ) sse a1 = b1 ∧ . . . ∧ an = bn .
Def 3.67
Sejam A e B conjuntos. Chama-se produto cartesiano de A e B, que se
representa por A × B, ao conjunto formado pelos pares ordenados tais
que a primeira componente é um elemento de A e a segunda componente
é um elemento de B, ou seja,
def
A × B = {(a, b) : a ∈ A ∧ b ∈ B}.
Exe 3.68
Sejam A = {1, 2, 3} e B = {a, b}. Determine:
(a) A × B e |A × B|.
(b) B × A e |B × A|.
Def 3.67
Sejam A e B conjuntos. Chama-se produto cartesiano de A e B, que se
representa por A × B, ao conjunto formado pelos pares ordenados tais
que a primeira componente é um elemento de A e a segunda componente
é um elemento de B, ou seja,
def
A × B = {(a, b) : a ∈ A ∧ b ∈ B}.
Exe 3.68
Sejam A = {1, 2, 3} e B = {a, b}. Determine:
(a) A × B e |A × B|.
(b) B × A e |B × A|.
Obs 3.69
Note-se que se A e B são conjuntos não vazios tais que A 6= B, então
A × B 6= B × A.
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3 – Introdução à Teoria dos Conjuntos Aula 7T
Def 3.70
(a) Sejam n ∈ N e A1 , . . . , An conjuntos. Chama-se produto cartesiano
de A1 , . . . , An , que se representa por A1 × · · · × An , ao conjunto
formado pelos n-uplos tais que a i-ésima componente é um elemento
de Ai , ou seja,
def
A1 × · · · × An = {(a1 , . . . , an ) : ∀i ∈ {1, . . . , n} [ai ∈ Ai ]}.
Def 3.70
(a) Sejam n ∈ N e A1 , . . . , An conjuntos. Chama-se produto cartesiano
de A1 , . . . , An , que se representa por A1 × · · · × An , ao conjunto
formado pelos n-uplos tais que a i-ésima componente é um elemento
de Ai , ou seja,
def
A1 × · · · × An = {(a1 , . . . , an ) : ∀i ∈ {1, . . . , n} [ai ∈ Ai ]}.
identificando-se A1 com A.
Exe 3.71
Sejam A = {1, 2}, B = {a, b} e C = {α}. Determine:
(a) A × B × C e |A × B × C |.
(b) B 2 e |B 2 |.
(c) B 3 e |B 3 |.
Obs 3.72
Nos exercı́cios anteriores, terá sido coincidência
|A × B × C | = |A| × |B| × |C |, |B 2 | = |B|2 e |B 3 | = |B|3 ? O teorema
que se segue diz que não.
Teo 3.73
(a) Sejam A1 , . . . , An conjuntos finitos. Então, |A1 × · · · × An | = |A1 | ×
· · · × |An |.
(b) Seja A um conjunto finito. Então, |An | = |A|n .
Teo 3.74
Sejam A, X e Y conjuntos. Então:
(a) A × (X ∩ (b) (X ∩ Y ) × (c) A × (X ∪ (d) (X ∪ Y ) ×
Y ) = (A × A = (X × Y ) = (A × A = (X ×
X ) ∩ (A × A) ∩ (Y × X ) ∪ (A × A) ∪ (Y ×
Y ). A). Y ). A).
Exe 3.75
Demonstre a alı́nea (a) do teorema anterior.
Def 4.1
(a) Sejam A e B conjuntos. Diz-se que R é uma relação binária de A
em B se R ⊆ A × B.
Def 4.1
(a) Sejam A e B conjuntos. Diz-se que R é uma relação binária de A
em B se R ⊆ A × B.
(b) Seja A um conjunto. Diz-se que R é uma relação binária em A se
R ⊆ A2 (≡ A × A).
Def 4.1
(a) Sejam A e B conjuntos. Diz-se que R é uma relação binária de A
em B se R ⊆ A × B.
(b) Seja A um conjunto. Diz-se que R é uma relação binária em A se
R ⊆ A2 (≡ A × A).
Obs 4.2
Não confundir R com R.
Def 4.1
(a) Sejam A e B conjuntos. Diz-se que R é uma relação binária de A
em B se R ⊆ A × B.
(b) Seja A um conjunto. Diz-se que R é uma relação binária em A se
R ⊆ A2 (≡ A × A).
Obs 4.2
Não confundir R com R.
Def 4.3
Sejam R uma relação binária de A em B, a ∈ A e b ∈ B.
(a) Se (a, b) ∈ R, então diz-se que a é R-relacionado com b e escreve-se
a R b.
Def 4.1
(a) Sejam A e B conjuntos. Diz-se que R é uma relação binária de A
em B se R ⊆ A × B.
(b) Seja A um conjunto. Diz-se que R é uma relação binária em A se
R ⊆ A2 (≡ A × A).
Obs 4.2
Não confundir R com R.
Def 4.3
Sejam R uma relação binária de A em B, a ∈ A e b ∈ B.
(a) Se (a, b) ∈ R, então diz-se que a é R-relacionado com b e escreve-se
a R b.
(b) Se (a, b) ∈
/ R, então diz-se que a não é R-relacionado com b e escreve-
/ b.
se a R
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4 – Relações Binárias Aula 8T
Exe 4.4
Sejam os conjuntos A = {1, 2}, B = {a, b, c}, R = {(1, b), (2, c)},
S = {(b, 1), (c, 2)} e T = {(1, 2), (2, 2)}. Indique o valor lógico das
seguintes proposições:
(a) R é uma relação binária de A em B.
(b) S é uma relação binária de A em B.
(c) S é uma relação binária de B em A.
(d) T é uma relação binária em A.
Exe 4.5
Sejam a função proposicional P(x, y ): “x ≤ y ” e o conjunto
R = {(x, y ) ∈ N2 : P(x, y )}. Indique o valor lógico da proposição “R é
uma relação binária em N.”
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4 – Relações Binárias Aula 8T
Exe 4.6
Seja R a relação binária em A = {2, 3, 4, 6} definida por n R m sse n
divide m. Indique qual das seguintes hipóteses é uma proposição
verdadeira:
A |R| = 5.
B |R| = 6.
C |R| = 7.
D Nenhuma das anteriores.
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4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.7
Seja A um conjunto.
(a) Chama-se relação binária universal em A, que se representa por ∇A
e que se lê “nabla A”, à relação binária
def
∇A = A2 (= A × A = {(a1 , a2 ) : a1 , a2 ∈ A}).
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 102 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.7
Seja A um conjunto.
(a) Chama-se relação binária universal em A, que se representa por ∇A
e que se lê “nabla A”, à relação binária
def
∇A = A2 (= A × A = {(a1 , a2 ) : a1 , a2 ∈ A}).
Exe 4.8
Seja o conjunto A = {α, β}.
(a) Indique a relação binária universal em A.
(b) Indique a relação binária identidade em A.
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4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.9
Seja R uma relação binária de A em B.
(a) Chama-se conjunto de partida de R ao conjunto A.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 103 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.9
Seja R uma relação binária de A em B.
(a) Chama-se conjunto de partida de R ao conjunto A.
(b) Chama-se domı́nio de R, que se representa por Dom(R), ao conjunto
de todos os primeiros elementos dos pares ordenados que pertencem
a R, ou seja,
def
Dom(R) = {a ∈ A : ∃b ∈ B [a R b]}.
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4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.9
Seja R uma relação binária de A em B.
(a) Chama-se conjunto de partida de R ao conjunto A.
(b) Chama-se domı́nio de R, que se representa por Dom(R), ao conjunto
de todos os primeiros elementos dos pares ordenados que pertencem
a R, ou seja,
def
Dom(R) = {a ∈ A : ∃b ∈ B [a R b]}.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 103 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.9
Seja R uma relação binária de A em B.
(a) Chama-se conjunto de partida de R ao conjunto A.
(b) Chama-se domı́nio de R, que se representa por Dom(R), ao conjunto
de todos os primeiros elementos dos pares ordenados que pertencem
a R, ou seja,
def
Dom(R) = {a ∈ A : ∃b ∈ B [a R b]}.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 103 / 191
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Exe 4.10
Sejam o conjunto A = {1, 2, 3} e a relação binária R = {(1, 2), (1, 3)}
em A. Calcule:
(a) Dom(R).
(b) Im(R).
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 104 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Exe 4.10
Sejam o conjunto A = {1, 2, 3} e a relação binária R = {(1, 2), (1, 3)}
em A. Calcule:
(a) Dom(R).
(b) Im(R).
Exe 4.11
Seja R a relação binária em N dada por a R b sse a = 3b. Calcule:
(a) Dom(R).
(b) Im(R).
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 104 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Exe 4.10
Sejam o conjunto A = {1, 2, 3} e a relação binária R = {(1, 2), (1, 3)}
em A. Calcule:
(a) Dom(R).
(b) Im(R).
Exe 4.11
Seja R a relação binária em N dada por a R b sse a = 3b. Calcule:
(a) Dom(R).
(b) Im(R).
Obs 4.12
Seja R uma relação binária de A em B. Então, Dom(R) ⊆ A e
Im(R) ⊆ B.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 104 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.13
Sejam A e B conjuntos finitos e R uma relação binária de A em B.
Então, R pode ser ilustrada por um digrafo (a definição rigorosa de
digrafo será dada no capı́tulo 6), representando os elementos de A e de B
e ligando o elemento x ∈ A ao elemento y ∈ B através de uma seta de x
para y se x R y . Assim, o digrafo da relação binária
R = {(α, 1), (α, 2), (β, 2)} de A = {α, β} em B = {1, 2, 3} é:
R
α 1
β 3
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 105 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.13
Sejam A e B conjuntos finitos e R uma relação binária de A em B.
Então, R pode ser ilustrada por um digrafo (a definição rigorosa de
digrafo será dada no capı́tulo 6), representando os elementos de A e de B
e ligando o elemento x ∈ A ao elemento y ∈ B através de uma seta de x
para y se x R y . Assim, o digrafo da relação binária
R = {(α, 1), (α, 2), (β, 2)} de A = {α, β} em B = {1, 2, 3} é:
R
α 1
β 3
Exe 4.14
Seja R a relação binária de A = {1, 2, 4} em B = {1, 3, 4, 8} definida por
a R b sse a divide b. Represente o digrafo de R.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 105 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.15
Sejam A um conjunto finito e R uma relação binária em A. Então, R também
pode ser ilustrada por um digrafo, representando apenas os elementos de A e
ligando o elemento x ∈ A ao elemento y ∈ A através de uma seta de x para y
se x R y . Assim, a relação binária R = {(1, 1), (1, 3), (3, 3)} em A = {1, 2, 3}
pode ser representada através dos seguintes digrafos:
R R
1 1
3
2 2
ou
3 3 1 2
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 106 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.15
Sejam A um conjunto finito e R uma relação binária em A. Então, R também
pode ser ilustrada por um digrafo, representando apenas os elementos de A e
ligando o elemento x ∈ A ao elemento y ∈ A através de uma seta de x para y
se x R y . Assim, a relação binária R = {(1, 1), (1, 3), (3, 3)} em A = {1, 2, 3}
pode ser representada através dos seguintes digrafos:
R R
1 1
3
2 2
ou
3 3 1 2
Exe 4.16
Seja R a relação binária em A = {1, 2, 3, 4} definida por a R b sse a divide b.
Represente o digrafo de R.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 106 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.17
Uma relação binária de A = {a1 , a2 , . . . , an } em B = {b1 , b2 , . . . , bm }
pode também ser representada sob a forma de uma matriz de
adjacência de n linhas e m colunas. A entrada (i, j) da matriz é
preenchida com um 1 se ai Rbj e com um 0 caso contrário.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 107 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.17
Uma relação binária de A = {a1 , a2 , . . . , an } em B = {b1 , b2 , . . . , bm }
pode também ser representada sob a forma de uma matriz de
adjacência de n linhas e m colunas. A entrada (i, j) da matriz é
preenchida com um 1 se ai Rbj e com um 0 caso contrário.
Exe 4.18
Seja R a relação binária de A = {1, 2, 4} em B = {1, 3, 4, 8} definida por
a R b sse a divide b. Indique a matriz de adjacência de R.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 107 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.19
Seja R uma relação binária de A em B. Chama-se relação binária
inversa de R, que se representa por R −1 , a
def
R −1 = {(y , x) ∈ B × A : x R y }.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 108 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.19
Seja R uma relação binária de A em B. Chama-se relação binária
inversa de R, que se representa por R −1 , a
def
R −1 = {(y , x) ∈ B × A : x R y }.
Exe 4.20
Sejam o conjunto A = {a, b, c} e a relação binária
R = {(a, a), (a, b), (b, b)} em A.
(a) Descreva por extensão R −1 .
(b) Represente os digrafos de R e R −1 .
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 108 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.21
Sejam R e S relações binárias.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 109 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.21
Sejam R e S relações binárias.
(a) Dom R −1 = Im(R).
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 109 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.21
Sejam R e S relações binárias.
(a) Dom R −1 = Im(R).
(b) Im R −1 = Dom(R).
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 109 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.21
Sejam R e S relações binárias.
(a) Dom R −1 = Im(R).
(b) Im R −1 = Dom(R).
−1
(c) (R)−1 = R.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 109 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.21
Sejam R e S relações binárias.
(a) Dom R −1 = Im(R).
(b) Im R −1 = Dom(R).
−1
(c) (R)−1 = R.
(d) Sejam MR e MR −1 as matrizes de adjacência de R e R −1 , respetiva-
mente. Então, MR −1 = MRT .
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 109 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.21
Sejam R e S relações binárias.
(a) Dom R −1 = Im(R).
(b) Im R −1 = Dom(R).
−1
(c) (R)−1 = R.
(d) Sejam MR e MR −1 as matrizes de adjacência de R e R −1 , respetiva-
mente. Então, MR −1 = MRT .
(e) Se R ⊆ S então R −1 ⊆ S −1 .
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 109 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.22
Sejam R uma relação binária de A em B e S uma relação binária de B
em C . Chama-se relação binária composta de R e S, que se representa
por S ◦ R, à relação binária de A em C dada por
def
S ◦ R = {(x, z) ∈ A × C : ∃y ∈ B [x R y ∧ y S z]}.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 110 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.22
Sejam R uma relação binária de A em B e S uma relação binária de B
em C . Chama-se relação binária composta de R e S, que se representa
por S ◦ R, à relação binária de A em C dada por
def
S ◦ R = {(x, z) ∈ A × C : ∃y ∈ B [x R y ∧ y S z]}.
Obs 4.23
S ◦ R também se pode ler “S após R.”
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 110 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.22
Sejam R uma relação binária de A em B e S uma relação binária de B
em C . Chama-se relação binária composta de R e S, que se representa
por S ◦ R, à relação binária de A em C dada por
def
S ◦ R = {(x, z) ∈ A × C : ∃y ∈ B [x R y ∧ y S z]}.
Obs 4.23
S ◦ R também se pode ler “S após R.”
Exe 4.24
Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3}, B = {α, β, γ} e C = {i, j, k, l} e as
relações binárias R = {(1, α), (2, β), (3, β)} de A em B e
S = {(α, j), (γ, k)} de B em C . Descreva por extensão S ◦ R.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 110 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.25
Seja R uma relação binária em A. Então:
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 111 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.25
Seja R uma relação binária em A. Então:
def
(a) R 2 = R ◦ R.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 111 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.25
Seja R uma relação binária em A. Então:
def
(a) R 2 = R ◦ R.
def
(b) seja n ∈ N − {1, 2}. Então, R n = R ◦ R n−1 .
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 111 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.25
Seja R uma relação binária em A. Então:
def
(a) R 2 = R ◦ R.
def
(b) seja n ∈ N − {1, 2}. Então, R n = R ◦ R n−1 .
Exe 4.26
Seja a relação binária T = {(a, b), (b, c), (c, a), (c, c)} em
F = {a, b, c, d}. Descreva por extensão T 2 = T ◦ T .
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 111 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.27
Sejam R, S e T relações binárias. Então:
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 112 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.27
Sejam R, S e T relações binárias. Então:
(a) Dom(S ◦ R) ⊆ Dom(R).
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 112 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.27
Sejam R, S e T relações binárias. Então:
(a) Dom(S ◦ R) ⊆ Dom(R).
(b) Im(S ◦ R) ⊆ Im(S).
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 112 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.27
Sejam R, S e T relações binárias. Então:
(a) Dom(S ◦ R) ⊆ Dom(R).
(b) Im(S ◦ R) ⊆ Im(S).
(c) (T ◦ S) ◦ R = T ◦ (S ◦ R).
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 112 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.27
Sejam R, S e T relações binárias. Então:
(a) Dom(S ◦ R) ⊆ Dom(R).
(b) Im(S ◦ R) ⊆ Im(S).
(c) (T ◦ S) ◦ R = T ◦ (S ◦ R).
(d) (S ◦ R)−1 = R −1 ◦ S −1 .
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 112 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Teo 4.27
Sejam R, S e T relações binárias. Então:
(a) Dom(S ◦ R) ⊆ Dom(R).
(b) Im(S ◦ R) ⊆ Im(S).
(c) (T ◦ S) ◦ R = T ◦ (S ◦ R).
(d) (S ◦ R)−1 = R −1 ◦ S −1 .
(e) Se R ⊆ S, então T ◦ R ⊆ T ◦ S e R ◦ T ⊆ S ◦ T .
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 112 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Def 4.28
Seja R uma relação binária em A. R diz-se reflexiva se
∀x ∈ A [x R x].
Obs 4.29
Seja R uma relação binária em A.
(a) Mostrar que R é reflexiva é admitir que x ∈ A e mostrar que x R x.
(b) Se R está representada através de um digrafo, mostrar que R é refle-
xiva é equivalente a mostrar que no digrafo todos os elementos de A
têm lacete.
(c) Se R está representada através de uma matriz de adjacência, mostrar
que R é reflexiva é equivalente a mostrar que todos os elementos da
diagonal da matriz de adjacência têm o valor 1.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 113 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Exe 4.30
Seja R a relação binária em N definida por m R n sse m divide n. Mostre
que R é reflexiva.
Exe 4.31
Considere a relação binária R = {(1, 1), (2, 2), (2, 1), (2, 3), (3, 3)} em
A = {1, 2, 3}. Represente o seu digrafo e mostre que é reflexiva.
Exe 4.32
Considere a relação binária R = {(1, 1), (2, 2), (2, 1), (2, 3), (3, 3)} em
A = {1, 2, 3}. Represente a sua matriz de adjacência e mostre que é
reflexiva.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 114 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Obs 4.33
Seja R uma relação binária em A.
(a) R não é reflexiva se
/ x].
¬ (∀x ∈ A [x R x]) ⇔ ∃x ∈ A [x R
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 115 / 191
4 – Relações Binárias Aula 8T
Exe 4.34
Seja R a relação binária em N definida por m R n sse m < n. Mostre que
R não é reflexiva.
Exe 4.35
Considere a relação binária R = {(1, 1), (2, 2), (2, 1), (2, 3), (3, 2)} em
A = {1, 2, 3}. Represente o seu digrafo e mostre que não é reflexiva.
Exe 4.36
Considere a relação binária R = {(1, 1), (2, 2), (2, 1), (2, 3), (3, 2)} em
A = {1, 2, 3}. Represente a sua matriz de adjacência e mostre que não é
reflexiva.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 116 / 191
Índice
1 Elementos de Lógica Matemática
Aula 1T
Aula 2T
Aula 3T
Aula 4T
2 Indução nos Naturais
Aula 5T
3 Introdução à Teoria dos Conjuntos
Aula 6T
Aula 7T
4 Relações Binárias
Aula 8T
Aula 9T
Aula 10T
5 Funções
Aula 11T
6 Grafos
Aula 12T
4 – Relações Binárias Aula 9T
Def 4.37
Seja R uma relação binária em A. R diz-se simétrica se
∀x, y ∈ A [x R y → y R x].
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 117 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Def 4.37
Seja R uma relação binária em A. R diz-se simétrica se
∀x, y ∈ A [x R y → y R x].
Obs 4.38
Seja R uma relação binária em A.
(a) Mostrar que R é simétrica é admitir que x, y ∈ A tais que x R y e
mostrar que y R x.
(b) Se R está representada através de um digrafo, mostrar que R é simé-
trica é equivalente a mostrar que no digrafo todas as setas que ligam
dois elementos distintos são bidirecionais.
(c) Se R está representada através de uma matriz de adjacência, mostrar
que R é simétrica é equivalente a mostrar que a matriz de adjacência
é simétrica.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 117 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Exe 4.39
Seja R a relação binária em R definida por x R y sse xy ≥ 2. Mostre que
R é simétrica.
Exe 4.40
Considere a relação binária R = {(1, 1), (1, 2), (2, 1)} em A = {1, 2, 3}.
Represente o seu digrafo e mostre que é simétrica.
Exe 4.41
Considere a relação binária R = {(1, 1), (2, 2)} em A = {1, 2, 3}.
Represente o seu digrafo e mostre que é simétrica.
Exe 4.42
Considere a relação binária R = {(1, 1), (1, 2), (2, 1)} em A = {1, 2, 3}.
Represente a sua matriz de adjacência e mostre que é simétrica.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 118 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Obs 4.43
Seja R uma relação binária em A.
(a) R não é simétrica se
/ x].
¬ (∀x, y ∈ A [x R y → y R x]) ⇔ ∃x, y ∈ A [x R y ∧ y R
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 119 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Exe 4.44
Seja R a relação binária em N definida por m R n sse m < n. Mostre que
R não é simétrica.
Exe 4.45
Considere a relação binária R = {(1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 3)} em
A = {1, 2, 3}. Represente o seu digrafo e mostre que não é simétrica.
Exe 4.46
Considere a relação binária R = {(1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 3)} em
A = {1, 2, 3}. Represente a sua matriz de adjacência e mostre que não é
simétrica.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 120 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Def 4.47
Seja R uma relação binária em A. R diz-se antissimétrica se
∀x, y ∈ A [x R y ∧ y R x → x = y ].
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 121 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Def 4.47
Seja R uma relação binária em A. R diz-se antissimétrica se
∀x, y ∈ A [x R y ∧ y R x → x = y ].
Obs 4.48
Seja R uma relação binária em A.
(a) Mostrar que R é antissimétrica é admitir que x, y ∈ A tais que x R y
e que y R x e mostrar que x = y .
(b) Se R está representada através de um digrafo, mostrar que R é an-
tissimétrica é equivalente a mostrar que no digrafo não existem setas
bidirecionais a ligar dois elementos distintos.
(c) Se R está representada através de uma matriz de adjacência, mos-
trar que R é antissimétrica é equivalente a mostrar que na matriz de
adjacência as entradas (i, j) e (j, i), i 6= j, não são ambas 1.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 121 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Exe 4.49
Seja R uma relação binária em N definida por m R n sse m ≤ n. Mostre
que R é antissimétrica.
Exe 4.50
Considere a relação binária R = {(1, 1), (1, 2)} em A = {1, 2, 3}.
Represente o seu digrafo e mostre que é antissimétrica.
Exe 4.51
Considere a relação binária R = {(1, 1), (1, 2)} em A = {1, 2, 3}.
Represente a sua matriz de adjacência e mostre que é antissimétrica.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 122 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Obs 4.52
Seja R uma relação binária em A.
(a) R não é antissimétrica se
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 123 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Exe 4.53
Seja R uma relação binária em N definida por m R n sse m + n = 1000.
Mostre que R não é antissimétrica.
Exe 4.54
Considere a relação binária R = {(1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 2)} em
A = {1, 2, 3}. Represente o seu digrafo e mostre que não é
antissimétrica.
Exe 4.55
Considere a relação binária R = {(1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 2)} em
A = {1, 2, 3}. Represente a sua matriz de adjacência e mostre que não é
antissimétrica.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 124 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Def 4.56
Seja R uma relação binária em A. R diz-se transitiva se
∀x, y , z ∈ A [x R y ∧ y R z → x R z].
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 125 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Def 4.56
Seja R uma relação binária em A. R diz-se transitiva se
∀x, y , z ∈ A [x R y ∧ y R z → x R z].
Obs 4.57
Seja R uma relação binária em A.
(a) Mostrar que R é transitiva é admitir que x, y , z ∈ A tais que x R y e
y R z e mostrar que x R z.
(b) Se R está representada através de um digrafo ou de uma matriz de
adjacência, não há uma maneira imediata de verificar se R é transitiva.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 125 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Exe 4.58
Seja R a relação binária em N definida por m R n sse m ≤ n. Mostre que
R é transitiva.
Exe 4.59
Considere a relação binária R = {(1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 2)} em
A = {1, 2, 3}. Mostre que R é transitiva.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 126 / 191
4 – Relações Binárias Aula 9T
Obs 4.60
Seja R uma relação binária em A.
(a) R não é transitiva se
¬ (∀x, y , z ∈ A [x R y ∧ y R z → x R z]) ⇔
/ z].
∃x, y , z ∈ A [x R y ∧ y R z ∧ x R
Exe 4.61
Seja R a relação binária em N definida por m R n sse m + n é um número
ı́mpar. Mostre que R não é transitiva.
Exe 4.62
Considere a relação binária R = {(1, 1), (1, 2), (2, 1)} em A = {1, 2, 3}.
Mostre que R não é transitiva.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 127 / 191
Índice
1 Elementos de Lógica Matemática
Aula 1T
Aula 2T
Aula 3T
Aula 4T
2 Indução nos Naturais
Aula 5T
3 Introdução à Teoria dos Conjuntos
Aula 6T
Aula 7T
4 Relações Binárias
Aula 8T
Aula 9T
Aula 10T
5 Funções
Aula 11T
6 Grafos
Aula 12T
4 – Relações Binárias Aula 10T
Def 4.63
Seja ρ uma relação binária em A. Diz-se que ρ é uma relação de
equivalência (em A) se for reflexiva, simétrica e transitiva.
Exe 4.64
Seja ρ = {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (1, 2), (2, 1), (1, 3), (3, 1), (2, 3), (3, 2),
(4, 4), (5, 5), (4, 5), (5, 4), (6, 6)} a relação binária definida em
A = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Mostre que ρ é uma relação de equivalência.
Exe 4.65
Seja ρ é a relação binária definida em R por x ρ y sse x 2 = y 2 . Mostre
que ρ é uma relação de equivalência.
Exe 4.66
Seja ρ a relação binária definida em A = N2 por (a, b) ρ (c, d) sse
a + d = b + c. Mostre que ρ é uma relação de equivalência.
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4 – Relações Binárias Aula 10T
Def 4.67
Sejam ρ uma relação de equivalência em A e x ∈ A.
(a) Chama-se classe de equivalência de x, que se representa por [x]ρ ,
ao conjunto de todos os elementos de A que são ρ-relacionados com
x, ou seja,
def
[x]ρ = {y ∈ A : x ρ y }.
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4 – Relações Binárias Aula 10T
Exe 4.68
Seja ρ = {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (1, 2), (2, 1), (1, 3), (3, 1), (2, 3), (3, 2),
(4, 4), (5, 5), (4, 5), (5, 4), (6, 6)} a relação de equivalência definida em
A = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
(a) Determine as classes de equivalência de ρ.
(b) Determine o conjunto quociente de ρ.
Exe 4.69
Seja ρ a relação de equivalência definida em R por x ρ y sse x 2 = y 2 .
(a) Determine as classes de equivalência de ρ.
(b) Determine o conjunto quociente de ρ.
Exe 4.70
Seja ρ a relação de equivalência definida em A = N2 por (a, b) ρ (c, d) sse
a + d = b + c. Determine as classes de equivalência de (1, 1) e (1, 3).
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4 – Relações Binárias Aula 10T
Obs 4.71
Dos exemplos anteriores podemos notar que:
(a) Cada classe de equivalência é sempre não vazia.
(b) Duas classes de equivalência ou são iguais, ou são disjuntas.
(c) A reunião das classes de equivalência é o conjunto em que a relação
binária está definida.
De facto estas propriedades verificam-se para as classes de equivalência
de qualquer relação de equivalência como o seguinte teorema indica:
Teo 4.72
Seja ρ uma relação de equivalência em A. Então:
(a) ∀a ∈ A [ [a]ρ 6= ∅].
(b) ∀a, b ∈ A [ [a]ρ = [b]ρ ∨ [a]ρ ∩ [b]ρ = ∅].
(c) ∪A/ρ = A.
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4 – Relações Binárias Aula 10T
Obs 4.73
Seja ρ uma relação de equivalência em A.
(a) O teorema anterior indica que o conjunto quociente constitui uma
partição de A.
(b) [x]ρ = [y ]ρ sse x ρ y .
Exe 4.74
Verifique que os conjuntos quociente dos exercı́cios Exe 4.69 e Exe 4.68
são partições dos conjuntos onde as relações estão definidas.
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4 – Relações Binárias Aula 10T
Def 4.75
(a) Seja σ uma relação binária em A. Diz-se que σ é uma relação de
ordem parcial (em A) se for reflexiva, antissimétrica e transitiva.
(b) Sejam A um conjunto não vazio e σ uma relação binária de ordem
parcial em A. Ao par ordenado (A, σ) chama-se um conjunto parci-
almente ordenado, que se costuma abreviar para cpo.
Exe 4.76
Seja σ a relação binária definida em R por x σ y sse x ≤ y . Mostre que
(R, σ) é um cpo.
Exe 4.77
Sejam X uma famı́lia de conjuntos não vazia e σ a relação binária
definida em X por A σ B sse A ⊆ B. Mostre que (X , σ) é um cpo.
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4 – Relações Binárias Aula 10T
Obs 4.78
(a) Sejam A um conjunto finito e (A, σ) um cpo. Neste caso, a represen-
tação gráfica do cpo (A, σ) pode ser simplificada através das seguintes
regras:
(i) eliminação dos arcos que podem ser obtidos por reflexividade,
(ii) eliminação dos arcos que podem ser obtidos por transitividade e
(iii) eliminação das setas dos arcos respeitando a convenção de que no
arco associado ao par x σ y o elemento y fica acima do elemento
x.
A esta representação gráfica chama-se diagrama de Hasse do cpo
(A, σ).
(b) É sempre possı́vel reconstruir a relação binária a partir do diagrama
de Hasse: x σ x pois a relação binária é reflexiva e se x 6= y então
x σ y se e só se existe uma sequência de linhas crescentes que ligam
x e y.
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4 – Relações Binárias Aula 10T
Exe 4.79
Sejam A = {1, 2, 3, 4} e σ a relação binária definida em A por a σ b sse
a ≤ b.
(a) Mostre que (A, σ) é um cpo.
(b) Represente o diagrama de Hasse do cpo (A, σ).
Exe 4.80
Sejam X = {1, 2, 3} e σ a relação binária definida em P(X ) por A σ B
sse A ⊆ B.
(a) Mostre que (P(X ), σ) é um cpo.
(b) Represente o diagrama de Hasse do cpo (P(X ), σ).
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Índice
1 Elementos de Lógica Matemática
Aula 1T
Aula 2T
Aula 3T
Aula 4T
2 Indução nos Naturais
Aula 5T
3 Introdução à Teoria dos Conjuntos
Aula 6T
Aula 7T
4 Relações Binárias
Aula 8T
Aula 9T
Aula 10T
5 Funções
Aula 11T
6 Grafos
Aula 12T
5 – Funções Aula 11T
Sumário
1 Definições básicas
2 Igualdade de funções
3 Imagem e pré-imagem
4 Função composta
5 Funções invertı́veis
6 Funções injectivas, sobrejectivas, bijectivas
7 Função inversa
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5 – Funções Aula 11T
Def 5.1
Seja R uma relação binária de A em B. R diz-se uma relação binária
total se
∀x ∈ A, ∃y ∈ B [x R y ].
Obs 5.2
Seja R uma relação binária de A em B.
(a) Se R está representada através de um digrafo, mostrar que R é uma
relação binária total é equivalente a mostrar que, no digrafo, a partir
de cada elemento de A parte pelo menos uma seta.
(b) R não é uma relação binária total se
/ y ].
¬(∀x ∈ A, ∃y ∈ B [x R y ]) ≡ ∃x ∈ A, ∀y ∈ B [x R
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5 – Funções Aula 11T
Exe 5.3
Sejam A = {1, 2, 3} e B = {u, v , w }. Indique se as seguintes relações
binárias de A em B dadas através do seu digrafo são relações binárias
totais:
R1 R2 R3 R4
1 u 1 u 1 u 1 u
2 v 2 v 2 v 2 v
3 w 3 w 3 w 3 w
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5 – Funções Aula 11T
Def 5.4
Seja R uma relação binária de A em B. R diz-se uma relação binária
unı́voca se
∀x, y , y 0 ∈ A [x R y ∧ x R y 0 → y = y 0 ].
Obs 5.5
Seja R uma relação binária de A em B.
(a) Se R está representada através de um digrafo, mostrar que R é uma
relação binária unı́voca é equivalente a mostrar que, no digrafo, a
partir de cada elemento de A parte no máximo uma seta.
(b) R não é uma relação binária unı́voca se
¬(∀x, y , y 0 ∈ A [x R y ∧ x R y 0 → y = y 0 ]) ≡
∃x, y , y 0 ∈ A [x R y ∧ x R y 0 ∧ y 6= y 0 ].
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5 – Funções Aula 11T
Exe 5.6
Indique se as relações binárias de A em B dadas no exercı́cio Exe 5.3 são
relações binárias unı́vocas.
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5 – Funções Aula 11T
Def 5.7
Seja R uma relação binária de A em B. R diz-se uma função de A em
B, o que se representa por R : A → B, se R é uma relação binária total e
unı́voca. Nesse caso, A (resp. B) diz-se o conjunto de partida (resp.
conjunto de chegada) de R. Representa-se por B A o conjunto de todas
as funções de A em B.
Obs 5.8
Seja R uma relação binária de A em B.
(a) Se R está representada através de um digrafo, mostrar que R é uma
função de A em B é equivalente a mostrar que, no digrafo, a partir
de cada elemento de A parte uma e uma só seta.
(b) Se R está representada através de um digrafo, mostrar que R não é
uma função de A em B é equivalente a mostrar que, no digrafo, existe
pelo menos um elemento de A a partir do qual ou não parte uma seta,
ou partem mais do que uma setas.
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5 – Funções Aula 11T
Exe 5.9
Indique se as relações binárias de A em B dadas no exercı́cio Exe 5.3 são
funções de A em B.
Exe 5.10
Indique se a relação binária R definida de A = {1, 2} em P(A) por a R B
sse a ∈ B é uma função de A em P(A).
Obs 5.11
(a) As letras f , g e h possivelmente com ı́ndices são habituais para re-
presentar funções, em vez de R.
(b) As funções, como relações binárias que são, podem ser representadas
através de um digrafo, no caso dos conjuntos de partida e chegada
serem finitos.
Exe 5.12
Dê vários exemplos de funções.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 142 / 191
5 – Funções Aula 11T
Obs 5.13
Seja A um conjunto. A relação identidade em A é uma função de A em
A, que se diz a função identidade em A, e se representa por idA .
Exe 5.14
(a) Represente a função identidade em X = {1, 2, 3}.
(b) Represente a função identidade em N.
Exe 5.15
A relação universal em A é uma função?
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5 – Funções Aula 11T
Def 5.16
Sejam f uma função de A em B e x ∈ A. A imagem de x por f , ou o
valor de f em x, é o único elemento y ∈ B tal que (x, y ) ∈ f , e
denota-se por f (x).
Obs 5.17
(x, y ) ∈ f sse y = f (x).
Obs 5.18
Seja f uma função de A em B.
(a) Cada elemento de A tem uma única imagem por f :
∀x ∈ A, ∃1 y ∈ B [y = f (x)].
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5 – Funções Aula 11T
Obs 5.19
(a) Para defininir uma função f de A em B, basta especificar f (x) ∈ B,
para cada x ∈ A. A relação binária f fica determinada pela igualdade
(∗) da Obs 18.
(b) A especificação de f (x) ∈ B, para cada x ∈ A, é feita muitas vezes
através de uma “expressão analı́tica” E , escrevendo
f (x) = E
ou
x 7→ E .
Exe 5.20
(a) Seja A um conjunto. A função identidade em A é a função idA : A →
A tal que idA (x) = x.
(b) A função de N em N tal que n 7→ n + 1.
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5 – Funções Aula 11T
Def 5.21
Sejam as funções f de A em B e g de C em D. Diz-se que f e g são
funções iguais, que se representa por f = g , se
(i) A = C ,
(ii) B = D e
(iii) ∀x ∈ A [f (x) = g (x)].
Exe 5.22
Sejam as funções f : Z → Z, g : Z →nZ, h : Z → Q e k : Q → Q
x, se x ≥ 0
definidas, respetivamente, por f (x) = −x, se x < 0 , g (x) = |x| e
h(x) = k(x) = |x|. Indique o valor lógico das seguintes proposições:
(a) f = g . (b) g 6= h. (c) g 6= k. (d) h 6= k.
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5 – Funções Aula 11T
Obs 5.23
As funções, como relações binárias que são, herdam todas as definições
que se fizeram aquando do estudo das relações binárias (domı́nio,
imagem, operações de inversão e composição).
Obs 5.24
Seja a função f : A → B. Então, Dom(f ) = A. Portanto, o conceito
relacional de domı́nio, aplicado a uma função f , corresponde ao conceito
de conjunto de partida.
Def 5.25
Sejam a função f : A → B e C um subconjunto de A.
(a) O conjunto {y ∈ B : ∃x ∈ C [y = f (x)]} chama-se imagem de C
por f , e representa por f → (C ) ou {f (x)|x ∈ C }.
(b) Caso particular C = A: f → (A) diz-se o contradomı́nio de f . Note-se
f → (A) = Im(f ).
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5 – Funções Aula 11T
Exe 5.26
Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {a, b, c, d} e a função f : A → B
dada através do digrafo
f
1 a
2 b
3 c
d
Determine:
(a) f → ({1, 2}). (b) f → (A).
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5 – Funções Aula 11T
Def 5.27
Sejam a função f : A → B e D um subconjunto de B. Chama-se
imagem inversa de D por f , que se representa por f ← (D), a
def
f ← (D) = {x ∈ A : f (x) ∈ D}.
Exe 5.28
Seja f a funçao dada no exercı́cio Exe 5.26. Determine:
(a) f ← ({a}). (c) f ← ({a, b, c}).
(b) f ← ({a, b}). (d) f ← (B).
Obs 5.29
Seja a função f : A → B. Então, f ← (B) = A = Dom(f ).
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5 – Funções Aula 11T
Exe 5.30
Seja a função f : R → R, f (x) = x 2 + 1. Indique qual das seguintes
hipóteses é uma proposição verdadeira:
A f → (R− ) =]1, +∞[.
B f ← (R− ) = [1, +∞[.
C f ← (R) =] − ∞, −1[∪]1, +∞[.
D f ← (R+
0 ) =]1, +∞[.
Exe 5.31
Mostre que ∀f ∈ B A , ∀B1 , B2 ⊆ B [f ← (B1 ∩ B2 ) = f ← (B1 ) ∩ f ← (B2 )].
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5 – Funções Aula 11T
Obs 5.32
O teorema seguinte diz que a composição relacional de duas funções
produz uma função.
Teo 5.33
Sejam as funções f : A → B e g : B → C . Então, a relação composta
g ◦ f é uma função de A em C com (g ◦ f )(a) = g (f (a)).
Dem
Usando a definição da composição relacional g ◦ f e a equivalência em
Obs 17, prova-se: para todo a ∈ A, c ∈ C ,
Obs 5.34
O teorema anterior permite a seguinte definição:
Def 5.35
Sejam as funções f : A → B e g : B → C . Chama-se função composta
de f com g , que se representa por g ◦ f (e que se continua a ler “g após
f ”), à função
g ◦ f : A −→ C
x 7−→ g (f (x)).
Exe 5.36
Sejam os conjuntos A = {a, b, c}, B = {α, β} e C = {1, 2, 3, 4} e as
funções f : A → B e g : B → C definidas por f (a) = β, f (b) = α,
f (c) = α e g (α) = 3 e g (β) = 1. Descreva por extensão g ◦ f .
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5 – Funções Aula 11T
Exe 5.37
√
Sejam as funções f : R → R+ 2 +
0 , f (x) = x e g : R0 → R, g (x) = x.
Determine:
(a) g ◦ f .
(b) f ◦ g .
Teo 5.38
Seja a função f : A → B. Então:
(a) idB ◦f = f .
(b) f ◦ idA = f .
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5 – Funções Aula 11T
Teo 5.39
Sejam as funções f : A → B, g : B → C e h : C → D. Então:
(h ◦ g ) ◦ f = h ◦ (g ◦ f ).
Dem
(i) As funções (h ◦ g ) ◦ f e h ◦ (g ◦ f ) têm ambas o mesmo domı́nio A e
o mesmo conjunto de chegada D.
(ii) Seja x ∈ A. Então:
Obs 5.40
A operação relacional de inversão, quando aplicada a uma função, não
produz necessariamente uma função. Por exemplo, considere-se a função
f : R → R tal que f (x) = |x|. Então, a relação f T não é total (por
exemplo, −1 ∈ / Dom(f T )) nem unı́voca (por exemplo, (1, 1) ∈ f T e
T
(1, −1) ∈ f ).
Def 5.41
Seja a função f : A → B. Diz-se que f é invertı́vel se f T é uma função
de B em A.
Exe 5.42
Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {u, v , w }. Indique se as
seguintes funções de A em B são invertı́veis:
(a) f = {(1, u), (2, v ), (3, w )}.
(b) g = {(1, u), (2, u), (3, u)}.
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5 – Funções Aula 11T
Def 5.43
Seja a função f : A → B. f diz-se uma função injetiva se
∀x, y ∈ A [f (x) = f (y ) → x = y ].
Obs 5.44
Uma função é injetiva se a objetos distintos (do conjunto de partida)
correspondem imagens distintas (no conjunto de chegada). Uma função
não é injetiva se existem objetos distintos com a mesma imagem.
Exe 5.45
Indique se as seguintes funções dadas através do seu digrafo são injetivas:
f g h i
a 1 a 1 a 1 a 1
b 2 b 2 b 2
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5 – Funções Aula 11T
Exe 5.46
(a) Para todo o conjunto A, a função idA é injectiva.
(b) A função f : R → R tal que f (x) = |x| não é injectiva.
Teo 5.47
Para toda a função f : A → B, f é injectiva sse f T é unı́voca.
Dem
f é injectiva
sse ∀a, a0 ∈ A(f (a) = f (a0 ) → a = a0 ) (Def.)
sse ∀b ∈ B ∀a, a0 ∈ A((b = f (a) ∧ b = f (a0 )) → a = a0 )
sse ∀b ∈ B ∀a, a0 ∈ A((a, b) ∈ f ∧ (a0 , b) ∈ f )) → a = a0 ) (Obs 17)
sse ∀b ∈ B ∀a, a0 ∈ A((b, a) ∈ f T ∧ (b, a0 ) ∈ f T )) → a = a0 ) (Def. f T )
sse f T é unı́voca (Def.)
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5 – Funções Aula 11T
Def 5.48
Seja a função f : A → B. f diz-se uma função sobrejetiva se
∀y ∈ B, ∃x ∈ A [y = f (x)].
Obs 5.49
Uma função é sobrejetiva se o seu conjunto de chegada coincide com o
seu contradomı́nio, ou seja: se todo o elemento do conjunto de chegada
é imagem de algum objecto no conjunto de partida. Uma função não é
sobrejectiva se existe algum elemento do conjunto de chegada tal que,
qualquer que seja o objecto, esse elemento não é imagem do objecto.
Exe 5.50
(a) Para todo o conjunto A, a função idA é sobrejectiva.
(b) A função f : R → R tal que f (x) = |x| não é sobrejectiva.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 158 / 191
5 – Funções Aula 11T
Exe 5.51
Indique se as funções dadas no exercı́cio Exe 5.45 são sobrejetivas.
Teo 5.52
Para toda a função f : A → B, f é sobrejectiva sse f T é total.
Dem
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 159 / 191
5 – Funções Aula 11T
Def 5.53
Seja a função f : A → B. f diz-se uma função bijetiva se
∀y ∈ B, ∃1 x ∈ A [y = f (x)].
Teo 5.54
Uma função é bijetiva sse for injetiva e sobrejetiva.
Exe 5.55
(a) Indique se as funções dadas no exercı́cio Exe 5.45 são bijetivas.
(b) Para todo o conjunto A, idA é uma função bijectiva.
(c) Indique se a função h : [−1, 1] → R, h(x) = x 2 , é bijetiva
Exe 5.56
Mostre que a composta de funções injectivas (resp. sobrejectivas,
bijectivas) é uma função injectiva (resp. sobrejectiva, bijectiva).
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 160 / 191
5 – Funções Aula 11T
Teo 5.57
Seja f uma função. Então, f é invertı́vel sse f é bijetiva.
Dem
f é invertı́vel sse f T é uma função (Definição)
sse f T é total e unı́voca (Definição)
sse f é injectiva e sobrejectiva (Teos 47 e 52)
sse f é bijectiva (Teo 54)
Teo 5.58
Seja a função f : A → B. Então, existe no máximo uma função
g : B → A satisfazendo g ◦ f = idA e f ◦ g = idB .
Dem
Sejam g , g 0 : B → A satisfazendo g ◦ f = idA , f ◦ g = idB , g 0 ◦ f = idA e
f ◦ g 0 = idB . Queremos mostrar que g = g 0 . Só falta ver que: para todo
b ∈ B, g (b) = g 0 (b). Seja b ∈ B. Então g (b) = g (f (g 0 (b))) = g 0 (b),
porque f (g 0 (b)) = b e porque g (f (a)) = a, qualquer que seja a ∈ A.
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5 – Funções Aula 11T
Def 5.59
Seja f : A → B. Se a função g : B → A é tal que g ◦ f = idA e
f ◦ g = idB , então g diz-se a função inversa de f . f −1 denota a função
inversa de f , quando esta existe.
Obs 5.60
Seja f : A → B tal que existe f −1 . Então, para todo a ∈ A e b ∈ B:
b = f (a) sse a = f −1 (b).
Exe 5.61
Sejam A = {a, b, c} e B = {1, 2, 3} e as funções f : A → B, f (a) = 3,
f (b) = 1, f (c) = 2, e g : B → A, g (1) = b, g (2) = c, g (3) = a.
(a) Determine g ◦ f e f ◦ g .
(b) O que pode concluir das duas alı́neas anteriores?
Exe 5.62
Para todo o conjunto A, idA−1 = idA .
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 162 / 191
5 – Funções Aula 11T
Teo 5.63
Seja a função f : A → B.
(a) Se f é invertı́vel, então f T é a função inversa de f .
(b) Se f tem função inversa, então f −1 e f T são a mesma relação binária.
Cor 5.64
Uma função é invertı́vel sse tem função inversa.
Exe 5.65
Considere a função f : R → R, f (x) = 2x − 1. Mostre que f é invertı́vel:
(i) provando que f é bijectiva; (ii) determinando a sua inversa.
Teo 5.66
(a) Seja f : A → B invertı́vel. Então f −1 é invertı́vel e (f −1 )−1 = f .
(b) Sejam f : A → B e g : B → C invertı́veis. Então g ◦ f é invertı́vel e
(g ◦ f )−1 = f −1 ◦ g −1 .
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Índice
1 Elementos de Lógica Matemática
Aula 1T
Aula 2T
Aula 3T
Aula 4T
2 Indução nos Naturais
Aula 5T
3 Introdução à Teoria dos Conjuntos
Aula 6T
Aula 7T
4 Relações Binárias
Aula 8T
Aula 9T
Aula 10T
5 Funções
Aula 11T
6 Grafos
Aula 12T
6 – Grafos Aula 12T
Sumário
1 Definições básicas
2 Matrizes de adjacência
3 Digrafos
4 Caminhos
5 Subgrafos
6 Grafos isomorfos
7 Grafos ciclos, grafos linha, grafos completos
8 Grafos bipartido
9 Grafos conexos, componentes conexas
10 Árvores
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6 – Grafos Aula 12T
Obs 6.1
Neste capı́tulo vamos introduzir e estudar o conceito de grafo. Um grafo
constitui um modelo matemático útil para o estudo de relações de
adjacência entre um conjunto finitos de objectos.
Def 6.2
Um grafo simples, ou simplesmente grafo, é um par ordenado
G = (V , E ), em que V é um conjunto finito e não vazio; e E é um
conjunto (necessariamente finito) de subconjuntos de V com exatamente
dois elementos. Os elementos de V chamam-se vértices de G e os
elementos de E chamam-se arestas de G .
Obs 6.3
Uma aresta é um par não ordenado de vértices distintos.
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6 – Grafos Aula 12T
Obs 6.4
Habitualmente um grafo é representado por um diagrama no qual cada
vértice é representado por um ponto e cada aresta por uma linha unindo
os dois vértices que a definem. Muitas vezes chamamos grafo ao
diagrama que o representa.
Exe 6.5
Represente o grafo G = (V , E ) em que V = {a, b, c, d, e} e
E = {{a, b}, {a, c}, {b, c}, {b, e}}.
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 166 / 191
6 – Grafos Aula 12T
Exe 6.6
Indique os grafos representados pelos seguintes diagramas:
(a) . (b) .
G1 G2
4 a b
1 2
3
0 c d
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6 – Grafos Aula 12T
Obs 6.7
Existem representações aparentemente distintas do mesmo grafo. Por
exemplo, o grafo simples
d
a
a b c d
c b
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.8
Um grafo dirigido, ou digrafo, é um par ordenado G = (V , F ) no qual
V e um conjunto finito e não vazio e F ⊆ V × V .
Obs 6.9
(a) Um digrafo é um grafo simples no qual as arestas são orientadas.
(b) Num digrafo as arestas são definidas como pares ordenados. Assim,
dados dois vértices distintos vi , vj ∈ V , as arestas (vi , vj ) e (vj , vi )
são distintas.
(c) Dado um vértice v ∈ V , (v , v ) ∈ V × V , pelo que num digrafo as
arestas podem ter lacetes orientados.
(d) Na representação gráfica de um digrafo, uma aresta (vi , vj ) é repre-
sentada por uma linha orientada de vi para vj .
Exe 6.10
Represente o digrafo G = (V , E ) em que V = {a, b, c, d, e} e
E = {(a, a), (a, b), (a, c), (c, a), (c, e), (e, e)}.
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.11
Seja G = (V , E ) um grafo. Dois vértices v e w de G dizem-se
adjacentes se {v , w } ∈ E .
Def 6.12
Seja o grafo G = (V , E ) com V = {v1 · · · , vn } contendo n vértices
distintos. Chama-se matriz de adjacência
n de G à matriz
MG = [aij ] ∈ Mn×n ({0, 1}), aij = 10 se vi e vj são vértices adjacentes,
caso contrário.
Obs 6.13
(a) A matriz de adjacência é uma matriz simétrica com zeros na diagonal.
(b) A construção da matriz de adjacência depende da ordem pela qual se
consideram os vértices, pelo que o mesmo grafo admite várias matrizes
de adjacência.
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6 – Grafos Aula 12T
Exe 6.14
Indique a matriz de adjacência dos grafos representados pelos seguintes
diagramas:
(a) . (b) .
G1 G2
4 a b
1 2
3
0 c d
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.15
Sejam G = (V , E ) um grafo e hv1 , . . . , vm i uma sequência de vértices de
G.
(a) A sequência diz-se um caminho de G se dois vértices sucessivos de-
finem uma aresta; ou seja: para todo 1 ≤ i < m, {vi , vi+1 } ∈ E .
(b) Chama-se origem do caminho ao primeiro vértice da sequência e
destino do caminho ao último vértice da sequência.
(c) Se m = 1, o caminho diz-se trivial.
(d) O número m chama-se o comprimento do caminho.
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Exe 6.16
Seja G o grafo representado pelo seguinte diagrama:
a b
c
e d
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.17
Seja G = (V , E ) um grafo.
(a) Um caminho diz-se um caminho elementar se nenhum vértice é
repetido.
(b) Um caminho diz-se um caminho simples se nenhuma aresta é repe-
tida.
(c) Um caminho diz-se um circuito se a origem do caminho é igual ao
destino do caminho.
(d) Um caminho diz-se um circuito simples se é um caminho simples e
um circuito.
(e) Um caminho diz-se um ciclo se é um circuito simples, não é um
caminho trivial e não tem repetição de vértices com a exceção da
origem do caminho e do destino do caminho.
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6 – Grafos Aula 12T
Exe 6.18
Seja G o grafo representado pelo seguinte diagrama:
a b
c
e d
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6 – Grafos Aula 12T
Exe 6.19
Seja G o grafo representado pelo seguinte diagrama:
a c
f
g
e d
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.20
Seja G = (V , E ) um grafo. Diz-se que G 0 = (V 0 , E 0 ) é um subgrafo de
G se V 0 ⊆ V e E 0 ⊆ E .
Exe 6.21
Sejam G1 , G2 e G3 os grafos representados pelos seguintes diagramas:
G1 G2 G3
e f
a b a b a b
c d c d c d
g h
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.22
Sejam G = (V , E ) um grafo e V 0 ⊆ V . Chama-se subgrafo de G
induzido por V 0 ao grafo G 0 = (V 0 , E 0 ) com
E 0 = {{v , w } ∈ E : v , w ∈ V 0 }.
Exe 6.23
Sejam G1 e G3 os grafos representados pelos seguintes diagramas:
G1 G3
e f
a b a b
c d c d
g h
Obs 6.24
Sejam os grafos G1 = (V1 , E1 ) e G2 = (V2 , E2 ) com V1 = {a, b, c, d},
E1 = {{a, b}, {a, c}, {a, d}}, V2 = {1, 2, 3, 4} e
E2 = {{1, 2}, {1, 3}, {1, 4}}. As suas representações podem ser dadas
pelos seguintes diagramas:
G1 G2
b 2
a 1
c d 3 4
Estes grafos são iguais a menos dos “nomes” atribuı́dos aos vértices. Tais
grafos dizem-se isomorfos. No resto deste capı́tulo não distinguiremos
grafos isomorfos. Assim, por exemplo, diremos que G1 e G2 são o mesmo
grafo e usaremos, para o representar, o seguinte diagrama:
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.25
Seja G = (V , E ) um grafo com n vértices e m arestas.
(a) G diz-se um grafo trivial se n = 1 e m = 0.
(b) G diz-se um grafo nulo se m = 0.
(c) Seja n ≥ 3. G diz-se um grafo ciclo com comprimento n, que se
representa por Cn , se m = n e as n arestas definirem um ciclo.
Exe 6.26
Represente diagramas dos grafos ciclo C3 , C4 e C5 .
GJM, JES (DMat, UM) TMD setembro de 2020 (v5.1) 180 / 191
6 – Grafos Aula 12T
Def 6.27
Seja G = (V , E ) um grafo com n + 1 vértices e n arestas. G diz-se um
grafo linha de comprimento n, que se representa por Pn , se dois dos
vértices são adjacentes a um e um só vértice e todos os outros são
adjacentes a dois e só dois vértices.
Exe 6.28
Represente diagramas dos grafos linha P1 , P2 , P3 e P4 .
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.29
Seja G = (V , E ) um grafo com n vértices. G diz-se um grafo completo,
que se representa por Kn , se dois quaisquer vértices são adjacentes.
Exe 6.30
Represente diagramas dos grafos completos K1 , K2 , K3 , K4 e K5 .
Obs 6.31
n!
(a) O grafo completo Kn tem 2(n−2)! arestas.
(b) Sejam m, n ∈ N. Então, Km é um subgrafo de Kn sse m ≤ n.
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.32
Seja G = (V , E ) um grafo. G diz-se um grafo bipartido se existir uma
partição {X , Y } de V tal que cada vértice de X é adjacente apenas a
vértices de Y e cada vértice de Y é adjacente apenas a vértices de X .
Exe 6.33
Dê dois exemplos de grafos bipartidos.
Teo 6.34
Um grafo é bipartido sse não admite ciclos de comprimento ı́mpar.
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.35
Seja G = (V , E ) um grafo bipartido associado à partição {X , Y } de V .
G diz-se um grafo bipartido completo, que se representa por Km,n onde
m = |X | e n = |Y | com m ≤ n, se cada vértice de X é adjacente a todos
os vértices de Y .
Obs 6.36
Seja G = (V , E ) um grafo bipartido completo associado à partição
{X , Y } de V . Então, cada vértice de Y é adjacente a todos os vértices
de X .
Exe 6.37
Represente diagramas dos grafos K1,1 , K1,2 , K1,3 , K2,2 , K2,3 e K2,4 .
Obs 6.38
O grafo bipartido completo Km,n tem mn arestas.
Teo 6.39
Km,n é um subgrafo de Kp,q sse m ≤ p e n ≤ q.
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Def 6.40
Sejam G = (V , E ) um grafo e v ∈ V . Chama-se grau de v , que se
representa por gr(v ), ao números de arestas incidentes a v .
Exe 6.41
Indique os graus dos vértices do grafo completo K4 e do grafo bipartido
completo K2,3 .
Obs 6.42
O grau de um vértice pode ser obtido da matriz de adjacência somando
todas as entradas da linha (ou coluna) correspondente ao vértice.
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Teo 6.43
Num grafo, a soma dos graus de todos os vértices é o dobro do número
de arestas.
Dem
Por indução no número de vértices do grafo.
Base de indução. Se o grafo tem 1 vértice, então tem 0 arestas.
Passo de indução. Admitamos o teorema para grafos com n vértices.
Seja G = (V 0 , E 0 ) um grafo com n + 1 vértices e, digamos, m0 arestas.
Sejam v 0 um vértice de G 0 , V = V 0 − {v 0 } e G o subgrafo de G 0
induzido por V . G tem n vértices e, digamos, m arestas. G 0 consiste nos
vértices e arestas de G , mais o vértice v 0 e, digamos, k arestas que
partem de v 0 e incidem em k diferentes vértices de G . Para cada um
destes k vértices, o seu grau é um valor, ou esse valor mais 1, consoante
o vértice seja visto em G ou G 0 . Mais ainda: m0 = m + k. Seja s (resp.
s 0 ) a soma dos graus de todos os vértices de G (resp. G 0 ). Então
s 0 = s + k + k, pois o grau de v 0 é k. Por hipótese de indução,
s 0 = 2m + k + k. Logo s 0 = 2m0 , como querı́amos demonstrar.
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Cor 6.44
Num grafo, o número de vértices de grau ı́mpar é par.
Exe 6.45
Indique se existe ou não um grafo com 5 vértices cujos graus sejam:
(a) 2, 2, 3, 3, 3.
(b) 2, 2, 2, 3, 3.
(c) 2, 4, 4, 4, 4.
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6 – Grafos Aula 12T
Def 6.46
Um grafo diz-se conexo se existe um caminho entre quaisquer dois dos
seus vértices.
Exe 6.47
Sejam G1 e G2 os grafos representados pelos seguintes diagramas:
G1 G2
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6 – Grafos Aula 12T
Teo 6.48
Seja G = (V , E ) um grafo. Então, a relação binária ρ definida em V por
Exe 6.49
Indique as componentes conexas dos grafos representados pelos seguintes
diagramas:
G1 G2 G3
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6 – Grafos Aula 12T
Cor 6.50
Seja G = (V , E ) um grafo. G é um grafo conexo sse a relação binária ρ
definida em V por
Def 6.51
Um grafo conexo no qual não existem ciclos chama-se uma árvore.
Exe 6.52
Represente todas as árvores com 2, 3, 4, 5 e 6 vértices.
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6 – Grafos Aula 12T
Teo 6.53
Numa árvore a diferença entre o número de vértices e o número de
arestas é 1.
Teo 6.54
Toda a árvore que não é um grafo trivial tem pelo menos dois vértices de
grau 1.
Exe 6.55
Nas árvores do Exe 52, verifique o Teorema anterior, identificando os
vértices de grau 1.
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