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Mulheres queijeiras: ajuda ou trabalho essencial na reprodução social da família

Ao realizar pesquisa com mulheres no sertão sergipano em 2015/2016, percebemos que as


atividades desempenhadas pelas mulheres são fundamentais para a reprodução familiar e
contribuem para a sustentabilidade ambiental. Elas combinam diferentes modalidades de trabalho
desdobrando-se entre os afazeres domésticos e agrícolas, entre a casa, o quintal e o roçado, realizam
outras atividades, como o processamento do queijo de coalho para o consumo familiar. Com o
movimento migratório, ocorreu o crescimento da demanda desse produto pela população urbana
que estava habituada a consumir esse alimento. A expressiva demanda do mercado impulsiona as
mulheres a produzir o queijo como uma estratégia de reprodução familiar e a renda adquirida
contribui de forma decisiva para prover a família de produtos para a alimentação dos animais e de
homens e mulheres. Esta territorialidade feminina se constrói cotidianamente pela apropriação
simbólica e efetiva do espaço, com a utilização dos recursos disponíveis no território – o leite e o
saber-fazer transmitido por gerações de mulheres -, aproveitamento dos dejetos para alimentar os
animais, aves e suínos, o que mostra a preocupação com a sustentabilidade e gera outras fontes de
renda para além do queijo. Mas, elas consideram a renda proveniente do queijo como uma ajuda,
embora seja a principal renda familiar em vários períodos do ano. O objetivo deste artigo é retratar o
trabalho da mulher produtora de queijos no sertão sergipano como uma atividade fundamentada na
sustentabilidade ambiental e social essencial para a continuidade no espaço rural.

Palavras-chave: mulheres; queijo; ajuda, renda; sustentabilidade.

Cheese-making women: Help or essential work in the social reproduction of the family

When conducting research with women in the rural drylands of Sergipe in 2015/2016, we noticed
that the activities performed by women are fundamental for family reproduction and contribute to
environmental sustainability. They combine different modes of work, between domestic and
agricultural tasks, between the house, the yard and the plot, they carry out other activities, such as
the processing of rennet cheese for family consumption. With the migratory movement, the demand
of this product by the urban population that was accustomed to consume this food grew. The
expressive market demand drives women to produce cheese as a family reproduction strategy and
the income made contributes decisively to provide the family with products for animal feed and for
men and women. This feminine territoriality is built daily by the symbolic and effective appropriation
of space, with the use of resources available in the territory - the milk and the know-how transmitted
by generations of women - , use of waste to feed animals, poultry and pigs, which shows concern for
sustainability and generates other sources of income besides cheese.

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