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de Causa e Efeito
SUMÁRIO
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1 A Lei de Causa e Efeito – Definição e Conceitos
1.1 O Princípio da Ação e Reação
(...) para cada ação há sempre uma reação igual oposta: ou as ações
mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes
contrárias; ou no original:
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Esta lei tem aplicações no Universo material dentro das forças
gravitacionais, elétricas e magnéticas.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
O princípio newtoniano de ação e reação faz relação simbólica com os
conceitos de: Pena de Talião , Karma/Carma, Fatalidade/
Determinismo, Justiça Divina e a Lei de Causa e Efeito - utilizada pelo
Espiritismo.
(...) tais provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se
delas triunfa, [o Espírito] eleva-se; se sucumbe, tem de recomeçar.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Causa e efeito não é, propriamente falando, uma lei, mas uma decorrência
da Lei de Liberdade, (tratada no capítulo 10, 3º parte de O Livro dos Espíritos);
aliás, a causa é que decorre do livre arbítrio, pois o efeito está sob o controle das
Leis Universais.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1.2 A Pena de Talião
Esta lei, frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por
dente, é uma das mais antigas leis conhecidas, cujos primeiros relatos foram
encontrados no Código de Hamurabi (um conjunto antiquíssimo de leis), escrito por
Hamurabi (rei babilônico do século XVIII aC - reinou de 1792 a.C. até sua morte,
em 1750 a.C.), na Babilônia, em 1772 aC.
A Pena de Talião (do latim talio, talis – tal, igual) prescreve que a punição
seja do tamanho exato da ofensa, com base no princípio da reciprocidade. Ou seja,
se uma pessoa causou a morte de alguém, este homicida deveria ser morto por esse
crime, da mesma forma que o assassinato foi cometido. Por exemplo, se alguém
matou uma pessoa pela espada, seria também morto pela espada. Se foi por
apedrejamento, a morte do assassino seria por apedrejamento.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A lei de talião aparece referida por Jesus no quadro das antíteses do
Sermão da Montanha:
(...) ouvistes que foi dito: olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-
vos: não façais resistência ao malvado; mas àquele que te bate na face direita,
oferece-lhe também a outra, e àquele que te quer processar para ficar com a tua
túnica, deixa-lhe também o manto (Mateus 5,38-40).
Vê-se bem que Jesus ultrapassa a tentativa de equilíbrio e de simetria
entre agressor e agredido, que até aqui tinha sido a nota dominante da lei de talião,
para abrir uma relação assimétrica, em que para o agressor não é reclamado
dano igual ao da vítima, mas é requerido um ato de bondade, que é a única maneira
de se pôr fim à violência.
Jesus mostrará, de resto, com a sua vida, que só abraçando por amor a
violência, se dissolve a violência. Mas não é para a não-violência que Jesus remete.
A não-violência vem depois da violência. Jesus remete para o estado de criação,
para fase troglodita do homem – (ou seja, a lei do mais forte), anterior ao estado de
violência e às nossas convenções de razão primitivas (lei de talião).
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Moisés proclamou a Lei antiga muitos séculos antes do Cristo. Como já
dito, o profeta hebraico apresentava a Revelação com a face divina da Justiça; mas,
com Jesus, o homem do mundo recebeu o código perfeito do Amor.
Se Moisés ensinava o “olho por olho, dente por dente” (Levítico 17-20),
Jesus Cristo esclarecia que o “amor cobre a multidão dos pecados” (1 Pedro, 4:8).
A pena de talião é a justiça de Deus; é ele quem a aplica. Todos vós sofreis
a cada instante essa pena, porque sois punidos naquilo em que pecais, nesta vida ou
noutra. Aquele que fez sofrer o seu semelhante estará numa situação em que sofrerá
o mesmo. É este o sentido das palavras de Jesus.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Eis porque há famílias, povos e raças sobre os quais cai a pena de talião.
“ Quem matou pela espada perecerá pela espada”, disse o Cristo; estas
palavras podem ser traduzidas assim: Aquele que derramou sangue verá o seu
derramado, aquele que passeou a tocha do incêndio em casa de outrem, verá a tocha
do incêndio passear em sua casa; aquele que despojou, será despojado; aquele que
subjugou e maltratou o fraco, será fraco, subjugado e maltratado, por sua vez, quer
seja um indivíduo, uma nação ou uma raça, porque os membros de uma
individualidade coletiva são solidários do bem como do mal que se faz em
comum.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1.3 O Karma/Carma
Do sânscrito (língua clássica da Índia antiga que influenciou praticamente
todos os idiomas ocidentais) Karma – que significa, literalmente, "ação". (Kar =
agir/fazer; Ma = efeito/ação)
Para essas religiões é tão impossível escapar do seu carma quanto escapar
de sua própria sombra…
(...) embora se possa dizer que a lei do carma possui um certo grau de
justiça, ela é vista, no hinduísmo e budismo, como algo um tanto negativo, algo
que se deve escapar.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Alguns espíritas utilizam imprecisamente a palavra Karma, da mesma
forma que Pena de Talião, aplicando-as como sinônimo de lei de causa e efeito,
entretanto para o Espiritismo, ambas as leis não se encontram, necessariamente,
vinculadas ao livre-arbítrio, individual e coletivo, e à lei de amor, justiça e
caridade
Ensina o Espiritismo, porém, que a lei de causa e efeito pode ser modificada
sim, pela força do amor, pela vontade do indivíduo de querer, efetivamente, reparar
os erros cometidos. Não se pode ignorar, também, que perante a balança divina
todas as atenuantes são consideradas, inclusive as intenções, grau de
conscientização, circunstâncias, nível de sanidade mental, etc. Daí ser importante
lembrar que a justiça divina está, sempre, associada à misericórdia, como esclarece
Emmanuel:
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
O “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, que em sânscrito quer
dizer “ação”, a rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda ação ou movimento
deriva de causa ou impulsos anteriores. Para nós expressará a conta de cada um,
englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1.4 A Fatalidade e o Determinismo
Os fatalistas,
Os deterministas,
Por outro lado, há filosofias que defendem a ideia oposta, a de que o ser
humano deve possuir liberdade irrestrita, que (...) “o livre-arbítrio é absoluto, que
os pensamentos, palavras e ações do homem são espontâneos e, pois, de sua inteira
liberdade”.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Determinismo é a doutrina que afirma serem todos os acontecimentos
inclusive vontades e escolhas humanas causados por acontecimentos anteriores.
O indivíduo faz exatamente aquilo que tinha de fazer e não poderia fazer
outra coisa; a determinação de seus ates pertence à força de certas causas, externas
e internas.
Diante de várias opções oferecidas por uma situação real, o homem poderia
escolher uma racionalmente e agir livremente de acordo com a escolha feita (ou não
agir se o quisesse).
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Todos gozamos, em graus diversos, de livre vontade e estamos presos ao
determinismo. A liberdade reside no presente; podemos agir com independência
por meio da faixa de consciente atual, que atende às necessidades da vida presente.
A determinação promana do passado culposo. As causas que geramos no
passado pelas próprias ações constituem a área de determinismo, conservada em
estado inconsciente.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
(...) Determinismo Divino
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
(...) A Escolha das Provas
Todas, não é bem o termo, pois não se pode dizer que escolhestes e previstes
tudo o que vos acontece no mundo, até as menores coisas. Escolhestes o gênero de
provas; os detalhes são consequências da posição escolhida, e frequentemente de
vossas próprias ações.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Os defensores do fatalismo acreditam que nada ou ninguém é capaz de
alterar a ordem estabelecida no Universo nem na humanidade.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Livre arbítrio! … Livre arbítrio! …
Todos somos livres para desejar, escolher, fazer e obter, mas todos somos
também constrangidos a entrar nos resultados de nossas próprias obras.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
132 – Há o determinismo e o livre-arbítrio, ao mesmo tempo, na
existência humana?
139 – Se na luta da vida terrestre existem circunstâncias, por toda parte, qual
será a melhor de todas, digna de ser seguida?
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1.5 A Justiça Divina
A lei de causa e efeito está diretamente relacionada à noção que se tem da
justiça e, mais ainda, da Justiça Divina.
(...) não digas que Deus sentencia alguém a torturas eternas. Tanto quanto
podemos perceber o Pensamento Divino, imanente em todos os seres e em todas as
coisas, o Criador se manifesta a nós outros — criaturas conscientes, mas imperfeitas
— através de leis que Lhe expressam os objetivos no rumo do Bem Supremo. É
inútil que dignitários desse ou daquele princípio religioso te pintem o Todo-Perfeito
por soberano purpurado, suscetível de encolerizar-se por falta de vassalagem ou
envaidecer-se à vista de adulações.
(...) Deus é amor. Amor que se expande do átomo aos astros. Mas é justiça
também. Justiça que atribui a cada Espírito segundo a própria escolha. Sendo
amor, concede à consciência transviada tantas experiências quantas deseje a
fim de retificar-se. Sendo justiça, ignora quaisquer privilégios que lhe queiram
impor. Não afirmes, desse modo, que Deus bajula ou condena.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
(...)
Aliás, não é sublime a justiça unida à bondade, que faz a duração das
penas depender dos esforços do culpado para se melhorar?
Não existe dor sem causa, nem alegria sem título de merecimento.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
As dívidas, embora contraídas em relação às pessoas, não são resgatadas
diretamente com elas, de forma compulsória. Muitas vezes se defrontam
os comprometidos para a regularização, porém a agressão cometida, o débito
contraído é sempre contra a Ordem Divina, contra as Leis que regem o
Cosmo, podendo-se liberar daquelas desgraças praticadas, median te a ação
do bem, em qualquer direção, a quem quer que seja.
Toda aflição se fixa em raízes que devem ser extirpadas. Algumas possuem
causas atuais, enquanto outras se prendem ao passado espiritual, constituindo tais
fatores a justiça impertérrita que alcança os infratores dos códigos divinos do
amor e do equilíbrio.
Joanna de Angelis - Celeiros de Bênçãos – Cap. 35
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A carga de aflições que conduzes não significa abandono a que estejas
relegada, e sim recordação de que não és esquecida.
A fé não libera a alma dos resgates que lhe cumpre atender, como
esperam alguns crentes apressados.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
FELICIDADE é nascer no Mundo, e aprender a renascer na Vida.
Não rogues justiça nos dias de tua dor e sim aumento de compaixão nos
tribunais da Divina Sabedoria, restaurando a ti mesmo, para seguir à frente,
valoroso e sereno, na própria redenção ante a Bênção da Lei.
Nos dias de aflição e cinza, não te recolhas à blasfêmia e nem peças por
maiores manifestações da Justiça, em teu campo de ação, porque a Justiça mais
ampla poderia agravar-te as dores, mas sim roga o acréscimo da Divina
Misericórdia, em teu benefício, a fim de que disponhas de ombros fortes para que
não venhas a lançar longe de ti os favores da própria cruz.
Não existe dor sem causa, nem alegria sem título de merecimento.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Mas então se pergunta:
Ele deve ser todo-poderoso, todo justiça, todo bondade, pois sem isso não
seria Deus.
E se Deus é soberanamente justo e bom, não pode agir por capricho ou com
parcialidade. As vicissitudes da vida têm, pois, uma causa, e como deus é justo,
essa causa deve ser justa.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas
origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida
presente; outras, fora desta vida.
Em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são
efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus
justo, essa causa deve ser justa.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Tudo isso muitas outras coisas ainda, chamam-se desgraça, na linguagem
humana. Sim, realmente são a desgraça, para aqueles que nada veem além do
presente.
Mas a verdadeira desgraça está mais nas consequências de uma coisa do que
na própria coisa.
Ora, tudo aquilo que ele chama desgraça, de acordo com a sua curta visão,
cessa com a vida e tem sua compensação na vida futura.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Sendo infinita a Justiça de Deus, o bem e o mal, são rigorosamente
considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha
consequências fatais, como não há uma única ação meritória, um só bom
movimento da alma que se perca.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1.6 A Lei de Causa e Efeito - segundo o Espiritismo
Igualmente denominada de forma simbólica Lei de Ação e Reação,
apresenta as seguintes características:
E (...) tais provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar.
Se delas [o Espírito] triunfa, eleva-se; se sucumbe, tem de recomeçar. (Allan
Kardec – Livro dos Espíritos – Questão 399)
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Mesmo que o Espírito encarnado não recorde os erros cometidos, ou as
determinações do planejamento reencarnatório, ensina Kardec que,
(...) a natureza das vicissitudes e das provas que sofremos também nos pode
esclarecer sobre o que fomos e o que fizemos, do mesmo modo que neste mundo
julgamos os atos de um culpado pelo castigo que lhe inflige a lei.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A reparação de faltas, acionada pela lei de causa e efeito, segundo a
interpretação espírita, não se manifesta como única escolha, ou como uma “camisa
de força” das provações. O ser humano que já revela possuir algum entendimento
da Lei de Deus pode, perfeitamente, optar por quitar suas dívidas pelo exercício da
lei de amor, pois, como nos orienta o apóstolo Pedro, “o amor cobre a multidão de
pecados”. (1 Pedro, 4:8)
És senhor do teu destino, e ele tem para ti, como ponto de encontro, o
infinito.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente
humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós
próprios, no foro da consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer
o que se quer está condicionada, à liberdade de fazer o que se deve.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Temos aqui uma lei natural, de ampla abrangência, atuante no campo
físico, espiritual e moral, válida em contextos do micro ao macro, atemporal.
Como um princípio, uma lei básica, vê-se que a mesma é simples em seu
conceito e em sua definição, mas complexa nas nuances dos mecanismos de sua
aplicação, onde efeitos deterministas e estocásticos (aquele cujo estado é
indeterminado, com origem em eventos aleatórios) se manifestam nos processos
materiais do mundo físico, nos comprometimentos e na evolução moral do mundo
espiritual, nos seres materialmente corpóreos e incorpóreos.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A Lei de Causa e Efeito, que é Lei da Natureza, imprime os seus códigos
em nome da Divina Justiça e a criatura sofre os efeitos malsãos dos seus impulsos
não controlados, das suas ações infelizes, da sua persistente rebeldia em não aceitar
os convites superiores da ordem e do dever.
Graças a essa Lei, cada qual faz de si o que lhe apraz, com direito a
realizar o que lhe pareça próprio, espontaneamente, porém retornando pelo mesmo
caminho para recolher a desditosa sementeira, quando forem maus os seus atos, ou
coletar as flores e frutos de alegria, quando os produzirem mediante o adubo do
amor.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Não há mais dúvida para aqueles que estudaram a Doutrina dos Espíritos;
que cada um de nós constrói seu próprio destino inteiramente livre na ação,
mas irrevogavelmente preso à reação.
Nosso livre-arbítrio nos permite fazer hoje o que entendermos da nossa vida,
sujeitos apenas à condicionante das ações passadas que nos inibem algumas
escolhas, certos, porém, de que as nossas decisões, de hoje condicionarão, por sua
vez, as escolhas futuras.
O que fez perecer pela espada pela espada há de perecer. O que privou o
irmão do dom sublime da visão há de viver nas trevas. O que enlanguesceu na
opulência ociosa mal terá o que comer e o que vestir.
Se além dessas dificuldades não tiver fé, não será nem daqueles a quem
dizia o Cristo que “fossem como as aves do céu ou os lírios do campo que não
colhiam nem teciam e, no entanto, nem Salomão se vestira como eles, com tão rica
plumagem ou tão delicada e perfumada beleza”.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Ante a Lei de Causa e Efeito
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Provas, aflições, problemas e dificuldades se erigem na existência, como
sendo patrimônio de todos. O que nos diferencia, uns diante dos outros, é a nossa
maneira peculiar de apreciá-los e recebê-los.
Passado, presente e futuro são frutos do nosso trabalho, das ações que
desenvolvemos dentro de nós mesmos e dentro da sociedade, na lenta e sacrificial
caminhada que empreendemos em (re)encarnações sucessivas, com vista à
perfeição.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
2 A Reencarnação – Definição e Conceitos
2.1 Finalidades da Reencarnação
2.1.1 Evolução – Intelectual/Moral/Espiritual
(...)
Não podendo os Espíritos aperfeiçoar-se, a não ser por meio das tribulações da
existência corpórea, segue-se que a vida material seja uma espécie de crisol ou de
depurador, por onde têm que passar todos os seres do mundo espírita para alcançarem
a perfeição?
Sim, é exatamente isso. Eles se melhoram nessas provas, evitando o mal e
praticando o bem; porém, somente ao cabo de mais ou menos longo tempo, conforme os
esforços que empreguem; somente após muitas encarnações ou depurações sucessivas,
atingem a finalidade para que tendem.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos, questão 196
(...)
A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito:
ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela
necessidade recíproca dos homens entre si.
A vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades. A bondade, a maldade,
a doçura, a violência, a benevolência, a caridade, o egoísmo, a avareza, o orgulho, a
humildade, a sinceridade, a franqueza, a lealdade, a má-fé, a hipocrisia, em uma palavra,
tudo o que constitui o homem de bem ou o perverso tem por móvel, por alvo e por estímulo
as relações do homem com os seus semelhantes.
Para o homem que vivesse insulado não haveria vícios nem virtudes; preservando-
se do mal pelo insulamento, o bem de si mesmo se anularia.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte - Cap. 3 – Item 8.
(...)
A reencarnação é Lei da Vida.
Impositivo estabelecido, irrefragavelmente, constitui processo de evolução, sem
o qual a felicidade seria impossível.
Programada pelo Criador, faculta os mecanismos naturais de desenvolvimento dos
valores que jazem latentes, no ser espiritual, que assim frui, em igualdade de condições,
dos direitos que a todos são concedidos.
A reencarnação enobrece o calceta, santifica o vilão, eleva o caído, altera a
paisagem moral do revoltado, dulcificando-o ao largo do tempo, sem pressa, nem
violência.
A reencarnação é convite ao aproveitamento da oportunidade e do tempo, que
sempre devem ser colocados a serviço do progresso espiritual e da perfeição, etapa final da
contínua busca do ser.
Joanna de Ângelis – Responsabilidade – Cap.5: Considerando a Reencarnação
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
(...)
A reencarnação é o maior investimento da vida ao Espírito em processo evolutivo,
o qual, sem ela, padeceria a hipertrofia de valores intelecto-morais, pela falta do ensejo da
convivência com aqueles que se lhe vinculam pelo amor santificado, pelo amor asselvajado
das paixões dissolventes, ou pelo amor enlouquecido no ódio, na violência, na
perseguição... A conjuntura carnal constitui valiosa aprendizagem para a fixação dos
recursos mais elevados do bem e do progresso na escalada inevitável da evolução.
Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 1:
Reencarnação - Dádiva de Deus
2.1.2 Co-autoria na obra da Criação – Participação/Missão
(...)
A obrigação que tem o Espírito encarnado de prover ao alimento do corpo, à sua
segurança, ao seu bem-estar, o força a empregar suas faculdades em investigações, a
exercitá-las e desenvolvê-las. Útil, portanto, ao seu adiantamento é a sua união com a
matéria.
Daí o constituir uma necessidade a encarnação.
Além disso, pelo trabalho inteligente que ele (o Espírito) executa em seu proveito,
sobre a matéria, auxilia a transformação e o progresso material do globo que lhe serve
de habitação.
É assim que, progredindo, colabora na obra do Criador […].
Allan Kardec – A Gênese – Cap. 11 – Item 24.
(...)
Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo
físico expressa punição. Suor na oficina é acesso à competência. Esforço na escola é
aquisição de cultura.
Toda restauração exige dificuldades equivalentes. Todo valor evolutivo reclama
serviço próprio. Nada existe sem preço. Por esse motivo, se as paixões gritam jungidas aos
flagelos que lhes extinguem a sombra, as tarefas sublimes fulgem ligadas às renunciações
que lhes acendem a luz.
À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério de expiação,
porque, quase sempre almas heroicas que suportam o fogo constante das grandes dores
morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem
excelso, a fim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança de Deus.
Emmanuel – Religião dos Espíritos – Cap. 24: Reencarnação
(...)
No trajeto multimilenário de nossas experiências, aprendemos, entre sucessivos
transes de nascimento e desencarnação, a alegria de viver, descobrindo e reconhecendo
a necessidade e a compensação do sofrimento, sempre forjado por nossas próprias faltas.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Já renascemos e remorremos milhões de vezes, contraindo e saldando
obrigações, assinalando a excelsitude da Providência e o valor inapreciável da humildade,
para saber, enfim, que toda revolta humana é absurda e impotente.
Se há facilidade para remorrer, há dificuldades para renascer. As portas dos
cemitérios jamais se fecham; contudo, as portas da reencarnação só se abrem com a
senha do mérito haurido nas edificações incessantes da Caridade.
Lins de Vasconcellos – O Espírito da Verdade – Cap. 48: Renascer e Remorrer
(...)
Considera o teu estágio na terra, no corpo físico, uma oportunidade especial para o
teu crescimento espiritual.
Esforça-te por aproveitar cada momento da superior experiência evolutiva, a fim
de poderes amealhar valores imperecíveis que te acompanharão para sempre.
Joanna de Angelis – Atitudes Renovadas – Cap. 3: Benção da Reencarnação
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
2.1.3 Reparação e Reajustes – Expiação/Provação
(...)
É na vida corpórea que o Espírito repara o mal de anteriores existências, pondo em
prática resoluções tomadas na vida espiritual. Assim se explicam as misérias e vicissitudes
mundanas que, à primeira vista, parecem não ter razão de ser. Justas são elas, no entanto, como
espólio do passado – herança que serve à nossa romagem para a perfectibilidade.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte – Cap. 7 – Item 31
(...)
Mediante as diversas existências corpóreas é que os Espíritos se vão expungindo,
pouco a pouco, de suas imperfeições. As provações da vida os fazem adiantar-se, quando
bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam. São o remédio que
limpa as chagas e cura o doente.
Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo –- Capítulo 5–- item 10.
(...)
A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito
muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça
de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode
explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de
resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a
ensinam.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos, questão 171 — comentário.
(...)
Livres, estamos interligados perante a Lei, para fazer o melhor, e, escravizados aos
compromissos expiatórios, estaremos acorrentados uns aos outros no instituto da
reencarnação, segundo a Lei, para anular o pior que já foi feito por nós mesmos nas
existências passadas.
Ninguém progride sem alguém.
Emmanuel – Justiça Divina – Cap. 4: Virtude Solitária
(...)
A reencarnação significa precioso ensejo de sublimar e superar, registrando
como bênçãos nos refolhos da alma as experiências de libertação do imediatismo e da
extravagância.
É expressivo o retorno à carne para refazimento das experiências deixadas à
margem; tantas se fazem necessárias quantas as oportunidades de evoluir, até chegar à
perfeição.
Nasce e renasce o Espírito em diversos círculos para conquistar e reconquistar
afetos, alargando os horizontes da fraternidade entre todas as criaturas, de modo a que o
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Reino de Deus não se transforme em oásis fechado de felicidade grupal, distante da
Humanidade inteira.
Com propriedade, portanto, anotou o Codificador do Espiritismo que "a
reencarnação, aliás, precisa ter um fim útil".
Joanna de Angelis – Lampadário Espírita – Cap. 14: Necessidade da
Reencarnação
(...)
O princípio da reencarnação é a chave que nos abre a compreensão para todos
os problemas humanos. Sem ele tudo é mistério e confusão em nossos destinos e a justiça
de Deus nos parece absurda.
Herculano Pires – Na Era do Espírito – Cap. 27: A Chave da Reencarnação
2.1.4 Síntese
Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns,
é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer
todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a
parte que lhe toca na obra da criação.
Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de
harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista,
as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na
Sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se
aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo
é solidário na Natureza.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questão 132
Qual é a finalidade da reencarnação?
Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem isto, onde estaria a
justiça?.
Allan Kardec – O Livro dos Espírito–- Questão 167
(..)
“Esta doutrina (a Espírita, a da Reencarnação) é tão antiga quanto o mundo; tal o
motivo por que em toda a parte a encontramos, o que constitui prova de que é
verdadeira”.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questão 221-a
(...)
Reconheçamos, portanto, em resumo, que só a doutrina da pluralidade das
existências explica o que, sem ela, se mantém inexplicável; que é altamente consoladora
e conforme à mais rigorosa justiça; que constitui para o homem a âncora de salvação que
Deus, por misericórdia, lhe concedeu.
43
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
As próprias palavras de Jesus não permitem dúvida a tal respeito. Eis o que se lê no
Evangelho de São João, capítulo III:
Respondendo a Nicodemos, disse Jesus: Em verdade, em verdade, te digo que, se um
homem não nascer de novo, não poderá ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer já estando velho? Pode tornar
ao ventre de sua mãe para nascer segunda vez?
Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se um homem não renascer
da água e do Espírito, não poderá entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne
e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te admires de que eu te tenha dito: é necessário
que torneis a nascer.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – 2º Parte – Cap. 5: Pluralidade das
Existências
(...)
A Reencarnação é lei universal.
Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz
de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.
O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos
de resgate e reajustamento.
Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 110: Vidas Sucessivas
(...)
A Reencarnação é instrumento do progresso do ser espiritual.
Ora ele expia, quando são graves os seus delitos, submetendo-se às aflições que
constituem disciplinas educativas mediante as quais se fixam nos painéis profundos da
consciência os deveres a cumprir. Noutras vezes são provações que enrijecem as fibras
morais responsáveis pela ação dignificadora.
Longe de ser uma punição, a dádiva do renascimento corporal é bênção do amor,
auxiliando o Espírito a desenvolver os recursos que lhe jazem latentes, qual terra arroteada
e adubada em condições de transformar a semente diminuta no vegetal exuberante que nela
dorme.
Joanna de Angelis – Momentos de Consciência – Cap. 10: Reencarnação e
Consciência
(...)
Sem renovação, que vale a vida humana?
Se fosse para continuares repetindo aquilo que já foste e o que fizeste, não
terias necessidade de novo corpo e de nova existência — prosseguirias de alma jungida
à matéria gasta da encarnação precedente, enfeitando um jardim de cadáveres.
Vives novamente na carne para o burilamento de teu Espírito. A Reencarnação é
o caminho da Grande Luz.
Ama e trabalha. Trabalha e serve.
Perante o bem, quase sempre, temos sido somente constantes na inconstância
e fiéis à infidelidade, esquecidos de que tudo se transforma, com exceção da necessidade
44
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
de transformar.
Militão Pacheco - O Espírito da Verdade – Cap. 18: O Espiritismo Pergunta
(...)
As doutrinas reencarnacionistas, ao contrário das não-reencarnacionistas,
asseguram:
a) — A continuidade dos laços de família, com a consequente ampliação da
parentela espiritual.
b) — A renovação de esperanças, pela certeza da sobrevivência e
comunicabilidade da alma.
c) — A universalização do conceito de fraternidade.
d) — Golpe de morte no egoísmo.
e) — O reencontro com almas queridas, no ambiente da família ou fora dele.
f) — O reencontro com adversários e credores, desta e doutras existências.
g) — A consolidação de afetos, com a consequente garantia da continuidade de
tarefas em comum.
h) — Melhor compreensão da Justiça e do Amor de Deus.
Com o Espiritismo, que viceja, exuberante, na condição de doutrina eminentemente
reencarnacionista, à luz redentora do Evangelho do Cristo, ficam assegurados, pela
oportunidade dos reencontros, o reajuste de situações, o resgate de débitos, a reabilitação
de vítimas.
As excelências do reencarnacionismo nos falam de um Deus que não é, apenas, o
Criador do Universo, Causa Primária de todas as coisas, mas, também, o Pai Compassivo
e Bom, Justo e Misericordioso
Martins Peralva – O Pensamento de Emmanuel – Cap. 12: Reencarnacionismo,
Sim
(...)
À medida que penetramos os segredos do amor puro, vamos reconhecendo que
ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho em que
avança.
Trabalharemos e sofreremos, assim, por amor, pelos séculos adiante, ajudando-nos
uns aos outros a erguer a felicidade de nosso nível, até que possamos entrar, todos juntos,
na suprema felicidade que consiste em nossa união com Deus para sempre.
Emmanuel – Justiça Divina – Cap. 12: Virtude Solitária
(…)
A encarnação não foi imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição; ela
é necessária ao seu desenvolvimento e para a realização das obras de Deus, e todos a devem
sofrer, tomem o caminho do bem ou do mal; só que os que seguem o caminho do bem,
avançando mais rapidamente, demoram menos a chegar ao fim e lá chegam em condições
45
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
menos penosas.
Allan Kardec – O Espiritismo em sua Expressão mais Simples – Cap. 1: Resumo
do Ensino dos Espíritos
(...)
Exaltando a filosofia da evolução, através das existências numerosas que nos
aperfeiçoam o ser, na Reencarnação necessária, esclarece o Instrutor Sublime:
– “Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo.”
E Allan Kardec conclama:
– “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.”
Emmanuel – Reformador – 1957 – Abril – Pag. 80: Jesus e Kardec
46
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3 A Reencarnação – Visões Doutrinárias
3.1 Hermínio de Miranda
3.1.1 Reencarnação – Instrumento para o Progresso Espiritual
(...)
Dentre todas as grandes contribuições da Doutrina Espírita — e são muitas e
imensas no seu escopo e significação — há uma que, a meu ver, merece destaque especial:
a ideia da reencarnação, chave de tantos problemas que, sem ela, permaneceriam
insolúveis, envoltos em espessas sombras.
Sabem aqueles que estudam com cuidado a Codificação que o Espiritismo não
descobriu a reencarnação, nem a inventou. O homem não cria; apenas descobre as coisas
que Deus criou. Coube, porém, à equipe espiritual, encarnada e desencarnada, que nos deu
a Doutrina Espírita, não apenas introduzir a ideia no contexto do pensamento ocidental,
mas, acima de tudo, demonstrar que ela não entrava em choque com os postulados básicos
do Cristianismo; pelo contrário, explicava certos pontos que de outra forma ficariam
obscuros na mensagem luminosa do Cristo.
Com o passar do tempo, avulta cada vez mais a importância da reencarnação, não
apenas na melhor compreensão da Justiça Divina, mas também no entendimento de graves
problemas humanos. Já os primeiros médicos começam a descobrir a valiosa contribuição
da doutrina palingenésica para solução de graves distúrbios psíquicos.
Quando surgir a Biologia do Espírito, os cientistas do futuro, com a mente voltada
para Deus, estarão em condições de buscar nas vidas pregressas não apenas as causas de
disfunções mentais, como também a origem remota de desvios e deformações orgânicas,
herança amarga de erros cometidos no passado. Diante de uma evidência tão gritante, os
homens começarão a pensar duas vezes antes de cometerem faltas comprometedoras e pelas
quais terão que pagar pesados resgates, em obediência à lei flexível, mas implacável de
causa e efeito.
Hermínio de Miranda – Reencarnação e Imortalidade – Cap. 21: Reencarnação
– Instrumento para o Progresso Espiritual
47
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.1.2 Reencarnação – O Livro branco da Vida
48
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Dessa forma, em cada nova existência as coisas se passam como se recebêssemos
um livro em branco, no qual podemos escrever livremente a nossa história, vivendo-a no
dia a dia das suas lutas e o do seu aprendizado. Escrever livremente, talvez seja força de
expressão.
Embora esquecidos do passado e livres para imprimir à nossa vida o rumo que
desejarmos, trazemos no fundo da memória espiritual - esquecidos mas não ausentes - todos
os condicionamentos que ali se depositaram em consequência das passadas experiências.
O prêmio da vitória está em suplantar condicionamentos negativos, substituindo as
paixões que nos infelicitaram, pelos impulsos de solidariedade, na conquista de novas
posições espirituais.
Para o livre exercício do arbítrio é bom que o nosso livro esteja em branco. Só
assim, teremos o mérito das conquistas alcançadas, como também o ônus das concessões
ao egoísmo e às paixões subalternas. Somos, assim, herdeiros de nós mesmos e construtores
da nossa paz ou da nossa infelicidade.
Amanhã, quando sofrermos aflição e angústias incompreensíveis, não culpemos o
destino cego e cruel, nem um Deus vingativo que nos persegue - estejamos bem certos de
que somente a nós mesmos devemos as nossas dores.
O esquecimento do passado é, pois, uma bênção a mais que as leis de Deus nos
concedem e não uma dificuldade em nosso caminho evolutivo. É bem melhor partir para a
aventura maravilhosa de uma nova existência, esquecidos de antigas angústias, para que as
novas aflições não se somem às que nos atormentaram no passado.
É bom amar no filho difícil ou no companheiro incompreensível o antigo desafeto
que estamos lentamente conquistando, em lugar de reconhecê-los na condição de inimigos
da nossa paz, a quem é preciso neutralizar a todo custo.
Nesses reajustes que se processam mais cedo ou mais tarde, agora ou daqui a
séculos, é bom que aprendamos a identificar, na dor que nos assalta, a moeda com que
resgatamos antigas faltas.
É bom sabermos que nas futuras encarnações também não nos lembraremos das
atuais aflições, nem teremos saudades das alegrias do presente. Receberemos outra vez o
nosso livro em branco. Talvez então já estejamos prontos para escrever nele um longo
poema de amor.
Hermínio de Miranda – Reformador – 1971 – Julho: O Livro Branco da Vida
49
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.2 Emmanuel
3.2.1 Reencarnação
Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo
físico expressa punição.
Suor na oficina é acesso à competência.
Esforço na escola é aquisição de cultura.
Porque alguém se consagre hoje à Medicina, não quer isso dizer que haja ontem
semeado moléstias e sofrimentos.
Muitas vezes, o Espírito, para senhorear o domínio das ciências que tratam do
corpo, voluntariamente lhes busca o trato difícil, no rumo de mais elevada ascensão.
Porque um homem se dedique presentemente às atividades da engenharia, não
exprime semelhante escolha essa ou aquela dívida do passado na destruição dos recursos
da Terra.
Em muitas ocasiões, o Espírito elege esse gênero de trabalho, tentando crescer no
conhecimento das leis que regem o plano material, em marcha para mais altos postos na
Vida Superior.
Entretanto, se o médico ou o engenheiro sofrem golpes mortais no exercício da
profissão a que se devotam, decerto nela possuem serviço reparador que é preciso atender
na pauta das corrigendas necessárias e justas.
Toda restauração exige dificuldades equivalentes. Todo valor evolutivo reclama
serviço próprio.
Nada existe sem preço.
Por esse motivo, se as paixões gritam jungidas aos flagelos que lhes extinguem a
sombra, as tarefas sublimes fulgem ligadas às renunciações que lhes acendem a luz.
À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério de expiação,
porque, quase sempre, almas heroicas que suportam o fogo constante das grandes dores
morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem
excelso, a fim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança de Deus.
Recorda que, se fosses arrebatado ao Céu, não tolerarias o gozo estanque, sabendo
que os teus filhos se agitam no torvelinho infernal. De imediato, solicitarias a descida aos
tormentos da treva para ajudá-los na travessia da angústia...
Lembra-te disso e compreenderás, por fim, a grandeza do Cristo que, sem débito
algum, condicionou-se às nossas deficiências, aceitando, para ajudar-nos, a cruz dos
ladrões, para que todos consigamos, na glória de seu amor, soerguer-nos da morte no erro
à bênção da Vida Eterna.
Emmanuel – Religião dos Espíritos - Cap. 24: Reencarnação
50
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.2.2 Vidas Sucessivas
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.2.3 Reencarnação
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Moléstias da carne e impedimentos do sangue, mutilações e defeitos,
inquietações e deformidades, fobias complexas e deficiências inúmeras constituem pontos
de corrigenda do nosso passado que hoje nos restauram à frente do futuro.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.2.4 Virtude Solitária
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.2.5 Jesus e Kardec
Ante a Revelação Divina, assevera Jesus:
- "Eu não vim destruir a Lei".
E reafirma Allan Kardec:
- "Também o Espiritismo diz: -não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe
execução."
56
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Enaltecendo o espírito de serviço, notificou o Eterno Amigo:
- "Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também”.
E Allan Kardec confirma:
- "Se Deus houvesse isentado o homem do trabalho corpóreo, seus membros ter-
se-iam atrofiados, e, se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria
permanecido na infância, no estado de instinto a1iimal".
Louvando a responsabilidade, ponderou o Senhor:
- "Muito se pedirá a quem muito recebeu".
E Allan Kardec conclui:
- "Aos espíritas muito será pedido, porque muito hão recebido".
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.3 Lins de Vasconcelos
3.3.1 Renascer e Remorrer
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.4 Joanna de Angelis
3.4.1 Considerando a Reencarnação
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A reencarnação é convite ao aproveitamento da oportunidade e do tempo, que
sempre devem ser colocados a serviço do progresso espiritual e da perfeição, etapa final da
contínua busca do ser.
Joanna de Angelis – Responsabilidade – Cap. 5: Considerando a Reencarnação
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.4.2 A Benção da Reencarnação
Considera o teu estágio na terra, no corpo físico, uma oportunidade especial para o
teu crescimento espiritual.
Esforça-te por aproveitar cada momento da superior experiência evolutiva, a fim
de poderes amealhar valores imperecíveis que te acompanharão para sempre.
Tem em mente que o processo evolutivo é realizado através etapas formosas que
proporcionam o aperfeiçoamento moral, a libertação dos atavismos perturbadores, a
conquista de bens internos intransferíveis.
Não malbarates os ensejos de aprendizagem através do jogo ilusório do prazer
insaciável, mantendo a certeza de que o tempo é amigo daquele que o utiliza com sabedoria,
tornando-se adversário silencioso de quem o gasta na inutilidade.
A viagem corporal constitui recurso de alta valia para a aquisição de plenitude, o
que equivale dizer da auto-realização, que se converte em paz interior e em sentimento de
felicidade.
O corpo é instrumento do Espírito que o deverá comandar seguramente com
disciplina e amor.
Dotado de impulsos resultantes do fatalismo biológico, a razão e a consciência devem
construir-lhe orientação segura e recurso de sabedoria para a solução dos desafios e o
enfrentamento das dificuldades que são naturais.
Não o desgastes inutilmente, porquanto ele te responderá conforme a maneira com
que utilizes a sua vitalidade.
De acordo com a forma como te conduzas mentalmente, ele refletirá os teus anseios
e necessidades de maneira gentil ou através de inquietações e sofrimentos contínuos.
Engajado na organização mental, o Espírito tem por objetivo administrar-lhe a
conduta, ordenar-lhe os sentimentos, desenvolver as emoções superiores, a fim de
conseguir a compreensão legítima da finalidade existencial.
Reserva as tuas reflexões para o desempenho as tarefas que terás de atender, porque
todos aqueles que retornam à vida física estão comprometidos com a retaguarda.
Mesmo os missionários do amor, da caridade, da ciência, da religião, da política e
das realizações humanas aceitaram a experiência do retorno, por gratidão às conquistas
passadas, oferecendo-se para auxiliar todos aqueles que se encontram na retaguarda, à
semelhança de estrelas em noite escura...
Recebe o retorno das tuas ações, como quer que se apresentem na atualidade,
modificando a estrutura daquelas que afligem e sublimando aqueloutras que te alegram.
O Espírito é sempre o construtor dos projetos evolutivos dentro das Leis vigentes
no Universo.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
De acordo com as suas reflexões mentais, palavras e atos, desenha os planos para o futuro
que o aguarda silenciosamente, mas, inflexível.
Ninguém, por isso mesmo, pode evadir-se das consciência, dos deveres relevantes,
do crescimento espiritual.
As Leis Divinas estabelecem que o progresso é irrefragável, e nada o detém. Pode-
se estacioná-lo no caminho por algum tempo.
No entanto, momento chega em que o amor de Deus enseja a expiação ao calceta,
e ele, encarcerando-se no corpo, impossibilitado de complicar o processo de evolução,
reeduca-se, desperta para a realidade.
Seja qual for a situação em que te encontres hoje na jornada física, agrade a Deus
a oportunidade ímpar, por oferecer-te os instrumentos de libertação e de felicidade.
Se defrontas sofrimentos e inquietações, reserva-te a serenidade, e continua agindo
com equilíbrio, de forma a fruíres mais tarde a paz que ora te falta.
Se te encontras algemado a limites e a dores excruciantes, mantém a paciência,
porque este fenômeno logo passará, facultando-te emoções grandiosas.
Se experimentas solidão e desconforto, guarda a confiança em Deus e avança,
mesmo que chorando, na expectativa dos reencontros felizes e das alegrias inefáveis.
Se te atormentam alguns espíritos inferiores, que te inspiram idéias perturbadoras
e te exploram as resistências, ora por eles e ama-os quanto possas. São os irmãos que
deixaste desafortunados em dias não muito distantes.
Se encontras adversidades por onde deambulas, recolhe as lições delas defluentes,
porque as semeaste ontem, tendo agora o ensejo de recolhê-las e superá-las.
Se sofres humilhações e adversidades em toda parte, não recalcitres contra o
aguilhão, antes compreende que essas experiências irão fortalecer-te interiormente, da
mesma forma que os vendavais enrijecem as árvores que lhes sofrem a violência.
Tudo tem uma razão de ser no Universo. Mesmo aquilo que não entendas, está
vinculado a causas legítimas que desencadearam esses efeitos afligentes.
As Leis Morais que vigem em toda parte, emanadas de Deus, são soberanas em sua
justiça e alcançam todos os Espíritos: bons e maus, superiores e inferiores, angélicos e
perversos, naturalmente de acordo com o seu nível de evolução.
Se permaneceres confiante e trabalhando pelo próprio crescimento espiritual,
fruirás alegrias desde o momento em que te entregues ao mister. O fato de estares a serviço
do bem e da verdade, do dever e da dignidade, já constitui divina dádiva, que estás
transformando em sabedoria.
Ninguém transita na terra sem experimentar o resultado de seus atos anteriores, o
que é perfeitamente compreensível.
62
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Grande número de queixosos afirma que não se lembra do momento em que
delinquiu, o que lhe serviria de justificativa para não resgatar afrontas nem crimes, o que
lhe serviria de justificativa para não resgatar afrontas nem crimes.
Deus concede o parcial olvido do passado, por compreender que as lembranças
boas ou más não se restringem apenas ao indivíduo, mas, ao grupo no qual se movimentou,
facultando-lhe, então, caso recordasse, tomar conhecimento das ocorrências que foram
praticadas pelos demais da esfera fraternal.
Todavia, esse olvido não é total, porquanto, através dos impulsos emocionais, das
tendências, as ocorrências, todos têm conhecimento de como devem ter sido.
Ademais, graças à mediunidade, às recordações espontâneas, quando necessárias,
a alguns sonhos, volvem as cenas felizes ou desventuradas, ressurgem os afetos ou os
adversários na paisagem mental.
O importante, portanto, é o hoje, não o que se foi, aquilo que desencadeou a
ocorrência que agora vives.
Desse modo, aquieta os sentimentos doridos, procura compreender os objetivos
existenciais e atua no bem tanto quanto te seja possível.
Faze um pouco mais: vai além dos teus limites...
Inscreve-te, de imediato, emocionalmente, nos compromissos de iluminação
interior, e trabalha para que a luz divina de onde procedes desenvolva-se no âmago do teu
ser, clareando-te totalmente e tornando-te uma chama que esparze claridade e alegria.
A reencarnação é tesouro de elevado significado e grandioso valor.
Vive-a com serenidade e júbilo, burilando-te espiritualmente e avançando pela
estrada que Jesus percorreu, nela deixando Suas pegadas luminíferas.
Também Ele, que não tinha dívidas, experimentou amarguras e incompreensões,
sofreu perseguições inclementes e dolorosas, prosseguindo, porém afável e gentil, mesmo
com aqueles que tentavam dificultar-Lhe o ministério divino.
Se malbaratas essa chance, não te poderás queixar nem aspirar por nova
oportunidade com rapidez, porque a marcha do progresso obedece a códigos que não
podem ser desconsiderados.
Abençoa, desse modo, a tua atual existência, com as lições do Evangelho de Jesus,
vivendo-as no dia-a-dia, feliz e agradecido a Deus com as tuas atitudes renovadas.
Joanna de Angelis – Atitudes Renovadas – Cap. 3: A Benção da Reencarnação
63
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.4.3 Necessidade da Reencarnação
"As lutas têm sido cruéis. Dificuldades me assinalam os passos em todo lugar.
Sofro em demasia." - Clamam, com irreflexão, aqueles que jornadeiam, desatentos, a trilha
evolutiva.
"Acompanho a marcha do progresso e constato que o êxito a coroar tantas cabeças
não me alcança. Creio que em breve desistirei da luta". - Rebelam-se os companheiros do
labor diário, em pleno campo redentor.
"Fracassos me seguem nos melhores empreendimentos, conduzindo-me a
desespero infrene. A dor é comensal dos meus dias. Que fazer?" - Refletem, de mente
desalinhada, os que se distanciam da fé racional e se consomem em interrogações aflitivas.
No entanto, todos esses que seguem, sob aparente amargura, aprendem na enxerga
da aflição a valorizar os tesouros divinos que malbarataram por leviandade ou loucura.
Recomeçam pelos sítios em que desertaram da vida, fixando experiências que a rebeldia,
mal contida, ainda hoje transforma em novos cardos a se lhe cravarem nos tecidos sutis da
alma.
Tem paciência diante da aflição punitiva ou libertadora. Não recolhas à análise
deprimente dos fatos ou das oportunidades. Enquanto contabilizas desditas, olvidas a
claridade estelar espargindo luminosidade, seja durante o dia, seja na escuridade da noite.
Tudo são lições.
O desgosto de agora transformar-se-á em proveitosa experiência de amanhã.
Caminho percorrido - local identificado. Afervora-te ao exame do trabalho sem a
desarmonia ansiosa dos resultados que temes. O que hoje parece insucesso logo mais se
converterá em dadivoso bem.
A reencarnação significa precioso ensejo de sublimar e superar, registrando como
bênçãos nos refolhos da alma as experiências de libertação do imediatismo e da
extravagância.
É expressivo o retorno à carne para refazimento das experiências deixadas à
margem; tantas se fazem necessárias quantas as oportunidades de evoluir, até chegar à
perfeição.
Nunca se nos deparam os mesmos recursos no roteiro da vida, nas mesmas
condições. Não pisarás duas vezes as águas do mesmo rio.
Embora retornes ao local da véspera, as águas que fluem não são as mesmas. A
oportunidade, conquanto se nos apresente assinalada pelo nosso desagrado, representa
preciosa dádiva.
64
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Transforma, portanto, a dor em cântico de júbilo. Cada etapa vencida é vitória
conquistada a marcar os teus triunfos sobre as próprias lutas, incessantemente até
conquistares a paz em plenitude.
Não fossem os dissabores, e os estímulos para as tarefas desapareceriam.
A reencarnação ficaria destituída de valor se não BURILASSE os espíritos quando
do retorno iluminativo.
O pavio que não arde, conserva-se; todavia, não espalha luz. a lâmina que não se
consome, no uso, não vai além de ornamento a pesar na economia das utilidades.
Nasce e renasce o espírito em diversos círculos para conquistar e reconquistar
afetos, alargando os horizontes da fraternidade entre todas as criaturas, de modo a que o
Reino de Deus não se transforme em oásis fechado de felicidade grupal, distante da
Humanidade inteira. Com propriedade, portanto, anotou o Codificador do Espiritismo que
"a reencarnação, aliás, precisa ter um fim útil".
Ascendamos através das lutas diárias nesse "estado transitório" da encarnação,
calcando óbices e superando dificuldades, de tal modo que esta oportunidade significativa
para os que se encontram revestidos da organização carnal constitua a ponte que leva ao
planalto da vida melhor, sem sombra, sem dor, sem desespero, fazendo-os vencedores das
paixões e da morte, verdadeiramente espíritos felizes.
Joanna de Angelis – Lampadário Espírita – Cap. 14: Necessidade da
Reencarnação
65
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.4.4 Reencarnação e Consciência
A conquista lúcida da consciência abre espaços para o entendimento das leis que
regem a vida, facultando o progresso do ser, que se entrega à tarefa de educação pessoal e,
por consequência, da sociedade na qual se encontra situado.
Não mais lhe atendem as aspirações, os conceitos utópicos e as afirmações pueris
destituídas de razão, com os quais no passado se anestesiava o discernimento dos
indivíduos e das massas.
Com ela a idéia de Deus e da sua justiça evolui, arrancando-o do antropomorfismo
a que esteve algemado pela ignorância, para uma realidade mais consentânea com a própria
grandeza.
Os velhos tabus, como efeito, cedem lugar aos fatos que podem ser considerados e
examinados pela investigação, produzindo amplas percepções de conteúdos que
enriquecem a compreensão.
O crescimento interior elucida a justiça, que já não se aferra aos limites das paixões
humanas que a padronizaram conforme os próprios interesses, agraciando uns e punindo
outros, em lamentável aberração ética e de equanimidade discutível, senão absurda.
A consciência conquistada favorece a penetração nas causas da vida mediante os
processos de intuição, de dedução e de análise decorrente da experiência vívida dos fatores
que constituem o Universo.
Engrandecem-se o homem e a mulher que se despojam do temor ou da
incredulidade, do beatismo ou da negação, assumindo uma postura digna, portanto coerente
com seu estado da evolução.
Somente a consciência favorece a perfeita identificação com a realidade das vidas
sucessivas, concepção-lei única a corresponder à grandeza da vida.
Sem a consciência, a inteligência lógica crê, mas não se submete; a emoção aceita,
porém, receia os impositivos do estatuto da evolução, no qual está o mecanismo
reencarnacionista.
A consciência abre as comportas da inteligência e do sentimento para a natural
aceitação das experiências sucessivas e inevitáveis, que promovem a criatura.
A reencarnação é instrumento do progresso do ser espiritual.
Ora ele expia, quando são graves os seus delitos, submetendo-se às aflições que
constituem disciplinas educativas mediante as quais se fixam nos painéis profundos da
consciência os deveres a cumprir. Noutras vezes são provações que enrijecem as fibras
morais responsáveis pela ação dignificadora.
Longe de ser uma punição, a dádiva do renascimento corporal é bênção do amor,
auxiliando o espírito a desenvolver os recursos que lhe jazem latentes, qual terra arroteada
e adubada em condições de transformar a semente diminuta no vegetal exuberante que nela
dorme.
Diante dessa realidade, amplia a tua consciência pela meditação e age com
segurança ética, entregando-te ao compromisso de iluminação desde agora.
Nunca postergues os deveres a pretexto de que terás futuras oportunidades.
66
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A tua consciência dirá que hoje e aqui estão o momento e o lugar para a construção
do teu ser espiritual, que se deve elevar, libertando-te dos atavismos primitivos e das
paixões perturbadoras.
A consciência da reencarnação impulsionar-te-á ao progresso através do amor e do
bem sem alternativas de fracasso, porque a luz da felicidade brilhando à frente será o
estimulo para que alcances a meta.
Sem a reencarnação a vida inteligente retornaria ao caos e a lógica do progresso
ficaria reduzida à estupidez, à ignorância.
A consciência da reencarnação explica Sócrates e o homem bárbaro do seu tempo,
Gandhi e o selvagem da atualidade, a civilização e o primitivismo nesta mesma época.
Lentamente o ser avança e, de etapa em etapa, adquire experiência, conhecimento,
sentimento, sabedoria, consciência.
Joanna de Angelis – Momentos de Consciência – Cap. 10: Reencarnação e Consciência
67
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.5 Herculano Pires
3.5.1 A Chave da Reencarnação
68
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.6 Manoel Philomeno de Miranda
3.6.1 Reencarnação: Dádiva de Deus
69
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
saúde e doença, normalidade ou idiotia, lucidez e inteligência, memória e harmonia
emocional, duração do cometimento corporal e predisposições para prolongamento ou
antecipação da viagem de retorno, ensejando, assim, probabilidades dentro do
comportamento de cada aluno a aprendizagem terrena...
Fenômenos do determinismo são estabelecidos com margem a alternâncias
decorrentes do uso do livre-arbítrio, de modo a permitir uma ampla faixa de movimentação
com certa independência emocional em torno do destino, embora sob controles que
funcionam automaticamente, em consonância com as leis do equilíbrio geral.
São travados debates entre o futuro reencarnante e os seus fiadores espirituais, com
a exposição das dificuldades a enfrentar e dos problemas a vencer, nascendo e se
desdobrando a euforia e a esperança em relação ao futuro.
Em clima de prece, entre promessas de luta e coragem, sob o apoio de abnegados
Instrutores, o Espírito mergulha no oceano compacto da psicosfera terrena e se vincula a
célula fecundada, dando início a novo compromisso.
Os que o amam, na Espiritualidade, ficam expectantes e interessados pelos
acontecimentos, preocupados pelos sucessos que se darão, e buscando interceder nas horas
graves, auxiliando nos momentos mais difíceis, encorajando sempre...
A reencarnação, porém, que leva a parcial esquecimento das responsabilidades, em
razão da imantação celular que se faz, é sempre cometimento4 de grande porte e alta
gravidade.
Conseguido o êxito do renascimento, continua o intercâmbio, durante a primeira
infância, com os Amigos da retaguarda espiritual e, à medida que o corpo absorve o
Espírito ou este se assenhoreia daquele, vão-se apagando as lembranças mais próximas
enquanto ressumam as fixações mais fortemente vivas no ser, dando nascimento às
tendências e paixões que a educação e a disciplina moral devem corrigir a benefício do
educando.
Nunca cessam, em momento algum, os socorros inspirativos que procedem da
esfera espiritual, em contínuas tentativas pelo aproveitamento integral do valioso
investimento a que o Espírito se propôs.
O retorno é feito, quase sempre, com altos índices de fracasso, com agravamento
de responsabilidades; de insucesso, em decorrência da invigilância e da indolência, dando
margem a amargura e a perturbação; de perda do tentame, graças à fatuidade e aos graves
comprometimentos do pretérito, de que não se conseguiram libertar...
Pode-se compreender a preocupação afetuosa dos Benfeitores espirituais que
acompanham os seus pupilos, à medida que estes se afastam da sua influência benéfica e
se transferem espontaneamente de área vibratória, entregando-se aos envolvimentos
perniciosos e destrutivos.
70
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Instam esses nobres cooperadores do bem, para que os seus protegidos retornem
ao roteiro traçado, usando de mil recursos sutis, ou de interferências mais vigorosas, tais
como as enfermidades inesperadas, os acidentes imprevistos, as dificuldades econômicas,
a carência afetiva, de modo a despertarem do anestésico da ilusão os que se enovelaram
nos fins da leviandade ou se intoxicaram pelo bafio do orgulho, do egoísmo, da cólera...
Outras vezes, recorrem a outros amigos e benfeitores, a favores da vida e a ajudas
que lhes facilitem a marcha, perseverando até quando, rechaçados, ficam a distância,
aguardando...
A reencarnação é o maior investimento da vida ao Espírito em processo evolutivo,
o qual, sem ela, padeceria a hipertrofia de valores intelecto-morais, pela falta do ensejo da
convivência com aqueles que se lhe vinculam pelo amor santificado, pelo amor asselvajado
das paixões dissolventes, ou pelo amor enlouquecido no ódio, na violência, na
perseguição...
A conjuntura carnal constitui valiosa aprendizagem para a fixação dos recursos
mais elevados do bem e do progresso na escalada inevitável da evolução.
Sem dúvida, o parcial olvido dos compromissos assumidos responde por alguns
fatores do insucesso, mas, ao mesmo tempo, isto constitui a mais expressiva concessão do
amor do Pai, evitando que se compliquem os fenômenos da animosidade e do
ressentimento, das mágoas e das preferências exclusivistas, que tenderiam a reunir os afins
nos gostos e afetos, produzindo um clima de desprezo e agressão contra aqueles que se lhes
opusessem.
Como jamais retrograda o Espírito, no seu processo evolutivo, os insucessos não
atingem as conquistas, que permanecem, agravando, isto sim, o programa de
responsabilidades de que se desobrigara, quando falharem as provações remissoras,
mediante as expiações redentoras que serão utilizadas como terapêutica final.
Todas as conquistas da inteligência – e sempre são logradas novas etapas, nesse
campo, em cada reencarnação – permanecem, embora as aquisições morais, mais lentas,
porém, mais importantes, somente através de sacrifício e renúncia, de amor e devotamento
conseguem ser alcançadas.
Com as luzes projetadas pelo Espiritismo, na atualidade, o empreendimento da
reencarnação adquire hoje mais amplo entendimento pelos homens, que reconhecem a sua
procedência espiritual, identificando-a e, por sua vez, preparando-se para o retorno à vida
que estua e nela se encontra, inevitavelmente, seja no corpo ou fora dele.
Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 1:
Reencarnação – Dádiva de Deus
71
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.7 Militão Pacheco
3.7.1 O Espiritismo Pergunta
72
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A reencarnação é o caminho da Grande Luz.
Ama e trabalha. Trabalha e serve.
Perante o bem, quase sempre, temos sido somente constantes na inconstância e fiéis
à infidelidade, esquecidos de que tudo se transforma, com exceção da necessidade de
transformar.
Militão Pacheco – O Espírito da Verdade – Cap. 18: O Espiritismo Pergunta
73
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.8 Martins Peralva
3.8.1 Reencarnacionismo, Sim
74
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
a) — Descontinuidade dos laços espirituais.
b) — Separação definitiva, com a morte, dos entes queridos.
c) — Separação definitiva, com a morte, dos adversários.
d) — Insuficiência, absoluta, de tempo para o desenvolvimento moral e intelectual
da humanidade.
e) — Condução do homem à descrença na Justiça e no Amor de Deus.
Descontinuidade dos laços espirituais: — Tem o inconveniente de limitar as
afetividades e os impulsos de solidariedade humana aos círculos da família consanguínea,
estimulando, assim, o egoísmo, chaga monstruosa que as religiões tentam combater há
milênios.
O homem, já por si mesmo natural e congenitamente egoísta, terá, apenas, por
centro de seu interesse e de seu trabalho o grupo familiar.
Todo o seu esforço, sua luta e empreendimentos girarão, exclusivamente, em favor
dos que lhe integram a equipe de parentela, restringindo, assim, os sentimentos de
fraternidade autêntica.
Estimula, portanto, o egocentrismo feroz.
Separação definitiva dos entes queridos: — Ê a doutrina do desespero ante a alma
querida que parte, pela desencarnação.
É o pavor ante o desconhecido, com o que surge, inevitável, a interrogação aflitiva:
onde estarão o filho que partiu, a esposa ou o marido, a mãe ou o pai: no inferno ou no Céu
?...
Nos lares espíritas, nota-se, certamente, em ocasiões que tais, a dor-saudade —
nunca a dor-revolta! — pela ausência física do ser amado, compensada pela esperança, com
a certeza da presença espiritual.
Nem inferno, nem Céu, mas o plano espiritual correspondente aos méritos daquele
que regressou ao Mundo da Verdade.
Espiritualidade, imortalidade, comunicabilidade dos mortos-vivos com os que
ficaram na Terra.
Separação definitiva dos adversários: — Seria a cessação das oportunidades
reconciliatórias, tão almejadas pelos que não aprenderam a odiar.
O adversário, para o espírita, não é um inimigo, mas um irmão colocado,
temporariamente, em posição de antagonismo, e com o qual, mais cedo ou mais tarde, tem
o dever de reconciliar-se.
O Espírita — estranha doutrina! — não quer o adversário a distância, nem morto:
deseja vê-lo no mesmo campo de luta, neste ou noutros mundos, com as mesmas
oportunidades de crescimento e reabilitação, a fim de que o reencontro se dê, o mais breve
75
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
possível, para a sublimidade da reaproximação fraterna, com esquecimento de todas as
hostilidades que se perderam no tempo e no espaço.
Para as doutrinas não-reencarnacionistas, em tese, a morte do adversário é um
alívio, é o fim.
Para o espírita é simples mudança de plano, hoje, para o reencontro conciliador,
amanhã.
No Espaço, ou em futuras reencarnações, deseja o espírita reaproximar-se do
adversário, porque assim preceitua a doutrina do Amor Universal pregada e exemplificada
por Jesus, Senhor e Mestre de nossas vidas.
Insuficiência de tempo para o desenvolvimento moral e intelectual: — Através de
várias encarnações é que o espírito evolui, moral e intelectualmente, adquirindo virtudes e
conhecimentos que o farão, em glorioso dia, santo e sábio.
Numa só vida — mesmo que seja ela de cem anos — poderia o homem adquirir,
apenas, instrução de rotina, se não trouxesse, do passado, patrimônios espirituais e culturais
que se alojaram nos escaninhos maravilhosos do perispírito — o notável porão da
individualidade, onde se armazenam méritos e deméritos, para eclosão em futuras
experiências reencarnatórias.
Numa só existência, por mais longa, não se adquiririam todas as virtudes e todos
os conhecimentos.
O santo e o sábio — ou o santo-sábio — teriam de ser privilegiados de Deus,
escolhidos a dedo.
Em várias existências, o santo e o sábio terão sido os construtores das próprias
virtudes e dos próprios conhecimentos, segundo a maravilhosa engrenagem das leis divinas
equânimes e infalíveis, que não estabelecem predileções por ninguém.
Enquanto as doutrinas reencarnacionistas nos falam de Deus-Amor, as não-
reencarnacionistas conduzem o homem, infelizmente, à descrença na Justiça Divina, por
serem a própria negação do Amor de Deus.
As doutrinas reencarnacionistas, ao contrário das não-reencarnacionistas,
asseguram:
a) — A continuidade dos laços de família, com a consequente ampliação da
parentela espiritual.
b) — A renovação de esperanças, pela certeza da sobrevivência e
comunicabilidade da alma.
c) — A universalização do conceito de fraternidade.
d) — Golpe de morte no egoísmo.
e) — O reencontro com almas queridas, no ambiente da família ou fora dele.
f) — O reencontro com adversários e credores, desta e doutras existências.
76
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
g) — A consolidação de afetos, com a consequente garantia da continuidade de
tarefas em comum.
h) — Melhor compreensão da Justiça e do Amor de Deus.
Com o Espiritismo, que viceja, exuberante, na condição de doutrina eminentemente
reencarnacionista, à luz redentora do Evangelho do Cristo, ficam assegurados, pela
oportunidade dos reencontros, o reajuste de situações, o resgate de débitos, a reabilitação
de vítimas.
As excelências do reencarnacionismo nos falam de um Deus que não é, apenas, o
Criador do Universo, Causa Primária de todas as coisas, mas, também, o Pai Compassivo
e Bom, Justo e Misericordioso
Martins Peralva – O Pensamento de Emmanuel – Cap. 12: Reencarnacionismo,
Sim
77
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4 A Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação – Estudo de Casos
A tabela a seguir apresenta uma síntese dos Casos expostos neste Estudo da
Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação.
78
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.1 Caso 1 – Mãe/Filho - Epifânio Leite – Luz no Lar
Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Existência em que, mulher ligada à nobreza, induz jovem por ela apaixonado ao
suicídio durante festa que promovia em sala de seu castelo.
• Efeito
Mulher, vivendo em extrema penúria entre humildes choupanas, trazendo nos
braços um filhinho sem fala, mutilado ao nascer.
Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro
O PASSADO
Recordo, castelã!… O narciso trescala
Do teu colo a fulgir de joias soberanas…
Alguém morre na festa… E, soberba, te ufanas
Do jovem que impeliste ao suicídio na sala.
O PRESENTE
Tempos correram, presto… Entre humildes choupanas,
Trazes agora ao peito um filhinho sem fala,
Mutilado ao nascer, flor que se despetala,
No trato de aflição da prova em que te fanas…
79
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.2 Caso 2 – Pais/Filho – Chico Xavier – Chico de Francisco
Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Promotor de Justiça responsável por levar centenas de pessoas à Guilhotina durante
a Revolução Francesa.
• Efeito
Filho, cego, surdo e mudo de nascença.
Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro
O PASSADO
81
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.4 Caso 4 - Pais/Filho – Hélio Ossamu – Resgate e Amor
Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Comandante ordena a morte de amigo, falsamente acusado.
• Efeito
Sofre acidente na qual vem a desencarnar de forma semelhante a imposta ao amigo
no passado.
O PASSADO
(...) Um amigo, erguido à posição de alto comandante de homens, apoiando-
se numa calúnia caprichosamente tramada, determina a morte, através do hara-
kiri, para o seu mais devotado auxiliar.
De nada valem protestos e justificações.
A sentença é executada.
O PRESENTE
Decorrido o tempo de espera compreensível, o supliciado do pretérito está
novamente no mundo, desincumbindo-se de novos encargos.
O rigoroso comandante de outra época aproxima-se dele, enternece-se no
ambiente familiar em que observa a digna tranqüilidade do homem que lhe fora
vítima e, com o amparo dos Benfeitores Espirituais, aos quais se liga por afeição
imorredoura, nasce na condição de filho do companheiro que ele próprio
sacrificara.
Entretém o carinho renascente nos pais queridos que o amam com
inexcedível ternura e, quando a existência terrestre se lhe consolida, sofre, num
acidente doloroso, a mesma provação do amigo de outro tempo, agora
transformado no pai amoroso que o acompanha no transe amargo.
O golpe no acidente que lhe causa a desencarnação tem a forma do Hara-kiri do
passado...
O FUTURO
(...) Agora, sou feliz, o feliz Tiaminho que recuperou o senso do amor aos
amigos e do respeito aos adversários, sem pensamentos de pesar a me vergarem a
cabeça. Espero que os meus pais muito amados compreendam e me abençoem.
(...) Agora, papai Hélio, os horizontes se me abriram e estamos entrosados
um com o outro na mesma continuidade do trabalho que retomamos sob os céus do
Brasil.
Hélio Ossamu Daikuara – Resgate e Amor
82
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.5 Caso 5 - Mãe/Filho – Mario Sobral – Memórias de um Suicida
Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Homem, abandona família, enforca amante e se suicida
• Efeito
Renasce em lar paupérrimo, mutilado das mãos.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.6 Caso 6 – Avó/Neta – Maria da Conceição – Vozes do Grande Além
Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Mãe e Filha acusavam falsamente pessoas de heréticos com o objetivo de ficarem
com as propriedades deles.
• Efeito
Pobre moça que renascera paralítica, muda e surda, vivendo por mais de meio
século num catre de sofrimento, sob os cuidados de abnegada avó.
O PRESENTE
(...) Durante mais de cinquenta anos sucessivos, por felicidade minha
experimentei fome, frio, enfermidade e desprezo de meus semelhantes…
Em toda a existência, como bênção de calor na carne devastada de
sofrimento, não recebi senão a das lágrimas que me escorriam dos olhos…
84
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.7 Caso 7 – Pais/Filha - Marina da Conceição – Depois da Vida
Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Senhora de Fazenda insensível leva a morte escrava por ciúme do Marido
• Efeito
Renasce com deficiência mental, sendo estrupada e tendo morte trágica.
85
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Pessoas inescrupulosas, chantageando a presunção da minha família,
afirmavam ser eu possessa de demônios, o que levava meus pais a aplicarem-me
surras constantes e homéricas, em vãs tentativas de expulsar de mim o Espírito
mau, execrando-me com epítetos malsãos e expressões que me humilhavam,
na presença dos empregados e dos demais familiares.
Não fluí a bênção do caminho materno que, ao contrário, não escondia
sua ojeriza pela minha presença.
Era obrigada a fazer as refeições à parte da família, porque o
meu descontrole motor sempre gerava cenas embaraçosas à mesa.
Aos quinze anos, apresentando uma forma harmônica, na estupidez de
uma mente limitada e enferma, fui vítima de pessoas mais infelizes, que
me estupraram, em plena mata, sem que eu tivesse consciência da hediondez
do crime; e minha mãe, acreditando-se vulgar, exigiu de meu pai que
tomasse providências, que se complicariam mais tarde, após uma sucessão de
agressões físicas que me deixaram prostrada no leito por vários dias.
Não terminou aí o meu calvário, porque, pouco mais de dois meses
depois, anunciou-se uma gestação indesejada.
Meus genitores, tomados de fúria, levaram-me para a mata e espancaram-
me impiedosamente, a fim de que eu acusasse o homem que me
havia desencaminhado, para que eles encenassem um matrimônio impossível
ou mandassem lavar-lhes a honra manchada com a vingança. Na minha alucinação
e desequilíbrio, no entanto, eu não podia identificar o meu algoz.
Ataram-me então, a um tronco de árvore, e meu pai, tomado por um
furor indômito, chibateou-me até que a morte me adveio.
O FUTURO
Senti-me livre e leve, enquanto minha mãe que me concedera a
maternidade, havia sido a escrava que eu mandara matar, e o homem que me
houvera trazido à vida era o meu marido de outrora a quem eu negara o direito
da paternidade.
Nesse momento uma doce paz tomou conta de mim.
86
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Abandonei o casulo carnal, reconhecida, e porque alguém me aparecesse
oferecendo-me mãos generosas, passados alguns minutos, ali mesmo, me pus de
joelhos e agradeci a deus a oportunidade de resgatara o crime que cometera antes,
a fim de poder encontrar a paz perante a Justiça Divina, entregando os meus
genitores à própria consciência, sem qualquer rancor.
Aqui venho hoje, para dizer que todas as dores, mesmo aquelas que
se apresentam com caráter mais chocante e cruel, têm as suas raízes no
amor desprezado, que enlouqueceu no passado, quando engendramos crimes e
que, agora, a Providência deles nos permite liberar, a fim de granjearmos a
plenitude da paz.
Marina da Conceição – Depois da Vida – 3º Parte – Cap. 1
87
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.8 Caso 8 – Pai/Filho – Inácio Ferreira – Psiquiatria em Face da
Reencarnação
Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Homem mata a Esposa e o Tio, de forma bárbara. Tio que seria amante de sua
esposa.
• Efeito
Renasce com profunda aversão aos Pais, que seriam a reencarnação da Esposa e do
Tio.
O PASSADO
(...) casou-se com uma moça cujo conceito não era muito bom.
Após o seu casamento, aceitou um tio por sócio, no seu armazém e, certo
tempo depois de volta de uma de suas viagens, teve desconfianças de que o tio
tornara-se amante de sua esposa, manchando o seu lar.
Eles de nada desconfiavam, julgando-se únicos senhores deste segredo.
Nos dias de convivência que se seguiram, tudo fez para que as desconfianças
que o empolgavam se objetivassem em certezas, e, quando convicto de que tudo era
verdade, assassinou o tio na adega; retalhou seu corpo em centenas de pedaços e os
lançou em um dos tonéis de vinho, no qual pôs uma boa quantidade de ácido para
desfazer e apagar os vestígios de seu crime.
Em seguida levou também o corpo de sua esposa à adega, após amarrá-la,
abriu-lhe o ventre procurando deformá-la, mostrando-lhe, também o que restava do
corpo do amante.
Ela enlouqueceu sob tanta tortura e pouco depois morria vitimada pela
infecção que lhe produzira no ventre.
(...)
tenho presenciado a tragédia de suas vidas pois o seu pai atual foi o seu tio,
e a sua mãe nada menos que a sua esposa, naquela existência.
88
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
O PRESENTE
Desde pequeno demonstra gênio irascível, contra o pai e a mãe, mormente
contra o primeiro com o qual não quer convivência, evitando mesmo a
aproximação.
Ao contrário não respeita a velhice do pai, senhor já dos seus 60 anos,
cobrindo-o de impropérios e injúrias, tentando mesmo agredi-los fisicamente e, por
vezes sem motivo justificados.
Com os amigos e conhecidos demonstra-se um indivíduo perfeito,
conversando e tomando parte em suas reuniões, convivendo naturalmente, sem
nenhuma demonstração de desequilíbrio mental.
Do pai não tolera a mínima observação, o mínimo conselho, demonstrando
revolta imediata, insultando o genitor, requerendo intervenção de várias pessoas
para contê-los nas suas demonstrações de ódio, insultos, pois torna-se furioso,
completamente louco, proferindo sem cessar numa algaravia de assuntos, insultos
e ameaças, aglutinando lembranças e momentos da política Européia, coisas que
desconhece, pois pouco se importa com jornais e tudo ignora do velho mundo.
Essas crises são constantes e por vezes duram horas e mesmo dias, sendo
então constantemente vigiado, amarrado ou posto sob a proteção de entorpecentes,
único meio de que lançaram mão médicos que dele trataram.
O FUTURO
(...) Fizemos um relato completo sobre a passada existência das personagens
em foco. Da melhor maneira possível, fizemos-lhe ciente, assim, de que a
convivência do paciente, junto dos pais seria problemática.
Levasse-o e tentasse, mais uma vez. Certo continuassem as manifestações
de ódio e rancor contra os pais, afastassem o paciente do convívio da família,
permitindo que fosse trabalhar alhures, porquanto a recuperação dependia dele
mesmo, jamais de drogas médicas.
(...) Impressionados com mais essa demonstração de revolta e cientes do
nosso aviso, mais uma vez resolveram seguir nossos conselhos e facilitaram a sua
ida para outra cidade, onde permanece até o momento presente – Um ano após –
Entregue ao seu trabalho, rodeado de considerações e amizades por fazer jus a elas,
com o seu proceder correto e sua conduta sem mácula.
Inácio Ferreira – Psiquiatria em Face da Reencarnação – Filho que
detesta os Pais.
89
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.9 Caso 9 – Pai/Filhos – Yvonne Pereira – Dramas da Obsessão
Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Homem, pertencente ao clero, levou enorme sofrimento aos outros via Inquisição
Espanhola.
• Efeito
Renasce sob profundo processo obsessivo, levando a tentativas de suicídio dele e
outros elementos da família.
O PASSADO
São ódios, vinganças pessoais de um passado que se me afigura
intensamente dramático! Os obsessores pertencem às falanges do antigo judaísmo!
Ainda conservam nas irradiações mentais, refletindo sobre a sensibilidade do
perispírito, as sombras, as imagens, mui concretizadas, da indumentária usada pelos
judeus de Portugal, pelo século XVI...
Bezerra de Menezes – Dramas da Obsessão – Cap. 1 – Leonel e os Judeus
(...)
O Leonel havia sido o inquisidor português Jerônimo de Azambuja. Tive
muito trabalho para descobrir se esse Jerônimo de Azambuja realmente existiu!
Quem acabou descobrindo para mim foi o Ismael Gomes Braga. Na verdade,
ele não se chamava Leonel, mas Luís.
Foi o dr. Bezerra que decidiu mudar o seu nome. O dr. Bezerra, com aquela
caridade toda, disse para mim: "Vamos mudar o prenome para Hidelbrando, para
ele não ficar odiado".
Yvonne Pereira - Pelos Caminhos da Mediunidade Serena - Sexta
Entrevista O Suicidio de Leonel
O PRESENTE
- Trata-se de um caso de obsessão coletiva simples, meu caro irmão...,
carente de intervenção imediata de socorro espiritual, a fim de que se evitem
outros suicídios na família...
São, quase todos os membros dessa numerosa família, constituída do velho
casal e dez filhos menores, portadores de faculdades mediúnicas ignoradas...
90
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
(...)
- Sim! Inteirei-me de que o chefe da mesma família, de nome Leonel, pôs
termo à existência terrena, desfechando um tiro de revólver no ouvido direito, e
que sua filha primogênita, jovem de vinte primaveras, lhe imitou o gesto alguns
meses depois, servindo-se, porém, de um tóxico violento...
Inteirei-me ainda de que outro filho seu, de quinze anos de idade, tentou
igualmente o sinistro ato, salvando-se, no entanto, graças à ação prestimosa de
amigos agilíssimos, que evitaram fosse ele colhido por um trem de ferro, pois o
tresloucado lançou-se aos trilhos, enfrentando o comboio, que se aproximava...
(...)
- Vimos ambos os suicidas ainda retidos no próprio teatro dos
acontecimentos: - Leonel, vagando, desolado e sofredor, a bradar por socorros
médicos, traindo nas próprias repercussões vibratórias o gênero da morte escolhida
sob pressões invisíveis... e Alcina, a filha, com o perispírito ainda em colapso,
desmaiada sob o choque violento do ato praticado... distinguimos também os
obsessores...
(...)
As anormalidades morais e psíquicas surgiram na vida de Leonel desde a
infância. Durante esse período, em que, geralmente, a criança é graciosa e gentil,
passiva às disciplinas educativas, a dita personagem mostrava-se avessa aos
próprios carinhos maternos, preferindo rebelar-se contra toda e qualquer
modalidade de correção imposta pelos pais, e também pelos mestres, na escola que
freqüentava, e repelindo conselhos e advertências que visavam a orientá-lo para
bons princípios.
(...)
De outras vezes, verdadeiramente possesso pelas entidades trevosas do
Invisível, quebrava os consolos e aparadores de sua mãe e as porcelanas existentes
nos armários onde se guardava a louça da casa, quebrava espelhos, vidraças, e tais
eram os desatinos que sobrevinham dentro do lar, daí derivados, que, desesperado,
seu pai saía para a rua, às vezes a horas adiantadas da noite, receoso de esbordoá-
lo e matá-lo sob a cólera por que se sentia invadir, enquanto sua mãe caía com
ataques nervosos de suma gravidade, após o que, ele próprio, caía em prostração
surpreendente, abatido e sonolento, para avançar pela noite a dentro, presa de
pesadelos terríveis, durante os quais se sentia envolvido em chamas, no centro de
uma fogueira imensa, ou encarcerado em prisões infectas, torturado por azorragues
e mil outras impressões que a custo se dissipavam.
Bezerra de Menezes – Dramas da Obsessão – Cap. 1 – Leonel e os Judeus
91
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
O FUTURO
- O nosso querido Leonel necessitava, meus amigos, realmente, da amarga
lição que, finalmente, a lei das causas e dos efeitos o levou a experimentar. Desde
tempo remoto até a atualidade, ele se vem inspirando em diretrizes corrompidas,
arraigado a paixões inferiores, sem boa vontade para a emenda em princípios
regeneradores, apesar dos nossos esforços para conduzi-lo à marcha legítima para
o Bem.
(...)
Qual o corretivo, porém, a aplicar?... Que punição bastante justa, castigo
assaz sábio para, corrigindo-o, não reverter em impiedade por parte da lei que os
permitisse?...
De fácil solução seria o problema, aplicado tantas vezes entre os
endurecidos no mal, pela mesma lei: - deixá-lo inteiramente entregue ao seu livre
arbítrio! Afastarmo-nos dos seus caminhos, não mais os aconselhando durante o
sono corporal e tão-pouco tecendo em torno dos seus passos barreiras que
anulassem os múltiplos malefícios com que teimava em barricar a própria evolução
moral espiritual.
Deixarmos de interferir nas reencarnações, abandonando-o à própria
responsabilidade, sem nossas inspirações e assistência, a fim de que sentido,
finalmente, a solidão interior envolver o seu espírito, ele se humilhasse perante si
mesmo e procurasse reencontrar-nos, com boa vontade para a emenda e a conquista
do progresso, impulsionado pelos aguilhões da dor.
Bezerra de Menezes – Dramas da Obsessão – Cap. 1 – Leonel e os
Judeus
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.10 Caso 10 – Pai/Filho – Epifânio Leite – Luz no Lar
Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Lider utiliza a sua inteligência para destruir e levar o sofrimento a outros.
• Efeito
Renasce mudo e cego desde o berço, em tarefa expiatória, por abusos da
inteligência.
O PASSADO
Filho meu de outro tempo, armei-te de ouro e lança,
Exortei-te a sonhar: “ama, constrói, ensina!...”
E transformaste o mando em presença assassina;
Vejo-te a trilha em fogo onde a memória alcança.
O PRESENTE
Quis ver-te reencarnado.., O amor jamais descansa.
E achei-te — águia enjaulada em gaiola mofina —-
Cego e mudo a esmolar e a gemer em surdina.
Trazes luto no peito e chagas na lembrança!...
O FUTURO
O pranto lavará nossas culpas longevas,
E, um dia, subirás da humilhação nas trevas
Para a glória da luz na concha dos meus braços.
Epifânio Leite – Luz no Lar – Cap. 56 – Meu Filho
93
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.11 Caso 11 – Mãe/Filho – André Luiz – Ação e Reação
Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Temos sob nossa atenção lamentável débito congelado. Nosso pobre
companheiro, deploravelmente tombado, praticou numerosos delitos na Terra e no
Plano Espiritual e, há mais de mil anos, vem sucumbindo, vaidoso e
desprevenido, às garras da criminalidade...
• Efeito
Renasce mudo e cego desde o berço, em tarefa expiatória, por abusos da
inteligência.
Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro
O PASSADO
De existência a existência, não soube senão consumir os recursos do campo
físico, tumultuando as paisagens sociais em que o Senhor lhe concedeu viver.
Calamidades diversas, como sejam homicídios, rebeliões, extorsões, calúnias,
falências, suicídios, abortos e obsessões foram por ele provocados, desde muitos
séculos, porquanto nada viu à frente dos olhos senão o seu egoísmo a saciar...
O PRESENTE
Sabino seria o idiota paralítico, surdo e mudo... Para nós, no entanto --
explicou o Assistente --, é um prisioneiro ainda perigoso, engaiolado nos ossos
físicos, de cuja tessitura, por agora, não tem qualquer noção, tal o egoísmo que
ainda lhe turva a alma, em processo de incontrolável hipertrofia...
O FUTURO
Não houve, pois, outro remédio para ele senão o insulamento absoluto
na carne, sob a custódia da mulher que o ajudou nas sucessivas quedas, erigida
então à posição de enfermeira material do seu longo infortúnio...
Desfruta, desse modo, uma pausa na luta, como ensaio de esquecimento, a
fim de que possa, de futuro, encarar o montante dos compromissos em que se
enleia, promovendo-lhes solução digna nos séculos próximos, a golpes de férrea
vontade na renunciação de si mesmo.
Ficava evidente que, eram tantas as ligações de Sabino no plano
infernal que, por mercê de Jesus, foi ele ocultado provisoriamente naquele
corpo monstruoso, em que, além de incomunicável, fazia-se irreconhecível, em
favor dele próprio. A experiência era dura, mas lógica, terrível, mas justa.
André Luiz – Ação e Reação - Cap. 13
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
5 A Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação – Síntese
Você nasceu no lar que precisava nascer, vestiu o corpo físico que merecia,
mora onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com o teu adiantamento.
Teus parentes e amigos são as almas que você mesmo atraiu, com tua
própria afinidade.
Você escolhe, recolhe, elege, atrai, busca, expulsa, modifica tudo aquilo que
te rodeia a existência.
Nota: Esta mensagem, ditada por Hammed, terá sido recebida pelo médium
Francisco do Espírito Santo em Reunião Pública da Sociedade Espírita Boa Nova,
na noite de 06 de março de 1996. A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente
atribuída a Chico Xavier
Emmanuel/Chico Xavier
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Todas as contas a resgatar pedem relação direta entre credores e
devedores.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Com sentimentos alheios,
Não brinques, mesmo de leve...
Tanto no amor quanto em tudo,
Cada qual paga o que deve.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 2 – Amor e Reencarnação
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Maricota suicidou-se
Por causa de Anísio Prado,
Mas hoje é filhinha dele
De cérebro retardado
98
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
O delito não compensa,
As culpas persistirão
Até que a vida as apague
Na lei da reencarnação.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 15 – Cenas da Reencarnação
Inimigo do passado
Perseguia Gabriela.
No ajuste das próprias contas
Ele agora é filho dela.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 18 – Expiação e Reencarnação
99
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Três homens foram ao crime
Por causa de Florisbela...
Noutra vida, todos três
São agora filhos dela.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 23 – Justiça e Reencarnação
Através do amor que nos eleva, o mundo se aprimora. Ama, pois, em Cristo,
e alcançarás a glória eterna.
Cede hoje à Vida o que possuas de melhor e, amanhã, aquilo que a Vida
tenha de melhor te responderá.
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
6 Referências – Gerais
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
# Autor Referência Observação
Espiritismo
(CVDEE)
14 Hermínio de Miranda Reencarnação e Cap. 21: Reencarnação –
Imortalidade Instrumento para o Progresso
Espiritual
15 Hermínio de Miranda Reformador 1971 – Julho: O Livro Branco
da Vida
16 Joanna de Ângelis Atitudes Renovadas Cap. 3: Benção da
Reencarnação
17 Joanna de Ângelis Lampadário Espírita Cap. 1: Necessidade da
Reencarnação
18 Joanna de Ângelis Momentos de Cap. 10: Reencarnação e
Consciência Consciência
19 Joanna de Ângelis Responsabilidade Cap.5: Considerando a
Reencarnação
20 Lins de Vasconcellos O Espírito da Cap. 48: Renascer e Remorrer
Verdade
21 Manoel Philomeno de Temas da Vida e da Cap. 1: Reencarnação: Dádiva
Miranda Morte de Deus
22 Martins Peralva O Pensamento de Cap. 12: Reencarnacionismo,
Emmanuel Sim
23 Militão Pacheco O Espírito da Cap. 18: O Espiritismo
Verdade Pergunta
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
7 Referências – por Tema
103
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
43 Joanna de Angelis Infortúnios Após a Tempestade – Cap. 11
44 Joanna de Angelis Infortúnios Diretrizes para o Êxito – Cap. 15
45 Joanna de Angelis Infortúnios e Sob a Proteção de Deus – Cap. 9
Bênçãos
46 Joanna de Angelis Os Desígnios de Otimismo – Cap. 51
Deus
47 Joanna de Angelis Provas e Expiações Reformador – Maio/2016
48 Joanna de Angelis Sequelas do Presença Espírita – Janeiro 1999
Sofrimento
49 Joanna de Angelis Serão Consolados Celeiro de Bênçãos – Cap. 35
50 Joaquim Uma lição – Será, Instruções Psicofônicas – Cap. 26
então, a justiça assim
tão implacável.
51 Leon Denis As Vidas Sucessivas _O problema do Ser do Destino e da Dor
– 2º Parte – Cap. 13
52 Meimei Ora e Confia Amizade – Pag. 20
53 Victor Hugo A Fé Calvário da Libertação – 4º Parte – Cap.
7
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
7.2 A justiça das Aflições - conflitos no núcleo Familiar
Desajustes – Cap. 12
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
7.3 A Lei de Causa e Efeito - conceitos
106
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
7.4 A Lei de Causa e Efeito e o envolvimento Familiar – estudos de casos
Estudo de casos
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito