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A Reencarnação e a Lei

de Causa e Efeito
SUMÁRIO

1 A Lei de Causa e Efeito – Definição e Conceitos ............................................................ 1


1.1 O Princípio da Ação e Reação .................................................................................. 1
1.2 A Pena de Talião ........................................................................................................ 5
1.3 O Karma/Carma ........................................................................................................ 9
1.4 A Fatalidade e o Determinismo .............................................................................. 12
1.5 A Justiça Divina ....................................................................................................... 20
1.6 A Lei de Causa e Efeito - segundo o Espiritismo .................................................. 30
2 A Reencarnação – Definição e Conceitos ...................................................................... 39
2.1 Finalidades da Reencarnação ................................................................................. 39
2.1.1 Evolução – Intelectual/Moral/Espiritual ............................................................. 39
2.1.2 Co-autoria na obra da Criação – Participação/Missão........................................ 40
2.1.3 Reparação e Reajustes – Expiação/Provação ..................................................... 42
2.1.4 Síntese................................................................................................................. 43
3 A Reencarnação – Visões Doutrinárias ......................................................................... 47
3.1 Hermínio de Miranda .............................................................................................. 47
3.1.1 Reencarnação – Instrumento para o Progresso Espiritual .................................. 47
3.1.2 Reencarnação – O Livro branco da Vida............................................................ 48
3.2 Emmanuel ................................................................................................................. 50
3.2.1 Reencarnação ...................................................................................................... 50
3.2.2 Vidas Sucessivas ................................................................................................ 52
3.2.3 Reencarnação ...................................................................................................... 53
3.2.4 Virtude Solitária ................................................................................................. 55
3.2.5 Jesus e Kardec .................................................................................................... 56
3.3 Lins de Vasconcelos ................................................................................................. 58
3.3.1 Renascer e Remorrer .......................................................................................... 58
3.4 Joanna de Angelis .................................................................................................... 59
3.4.1 Considerando a Reencarnação ............................................................................ 59
3.4.2 A Benção da Reencarnação ................................................................................ 61
3.4.3 Necessidade da Reencarnação ............................................................................ 64
3.4.4 Reencarnação e Consciência .............................................................................. 66
3.5 Herculano Pires ........................................................................................................ 68
3.5.1 A Chave da Reencarnação .................................................................................. 68
3.6 Manoel Philomeno de Miranda .............................................................................. 69
3.6.1 Reencarnação: Dádiva de Deus .......................................................................... 69
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.7 Militão Pacheco ........................................................................................................ 72
3.7.1 O Espiritismo Pergunta....................................................................................... 72
3.8 Martins Peralva........................................................................................................ 74
3.8.1 Reencarnacionismo, Sim .................................................................................... 74
4 A Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação – Estudo de Casos .................................... 78
4.1 Caso 1 – Mãe/Filho - Epifânio Leite – Luz no Lar ............................................... 79
4.2 Caso 2 – Pais/Filho – Chico Xavier – Chico de Francisco .................................... 80
4.3 Caso 3 – Pai/Filhos – André Luiz – Ação e Reação .............................................. 81
4.4 Caso 4 - Pais/Filho – Hélio Ossamu – Resgate e Amor......................................... 82
4.5 Caso 5 - Mãe/Filho – Mario Sobral – Memórias de um Suicida.......................... 83
4.6 Caso 6 – Avó/Neta – Maria da Conceição – Vozes do Grande Além .................. 84
4.7 Caso 7 – Pais/Filha - Marina da Conceição – Depois da Vida ............................. 85
4.8 Caso 8 – Pai/Filho – Inácio Ferreira – Psiquiatria em Face da Reencarnação .. 88
4.9 Caso 9 – Pai/Filhos – Yvonne Pereira – Dramas da Obsessão............................. 90
4.10 Caso 10 – Pai/Filho – Epifânio Leite – Luz no Lar ............................................... 93
4.11 Caso 11 – Mãe/Filho – André Luiz – Ação e Reação ............................................ 94
5 A Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação – Síntese .................................................... 95
6 Referências – Gerais...................................................................................................... 101
7 Referências – por Tema ................................................................................................ 103
7.1 A Justiça das Aflições - conceitos ......................................................................... 103
7.2 A justiça das Aflições - conflitos no núcleo Familiar .......................................... 105
7.3 A Lei de Causa e Efeito - conceitos ..................................................................... 106
7.4 A Lei de Causa e Efeito e o envolvimento Familiar – estudos de casos ............ 107

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1 A Lei de Causa e Efeito – Definição e Conceitos
1.1 O Princípio da Ação e Reação

Na Vida Material (encarnada) e na Espiritual (erraticidade) a expressão


“Causa e Efeito” identifica em termos gerais as consequências (efeitos) geradas
pelas ações (causas) humanas, mais precisamente pelos Espíritos não importando
se estão encarnados ou desencarnados, nesta ou em vidas passadas.

Faz similaridade com a terceira lei da Física - da Gravitação Universal e


dos Movimentos, conhecida como “as leis de Newton”, que foram definidas pelo
cientista inglês Isaac Newton (1643/1727 - astrônomo, filósofo natural, teólogo e
cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, uma das mentes mais
brilhantes do seu século).

Esta terceira lei é conhecida como Lei do “Par de Ação e Reação”

(...) para cada ação há sempre uma reação igual oposta: ou as ações
mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes
contrárias; ou no original:

(...) actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum


duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi.

Isaac Newton - Princípios Matemáticos da Filosofia Natural – 3º volume

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Esta lei tem aplicações no Universo material dentro das forças
gravitacionais, elétricas e magnéticas.

Como lei física apresenta as seguintes características gerais:

Características Lei de Ação e Reação – 3º lei de Newton


Abrangência Se aplicam para corpos macroscópicos em movimento com
velocidades inferiores a da luz em gravidade moderada
Âmbito Lei Física, não moral descreve fenômenos físicos de forças
aplicadas entre um par de corpos
Número de elementos Binária, Duas forças aplicadas em corpos diferentes.
Temporalidade Manifestação imediata, simultânea.
Intensidade As forças (de Ação e Reação) possuem sempre a mesma
intensidade, a mesma direção e sentido oposto
Anulação As forças nunca são anuladas.
Duração A força “de reação” permanece enquanto durar a ação.
Natureza A natureza da reação é sempre a mesma da ação.
Mecanismo de Simples e direto.
Atuação

Dependência de fatos Nenhuma, a reação só existe enquanto há uma força de ação.


posteriores

Ítalo Serrano - Lei de Causa e Efeito e Lei de Ação e Reação - Distintas,


similares ou iguais

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
O princípio newtoniano de ação e reação faz relação simbólica com os
conceitos de: Pena de Talião , Karma/Carma, Fatalidade/
Determinismo, Justiça Divina e a Lei de Causa e Efeito - utilizada pelo
Espiritismo.

Para a Doutrina Espírita a lei de causa e efeito está, efetivamente,


relacionada aos atos humanos, mas a manifestação da lei de causa e efeito reflete a
escolha de provas definidas em um planejamento reencarnatório:

(...) tais provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se
delas triunfa, [o Espírito] eleva-se; se sucumbe, tem de recomeçar.

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, questão 399-comentário

O destino do ser é apenas o desenvolvimento, através dos tempos, da


longa série de causas e efeitos desencadeados por seus atos.

Leon Denis – O Problema do Ser, do Destino e da Dor – 2º Parte - Cap.


13

“Porque aquilo que o homem semear, isso também colherá”.

Paulo de Tarso - Gálatas, 6:8

todo dia é tempo de semear.

Todo dia é tempo de colher.

Não é preciso atravessar a sombra do túmulo para encontrar a justiça, face


a face. Nos princípios de causa e efeito, achamo-nos incessantemente sob a
orientação dela, em todos os instantes de nossa vida

Emmanuel – Fonte Viva – Cap. 160

Os princípios de causa e efeito dispõem da sua própria penalogia ante a


Divina Justiça. Cada qual de nós traz em si e consigo os resultados das próprias
ações. Ninguém foge às leis que asseguram a harmonia do Universo.

Emmanuel - Na Era do Espírito – Cap. 12

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Causa e efeito não é, propriamente falando, uma lei, mas uma decorrência
da Lei de Liberdade, (tratada no capítulo 10, 3º parte de O Livro dos Espíritos);
aliás, a causa é que decorre do livre arbítrio, pois o efeito está sob o controle das
Leis Universais.

Maria Ribeiro - Jornal Ciência Espírita – 12/07/2016 - Discussão reflexiva


sobre pena de Talião, lei de ação e reação e causa e efeito.

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1.2 A Pena de Talião

A Lei ou Pena de Talião consiste na rigorosa e implacável reciprocidade que


existe entre o crime e a punição, amplamente utilizada pelos povos antigos nas suas
limitadas concepções de justiça.

Consiste na rigorosa reciprocidade que existe entre o crime e a punição —


apropriadamente chamada retaliação.

Esta lei, frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por
dente, é uma das mais antigas leis conhecidas, cujos primeiros relatos foram
encontrados no Código de Hamurabi (um conjunto antiquíssimo de leis), escrito por
Hamurabi (rei babilônico do século XVIII aC - reinou de 1792 a.C. até sua morte,
em 1750 a.C.), na Babilônia, em 1772 aC.

Esta pena de talião existia porque os legisladores da Antiguidade evitavam


que a justiça fosse aplicada pelas próprias mãos nas questões de crimes e delitos,
mas de acordo com a ordenação jurídica que vigorava na época.

A Pena de Talião (do latim talio, talis – tal, igual) prescreve que a punição
seja do tamanho exato da ofensa, com base no princípio da reciprocidade. Ou seja,
se uma pessoa causou a morte de alguém, este homicida deveria ser morto por esse
crime, da mesma forma que o assassinato foi cometido. Por exemplo, se alguém
matou uma pessoa pela espada, seria também morto pela espada. Se foi por
apedrejamento, a morte do assassino seria por apedrejamento.

Moises também no Antigo Testamento (Levítico 17-26 – “Quem causar


dano ao ser humano, o mesmo lhe será feito a ele”) utilizava a mesma ideia de
correspondência direta entre o dano e a consequência dele – ou seja o “olho por
olho, dente por dente” (Levítico 17-20).

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A lei de talião aparece referida por Jesus no quadro das antíteses do
Sermão da Montanha:

(...) ouvistes que foi dito: olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-
vos: não façais resistência ao malvado; mas àquele que te bate na face direita,
oferece-lhe também a outra, e àquele que te quer processar para ficar com a tua
túnica, deixa-lhe também o manto (Mateus 5,38-40).
Vê-se bem que Jesus ultrapassa a tentativa de equilíbrio e de simetria
entre agressor e agredido, que até aqui tinha sido a nota dominante da lei de talião,
para abrir uma relação assimétrica, em que para o agressor não é reclamado
dano igual ao da vítima, mas é requerido um ato de bondade, que é a única maneira
de se pôr fim à violência.
Jesus mostrará, de resto, com a sua vida, que só abraçando por amor a
violência, se dissolve a violência. Mas não é para a não-violência que Jesus remete.
A não-violência vem depois da violência. Jesus remete para o estado de criação,
para fase troglodita do homem – (ou seja, a lei do mais forte), anterior ao estado de
violência e às nossas convenções de razão primitivas (lei de talião).

Para a Doutrina Espírita a Lei de Talião é considerada implacável, uma vez


que não considera as causas nem os atenuantes e, também, porque não cogita do
perdão. Obviamente, que a todo erro ou crime cometido segue-se a reparação, mas
não da forma tão radical explicitada pela Lei de Talião.

Para Emmanuel, trata-se de uma lei que,

(…) prevalece para todos os Espíritos que não edificaram ainda o


santuário do amor nos corações, e que representam a quase totalidade dos seres
humanos.

Presos, ainda, aos milênios do pretérito, não cogitaram de aceitar e aplicar


o Evangelho a si próprios, permanecendo encarcerados em círculos viciosos de
dolorosas reencarnações expiatórias e purificadoras.

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Moisés proclamou a Lei antiga muitos séculos antes do Cristo. Como já
dito, o profeta hebraico apresentava a Revelação com a face divina da Justiça; mas,
com Jesus, o homem do mundo recebeu o código perfeito do Amor.

Se Moisés ensinava o “olho por olho, dente por dente” (Levítico 17-20),
Jesus Cristo esclarecia que o “amor cobre a multidão dos pecados” (1 Pedro, 4:8).

Daí a verdade de que as criaturas humanas se redimirão pelo amor e se


elevarão a Deus por ele, anulando com o bem todas as forças que lhes possam
encarcerar o coração nos sofrimentos do mundo.

Emmanuel – O Consolador – Perg. 272

“Portanto se a tua mão, ou o teu pé te escandalizar, corta-os, e lança-os de


ti: melhor te é entrar manco ou aleijado na vida, do que tendo duas mãos, ou dois
pés, ser lançado no fogo eterno. E se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e lança-
o de ti. Melhor te é entrar com um olho na vida, do que tendo dois olhos, ser lançado
no fogo do inferno”.

(...) figura enérgica, que seria absurdo tomar-se ao pé da letra, e que


significa simplesmente a necessidade de destruirmos em nós todas as causas de
escândalo, ou seja, do mal. É necessário arrancar do coração todo sentimento
impuro e toda tendência viciosa.

Jesus – Mateus, XVI:6/11/Allan Kardec – Evangelho Segundo o


Espiritismo – Cap. 8 – item 11

A pena de talião é a justiça de Deus; é ele quem a aplica. Todos vós sofreis
a cada instante essa pena, porque sois punidos naquilo em que pecais, nesta vida ou
noutra. Aquele que fez sofrer o seu semelhante estará numa situação em que sofrerá
o mesmo. É este o sentido das palavras de Jesus.

Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 764

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Eis porque há famílias, povos e raças sobre os quais cai a pena de talião.

“ Quem matou pela espada perecerá pela espada”, disse o Cristo; estas
palavras podem ser traduzidas assim: Aquele que derramou sangue verá o seu
derramado, aquele que passeou a tocha do incêndio em casa de outrem, verá a tocha
do incêndio passear em sua casa; aquele que despojou, será despojado; aquele que
subjugou e maltratou o fraco, será fraco, subjugado e maltratado, por sua vez, quer
seja um indivíduo, uma nação ou uma raça, porque os membros de uma
individualidade coletiva são solidários do bem como do mal que se faz em
comum.

Allan Kardec – Obras Póstumas – 1º Parte – As expiações coletivas

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1.3 O Karma/Carma
Do sânscrito (língua clássica da Índia antiga que influenciou praticamente
todos os idiomas ocidentais) Karma – que significa, literalmente, "ação". (Kar =
agir/fazer; Ma = efeito/ação)

Carma é palavra superficialmente utilizada como sinônimo de causa e


efeito, da mesma forma que Pena de Talião, pois ambas consideram apenas os
mecanismos de justiça decorrentes das ações humanas, sem considerar a
manifestação da lei de amor, como ensina Jesus.

É termo que enfoca as ações humanas e as suas consequências, de uso


comum em diferentes doutrinas religiosas de concepção orientalista, como
budismo, hinduísmo e teosofia, ainda que cada uma dessas religiões apresente
interpretação própria.

Para o hinduísmo e o budismo o homem é escravo dos renascimentos


sucessivos — isto é, jamais pode fugir da reencarnação —, em razão da existência
de um carma individual, particular, impulsionado pelos próprios pensamentos,
palavras e ações, manifestados de forma inexorável no ciclo nascimento-morte-
renascimento – o Pária (o impuro, o desprezível) sempre renasceria pária, o
Brâmane (sacerdote) sempre renasceria sacerdote.

Para essas religiões é tão impossível escapar do seu carma quanto escapar
de sua própria sombra…

(...) embora se possa dizer que a lei do carma possui um certo grau de
justiça, ela é vista, no hinduísmo e budismo, como algo um tanto negativo, algo
que se deve escapar.

Victor Helern – O Livro das Religiões – Cap. 3

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Alguns espíritas utilizam imprecisamente a palavra Karma, da mesma
forma que Pena de Talião, aplicando-as como sinônimo de lei de causa e efeito,
entretanto para o Espiritismo, ambas as leis não se encontram, necessariamente,
vinculadas ao livre-arbítrio, individual e coletivo, e à lei de amor, justiça e
caridade

Além do mais, a reencarnação, para ambas as religiões, apresenta


interpretação diversa da Espírita, podendo um ser humano renascer no corpo de um
animal, uma vez que defendem a teoria da metempsicose. Trata-se de possibilidade
inviável até do ponto de vista biológico.

Ensina o Espiritismo, porém, que a lei de causa e efeito pode ser modificada
sim, pela força do amor, pela vontade do indivíduo de querer, efetivamente, reparar
os erros cometidos. Não se pode ignorar, também, que perante a balança divina
todas as atenuantes são consideradas, inclusive as intenções, grau de
conscientização, circunstâncias, nível de sanidade mental, etc. Daí ser importante
lembrar que a justiça divina está, sempre, associada à misericórdia, como esclarece
Emmanuel:

(...) as criaturas dedicadas ao bem encontrarão a fonte da vida em se


banhando nas águas da morte corporal. Suas realizações no porvir seguem na
ascensão justa, em correspondência direta com o esforço perseverante que
desenvolveram no rumo da espiritualidade santificadora, todavia, os que se
comprazem no mal cancelam as próprias possibilidades de ressurreição na luz.

(...) nas sentenças sumárias e definitivas não há recurso salvador.


Através da referência do Mestre, contudo, observamos que a Providência Divina é
muito mais rica e magnânima que parece.

Emmanuel – Pão Nosso – Cap. 127 – A Lei de retorno

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
O “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, que em sânscrito quer
dizer “ação”, a rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda ação ou movimento
deriva de causa ou impulsos anteriores. Para nós expressará a conta de cada um,
englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito.

Sânzio – Ação e Reação – Cap. 7

O carma é efeito das ações praticadas nas diferentes etapas da existência


atual como da pregressa.

O carma está sempre em processo de alteração, conforme o


comportamento da criatura.

O que ao ser acontece, é resultado do que ele fez de si mesmo e nunca do


que Deus lhe faz, como apraz aos pessimistas, aos derrotistas e cômodos afirmar.

Constrói e elabora novos carmas, liberando-te dos penosos que te pesam na


economia moral.

O carma e a consciência seguem juntos, o primeiro como decorrência do


outro.

Joanna de Angelis - Momentos de Consciência - Cap. 8 - Carma e


Consciência

Desse modo, ninguém recebe do Plano Superior a determinação de ser


relapso ou vicioso, madraço ou delinquente (…). Padecemos, sim, nesse ou naquele
setor da vida, durante a recapitulação de nossas próprias experiências, o impulso de
enveredar por esse ou aquele caminho menos digno, mas isso constitui a influência
de nosso passado em nós, instilando-nos a tentação, originariamente toda nossa,
de tornar a ser o que já fomos, em contraposição ao que devemos ser.

André Luiz – Evolução em dois Mundos – 2º parte – Cap. 18

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1.4 A Fatalidade e o Determinismo
Os fatalistas,

(...) acreditam que todos os acontecimentos estão previamente fixados por


uma causa sobrenatural, cabendo ao homem apenas o regozijar-se, se favorecido
com uma boa sorte, ou resignar-se, se o destino lhe for adverso.

Os deterministas,

(...) ao seu turno sustentam que as ações e a conduta do indivíduo, longe de


serem em livres, dependem integralmente de uma série de contingências a que ele
não pode furtar-se, como os costumes, o caráter e a índole da raça a que pertença;
o clima, o solo e o meio social em que viva; a educação, os princípios religiosos e
os exemplos que receba; além de outras circunstâncias não menos importantes
quais o regime alimentar, o sexo, as condições de saúde, etc.

Rodolfo Calligaris – As Leis Morais – Cap. 36

Os fatalistas e deterministas raciocinam da mesma forma, só que nos


primeiros o destino do homem está estipulado por uma causa divina ou
transcendental, enquanto que nos segundos são as circunstâncias que
determinam os acontecimentos. Em ambas as situações, o excesso pode levar ao
fanatismo ou radicalismo, sempre de natureza perniciosa.

Por outro lado, há filosofias que defendem a ideia oposta, a de que o ser
humano deve possuir liberdade irrestrita, que (...) “o livre-arbítrio é absoluto, que
os pensamentos, palavras e ações do homem são espontâneos e, pois, de sua inteira
liberdade”.

Rodolfo Calligaris – As Leis Morais – Cap. 35

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Determinismo é a doutrina que afirma serem todos os acontecimentos
inclusive vontades e escolhas humanas causados por acontecimentos anteriores.

Segue-se que o ser humano seria destituído de liberdade de decidir e de


influir nos fenômenos em que toma parte.

O indivíduo faz exatamente aquilo que tinha de fazer e não poderia fazer
outra coisa; a determinação de seus ates pertence à força de certas causas, externas
e internas.

A doutrina aposta é a do livre-arbítrio, que declara a vontade humana livre


para tomar decisões e determinar suas ações.

Diante de várias opções oferecidas por uma situação real, o homem poderia
escolher uma racionalmente e agir livremente de acordo com a escolha feita (ou não
agir se o quisesse).

Exige, portanto, capacidade de discernir e liberdade interior.

Percebemos que, no homem, existem os dois princípios de ação. Como


entender isso? Apelando para um princípio superior a eles.

O princípio central da Lei de Deus é a evolução. Nos reinos animal e


humano inferior prevalece o determinismo. O instinto dá o melhor sem o perigo da
escolha malfeita e o selvagem age movido por impulsos semelhantes. O livre-
arbítrio é progressivo e relativo, evoluindo do determinismo físico à medida
que a consciência (razão) se desenvolve. Crescendo a razão, aumenta a liberdade
de decidir; os padrões fixos de comportamento cedem lugar à opção inteligente.

Em suma, o livre-arbítrio é uma conquista evolutiva.

A liberdade de decidir e agir existe antes da ação ser executada. Posta em


movimento o agente prende-se aos efeitos das causas que gerou. Entra em cena
a lei de causa e efeito ou de ação e reação. Segue-se daí que a liberdade é
condicionada, conforme conceitua Bozzano e que o livre-arbítrio é relativo pois
dependem do que se fez antes.

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Todos gozamos, em graus diversos, de livre vontade e estamos presos ao
determinismo. A liberdade reside no presente; podemos agir com independência
por meio da faixa de consciente atual, que atende às necessidades da vida presente.
A determinação promana do passado culposo. As causas que geramos no
passado pelas próprias ações constituem a área de determinismo, conservada em
estado inconsciente.

Temos de reabsorver as consequências das más ações, o que a liberdade do


presente garante porque, com ela, podemos emitir novos impulsos que venham
corrigir os precedentes. Originando novas causas com o bem, hoje, é possível
neutralizar as causas pretéritas do mal e reconquistar o equilíbrio.

Carlos Toledo Rizzini – Evolução para o Terceiro Milênio – Cap. 4 –


item 14/15

(...) Nem todos os acontecimentos estão predeterminados

851. Há uma fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentido


ligado a essa palavra; quer dizer, todos os acontecimentos são predeterminados, e
nesse caso em que se torna o livre arbítrio?

A fatalidade não existe senão para a escolha feita pelo Espírito, ao


encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova; ao escolhê-la, ele traça para si mesmo
uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição em que se
encontra. Falo das provas de natureza física, porque, no tocante às provas morais e
às tentações, o Espírito, conservando o seu livre arbítrio sobre o bem e o mal, é
sempre senhor de ceder ou resistir

Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 851

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
(...) Determinismo Divino

Reservado à glória espiritual — determinismo irreversível — o ser


jornadeia pela senda que melhor lhe apraz desde quando adquiriu o discernimento
— livre-arbítrio.

O determinismo é flexível, com raras exceções, que sempre são examinadas,


coordenadas e alteradas pelos responsáveis nos processos reencarnatórios dos que
demandam à Terra em aprendizagem edificante, liberadora.
Nos mapas das experiências humanas, graças às mudanças de
comportamento dos reencarnados, em decorrência do seu livre-arbítrio, são
alterados com assídua frequência, sucessos e socorros, dores e problemas
programados, abreviando-se ou concedendo-se moratória à vilegiatura daqueles que
se situam num como noutro campo desta ou daquela necessidade...

O que parece determinismo infeliz e que resulta nas chamadas desgraças


terrenas: desastres, desencarnações inesperadas, enfermidades, abandonos,
sofrimentos, pobreza, de forma alguma são infortúnios reais, antes processos
metodológicos de disciplina moral para os calcetas, os devedores inveterados
mediante os quais são advertidos pelas forças superiores, a fim de que se voltem
para os deveres nobres e se recomponham perante a consciência e o próximo que
espezinham e subalternizam... Os infortúnios (reais) são os atos que levam a tais
correções e não os medicamentos providenciais para a catarse dos descalabros
cometidos, das sandices perpetradas...
Como auxiliares valiosos do livre-arbítrio, possui o homem o
discernimento, a razão, a tendência para o bem, a irresistível atração para a
felicidade. Contra ele estão o passado espiritual, o atavismo animal, a
preferência ao erro, como decorrência do hábito, do comodismo a que se prende.

Joanna de Angelis - No Limiar do Infinito - Cap. 5 - Determinismo e


livre-arbítrio

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
(...) A Escolha das Provas

259. Se o Espírito escolhe o gênero de provas que deve sofrer, todas as


tribulações da vida foram previstas e escolhidas por nós?

Todas, não é bem o termo, pois não se pode dizer que escolhestes e previstes
tudo o que vos acontece no mundo, até as menores coisas. Escolhestes o gênero de
provas; os detalhes são consequências da posição escolhida, e frequentemente de
vossas próprias ações.

Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 259

O livre arbítrio existe no estado de Espírito, com a escolha da existência e


das provas; e no estado corpóreo, com a faculdade de ceder ou resistir aos
arrastamentos a que voluntariamente estamos submetidos.

Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 872

(...) A Intervenção de Deus

Todas as nossas ações são submetidas às leis de Deus; não há nenhuma


delas, por mais insignificante que nos pareçam, que não possa ser uma violação
dessas leis. Se sofremos as consequências dessa violação, não nos devemos queixar
senão de nós mesmos, que nós fazemos assim os artífices de nossa felicidade ou de
nossa infelicidade futura.

Allan Kardec – O Livros do Espíritos – Perg. 964

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Os defensores do fatalismo acreditam que nada ou ninguém é capaz de
alterar a ordem estabelecida no Universo nem na humanidade.

Já os adeptos do determinismo entendem que não só o homem, mas todos


os fenômenos da Natureza então ligados entre si por rígidas relações de causalidade,
pois as leis universais excluem o acaso — acontecimentos aparentemente fortuitos,
estabelecidos por intercessão espiritual ou por efeito das forças de atração existentes
na Natureza — e o livre-arbítrio.

A verdade encontra-se no meio termo. O homem não goza de irrestrita


liberdade, pois está submetido aos limites estipulados pelas ordenações da vida em
sociedade e pelos valores morais e éticos.

Contudo, é possível pensar na existência de algum determinismo nos


acontecimentos da vida, sobretudo quando se considera o planejamento
reencarnatório.

Ou seja, a partir do momento em que se estabelece um plano para ser


executado em nova existência física, são acionados recursos, condições e pessoas,
encarnadas e desencarnadas, que tudo fazem para por em prática o referido
planejamento.

Há, pois, certo determinismo direcionando a vida do reencarnado.

Digamos “certo” porque o planejamento reencarnatório não é rígido,


procura executar as linhas mestras da programação preparada para uma nova
experiência no plano físico, não se prendendo a detalhes ou aspectos secundários.

Para a Doutrina Espírita o homem é construtor do seu destino e, de acordo


com suas disposições íntimas, pode modificá-lo para melhor ou, também,
complicá-lo. Tudo se reporta, no final, ao livre-arbítrio ou à liberdade de ação de
cada um, que sempre é coerente com o nível evolutivo, moral e intelectual, do
indivíduo.

EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - Programa II -


Filosofia e Ciência Espíritas - Roteiro 17 - Causa e Efeito

17
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Livre arbítrio! … Livre arbítrio! …

O homem faz o que quer,

Mas sempre responderá

Por aquilo que fizer

Cornélio Pires - Caminhos da vida Cap. 13 – Livre Arbítrio

A quem nos pergunte se a criatura humana é livre, responderemos


afirmativamente.

Acrescentemos, porém, que o homem é livre, mas responsável, e pode


realizar o que deseje, mas estará ligado inevitavelmente ao fruto de suas próprias
ações.

O homem é livre até mesmo para receber ou recusar a existência, mas


recolherá invariavelmente os bens ou os males que decorram de sua atitude, perante
as concessões da Bondade Divina.

Todos somos livres para desejar, escolher, fazer e obter, mas todos somos
também constrangidos a entrar nos resultados de nossas próprias obras.

Cabe à Doutrina Espírita explicar que os princípios da Justiça Eterna, em


todo o Universo, não funcionam simplesmente à base de paraísos e infernos,
castigos e privilégios de ordem exterior, mas, acima de tudo, através do instituto da
reencarnação, em nós, conosco, junto de nós e por nós.

Emmanuel - Encontro Marcado – Pag. 37

18
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
132 – Há o determinismo e o livre-arbítrio, ao mesmo tempo, na
existência humana?

Determinismo e livre-arbítrio coexistem na vida, entrosando-se na estrada


dos destinos, para a elevação e redenção dos homens.

O primeiro é absoluto nas mais baixas camadas evolutivas e o segundo


amplia-se com os valores da educação e da experiência. Acresce observar que sobre
ambos pairam as determinações divinas, baseadas na lei do amor, sagrada

139 – Se na luta da vida terrestre existem circunstâncias, por toda parte, qual
será a melhor de todas, digna de ser seguida?

Em todas as situações da existência a mente do homem defronta


circunstâncias do determinismo divino e do determinismo humano. A
circunstância a ser seguida, portanto, deve ser sempre a do primeiro, a fim de que o
segundo seja iluminado, destacando-se essa mesma circunstância pelo seu caráter
de benefício geral, muitas vezes com o sacrifício da satisfação egoística da
personalidade. Em virtude dessa característica, o homem está sempre habilitado,
em seu íntimo, a escolher o bem definitivo de todos e o contentamento transitório
do seu “eu”, fortalecendo a fraternidade e a luz, ou agravando o seu próprio
egoísmo.

Emmanuel – O Consolador – Perg. 132/139

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”.

Paulo de Tarso – I Coríntios, 10:23

19
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1.5 A Justiça Divina
A lei de causa e efeito está diretamente relacionada à noção que se tem da
justiça e, mais ainda, da Justiça Divina.

Justiça significa, a rigor, respeito à igualdade de todos os cidadãos. É o


princípio básico que objetiva manter a ordem social através da preservação dos
direitos individuais e coletivos, expressa sob forma legal (constituição das leis) e
devida aplicação nos casos específicos (litígio).

O conceito espírita de justiça está sintetizado nestas conhecidas palavras


de Jesus: “Fazei aos homens o que gostaríeis que eles vos fizessem, pois é nisto que
consistem a lei e os profetas”. (Mateus, 7:12)

O entendimento de justiça divina está submetido às diferentes interpretações


religiosas; contudo, há unanimidade de que Deus quer o bem para todos os seus
filhos, disponibilizando-lhes condições infinitas para sua melhoria espiritual.

Dessa forma, Emmanuel ensina como entender a justiça divina:

(...) não digas que Deus sentencia alguém a torturas eternas. Tanto quanto
podemos perceber o Pensamento Divino, imanente em todos os seres e em todas as
coisas, o Criador se manifesta a nós outros — criaturas conscientes, mas imperfeitas
— através de leis que Lhe expressam os objetivos no rumo do Bem Supremo. É
inútil que dignitários desse ou daquele princípio religioso te pintem o Todo-Perfeito
por soberano purpurado, suscetível de encolerizar-se por falta de vassalagem ou
envaidecer-se à vista de adulações.

(...) Deus é amor. Amor que se expande do átomo aos astros. Mas é justiça
também. Justiça que atribui a cada Espírito segundo a própria escolha. Sendo
amor, concede à consciência transviada tantas experiências quantas deseje a
fim de retificar-se. Sendo justiça, ignora quaisquer privilégios que lhe queiram
impor. Não afirmes, desse modo, que Deus bajula ou condena.

(...) O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se


engrandeçam. Para isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e
luzes, e, sendo justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão.

20
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
(...)

O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se


engrandeçam. Para isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes,
e, sendo justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão.

A vida, assim, aqui ou além, será sempre o que nós quisermos.

Na matemática do Universo, o destino dar-nos-á sempre daquilo que


lhe dermos.

Emmanuel – Justiça Divina – Cap. 51 – Nas leis do destino

Aliás, não é sublime a justiça unida à bondade, que faz a duração das
penas depender dos esforços do culpado para se melhorar?

Nisto se encontra a verdade do preceito: "A cada um segundo as suas obras".

Allan Kardec/Agostinho – O Livros do Espíritos – Perg. 1009

Não existe dor sem causa, nem alegria sem título de merecimento.

Em ambas as situações, mantém-te vigilante, porque ninguém passa pelo


mundo sem as suas vivências, e a dor faz parte do processo iluminativo.

O aperfeiçoamento moral do Espírito é da sombra para a luz, do bruto para


o sublime.

Joanna de Angelis – Revista Reformador – Maio/2016

Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de


misericórdia divina junto às ocorrências da divina justiça, que o sofrimento é
invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova
para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.

Emmanuel - Chico Xavier pede licença – Cap. 19

21
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
As dívidas, embora contraídas em relação às pessoas, não são resgatadas
diretamente com elas, de forma compulsória. Muitas vezes se defrontam
os comprometidos para a regularização, porém a agressão cometida, o débito
contraído é sempre contra a Ordem Divina, contra as Leis que regem o
Cosmo, podendo-se liberar daquelas desgraças praticadas, median te a ação
do bem, em qualquer direção, a quem quer que seja.

A soma das ações d ignificadoras diminui o peso dos males praticados.


O a mor cobre a m u l t i d ã o de pecados, conforme acentuou Jesus.

Joanna de Angelis – Sob a Proteção de Deus – Cap. 9

É na vida corpórea que o Espírito repara o mal de anteriores existências,


pondo em prática resoluções tomadas na vida espiritual.

Assim se explicam as misérias e vicissitudes mundanas que, à primeira


vista, parecem não ter razão de ser.

JUSTAS SÃO ELAS, no entanto, como ESPÓLIO DO PASSADO —


herança que serve à nossa romagem para a perfectibilidade.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 7 – item 31

NÃO ME CONFORMO! - Explodem, revoltados, aqueles que da VIDA


somente esperam vantagens e recompensas...

DEUS É INJUSTO! - Proferem, estentóricos, os que se supõem credores


apenas de receber dádivas...

NÃO MEREÇO ISTO! - Bradam, desatinados, quantos são colhidos pelo


que denominam infortúnios e desgraças...

Nenhuma dor te alcança sem critério superior de justiça.

DESGRAÇA REAL é o desconhecimento dos objetivos superiores da


existência sem a chama luminosa do amor como benção e a imperiosa necessidade
de seguir, arrastado pelas circunstâncias penosas.

Joanna de Angelis – Alerta – Cap. 20


22
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de
misericórdia divina junto às ocorrências da divina justiça, que o sofrimento é
invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova
para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.

Emmanuel - Chico Xavier pede licença – Cap. 19

Há, no entanto, desgraças e desgraças. As primeiras são as que


irrompem desarticulando a emoção e desestruturando a existência física e moral da
criatura que, não raro, sucumbe ante a sua presença e aqueloutras, que não são
identificadas por se constituírem consequências de atos infelizes, arquitetados
por quem ora lhes padece os efeitos danosos.

Essa, sim, são as desgraças reais.

Joanna de Angelis – Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda –


Cap. 6

A Sabedoria do Senhor não deixa margem à inutilidade.

O sofrimento tem a sua função preciosa nos planos da alma, tanto


quanto a tempestade tem o seu lugar importante na economia da natureza
física.

Emmanuel – Fonte Viva – Cap. 162

Toda aflição se fixa em raízes que devem ser extirpadas. Algumas possuem
causas atuais, enquanto outras se prendem ao passado espiritual, constituindo tais
fatores a justiça impertérrita que alcança os infratores dos códigos divinos do
amor e do equilíbrio.
Joanna de Angelis - Celeiros de Bênçãos – Cap. 35

23
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A carga de aflições que conduzes não significa abandono a que estejas
relegada, e sim recordação de que não és esquecida.

A fé não libera a alma dos resgates que lhe cumpre atender, como
esperam alguns crentes apressados.

Ela é a fonte de energia e o dínamo de força, o penso que balsamiza a


ferida e o conforto que ampara a coragem, não um mecanismo de evasão das
responsabilidades ou documento para chantagear o equilíbrio da justiça.

Victor Hugo – Calvário da Libertação – 4º Parte – Cap. 7

Em momento algum deixa de confiar nos desígnios de Deus.

Não te encontras à deriva, apesar de supores que o rumo para a felicidade


se perdeu em definitivo.

A ausência aparente de respostas diretas aos teus apelos e necessidades faz


parte de uma programática para o teu bem.

Sem que o percebas, chegam-te os socorros imprescindíveis para o


equilíbrio e êxito, sem os quais, certamente, não suportarias as provas a que te
propuseste por impositivo da própria evolução.

Joanna de Angelis – Otimismo – Cap. 51

Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente


humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós
próprios, no foro da consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer
o que se quer está condicionada, à liberdade de fazer o que se deve.

Estudemos os princípios da reencarnação, na lei de Causa e Efeito, à luz da


Justiça e da Misericórdia de Deus e perceberemos que mesmo encarcerados agora
em constringentes obrigações, estamos intimamente livres para aceitar com
respeito e humildade as determinações da vida, edificando o espírito de trabalho
e compreensão naqueles que nos observam e nos rodeiam, marchando,
gradativamente, para a nossa emancipação integral, desde hoje.

Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 7

24
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
FELICIDADE é nascer no Mundo, e aprender a renascer na Vida.

FELICIDADE é reconhecer que o sofrimento é resposta das opções, e


educar-se com ele, para registrar o passado e prevenir o futuro.

FELICIDADE, ENFIM, é conquistar na Vida o admirável direito de


Viver, tendo consciência não apenas das Vitórias e dos erros, mas, principalmente,
da constância e ânimo para todas as lutas.

Jácome Góes – Jornal da Cidade – Sergipe

Não rogues justiça nos dias de tua dor e sim aumento de compaixão nos
tribunais da Divina Sabedoria, restaurando a ti mesmo, para seguir à frente,
valoroso e sereno, na própria redenção ante a Bênção da Lei.

Emmanuel – Construção do Amor – Cap. 5

Muitas vezes exclamas: — Justiça! Justiça!

E afirmas-te demasiadamente sofredor, perseguido pelas sombras ou


desamparado pela Bênção do Céu!

Nos dias de aflição e cinza, não te recolhas à blasfêmia e nem peças por
maiores manifestações da Justiça, em teu campo de ação, porque a Justiça mais
ampla poderia agravar-te as dores, mas sim roga o acréscimo da Divina
Misericórdia, em teu benefício, a fim de que disponhas de ombros fortes para que
não venhas a lançar longe de ti os favores da própria cruz.

Emmanuel – Assim Vencerás – Cap. 9

Não existe dor sem causa, nem alegria sem título de merecimento.

Em ambas as situações, mantém-te vigilante, porque ninguém passa pelo


mundo sem as suas vivências, e a dor faz parte do processo iluminativo.

O aperfeiçoamento moral do Espírito é da sombra para a luz, do bruto para


o sublime.

Joanna de Angelis – Reformador – Maio/2016

25
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Mas então se pergunta:

− Por que uns sofrem mais do que outros;


− Por que uns nascem na miséria e outros na opulência, sem nada
terem feito para justificar essa posição;
− Por que para uns nada dá certo, enquanto para outros tudo parece
sorrir?
− Mas o que ainda menos se compreende é ver os bens e os males
tão desigualmente distribuídos entre o vício e a virtude;
− Ver homens virtuosos sofrer ao lado de malvados que
prosperam.
A fé no futuro pode consolar e proporcionar paciência, mas não explica
essas anomalias, que parecem desmentir a Justiça de Deus.

Allan Kardec - Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5 – item 3

Ao contrário, tudo se explica, tudo se esclarece, pela doutrina das vidas


sucessivas.

A lei de justiça revela-se, nos menores detalhes da existência.

As desigualdades que nos chocam resultam das diferentes posições


ocupadas pelas almas, em seus graus infinitos de evolução.

O destino do ser é apenas o desenvolvimento, através dos tempos, da longa


série de causas e efeitos desencadeados por seus atos.

Leon Denis – O Problema do Ser, do Destino e da Dor – 2º Parte - Cap. 13

Desde que se admite a existência de Deus, não é possível concebê-lo sem


suas perfeições infinitas.

Ele deve ser todo-poderoso, todo justiça, todo bondade, pois sem isso não
seria Deus.

E se Deus é soberanamente justo e bom, não pode agir por capricho ou com
parcialidade. As vicissitudes da vida têm, pois, uma causa, e como deus é justo,
essa causa deve ser justa.

Allan Kardec - Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 3

26
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas
origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida
presente; outras, fora desta vida.

Allan Kardec - Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 4

Há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também


outros que, pelo menos em aparência, são estranhos à sua vontade e parecem
golpeá-lo por fatalidade.

Em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são
efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus
justo, essa causa deve ser justa.

Allan Kardec - Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 5 – item 6

Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os


decorrentes de causas atuais, uma consequência natural da própria falta cometida.

É dessa maneira que se explicam, pela pluralidade das existências e pelo


destino na Terra, como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da
felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste mundo.

Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em


relação à vida presente; mas quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira
a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que
merece, sem prejuízo do que lhe cabe no mundo dos Espíritos, e que a justiça de
Deus nunca falha.

Allan Kardec - Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5 – item 7

27
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Tudo isso muitas outras coisas ainda, chamam-se desgraça, na linguagem
humana. Sim, realmente são a desgraça, para aqueles que nada veem além do
presente.

Mas a verdadeira desgraça está mais nas consequências de uma coisa do que
na própria coisa.

É assim que, para julgar o que é realmente feliz ou desgraçado para o


homem, é necessário transportar-se para além desta vida, porque é lá que as
consequências se manifestam.

Ora, tudo aquilo que ele chama desgraça, de acordo com a sua curta visão,
cessa com a vida e tem sua compensação na vida futura.

Allan Kardec - Evangelho Segundo o Espiritismo - Delphine de Girardin – Cap.


5 – item 24

O princípio da reencarnação é a chave que nos abre a compreensão para


todos os problemas humanos.

Sem ele tudo é mistério e confusão em nossos destinos e a justiça de Deus


nos parece absurda.

Herculano Pires – Na Era do Espírito – Cap. 27

A cada um segundo suas obras, no Céu como na Terra: - tal a lei da


Justiça Divina.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 8

E se a lógica nos conduz à individualidade da alma, também nos aponta


esta outra consequência:

A sorte de cada alma deve depender das suas qualidades pessoais.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 1

28
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Sendo infinita a Justiça de Deus, o bem e o mal, são rigorosamente
considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha
consequências fatais, como não há uma única ação meritória, um só bom
movimento da alma que se perca.

Allan Kardec- O Céu e o Inferno. 1º parte/Cap. 7, n.º 8

A Bondade Divina nos assiste, de múltiplas maneiras, amparando-nos o


reajustamento, mas em todos os lugares viveremos jungidos às consequências dos
próprios atos, de vez que somos herdeiros de nossas próprias obras.

André Luiz – Entre a Terra e o Céu – Cap. 9

A cada um segundo suas obras, no Céu como na Terra: - tal a lei da


Justiça Divina.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte/Cap. 7 – item 33

29
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
1.6 A Lei de Causa e Efeito - segundo o Espiritismo
Igualmente denominada de forma simbólica Lei de Ação e Reação,
apresenta as seguintes características:

a. O ser humano tem livre-arbítrio para construir seu destino.

b. Em decorrência da lei de liberdade e do nível evolutivo em que se


encontra, o Espírito faz escolhas acertadas ou equivocadas. Escolhas felizes são
incorporadas ao patrimônio espiritual, servindo de referência para novas escolhas.
As más ações, ou escolhas infelizes, produzem sofrimento ao Espírito
porque, ainda que ele não tenha maior compreensão do processo de ação-reação, da
repercussão dos seus atos, a voz da consciência (mecanismo regulador da vida) o
alerta de que cometeu um atentado contra a Lei de Deus.

c. Os erros ou equívocos cometidos são reparados ao longo das


reencarnações sucessivas, por meio das provações, sempre com base na expressão
amor-justiça-misericórdia divinos.

d. Os processos de reparação e os novos aprendizados são definidos no


planejamento reencarnatório, que não é inflexível nem infalível (o indivíduo pode,
quando reencarnado, ignorar o que foi planejado).
Neste sentido, a manifestação da lei de causa e efeito, em cada período
reencarnatório, representa a escolha de provas definidas ou aceitas pelo
reencarnante.

E (...) tais provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar.
Se delas [o Espírito] triunfa, eleva-se; se sucumbe, tem de recomeçar. (Allan
Kardec – Livro dos Espíritos – Questão 399)

30
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Mesmo que o Espírito encarnado não recorde os erros cometidos, ou as
determinações do planejamento reencarnatório, ensina Kardec que,

(...) o esquecimento das faltas cometidas não é obstáculo à melhoria do


Espírito, porque, mesmo não se lembrando delas com precisão, o fato de as ter
conhecido na erraticidade e o desejo de repará-las o guia por intuição e lhe dá o
pensamento de resistir ao mal.

Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Questão 399

Esse pensamento (de resistir ao mal) é a voz da consciência, secundada


pelos Espíritos que o assistem, se escuta as boas inspirações que lhe sugerem.
Embora o homem não conheça os próprios atos que praticou em suas existências
anteriores, sempre pode saber qual o gênero das faltas de que se tornou culpado e
qual era o seu caráter dominante. Basta estudar a si mesmo e julgar do que foi, não
pelo que é, mas pelas suas tendências.

EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - Programa II -


Filosofia e Ciência Espíritas - Roteiro 17 - Causa e Efeito

Quando as crises te visitem, ante os problemas humanos, é justo medites


nos princípios de causa e efeito, tanto quanto é natural reflitas no impositivo de
burilamento espiritual, com que somos defrontados, entretanto, pensa igualmente
na lei de renovação, capaz de trazer-nos prodígios de paz e vitória sobre nós
mesmos, se nos decidimos a aceitar, construtivamente, as experiências que se nos
façam precisas.

Emmanuel – Seara de Luz – Cap. 22 – Renovação em amor

As vicissitudes da vida corporal são, ao mesmo tempo, expiação das faltas


passadas e provas para o futuro.

(...) a natureza das vicissitudes e das provas que sofremos também nos pode
esclarecer sobre o que fomos e o que fizemos, do mesmo modo que neste mundo
julgamos os atos de um culpado pelo castigo que lhe inflige a lei.

Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Questão 399

31
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A reparação de faltas, acionada pela lei de causa e efeito, segundo a
interpretação espírita, não se manifesta como única escolha, ou como uma “camisa
de força” das provações. O ser humano que já revela possuir algum entendimento
da Lei de Deus pode, perfeitamente, optar por quitar suas dívidas pelo exercício da
lei de amor, pois, como nos orienta o apóstolo Pedro, “o amor cobre a multidão de
pecados”. (1 Pedro, 4:8)

EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita - Programa II -


Filosofia e Ciência Espíritas - Roteiro 17 - Causa e Efeito

Submetido à ordem da ação, que desencadeia reações correspondentes, és o


que de ti próprio faças, movimentando-te no rumo que eleges.

A dificuldade de agora é o efeito da insensatez do passado. A vida


renova-se a cada momento.

És senhor do teu destino, e ele tem para ti, como ponto de encontro, o
infinito.

É necessário que te envolvas com o programa divino. Todo aquele que se


não envolve positivamente, nunca se desenvolve.

Ninguém tem o destino do sofrimento. Ele é resultado da ação negativa,


jamais a causa.

As transformações que a vida opera são fases de desenvolvimento.

A poda renova; a dor desperta; a provação educa; a alteração de


comportamento propõe esforço.

Joanna de Ângelis - Momentos de Saúde – Cap. 2

32
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente
humana, auxiliando-nos a descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós
próprios, no foro da consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer
o que se quer está condicionada, à liberdade de fazer o que se deve.

Estudemos os princípios da reencarnação, na lei de Causa e Efeito, à luz da


Justiça e da Misericórdia de Deus e perceberemos que mesmo encarcerados agora
em constringentes obrigações, estamos intimamente livres para aceitar com
respeito e humildade as determinações da vida, edificando o espírito de trabalho
e compreensão naqueles que nos observam e nos rodeiam, marchando,
gradativamente, para a nossa emancipação integral, desde hoje.

Emmanuel – Livro da Esperança – Cap. 7

Referimo-nos frequentemente à lei de causa e efeito. Sabemos que ela


funciona em termos de exatidão.

Utilizamo-la, quase sempre, tão só para justificar sofrimentos, esquecendo-


lhe a possibilidade de estabelecer alegrias.

Emmanuel - Estude e Viva – Cap. 68 - Semeadores de Esperança

Lembramo-nos da Lei de Causa e Efeito apenas em matéria de sofrimento,


mas ela funciona também para o bem.

Quem faz o bem, queira ou não, será recompensado…

O Senhor manda que o mal seja corrigido e o bem seja estimulado em


benefício de cada um de nós…

Chico Xavier - O Evangelho de Chico Xavier – item 343 - Da Lei de


Causa e Efeito

33
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Temos aqui uma lei natural, de ampla abrangência, atuante no campo
físico, espiritual e moral, válida em contextos do micro ao macro, atemporal.

Uma lei com tal abrangência que é antes um princípio universal.

Como um princípio, uma lei básica, vê-se que a mesma é simples em seu
conceito e em sua definição, mas complexa nas nuances dos mecanismos de sua
aplicação, onde efeitos deterministas e estocásticos (aquele cujo estado é
indeterminado, com origem em eventos aleatórios) se manifestam nos processos
materiais do mundo físico, nos comprometimentos e na evolução moral do mundo
espiritual, nos seres materialmente corpóreos e incorpóreos.

Sinteticamente as características principais da Lei de Causa e Efeito são:

Características Lei de Causa e Efeito


Abrangência Lei Universal, natural ou divina. Aplica-se em todo o
universo.
Âmbito Campo material, espiritual e moral
Número de elementos Pode atuar em um ou mais elementos.
Temporalidade A manifestação do efeito pode ser imediata, após um período
temporal, distar vários séculos ou ser anulada.
Intensidade A intensidade do efeito pode ser diferente da intensidade da
causa ou até mesmo ser nula
Anulação O efeito ou a consequência pode ser anulado.
Duração Os efeitos ou consequências podem persistir por pouquíssimo
tempo a vários séculos.
Natureza A natureza do efeito pode diferir da natureza da causa.
Mecanismo de Complexo, com muitas variações
Atuação

Dependência de fatos Muitas, de diversas circunstâncias e de atos posteriores a causa


posteriores
Ítalo Serrano - Lei de Causa e Efeito e Lei de Ação e Reação - Distintas,
similares ou iguais

34
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A Lei de Causa e Efeito, que é Lei da Natureza, imprime os seus códigos
em nome da Divina Justiça e a criatura sofre os efeitos malsãos dos seus impulsos
não controlados, das suas ações infelizes, da sua persistente rebeldia em não aceitar
os convites superiores da ordem e do dever.

Graças a essa Lei, cada qual faz de si o que lhe apraz, com direito a
realizar o que lhe pareça próprio, espontaneamente, porém retornando pelo mesmo
caminho para recolher a desditosa sementeira, quando forem maus os seus atos, ou
coletar as flores e frutos de alegria, quando os produzirem mediante o adubo do
amor.

Mediante um contingente de provações ou novas experiências sob o talante


dos sofrimentos, porém, com excelentes possibilidades de recuperação, ou através
das expiações que encarceram os calcetas nos limites impostos ao corpo ferido
pelos dardos perversos dos atos transatos, o Espírito cresce e desenvolve os seus
potenciais, porque é irreversível a Lei de Evolução.

Joanna de Angelis - Triunfo Pessoal – Cap. 11

Aproximava-se a hora extrema. Jesus conversava com os seus no Jardim de


Getsemani, quando chegou Judas acompanhado daqueles que deveriam prendê-lo.
Houve reação da parte dos que o ouviam.
"Nisto — escreve Mateus —, um dos que estavam com Jesus levou a mão
à espada, sacou-a e, ferindo o servo do Sumo Sacerdote, cortou-lhe a orelha. Disse-
lhe então Jesus: Devolve a espada à sua bainha, porque todos os que empunham
a espada pela espada hão de perecer."
João repetiria ideia semelhante no Apocalipse, capítulo 13, versículo 10:
“Aquele que levar alguém para o cárcere, para o cárcere há de ir; o que faz
morrer pela espada, pela espada há de morrer”.
Essa é a chave: a da responsabilidade pessoal pelos atos que praticamos,
a certeza inexorável de que esses atos voltam sobre nós, tanto os bons como os
outros.

Esse conceito evangélico, o Espiritismo o conhece sob o nome de lei de


ação e reação.

35
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Não há mais dúvida para aqueles que estudaram a Doutrina dos Espíritos;
que cada um de nós constrói seu próprio destino inteiramente livre na ação,
mas irrevogavelmente preso à reação.

Nosso livre-arbítrio nos permite fazer hoje o que entendermos da nossa vida,
sujeitos apenas à condicionante das ações passadas que nos inibem algumas
escolhas, certos, porém, de que as nossas decisões, de hoje condicionarão, por sua
vez, as escolhas futuras.

E nesse delicado e preciso mecanismo que se resolve o velho e disputado


problema do livre-arbítrio em choque com o determinismo.

Somos livres, sim, de agir agora. Podemos escolher o bem ou o mal, o


comodismo ou a renúncia, o trabalho ou a ociosidade. Amanhã, porém, quando a
ação passada nos obrigar a aceitar a reação inevitável, não poderemos queixar-nos
dos rigores da lei, nem deblaterar contra a “injustiça” de Deus que faz sofrer o
“inocente”.

O que fez perecer pela espada pela espada há de perecer. O que privou o
irmão do dom sublime da visão há de viver nas trevas. O que enlanguesceu na
opulência ociosa mal terá o que comer e o que vestir.

Se além dessas dificuldades não tiver fé, não será nem daqueles a quem
dizia o Cristo que “fossem como as aves do céu ou os lírios do campo que não
colhiam nem teciam e, no entanto, nem Salomão se vestira como eles, com tão rica
plumagem ou tão delicada e perfumada beleza”.

As lições do Cristo estão aí mesmo, repetidas insistentemente ao longo de


muitos séculos. Nós, que vivemos esses séculos, aqui ou no espaço, muitas vezes,
inúmeras vezes lemos e ouvimos esses mesmos ensinamentos proclamados em toda
parte, em todos os tempos, a toda gente. O que estamos esperando para colocá-
los em prática? Mais um punhado de séculos?

Hermínio de Miranda – Candeias na Noite Escura – Cap. 31

36
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Ante a Lei de Causa e Efeito

Que nos libera ou detém,

Há muito bem que faz mal,

Muito mal produz o Bem.

Cornélio Pires - Alma do povo – Cap. 4 - Rimas da Vida

Guarda a certeza de que tudo quanto sintas e penses, fales e realizes é


substância real de tua mensagem às criaturas e é claramente pelo que fazes às
criaturas que a lei de causa e efeito, na Terra ou noutros mundos, te responde,
em zelando por ti.

Emmanuel - Estude e Viva – Cap. 3 - Tua Mensagem

Sua decisão num momento responderá pelos seus dias futuros.

Não se precipite. A MEDITAÇÃO o ajudará a discernir com clareza e


segurança.

A indecisão prolongada ante uma posição a assumir gera complicação do


problema que deverá ser enfrentado, por mais adiado permaneça. Não cultive
receios. ORE e CONSULTE o Evangelho, após o que não tarde em demasia a
definição.

AJA com elegância mesmo quando diante de circunstâncias perturbadoras.


NÃO REAJA movido pelas paixões inferiores. Todos somos chamados,
inevitavelmente, a testemunhos que aferem os valores individuais, na pauta da
evolução de cada um.

Marco Prisco – Momentos de Decisão – Cap.

Mudanças, aflições, anseios, lutas, desilusões e conflitos sempre existiram


no caminho da evolução. Por isso mesmo, o mais importante não é aquilo que
aconteça e sim o seu modo de reação.

André Luiz – Na Era do Espírito – Cap. 22

37
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Provas, aflições, problemas e dificuldades se erigem na existência, como
sendo patrimônio de todos. O que nos diferencia, uns diante dos outros, é a nossa
maneira peculiar de apreciá-los e recebê-los.

Emmanuel - Rumo certo - Capítulo 10 - Ações e reações

A Lei de Causa e Efeito é a chave do destino humano, da moral humana, no


seu destino particular e coletivo, no seu desdobramento individual e coletivo.
Somos o que fomos, através da evolução; seremos o que somos de acordo com o
evolver da nossa personalidade.

Passado, presente e futuro são frutos do nosso trabalho, das ações que
desenvolvemos dentro de nós mesmos e dentro da sociedade, na lenta e sacrificial
caminhada que empreendemos em (re)encarnações sucessivas, com vista à
perfeição.

É graças ao poder divino desse princípio, que se consubstancia a lei de


causalidade, que o nosso pensamento medita nas expressões que pretende usar e nas
atitudes mentais que procura transformar em atos objetivos. As consequências que
derivam destes pensamentos, palavras e ações constituem o que se denomina Lei
de Causa e Efeito.

Causa e efeito e finalidade são princípios filosóficos que se completam. Se


assim não fosse, se ao antecedente causai faltasse um sentido diretor e seletivo, um
fim moral e perfeito, cairíamos ou no determinismo fatalista ou no fatalismo
determinista, isto é, no materialismo.

A filosofia espírita, e Kardec deixou lucidamente patenteada, é determinista,


mas não é fatalista, nem no sentido teológico, nem no sentido materialista, porque
o Espiritismo não admite que as ações humanas, nem as causas que as produzem,
estejam fatalmente dispostas por Deus para a realização de cada fim individual.

Carlos Bernardo Loureiro - Das Profecias à Premonição – Pag. 149

38
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
2 A Reencarnação – Definição e Conceitos
2.1 Finalidades da Reencarnação
2.1.1 Evolução – Intelectual/Moral/Espiritual
(...)
Não podendo os Espíritos aperfeiçoar-se, a não ser por meio das tribulações da
existência corpórea, segue-se que a vida material seja uma espécie de crisol ou de
depurador, por onde têm que passar todos os seres do mundo espírita para alcançarem
a perfeição?
Sim, é exatamente isso. Eles se melhoram nessas provas, evitando o mal e
praticando o bem; porém, somente ao cabo de mais ou menos longo tempo, conforme os
esforços que empreguem; somente após muitas encarnações ou depurações sucessivas,
atingem a finalidade para que tendem.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos, questão 196
(...)
A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito:
ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela
necessidade recíproca dos homens entre si.
A vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades. A bondade, a maldade,
a doçura, a violência, a benevolência, a caridade, o egoísmo, a avareza, o orgulho, a
humildade, a sinceridade, a franqueza, a lealdade, a má-fé, a hipocrisia, em uma palavra,
tudo o que constitui o homem de bem ou o perverso tem por móvel, por alvo e por estímulo
as relações do homem com os seus semelhantes.
Para o homem que vivesse insulado não haveria vícios nem virtudes; preservando-
se do mal pelo insulamento, o bem de si mesmo se anularia.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte - Cap. 3 – Item 8.
(...)
A reencarnação é Lei da Vida.
Impositivo estabelecido, irrefragavelmente, constitui processo de evolução, sem
o qual a felicidade seria impossível.
Programada pelo Criador, faculta os mecanismos naturais de desenvolvimento dos
valores que jazem latentes, no ser espiritual, que assim frui, em igualdade de condições,
dos direitos que a todos são concedidos.
A reencarnação enobrece o calceta, santifica o vilão, eleva o caído, altera a
paisagem moral do revoltado, dulcificando-o ao largo do tempo, sem pressa, nem
violência.
A reencarnação é convite ao aproveitamento da oportunidade e do tempo, que
sempre devem ser colocados a serviço do progresso espiritual e da perfeição, etapa final da
contínua busca do ser.
Joanna de Ângelis – Responsabilidade – Cap.5: Considerando a Reencarnação
39
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
(...)
A reencarnação é o maior investimento da vida ao Espírito em processo evolutivo,
o qual, sem ela, padeceria a hipertrofia de valores intelecto-morais, pela falta do ensejo da
convivência com aqueles que se lhe vinculam pelo amor santificado, pelo amor asselvajado
das paixões dissolventes, ou pelo amor enlouquecido no ódio, na violência, na
perseguição... A conjuntura carnal constitui valiosa aprendizagem para a fixação dos
recursos mais elevados do bem e do progresso na escalada inevitável da evolução.
Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 1:
Reencarnação - Dádiva de Deus
2.1.2 Co-autoria na obra da Criação – Participação/Missão
(...)
A obrigação que tem o Espírito encarnado de prover ao alimento do corpo, à sua
segurança, ao seu bem-estar, o força a empregar suas faculdades em investigações, a
exercitá-las e desenvolvê-las. Útil, portanto, ao seu adiantamento é a sua união com a
matéria.
Daí o constituir uma necessidade a encarnação.
Além disso, pelo trabalho inteligente que ele (o Espírito) executa em seu proveito,
sobre a matéria, auxilia a transformação e o progresso material do globo que lhe serve
de habitação.
É assim que, progredindo, colabora na obra do Criador […].
Allan Kardec – A Gênese – Cap. 11 – Item 24.
(...)
Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo
físico expressa punição. Suor na oficina é acesso à competência. Esforço na escola é
aquisição de cultura.
Toda restauração exige dificuldades equivalentes. Todo valor evolutivo reclama
serviço próprio. Nada existe sem preço. Por esse motivo, se as paixões gritam jungidas aos
flagelos que lhes extinguem a sombra, as tarefas sublimes fulgem ligadas às renunciações
que lhes acendem a luz.
À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério de expiação,
porque, quase sempre almas heroicas que suportam o fogo constante das grandes dores
morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem
excelso, a fim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança de Deus.
Emmanuel – Religião dos Espíritos – Cap. 24: Reencarnação
(...)
No trajeto multimilenário de nossas experiências, aprendemos, entre sucessivos
transes de nascimento e desencarnação, a alegria de viver, descobrindo e reconhecendo
a necessidade e a compensação do sofrimento, sempre forjado por nossas próprias faltas.
40
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Já renascemos e remorremos milhões de vezes, contraindo e saldando
obrigações, assinalando a excelsitude da Providência e o valor inapreciável da humildade,
para saber, enfim, que toda revolta humana é absurda e impotente.
Se há facilidade para remorrer, há dificuldades para renascer. As portas dos
cemitérios jamais se fecham; contudo, as portas da reencarnação só se abrem com a
senha do mérito haurido nas edificações incessantes da Caridade.
Lins de Vasconcellos – O Espírito da Verdade – Cap. 48: Renascer e Remorrer
(...)
Considera o teu estágio na terra, no corpo físico, uma oportunidade especial para o
teu crescimento espiritual.
Esforça-te por aproveitar cada momento da superior experiência evolutiva, a fim
de poderes amealhar valores imperecíveis que te acompanharão para sempre.
Joanna de Angelis – Atitudes Renovadas – Cap. 3: Benção da Reencarnação

41
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
2.1.3 Reparação e Reajustes – Expiação/Provação
(...)
É na vida corpórea que o Espírito repara o mal de anteriores existências, pondo em
prática resoluções tomadas na vida espiritual. Assim se explicam as misérias e vicissitudes
mundanas que, à primeira vista, parecem não ter razão de ser. Justas são elas, no entanto, como
espólio do passado – herança que serve à nossa romagem para a perfectibilidade.
Allan Kardec – O Céu e o Inferno – 1º Parte – Cap. 7 – Item 31
(...)
Mediante as diversas existências corpóreas é que os Espíritos se vão expungindo,
pouco a pouco, de suas imperfeições. As provações da vida os fazem adiantar-se, quando
bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam. São o remédio que
limpa as chagas e cura o doente.
Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo –- Capítulo 5–- item 10.
(...)
A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito
muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça
de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode
explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de
resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a
ensinam.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos, questão 171 — comentário.
(...)
Livres, estamos interligados perante a Lei, para fazer o melhor, e, escravizados aos
compromissos expiatórios, estaremos acorrentados uns aos outros no instituto da
reencarnação, segundo a Lei, para anular o pior que já foi feito por nós mesmos nas
existências passadas.
Ninguém progride sem alguém.
Emmanuel – Justiça Divina – Cap. 4: Virtude Solitária
(...)
A reencarnação significa precioso ensejo de sublimar e superar, registrando
como bênçãos nos refolhos da alma as experiências de libertação do imediatismo e da
extravagância.
É expressivo o retorno à carne para refazimento das experiências deixadas à
margem; tantas se fazem necessárias quantas as oportunidades de evoluir, até chegar à
perfeição.
Nasce e renasce o Espírito em diversos círculos para conquistar e reconquistar
afetos, alargando os horizontes da fraternidade entre todas as criaturas, de modo a que o

42
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Reino de Deus não se transforme em oásis fechado de felicidade grupal, distante da
Humanidade inteira.
Com propriedade, portanto, anotou o Codificador do Espiritismo que "a
reencarnação, aliás, precisa ter um fim útil".
Joanna de Angelis – Lampadário Espírita – Cap. 14: Necessidade da
Reencarnação
(...)
O princípio da reencarnação é a chave que nos abre a compreensão para todos
os problemas humanos. Sem ele tudo é mistério e confusão em nossos destinos e a justiça
de Deus nos parece absurda.
Herculano Pires – Na Era do Espírito – Cap. 27: A Chave da Reencarnação
2.1.4 Síntese
Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns,
é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer
todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a
parte que lhe toca na obra da criação.
Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de
harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista,
as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na
Sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se
aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo
é solidário na Natureza.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questão 132
Qual é a finalidade da reencarnação?
Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem isto, onde estaria a
justiça?.
Allan Kardec – O Livro dos Espírito–- Questão 167
(..)
“Esta doutrina (a Espírita, a da Reencarnação) é tão antiga quanto o mundo; tal o
motivo por que em toda a parte a encontramos, o que constitui prova de que é
verdadeira”.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questão 221-a
(...)
Reconheçamos, portanto, em resumo, que só a doutrina da pluralidade das
existências explica o que, sem ela, se mantém inexplicável; que é altamente consoladora
e conforme à mais rigorosa justiça; que constitui para o homem a âncora de salvação que
Deus, por misericórdia, lhe concedeu.

43
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
As próprias palavras de Jesus não permitem dúvida a tal respeito. Eis o que se lê no
Evangelho de São João, capítulo III:
Respondendo a Nicodemos, disse Jesus: Em verdade, em verdade, te digo que, se um
homem não nascer de novo, não poderá ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer já estando velho? Pode tornar
ao ventre de sua mãe para nascer segunda vez?
Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se um homem não renascer
da água e do Espírito, não poderá entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne
e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te admires de que eu te tenha dito: é necessário
que torneis a nascer.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – 2º Parte – Cap. 5: Pluralidade das
Existências
(...)
A Reencarnação é lei universal.
Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz
de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.
O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos
de resgate e reajustamento.
Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 110: Vidas Sucessivas

(...)
A Reencarnação é instrumento do progresso do ser espiritual.
Ora ele expia, quando são graves os seus delitos, submetendo-se às aflições que
constituem disciplinas educativas mediante as quais se fixam nos painéis profundos da
consciência os deveres a cumprir. Noutras vezes são provações que enrijecem as fibras
morais responsáveis pela ação dignificadora.
Longe de ser uma punição, a dádiva do renascimento corporal é bênção do amor,
auxiliando o Espírito a desenvolver os recursos que lhe jazem latentes, qual terra arroteada
e adubada em condições de transformar a semente diminuta no vegetal exuberante que nela
dorme.
Joanna de Angelis – Momentos de Consciência – Cap. 10: Reencarnação e
Consciência
(...)
Sem renovação, que vale a vida humana?
Se fosse para continuares repetindo aquilo que já foste e o que fizeste, não
terias necessidade de novo corpo e de nova existência — prosseguirias de alma jungida
à matéria gasta da encarnação precedente, enfeitando um jardim de cadáveres.
Vives novamente na carne para o burilamento de teu Espírito. A Reencarnação é
o caminho da Grande Luz.
Ama e trabalha. Trabalha e serve.
Perante o bem, quase sempre, temos sido somente constantes na inconstância
e fiéis à infidelidade, esquecidos de que tudo se transforma, com exceção da necessidade

44
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
de transformar.
Militão Pacheco - O Espírito da Verdade – Cap. 18: O Espiritismo Pergunta
(...)
As doutrinas reencarnacionistas, ao contrário das não-reencarnacionistas,
asseguram:
a) — A continuidade dos laços de família, com a consequente ampliação da
parentela espiritual.
b) — A renovação de esperanças, pela certeza da sobrevivência e
comunicabilidade da alma.
c) — A universalização do conceito de fraternidade.
d) — Golpe de morte no egoísmo.
e) — O reencontro com almas queridas, no ambiente da família ou fora dele.
f) — O reencontro com adversários e credores, desta e doutras existências.
g) — A consolidação de afetos, com a consequente garantia da continuidade de
tarefas em comum.
h) — Melhor compreensão da Justiça e do Amor de Deus.
Com o Espiritismo, que viceja, exuberante, na condição de doutrina eminentemente
reencarnacionista, à luz redentora do Evangelho do Cristo, ficam assegurados, pela
oportunidade dos reencontros, o reajuste de situações, o resgate de débitos, a reabilitação
de vítimas.
As excelências do reencarnacionismo nos falam de um Deus que não é, apenas, o
Criador do Universo, Causa Primária de todas as coisas, mas, também, o Pai Compassivo
e Bom, Justo e Misericordioso
Martins Peralva – O Pensamento de Emmanuel – Cap. 12: Reencarnacionismo,
Sim
(...)
À medida que penetramos os segredos do amor puro, vamos reconhecendo que
ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho em que
avança.
Trabalharemos e sofreremos, assim, por amor, pelos séculos adiante, ajudando-nos
uns aos outros a erguer a felicidade de nosso nível, até que possamos entrar, todos juntos,
na suprema felicidade que consiste em nossa união com Deus para sempre.
Emmanuel – Justiça Divina – Cap. 12: Virtude Solitária
(…)
A encarnação não foi imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição; ela
é necessária ao seu desenvolvimento e para a realização das obras de Deus, e todos a devem
sofrer, tomem o caminho do bem ou do mal; só que os que seguem o caminho do bem,
avançando mais rapidamente, demoram menos a chegar ao fim e lá chegam em condições
45
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
menos penosas.
Allan Kardec – O Espiritismo em sua Expressão mais Simples – Cap. 1: Resumo
do Ensino dos Espíritos
(...)
Exaltando a filosofia da evolução, através das existências numerosas que nos
aperfeiçoam o ser, na Reencarnação necessária, esclarece o Instrutor Sublime:
– “Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo.”
E Allan Kardec conclama:
– “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.”
Emmanuel – Reformador – 1957 – Abril – Pag. 80: Jesus e Kardec

46
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3 A Reencarnação – Visões Doutrinárias
3.1 Hermínio de Miranda
3.1.1 Reencarnação – Instrumento para o Progresso Espiritual

(...)
Dentre todas as grandes contribuições da Doutrina Espírita — e são muitas e
imensas no seu escopo e significação — há uma que, a meu ver, merece destaque especial:
a ideia da reencarnação, chave de tantos problemas que, sem ela, permaneceriam
insolúveis, envoltos em espessas sombras.
Sabem aqueles que estudam com cuidado a Codificação que o Espiritismo não
descobriu a reencarnação, nem a inventou. O homem não cria; apenas descobre as coisas
que Deus criou. Coube, porém, à equipe espiritual, encarnada e desencarnada, que nos deu
a Doutrina Espírita, não apenas introduzir a ideia no contexto do pensamento ocidental,
mas, acima de tudo, demonstrar que ela não entrava em choque com os postulados básicos
do Cristianismo; pelo contrário, explicava certos pontos que de outra forma ficariam
obscuros na mensagem luminosa do Cristo.
Com o passar do tempo, avulta cada vez mais a importância da reencarnação, não
apenas na melhor compreensão da Justiça Divina, mas também no entendimento de graves
problemas humanos. Já os primeiros médicos começam a descobrir a valiosa contribuição
da doutrina palingenésica para solução de graves distúrbios psíquicos.
Quando surgir a Biologia do Espírito, os cientistas do futuro, com a mente voltada
para Deus, estarão em condições de buscar nas vidas pregressas não apenas as causas de
disfunções mentais, como também a origem remota de desvios e deformações orgânicas,
herança amarga de erros cometidos no passado. Diante de uma evidência tão gritante, os
homens começarão a pensar duas vezes antes de cometerem faltas comprometedoras e pelas
quais terão que pagar pesados resgates, em obediência à lei flexível, mas implacável de
causa e efeito.
Hermínio de Miranda – Reencarnação e Imortalidade – Cap. 21: Reencarnação
– Instrumento para o Progresso Espiritual

47
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.1.2 Reencarnação – O Livro branco da Vida

Muita gente aceita sem grande relutância a ideia da reencarnação.


Ela é racional e lógica, e, como se diz hoje, ela se insere no contexto das doutrinas
evolucionistas que dominam as principais tendências do pensamento.
De fato, a reencarnação dos espíritos ao longo dos séculos e dos milênios, explica
fenômenos que de outra forma estariam truncados e incompreensíveis, como a eclosão de
fabulosas inteligências em certos seres e a terrível carga de idiotismo em outros, as
simpatias e afinidades entre uns, que mal se conhecem, e antipatias gratuitas e inexplicáveis
entre outros que deveriam estimar-se em razão de estreitos laços de parentesco ou de
prolongada convivência.
Há também sofrimentos e dores a atingirem criaturas boníssimas, há prêmios à
maldade, há mágoas para quem, a nosso ver, não as merece, e alegrias para aqueles que não
as conquistaram. A reencarnação explica essas aparentes incongruências e perplexidades.
Somos seres em trânsito para o futuro e trazemos nos registros do espírito a
memória oculta de antigas falhas, o resíduo ainda invencível de persistentes deficiências
que nos condicionam o presente e nos ameaçam o futuro.
Muitos ainda não estão preparados para enfrentar corajosamente as suas
responsabilidades e fogem pelas evasivas que os exoneram da obrigação de pensar e
construir no presente as bases da paz futura. Uma dessas fugas inconsequentes pode
ser resumida na seguinte frase que nós espíritas sempre ouvimos:
- Tudo isso é muito bonito e a reencarnação tem a sua lógica, mas como é que eu
não me recordo das minhas possíveis existências anteriores?
Entendem esses que seria muito mais racional que conservássemos ao renascer a
memória das vidas passadas. Seria assim fácil programar a existência atual de modo a evitar
a recaída em antigas faltas, a identificar com segurança velhos amigos tão caros ao nosso
espírito e também adversários renitentes que nos perseguem através dos séculos com os
seus ódios e sua vingança.
Seria bom, por exemplo, sabermos que fomos no passado grandes médicos ou
artistas eminentes e repetir com facilidade a experiência na qual fomos vitoriosos e brilhar
novamente entre os homens, enobrecer a Humanidade de conquistas científicas ou
artísticas.
O raciocínio que nos leva a esses caminhos é simplista, quase simplório. O que
enriquece a estrutura do espírito não é a repetição monótona de experiências nas quais já
nos destacamos, mas a variedade e a universalidade do conhecimento que se
vai acumulando lentamente em nossos arquivos mentais.

48
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Dessa forma, em cada nova existência as coisas se passam como se recebêssemos
um livro em branco, no qual podemos escrever livremente a nossa história, vivendo-a no
dia a dia das suas lutas e o do seu aprendizado. Escrever livremente, talvez seja força de
expressão.
Embora esquecidos do passado e livres para imprimir à nossa vida o rumo que
desejarmos, trazemos no fundo da memória espiritual - esquecidos mas não ausentes - todos
os condicionamentos que ali se depositaram em consequência das passadas experiências.
O prêmio da vitória está em suplantar condicionamentos negativos, substituindo as
paixões que nos infelicitaram, pelos impulsos de solidariedade, na conquista de novas
posições espirituais.
Para o livre exercício do arbítrio é bom que o nosso livro esteja em branco. Só
assim, teremos o mérito das conquistas alcançadas, como também o ônus das concessões
ao egoísmo e às paixões subalternas. Somos, assim, herdeiros de nós mesmos e construtores
da nossa paz ou da nossa infelicidade.
Amanhã, quando sofrermos aflição e angústias incompreensíveis, não culpemos o
destino cego e cruel, nem um Deus vingativo que nos persegue - estejamos bem certos de
que somente a nós mesmos devemos as nossas dores.
O esquecimento do passado é, pois, uma bênção a mais que as leis de Deus nos
concedem e não uma dificuldade em nosso caminho evolutivo. É bem melhor partir para a
aventura maravilhosa de uma nova existência, esquecidos de antigas angústias, para que as
novas aflições não se somem às que nos atormentaram no passado.
É bom amar no filho difícil ou no companheiro incompreensível o antigo desafeto
que estamos lentamente conquistando, em lugar de reconhecê-los na condição de inimigos
da nossa paz, a quem é preciso neutralizar a todo custo.
Nesses reajustes que se processam mais cedo ou mais tarde, agora ou daqui a
séculos, é bom que aprendamos a identificar, na dor que nos assalta, a moeda com que
resgatamos antigas faltas.
É bom sabermos que nas futuras encarnações também não nos lembraremos das
atuais aflições, nem teremos saudades das alegrias do presente. Receberemos outra vez o
nosso livro em branco. Talvez então já estejamos prontos para escrever nele um longo
poema de amor.
Hermínio de Miranda – Reformador – 1971 – Julho: O Livro Branco da Vida

49
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.2 Emmanuel
3.2.1 Reencarnação

Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo
físico expressa punição.
Suor na oficina é acesso à competência.
Esforço na escola é aquisição de cultura.
Porque alguém se consagre hoje à Medicina, não quer isso dizer que haja ontem
semeado moléstias e sofrimentos.
Muitas vezes, o Espírito, para senhorear o domínio das ciências que tratam do
corpo, voluntariamente lhes busca o trato difícil, no rumo de mais elevada ascensão.
Porque um homem se dedique presentemente às atividades da engenharia, não
exprime semelhante escolha essa ou aquela dívida do passado na destruição dos recursos
da Terra.
Em muitas ocasiões, o Espírito elege esse gênero de trabalho, tentando crescer no
conhecimento das leis que regem o plano material, em marcha para mais altos postos na
Vida Superior.
Entretanto, se o médico ou o engenheiro sofrem golpes mortais no exercício da
profissão a que se devotam, decerto nela possuem serviço reparador que é preciso atender
na pauta das corrigendas necessárias e justas.
Toda restauração exige dificuldades equivalentes. Todo valor evolutivo reclama
serviço próprio.
Nada existe sem preço.
Por esse motivo, se as paixões gritam jungidas aos flagelos que lhes extinguem a
sombra, as tarefas sublimes fulgem ligadas às renunciações que lhes acendem a luz.
À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério de expiação,
porque, quase sempre, almas heroicas que suportam o fogo constante das grandes dores
morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem
excelso, a fim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança de Deus.
Recorda que, se fosses arrebatado ao Céu, não tolerarias o gozo estanque, sabendo
que os teus filhos se agitam no torvelinho infernal. De imediato, solicitarias a descida aos
tormentos da treva para ajudá-los na travessia da angústia...
Lembra-te disso e compreenderás, por fim, a grandeza do Cristo que, sem débito
algum, condicionou-se às nossas deficiências, aceitando, para ajudar-nos, a cruz dos
ladrões, para que todos consigamos, na glória de seu amor, soerguer-nos da morte no erro
à bênção da Vida Eterna.
Emmanuel – Religião dos Espíritos - Cap. 24: Reencarnação

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.2.2 Vidas Sucessivas

“Não te maravilhes de te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.” —


Jesus. (João, capítulo 3, versículo 7.)

A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara.


Desviá-la para interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio
organizado, atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da
verdade legítima.
A reencarnação é lei universal.
Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de
seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.
O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos
de resgate e reajustamento.
Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à
morte ou aos sofrimentos prolongados.
A Providência, todavia, corrige, amando... Não encaminha os réus a prisões infectas
e úmidas. Determina somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta
carnal e voltem ao palco da atividade humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos
outros.
Para a Sabedoria Magnânima nem sempre o que errou é um celerado, como nem
sempre a vítima é pura e sincera. Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do
escândalo; conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram
um crime.
O algoz integral como a vítima integral são desconhecidos do homem; o Pai, contudo,
identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os, periodicamente, pelos laços de
sangue ou na rede dos compromissos edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor,
entre as dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.
Emmanuel – Caminho, Verdade e Vida – Cap. 110; Vidas Sucessivas

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.2.3 Reencarnação

Sem a chave da reencarnação, a vida inteira reduzir-se-ia a escuro


labirinto.

De existência em existência, no mundo, nossa individualidade imperecível


sofre o desgaste da imperfeição, assim como o aprendiz, de curso a curso, na escola, perde
o fardo da ignorância.

Compreendendo semelhante verdade, saibamos valorizar o tempo, no


espaço terrestre, realizando integral aproveitamento da oportunidade que o Senhor nos
concede, entre as criaturas, acumulando em nós as riquezas do conhecimento superior e os
tesouros da sublimação pelo aprimoramento de nossas qualidades morais.

Lembremo-nos de que nunca iludiremos a vigilância da Lei.

Na Terra, a organização judiciária corrige tão somente os erros


espetaculares, expressos nos crimes ou nos desregramentos que compelem os missionários
da ordem a drásticas atitudes, segregando a delinquência na penitenciária ou no hospital,
derradeiros limites do desequilíbrio a que se acolhem os trânsfugas sociais.

Todavia, é imperioso reconhecer que todas as nossas falhas são


registadas em nós mesmos, constrangendo a Justiça Eterna a providências de reajuste em
nosso favor, no instituto universal da reencarnação, que dispõe de infinitos recursos para o
trabalho regenerativo.

De mil modos ilaqueamos na carne a atenção dos juízes humanos, nos


delitos ocultos, exercitando a perversidade com inteligência, oprimindo os outros com
suposta humildade, ferindo o próximo com virtudes fictícias, estragando o equipamento
físico sem qualquer consideração para com os empréstimos divinos e, sobretudo,
explorando os irmãos de luta com manifesto abuso de nossos poderes intelectuais...

No entanto, por isso mesmo também, renascemos sob doloroso regime de


sanções, dilacerados por nós mesmos, nas possibilidades que outrora desfrutávamos e que
passam a sofrer frustrações aflitivas.

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Moléstias da carne e impedimentos do sangue, mutilações e defeitos,
inquietações e deformidades, fobias complexas e deficiências inúmeras constituem pontos
de corrigenda do nosso passado que hoje nos restauram à frente do futuro.

Cultivemos, desse modo, o coração nobre no vaso da consciência reta para


que a planta de nossa vida se levante para o hálito de Deus, porquanto basta a boa vontade
na sementeira do amor que o Mestre nos legou para que a multidão de nossos débitos seja
coberta e esquecida pela Divina Misericórdia, possibilitando o soerguimento de nosso
espírito, até agora arrojado ao lodo de velhos compromissos com a sombra, na subida
vitoriosa para a luz imortal.
Emmanuel – Reformador – 1955 – Janeiro: Reencarnação

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.2.4 Virtude Solitária

Há quem deseje tranquilidade ideal na Terra, com a pretensão de fugir ao erro.


Casa branca no aclive da serra, com o vale rente.
Fontes claras, correndo perto, e jardim florido.
Clima doce e perfume da natureza.
Nenhum aborrecimento.
Nenhum cuidado.
Falta alguma.
Problema algum.
Solidão saborosa em que o morador consiga estirar-se, inerte, em poltronas e redes.
*
No entanto, é no trato da luta que as forças se enrijam e as qualidades se
aperfeiçoam.
Considerando-se que o mal é a experiência inferior nos quadros da experiência
mais nobre, é nos serviço do amparo mútuo e da tolerância recíproca que havemos de
transformá-lo em bem duradouro, como se tomássemos as nossas próprias sombras de
ontem para convertê-las na luz de hoje.
Livres, estamos interligados perante a Lei, para fazer o melhor, e, escravizados aos
compromissos expiatórios, estaremos acorrentados uns aos outros no instituto da
reencarnação, segundo a Lei, para anular o pior que já foi feito por nós mesmos nas
existências passadas.
Ninguém progride sem alguém.
*
Abençoemos, assim, as provações que nos abençoam.
Trabalho é ascensão.
Dor é burilamento.
Toda adversidade avisa, todo sofrimento instrui, todo pranto lava, toda
dificuldade e toda crise seleciona.
Virtude solitária é pão na vitrine.
Competência no palanque é usura da alma.
Todos somos alunos na escola da vida.
E ninguém consegue aprender sem dar a lição.
Emmanuel – Justiça Divina – Cap. 4: Virtude Solitária

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.2.5 Jesus e Kardec
Ante a Revelação Divina, assevera Jesus:
- "Eu não vim destruir a Lei".
E reafirma Allan Kardec:
- "Também o Espiritismo diz: -não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe
execução."

Perante a grandeza da vida, exclama o Divino Mestre:


- "Há muitas moradas na casa de meu Pai".
E Allan Kardec acentua:
- "A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam
no espaço infinito e oferecem aos Espíritos, que neles reencarnam, moradas cor-
respondentes ao adiantamento que lhes é próprio”.

Exalçando a lei de amor que rege o destino de todas as criaturas, advertiu-nos


o Senhor:
- "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
E Allan Kardec proclama:
- "Fora da caridade não salvação".

Destacando a necessidade de progresso para o conhecimento e para a virtude,


recomenda o Cristo:
- "Não oculteis a candeia sob o alqueire".
E Allan Kardec acrescenta:
- "Para ser proveitosa, tem a fé que ser ativa; não deve entorpecer-se".

Encarecendo o imperativo do esforço próprio, sentencia o Senhor:


- "Buscai e achareis”.
E Allan Kardec dispõe:
- "Ajuda a ti mesmo que o Céu te ajudará".

Salientando o impositivo da educação, disse o Excelso Orientador:


- "Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celestial".
E Allan Kardec adiciona:
- “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos
esforços que emprega para domar suas inclinações infelizes”.

56
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Enaltecendo o espírito de serviço, notificou o Eterno Amigo:
- "Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também”.
E Allan Kardec confirma:
- "Se Deus houvesse isentado o homem do trabalho corpóreo, seus membros ter-
se-iam atrofiados, e, se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria
permanecido na infância, no estado de instinto a1iimal".
Louvando a responsabilidade, ponderou o Senhor:
- "Muito se pedirá a quem muito recebeu".
E Allan Kardec conclui:
- "Aos espíritas muito será pedido, porque muito hão recebido".

Exaltando a filosofia da evolução, através das existências numerosas que nos


aperfeiçoa o ser, na reencarnação, esclarece o Instrutor Sublime:
- "Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo".
E Allan Kardec conclama:
- "Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei".

Consagrando a elevada missão da verdadeira ciência, avisa o Mestre dos


mestres:
- "Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres".
E Allan Kardec enuncia:
- "Fé inabalável só é aquela que pode encarar a razão face a face".

Tão extremamente identificado com o Mestre Divino surge o Apóstolo da Codifi-


cação, que os augustos mensageiros, que lhe supervisionaram a obra, foram positivos nesta
síntese que recolhemos da Resposta à Pergunta número 627, em "O Livro dos Espíritos":
- "Estamos incumbidos de preparar o Reino do Bem que Jesus anunciou."

Eis porque, ante o primeiro centenário das páginas basilares da Codificação,


saudamos no Espiritismo - Chama da Fé Viva a resplender sobre o combustível da
Filosofia e da Ciência - o Cristianismo Restaurado ou a Religião do Amor e da Sabedo-
ria, que, partindo do Espírito Excelso de Nosso Senhor Jesus-Cristo, encontrou em Allan
Kardec o seu fiel refletor para a libertação e ascensão da Humanidade inteira.
Emmanuel – Reformador – 1957 – Abril: 100 anos do Livro dos Espíritos

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.3 Lins de Vasconcelos
3.3.1 Renascer e Remorrer

Usufruímos na Espiritualidade o continente sem limites de onde viemos; no Universo


Físico, o mar sem praias em que navegamos dequando em quando, e, na Vida Eterna, o
abismo sem fundo em que desfrutamos as magnificências divinas.
No trajeto multimilenário de nossas experiências, aprendemos, entre sucessivos
transes de nascimento e desencarnação, a alegria de viver, descobrindo e reconhecendo
a necessidade e a compensação do sofrimento, sempre forjado por nossas próprias faltas.
Já renascemos e remorremos milhões de vezes, contraindo e saldando obrigações,
assinalando a excelsitude da Providência e o valor inapreciável da humildade, para saber,
enfim, que toda revolta humana é absurda e impotente.
Se as lutas do burilamento moral não têm unidade de medida, a ação do amor é infinita
na solução de todos os problemas e na medicação de todas as dores.
Tolera com paciência as inevitáveis, mas breves provas de agora, para que te
rejubiles depois.
Nos compromissos espirituais, todos encontramos solvibilidade através do esforço
próprio. Aproveitemos a bênção da dor na amortização dos débitos seculares que nos
ferreteiam as almas, perseverando resignadamente no posto de sentinelas do bem, até que
o Senhor mande render-nos com a transformação pela morte.
Sempre trazemos dívidas de lágrimas uns para com os outros.
Vive, assim, em paz com todos, principalmente junto aos irmãos com os quais a tua
vida se entrecomunica a cada instante, legando, por testamento e fortuna, atos de amor e
exemplos de fé, no fortalecimento dos espíritos de amigos e descendentes.
Se há facilidade para remorrer, há dificuldades para renascer. As portas dos
cemitérios jamais se fecham; contudo, as portas da reencarnação só se abrem com a
senha do mérito haurido nas edificações incessantes da caridade.
As dores iguais criam os ideais semelhantes.
Auxiliemo-nos mutuamente.
O Evangelho – o livro-luz da evolução – é o nosso apoio. Busquemos a Jesus,
lembrando-nos de que o lamento maior, o desesperado clamor dos clamores, que poderia
ter partido de seus lábios, na potência de mil ecos dolorosos, jamais chegou a existir...
Lins de Vasconcellos – O Espírito da Verdade – Cap. 48: Renascer e Remorrer

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.4 Joanna de Angelis
3.4.1 Considerando a Reencarnação

A reencarnação é Lei da Vida.


Impositivo estabelecido, irrefragavelmente, constitui processo de evolução, sem o
qual a felicidade seria impossível.
Programada pelo Criador, faculta os mecanismos naturais de desenvolvimento dos
valores que jazem latentes, no ser espiritual, que assim frui, em igualdade de condições,
dos direitos que a todos são concedidos.
A reencarnação favorece com dignidade os códigos da Justiça Divina,
demonstrando as suas qualidades de elevação e de amor.
Sem a reencarnação – que proporciona a liberdade de opção, com as consequências
decorrentes da escolha – a vida não teria sentido para os párias sociais, os homens
primitivos, os limitados mentais, os amargurados e infelizes...
Sem a reencarnação, o ódio inato e o amor espontâneo constituiriam aberração
perturbadora em a natureza humana.
Da mesma forma, as tendências e propensões que comandam a maioria
dos destinos, seriam fenômenos cruéis de um determinismo absurdo, violentador das
consciências e dos sentimentos.
Sem a reencarnação, permaneceriam como incógnitas geradoras de revolta, as
razões dos infortúnios morais, das enfermidades de alto porte, mutiladoras e degradantes,
da miséria social e econômica que vergastam expressivas massas e grupos da sociedade
terrestre.
Sem a reencarnação, os laços de família se diluiriam aos primeiros impactos
defluentes dos acontecimentos danosos...
A reencarnação enseja reequilíbrio, resgate, reparação.
Faculta o prosseguimento das atividades que a morte pareceria interromper.
Proporciona restabelecimento da esperança, entrelaçando as existências corporais
que funcionam como classes para o aprendizado evolutivo no formoso Educandário da vida
terrestre.
Oferece bênçãos, liberando de qualquer fatalidade má, que candidataria o Espírito
a um estado permanente de desgraça.
A reencarnação enobrece o calceta, santifica o vilão, eleva o caído, altera a
paisagem moral do revoltado, dulcificando-o ao largo do tempo, sem pressa, nem
violência.

59
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A reencarnação é convite ao aproveitamento da oportunidade e do tempo, que
sempre devem ser colocados a serviço do progresso espiritual e da perfeição, etapa final da
contínua busca do ser.
Joanna de Angelis – Responsabilidade – Cap. 5: Considerando a Reencarnação

60
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.4.2 A Benção da Reencarnação

Considera o teu estágio na terra, no corpo físico, uma oportunidade especial para o
teu crescimento espiritual.
Esforça-te por aproveitar cada momento da superior experiência evolutiva, a fim
de poderes amealhar valores imperecíveis que te acompanharão para sempre.
Tem em mente que o processo evolutivo é realizado através etapas formosas que
proporcionam o aperfeiçoamento moral, a libertação dos atavismos perturbadores, a
conquista de bens internos intransferíveis.
Não malbarates os ensejos de aprendizagem através do jogo ilusório do prazer
insaciável, mantendo a certeza de que o tempo é amigo daquele que o utiliza com sabedoria,
tornando-se adversário silencioso de quem o gasta na inutilidade.
A viagem corporal constitui recurso de alta valia para a aquisição de plenitude, o
que equivale dizer da auto-realização, que se converte em paz interior e em sentimento de
felicidade.
O corpo é instrumento do Espírito que o deverá comandar seguramente com
disciplina e amor.
Dotado de impulsos resultantes do fatalismo biológico, a razão e a consciência devem
construir-lhe orientação segura e recurso de sabedoria para a solução dos desafios e o
enfrentamento das dificuldades que são naturais.
Não o desgastes inutilmente, porquanto ele te responderá conforme a maneira com
que utilizes a sua vitalidade.
De acordo com a forma como te conduzas mentalmente, ele refletirá os teus anseios
e necessidades de maneira gentil ou através de inquietações e sofrimentos contínuos.
Engajado na organização mental, o Espírito tem por objetivo administrar-lhe a
conduta, ordenar-lhe os sentimentos, desenvolver as emoções superiores, a fim de
conseguir a compreensão legítima da finalidade existencial.
Reserva as tuas reflexões para o desempenho as tarefas que terás de atender, porque
todos aqueles que retornam à vida física estão comprometidos com a retaguarda.
Mesmo os missionários do amor, da caridade, da ciência, da religião, da política e
das realizações humanas aceitaram a experiência do retorno, por gratidão às conquistas
passadas, oferecendo-se para auxiliar todos aqueles que se encontram na retaguarda, à
semelhança de estrelas em noite escura...
Recebe o retorno das tuas ações, como quer que se apresentem na atualidade,
modificando a estrutura daquelas que afligem e sublimando aqueloutras que te alegram.
O Espírito é sempre o construtor dos projetos evolutivos dentro das Leis vigentes
no Universo.

61
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
De acordo com as suas reflexões mentais, palavras e atos, desenha os planos para o futuro
que o aguarda silenciosamente, mas, inflexível.
Ninguém, por isso mesmo, pode evadir-se das consciência, dos deveres relevantes,
do crescimento espiritual.
As Leis Divinas estabelecem que o progresso é irrefragável, e nada o detém. Pode-
se estacioná-lo no caminho por algum tempo.
No entanto, momento chega em que o amor de Deus enseja a expiação ao calceta,
e ele, encarcerando-se no corpo, impossibilitado de complicar o processo de evolução,
reeduca-se, desperta para a realidade.
Seja qual for a situação em que te encontres hoje na jornada física, agrade a Deus
a oportunidade ímpar, por oferecer-te os instrumentos de libertação e de felicidade.
Se defrontas sofrimentos e inquietações, reserva-te a serenidade, e continua agindo
com equilíbrio, de forma a fruíres mais tarde a paz que ora te falta.
Se te encontras algemado a limites e a dores excruciantes, mantém a paciência,
porque este fenômeno logo passará, facultando-te emoções grandiosas.
Se experimentas solidão e desconforto, guarda a confiança em Deus e avança,
mesmo que chorando, na expectativa dos reencontros felizes e das alegrias inefáveis.
Se te atormentam alguns espíritos inferiores, que te inspiram idéias perturbadoras
e te exploram as resistências, ora por eles e ama-os quanto possas. São os irmãos que
deixaste desafortunados em dias não muito distantes.
Se encontras adversidades por onde deambulas, recolhe as lições delas defluentes,
porque as semeaste ontem, tendo agora o ensejo de recolhê-las e superá-las.
Se sofres humilhações e adversidades em toda parte, não recalcitres contra o
aguilhão, antes compreende que essas experiências irão fortalecer-te interiormente, da
mesma forma que os vendavais enrijecem as árvores que lhes sofrem a violência.
Tudo tem uma razão de ser no Universo. Mesmo aquilo que não entendas, está
vinculado a causas legítimas que desencadearam esses efeitos afligentes.
As Leis Morais que vigem em toda parte, emanadas de Deus, são soberanas em sua
justiça e alcançam todos os Espíritos: bons e maus, superiores e inferiores, angélicos e
perversos, naturalmente de acordo com o seu nível de evolução.
Se permaneceres confiante e trabalhando pelo próprio crescimento espiritual,
fruirás alegrias desde o momento em que te entregues ao mister. O fato de estares a serviço
do bem e da verdade, do dever e da dignidade, já constitui divina dádiva, que estás
transformando em sabedoria.
Ninguém transita na terra sem experimentar o resultado de seus atos anteriores, o
que é perfeitamente compreensível.

62
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Grande número de queixosos afirma que não se lembra do momento em que
delinquiu, o que lhe serviria de justificativa para não resgatar afrontas nem crimes, o que
lhe serviria de justificativa para não resgatar afrontas nem crimes.
Deus concede o parcial olvido do passado, por compreender que as lembranças
boas ou más não se restringem apenas ao indivíduo, mas, ao grupo no qual se movimentou,
facultando-lhe, então, caso recordasse, tomar conhecimento das ocorrências que foram
praticadas pelos demais da esfera fraternal.
Todavia, esse olvido não é total, porquanto, através dos impulsos emocionais, das
tendências, as ocorrências, todos têm conhecimento de como devem ter sido.
Ademais, graças à mediunidade, às recordações espontâneas, quando necessárias,
a alguns sonhos, volvem as cenas felizes ou desventuradas, ressurgem os afetos ou os
adversários na paisagem mental.
O importante, portanto, é o hoje, não o que se foi, aquilo que desencadeou a
ocorrência que agora vives.
Desse modo, aquieta os sentimentos doridos, procura compreender os objetivos
existenciais e atua no bem tanto quanto te seja possível.
Faze um pouco mais: vai além dos teus limites...
Inscreve-te, de imediato, emocionalmente, nos compromissos de iluminação
interior, e trabalha para que a luz divina de onde procedes desenvolva-se no âmago do teu
ser, clareando-te totalmente e tornando-te uma chama que esparze claridade e alegria.
A reencarnação é tesouro de elevado significado e grandioso valor.
Vive-a com serenidade e júbilo, burilando-te espiritualmente e avançando pela
estrada que Jesus percorreu, nela deixando Suas pegadas luminíferas.
Também Ele, que não tinha dívidas, experimentou amarguras e incompreensões,
sofreu perseguições inclementes e dolorosas, prosseguindo, porém afável e gentil, mesmo
com aqueles que tentavam dificultar-Lhe o ministério divino.
Se malbaratas essa chance, não te poderás queixar nem aspirar por nova
oportunidade com rapidez, porque a marcha do progresso obedece a códigos que não
podem ser desconsiderados.
Abençoa, desse modo, a tua atual existência, com as lições do Evangelho de Jesus,
vivendo-as no dia-a-dia, feliz e agradecido a Deus com as tuas atitudes renovadas.
Joanna de Angelis – Atitudes Renovadas – Cap. 3: A Benção da Reencarnação

63
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.4.3 Necessidade da Reencarnação

"As lutas têm sido cruéis. Dificuldades me assinalam os passos em todo lugar.
Sofro em demasia." - Clamam, com irreflexão, aqueles que jornadeiam, desatentos, a trilha
evolutiva.
"Acompanho a marcha do progresso e constato que o êxito a coroar tantas cabeças
não me alcança. Creio que em breve desistirei da luta". - Rebelam-se os companheiros do
labor diário, em pleno campo redentor.
"Fracassos me seguem nos melhores empreendimentos, conduzindo-me a
desespero infrene. A dor é comensal dos meus dias. Que fazer?" - Refletem, de mente
desalinhada, os que se distanciam da fé racional e se consomem em interrogações aflitivas.
No entanto, todos esses que seguem, sob aparente amargura, aprendem na enxerga
da aflição a valorizar os tesouros divinos que malbarataram por leviandade ou loucura.
Recomeçam pelos sítios em que desertaram da vida, fixando experiências que a rebeldia,
mal contida, ainda hoje transforma em novos cardos a se lhe cravarem nos tecidos sutis da
alma.
Tem paciência diante da aflição punitiva ou libertadora. Não recolhas à análise
deprimente dos fatos ou das oportunidades. Enquanto contabilizas desditas, olvidas a
claridade estelar espargindo luminosidade, seja durante o dia, seja na escuridade da noite.
Tudo são lições.
O desgosto de agora transformar-se-á em proveitosa experiência de amanhã.
Caminho percorrido - local identificado. Afervora-te ao exame do trabalho sem a
desarmonia ansiosa dos resultados que temes. O que hoje parece insucesso logo mais se
converterá em dadivoso bem.
A reencarnação significa precioso ensejo de sublimar e superar, registrando como
bênçãos nos refolhos da alma as experiências de libertação do imediatismo e da
extravagância.
É expressivo o retorno à carne para refazimento das experiências deixadas à
margem; tantas se fazem necessárias quantas as oportunidades de evoluir, até chegar à
perfeição.
Nunca se nos deparam os mesmos recursos no roteiro da vida, nas mesmas
condições. Não pisarás duas vezes as águas do mesmo rio.
Embora retornes ao local da véspera, as águas que fluem não são as mesmas. A
oportunidade, conquanto se nos apresente assinalada pelo nosso desagrado, representa
preciosa dádiva.

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Transforma, portanto, a dor em cântico de júbilo. Cada etapa vencida é vitória
conquistada a marcar os teus triunfos sobre as próprias lutas, incessantemente até
conquistares a paz em plenitude.
Não fossem os dissabores, e os estímulos para as tarefas desapareceriam.
A reencarnação ficaria destituída de valor se não BURILASSE os espíritos quando
do retorno iluminativo.
O pavio que não arde, conserva-se; todavia, não espalha luz. a lâmina que não se
consome, no uso, não vai além de ornamento a pesar na economia das utilidades.
Nasce e renasce o espírito em diversos círculos para conquistar e reconquistar
afetos, alargando os horizontes da fraternidade entre todas as criaturas, de modo a que o
Reino de Deus não se transforme em oásis fechado de felicidade grupal, distante da
Humanidade inteira. Com propriedade, portanto, anotou o Codificador do Espiritismo que
"a reencarnação, aliás, precisa ter um fim útil".
Ascendamos através das lutas diárias nesse "estado transitório" da encarnação,
calcando óbices e superando dificuldades, de tal modo que esta oportunidade significativa
para os que se encontram revestidos da organização carnal constitua a ponte que leva ao
planalto da vida melhor, sem sombra, sem dor, sem desespero, fazendo-os vencedores das
paixões e da morte, verdadeiramente espíritos felizes.
Joanna de Angelis – Lampadário Espírita – Cap. 14: Necessidade da
Reencarnação

65
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.4.4 Reencarnação e Consciência

A conquista lúcida da consciência abre espaços para o entendimento das leis que
regem a vida, facultando o progresso do ser, que se entrega à tarefa de educação pessoal e,
por consequência, da sociedade na qual se encontra situado.
Não mais lhe atendem as aspirações, os conceitos utópicos e as afirmações pueris
destituídas de razão, com os quais no passado se anestesiava o discernimento dos
indivíduos e das massas.
Com ela a idéia de Deus e da sua justiça evolui, arrancando-o do antropomorfismo
a que esteve algemado pela ignorância, para uma realidade mais consentânea com a própria
grandeza.
Os velhos tabus, como efeito, cedem lugar aos fatos que podem ser considerados e
examinados pela investigação, produzindo amplas percepções de conteúdos que
enriquecem a compreensão.
O crescimento interior elucida a justiça, que já não se aferra aos limites das paixões
humanas que a padronizaram conforme os próprios interesses, agraciando uns e punindo
outros, em lamentável aberração ética e de equanimidade discutível, senão absurda.
A consciência conquistada favorece a penetração nas causas da vida mediante os
processos de intuição, de dedução e de análise decorrente da experiência vívida dos fatores
que constituem o Universo.
Engrandecem-se o homem e a mulher que se despojam do temor ou da
incredulidade, do beatismo ou da negação, assumindo uma postura digna, portanto coerente
com seu estado da evolução.
Somente a consciência favorece a perfeita identificação com a realidade das vidas
sucessivas, concepção-lei única a corresponder à grandeza da vida.
Sem a consciência, a inteligência lógica crê, mas não se submete; a emoção aceita,
porém, receia os impositivos do estatuto da evolução, no qual está o mecanismo
reencarnacionista.
A consciência abre as comportas da inteligência e do sentimento para a natural
aceitação das experiências sucessivas e inevitáveis, que promovem a criatura.
A reencarnação é instrumento do progresso do ser espiritual.
Ora ele expia, quando são graves os seus delitos, submetendo-se às aflições que
constituem disciplinas educativas mediante as quais se fixam nos painéis profundos da
consciência os deveres a cumprir. Noutras vezes são provações que enrijecem as fibras
morais responsáveis pela ação dignificadora.
Longe de ser uma punição, a dádiva do renascimento corporal é bênção do amor,
auxiliando o espírito a desenvolver os recursos que lhe jazem latentes, qual terra arroteada
e adubada em condições de transformar a semente diminuta no vegetal exuberante que nela
dorme.
Diante dessa realidade, amplia a tua consciência pela meditação e age com
segurança ética, entregando-te ao compromisso de iluminação desde agora.
Nunca postergues os deveres a pretexto de que terás futuras oportunidades.

66
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A tua consciência dirá que hoje e aqui estão o momento e o lugar para a construção
do teu ser espiritual, que se deve elevar, libertando-te dos atavismos primitivos e das
paixões perturbadoras.
A consciência da reencarnação impulsionar-te-á ao progresso através do amor e do
bem sem alternativas de fracasso, porque a luz da felicidade brilhando à frente será o
estimulo para que alcances a meta.
Sem a reencarnação a vida inteligente retornaria ao caos e a lógica do progresso
ficaria reduzida à estupidez, à ignorância.
A consciência da reencarnação explica Sócrates e o homem bárbaro do seu tempo,
Gandhi e o selvagem da atualidade, a civilização e o primitivismo nesta mesma época.
Lentamente o ser avança e, de etapa em etapa, adquire experiência, conhecimento,
sentimento, sabedoria, consciência.
Joanna de Angelis – Momentos de Consciência – Cap. 10: Reencarnação e Consciência

67
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.5 Herculano Pires
3.5.1 A Chave da Reencarnação

O principio da reencarnação é a chave que nos abre a compreensão para todos


os problemas humanos. Sem ele tudo é mistério e confusão em nossos destinos e a justiça
de Deus nos parece absurda.
Essa chave foi perdida a partir do IV século da nossa era. As religiões cristãs,
adaptando-se aos formalismos pagãos e judaicos, perderam a chave que Jesus lhes havia
deixado em seus ensinos, como ainda hoje podemos ver de maneira inegável nos
Evangelhos. O Cristianismo aturdido não pode encontra-la nos caprichosos labirintos da
Teologia, formulada pelos novos doutores da lei.
Dezoito séculos depois de Cristo os cristãos se veriam desarmados diante do
desafio da razão esclarecida pela evolução cultural. O mundo convertido ao Cristianismo
voltaria então às fontes esquecidas da cultura pagã.
Essa apostasia, como a do Imperador Juliano, o lançaria de novo nos dilemas
insolúveis da razão desprovida de luz espiritual.
Há dois séculos nos debatemos nesse torvelinho de loucuras, mas há mais de um
século o Espirito da Verdade, prometido por Jesus, vem renovando na Terra o ensino do
Mestre, graças ao restabelecimento da comunicação mediúnica permanente e natural que
nos devolve a chave perdida da reencarnação.
A liberdade para a vida afetiva, que procuramos nas ilusões do corpo carnal, está
na realidade do espirito, onde somos, como Jesus ensinou, semeadores que saíram a
semear. A semeadura que fizermos determinara a nossa colheita, pois as leis naturais nos
escravizam aos seus resultados inevitáveis.
Quem planta joio não pode colher trigo. Se semearmos desequilíbrios afetivos em
nosso caminho, como queremos colher os frutos do equilíbrio?
Por outro lado, se a semeadura do passado foi má, como corrigi-la, se continuarmos
a semear as mesmas sementes? A chave da reencarnação nos abre as portas do
entendimento.
Temos de renovar as nossas sementeiras. Mas se dermos ouvido às teorias loucas
da razão pagã, desprovida de luz, que pretendem considerar como normais as anomalias
sexuais, justificando-as com a falsa plenitude dos gozos materiais, não sairemos do circulo
vicioso da escravidão sensorial.
Herculano Pires – Na Era do Espírito – Cap. 27: A Chave da Reencarnação

68
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.6 Manoel Philomeno de Miranda
3.6.1 Reencarnação: Dádiva de Deus

Como é compreensível, a planificação para reencarnações é quase infinita,


obedecendo a critérios que decorrem das conquistas morais ou dos prejuízos ocasionais de
cada candidato.
Na generalidade, existem estabelecidos automatismos que funcionam sem maiores
preocupações por parte dos técnicos em renascimento, e pelos quais a grande maioria de
Espíritos retorna à carne, assinalados pelas próprias injunções evolutivas.
Ao lado desse extraordinário automatismo das leis da reencarnação, há programas
e labores especializados para atender finalidades específicas, na execução de tarefas
relevantes e realizações enobrecedoras, que exigem largo esforço dos Mentores
encarregados de promover e ajudar os seus pupilos, no rumo do progresso e da redenção.
Sem nos desejarmos deter em pormenores dos casos especiais, referentes aos
missionários do amor e aos abnegados cultores da Ciência e da Arte, os candidatos em nível
médio de evolução, antes de serem encaminhados às experiências terrenas, requerem a
oportunidade, empenhando os melhores propósitos e apresentando os recursos que esperam
utilizar, a fim de granjearem a bênção do recomeço, na bendita escola humana...
Examinados por hábeis e dedicados programadores, que recorrem a técnicas mui
especiais de avaliação das possibilidades apresentadas, são submetidos a demorados
treinamentos, de acordo com o serviço a empreender, com vistas ao bem-estar da
Humanidade, após o que são selecionados os melhores, diminuindo, com esse expediente,
a margem de insucesso.
Os que não são aceitos, voltam a cursos de especialização para outras atividades,
especialmente de equilíbrio com que se armam de forças para vencer as más inclinações
defluentes das existências anteriores que se malograram, bem como para a aquisição de
valiosas habilidades que lhes repontarão, futuramente, no corpo, como tendências e
aptidões.
Concomitantemente, de acordo com a ficha pessoal que identifica o candidato, é
feita a pesquisa sobre aqueles que lhe podem oferecer guarida, dentro dos mapas cármicos,
providenciando-se necessários encontros ou reencontros na esfera dos sonhos, se os futuros
genitores já estão no veículo físico, ou diretamente, quando se trata de um plano elaborado
com grande antecedência, no qual os membros do futuro clã convivem, primeiro, na
Erraticidade, donde partem já com a família adrede3 estabelecida...
Executada a etapa de avaliação das possibilidades e a aproximação com a
necessária anuência dos futuros pais, são meticulosamente estudados os mapas genéticos
de modo a facultarem, no corpo, a ocorrência das manifestações físicas como psíquicas, de

69
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
saúde e doença, normalidade ou idiotia, lucidez e inteligência, memória e harmonia
emocional, duração do cometimento corporal e predisposições para prolongamento ou
antecipação da viagem de retorno, ensejando, assim, probabilidades dentro do
comportamento de cada aluno a aprendizagem terrena...
Fenômenos do determinismo são estabelecidos com margem a alternâncias
decorrentes do uso do livre-arbítrio, de modo a permitir uma ampla faixa de movimentação
com certa independência emocional em torno do destino, embora sob controles que
funcionam automaticamente, em consonância com as leis do equilíbrio geral.
São travados debates entre o futuro reencarnante e os seus fiadores espirituais, com
a exposição das dificuldades a enfrentar e dos problemas a vencer, nascendo e se
desdobrando a euforia e a esperança em relação ao futuro.
Em clima de prece, entre promessas de luta e coragem, sob o apoio de abnegados
Instrutores, o Espírito mergulha no oceano compacto da psicosfera terrena e se vincula a
célula fecundada, dando início a novo compromisso.
Os que o amam, na Espiritualidade, ficam expectantes e interessados pelos
acontecimentos, preocupados pelos sucessos que se darão, e buscando interceder nas horas
graves, auxiliando nos momentos mais difíceis, encorajando sempre...
A reencarnação, porém, que leva a parcial esquecimento das responsabilidades, em
razão da imantação celular que se faz, é sempre cometimento4 de grande porte e alta
gravidade.
Conseguido o êxito do renascimento, continua o intercâmbio, durante a primeira
infância, com os Amigos da retaguarda espiritual e, à medida que o corpo absorve o
Espírito ou este se assenhoreia daquele, vão-se apagando as lembranças mais próximas
enquanto ressumam as fixações mais fortemente vivas no ser, dando nascimento às
tendências e paixões que a educação e a disciplina moral devem corrigir a benefício do
educando.
Nunca cessam, em momento algum, os socorros inspirativos que procedem da
esfera espiritual, em contínuas tentativas pelo aproveitamento integral do valioso
investimento a que o Espírito se propôs.
O retorno é feito, quase sempre, com altos índices de fracasso, com agravamento
de responsabilidades; de insucesso, em decorrência da invigilância e da indolência, dando
margem a amargura e a perturbação; de perda do tentame, graças à fatuidade e aos graves
comprometimentos do pretérito, de que não se conseguiram libertar...
Pode-se compreender a preocupação afetuosa dos Benfeitores espirituais que
acompanham os seus pupilos, à medida que estes se afastam da sua influência benéfica e
se transferem espontaneamente de área vibratória, entregando-se aos envolvimentos
perniciosos e destrutivos.

70
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Instam esses nobres cooperadores do bem, para que os seus protegidos retornem
ao roteiro traçado, usando de mil recursos sutis, ou de interferências mais vigorosas, tais
como as enfermidades inesperadas, os acidentes imprevistos, as dificuldades econômicas,
a carência afetiva, de modo a despertarem do anestésico da ilusão os que se enovelaram
nos fins da leviandade ou se intoxicaram pelo bafio do orgulho, do egoísmo, da cólera...
Outras vezes, recorrem a outros amigos e benfeitores, a favores da vida e a ajudas
que lhes facilitem a marcha, perseverando até quando, rechaçados, ficam a distância,
aguardando...
A reencarnação é o maior investimento da vida ao Espírito em processo evolutivo,
o qual, sem ela, padeceria a hipertrofia de valores intelecto-morais, pela falta do ensejo da
convivência com aqueles que se lhe vinculam pelo amor santificado, pelo amor asselvajado
das paixões dissolventes, ou pelo amor enlouquecido no ódio, na violência, na
perseguição...
A conjuntura carnal constitui valiosa aprendizagem para a fixação dos recursos
mais elevados do bem e do progresso na escalada inevitável da evolução.
Sem dúvida, o parcial olvido dos compromissos assumidos responde por alguns
fatores do insucesso, mas, ao mesmo tempo, isto constitui a mais expressiva concessão do
amor do Pai, evitando que se compliquem os fenômenos da animosidade e do
ressentimento, das mágoas e das preferências exclusivistas, que tenderiam a reunir os afins
nos gostos e afetos, produzindo um clima de desprezo e agressão contra aqueles que se lhes
opusessem.
Como jamais retrograda o Espírito, no seu processo evolutivo, os insucessos não
atingem as conquistas, que permanecem, agravando, isto sim, o programa de
responsabilidades de que se desobrigara, quando falharem as provações remissoras,
mediante as expiações redentoras que serão utilizadas como terapêutica final.
Todas as conquistas da inteligência – e sempre são logradas novas etapas, nesse
campo, em cada reencarnação – permanecem, embora as aquisições morais, mais lentas,
porém, mais importantes, somente através de sacrifício e renúncia, de amor e devotamento
conseguem ser alcançadas.
Com as luzes projetadas pelo Espiritismo, na atualidade, o empreendimento da
reencarnação adquire hoje mais amplo entendimento pelos homens, que reconhecem a sua
procedência espiritual, identificando-a e, por sua vez, preparando-se para o retorno à vida
que estua e nela se encontra, inevitavelmente, seja no corpo ou fora dele.
Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 1:
Reencarnação – Dádiva de Deus

71
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.7 Militão Pacheco
3.7.1 O Espiritismo Pergunta

Meu irmão, não te permitas impressionar apenas com as alterações que


convulsionam hoje todas as frentes de trabalho e descobrimentos na Terra.
Olha para dentro de ti mesmo e mentaliza o futuro.
O teu corpo físico define a atualidade do teu corpo espiritual.
Já viveste, quanto nós mesmos, vidas incontáveis e trazes, no bojo do espírito, as
conquistas alcançadas em longo percurso de experiências na ronda de milênios.
Tua mente já possui, nas criptas da memória, recursos enciclopédicos da cultura de
todos os grandes centros do Planeta.
Teu perispírito já se revestiu com porções da matéria de todos os continentes.
Tuas irradiações, através das roupas que te serviram, já marcaram todos os salões
da aristocracia e todos os círculos de penúria do plano terrestre.
Tua figura já integrou os quadros do poder e da subalternidade em todas as nações.
Tuas energias genésicas e afetivas já plasmaram corpos na configuração
morfológica de todas as raças.
Teus sentidos já foram arrebatados ao torvelinho de todas as diversões.
Tua voz já expressou o bem e o mal em todos os idiomas.
Teu coração já pulsou ao ritmo de todas as paixões.
Teus olhos já se deslumbraram diante de todos os espetáculos conhecidos, das
trevas do horrível às magnificências do belo.
Teus ouvidos já registraram todos os tipos de sons e linguagens existentes no
mundo.
Teus pulmões já respiraram o ar de todos os climas.
Teu paladar já se banqueteou abusivamente nos acepipes de todos os povos.
Tuas mãos já retiveram e dissiparam fortunas, constituídas por todos os padrões da
moeda humana.
Tua pele, em cores diversas, já foi beijada pelo Sol de todas as latitudes.
Tua emoção já passou por todos os transes possíveis de renascimentos e mortes.
Eis por que o Espiritismo te pergunta:
– Não julgas que já é tempo de renovar?
Sem renovação, que vale a vida humana?
Se fosse para continuares repetindo aquilo que já foste e o que fizeste, não terias
necessidade de novo corpo e de nova existência – prosseguirias de alma jungida à matéria
gasta da encarnação precedente, enfeitando um jardim de cadáveres.
Vives novamente na carne para o burilamento de teu espírito.

72
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
A reencarnação é o caminho da Grande Luz.
Ama e trabalha. Trabalha e serve.
Perante o bem, quase sempre, temos sido somente constantes na inconstância e fiéis
à infidelidade, esquecidos de que tudo se transforma, com exceção da necessidade de
transformar.
Militão Pacheco – O Espírito da Verdade – Cap. 18: O Espiritismo Pergunta

73
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
3.8 Martins Peralva
3.8.1 Reencarnacionismo, Sim

“Esta doutrina (a Espírita, a da Reencarnação) é tão antiga quanto o mundo; tal


o motivo por que em toda a parte a encontramos, o que constitui prova de que é
verdadeira”.
Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questão 221-a

“A moldura social ou doméstica, muitas vezes, é diferente, mas, no quadro do


trabalho e da luta, a consciência é a mesma, com a obrigação de aprimorar-se, ante a
bênção de Deus, para a luz da imortalidade”.
Emmanuel – Religião dos Espíritos – Cap. 45: Esquecimento e Reencarnação

A humanidade se vê, realmente, numa bifurcação filosófica: caminhar na direção


da luz, com as idéias reencarnacionistas, ou vagar, sem rumo, dada a escuridão dos
caminhos não-reencarnacionistas.
O homem crente na imortalidade da alma tem, assim, um dilema: aceitar as vidas
sucessivas, em que a demonstração da Justiça e do Amor de Deus é evidente, ou adotar a
chamada vida única, em que a alma é criada no momento da concepção, para o corpo que
vai nascer.
Às religiões, portanto, cabe o inalienável imperativo de orientar o espírito humano,
geralmente confuso, para que não caminhe às cegas, ante o labirinto das próprias lutas e
dos conflitos conscienciais, impregnados de angústia e sofrimento, de incredulidade e
medo.
Faz-se necessária, pois, a análise fria das doutrinas em torno das quais gravitam
milhões de inteligências, encarnadas e desencarnadas.
O essencial é que tenha o homem o melhor, no sentido da preservação de sua
felicidade, na Terra ou no Espaço.
O confronto das doutrinas reencarnacionistas com as não-reencarnacionistas, para
que se apontem excelências e inconveniências, torna-se um imperativo de honesta
solidariedade para com aqueles que buscam, aturdidos, um roteiro espiritual.
Faremos, assim, análise e confronto sinceros e absolutamente respeitosos.
O Espiritismo, florescendo sob as bênçãos do Evangelho, sente-se à vontade para,
através de seus adeptos, focalizar o assunto, seja na tribuna, nos livros ou em artigos
doutrinários.
Falemos, em primeiro lugar, das doutrinas não-reencarnacionistas e dos
inconvenientes que, a nosso ver, apresentam. Ei-los:

74
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
a) — Descontinuidade dos laços espirituais.
b) — Separação definitiva, com a morte, dos entes queridos.
c) — Separação definitiva, com a morte, dos adversários.
d) — Insuficiência, absoluta, de tempo para o desenvolvimento moral e intelectual
da humanidade.
e) — Condução do homem à descrença na Justiça e no Amor de Deus.
Descontinuidade dos laços espirituais: — Tem o inconveniente de limitar as
afetividades e os impulsos de solidariedade humana aos círculos da família consanguínea,
estimulando, assim, o egoísmo, chaga monstruosa que as religiões tentam combater há
milênios.
O homem, já por si mesmo natural e congenitamente egoísta, terá, apenas, por
centro de seu interesse e de seu trabalho o grupo familiar.
Todo o seu esforço, sua luta e empreendimentos girarão, exclusivamente, em favor
dos que lhe integram a equipe de parentela, restringindo, assim, os sentimentos de
fraternidade autêntica.
Estimula, portanto, o egocentrismo feroz.
Separação definitiva dos entes queridos: — Ê a doutrina do desespero ante a alma
querida que parte, pela desencarnação.
É o pavor ante o desconhecido, com o que surge, inevitável, a interrogação aflitiva:
onde estarão o filho que partiu, a esposa ou o marido, a mãe ou o pai: no inferno ou no Céu
?...
Nos lares espíritas, nota-se, certamente, em ocasiões que tais, a dor-saudade —
nunca a dor-revolta! — pela ausência física do ser amado, compensada pela esperança, com
a certeza da presença espiritual.
Nem inferno, nem Céu, mas o plano espiritual correspondente aos méritos daquele
que regressou ao Mundo da Verdade.
Espiritualidade, imortalidade, comunicabilidade dos mortos-vivos com os que
ficaram na Terra.
Separação definitiva dos adversários: — Seria a cessação das oportunidades
reconciliatórias, tão almejadas pelos que não aprenderam a odiar.
O adversário, para o espírita, não é um inimigo, mas um irmão colocado,
temporariamente, em posição de antagonismo, e com o qual, mais cedo ou mais tarde, tem
o dever de reconciliar-se.
O Espírita — estranha doutrina! — não quer o adversário a distância, nem morto:
deseja vê-lo no mesmo campo de luta, neste ou noutros mundos, com as mesmas
oportunidades de crescimento e reabilitação, a fim de que o reencontro se dê, o mais breve

75
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
possível, para a sublimidade da reaproximação fraterna, com esquecimento de todas as
hostilidades que se perderam no tempo e no espaço.
Para as doutrinas não-reencarnacionistas, em tese, a morte do adversário é um
alívio, é o fim.
Para o espírita é simples mudança de plano, hoje, para o reencontro conciliador,
amanhã.
No Espaço, ou em futuras reencarnações, deseja o espírita reaproximar-se do
adversário, porque assim preceitua a doutrina do Amor Universal pregada e exemplificada
por Jesus, Senhor e Mestre de nossas vidas.
Insuficiência de tempo para o desenvolvimento moral e intelectual: — Através de
várias encarnações é que o espírito evolui, moral e intelectualmente, adquirindo virtudes e
conhecimentos que o farão, em glorioso dia, santo e sábio.
Numa só vida — mesmo que seja ela de cem anos — poderia o homem adquirir,
apenas, instrução de rotina, se não trouxesse, do passado, patrimônios espirituais e culturais
que se alojaram nos escaninhos maravilhosos do perispírito — o notável porão da
individualidade, onde se armazenam méritos e deméritos, para eclosão em futuras
experiências reencarnatórias.
Numa só existência, por mais longa, não se adquiririam todas as virtudes e todos
os conhecimentos.
O santo e o sábio — ou o santo-sábio — teriam de ser privilegiados de Deus,
escolhidos a dedo.
Em várias existências, o santo e o sábio terão sido os construtores das próprias
virtudes e dos próprios conhecimentos, segundo a maravilhosa engrenagem das leis divinas
equânimes e infalíveis, que não estabelecem predileções por ninguém.
Enquanto as doutrinas reencarnacionistas nos falam de Deus-Amor, as não-
reencarnacionistas conduzem o homem, infelizmente, à descrença na Justiça Divina, por
serem a própria negação do Amor de Deus.
As doutrinas reencarnacionistas, ao contrário das não-reencarnacionistas,
asseguram:
a) — A continuidade dos laços de família, com a consequente ampliação da
parentela espiritual.
b) — A renovação de esperanças, pela certeza da sobrevivência e
comunicabilidade da alma.
c) — A universalização do conceito de fraternidade.
d) — Golpe de morte no egoísmo.
e) — O reencontro com almas queridas, no ambiente da família ou fora dele.
f) — O reencontro com adversários e credores, desta e doutras existências.

76
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
g) — A consolidação de afetos, com a consequente garantia da continuidade de
tarefas em comum.
h) — Melhor compreensão da Justiça e do Amor de Deus.
Com o Espiritismo, que viceja, exuberante, na condição de doutrina eminentemente
reencarnacionista, à luz redentora do Evangelho do Cristo, ficam assegurados, pela
oportunidade dos reencontros, o reajuste de situações, o resgate de débitos, a reabilitação
de vítimas.
As excelências do reencarnacionismo nos falam de um Deus que não é, apenas, o
Criador do Universo, Causa Primária de todas as coisas, mas, também, o Pai Compassivo
e Bom, Justo e Misericordioso
Martins Peralva – O Pensamento de Emmanuel – Cap. 12: Reencarnacionismo,
Sim

77
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4 A Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação – Estudo de Casos

A tabela a seguir apresenta uma síntese dos Casos expostos neste Estudo da
Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação.

Caso Relação Autor Referência Observações


#
1. Mãe/Filho Epifânio Leite Luz no Lar Médium: Chico Xavier
Cap. 54 Lei de Causa e Efeito em Poesia
2. Pais/Filho Adelino da Silveira Chico de Francisco Médium: Chico Xavier
Pag. 56 Sobrinho de Chico Xavier
3. Pai/Filhos André Luiz Ação e Reação Médium: Chico Xavier
Cap. 16 Dívida Expirante
4. Pais/Filho Hélio Ossamu Resgate e Amor Médium: Chico Xavier
Cap. 1 a 11 Mensagens de Familiares
5. Mãe/Filho Mario Sobral Memórias de um Suicida Médium: Yvonne Pereira
Cap. 5/6/7 Camilo Castelo Branco
6. Avó/Neta Maria da Conceição Vozes do Grande Além Médium: Chico Xavier
Cap. 3 Grupo Meimei/Arnaldo Rocha
7. Pais/Filha Marina da Conceição Depois da Vida Médium: Divaldo Franco
3º Parte – Cap. 1 Mensagem/Depoimento
8. Pai/Filho Inácio Ferreira Psiquiatria em Face da Dr. Inácio Ferreira
Reencarnação Casos de Clínica Médica
Pag. 51
9. Pai/Filhos Yvonne Pereira Dramas da Obsessão Médium: Yvonne Pereira
Cap. 1 Dr. Bezerra de Meneses
10. Pai/Filho Epifânio Leite Luz no Lar Médium: Chico Xavier
Cap. 56 Lei de Causa e Efeito em Poesia

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.1 Caso 1 – Mãe/Filho - Epifânio Leite – Luz no Lar

 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Existência em que, mulher ligada à nobreza, induz jovem por ela apaixonado ao
suicídio durante festa que promovia em sala de seu castelo.
• Efeito
Mulher, vivendo em extrema penúria entre humildes choupanas, trazendo nos
braços um filhinho sem fala, mutilado ao nascer.
 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro
 O PASSADO
Recordo, castelã!… O narciso trescala
Do teu colo a fulgir de joias soberanas…
Alguém morre na festa… E, soberba, te ufanas
Do jovem que impeliste ao suicídio na sala.
 O PRESENTE
Tempos correram, presto… Entre humildes choupanas,
Trazes agora ao peito um filhinho sem fala,
Mutilado ao nascer, flor que se despetala,
No trato de aflição da prova em que te fanas…

Restauras, padecente, a vítima de outrora,


Ontem, transviada e ré, hoje, mãe que ama e chora!…
Salve a REENCARNAÇÃO, PASSAPORTE AO FUTURO!
 O FUTURO
Mãe, agradece a dor!… No porvir que vem perto,
Brilharás como estrela, ante o filho liberto,
E alcançarás, ditosa, o reino do amor puro!…
Epifânio Leite – Luz no Lar – Cap. 54 – Santa Maternidade

79
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.2 Caso 2 – Pais/Filho – Chico Xavier – Chico de Francisco
 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Promotor de Justiça responsável por levar centenas de pessoas à Guilhotina durante
a Revolução Francesa.
• Efeito
Filho, cego, surdo e mudo de nascença.
 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro
 O PASSADO

1795 Paris/França – Revolução Francesa – Procurador


Em pleno Tribunal Revolucionário, no período de Terror, quando não havia vítimas
para serem levadas à guilhotina, ele enviava algum desconhecido, ou um de seus
inimigos, para que a “máquina” não parasse...
“Dêem-me uma frase de quem quer que seja e eu encarrego-me de fazê-lo
guilhotinar”.
Antoine Quentin Fourquier Tinville
 O PRESENTE
1936 – Pedro Leopoldo/Brasil. (...) Era uma criança cega, surda, muda e não
possuía células gustativas na boca e nas papilas da língua, razão pela qual era
alimentada com a introdução de papas diretamente na garganta
(...) Certa vez Emmanuel explicou: “Ele só vai desencarnar quando o
pulmão começar a desenvolver e não encontrar espaço. Aí, então, qualquer
resfriado pode-se transformar numa pneumonia e ele partirá”.
(...) No momento do desencarne, com doze anos de idade, ele abriu os olhos
e, em meio a um choro convulsivo, agradeceu, por sinais, ao Chico por tudo.
(...) Emmanuel, que observava a cena, declarou: “Graças a Deus! É a
primeira vez, depois de cento e cinquenta anos, que seus olhos se voltam para a luz.
As suas dívidas do passado foram liquidadas. Louvado seja Jesus”.
Adelino da Silveira – Chico de Francisco
 O FUTURO
Depois de um tempo, que me pareceu muito longo, eis que ele me aparece
em espírito: era então um moço muito bonito, aparentando vinte e dois anos.
Da comunicação que se estabeleceu entre nós, em meio às alegrias do
seu retorno, após os saudosos anos de ausência, o belo rapaz informou-me que teria
de permanecer mais cinquenta anos no Além, com reencarnação programada para
o início do Terceiro Milênio.
Romeu Grisi - Inesquecível Chico
80
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.3 Caso 3 – Pai/Filhos – André Luiz – Ação e Reação
 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Filho leva a morte o Pai, através do fogo, em função de herança, com auxílio da
Madrasta e empregados do Pai.
• Efeito
(...) Saúde debilitada - (...) revelava longa faixa de eczema na pele à mostra.
Certa porção da cabeça, os ouvidos e muitos pontos da face exibiam placas
vermelhas, sobre as quais se formavam diminutas vesículas de sangue, ao passo que
as demais regiões da epiderme surgiam gretadas, evidenciando uma afecção cutânea
largamente cronicificada.
 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro
 O PASSADO
(...) Maria Emília e ele (Martim) entregaram-se à paixão desvairada e foi
assim que Martim/Adelino, auxiliado por dois capatazes de sua confiança - Antônio
e Lucídio -, e com aprovação da madrasta (Maria Emília), administrou uma poção
entorpecente no pai, que estava acamado naquele dia, provocando em seguida
um incêndio no qual o mísero Gaspar (o Pai), em horríveis padecimentos, veio
a falecer.
 O PRESENTE
(...) Ajudando aos outros, Martim - agora Adelino - desbastava, dia a dia,
o montante dos seus débitos, de vez que a Misericórdia do Pai permite que os
nossos credores atenuem o rigor da cobrança sempre que nos vejam
oferecendo ao próximo necessitado aquilo que lhes devemos...
(...) Desse modo, ele resgatava o pretérito, ganhava tempo e adquiria novas
bênçãos, porquanto atraíra para junto de si, como filha, a antiga madrasta,
reencarnada para reeducar-se ao calor de seus exemplos nobres, e os dois antigos
cúmplices - Antônio e Lucídio -, recolhidos por ele como filhos adotivos.
 O FUTURO
(...) Como é fácil de reconhecer -- acentuou Silas --, nosso irmão, através da
responsabilidade espírita-cristã, corretamente sentida e vivida, conquistou a
felicidade de reencontrar os laços do pretérito criminoso para o necessário reajuste,
ao passo que, se houvesse desertado da luta pela irreflexão da companheira,
que o abandonou, ou se tivesse cerrado a porta do coração a dois meninos
infelizes, teria adiado para futuros séculos o nobre trabalho que está fazendo
agora..."
André Luiz – Ação e Reação – Cap. 16 – Dívida Expirante

81
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.4 Caso 4 - Pais/Filho – Hélio Ossamu – Resgate e Amor

 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Comandante ordena a morte de amigo, falsamente acusado.
• Efeito
Sofre acidente na qual vem a desencarnar de forma semelhante a imposta ao amigo
no passado.

 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro

 O PASSADO
(...) Um amigo, erguido à posição de alto comandante de homens, apoiando-
se numa calúnia caprichosamente tramada, determina a morte, através do hara-
kiri, para o seu mais devotado auxiliar.
De nada valem protestos e justificações.
A sentença é executada.
 O PRESENTE
Decorrido o tempo de espera compreensível, o supliciado do pretérito está
novamente no mundo, desincumbindo-se de novos encargos.
O rigoroso comandante de outra época aproxima-se dele, enternece-se no
ambiente familiar em que observa a digna tranqüilidade do homem que lhe fora
vítima e, com o amparo dos Benfeitores Espirituais, aos quais se liga por afeição
imorredoura, nasce na condição de filho do companheiro que ele próprio
sacrificara.
Entretém o carinho renascente nos pais queridos que o amam com
inexcedível ternura e, quando a existência terrestre se lhe consolida, sofre, num
acidente doloroso, a mesma provação do amigo de outro tempo, agora
transformado no pai amoroso que o acompanha no transe amargo.
O golpe no acidente que lhe causa a desencarnação tem a forma do Hara-kiri do
passado...
 O FUTURO
(...) Agora, sou feliz, o feliz Tiaminho que recuperou o senso do amor aos
amigos e do respeito aos adversários, sem pensamentos de pesar a me vergarem a
cabeça. Espero que os meus pais muito amados compreendam e me abençoem.
(...) Agora, papai Hélio, os horizontes se me abriram e estamos entrosados
um com o outro na mesma continuidade do trabalho que retomamos sob os céus do
Brasil.
Hélio Ossamu Daikuara – Resgate e Amor

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.5 Caso 5 - Mãe/Filho – Mario Sobral – Memórias de um Suicida

 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Homem, abandona família, enforca amante e se suicida
• Efeito
Renasce em lar paupérrimo, mutilado das mãos.

 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro


 O PASSADO
(...) Quero desafrontar-me dos ultrajes por mim mesmo levados a efeito no
seio de minha família!... à minha mãe, Deus do Céu, a quem cobri de desgostos,
desde o berço até o túmulo, à minha esposa, a quem atraiçoei e abandonei às
vicissitudes diárias! A meus filhos, os quais rejeitei e esqueci... e a Eulina...
(...) Prometi, de joelhos, à sombra dolorosa de Eulina agonizante, ser outra
vez homem, arrastar uma existência, do berço à velhice e ao túmulo, destituído
das mãos que a estrangularam!...
Sim Passarei sem as mãos que serviram para assassinar uma pobre mulher
indefesa!
 O PRESENTE
(...) Levou-me o bom mentor a visitar Mário Sobral, reencarnado em certa
capital tumultuosa do Brasil. Não me contive e deixei-me prorromper em copioso
pranto à beira do grabato em que vi repousando o corpo mutilado do desgraçado
amante e assassino da formosa Eulina.
Andrajosamente vestido, pés descalços crestados pela continuação do
contacto com as pedras e poeiras das estradas em que transita; mutilado das mãos,
cabelos ainda revoltos, despenteados, tal qual o víamos desde o Vale Sinistro, no
Invisível.
(...) O que vem demonstrar ser todo este lamentável presente, obra do seu
próprio passado e não punição provinda de um juiz austero ou inclemente que se
desejaria vingar.
 O FUTURO
(...) Pois bem, destes escombros ruinosos, cuja visão te amargura,
despontará para teu amigo Mário Sobral a alvorada de progressos novos,
porquanto, aqui se refazendo, estará solvida a dívida desonrosa que o atava às
galés do remorso, reabilitando-o perante si mesmo e perante as leis que infringiu...
Mario Sobral/Camilo Castelo Branco – Memórias de um Suicida – Cap. 5/6/7

83
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.6 Caso 6 – Avó/Neta – Maria da Conceição – Vozes do Grande Além
 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Mãe e Filha acusavam falsamente pessoas de heréticos com o objetivo de ficarem
com as propriedades deles.

• Efeito
Pobre moça que renascera paralítica, muda e surda, vivendo por mais de meio
século num catre de sofrimento, sob os cuidados de abnegada avó.

 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro


 O PASSADO
(...) Dama vaidosa e influente da Corte de Filipe II, na Espanha inquisitorial.
Ela então explicou-lhe que havia exercido, na corte de Felipe II, uma
posição muito relevante, havendo sido mãe de uma personalidade de alta
significação no clero, tendo contribuído com a sua ambição para atormentar pessoas
que eram acusadas como dignas de processo inquisitorial, por heresia.
Ela e sua filha, irmã, portanto, da alta personalidade clerical, beneficiavam-
se das denúncias que eram feitas contra pessoas muito ricas, porque, segundo a lei
da época, os bens passavam a pertencer ao Estado, que ficava com 50%, outra parte
ia para a Igreja e a outra para o denunciante.
Elas compraziam-se nisso, mas nunca se deram ao trabalho de ver como
eram arrancadas as confissões das suas vítimas.

 O PRESENTE
(...) Durante mais de cinquenta anos sucessivos, por felicidade minha
experimentei fome, frio, enfermidade e desprezo de meus semelhantes…
Em toda a existência, como bênção de calor na carne devastada de
sofrimento, não recebi senão a das lágrimas que me escorriam dos olhos…

Raras vezes, porém, refletimos nos tormentos que a consciência culpada


impõe a si própria, além-túmulo.
É então que a Bondade do Senhor interfere na justiça, permitindo ao
criminoso traçar mentalmente a correção que lhe é necessária.

Paralítica, surda, muda e quase cega,


Não era surda para as vozes que me acusavam, na profundez de minhas
dores da consciência,
Não era paralítica para o pensamento que se movimentava a distância de
minha cabeça flagelada,
Não era muda para as considerações que me saltavam do cérebro e
Nem cega para os quadros terrificantes do plano imaginativo...
 O FUTURO
(...) Com o Amparo Divino, entretanto, sinto que o meu novo dia nasceu.
Aprendamos, pois, a ouvir e a refletir, sem jamais esquecer que o Amor
reina, soberano, em todos os círculos do Universo, recordando, porém, que a Justiça
Cumprir-se-á, rigorosa, na senda de cada um.
Maria da Conceição – Vozes do Grande Além – Cap. 3

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A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.7 Caso 7 – Pais/Filha - Marina da Conceição – Depois da Vida
 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Senhora de Fazenda insensível leva a morte escrava por ciúme do Marido
• Efeito
Renasce com deficiência mental, sendo estrupada e tendo morte trágica.

 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro


 O PASSADO
(...) Num certo momento, uivando como um animal e tentando libertar-me
das amarras, vi-me subitamente projetada em um outro cenário, na forma de uma
fidalga aparentando quarenta anos, diante de uma escrava com evidentes sinais de
parto, numa senzala miserável e infecta.
Ali presente eu exigia o feitor que lhe amarrasse as pernas, enquanto
lhe retinha os braços no tronco da punição. Aquele filho não podia nascer
porque era do meu marido com a jovem negra que o roubara de mim.
Acompanhei o trucidar daquele corpo moço, nas violentas contrações do
organismo, com zombaria. Gargalhava, enquanto seus gritos dilacerantes de dor
ecoavam por toda parte. Vi-a morrer, sem que o filho fosse projetado para fora.
 O PRESENTE
Experimentei, desde a primeira hora, o desdém e a mágoa dos pais
frustrados que não queriam uma filha.
E, a seguir, á medida que o tempo se passou, a fissura inicial fez-se um
abismo entre nós, porquanto, como consequência das leis divinas, a idiotia e a
epilepsia me assinalaram a debilidade orgânica e mental.
E, a seguir, á medida que o tempo se passou, a fissura inicial fez-se um
abismo entre nós, porquanto, como consequência das leis divinas, a idiotia e a
epilepsia me assinalaram a debilidade orgânica e mental.
Quatro anos depois do meu nascimento um irmão veio coroar a felicidade
do nosso lar, fazendo, não obstante, que a minha dor fosse tornada insuportável.
Na minha limitação, entretanto, eu não podia avaliar o que, em verdade,
se passava. Quando as convulsões epiléticas assaltaram-me, a partir dos sete anos,
um verdadeiro calvário se apossou da minha vida fragmentada pelas limitações
mentais e por sofrimentos outros que me eram impostos.

85
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Pessoas inescrupulosas, chantageando a presunção da minha família,
afirmavam ser eu possessa de demônios, o que levava meus pais a aplicarem-me
surras constantes e homéricas, em vãs tentativas de expulsar de mim o Espírito
mau, execrando-me com epítetos malsãos e expressões que me humilhavam,
na presença dos empregados e dos demais familiares.
Não fluí a bênção do caminho materno que, ao contrário, não escondia
sua ojeriza pela minha presença.
Era obrigada a fazer as refeições à parte da família, porque o
meu descontrole motor sempre gerava cenas embaraçosas à mesa.
Aos quinze anos, apresentando uma forma harmônica, na estupidez de
uma mente limitada e enferma, fui vítima de pessoas mais infelizes, que
me estupraram, em plena mata, sem que eu tivesse consciência da hediondez
do crime; e minha mãe, acreditando-se vulgar, exigiu de meu pai que
tomasse providências, que se complicariam mais tarde, após uma sucessão de
agressões físicas que me deixaram prostrada no leito por vários dias.
Não terminou aí o meu calvário, porque, pouco mais de dois meses
depois, anunciou-se uma gestação indesejada.
Meus genitores, tomados de fúria, levaram-me para a mata e espancaram-
me impiedosamente, a fim de que eu acusasse o homem que me
havia desencaminhado, para que eles encenassem um matrimônio impossível
ou mandassem lavar-lhes a honra manchada com a vingança. Na minha alucinação
e desequilíbrio, no entanto, eu não podia identificar o meu algoz.
Ataram-me então, a um tronco de árvore, e meu pai, tomado por um
furor indômito, chibateou-me até que a morte me adveio.
 O FUTURO
Senti-me livre e leve, enquanto minha mãe que me concedera a
maternidade, havia sido a escrava que eu mandara matar, e o homem que me
houvera trazido à vida era o meu marido de outrora a quem eu negara o direito
da paternidade.
Nesse momento uma doce paz tomou conta de mim.

86
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Abandonei o casulo carnal, reconhecida, e porque alguém me aparecesse
oferecendo-me mãos generosas, passados alguns minutos, ali mesmo, me pus de
joelhos e agradeci a deus a oportunidade de resgatara o crime que cometera antes,
a fim de poder encontrar a paz perante a Justiça Divina, entregando os meus
genitores à própria consciência, sem qualquer rancor.
Aqui venho hoje, para dizer que todas as dores, mesmo aquelas que
se apresentam com caráter mais chocante e cruel, têm as suas raízes no
amor desprezado, que enlouqueceu no passado, quando engendramos crimes e
que, agora, a Providência deles nos permite liberar, a fim de granjearmos a
plenitude da paz.
Marina da Conceição – Depois da Vida – 3º Parte – Cap. 1

87
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.8 Caso 8 – Pai/Filho – Inácio Ferreira – Psiquiatria em Face da
Reencarnação

 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Homem mata a Esposa e o Tio, de forma bárbara. Tio que seria amante de sua
esposa.
• Efeito
Renasce com profunda aversão aos Pais, que seriam a reencarnação da Esposa e do
Tio.

 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro

 O PASSADO
(...) casou-se com uma moça cujo conceito não era muito bom.
Após o seu casamento, aceitou um tio por sócio, no seu armazém e, certo
tempo depois de volta de uma de suas viagens, teve desconfianças de que o tio
tornara-se amante de sua esposa, manchando o seu lar.
Eles de nada desconfiavam, julgando-se únicos senhores deste segredo.
Nos dias de convivência que se seguiram, tudo fez para que as desconfianças
que o empolgavam se objetivassem em certezas, e, quando convicto de que tudo era
verdade, assassinou o tio na adega; retalhou seu corpo em centenas de pedaços e os
lançou em um dos tonéis de vinho, no qual pôs uma boa quantidade de ácido para
desfazer e apagar os vestígios de seu crime.
Em seguida levou também o corpo de sua esposa à adega, após amarrá-la,
abriu-lhe o ventre procurando deformá-la, mostrando-lhe, também o que restava do
corpo do amante.
Ela enlouqueceu sob tanta tortura e pouco depois morria vitimada pela
infecção que lhe produzira no ventre.
(...)
tenho presenciado a tragédia de suas vidas pois o seu pai atual foi o seu tio,
e a sua mãe nada menos que a sua esposa, naquela existência.

88
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
 O PRESENTE
Desde pequeno demonstra gênio irascível, contra o pai e a mãe, mormente
contra o primeiro com o qual não quer convivência, evitando mesmo a
aproximação.
Ao contrário não respeita a velhice do pai, senhor já dos seus 60 anos,
cobrindo-o de impropérios e injúrias, tentando mesmo agredi-los fisicamente e, por
vezes sem motivo justificados.
Com os amigos e conhecidos demonstra-se um indivíduo perfeito,
conversando e tomando parte em suas reuniões, convivendo naturalmente, sem
nenhuma demonstração de desequilíbrio mental.
Do pai não tolera a mínima observação, o mínimo conselho, demonstrando
revolta imediata, insultando o genitor, requerendo intervenção de várias pessoas
para contê-los nas suas demonstrações de ódio, insultos, pois torna-se furioso,
completamente louco, proferindo sem cessar numa algaravia de assuntos, insultos
e ameaças, aglutinando lembranças e momentos da política Européia, coisas que
desconhece, pois pouco se importa com jornais e tudo ignora do velho mundo.
Essas crises são constantes e por vezes duram horas e mesmo dias, sendo
então constantemente vigiado, amarrado ou posto sob a proteção de entorpecentes,
único meio de que lançaram mão médicos que dele trataram.
 O FUTURO
(...) Fizemos um relato completo sobre a passada existência das personagens
em foco. Da melhor maneira possível, fizemos-lhe ciente, assim, de que a
convivência do paciente, junto dos pais seria problemática.
Levasse-o e tentasse, mais uma vez. Certo continuassem as manifestações
de ódio e rancor contra os pais, afastassem o paciente do convívio da família,
permitindo que fosse trabalhar alhures, porquanto a recuperação dependia dele
mesmo, jamais de drogas médicas.
(...) Impressionados com mais essa demonstração de revolta e cientes do
nosso aviso, mais uma vez resolveram seguir nossos conselhos e facilitaram a sua
ida para outra cidade, onde permanece até o momento presente – Um ano após –
Entregue ao seu trabalho, rodeado de considerações e amizades por fazer jus a elas,
com o seu proceder correto e sua conduta sem mácula.
Inácio Ferreira – Psiquiatria em Face da Reencarnação – Filho que
detesta os Pais.
89
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.9 Caso 9 – Pai/Filhos – Yvonne Pereira – Dramas da Obsessão

 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Homem, pertencente ao clero, levou enorme sofrimento aos outros via Inquisição
Espanhola.
• Efeito
Renasce sob profundo processo obsessivo, levando a tentativas de suicídio dele e
outros elementos da família.

 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro

 O PASSADO
São ódios, vinganças pessoais de um passado que se me afigura
intensamente dramático! Os obsessores pertencem às falanges do antigo judaísmo!
Ainda conservam nas irradiações mentais, refletindo sobre a sensibilidade do
perispírito, as sombras, as imagens, mui concretizadas, da indumentária usada pelos
judeus de Portugal, pelo século XVI...
Bezerra de Menezes – Dramas da Obsessão – Cap. 1 – Leonel e os Judeus
(...)
O Leonel havia sido o inquisidor português Jerônimo de Azambuja. Tive
muito trabalho para descobrir se esse Jerônimo de Azambuja realmente existiu!
Quem acabou descobrindo para mim foi o Ismael Gomes Braga. Na verdade,
ele não se chamava Leonel, mas Luís.
Foi o dr. Bezerra que decidiu mudar o seu nome. O dr. Bezerra, com aquela
caridade toda, disse para mim: "Vamos mudar o prenome para Hidelbrando, para
ele não ficar odiado".
Yvonne Pereira - Pelos Caminhos da Mediunidade Serena - Sexta
Entrevista O Suicidio de Leonel

 O PRESENTE
- Trata-se de um caso de obsessão coletiva simples, meu caro irmão...,
carente de intervenção imediata de socorro espiritual, a fim de que se evitem
outros suicídios na família...
São, quase todos os membros dessa numerosa família, constituída do velho
casal e dez filhos menores, portadores de faculdades mediúnicas ignoradas...

90
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
(...)
- Sim! Inteirei-me de que o chefe da mesma família, de nome Leonel, pôs
termo à existência terrena, desfechando um tiro de revólver no ouvido direito, e
que sua filha primogênita, jovem de vinte primaveras, lhe imitou o gesto alguns
meses depois, servindo-se, porém, de um tóxico violento...
Inteirei-me ainda de que outro filho seu, de quinze anos de idade, tentou
igualmente o sinistro ato, salvando-se, no entanto, graças à ação prestimosa de
amigos agilíssimos, que evitaram fosse ele colhido por um trem de ferro, pois o
tresloucado lançou-se aos trilhos, enfrentando o comboio, que se aproximava...
(...)
- Vimos ambos os suicidas ainda retidos no próprio teatro dos
acontecimentos: - Leonel, vagando, desolado e sofredor, a bradar por socorros
médicos, traindo nas próprias repercussões vibratórias o gênero da morte escolhida
sob pressões invisíveis... e Alcina, a filha, com o perispírito ainda em colapso,
desmaiada sob o choque violento do ato praticado... distinguimos também os
obsessores...
(...)
As anormalidades morais e psíquicas surgiram na vida de Leonel desde a
infância. Durante esse período, em que, geralmente, a criança é graciosa e gentil,
passiva às disciplinas educativas, a dita personagem mostrava-se avessa aos
próprios carinhos maternos, preferindo rebelar-se contra toda e qualquer
modalidade de correção imposta pelos pais, e também pelos mestres, na escola que
freqüentava, e repelindo conselhos e advertências que visavam a orientá-lo para
bons princípios.
(...)
De outras vezes, verdadeiramente possesso pelas entidades trevosas do
Invisível, quebrava os consolos e aparadores de sua mãe e as porcelanas existentes
nos armários onde se guardava a louça da casa, quebrava espelhos, vidraças, e tais
eram os desatinos que sobrevinham dentro do lar, daí derivados, que, desesperado,
seu pai saía para a rua, às vezes a horas adiantadas da noite, receoso de esbordoá-
lo e matá-lo sob a cólera por que se sentia invadir, enquanto sua mãe caía com
ataques nervosos de suma gravidade, após o que, ele próprio, caía em prostração
surpreendente, abatido e sonolento, para avançar pela noite a dentro, presa de
pesadelos terríveis, durante os quais se sentia envolvido em chamas, no centro de
uma fogueira imensa, ou encarcerado em prisões infectas, torturado por azorragues
e mil outras impressões que a custo se dissipavam.
Bezerra de Menezes – Dramas da Obsessão – Cap. 1 – Leonel e os Judeus

91
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
 O FUTURO
- O nosso querido Leonel necessitava, meus amigos, realmente, da amarga
lição que, finalmente, a lei das causas e dos efeitos o levou a experimentar. Desde
tempo remoto até a atualidade, ele se vem inspirando em diretrizes corrompidas,
arraigado a paixões inferiores, sem boa vontade para a emenda em princípios
regeneradores, apesar dos nossos esforços para conduzi-lo à marcha legítima para
o Bem.
(...)
Qual o corretivo, porém, a aplicar?... Que punição bastante justa, castigo
assaz sábio para, corrigindo-o, não reverter em impiedade por parte da lei que os
permitisse?...
De fácil solução seria o problema, aplicado tantas vezes entre os
endurecidos no mal, pela mesma lei: - deixá-lo inteiramente entregue ao seu livre
arbítrio! Afastarmo-nos dos seus caminhos, não mais os aconselhando durante o
sono corporal e tão-pouco tecendo em torno dos seus passos barreiras que
anulassem os múltiplos malefícios com que teimava em barricar a própria evolução
moral espiritual.
Deixarmos de interferir nas reencarnações, abandonando-o à própria
responsabilidade, sem nossas inspirações e assistência, a fim de que sentido,
finalmente, a solidão interior envolver o seu espírito, ele se humilhasse perante si
mesmo e procurasse reencontrar-nos, com boa vontade para a emenda e a conquista
do progresso, impulsionado pelos aguilhões da dor.
Bezerra de Menezes – Dramas da Obsessão – Cap. 1 – Leonel e os
Judeus

92
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.10 Caso 10 – Pai/Filho – Epifânio Leite – Luz no Lar

 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Lider utiliza a sua inteligência para destruir e levar o sofrimento a outros.
• Efeito
Renasce mudo e cego desde o berço, em tarefa expiatória, por abusos da
inteligência.

 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro

 O PASSADO
Filho meu de outro tempo, armei-te de ouro e lança,
Exortei-te a sonhar: “ama, constrói, ensina!...”
E transformaste o mando em presença assassina;
Vejo-te a trilha em fogo onde a memória alcança.

 O PRESENTE
Quis ver-te reencarnado.., O amor jamais descansa.
E achei-te — águia enjaulada em gaiola mofina —-
Cego e mudo a esmolar e a gemer em surdina.
Trazes luto no peito e chagas na lembrança!...

Chorei ao reencontrar-te em provações supremas...


Louvo, entanto, meu filho, as ríspidas algemas
Da dor a nos zurzir, ao redor de teus passos!

 O FUTURO
O pranto lavará nossas culpas longevas,
E, um dia, subirás da humilhação nas trevas
Para a glória da luz na concha dos meus braços.
Epifânio Leite – Luz no Lar – Cap. 56 – Meu Filho

93
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
4.11 Caso 11 – Mãe/Filho – André Luiz – Ação e Reação
 Síntese – Causa/Efeito
• Causa
Temos sob nossa atenção lamentável débito congelado. Nosso pobre
companheiro, deploravelmente tombado, praticou numerosos delitos na Terra e no
Plano Espiritual e, há mais de mil anos, vem sucumbindo, vaidoso e
desprevenido, às garras da criminalidade...
• Efeito
Renasce mudo e cego desde o berço, em tarefa expiatória, por abusos da
inteligência.
 Descrição dos fatos - Passado/Presente/Futuro
 O PASSADO
De existência a existência, não soube senão consumir os recursos do campo
físico, tumultuando as paisagens sociais em que o Senhor lhe concedeu viver.
Calamidades diversas, como sejam homicídios, rebeliões, extorsões, calúnias,
falências, suicídios, abortos e obsessões foram por ele provocados, desde muitos
séculos, porquanto nada viu à frente dos olhos senão o seu egoísmo a saciar...
 O PRESENTE
Sabino seria o idiota paralítico, surdo e mudo... Para nós, no entanto --
explicou o Assistente --, é um prisioneiro ainda perigoso, engaiolado nos ossos
físicos, de cuja tessitura, por agora, não tem qualquer noção, tal o egoísmo que
ainda lhe turva a alma, em processo de incontrolável hipertrofia...
 O FUTURO
Não houve, pois, outro remédio para ele senão o insulamento absoluto
na carne, sob a custódia da mulher que o ajudou nas sucessivas quedas, erigida
então à posição de enfermeira material do seu longo infortúnio...
Desfruta, desse modo, uma pausa na luta, como ensaio de esquecimento, a
fim de que possa, de futuro, encarar o montante dos compromissos em que se
enleia, promovendo-lhes solução digna nos séculos próximos, a golpes de férrea
vontade na renunciação de si mesmo.
Ficava evidente que, eram tantas as ligações de Sabino no plano
infernal que, por mercê de Jesus, foi ele ocultado provisoriamente naquele
corpo monstruoso, em que, além de incomunicável, fazia-se irreconhecível, em
favor dele próprio. A experiência era dura, mas lógica, terrível, mas justa.
André Luiz – Ação e Reação - Cap. 13
94
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
5 A Lei de Causa e Efeito e a Reencarnação – Síntese

Você nasceu no lar que precisava nascer, vestiu o corpo físico que merecia,
mora onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com o teu adiantamento.

Você possui os recursos financeiros coerentes com tuas necessidades... nem


mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.

Seu ambiente de trabalho é o que você elegeu espontaneamente para a sua


realização.

Teus parentes e amigos são as almas que você mesmo atraiu, com tua
própria afinidade.

Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.

Você escolhe, recolhe, elege, atrai, busca, expulsa, modifica tudo aquilo que
te rodeia a existência.

Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes. São as


fontes de atração e repulsão na jornada da tua vivência.

Não reclame, nem se faça de vítima.

Antes de tudo, analisa e observa.

A mudança está em tuas mãos.

Reprograma tua meta, busca o bem e você viverá melhor.

Hammed - Um Modo de Entender: Uma Nova Forma de Viver.

Nota: Esta mensagem, ditada por Hammed, terá sido recebida pelo médium
Francisco do Espírito Santo em Reunião Pública da Sociedade Espírita Boa Nova,
na noite de 06 de março de 1996. A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente
atribuída a Chico Xavier

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer


um pode começar agora e fazer um novo fim.

Emmanuel/Chico Xavier
95
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Todas as contas a resgatar pedem relação direta entre credores e
devedores.

É por isso que te vês, frequentemente, na Terra, diante daqueles a quem


deves algo.

Emmanuel – Justiça Divina – Cap. 14 – Quitação

Marina expulsou a sogra


Por causa de uma tigela;
A pobre morreu na chuva
Mas agora é filha dela.

Suicidaram-se por Jonas


Dila e Duca de morais...
Renasceram filhas dele,
Meninas excepcionais.

Por que Joaquim tanto apóia


A filha que não o releva?!...
Ela é a mulher que ele mesmo
Um dia, atirou na treva...
Leonor enganou Fimfim,
Que morreu de raiva e dor,
Mas Fimfim tornou a terra...
Hoje é filho de Leonor.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 1 Quadros da Reencarnação
Numa contenta de afeto,
João se matou por Cirila...
Reencarnado, é o filho enfermo,
Que não a deixa tranqüila.
Que ódio entre filho e mãe!...
Que havia entre Juca e Sara?
Ela fora, noutro tempo,
A esposa que o renegara.
Tatão perseguiu Quinquim
Até matá-lo a facão;
Mas Quinquim hoje renasceu
Como filho de Tatão.
Rita matou o velho tio
Com pancada no monjolo,
Hoje ele é o neto que Rita
Acaricia no colo.

96
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Com sentimentos alheios,
Não brinques, mesmo de leve...
Tanto no amor quanto em tudo,
Cada qual paga o que deve.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 2 – Amor e Reencarnação

Xandoca morreu de ódio


De Maricota do esteio.
Hoje xandoca é a filhinha
Que ela amamenta ao seio
Tião pisou Josefina,
Faleceu zombando dela...
Hoje, é um menino enjeitado
Que Josefina tutela.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 4 – Defesa e Reencarnação

Que razões do amor em Nira,


Se o filho nem a procura?
Ele é o homem passado
Que ela induziu à loucura.
Nhô tico matou o genro,
Achou que se fosse embora,
Mas o genro nasceu dele
É o caçula que ele adora.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 5 – Telas da Reencarnação

Por causa de terra e nota,


Líliu matou João Braúna,
Mas João nasceu de Líliu
Para herdar toda a fortuna.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 6 – Trilhas da Reencarnação

Por ódio trocado, Antônia


Matou Lino do lagarto...
Hoje, elas são mãe e filha
Doentes no mesmo quarto.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 10 – Aulas de Reencarnação

97
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Maricota suicidou-se
Por causa de Anísio Prado,
Mas hoje é filhinha dele
De cérebro retardado

Pos Zina matou-se João...


Um carro fê-lo aos pedaços...
Hoje ele é o filho doente
Que Zina beija nos braços.

Manoel seduziu Percília,


Deixando-a em tombos loucos...
Ela morreu e voltou
É a filha que o mata aos poucos.

Por Téo, Naná largou Juca


Que se matou pela ingrata,
E Juca voltou à ela,
É o filho que a desacata.

Joaquim arrasou Simão


Para tomar-lhe Ana Vera
Mas Simão tornou a ele
É o filho que o não tolera.

Tesouro maior da vida


É a mente tranqüila e sã.
Erro que a gente faz hoje
A vida acerta amanhã.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 11 – Delito e Reencarnação

João odiava Gilberto,


Gilberto odiava João,
Morreram e renasceram,
Dois gêmeos em provação.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 12 – Reajuste e Reencarnação

Cocota matou o sogro


Com veneno em berinjela,
Mas o sogro renasceu...
É filho nos braços dela.
Paulinho matou Marcelo
E suicidou-se por Lia...
Renasceu... É filho dela
Que sofre esquizofrenia.

98
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
O delito não compensa,
As culpas persistirão
Até que a vida as apague
Na lei da reencarnação.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 15 – Cenas da Reencarnação

Sertório abusou de Joana


E assassinou-a tranqüilo...
Ela hoje é filha dele
Com ganas de destruí-lo.
Pessoas que noutro tempo
Plantavam difamação,
Formam agora famílias
No enredo da obsessão.
Recebe a dificuldade
Com fé serena e inteiriça,
Sofrimento em qualquer parte,
É socorro da justiça.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 17 – Rixas e Reencarnação

Por Zena, João matou Nico


E desposou-a depois...
Mas Nico voltou a eles
É o caçula deles dois.

Inimigo do passado
Perseguia Gabriela.
No ajuste das próprias contas
Ele agora é filho dela.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 18 – Expiação e Reencarnação

Se são filha e mãe porque


Tantas rixas as consomem?
Noutra vida se arrasaram
Disputando o mesmo homem.
Téo matou-se por ciúme
De Maria do Sossego...
Mas voltou... É filho dela
Aprendendo desapego.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 22 – Punição e Reencarnação

99
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
Três homens foram ao crime
Por causa de Florisbela...
Noutra vida, todos três
São agora filhos dela.
Cornélio Pires - Coisas deste Mundo – Cap. 23 – Justiça e Reencarnação

É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza.

Joanna de Angelis – Dimensões da Verdade – Cap. 52 – Dentro do Lar

O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte.

Através do amor que nos eleva, o mundo se aprimora. Ama, pois, em Cristo,
e alcançarás a glória eterna.

Emmanuel – Vinha de Luz – Cap. 162

Cede hoje à Vida o que possuas de melhor e, amanhã, aquilo que a Vida
tenha de melhor te responderá.

Emmanuel – Jóia – Pag. 8

100
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
6 Referências – Gerais

Esta relação bibliográfica não está, intencionalmente, seguindo os padrões


canônicos – está numa forma mais sintética, fazendo uma correlação direta entre o texto do
trabalho e os livros/mensagens.

# Autor Referência Observação


1 Allan Kardec O Livro dos Questão: 132
Espíritos Questão: 167
Questão: 171
Questão: 196
Questão: 221-a
2 Allan Kardec O Céu e o Inferno 1º Parte – Cap. 3 – Item 8
1º Parte – Cap. 7 – Item 31
3 Allan Kardec A Gênese Cap. 11: Item 24
4 Allan Kardec O Evangelho Cap. 5 – item 10
segundo o
Espiritismo
5 Allan Kardec O Espiritismo em Cap. 1: Resumo do Ensino dos
sua Expressão mais Espíritos
Simples
6 Emmanuel Caminho, Verdade Cap. 110: Vidas Sucessivas
e Vida
7 Emmanuel Justiça Divina Cap. 4: Virtude Solitária
8 Emmanuel Reformador 1955 – Janeiro: Reencarnação
9 Emmanuel Reformador 1957 – Abril: Jesus e Kardec
10 Emmanuel Reformador 1957 – Abril: 100 anos do
Livro dos Espíritos
11 Emmanuel Religião dos Cap. 24: Reencarnação
Espíritos
12 Herculano Pires Na Era do Espírito Cap. 27: A Chave da
Reencarnação
13 Hermínio de Miranda Centro Virtual de Entrevista – 2009
Divulgação e
Estudo do

101
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
# Autor Referência Observação
Espiritismo
(CVDEE)
14 Hermínio de Miranda Reencarnação e Cap. 21: Reencarnação –
Imortalidade Instrumento para o Progresso
Espiritual
15 Hermínio de Miranda Reformador 1971 – Julho: O Livro Branco
da Vida
16 Joanna de Ângelis Atitudes Renovadas Cap. 3: Benção da
Reencarnação
17 Joanna de Ângelis Lampadário Espírita Cap. 1: Necessidade da
Reencarnação
18 Joanna de Ângelis Momentos de Cap. 10: Reencarnação e
Consciência Consciência
19 Joanna de Ângelis Responsabilidade Cap.5: Considerando a
Reencarnação
20 Lins de Vasconcellos O Espírito da Cap. 48: Renascer e Remorrer
Verdade
21 Manoel Philomeno de Temas da Vida e da Cap. 1: Reencarnação: Dádiva
Miranda Morte de Deus
22 Martins Peralva O Pensamento de Cap. 12: Reencarnacionismo,
Emmanuel Sim
23 Militão Pacheco O Espírito da Cap. 18: O Espiritismo
Verdade Pergunta

102
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
7 Referências – por Tema

Esta relação bibliográfica não está, intencionalmente, seguindo os padrões


usuais – está numa forma mais sintética, fazendo uma correlação direta entre o texto
do trabalho e os livros/mensagens.

7.1 A Justiça das Aflições - conceitos

A justiça das aflições: conceitos


# Autor Mensagem/artigo Livro/capítulo e/ou pagina
24 Allan Kardec _ O Céu e o Inferno
O Futuro e o Nada 1º Parte – Cap. 1 – item 10
Código Penal da 1º Parte – Cap. 7 – itens 8/31/33 –
Vida Futura
25 Allan Kardec _Evangelho Segundo o Espiritismo
Justiça das Aflições Cap. 5 – item 3
Causas Atuais das Cap. 5 – item 4
Aflições Cap. 5 – item 6/7
Causas Anteriores Cap. 5 – item 24
das Aflições
A Verdadeira
Desgraça
26 Amélia Rodrigues Poema da Gratidão Sol de Esperança – Cap. 44
27 André Luiz Bem-Aventurados Através do Tempo – Pag. 11
28 André Luiz Chaves Libertadoras Paz e Renovação – Cap. 8
29 André Luiz No Lar da Benção Entre a Terra e o Céu – Cap. 9
30 Emmanuel Ante a Justiça Construção do Amor – Cap. 6
31 Emmanuel Ante o Livre Arbítrio Livro da Esperança – Cap. 17
32 Emmanuel Com Deus sempre Reformador – Setembro/1977
33 Emmanuel Dentro da Luta Fonte Viva – Cap. 162
34 Emmanuel Desencarnações Chico Xavier pede licença – Cap. 19
Coletivas
35 Emmanuel Justiça e Assim Vencerás – Cap. 9
Misericórdia
36 Herculano Pires A Chave da Na Era do Espirito – Cap. 27
Reencarnação
37 Jácome Góes Felicidade Jornal da Cidade – Sergipe/Aracaju
38 Joanna de Angelis Alerta
Inconformismo e 1º Parte – Cap. 20
Revolta 2º Parte – Cap. 7
Nem todos
consolados
39 Joanna de Angelis A Desgraça Real Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia
Profunda – Cap. 6
40 Joanna de Angelis Causa Justa das Liberta-te do Mal – Pag. 133
Aflições
41 Joanna de Angelis Cessação do Plenitude – Cap. 4
Sofrimento
42 Joanna de Angelis Funções do Jesus e Vida – Pag. 187
Sofrimento

103
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
43 Joanna de Angelis Infortúnios Após a Tempestade – Cap. 11
44 Joanna de Angelis Infortúnios Diretrizes para o Êxito – Cap. 15
45 Joanna de Angelis Infortúnios e Sob a Proteção de Deus – Cap. 9
Bênçãos
46 Joanna de Angelis Os Desígnios de Otimismo – Cap. 51
Deus
47 Joanna de Angelis Provas e Expiações Reformador – Maio/2016
48 Joanna de Angelis Sequelas do Presença Espírita – Janeiro 1999
Sofrimento
49 Joanna de Angelis Serão Consolados Celeiro de Bênçãos – Cap. 35
50 Joaquim Uma lição – Será, Instruções Psicofônicas – Cap. 26
então, a justiça assim
tão implacável.
51 Leon Denis As Vidas Sucessivas _O problema do Ser do Destino e da Dor
– 2º Parte – Cap. 13
52 Meimei Ora e Confia Amizade – Pag. 20
53 Victor Hugo A Fé Calvário da Libertação – 4º Parte – Cap.
7

104
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
7.2 A justiça das Aflições - conflitos no núcleo Familiar

A justiça das aflições: e os conflitos no núcleo familiar – casal + filhos/parentela

# Autor Mensagem/artigo Livro/capítulo e/ou pagina

1 Allan Kardec _Uniões Antipáticas _Livro dos Espíritos – Perg. 939

2 André Luiz Resgate Interrompido Ação e Reação – Cap. 14

3 Andréa Pachá Amores Líquidos A Vida não é justa – 1º Parte

4 Camilo Interação Conjugal Educação e Vivências – Cap. 11

5 Camilo Separação de Casais Desafios da Educação – Pag. 96

6 Emmanuel Casar-se Na Era do Espírito – Cap. 11

7 Emmanuel Credores no Lar Livro da Esperança – Cap. 38

8 Emmanuel Em Casa Luz no Lar – Cap. 49

9 Emmanuel Em torno do Futuro Joia – Pag. 08

10 Emmanuel Parentela Caminho Verdade e Vida – Cap. 62

11 Emmanuel Vida e Sexo

União Infeliz – Cap. 9

Desajustes – Cap. 12

12 Emmanuel Uniões Enfermas Caminhos de Volta – Pag.12

13 Emmanuel Vida Conjugal Vinha de Luz – Cap. 137

14 Hammed Solidão As Dores da Alma – Pag. 89

15 Joanna de Angelis Casamento e Amor, Imbatível Amor – Cap.6


Companheirismo

16 Joanna de Angelis Dentro do Lar Dimensões da Verdade – Pág. 164

17 Joanna de Angelis Desquite e Divórcio Após a Tempestade – Cap.13

18 Joanna de Angelis Matrimônio Sol de Esperança – Cap. 35

19 Joanna de Angelis Problemas no Celeiro de Bênçãos – Cap. 34


Matrimônio

105
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
7.3 A Lei de Causa e Efeito - conceitos

Lei de Causa e Efeito


# Autor Livro (*) / Artigo e Observação
ou Mensagem (**)
1 Allan Kardec O Céu e o Inferno. FEB Editora
1º parte, cap. 7, n.º 8 - Código Penal da
Vida Futura
2 André Luiz Ação e Reação FEB Editora
Cap. 7
Cap. 9
3 André Luiz Na Era do Espírito Cap. 22
4 Carlos Toledo Rizzini Evolução para o Editora Edicel
Terceiro Milênio 5º edição/1985
Cap. 15 – Lei de Causa e Efeito
5 Emmanuel Livro da Esperança Cap. 7 – Ante o Livre Arbítrio
6 Emmanuel Chico Xavier Pede Cap. 19 Desencarnações coletivas
Licença
7 Emmanuel Jóia Pag. 8 - Em Torno do Futuro
8 Hermínio de Miranda Candeias na Noite FEB Editora
Escura 2º edição/1992
Cap. 31 – Olho por olho
9 Joanna de Angelis No Limiar do Infinito LEAL Editora
1º edição/1977
Cap. 5 – Determinismo e Livre-Arbítrio
10 Joanna de Angelis Momentos de LEAL Editora
Consciência 1º edição/
Cap. 8 – Carma e Consciência
11 Joanna de Angelis Provas e Expiações FEB - Reformador
Maio/2016
12 Joanna de Ângelis Momentos de Saúde Cap. 2 - liberdade de escolha
13 Leon Denis O Problema do Ser, FEB Editora
do Destino e da Dor 2º Parte - Cap. 13 – As Vidas Sucessivas

106
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito
7.4 A Lei de Causa e Efeito e o envolvimento Familiar – estudos de casos

Estudo de casos

# Autor Livro Caso/descrição

1 ? Depois da Vida – 1º Parte Noivado desfeito + suicídio


– Cap. 9

2 André Luiz Ação e Reação – Cap. 14 Infidelidade + tentativa de


homicídio (arma de fogo)

3 André Luiz Sexo e Destino – 1º Parte Infidelidade + tentativa de incesto

4 Antônio Viana Depois da Vida – 2º Parte Assassinato + Incesto (mãe/filho)


– Cap. 3

5 Armando Ramos Depois da Vida – 1º Parte Infidelidade + aborto


– Cap. 3

6 Cândida Maria Depoimentos Vivos – Cap. Infidelidade + suicídio (filhos


44 desamparados)

7 João Mateus Depoimentos Vivos – Cap. Infidelidade + homicídio oculto


29 (envenenamento)

8 Manoel Philomeno de Entre dois Mundos – Cap. Infidelidade + tentativa homicídio


Miranda 7 (envenenamento)

9 Manoel Philomeno de Perturbação Espiritual – Infidelidade + indução ao aborto


Miranda Cap. 5 (espíritas)

10 Margot de Montegui Depois da Vida – 2º Parte Infidelidade + triângulo amoroso


– Cap. 6 (espíritas) + suicídio

11 Marina da Conceição Depois da Vida – 3º Parte Aversão Pais/Filha


– Cap. 1

12 Melquisedec Aventino Depois da Vida – 2º Parte Infidelidade + tentativa de incesto


– Cap. 1

107
A Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito

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