Você está na página 1de 12

Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.

2 2020

OSTEOARTRITE NA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR: REVISÃO DE LITERATURA
SOBRE OS FATORES ETIOLÓGICOS
OSTEOARTHRITIS IN THE TEMPOROMANDIBULAR JOINT: A REVIEW OF THE
LITERATURE ON THE ETIOLOGICAL FACTORS

Patrícia Vitor de Souza1

Amanda Carolina Flor Soares1

Daniella Andrade Guimarães1

Saulo Machado Piccolo1

Maurício Malheiros Badaró2

Ana Paula Varela Brown Martins1


1
Universidade Federal de Juiz de Fora - Governador Valadares

2
Universidade Federal de Santa Catarina

anapaula.martins@ufjf.edu.br

RESUMO
A osteoartrite é uma patologia articular que acomete a articulação temporomandibular - ATM,
caracterizando-se pela deterioração e abrasão da cartilagem articular, com espessamento e
remodelação local do osso subjacente. Dessa forma, o propósito desse estudo foi realizar uma revisão de
literatura com enfoque nos fatores etiológicos da osteoartrite relacionados à ATM. O primeiro fator é a
capacidade adaptativa do indivíduo, que está associada à condição geral de saúde, que quando diminuída
contribui para alteração no remodelamento da ATM, mesmo quando as tensões biomecânicas estão
dentro da tolerância fisiológica normal. Doenças sistêmicas podem influenciar o metabolismo da
fibrocartilagem, afetando a capacidade de adaptação da articulação e provocando distúrbios
degenerativos. Os fatores mecânicos (macrotraumas; parafunção; microtraumas) causam mudanças
estruturais. Nos casos de macrotraumas, na região condilar, podem causar degeneração da cartilagem
articular e produção de mediadores inflamatórios e de dor. A parafunção produz compressão anormal e
forças de cisalhamento capazes de iniciar o deslocamento do disco e alterações degenerativas da
eminência condilar e articular. O mecanismo de sobrecarga funcional promove o colapso da lubrificação
da articulação, devido a degradação do ácido hialurônico pelos radicais livres. A influência hormonal, o
sexo feminino pode estar predisposto ao remodelamento disfuncional da ATM, e essa preponderância
sugere um possível papel dos hormônios sexuais (estrogênio; prolactina) como moduladores dessa
resposta. Assim, baseado na literatura, conclui-se que dentre os fatores etiológicos da osteoartrite, a
sobrecarga mecânica é considerada a causa mais comum das alterações degenerativas que provocam
mudanças estruturais e funcionais.

Palavras-chave: Osteoartrite. Transtornos da Articulação Temporomandibular. Síndrome da


Disfunção da Articulação Temporomandibular.

1
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

ABSTRACT
Osteoarthritis is a joint pathology that affects the temporomandibular joint (TMJ), characterized by
deterioration and abrasion of the articular cartilage, with local thickening and remodeling of the
underlying bone. Thus, the purpose of this study was to perform a literature review focusing on the
etiological factors of the osteoarthritis related to TMJ. The first factor is the adaptive capacity of the
individual, which is associated with their general health condition, which when reduced contributes to a
change in TMJ remodeling, even when biomechanical stresses are within normal physiological tolerance.
Systemic diseases may influence the metabolism of fibrocartilage, affecting the adaptive capacity of the
TMJ and causing degenerative disorders. Mechanical factors (macrotraumas, parafunction,
microtraumas) cause changes in the structure of the joint. In cases of macrotraumas, in the condylar
region, they can cause degeneration of the articular cartilage and the production of inflammatory
mediators and pain. The parafunction produces abnormal compression and shear forces capable of
initiating disc displacement and degenerative changes of the condylar and articular eminence. The
mechanism of functional overload promotes the collapse of joint lubrication, due to the degradation of
hyaluronic acid by free radicals. The female hormonal influence may be predisposed to the dysfunctional
remodeling of TMJ, and this preponderance suggests a possible role of sex hormones (estrogen and
prolactin) as modulators of this response. Thus, based on the literature, it is concluded that among the
etiological factors of osteoarthritis, mechanical overload is considered the most common cause of
degenerative changes that cause structural and functional changes.

Key words: Osteoarthritis. Temporomandibular Joint Disorders. Temporomandibular Joint Dysfunction


Syndrome.

INTRODUÇÃO
A osteoartrite (OA) é uma A OA na ATM pode provocar dor,
patologia articular comum que afeta quando as alterações ósseas estão ativas
também a articulação temporomandibular (Wang et al., 2015; Okeson et al., 1989).
(ATM) (Tanaka et al., 2008). Quando os Além disso, disfunção, má oclusão dentária
limites fisiológicos do remodelamento são e redução na qualidade de vida relacionada
excedidos, alterações degenerativas à saúde podem estar presentes (Wang et
patológicas se desenvolverão (Milam, al., 2015), levando a uma variedade de
2005). O processo patológico, não- deformidades morfológicas e funcionais
inflamatório, é caracterizado por (Zarb e Carlsson, 1999). A OA pode ser
deterioração e abrasão da cartilagem classificada em primária, quando a causa
articular e espessamento e remodelação não pode ser determinada, ou secundária,
local do osso subjacente (Zarb e Carlsson, quando a causa real pode ser identificada
1999; Schiffman et al., 2014), assim como (Okeson et al., 1989). Em ambos os casos, à
também da eminência articular (Schiffman medida que ocorre o remodelamento
et al., 2014). Essas alterações são funcional, a condição se torna estável,
frequentemente acompanhadas pela embora as alterações ósseas ainda
superposição de alterações inflamatórias permaneçam (Nishioka et al., 2008).
secundárias (Tanaka et al., 2008). Portanto, A frequência de OA na ATM,
a osteoartrite pode ser uma via final segundo Abrahamsson et al., 2017, foi de
comum para várias condições articulares, 44% para o autorrelato dos sintomas e 67%
incluindo distúrbios inflamatórios, quando se utilizou a tomografia
endócrinos, metabólicos, de computadorizada (TC) cone beam para
desenvolvimento e biomecânicos (Zarb e diagnóstico. A OA na ATM apresenta uma
Carlsson, 1999). alta predominância no sexo feminino (Israel
et al., 1998; Manfredini et al., 2010; Zhao et

2
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

al., 2011; Kim et al., 2016), e afeta apresentando, assim, significado clínico
principalmente mulheres após a puberdade (Brooks et al., 1992).
e durante os anos reprodutivos (Warren e A presença de crepitação que define
Fried, 2001; Nekora -Azak, 2004; Kapila et clinicamente a OA na ATM pode estar
al., 2009). Na idade mais avançada, tem ausente, e sua definição clínica é
sido sugerido que a idade poderia refletir consistentemente relatada como de baixa
um acúmulo intrínseco de dano tecidual sensibilidade ao usar o diagnóstico
devido a um declínio gradual nas radiológico como padrão-ouro (Schiffman
capacidades celulares de adaptação (Luder, et al., 2014). Segundo Laheim et al. (2015),
2002). os achados radiológicos e os sintomas da
Para o diagnóstico de OA na ATM, ATM são pouco correlacionados.
a Academia Americana de Dor Orofacial Em virtude das severas consequências
(AAOP) elegeu que o indivíduo precisa clínicas da OA e da ampla faixa etária de
enquadrar-se em alguns critérios, acometimento, o objetivo dessa revisão de
considerando a necessidade de apresentar literatura foi apresentar os fatores
pelo menos uma das seguintes condições: etiológicos relacionados à ATM.
presença de qualquer ruído articular, nos
últimos 30 dias, durante movimento REVISÃO DE LITERATURA
mandibular ou função; ou relato de
qualquer ruído presente durante o exame. Acredita-se que a ATM esteja em
Durante o exame clínico, deve-se detectar, constante estado de remodelação
durante a palpação, a presença de (turnover da matriz celular e extracelular)
crepitação em pelo menos 1 dos (Arnett et al., 1996). O principal objetivo da
movimentos de abertura, fechamento, remodelação é manter relações funcionais
lateralidade direita e esquerda ou protrusão e mecânicas entre as superfícies articulares.
(Schiffman et al., 2014). Quando o O remodelamento é uma resposta
diagnóstico necessita ser confirmado, a biológica essencial às demandas funcionais
tomografia computadorizada é normais, garantindo a homeostase da
considerada como meio mais confiável forma e função articular e as relações
(Ahmad et al., 2009), apresenta pelo menos funcionais e oclusais (Milam et al., 1995;
um dos seguintes achados: cisto Smartt et al., 2005). Além disso, o
subcondral, esclerose generalizada ou remodelamento pode ocorrer na presença
osteófito (Schiffman et al., 2014). de mudanças na capacidade adaptativa do
Achatamento e/ou esclerose hospedeiro (Milam et al., 1995) ou há
cortical são considerados achados aumento de carga na ATM, estimulando a
indeterminados para doença degenerativa síntese de matrizes extracelulares
articular e pode representar variação (Stegenga et al., 1989; Milam et al., 1995).
normal, idade, remodelação ou precursor O estresse mecânico excessivo
para doença articular degenerativa inicial também pode provocar desequilíbrio na
(Schiffman et al., 2014). Um estudo homeostase, mesmo na ausência de
epidemiológico mostrou que o fatores predisponentes (Arnett et al.,
achatamento mínimo do côndilo e / ou 1996a; Milam et al., 1995).
eminência foi observado em 35% das ATMs Os mecanismos moleculares
em pessoas assintomáticas, não exatos da doença degenerativa da ATM não
são completamente conhecidos. São

3
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

sugeridos três mecanismos: lesão hialurônico na cartilagem articular é


mecânica direta, lesão por hipóxia e essencial para manter sua viscosidade, e
perfusão e inflamação neurogênica qualquer diminuição no peso molecular
(Nishioka et al., 2008). Todas essas pode levar à redução de sua propriedade
alterações podem levar a uma perda de bio-hematológica na cartilagem (Holmes et
tecido, aumentando os processos de al., 1988).
degradação (catabólicos) e inibindo
processos sintéticos (anabólicos) nos Doença Sistêmica
tecidos articulares afetados (Nishioka et al., Doenças sistêmicas também
2008). podem influenciar o metabolismo da
Arnett et al. (1996a, b) propuseram fibrocartilagem e pode afetar a capacidade
uma explicação para a fisiopatologia das adaptativa da ATM, provocando distúrbios
alterações degenerativas como uma que degenerativos. Estas doenças podem
resulta do remodelamento articular incluir distúrbios autoimunes, distúrbios
disfuncional devido a (1) uma capacidade endócrinos, distúrbios nutricionais,
adaptativa diminuída das estruturas doenças metabólicas e doenças
articulares da articulação ou (2) estresse infecciosas. Fatores hormonais também
físico excessivo ou sustentado às estruturas podem ter uma influência marcante na
articulares da ATM que excedem a remodelação do côndilo mandibular
capacidade adaptativa normal. (Tanaka et al., 2008).
Sugere-se, também, que pacientes
Capacidade Adaptativa com doenças locais ou sistêmicas que
O primeiro fator que pode interferir envolvem o sistema imune possam ser
no início da OA é a capacidade adaptativa suscetíveis à OA da ATM. Isto porque
do indivíduo, que está associado à sua alguns dos leucócitos circulantes são
condição geral de saúde (Takano et al., preparados para produzir altos níveis de
1999). O avanço da idade, doença sistêmica mediadores inflamatórios e fatores de
e fatores hormonais podem definir a crescimento (Nishioka et al., 2008).
capacidade de adaptação do hospedeiro à
ATM (Milam et al., 1995; Takano et al., Fatores Mecânicos
1999). A capacidade adaptativa diminuída Fatores mecânicos também podem
pode contribuir para alteração no causar mudanças na estrutura da ATM.
remodelamento da ATM, mesmo quando Dentre os fatores mecânicos, pode-se citar
as tensões biomecânicas estão dentro da os macrotraumas, parafunção
tolerância fisiológica normal. (microtraumas) e a sobrecarga funcional
As propriedades físico-químicas do (Stegenga et al., 1989; Arnett et al., 1996a,
disco podem também estar relacionadas b; Nitzan, 2001; de Leeuw & Klasser, 2018).
com a idade (Tanaka et al., 2001). Isso Apesar da capacidade adaptativa do
implica que o disco se torna mais rígido e hospedeiro, a carga mecânica excessiva ou
frágil por natureza, reduzindo sua desequilibrada na ATM pode causar
capacidade de lidar com sobrecarga. O sobrecarga dos tecidos articulares,
peso molecular do ácido hialurônico na resultando no aparecimento e progressão
cartilagem articular humana diminui de da osteoartrose da ATM. Os fatores
2000 a 300 kDa entre as idades de 2,5 e 86 mecânicos podem ocorrer isoladamente ou
anos (Holmes et al., 1988). O ácido podem estar interrelacionados,

4
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

interdependentes e / ou coexistentes Mecanismo de Sobrecarga Funcional


(Tanaka et al., 2008). Acredita-se que o fator etiológico
Macrotrauma na região condilar da AO mais comum seja a sobrecarga das
pode causar degeneração da cartilagem estruturas articulares (Stegenga et al.,
articular e produção de mediadores 1991; de Bont et al., 1993; Pereira et al.,
inflamatórios e de dor. Foi relatado que o 1994).
trauma altera as propriedades mecânicas Nos condrócitos da cartilagem
do disco (Arnett et al., 1996b; Nickel et al., articular, a carga de tração cíclica aumenta
2006) e causa sua fadiga mecânica (Beatty a expressão da metaloproteinase da matriz
et al., 2001; 2003). As alterações da ATM (MMP) 13 e do fator de crescimento
ocorreram ao longo do tempo após o endotelial vascular (VEGF) e diminui a
macrotrauma, levando à reabsorção expressão do inibidor tecidual das
condilar progressiva e deformação (Arnett metaloproteinases da matriz (TIMP) -1
et al., 1996b). No entanto, apenas cerca de (Wong et al., 2003). A expressão do VEGF
um terço dos indivíduos com alterações na cartilagem osteoartrítica parece
degenerativas da ATM teriam sofrido um aumentar progressivamente com a
trauma anterior na cabeça e pescoço sobrecarga mecânica aplicada. Além disso,
(Laskin, 1994). O mecanismo de reabsorção a indução de VEGF em condrócitos por
e deformação condilar secundário ao sobrecarga mecânica tem sido associada à
macrotrauma não é compreendido, mas o ativação do fator de transcrição 1 induzida
clínico deve reconhecer a sua importância por hipóxia (Forsythe et al., 1996; Pufe et
etiológica e a avaliação a longo prazo da al., 2004). Tanaka et al. (2005a) mostraram
forma e função da ATM após o que a cartilagem condilar na osteoartrose
macrotrauma (Tanaka et al., 2008). induzida mecanicamente expressou
A parafunção pode produzir abundante VEGF.
compressão anormal e forças de O VEGF, gerado
cisalhamento capazes de iniciar o subsequentemente, ativa os condrócitos de
deslocamento do disco e alterações maneira autócrina para produzir MMPs e
degenerativas da eminência condilar e reduzir TIMPs, que estão entre os efetores
articular (Gallo et al., 2006). A sobrecarga da remodelação da matriz extracelular
funcional e aumento da fricção articular (Pufe et al., 2004). A redução de TIMPs e a
podem atuar em conjunto como eventos indução de MMPs resultam em um
etiológicos para o desarranjo interno e a desequilíbrio no turnover dos componentes
osteoartrose da ATM (Tanaka et al., 2008). da matriz extracelular, colágenos e
Milam et al. (1998) propuseram o modelo proteoglicanos, que são degradados mais
de alteração articular por lesão mecânica rapidamente do que são formados. A perda
direta e lesão por hipóxia / reperfusão, de equilíbrio para o aumento da
sugerindo que o estresse oxidativo resulta degradação da matriz extracelular resulta
no acúmulo de radicais livres que lesam os na destruição da cartilagem (Pufe et al.,
tecidos articulares da ATM. Vários estudos 2004). Isto implica que o VEGF é
demonstraram a presença de espécies provavelmente induzido em condrócitos
reativas de radicais oxidantes no líquido por sobrecarga mecânica, facilitando a
sinovial de ATMs doentes (Kawai et al., hipóxia e mediando os processos
2000; Takahashi et al., 2003). destrutivos associados à osteoartrose
como fator autócrino (Pufe et al., 2004).

5
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

Além disso, na cartilagem condilar com (Vuorio et al., 1982). Os radicais livres
osteoartrose da ATM, o número de vasos rapidamente despolimerizam o ácido
sanguíneos e osteoclastos está aumentado hialurônico in vitro, o que pode implicar na
na área subjacente à camada de células degradação do ácido hialurônico in vivo.
hipertróficas, onde vários condrócitos Além disso, a degradação do ácido
expressando VEGF são detectados (Tanaka hialurônico pode levar à destruição da
et al., 2005a). Uma vez que o VEGF cartilagem em termos da expressão
desempenha um papel importante não aumentada de MMPs (Ohno-Nakahara et
apenas no recrutamento de células al., 2004). Como nem fluidos sinoviais
endoteliais, mas também no recrutamento saudáveis nem inflamatórios contêm
de osteoclastos (Niida et al., 1999), o VEGF atividade de hialuronidase, presume-se que
tem função de sobreposição no suporte da espécies reativas de radicais oxidativos
reabsorção óssea osteoclástica. Então, o causem despolimerização do ácido
aumento nos osteoclastos estimulados hialurônico (McNeil et al., 1985).
pelo VEGF pode induzir a destruição da Várias citocinas pró-inflamatórias
cartilagem, facilitando a invasão vascular foram detectadas no líquido sinovial obtido
na cartilagem condilar (Tanaka et a., 2008). de pessoas com desarranjo interno da ATM
A sobrecarga também causa o e osteoartrite (Kubota et al., 1998; Hamada
colapso da lubrificação da articulação, et al., 2006). Destas citocinas, o fator de
como resultado da degradação do ácido necrose tumoral e interleucina-1 e -6,
hialurônico pelos radicais livres (Nitzan, produzidas principalmente por macrófagos
2001). Com a sobrecarga, o aumento da estimulados, desempenham papéis cruciais
pressão intra-articular, quando excede a na patogênese da artrite reumatoide e da
pressão de perfusão capilar, causa hipóxia osteoartrite, no que diz respeito à
temporária, que é corrigida pela aceleração e progressão da degradação da
reoxigenação na cessação da degradação cartilagem, pois promovem a reabsorção
pela sobrecarga. Foi relatado que esse ciclo óssea através da diferenciação e ativação
de hipoxia-reperfusão libera espécies de de osteoclastos (Boyle et al., 2003).
radicais oxidativas reativas não A inflamação neurogênica tem sido
enzimaticamente (Grootveld et al., 1991). citada como uma possível mediadora da
Entre outros efeitos das espécies reativas alteração morfológica condilar (Kido et al.,
de radicais oxidativos nas articulações 1993). A tração ou compressão de terminais
sinoviais estão a inibição da biossíntese e nervosos periféricos na articulação pode
degradação do ácido hialurônico, ambos evocar a liberação de neuropeptídeos
causando acentuada redução na (substância P, peptídeo relacionado ao
viscosidade do líquido sinovial (Grootveld gene da calcitonina [CGRP]) nos tecidos
et al., 1991). circundantes. Esses neuropeptídeos
É provável que ocorra degradação causam hipotensão local, levando ao
do ácido hialurônico nas articulações extravasamento de plasma e à migração de
patológicas devido à despolimerização da leucócitos dos capilares. Essas células
cadeia do ácido hialurônico pela presença migratórias iniciam uma reação
de espécies reativas de radicais livres inflamatória, tipificada pela síntese e
oxidantes (McNeil et al., 1985; Kawai et al., secreção de citocinas pró-inflamatórias
2000) ou à biossíntese anormal do ácido (interleucina-1 [IL-1], fator de necrose
hialurônico pelas células sinoviais tipo B tumoral [TNF]) (Basbaum & Levine, 1991;

6
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

Laurenzi et al., 1990; Lotz et al., 1988; Said, μg / dia. Descobriram que E2 agravou OA
1990; Yaksh, 1988; Cavagnaro et al., 1989; na TMJ induzida por IAM em ratos OVX. E2
Jonakait & Schotland, 1990; Eskay & Eide, potencializou histopatologicamente e
1992). Estas citocinas podem, por sua vez, radiograficamente a degradação da
estimular a produção, liberação e/ou cartilagem e a erosão do osso subcondral e
ativação da enzima que degrada a matriz, a esclerose da OA na TMJ induzida por IAM.
bem como ativar tanto a fosfolipase A2 Além disso, E2 potencializou a expressão
como a ciclooxigenase, levando à produção dos genes pró-apoptóticos na família de
de prostaglandinas e leucotrienos. receptores de morte na cartilagem
As prostaglandinas, como a PGE2, condilar. O antagonista do receptor de
podem sensibilizar os terminais nervosos estrogênio ICI 182780 bloqueou
periféricos da região, levando a uma parcialmente os efeitos de E2 na OA da TMJ
contínua liberação de neuropeptídeos pró- e na expressão dos genes pró-apoptóticos,
inflamatórios. Os neuropeptídios atraem as demonstrando que o E2 agrava a AO na
células progenitoras de osteoclastos e TMJ em um modelo animal. Este estudo
osteoblastos para a área afetada, revelou os efeitos prejudiciais do
sustentando, assim, o processo estrogênio na degradação da cartilagem e
inflamatório. As citocinas inflamatórias na erosão do osso subcondral e na esclerose
podem aumentar a síntese desses da OA na TMJ induzida por IAM em ratos.
neuropeptídeos em um mecanismo de Kapila et al (2009) evidenciaram que o
retroalimentação positiva (Cavagnaro et estrogênio induz metaloproteinases da
al., 1989; Jonakait & Schotland, 1990; matriz no disco da ATM, o que sugere que o
Eskay & Eide, 1992). Portanto, o processo estrogênio pode contribuir seletivamente
inflamatório produzido pela estimulação de para as doenças da ATM.
terminais nervosos periféricos na ATM Por fim, como visto a osteoartrite
pode levar a um ciclo de autoperpetuação possui caráter multifatorial, estando
(Nishioka et al., 2008; Takahashi et al., relacionada com uma gama de fatores que
1998). predispõem o desenvolvimento da doença.
A familiarização do profissional, cirurgião
Influência Hormonal dentista, com os agentes causais é
O sexo feminino pode estar imprescindível para otimização da
predisposto ao remodelamento capacidade de diagnosticar, planejar e
disfuncional da ATM, e essa tratar o indivíduo acometido pela
preponderância sugere um possível papel enfermidade.
dos hormônios sexuais (isto é, estrogênio,
prolactina) como moduladores dessa
resposta (Arnett et al., 1990). CONCLUSÃO
Wang et al (2013) examinaram os efeitos do De acordo com a literatura revisada,
estrogênio na OA na TMJ induzida por doenças sistêmicas, processos de
iodoacetato monossódico (IAM). Ratas envelhecimento, fatores hormonais e
foram distribuídas aleatoriamente e comportamentais e a sobrecarga mecânica
igualmente em 5 grupos: ratos controle, representam os principais grupos de
ovariectomizados e ovariectomizados fatores etiológicos da osteoartrite na ATM.
tratados, respectivamente, com 17β- Desses, a sobrecarga mecânica é
estradiol (E2) nas doses de 0 μg, 20 μg e 80 considerada como o fator mais comumente

7
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

responsável por alterações degenerativas temporomandibular joint disk. J


que provocam mudanças estruturais e Biomed Mater Res. 2001; 57:25-34.
funcionais. 8. Beatty MW, Nickel JC, Iwasaki LR, Leiker
M. Mechanical response of the porcine
REFERÊNCIAS temporomandibular joint disc to an
impact event and repeated tensile
1. Abrahamsson AK, Kristensen M,
loading. J Orofac Pain. 2003; 17:160-
Arvidsson LZ, Kvien TK, Larheim TA,
166.
Haugen IK. Frequency of
9. Boyle WJ, Simonet WS, Lacey DL.
temporomandibular joint osteoarthritis
Osteoclast differentiation and
and related symptoms in a hand
activation. Nature. 2003; 423:337-342.
osteoarthritis cohort. Osteoarthritis
10. Brooks SL, Westesson PL, Eriksson L,
Cartilage. 2017 May;25(5):654-657.
Hansson LG, Barsotti JB. Prevalence of
2. Ahmad M, Hollender L, Anderson Q,
osseous changes in the
Kartha K, Ohrbach R, Truelove EL, et al.
temporomandibular joint of
Research diagnostic criteria for
asymptomatic persons without internal
temporomandibular disorders
derangement. Oral Surg Oral Med Oral
(RDC/TMD): development of image
Pathol. 1992; 73:118-122.
analysis criteria and examiner reliability
11. de Bont LG, Stenaga B. Pathology of
for image analysis. Oral Surg Oral Med
temporomandibular joint internal
Oral Pathol Oral Radiol Endod 2009;
derangement and osteoarthrosis. J Oral
107: 844-860.
Maxillofac Surg. 1993;22:71-74.
3. Arnett GW, Tamborello JA. Progressive
12. Cavagnaro J, Lewis RM. Bidirectional
Class II development- female idiopathic
regulatory circuit between the immune
condylar resorption. In: West RA, ed.
and neuroendocrine systems. Year
Oral Maxillofacial Clinics of North
Immunol. 1989;4:241-252.
America; 1990:699-716.
13. Eskay RL, Eiden LE. Interleukin-1 alpha
4. Arnett GW, Milam SB, Gottesman L (a).
and tumor necrosis factor-alpha
Progressive mandibular retrusion-
differentially regulate enkephalin,
idiopathic condylar resorption. Part I.
vasoactive intestinal polypeptide,
Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1996;
neurotensin, and substance P
110:8-15.
biosynthesis in chromaffin cells.
5. Arnett GW, Milam SB, Gottesman L (b).
Endocrinology. 1992;130:2252-2258.
Progressive mandibular retrusion-
14. Forsythe JA, Jiang BH, Iyer NV, Agani F,
idiopathic condylar resorption. Part II.
Leung SW, Koos RD, et al. Activation of
Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1996;
vascular endothelial growth factor gene
110:117-127.
transcription by hypoxia-inducible
6. Basbaum AI, Levine JD. The contribution
factor 1. Mol Cell Biol. 1996;
of the nervous system to inflammation
16:46044613.
and inflammatory disease. Can J Physiol
15. Gallo LM, Chiaravalloti G, Iwasaki LR,
Pharmacol. 1991;69:647-651.
Nickel JC, Palla S. Mechanical work
7. Beatty MW, Bruno MJ, Iwasaki LR,
during stress-field translation in the
Nickel JC. Strain rate dependent
human TMJ. J Dent Res. 2006; 85:1006-
orthotropic properties of pristine and
1010.
impulsively loaded porcine

8
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

16. Grootveld M, Henderson EB, Farrell A, calcitonin gene-related peptide-like


Blake DR, Parkes HG, Haycock P. immunoreactive nerve fibers in rat
Oxidative damage to hyaluronate and temporomandibular joint. J Dent Res.
glucose in synovial fluid during exercise 1993;72:592-598.
of the inflamed rheumatoid joint. 24. Kim K, Wojczynska A, Lee JY. The
Detection of abnormal low-molecular- incidence of osteoarthritic change on
mass metabolites by proton-n.m.r. computed tomography of Korean
spectroscopy. Biochem J. 1991; temporomandibular disorder patients
273:459-467. diagnosed by RDC/TMD; a retrospective
17. Hamada Y, Kondoh T, Holmlund AB, study. Acta Odontol Scand. 2016;74:
Yamamoto M, Horie A, Saito T, et al. 337-42.
Inflammatory cytokines correlated with 25. Kubota E, Kubota T, Matsumoto J,
clinical outcome of temporomandibular Shibata T, Murakami K-I. Synovial fluid
joint irrigation in patients with chronic cytokines and proteinases as markers of
closed lock. Oral Surg Oral Med Oral temporomandibular joint disease. J
Pathol Oral Radiol Endod. 2006; Oral Maxillofac Surg. 1998; 56:192-198.
102:596-601. 26. Larheim TA, Abrahamsson AK,
18. Holmes MW, Bayliss MT, Muir H. Kristensen M, Arvidsson LZ.
Hyaluronic acid in human articular Temporomandibular joint diagnostics
cartilage. Age-related changes in using CBCT. Dentomaxillofac Radiol
content and size. Biochem J. 1988 Mar 2015; 44: 20140235.
1;250(2):435-41. 27. Laskin DM. Etiology and pathogenesis
19. Israel HA, Diamond B, Saed-Nejad F, of internal derangement of the
Ratcliffe A. Osteoarthritis and synovitis temporomandibular joint (current
as major pathoses of the controversies in surgery for internal
temporomandibular joint: comparison derangements of the
of clinical diagnosis with arthroscopic temporomandibular joint). Oral
morphology. J Oral Maxillofac Surg. Maxillofac Surg Clin NA. 1994; 6:217-
1998; 56:1023-1027. 222.
20. Jonakait GM, Schotland S. Conditioned 28. Laurenzi MA, Persson MA, Dalsgaard CJ,
medium from activated splenocytes et al. The neuropeptide substance P
increases substance P in synthetic stimulates production of interleukin 1 in
ganglia. J Neurosci Res. 1990;26:24-30. human blood monocytes: activated
21. Kapila S, Wang W, Uston K. Matrix cells are preferentially influenced by the
metalloproteinase induction by relaxin neuropeptide. Scand J Immunol.
causes cartilage matrix degradation in 1990;31:529-533.
target synovial joints. Ann NY Acad Sci. 29. de Leeuw, Reny / Klasser, Gary D.
2009; 1160:322-328. Orofacial Pain: Guidelines for
22. Kawai Y, Kubota E, Okabe E. Reactive Assessment, Diagnosis, and
oxygen species participation in Management. 6th Ed. 2018.
experimentally induced arthritis of the Quintessence Publishing, USA. p. 336.
temporomandibular joint in rats. J Dent 30. Lotz M, Vaughan JH, Carson DA. Effect
Res. 2000; 79:1489-1495. of neuropeptides on production of
23. Kido MA, Kiyoshima T, Kondo T, et al. inflammatory cytokines by human
Distribution of substance P and

9
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

monocytes. Science. 1988; 241:1218- osteoclastic bone resorption. J Exp


1221. Med. 1999; 190:293-298.
31. Luder HU. Factors affecting 40. Nishioka M, Ioi H, Matsumoto R, Goto
degeneration in human TK, Nakata S, Nakasima A, Counts AL,
temporomandibular joints as assessed Davidovitch Z. TMJ
histologically. Eur J Oral Sci. osteoarthritis/osteoarthrosis and
2002;110:106-13. immune system factors in a Japanese
32. Manfredini D, Piccotti F, Ferronato G, sample. Angle Orthod. 2008
Guarda-Nardini L. Age peaks of Sep;78(5):793-8.
different RDC/TMD diagnoses in a 41. Nitzan DW. The process of lubrication
patient population. J Dent. 2010;38: impairment and its involvement in
392-399. temporomandibular joint disc
33. McNeil JD, Wiebkin OW, Betts WH, displacement: a theoretical concept. J
Cleland LG. Depolymerisation products Oral Maxillofac Surg. 2001; 59:36-45.
of hyaluronic acid after exposure to 42. Ohno-Nakahara M, Honda K, Tanimoto
oxygen-derived free radicals. Ann K, Tanaka N, Doi T, Suzuki A, et al.
Rheum Dis. 1985; 44:780-789. Induction of CD44 and MMP expression
34. Milam SB, Schmitz JP. Molecular biology by hyaluronidase treatment of articular
of temporomandibular joint disorders: chondrocytes. J Biochem. 2004;
proposed mechanisms of disease. J Oral 135:567-575.
Maxillofac Surg. 1995;53:1448-1454. 43. Okeson JP. Management of
35. Milam SB, Zardeneta G, Schmitz JP. Temporomandibular Disorders and
Oxidative stress and degenerative Occlusion. 4th ed. St Louis, Mo: Mosby;
temporomandibular joint disease: a 1998.
proposed hypothesis. J Oral Maxillofac 44. Pereira FJ Jr, Lundh H, Westesson PL.
Surg. 1998; 56:214-223. Morphologic changes in the
36. Milam SB. Pathogenesis of temporomandibular joint in different
degenerative temporomandibular joint age groups: an autopsy investigation.
arthritides. Odontology 2005; 93:7-15. Oral Surg Oral Med Oral Pathol.
37. Nekora-Azak A. Temporomandibular 1994;78:279-287.
disorders in relation to female 45. Pufe T, Harde V, Peterson W, Goldring
reproductive hormones: a literature MB, Tillmann B, Mentlein R. Vascular
review. J Prosthet Dent. 2004; endothelial growth factor (VEGF)
91(5):491-3. induces matrix metalloproteinase
38. Nickel JC, Iwasaki LR, Beatty MW, Moss expression in immortalized
MA, Marx DB. Static and dynamic chondrocytes. J Pathol. 2004; 202:367-
loading effects on temporomandibular 374.
joint disc tractional forces. J Dent Res. 46. Said SI. Neuropeptides as modulators of
2006; 85:809-813. injury and inflammation. Life Sci.
39. Niida S, Kaku M, Amano H, Yoshida H, 1990;47:19-21.
Kataoka H, Nishikawa S, et al. Vascular 47. Schiffman E, Ohrbach R, Truelove E,
endothelial growth factor can Look J, Anderson G, Goulet JP, et al. J
substitute for macrophage colony- Oral Facial Pain Headache. 2014
stimulating factor in the support of Winter;28(1):6-27.

10
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

48. Smartt JM Jr, Low DW, Bartlett SP. The Histochem Cell Biol. 2005; 123:275-
pediatric mandible: I. A primer on 281.
growth and development. Plast 56. Tanaka E, Detamore MS, Mercuri LG.
Reconstr Surg. 2005; 116:14e-23e. Degenerative disorders of the
49. Stegenga B, DeBont LGM, Boering G. temporomandibular joint: etiology,
Osteoarthrosis as the cause of diagnosis, and treatment. J Dent Res.
craniomandibular pain and dysfunction: 2008 Apr;87(4):296-307.
a unifying concept. J Oral Maxillofac 57. Vuorio E, Einola S, Hakkarainen S,
Surg. 1989; 47:249-256. Penttinen R. Synthesis of
50. Stegenga B, de Bont LG, Boering G, et al. underpolymerised hyaluronic acid by
Tissue responses to degenerative fibroblasts cultured from rheumatoid
changes in the temporomandibular and non-rheumatoid synovitis.
joint: a review. J Oral Maxillofac Surg. Rheumatol Int. 1982; 2:97-102.
1991;49:1079-1088. 58. Wang XD, Kou XX, Meng Z, Bi RY, Liu Y,
51. Takahashi T, Kondou T, Fukuda M, et al. Zhang JN, Zhou YH, Gan YH. Estrogen
Proinflammatory cytokines detectable aggravates iodoacetate-induced
in synovial fluids from patients with temporomandibular joint
temporomandibular disorders. Oral osteoarthritis. J Dent Res. 2013
Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Oct;92(10):918-24.
Endod. 1998;85:135-141. 59. Wang XD, Zhang JN, Gan YH, Zhou YH.
52. Takahashi T, Homma H, Nagai H, Seki H, Current understanding of pathogenesis
Kondoh T, Yamazaki Y, et al. Specific and treatment of TMJ osteoarthritis. J
expression of inducible nitric oxide Dent Res 2015; 94: 666-673.
synthase in the synovium of the 60. Warren MP, Fried JL.
diseased temporomandibular joint. Temporomandibular disorders and
Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral hormones in women. Cells Tissues
Radiol Endod. 2003; 95:174-181. Organs. 2001; 169:187-192.
53. Takano Y, Moriwake Y, Tohno Y, Minami 61. Wong M, Siegrist M, Goodwin K. Cyclic
T, Tohno S, Utsumi M, et al. Age-related tensile strain and cyclic hydrostatic
changes of elements in the human pressure differentially regulate
articular disk of the expression of hypertrophic markers in
temporomandibular joint. Biol Trace primary chondrocytes. Bone. 2003;
Elem Res. 1999; 67:269-276. 33:685-693.
54. Tanaka E, Sasaki A, Tahmina K, 62. Yaksh TL. Substance P release from
Yamaguchi K, Mori Y, Tanne K. Mechani knee joint afferent terminals:
cal properties of human articular disk modulation by opioids. Brain Res. 1988;
and its influence on TMJ loading studied 458:319-324.
with the finite element method. J Oral 63. Zarb GA, Carlsson GE.
Rehabil. 2001; 28:273-279. Temporomandibular disorders:
55. Tanaka E, Aoyama J, Miyauchi M, Takata osteoarthritis. J Orofac Pain. 1999;
T, Hanaoka K, Iwabe T, et al. (a). 13:295-306.
Vascular endothelial growth factor 64. Zhao YP, Zhang ZY, Wu YT, Zhang WL,
plays an important autocrine/paracrine Ma XC. Investigation of the clinical and
role in the progression of osteoarthritis. radiographic features of osteoarthrosis
of the temporomandibular joints in

11
Arquivo Brasileiro de Odontologia v.16 n.2 2020

adolescents and young adults. Oral Surg


Oral Med Oral Pathol Oral Radiol
Endod. 2011;111: e27-34.

12

Você também pode gostar