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Fracturas osteoporóticas: quando não as conseguimos prevenir

A MFR na linha da frente da prevenção de fracturas subsequentes


Bonito da Cunha, Tiago1; Silva, Bernardo2 ;Silva, Tomás2; Gomes, Rebeca2
Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão1 ; Hospital de Santa Maria2

Resultados
Introdução
A doente foi submetida a osteossíntese com placa e parafusos bilateralmente, sendo que foi
Osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição global da densidade óssea, com
observada pela MFR 48 horas após a intervenção cirúrgica.
alteraçóes da sua estrutura, que levam a um aumento da predisposição para fracturas (1).
Ao exame objectivo, destacava-se: Sensibilidade preservada em todos os segmentos, ROTs sem
Divide-se em osteoporose 1ª (relacionada com o pós-menopausa/envelhecimento) ou 2ª
alterações, força muscular G5 nos membros superiors e G3/5 nos membros inferiores.
(idiopática/medicamentosa) (2) .
O programa de reabilitação incidiu inicialmente, na manutenção das amplitudes articulares e reforço
Segundo os critérios da OMS, para fazer o diagnóstico de osteoporose, a densidade mineral
muscular da região quadricipital, tendo sido feita progressão para o treino de marcha, primeiro com
óssea (DMO) do indivíduo deverá ser >/= a 2,5 desvios-padrão da DMO media de um indivíduo
o auxílio de andarilho e, posteriormente, com uso de 2 canadianas.
saudável, da mesma idade(3).
Estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas sofram desta doença em todo o mundo,
encontrando-se estas em maior risco de fractura do que a população em geral, sublinhando assim
a necessidade de diagnóstico antecipado e instituição de medidas que tenham o intuito de reduzir
as consequências da osteoporose.

Imagem 4 e 5-Radiografia AP dos joelhos pós osteossíntese com placa e parafusos

Descrição do caso

• ♀, 69 anos de idade
• Reformada (ex-enfermeira)
• Antecedentes pessoais: HTA, dislipidémia, anemia N/N, gastrite crónica, cifoescoliose
• Queda da própria altura com embate bilateral dos joelhos no solo

Conclusão

As fracturas osteoporóticas são a consequência mais frequente e nefasta da osteoporose, levando a


uma perda de qualidade de vida pela imobilização necessária após o tratamento da fractura.
Com a descrição deste caso, pretendemos demonstrar que o acompanhamento de doentes com
osteoporose deve ser realizado no contexto duma equipa multidisciplinar (MFR, Reumatologia,
Ortopedia, Fisioterapia, entre outros), sendo que a esse nível, o profissional de MFR intervém não só
na reabilitação pós-fractura, mas também na redução da possibilidade de ocorrência de uma nova
fractura.
As fracturas descritas neste caso (fracturas supracondilianas do fémur) são umas das fracturas
classicamente descritas após quedas da propria altura em doentes com osteoporose, tendo o treino de
Imagem 1-Radiografia AP dos joelhos com presença de fractura supracondiliana equilíbrio e marcha e o reforço muscular um papel fulcral no programa de reabilitação,
bilateral
empoderando o doente e diminuendo as hipóteses de uma nova queda e das consequências que daí
advenham.

Bibliografia
1. Sandhu SK, Hampson G, The pathogenesis, diagnosis, investigation and management of
osteoporosis Journal of Clinical Pathology 2011;64:1042-1050.
2. Dobbs MB, Buckwalter J, Saltzman C. Osteoporosis: the increasing role of the
orthopaedist. Iowa Orthop J. 1999;19:43-52.
3. Siris ES, Adler R, Bilezikian J, et al. The clinical diagnosis of osteoporosis: a position statement
from the National Bone Health Alliance Working Group. Osteoporos Int. 2014;25(5):1439-1443.
doi:10.1007/s00198-014-2655-z

Imagem 2 e 3-TC (corte coronal) dos joelhos com evidente fractura supracondiliana
bilateral

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