• Reserva de energia • Constituição do glicocálice • Reconhecimento e sinalização celular • Na interação de células • Componentes da matriz extracelular • Secreções de mucosa • Na formação de parede celular de plantas e bactérias. Classificação dos carboidratos • Monossacarídeos • Dissacarídeos • Oligossacarídeos • polissacarídeos Monossacarídeos • São as menores unidades de açúcar e não podem ser hidrolisados em açucare mais simples. • Tem um esqueleto de 3 a sete carbonos. • A depender da quantidade de carbonos os monossacarídeos podem ser classificados em: 3 – trioses , 4 tetroses, 5 pentoses, 6 hexoses, 7 septoses. Monossacarídeos Os carboidratos tem função orgânica mista: Poliálcool aldeído ou poliálcool cetona , dependendo da função orgânica presente pode ser classificado em aldose ou cetose. A aldose se encontra na extremidade da cadeia carbônica. E a cetose a carbonila se encontra no meio da cadeia carbônica. Monossacarídeos Gliceraldeíddo (triose). Os monossacarídeos apresentam muitos carbonos em sua cadeia sendo assimétricos o que possibilita a formação de isômeros , dois deles de grande importância D e L, depende com sua relação espacial com o monossacarídeos mais simples os gliceraldeído. O gliceraldeído é uma triose e possui apenas um carbono assimétrico em sua estrutura e a disposição do grupo hidroxila (OH) pode esta a direita configuração D ou a esquerda configuração L. Monossarideos Os monossacarídeos que apresentarem o carbono assimétrico mais distante do grupo aldoxila com a mesma configuração do D-gliceraldeído serão designados como isômero D. Caso, a configuração desse carbono assimétrico mais distante da aldoxila for a mesma do L-gliceraldeído, o monossacarídeo será do tipo L. A maioria dos monossacarídeos de ocorrência natural possui configuração D. A isomeria espacial tem maior importância biológica, considerando-se tanto a isomeria cis-trans (geométrica), importante para o estudo da estrutura de ácidos graxos, quanto a isomeria óptica, essencial para o estudo das estruturas de aminoácidos e monossacarídeos. Monossarídeos apenas as formas L-aminoácidos estão presentes nas cadeias proteicas, bem como a forma D dos monossacarídeos possuem importância nas vias metabólicas que envolvem os carboidratos. Carbonos epímeros: Os isômeros que diferem nas posições do grupo hidroxila em apenas um carbono assimétrico são chamados de epímeros. Monossacarídeos As configurações do tipo Alfa e beta são originadas da reação de cicliquização. temos as configurações alfa-D-glicose e beta-D-glicose. D – Ribose é um componente estrutural dos ribonucleotídeo , base na composição de importantes biomoléculas: RNA (ácido ribonucleico), ATP (trifosfato de adenosina),NAD ( nicotiamida adenina dinucleotídeo), Os ribonucleotídeos, compostos formados pela ribose, fosfato e base nitrogenada, servem como substratos para síntese de desoxirribonucleotídeos, as unidades de construção de DNA. Monossacarídeos A D-ribulose é uma intermediária da via da pentose- fosfato, responsável pela síntese de ribose 5-fosfato a partir da glicose; Em relação às hexoses, podemos citar a D-glicose, D- frutose, D-galactose e D-manose. A D-glicose é o mais abundante monossacarídeo da Terra, apresentando várias funções, principalmente como fonte e reserva de energia. A D-frutose também pode ser utilizada como fonte energética na via glicolítica. Monossacarídeos A D-galactose é constituinte da lactose, produzida nas glândulas mamárias, bem como é componente da parte glicídica de glicoproteínas e glicolipídios; já a D-manose é constituinte de glicoproteínas, e esses são alguns exemplos de monossacarídeos e suas funções no organismo. Os monossacarídeos são unidades de construção de carboidratos mais complexos: os dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Monossacarídeos OS monossacarídeos unem – se por ligações covalentes chamadas de ligações glicosídicas: Ligações glicosidicas ( a formação dessas ligações a catalizadas pelas enzimas Glicotransferases) é uma reação de desidratação com formação de molécula de água. As ligações glicosídicas são nomeadas conforme o tipo de anômero, alfa ou beta, bem como os carbonos envolvidos na ligação química. Lactose: é um dissacarídeo formado pela ligação glicosídica entre carbono 1 beta – D – galactose e carbono 4 – beta- D- glicose. Essa ligação é chamada de Beta 1 – 4. Monossacarídeos Outro exemplo elucidativo é o do glicogênio, um polissacarídeo formado apenas por moléculas de alfa-D- glicose. As ligações glicosídicas ocorrem entre o carbono 1 da alfa-D-glicose e o carbono 4 de outra alfa-D- glicose, formando a ligação do tipo (alfa 1 - 4). Como esse polissacarídeo também é ramificado, temos outro tipo de ligação glicosídica presente, a que ocorre entre o carbono 1 da alfa-D-glicose da ramificação e o carbono 6 da alfa-D-glicose da cadeia principal. Dissacarídeos Os dissacarídeos são carboidratos formados por dois monossacarídeos unidos pela ligação glicosídica, e os mais abundantes são a sacarose, a lactose e a maltose. Sacarose: é o açúcar extraído da cana e da beterrada composta por Alfa – D – glicose e pela beta – D – Frutose. Unidas por ligações glicosídicas tipo ( alfa 1 e beta 2). ou seja, pela ligação química entre o carbono 1 da alfa-D-glicose e o carbono 2 da beta-D-frutose. Dissacarídeos Já a maltose, resultado da hidrólise de amido e glicogênio, é um dissacarídeo formado pela ligação entre o carbono 1 da beta-D-glicose e o carbono 4 de outra beta-D-glicose. Outros exemplos de dissacarídeos são: isomaltose, lactulose e trealose. Oligossacarídeos Os oligossacarídeos, por sua vez, são polímeros curtos formados por poucos monossacarídeos unidos pelas ligações glicosídicas. Em geral, eles estão ligados a proteínas e esfingolipídeos, formando os glicoconjugados. Polissacarídeos Já os polissacarídeos ou glicanos são longas cadeias formadas por muitas unidades de monossacarídeos ligadas entre si por ligações glicosídicas. Os polissacarídeos podem ser classificados como homopolissacarídeos e heteropolissacarídeos. Os homopolissacarídeos são cadeias formadas por apenas um tipo de monossacarídeo. Como exemplos, temos o glicogênio, a celulose, o amido e a dextrana (todos formados apenas pelo monossacarídeo glicose). Os heteropolissacarídeos são cadeias formadas por dois ou mais tipos de monossacarídeos. Podemos destacar como exemplos de heteropolissacarídeos os glicosaminoglicanos e o peptideoglicano (componente estrutural da parede celular de bactérias). Polissacarídeos Além disso, os polissacarídeos podem ser ramificados ou lineares. Como exemplos de polissacarídeos ramificados, temos o glicogênio e a amilopectina (polímero de glicose ramificado que constitui o amido). Em relação aos polissacarídeos lineares não ramificados, podemos citar a celulose e a amilose (polímero de glicose não ramificada que também constitui o amido). Glicogênio e amido O glicogênio e o amido são polissacarídeos de armazenamento de moléculas de glicose e, portanto, são reservas de energia. O amido, constituído por dois polímeros (a amilose e a amilopectina), é a reserva de energia das células vegetais. Nas células animais, a reserva de energia é o glicogênio, encontrado principalmente nas fibras musculares e nos hepatócitos. Glicogênio e amido Tanto no amido quanto no glicogênio, as moléculas constituintes são alfa-D-glicose, que estão ligadas entre si por ligações do tipo (alfa 1 - 4), formando as cadeias principais, enquanto que as ramificações ocorrem com as ligações (alfa 1 - 6). A celulose, componente da parede celular de plantas, é um polissacarídeo formado por moléculas de D-glicose unidas entre si por ligações do tipo (beta 1 - 4). Glicosaminoglicanos Os glicosaminoglicanos são heteropolissacarídeos não ramificados formados por repetições de uma unidade dissacarídica composta por um açúcar ácido e um açúcar aminado. O açúcar ácido pode ser o ácido D-glicurônico ou ácido L-idurônico, enquanto o açúcar aminado pode ser D- glicosamina ou D-galactosamina, podendo estar acetilados ou não. No caso de estarem acetilados, os açúcares aminados passam a ser chamados de N-acetil-D-glicosamina e N- acetil-D-galactosamina. Glicosaminoglicanos Esses açúcares são produtos de modificações químicas na glicose ou galactose com adição de grupo carboxila para formar açúcar ácido e de grupo amino para formar açúcar aminado. Os glicosaminoglicanos também podem conter grupos sulfato, que, com os grupos carboxila, tornam esses polissacarídeos negativos. Devido a essa natureza negativa, as cadeias de glicosaminoglicanos mantêm-se estendidas e envolvidas por moléculas de água, e isso garante a viscosidade, lubrificação, adesão e resistência à compressão das secreções das mucosas, do fluido sinovial e da matriz extracelular. Glicosaminoglicanos Devido à presença nas secreções da mucosa, os glicosaminoglicanos também são conhecidos como mucopolissacarídeos. Como exemplos de glicosaminoglicanos, podemos destacar o ácido hialurônico, condroitina 4 e 6-sulfato, queratan sulfato, heparan sulfato e a heparina. Proteoglicanos Os proteoglicanos, glicoproteínas e glicoesfingolípideos são exemplos de glicoconjugados. Os proteoglicanos são formados pela ligação de uma ou mais cadeias de glicosaminoglicanos a uma proteína de membrana ou, mais comumente, a uma proteína do meio extracelular. Nos proteoglicanos, os glicosaminoglicanos respondem por mais de 90% da massa desses glicoconjugados. Já os proteoglicanos são componentes essenciais da matriz extracelular de todos os tecidos. Como exemplos de proteoglicanos de matriz extracelular, podemos citar a agrecana (principal componente da cartilagem) e a decorina (secretada pelos fibroblastos e que regula a união entre as fibrilas de colágeno). Glicoproteínas As glicoproteínas são compostas por proteínas ligadas a oligossacarídeos. Diferentemente dos proteoglicanos, a porção proteica é predominante nas glicoproteínas. Podemos encontrar glicoproteínas na membrana plasmática, como parte do glicocálice, na matriz extracelular e no plasma sanguíneo. O glicocálice ou glicocálix é a estrutura formada pelas porções glicídicas de glicoproteínas e de glicoesfingolipídeos que está presente na parte externa da membrana plasmática. Proteínas e enzimas Defesa do organismo Sustentação Transporte e armazenamento de substancia (hemoglobina) Movimento Recepção de sinais da célula Geração de impulsos elétricos Hormônios ( insulina,glicagon) Volume plasmático. Formação das proteínas As moléculas de DNA, por sua vez, formam os cromossomos que estão presentes nos núcleos das células, portanto, no DNA, estão codificadas as informações para a síntese de qualquer proteína ou peptídeo do organismo. As informações genéticas, presentes no DNA, não são decodificadas diretamente pelos ribossomos. Por isso, é necessário, inicialmente, sintetizar uma molécula intermediária. Formação de proteínas No caso, essa molécula é o RNA (ácido ribonucleico) do tipo mensageiro. Dessa forma, a molécula de DNA serve de molde para a síntese do RNA mensageiro, reação catalisada pela enzima RNA polimerase, em um processo chamado de transcrição. Em seguida, o RNA mensageiro leva a informação contida no gene para os ribossomos, estruturas citoplasmáticas formadas por proteínas e RNA ribossômico, que fazem a “leitura” desse RNA e “traduzem” a informação em sequência de aminoácidos. Formação das proteínas A síntese de proteínas é denominada tradução, pois a linguagem de bases nitrogenadas é traduzida para a linguagem de aminoácidos, portanto, as informações contidas no DNA são expressas em proteínas. Estrutura de proteínas estrutura de uma proteína: estrutura primária, estrutura secundária, estrutura terciária e estrutura quaternária. Estrutura primaria: A estrutura primária corresponde à sequência linear de aminoácidos unidos entre si pelas ligações peptídicas. Ligação peptidíca: a ligação peptídica é formada pela ligação entre o grupo carboxila de um aminoácido e o grupo amino de outro aminoácido, com formação de uma molécula de água. Estrutura secundária: Ela é composta por arranjos de aminoácidos que se repetem ao longo da sequência linear, resultado das interações entre os aminoácidos vizinhos. Essas interações são mediadas por pontes ou ligações de hidrogênio entre o átomo de oxigênio do grupo carboxila de um aminoácido e o átomo de hidrogênio do grupo amino de outro aminoácido localizados próximos na sequência linear. Existem muitas estruturas secundárias estáveis ao longo da cadeia proteica, porém as duas mais frequentes são a hélice (alfa) e a folha (beta). Helice alfa Helice alfa: A hélice alfa apresenta estrutura helicoidal, bem compacta e com as cadeias laterais dos resíduos (aminoácidos constituintes da cadeia proteica), estendendo-se para fora do eixo central. Folha Beta Folha beta: A folha beta apresenta estrutura composta por dois ou mais segmentos da cadeia proteica que estão em paralelo e unidos por ligações de hidrogênio. Estrutura tercíária Na estrutura terciária, a proteína adquire a sua conformação tridimensional por meio do dobramento da cadeia polipeptídica. As cadeias laterais de aminoácidos próximos ou distantes interagem entre si, além das interações entre as estruturas secundárias presentes na cadeia polipeptídica. A estrutura terciária é estabilizada pelas ligações intermoleculares, como as ligações de hidrogênio, as ligações de van der Waals, as pontes dissulfeto e as ligações iônicas. Na proteína com estrutura terciária, há regiões funcionais chamadas de domínios, responsáveis pela interação com o substrato ou ligante. Portanto, na estrutura terciária, a proteína apresenta função. Estrutura quaternária Caso a proteína seja composta por duas ou mais cadeias polipeptídicas, interagindo entre si, a estrutura resultante é a quaternária. Cada uma dessas cadeias polipeptídicas, dentro da estrutura quaternária, é chamada de subunidade. Temos a hemoglobina uma proteína composta formada por quatro subunidades. As interações intermoleculares que estabilizam a estrutura quaternária são: ligações de hidrogênio, pontes dissulfeto ligações de van der Waals e ligações iônicas. A proteína em estrutura quaternária também apresenta função. Dobramento da cadeia polipeptidica O dobramento da cadeia polipeptídica é determinado pela interação entre as cadeias laterais dos aminoácidos adjacentes e distantes que estão presentes na sequência linear, portanto, a sequência de aminoácidos da estrutura primária determina o padrão de dobramento da proteína. Uma alteração na sequência primária, decorrente de mutação no gene, resulta em alteração no padrão de dobramento da proteína, o que pode acarretar em perda ou prejuízo da sua função, causa ou fator predisponente de muitas doenças. Existem proteínas que participam do processo do dobramento das cadeias polipeptídicas chamadas de chaperonas ou proteínas de choque térmico. Além do dobramento da cadeia polipeptídica, as propriedades funcionais das proteínas também são dependentes de modificações pós-traducionais que ocorrem no retículo endoplasmático rugoso e no complexo de Golgi com a adição de grupos químicos nos aminoácidos presentes na proteína. Por exemplo, a adição de grupo hidroxila (hidroxilação) nos aminoácidos prolina e lisina da proteína colágeno resulta na formação de hidroxiprolina e hidroxilisina, respectivamente. Esses dois aminoácidos modificados são essenciais para a atividade do colágeno na resistência à tensão em vários tecidos (pele, parede dos vasos sanguíneos, ossos etc.). A desnaturação da proteína é a perda da sua estrutura tridimensional (terciária ou quaternária) devido ao rompimento das interações intermoleculares entre os seus aminoácidos constituintes, resultado da ação do calor e/ou de alterações do pH. Com a desnaturação, a proteína perde a sua função. Já as ligações peptídicas são mantidas, pois são rompidas apenas pela ação de enzimas específicas (as proteases) em um processo chamado de proteólise. Degradação preoteíca A degradação proteica ocorre por meio do rompimento das ligações peptídicas, um processo chamado de proteólise, catalisado por enzimas específicas: Proteases e peptidases. No meio intracelular, a proteólise é realizada pelos lisossomos e pelos proteassomos. Lisossomos: Os lisossomos são vesículas membranosas que contêm diversas enzimas, como proteases, lipases, ribonucleases e outras. Essas enzimas funcionam em pH ligeiramente ácido, em torno de 5, degradando as proteínas de origem extracelular e as intracelulares pelo processo de autofagia. Proteassomos Os proteassomos são complexos proteicos, formados por uma unidade catalítica central e duas unidades regulatórias nas extremidades, que realizam uma proteólise dependente de ATP. Inicialmente, as proteínas que precisam ser degradadas são ligadas a uma cadeia de várias proteínas chamadas de ubiquitina, em uma sequência de eventos com participação de enzimas e com gasto de energia. A proteína alvo marcada com a cadeia de poliubiquitina é reconhecida pela unidade regulatória do proteassomo; as ubiquitinas são removidas da proteína alvo, que, em seguida, é direcionada para o centro catalítico do proteassomo para o processo de proteólise. na outra extremidade do proteassomo, pequenos peptídeos, os produtos da proteólise, são liberados; e no citoplasma, peptidases degradam esses pequenos peptídeos, liberando os aminoácidos. Velocidades das reações quimícas
Há três fatores que aumentam a velocidade de uma
reação química: Elevação da temperatura: produz um aumento da velocidade de movimento das moléculas reagentes (maior energia cinética), com isso, mais moléculas reagentes apresentam energia igual ou superior à energia de ativação, o que aumenta o número de colisões que resultam em reação química. Concentração de moléculas dos reagentes: pois aumenta as chances de colisões entre essas moléculas. Presença de catalizadores nas substancias :que reduzem a energia de ativação de uma reação química. Dessa maneira, ocorre maior número de colisões entre as moléculas reagentes que resultam em formação de novos produtos e, consequentemente, no aumento da velocidade dessa reação química. Os catalisadores dos nossos organismos são as enzimas. Enzimas As reações químicas que ocorrem no organismo são extremamente lentas e não podem sustentar a vida sem a presença das enzimas. Essas proteínas são os catalisadores biológicos e aceleram a velocidade das reações químicas do organismo. O termo metabolismo se refere ao conjunto das reações químicas do organismo, então, podemos dizer que as enzimas catalisam o metabolismo. Cada reação química é catalisada por uma enzima específica, e essa especificidade é consequência da estrutura tridimensional (terciária ou quaternária) da enzima. pois durante o dobramento da enzima, ocorre a formação de fendas, em que as moléculas reagentes se encaixam adequadamente. As moléculas reagentes são chamadas de substratos, enquanto que as fendas na estrutura tridimensional são chamadas de sítios catalíticos. Dessa maneira, podemos dizer que os substratos e os sítios catalíticos possuem formatos complementares, o que permite o encaixe adequado. Inicialmente, os sítios catalíticos não têm um formato rígido para os substratos, assim, à medida que ocorrem as interações entre os sítios catalíticos e os substratos, há uma pequena alteração na conformação das enzimas, o que permite um melhor ajuste dos sítios catalíticos ao redor dos substratos. Dessa forma, há o aumento das interações entre os substratos e os sítios catalíticos das enzimas, o que possibilita reduzir a energia de ativação das reações químicas e, consequentemente, aumentar a velocidade dessas reações químicas. Catalise enzimática A catálise enzimática (reação química catalisada pela enzima) pode ser influenciada por três fatores: concentração de substrato, temperatura e pH. Em relação ao primeiro fator, quanto maior a concentração de substrato, maior é a saturação das enzimas (sítios catalíticos ocupados por substratos) e maior é a velocidade da catálise enzimática. Em relação à temperatura, existe um valor ótimo para a atividade máxima das enzimas. Com o aumento ou a diminuição da temperatura em relação ao valor ótimo, a atividade enzimática é reduzida. Quanto ao terceiro fator, as enzimas possuem valores ótimos de pH para as suas atividades catalíticas. Em geral, a maioria das enzimas tem atividade catalítica máxima em pH neutro, porém algumas enzimas possuem outros valores ótimos de pH. Por exemplo: a pepsina (a enzima proteolítica do suco gástrico), que possui pH ótimo em torno de 2 a 3. holoenzima A holoenzima é o nome dado para o conjunto formado pela enzima e pelo cofator. Os cofatores podem ser íons inorgânicos ou moléculas orgânicas. Como exemplos de íons inorgânicos como cofatores, temos o íon Mg2+ na hexocinase (enzima que catalisa a transferência do grupo fosfato do ATP para a glicose com a formação do produto glicose 6-fosfato. e o íon Zn2+ na anidrase carbônica (enzima que catalisa as reações químicas do sistema-tampão do íon bicarbonato). As moléculas orgânicas que atuam como cofatores são chamadas de coenzimas, em geral, derivadas de vitaminas. Como exemplos de coenzima, temos a flavina adenina dinucleotídeo ou FAD, derivada da vitamina B2 ou riboflavina, presente na succinato desidrogenase (enzima que catalisa a conversão do fumarato em succinato no ciclo de Krebs), Creatina quinase a creatina quinase é a enzima que catalisa a fosforilação da creatina, formando a fosfocreatina, um reservatório de energia para os tecidos. Troponinas: proteínas que regulam o processo contrátil de músculos esquelético e cardíaco. Há três tipos: troponina T (possui afinidade com a tropomiosina, outra proteína que participa da regulação da contração muscular), troponina I (possui afinidade pela actina, proteína responsável pela contração muscular com a miosina) e troponina C (possui afinidade pelos íons cálcio, responsáveis pelo início da contração muscular). Mioglobina proteína presente nas fibras musculares cardíaca e esquelética e responsável por armazenar e facilitar a difusão de gás oxigênio no citoplasma das fibras musculares. Constante de michaelim O valor da constante de Michaelis determina a afinidade da enzima pelo substrato. Um valor de constante alto indica baixa afinidade, pois é necessária uma maior concentração de substrato para se interagir com as enzimas e atingir a metade da velocidade máxima da reação química. Já um valor de constante baixo indica alta afinidade da enzima pelo substrato, pois uma concentração menor de substratos já é o suficiente para se alcançar a metade da velocidade máxima da reação química. Na Figura 1.20, temos a comparação, no gráfico, de dois diferentes valores de constante de Michaelis (Km). Inibidores enzimáticos A atividade enzimática pode ser interrompida ou reduzida pela ação de substâncias chamadas de inibidores. Os inibidores são importantes para a regulação de vias metabólicas, como também na prática clínica, pois muitos fármacos e substâncias tóxicas atuam na inibição de enzimas. A inibição da enzima pode ser reversível, quando ocorre a dissociação rápida da interação entre inibidor e enzima, ou irreversível, quando a dissociação da interação entre inibidor e enzima ocorre muito lentamente ou, até mesmo, não ocorre. Tipos de inibição Os tipos mais comuns de inibição reversível são a competitiva e a não competitiva. Competitiva: Na inibição competitiva, o inibidor compete com o substrato pelo sítio catalítico, reduzindo a velocidade da reação química. O valor da constante de Michaelis é aumentado na presença do inibidor competitivo, o que indica que uma maior concentração de substrato é necessária para se atingir a metade da velocidade máxima da reação química. A inibição competitiva pode ser neutralizada com o aumento da concentração de substrato, e como os inibidores competitivos podem bloquear vias metabólicas, são chamados também de antimetabólitos. Inibidores não competitivos: A inibição não competitiva não é anulada com o aumento da concentração de substratos, como ocorre na inibição com.etitiva. os inibidores não competitivos não alteram a afinidade da enzima pelo substrato, por isso, o valor da constante de Michaelis não é alterado, porém a velocidade máxima da reação química é reduzida. Em geral, os inibidores não competitivos estão mais relacionados com a Toxicologia, como os pesticidas organofosforados. Aminoácidos e peptídeos Os aminoácidos são as unidades de construção dos peptídeos e proteínas. Em outras palavras, os peptídeos e as proteínas são cadeias ou polímeros lineares de aminoácidos. Os peptídeos são cadeias curtas, com no máximo 50 aminoácidos, já as proteínas são cadeias maiores, com mais de 50 aminoácidos (em geral, são centenas e até milhares de aminoácidos presentes na cadeia). Polímeros A proteína e o peptídeo são polímeros formados por monômeros chamados de aminoácidos. Outro exemplo é o DNA, um polímero formado por monômeros chamados de nucleotídeos. Estrutura de um aminoácido O termo aminoácido é derivado dos dois grupos químicos presentes na estrutura, o grupo amino e o grupo ácido carboxílico. Os aminoácidos comuns, além de serem unidades de construção de peptídeos e proteínas, podem desempenhar outras funções no organismo. Os aminoácidos podem ser classificados, conforme a natureza da cadeia lateral, em apolares, polares sem carga elétrica, ácidos (presença de carga negativa na cadeia lateral) e básicos (presença de carga positiva na cadeia lateral). Aminoácidos incomuns O termo “incomum” vem do fato de que esses aminoácidos são encontrados em proteínas específicas, não sendo comuns a todas as proteínas. Após a incorporação dos aminoácidos comuns na cadeia proteica, alguns deles podem sofrer modificações químicas no retículo endoplasmático rugoso, originando os aminoácidos incomuns. Exemplos de aminoácidos incomuns: 4-hidroxiprolina, 5- hidroxilisina, 6-N-metil-lisina e desmosina. Essas modificações químicas conferem propriedades importantes às proteínas, como a 4-hidroxiprolina e a 5-hidroxilisina contribuem para uma maior estabilidade da proteína colágeno. Os aminoácidos, em solução aquosa, são compostos anfóteros, ou seja, possuem comportamento ácido e básico. Os grupos amino e carboxila podem agir como ácidos quando doam prótons ao meio ou como bases quando recebem prótons do meio. Nos aminoácidos ácidos e básicos, as cadeias laterais também podem agir como doadores ou receptores de prótons. As formas protonadas ou desprotonadas dos grupos amino e carboxila, além das cadeias laterais, em alguns casos, dependem do pH do meio. como hemoglobina e albumina, que também agem como sistemas-tampão. Aminoácidos comuns Os aminoácidos comuns possuem o carbono central ligado à quatro ligantes diferentes, exceto a glicina, na qual o carbono central está ligado a dois ligantes iguais ao átomo de hidrogênio. No caso desses aminoácidos, o carbono central é assimétrico, o que permite duas configurações moleculares possíveis. Os aminoácidos que possuem configuração relacionada ao L-gliceraldeído são denominados L-aminoácidos e apresentam o grupo amino à esquerda do carbono central. Já os aminoácidos que possuem configuração relacionada ao D-gliceraldeído, com o grupo amino à direita do carbono central, são chamados de D-aminoácidos. Os ribossomos só reconhecem os L-aminoácidos como substratos para a síntese proteica; e a configuração D- aminoácido só é encontrada em poucos exemplares de peptídeos de bactérias e plantas. Como os aminoácidos constroem os peptídeos Os aminoácidos são ligados para formarem uma cadeia proteica , denominada ligação peptídica, é do tipo covalente e formada nos ribossomos durante o processo de tradução. A ligação peptídica, por sua vez, ocorre entre o grupo carboxila (ou ácido carboxílico) de um aminoácido e o grupo amino de outro aminoácido, nessa reação, há a formação de uma molécula de água. o peptídeo de dois aminoácidos (dipeptídeo) possui duas extremidades, a N-terminal, correspondente ao grupo amino livre, e a C-terminal, correspondente ao grupo carboxila livre. Por convenção, a extremidade N-terminal sempre estará à esquerda da cadeia proteica, já a extremidade C-terminal estará à direita da cadeia proteica. Tradução A síntese proteica depende dos processos de transcrição e tradução. Inicialmente, as informações referentes às sequências de aminoácidos de cada tipo proteico se encontram nos genes, segmentos do DNA, presentes nos cromossomos. Os ribossomos são estruturas citoplasmáticas, formadas por RNA ribossômico e proteínas, responsáveis pela síntese proteica. Como as informações genéticas estão no núcleo e os ribossomos estão no citoplasma, é necessário um intermediário que faça essa comunicação. Então, as informações genéticas são transferidas para o RNA mensageiro, em um processo chamado de transcrição; a seguir, o RNA mensageiro sai do núcleo para o citoplasma, em que se associa aos ribossomos. Essas estruturas traduzem a linguagem de bases nitrogenadas do RNA mensageiro em linguagem de aminoácidos para a síntese proteica, por isso, esse processo é denominado de tradução. Quebra e absorção de aminoácidos As proteínas e os peptídeos sofrem digestão no trato gastrintestinal por ação das proteases e peptidases, enzimas que quebram a ligação entre os aminoácidos. No estômago, em ambiente ácido (pH entre 1,0 e 3,0), as proteínas sofrem desnaturação, o que facilita a ação da enzima pepsina, e o resultado dessa digestão química é a formação de aminoácidos e pequenos peptídeos. Em seguida, no duodeno, as enzimas digestivas pancreáticas (tripsina, quimotripsina, elastase), especialmente a tripsina, bem como as da mucosa duodenal, terminam a digestão proteica, restando os aminoácidos que serão absorvidos pelas células da mucosa duodenal por meio do sistema de cotransporte com o íon sódio ( Na+ ). Classificação dos aminoácidos Os aminoácidos comuns também podem ser classificados conforme a capacidade de síntese desses aminoácidos pelo organismo. já os aminoácidos não essenciais são sintetizados pelo organismo em quantidades adequadas à demanda metabólica. e os aminoácidos essenciais não são sintetizados pelo organismo, por isso, precisam ser obtidos por meio da alimentação. Os aminoácidos não essenciais e os condicionalmente essenciais são sintetizados a partir de intermediários de várias vias metabólicas, como a glicólise e o ciclo de Krebs. O nitrogênio é obtido pelo organismo por meio da alimentação, especialmente dos aminoácidos contidos nas proteínas dos alimento. já o glutamato e o aspartato são sintetizados a partir da adição de grupo amino aos intermediários do ciclo de Krebs alfa- cetoglutarato e oxaloacetato, o glutamato é precursor da glutamina e da prolina, enquanto que o aspartato é precursor da asparagina; a alanina é sintetizada a partir da adição do grupo amino ao piruvato, molécula resultante da glicólise; a serina é derivada do 3-fosfoglicerato, um intermediário da glicólise, por sua vez, é precursora da glicina. a cisteína é derivada da homocisteína, que é derivada da metionina, um aminoácido essencial, por isso, a síntese de cisteína depende da ingestão adequada de metionina; e a tirosina é derivada da fenilalanina, um aminoácido essencial. Semelhante à cisteína, a síntese de tirosina depende de um suprimento adequado de fenilalanina na alimentação.