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Resenha Crítica - 2001: Uma Odisséia no Espaço

O filme 2001: Uma Odisséia no Espaço foi uma colaboração entre o diretor Stanley
Kubrick e o escritor do romance de mesmo nome, Arthur C. Clarke, publicado
posteriormente no mesmo ano.
No início do filme vemos a Terra primitiva e primatas lutando pela sobrevivência,
quando um dia um grande monolito preto surge e como que influenciados pelo mesmo, os
primatas aprendem a usar ferramentas, tendo uma vantagem evolutiva em relação aos
outros.
Milhares de anos depois, vemos o Dr. Heywood Floyd em uma espaçonave, se
dirigindo a uma grande estação espacial a caminho da base Clavius na Lua. Ao chegar na
base, o Dr. Floyd se dirige a uma anomalia encontrada chamada de Anomalia Magnética
Tycho Um, um monolito idêntico ao visto na Terra na primeira parte do filme.
Avançamos mais alguns meses no tempo e vemos os membros de uma missão para
Júpiter, a bordo da espaçonave Discovery One, equipada com o computador HAL 9000.
Durante a viagem os doutores David Bowman e Frank Poole percebem que HAL, que é
“infalível”, comete um erro e começa a agir de modo estranho e não é mais confiavél. HAL,
ao saber que David e Frank pretendiam desligá-lo, articula um plano para matar os dois e o
resto da tripulação que estava em hibernação. David consegue escapar e desliga HAL e
então recebe a notícia de que o real objetivo de sua missão era investigar as ondas de rádio
transmitidas pelo artefato na Lua em direção a Júpiter.
Possivelmente influenciado pelo movimento antipositivista da época, Arthur explora a
possibilidade de a teoria da evolução darwiniana não ser completamente correta. Usando o
argumento da infradeterminação, podemos dizer que a teoria darwiniana é uma das infinitas
teorias empiricamente iguais ao mostrado no filme, porém explicando erroneamente o
motivo da evolução.
Pode-se dizer também que o autor foi altamente influenciado pelo contexto histórico
e social em que se encontrava. Mesmo contando com a consultoria de profissionais da
NASA, Clarke imaginava a virada do século como um futuro utópico e tecnológico, onde as
viagens espaciais seriam banais, devido aos grandes avanços na área na década de 60
(início das viagens tripuladas ao espaço com alta frequência devido a guerra fria).
Devido ao evidenciado no parágrafo anterior e ao fato de o filme não mostrar
nenhum problema social, assume-se que o autor acreditava na premissa de que quanto
mais ciência desenvolvida, mais tecnologia, e consequentemente, maior a riqueza e bem
estar social da comunidade como um todo. Isso se deve ao fato de, na época, a ciência era
tratada como uma mercadoria, o que a relacionava diretamente com a riqueza e bem estar
social local.
Ao final da obra, o personagem principal tem uma experiência bastante
perturbadora e traumática, em que David enxerga uma variedade de cores e
padrões psicodélicos e paisagens em tons estranhos (representando paisagens
alienígenas) que pode representar o medo do desconhecido. E terminando
“prisioneiro” representando a vulnerabilidade e fragilidade do ser humano em
relação ao desconhecido.

Matheus Baarini Martim.


RA: 11201722323.

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