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Filme 2001: Uma Odisseia no Espaço, título original 2001: A Space Odyssey, dirigido por Stanley
Kubrick, lançado nos cinemas dos Estados Unidos em 03 de abril de 1968 e no Brasil em 29 de
abril de 1968.
Livro 2001: Uma Odisseia no espaço, título original 2001: A Space Odyssey, foi escrito por Arthur
C. Clark conjuntamente com o filme o qual foi corroterista com Stanley Kubrick. Lançado em
1968.
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O filme 2001: Uma Odisseia no Espaço é um clássico da ficção cientifica que renovou a estética
cinematográfica dos filmes de ficção científica até então e obra da genialidade do cineasta Stanley
Kubrick e do escritor e corroterista Arhur C. Clark. O projeto tem como inspiração inicial o conto
The Sentinel de Clark escrito em 1948 e publicado pela primeira vez em 1951 na revista 10 Story
Fantasy como "Sentinel of Eternity". Devido o filme e o livro terem sido lançados
concomitantemente ambos se completam para o entendimento da mensagem proposta por
Kubrick e Clark, apesar de uma ser uma cinematográfica e outra ser uma obra literária. Nesta
resenha crítica observaremos o episódio "Aurora do Homem” no livro e no filme.
A primeira observação é que não existe um episódio chamado “Aurora do Homem” ou “Amanhecer
do Homem” no livro 2001 Uma Odisseia no espaço. No livro temos A Noite Primitiva que inicia
no capítulo 1 - O Caminho da Extinção e finaliza no capítulo 6 - A Ascensão do Homem.
Resumo do livro
Capítulo 1- O Caminho da Extinção. Clark descreve pré hominídeos vegetarianos que vivem em
cavernas em grupos de 20 a 30 indivíduos. Estão na região equatorial da África em um local árido
de escassa comida próximo a uma rara fonte de água. Outro grupo de pré hominídeos
compartilham a mesma fonte de água assim como outros animais. Apesar das hostilidades com
gritos e urros raramente há enfrentamentos físicos ficando cada grupo em uma margem.
Diariamente saem em busca de alimentos a exceção dos indivíduos velhos e os filhotes. Retornam
as cavernas no fim da tarde para se protegerem. Uma existência sugerida para a extinção devido
a escassez de alimentos e ambiente hostil a sobrevivência. Neste contexto Clark batiza o líder de
um dos grupos de Amigo da Lua devido sua contemplação desprovida de consciência na lua.
Capítulo 2 – Nova Pedra. Surge o monolito negro da noite para o dia próximo as cavernas do
grupo do Amigo da Lua. Inicialmente o grupo do Amigo da Lua mostra curiosidade. Admiram,
tocam e até tentam provar o gosto do estranho objeto. Passado algum tempo tanto ele quanto
os outros individuas retornam a sua rotina da procura de alimentos. Famintos e cansados
retornam para fonte antes de subiram até as cavernas. Neste momento são tomados por estranha
sensação de sons e cores que partem do monolito colocando-os numa espécie de transe. Clark
sugere que estão sendo estudados pelo monolito e incentivados subconscientemente a fazer
coisas manuais como um nó em um cipó ou galho. Assim como arremessos de pedras. Até que
as cores e sons cessam o transe acaba.
Capitulo 3 – Academia. No outro dia o Amigo da Lua e seus companheiros ignoraram o monolito.
Não havia serventia para eles como alimento ou qualquer outro fim. E o transe da noite anterior
não alterou sua percepção de mundo. Tirando novo embate de gritos e urros com os outros
hominídeos na vez de beber a já escassa água, nada de novo na procura de alimentos. Todavia
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a noite o monolito mais uma vez age. Escolhe os indivíduos mais capazes e entre eles o Amigo
da Lua. Interfere na sua mente e sugestiona visões de prosperidade alimentar e família (fêmea
e filhotes). O transe foi mais curto, porém as imagens supostamente imaginadas ou criadas pelo
monolito permaneceram no Amigo da Lua. As implantações destas lembranças sucederam dia
após dia condicionando-os. Na lua nova a tribo assistiria um nascimento e duas mortes. Uma
por inanição e outra por um acidente. Nesta hora o transe cessa e ao amanhecer o dia os corpos
não estavam mais presentes onde ficaram na noite anterior. Noite após noite as imagens se
repetiam no transe propiciado pelo monolito. Em um destes transes Amigo da Lua procura um
objeto, uma pedra com determinado formato. Esta pedra lhe dá uma sensação de poder e ao
avistar uma vara de porcos golpeia o porco mais próximo. O resto da vara de porcos continuou
pastando indiferente ao que acontecera. Os outros indivíduos ao notarem o que havia ocorrido,
repetem o golpe com a arma utilizada pelo Amigo da Lua.
Capítulo 6 – Ascensão do Homem. Vindo desta região da África um animal aparentemente não
apto evolui e conquistou seu espaço e espalhou pelo Terra apesar de haver animais maiores e
mais fortes. Os hominídeos padeceram e os homes modernos desabrocharam e aprenderam a
falar. A partir daí o conhecimento perpetrou.
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No filme estes 6 capítulos da Aurora do Homem transcorrem em aproximadamente 10 minutos e
Kubrick utiliza da ausência de diálogos e a combinação de imagens e música para tornar a Aurora
do Homem uma experiência cinematográfica única e inesquecível. Apesar da omissão na obra
cinematográfica de cenas descritas no livro, podemos afirmar que livro e filme sem mantém fiéis
a concepção artística da obra da genialidade de Kubrick e Clark.
Conclusão Crítica:
Tanto o livro como o filme tratam a Aurora do Homem com fidelidade mútua as duas obras, ou
seja, a versão cinematográfica e a literária são intrinsecamente ligadas. Por serem obras lançadas
em paralelo e coescritas por um diretor e um escritor simultaneamente, o impacto visual do filme
chama mais a atenção que a prosa. O sugestionamento que os pré hominídeos não teriam
evoluídos para os homens modernos se não houvesse influência extraterrestre é consolidada
tanto no livro quanto no filme. No caso do filme os recursos de imagens, fotografia, maquiagem,
figurinos, sonoplastia ampliam a percepção deste momento crucial onde a centelha da inteligência
é plantada nos pré hominídeos por influência extraterrestre. A utilização de ossos como
ferramentas e armas, simbolizando a ascensão da inteligência e do domínio sobre o ambiente.
Esta centelha foi a razão da sobrevivência e evolução da espécie humana obter sucesso sugerido.
Há espaço para discursões se esta inteligência inicial era nata e precisava ser acordada ou se
não a tínhamos e foi propositadamente inserida naquela espécie que parecia ser a mais adequada
para o salto evolucionário. O livro e filme não resolvem isso, mas sugerem que nunca estivemos
sozinhos.
[1] Filme 2001: A Space Odyssey, direção de Stanley Kubrick, EUA/Reino Unido, 1968.
[2] Arthur C. Clarke, 2001: Uma Odisseia no Espaço, 3ª reimp., trad. Fábio Fernandes, São
Paulo, Aleph, 2015.