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Um Livro Colaborativo
11 de julho de 2022
Organizadores
ii
Licença
iii
Nota dos organizadores
https://www.ufrgs.br/reamat/Calculo
iv
Prefácio
Em construção ... Gostaria de participar na escrita deste livro? Veja como em:
https://www.ufrgs.br/reamat/participe.html
v
Sumário
Capa i
Organizadores ii
Licença iii
Prefácio v
Sumário vii
1 Introdução 1
2 Curvas e trajetórias 2
2.1 Funções vetoriais de uma variável - curvas e trajetórias . . . . . . . 2
2.2 Comprimento de arco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Triedro de Frenet-Serret . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 Curvatura e Torção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3 Superfícies 26
3.1 Funções vetoriais de duas variáveis reais - superfícies . . . . . . . . 26
3.2 Quádricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.3 Caso particular onde a superfícies é definida por uma função . . . . 28
3.4 Vetor unitário normal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4 Campos vetoriais 30
4.1 Campos escalares e campos vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.2 Representação gráfica dos campos vetoriais . . . . . . . . . . . . . . 31
4.3 Cálculo com o operador nabla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.3.1 Operador ∇ ~ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.3.2 Operadores diferenciais de segunda ordem . . . . . . . . . . 35
vi
SUMÁRIO vii
5 Integral de Linha 43
5.1 A integral de linha para um campo escalar . . . . . . . . . . . . . . 43
5.2 A integral de linha para um campo vetorial . . . . . . . . . . . . . . 43
5.3 O Teorema Fundamental para Integral de Linha . . . . . . . . . . . 44
5.4 Relação entre campos irrotacionais e conservativos . . . . . . . . . . 46
5.5 O Teorema de Green . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
6 Integral de Superfície 49
6.1 Definição de integral de superfície para um campo escalar . . . . . . 49
6.1.1 Superfície definida como função de duas variáveis . . . . . . 50
6.2 Definição de integral de superfície para um campo vetorial . . . . . 52
6.2.1 Superfície definida como função de duas variáveis . . . . . . 53
6.3 O Teorema da Divergência de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
6.4 O Teorema de Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Referências Bibliográficas 66
Índice Remissivo 67
Introdução
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1
Capítulo 2
Curvas e trajetórias
Neste capítulo, estudamos funções vetoriais do tipo ~r(t), ou seja, uma função
que associa um parâmetro real a vetores no plano ou espaço. Funções vetoriais
que dependem de apenas uma variável são os exemplos mais simples de funções
que estudaremos.
~r : D → R3 ,
2
2.1. FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL - CURVAS E
TRAJETÓRIAS 3
Figura 2.2: Hélice circular dextrogira associada à função vetorial do Exemplo 2.1.3.
Uma curva no espaço pode ser representada pelo conjunto de pontos de uma
função vetorial ~r(t) não constante em todo o seu domínio. Um ponto ~r(t) de uma
parametrização é dito regular se d~rdt(t) 6= 0. Uma parametrização é dita regular em
t se d~rdt(t) 6= 0 em todos os pontos. É possível definir orientação para uma curva
regularmente parametrizada, a orientação é dada pelo sentido de crescimento do
parâmetro t.
Exemplo 2.1.2. A função vetorial f~(t) = cos(t)~i + sen (t)~j para 0 ≤ t ≤ 2π des-
creve uma circunferência de raio 1 centrada na origem sobre o plano xy orientada
no sentido anti-horário.
2. d
dt
[α~r1 (t) + β~r2 (t)] = α d~rdt
1 (t)
+ β d~rdt
2 (t)
d d h i
[f (t)~r(t)] = f (t)x(t)~i + f (t)y(t)~j + f (t)z(t)~k
dt dt
= [f 0 (t)x(t) + f (t)x0 (t)]~i + [f 0 (t)y(t) + f (t)y 0 (t)] ~j + [f 0 (t)z(t) + f (t)z 0 (t)] ~k
h i h i
= f 0 (t) x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k + f (t) x0 (t)~i + y 0 (t)~j + z 0 (t)~k
d~r(t)
= f 0 (t)~r(t) + f (t)
dt
A derivada do produto escalar de duas funções vetoriais é dado por:
d d
[~r1 (t) · ~r2 (t)] = [x1 (t)x2 (t) + y1 (t)y2 (t) + z1 (t)z2 (t)]
dt dt
= [x01 (t)x2 (t) + x1 (t)x02 (t)] + [y10 (t)y2 (t) + y1 (t)y20 (t)]
+ [z10 (t)z2 (t) + z1 (t)z20 (t)]
d~r2 (t) d~r1 (t)
= ~r1 (t) · + · ~r2 (t)
dt dt
Licença CC-BY-SA-3.0. Contato: reamat@ufrgs.br
2.1. FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL - CURVAS E
TRAJETÓRIAS 5
d d
[~r1 (t) × ~r2 (t)] = [y1 (t)z2 (t) − z1 (t)y2 (t)]~i
dt dt
d
+ [z1 (t)x2 (t) − x1 (t)z2 (t)] ~j
dt
d
+ [x1 (t)y2 (t) − y1 (t)x2 (t)] ~k
dt
= [y10 (t)z2 (t) + y1 (t)z20 (t) − z10 (t)y2 (t) − z1 (t)y20 (t)]~i
+ [z10 (t)x2 (t) + z1 (t)x02 (t) − x01 (t)z2 (t) − x1 (t)z20 (t)] ~j
+ [x01 (t)y2 (t) + x1 (t)y20 (t) − y10 (t)x2 (t) − y1 (t)x02 (t)] ~k
= [y10 (t)z2 (t) − z10 (t)y2 (t)]~i
+ [z10 (t)x2 (t) − x01 (t)z2 (t)] ~j
+ [x01 (t)y2 (t) − y10 (t)x2 (t)] ~k
+ [y1 (t)z20 (t) − z1 (t)y20 (t)]~i
+ [z1 (t)x02 (t) − x1 (t)z20 (t)] ~j
+ [x1 (t)y 0 (t) − y1 (t)x0 (t)] ~k
2 2
d~r2 (t) d~r1 (t)
= ~r1 (t) × + × ~r2 (t)
dt dt
Teorema 2.1.2. Uma função vetorial ~u(t) possui norma constante se e somente
se ~u(t) · d~udt(t) = 0.
Exercícios resolvidos
Exercícios
E 2.1.3. Dada a função vetorial ~r(t) = t2~i + et~j − 2 cos πt ~k, calcule:
a) lim ~r(t)
t→0
d~r(t)
b)
dt
d~r(1)
c)
dt
ˆ 1
d) ~r(t)dt
0
ˆ
e) ~r(t)dt
1−t2~
E 2.1.4. Verifique que a função vetorial dada por f~(t) = 1+t 2t ~
2 i + 1+t2 j, −∞ <
~r(t) · d~rdt(t)
c) r0 (t) =
r(t)
d~
r(t)
dr̂(t) 1 d~r(t) ~r(t) · dt
d) = − ~r(t)
dt r(t) dt r(t)3
ˆ bu ˆ b
v
!2 !2 !2
u dx(t) dy(t) dz(t) r(t)
d~
L= t
+ + dt =
dt. (2.5)
a dt dt dt a
dt
Exercícios resolvidos
4 y
1
x
0
−2 −1 0 1 2
Figura 2.4: (esq) Curva do exercício E 2.2.1; (dir) curva do exercício E 2.2.2.
Exercícios
~r(t + h) − ~r(t)
lim
h→0 h
Este limite converge para d~rdt(t) e, geometricamente, para o vetor tangente à curva
no ponto P relativo a ~r(t)1 sempre que d~rdt(t) 6= ~0. O sentido do vetor d~rdt(t) é dado
pela parametrização da curva, em outras palavras, o vetor d~rdt(t) aponta no sentido
em que o parâmetro t cresce.
1
O leitor atento ao formalismo pode tomar esta como uma definição de vetor tangente. Adi-
ante, veremos que esta definição é consistente com o vetor tangente do cálculo de funções de uma
variável.
y
d~
r (t)
dt
~r(t)
x
d~
r(t)
Figura 2.5: O vetor tangente dt
1 d~r(t) d~r(t) ~
T~ (t) =
d~r(t)
, 6= 0. (2.7)
dt
dt dt
s(t) é uma função contínua e monótona de t. Por outro lado, usando a Regra da
Cadeia, temos:
d~r d~r ds d~r
d~r(t)
= =
.
dt ds dt ds
dt
d~
r(t)
Como dt
representa o vetor tangente, então
d~r 1 d~r
= d~r(t) = T~
ds k dt k dt
d2~r(t) d(v T~ ) 0
~ 0 ~
~ (t) + v(t) dT (t) = v (t) d~r(t) + v(t) dT (t)
= = v (t)T
dt2 dt dt v(t) dt dt
implica
dT~ (t) 1 d2~r(t) v 0 (t) d~r(t)
= −
dt v(t) dt2 v(t)2 dt
dT~ (t) d2 ~
e assim T~ (t) e dt
pertencem ao plano gerado por d~
r(t)
dt
e r(t)
dt2
e são ortogonais
dT~ (t)
entre si. Entretanto, dt
não é necessariamente unitário. Logo, faz sentido definir
~ = T~ × N
B ~.
Exercícios resolvidos
Esta seção carece de exercícios resolvidos. Participe da sua escrita.
Veja como em:
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Exercícios
b) T~ = N
~ ×B
~
~ =B
c) N ~ × T~
Use a identidade vetorial dada por
~u × (~v × w)
~ = ~v (~u · w)
~ −w
~ (~u · ~v )
para obter as identidades b e c a partir de a.
Calcule esta expressão para o movimento circular uniforme e verifique que ela é
igual a −T~ e, portanto, perpendicular a B.
~
dT~ 1 dT~
= d~r(t) .
ds k dt k dt
2
Teorema Fundamental do Cálculo, parte 2
y
4
~
N T~
1
x
0
−2 −1 0 1 2
1
T~ (t) = √ ~i + 2t~j
1 + 4t2
e
dT~ (t) 4t ~i + − q 8t
2
2 ~j,
= −q +√
dt 2
(1 + 4t )3 2
(1 + 4t ) 3 1 + 4t2
Em t = 1, temos:
√
r (t)
d~
= 5,
dt
dT~ (t)
!
4 8 2 4 2
= − √ ~i + − √ + √ ~j = − √ ~i + √ ~j,
dt 5 3 5 3 5 5 3 53
e
s
~
dT (t)
16 4 2
= 3
+ 3 = .
dt
5 5 5
Portanto,
~
k ddtT k 2
κ(1) = d~r = √
k dt k 5 5
e √
5 5
ρ(1) = .
2
veja representação geométrica na figura 2.8.
O leitor deve ter observado que conhecendo somente a curvatura não é possível
reconstruir uma curva a partir de um ponto dado. Um curva pode não estar
contida em plano algum no espaço e, por isso, precisamos definir uma função
escalar, chamada torção, que mede a magnitude da variação do vetor binormal. A
figura 2.9 apresenta uma ideia de torção: uma curva contida em algum plano no
espaço tem torção nula e quando maior a variação com respeito ao plano definido
por T~ e N
~ , maior a torção. O leitor deve tomar cuidado na interpretação da figura
2.9, pois se esticarmos indefinidamente a hélice circular representada, ela voltará
a se aproximar de uma reta, que tem torção nula (veja problema 2.4.2). Sabendo
que a torção será definida em termos da variação do vetor binormal com respeito
ao comprimento de arco s(t), fazendo algumas observações:
~
dB d ~ ~ ~
~ + T~ × dN .
~ = dT × N
= T ×N
ds ds ds ds
dT~ ~ , logo
Usando a expressão (2.8), temos que ds
= κN
~
dB ~
dN
= T~ × .
ds ds
~ ~
Isso implica que ddsB é ortogonal a T~ . Mas, pelo teorema 2.1.2, temos que dB
ds
é
~ Logo, dB~ é paralelo a N
ortogonal a B. ~ , ou seja, podemos definir
ds
~
dB ~,
= −τ N (2.13)
ds
~
onde τ é chamado de torção. O sinal negativo tem um propósito: quando τ > 0, ddsB
está no sentido de −N~ ; então se P é um ponto sobre a curva movendo-se no sentido
~ gira em torno de T~ como um parafuso de rosca direita sendo apertado
positivo, B
(veja a figura 2.10). Em alguns contextos, calculamos a módulo da torção, dada
por
~
k dB(t)
~
dB
dt
k
|τ | =
= d~r(t) .
ds
k dt k
Ainda, definimos o raio de torção por
1
σ(t) = .
τ (t)
~
dN
Podemos calcular ds
em termos da curvatura e da torção:
~
dN ~
d ~ ~ dB ~
= B×T = ~ × dT .
× T~ + B
ds ds ds ds
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18 Cálculo Vetorial
~
dN ~ × T~ + B
= −τ N ~ × κN
~.
ds
ou seja,
~
dN
= −κT~ + τ B. ~ (2.14)
ds
As equações (2.8), (2.13) e (2.14) são chamadas de Fórmulas de Frenet-Serret.
~
Como esperávamos, se κ = 0, então ddsT = ~0, o que implica que T~ não varia ao
~ ~ é
longo da curva, ou seja, a curva é uma reta. Agora, se τ = 0, então ddsB = ~0 e B
um vetor constante. Como B ~ · T~ = B
~ · d~r = 0, então podemos integrar para obter
ds
B~ · (~r − r~0 ) = 0, onde r0 é um vetor constante da integração. Logo ~r está contido
no plano ortogonal a B. ~
d~r(t)
= − sen (t)~i + cos(t) + ~k,
dt
√
r (t)
d~
= 2,
dt
~
dT (t)
1
=√ ,
dt
2
1 1 1
κ(t) = √ · √ = ,
2 2 2
ρ(t) = 2,
~ (t) = − cos(t)~i − sen (t)~j,
N
~i ~j ~k
~
B(t) =
− sen
√ (t) cos(t)
√ √1
2 2 2
− cos(t) − sen (t) 0
sen (t)~ cos(t)~ 1
= √ i − √ j + √ ~k.
2 2 2
~
dB(t) cos(t) sen (t)
= √ ~i + √ ~j,
dt 2 2
~
dB(t)
1
=√ ,
dt
2
1
|τ (t)| = .
2
d~r d~r ds
= = s0 T~ ,
dt ds dt
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20 Cálculo Vetorial
d2~r ~
00 ~ 0 dT
= s T + s
dt2 dt
dT~ ~
= s00 T~ + s0 k kN
dt
00 ~ 0 2 ~
= s T + (s ) κN
e
d3~r ~ ~
000 ~ 00 dT 0 00 ~ 02 dN ~
= s T + s + 2s s κN + s κ + κ0 N
dt3 dt dt
= s000 T~ + s00 s0 κN
~ + 2s0 s00 κ + s02 κ0 N
~
+ s03 κ(−κT~ + τ B)
~
= s000 − κ2 s03 T~ + 3s00 s0 κ + s02 κ0 N~ + s03 κτ B,
~
Onde f (t) é uma função dada. Observe que a projeção desta curva no plano xy é
uma circuferência de raio 1. A curva é, portanto, gerada pela trajetória de ponto
cuja projeção do movimento no plano xy é cirvular e a altura é dada pela função
f (t). Podemos calcular a curvatura e a torção conforme a seguir:
Exercícios resolvidos
Esta seção carece de exercícios resolvidos. Participe da sua escrita.
Veja como em:
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Exercícios
x = a cos(t),
y = a sen (t),
z = ct,
onde a > 0.
E 2.4.5. Uma motocicleta percorre uma trajetória circular de raio 20m com
velocidade constante em módulo. A motocicleta poderá derrapar se a aceleração
normal exceder 2m/s2 . Qual é a velocidade máxima do motocicleta para que ela
não derrape?
y = f (x)
|f 00 (x)|
κ(x) = .
(1 + f 0 (x)2 )3/2
Use esta expressão para obter a curvatura das seguintes curvas planas:
a) y = ax + b
√
b) y = a2 − x2 , −a < x < a onde a > 0.
c) y = x4
d) y = ax2
e) y = cosh(x)
f) y = senh (x)
g) y = cos(x)
Superfícies
Neste capítulo, estudamos funções vetoriais do tipo f~(u,v), ou seja, uma função
que associa um ponto do plano real a vetores no espaço.
~r : D1 × D2 → R3 ,
26
3.2. QUÁDRICAS 27
3.2 Quádricas
A figura 3.2 apresenta uma lista das principais quádricas estudadas na disci-
plina de Cálculo Diferencial e Integral com funções de várias variáveis. As equações
são as seguintes:
x2 y 2
a) Cone elíptico: z 2 = + 2.
a2 b
x2 y 2 z 2
b) Elipsóide: + 2 + 2 =1
a2 b c
x2 y 2
c) Parabolóide Elíptico: z = + 2
a2 b
x2 y 2
d) Parabolóide Hiperbólico: z = − 2
a2 b
x2 y 2 z 2
e) Hiperbolóide de uma folha: 2 + 2 − 2 = 1
a b c
x2 y 2 z 2
f) Hiperbolóide de duas folhas: − − 2 + 2 =1
a2 b c
Isso implica que ~ru × ~rv 6= 0, ou seja, a superfície é regular. Voltaremos a discutir
esse assunto nos próximos capítulos, quando o vetor gradiente estiver definido.
Campos vetoriais
d) F~ (x,y,z) = ~r × ~k
30
4.2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS CAMPOS VETORIAIS 31
√
Exemplo 4.2.1. Represente graficamente o campo vetorial F~ (x,y) = y~i, y ≥ 0.
4.3.1 ~
Operador ∇
~ ≡ ~i ∂ + ~j ∂ + ~k ∂
∇ (4.1)
∂x ∂y ∂z
~ ∂f ~ ∂f ~ ∂f
∇f = ~i +j +k (Gradiente),
∂x ∂y ∂z
~ · F~ = ∂F1 + ∂F2 + ∂F3 (Divergente),
∇
∂x ∂y ∂z
! ! !
∂F 3 ∂F 2 ∂F 1 ∂F 3 ∂F 2 ∂F 1
~ × F~ = ~i
∇ − + ~j − + ~k − (Rotacional).
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
O rotacional pode ser representado pelo seguinte determinante simbólico, que fun-
ciona como um mnemônico para lembrar facilmente de sua definição:
~i ~j ~k
~ × F~ =
∇
∂
∂ ∂ .
∂x ∂y ∂z
F1 F2 F3
~ · ∇f
∇ ~ (Divergente do gradiente ou laplaciano) (4.9)
~ × ∇f
∇ ~ (Rotacional do gradiente) (4.10)
~∇
∇ ~ · F~ (Gradiente do divergente) (4.11)
~ · ∇ × F~
∇ (Divergente do rotacional) (4.12)
~ × ∇ × F~
∇ (Rotacional do rotacional) (4.13)
(4.14)
~ × ∇f
As expressões ∇ ~ e∇ ~ · ∇ × F~ são identicamente nulas para campos duas vezes
continuamente diferenciáveis, o que pode ser provado por simples inspeção:
~i ~j ~k
~ × ∇f
∇ ~ =
∂ ∂ ∂
(4.15)
∂x ∂y ∂z
∂f ∂f ∂f
∂x ∂y ∂z
!
∂ 2f ∂ 2f
= ~i − (4.16)
∂z∂y ∂y∂z
!
∂ 2f ∂ 2f
+ ~j − (4.17)
∂x∂z ∂z∂x
!
∂ 2f ∂ 2f
+ ~k − (4.18)
∂y∂x ∂x∂y
~ ·∇
∇ ~ × F~ ≡ 0 (4.19)
Exercícios resolvidos
~ · ∇f
ER 4.3.1. Mostre que ∇ ~ × ∇g
~ = ~0
Solução.
~ · ∇f
E = ∇ ~ × ∇g
~
~ · ∇
= ∇g ~ × ∇f
~ ~ · ∇
+ ∇f ~ × ∇g
~ tab(11) com F~ = ∇f e G
~ = ∇g.
= 0 tab(8)
♦
h i
ER 4.3.2. Simplifique ∇ ~ × F~ ∇~ · F~ + F~ × ∇ ~ ×∇
~ × F~ + F~ × ∇
~ 2 F~ e mostre
~ · F~ )(∇
que esta expressão equivale a (∇ ~ × F~ )
Solução.
h i
~ = ∇
E ~ × F~ ∇
~ · F~ + F~ × ∇
~ ×∇
~ × F~ + F~ × ∇
~ 2 F~
h i
~ × F~ ∇
= ∇ ~ · F~ + F~ × ∇
~ ×∇
~ × F~ + ∇
~ 2 F~
~ × F~ ∇
= ∇ ~ · F~ + F~ × ∇(
~ ∇~ · F~ ) tab(10)
h i
= ~ ∇
∇( ~ · F~ ) × F~ + (∇
~ · F~ )(∇
~ × F~ ) + F~ × ∇(
~ ∇~ · F~ ), ~ · F~ .
tab(6) com f = ∇
~ · F~ )(∇
= (∇ ~ × F~ )
~×B
Onde se usou que A ~ = −B
~ × A.
~
♦
~ ×∇
ER 4.3.3. Verifique tab(10), isto é, ∇ ~ × F~ = ∇
~∇~ · F~ − ∇
~ 2 F~ para
Solução.
~
i ~j ~k
~ × F~ =
∇
∂
∂ ∂
∂x ∂y ∂z
2
x y xyz z2y
= z 2 − xy ~i + (0 − 0) ~j + yz − x2 ~k
~i ~j ~k
~ ×∇
∇ ~ × F~ =
∂ ∂ ∂
∂x ∂y ∂z
(z 2 − xy) 0 (yz − x2 )
~ ∇
∇( ~ · F~ ) = ∇(2xy
~ + xz + 2yz)
= (2y + z)~i + (2x + 2z)~j + (x + 2y)~k
Solução. Primeiro normalizamos o vetor ~a para obter o versor com sua direção e
sentido:
~a 2~i − ~j
~u = =√ 2
k~ak 2 + 12
√
5 ~ ~
= 2i − j .
5
Agora calculamos o gradiente da função dada:
2 2 ~ 2 2 ~
~ (x, y) = y(1 − x + y )i + x(1 + x − y )j .
∇T
(1 + x2 + y 2 )2
Substituimos no ponto x = y = 1:
~ ~
~ (1, 1) = i + j .
∇T
9
A derivada direcional é dada por:
√ √
~ (1,1) = 5 ~ ~ ~i + ~j 5
~u · ∇T 2i − j · =
5 9 45
♦
4.3.4 Divergente
4.3.5 Rotacional
F~ (x,y,z)
~
Tabela 4.1: Tabela do operador ∇
1. ~ (f + g) = ∇f
∇ ~ + ∇g
~
2. ~ · F~ + G
∇ ~ =∇
~ · F~ + ∇
~ ·G
~
3. ~ × F~ + G
∇ ~ =∇
~ × F~ + ∇
~ ×G
~
4. ~ (f g) = f ∇g
∇ ~ + g ∇f
~
5. ~ · f F~ = ∇f
∇ ~ · F~ + f ∇
~ · F~
6. ~ × f F~ = ∇f
∇ ~ × F~ + f ∇ ~ × F~
2 2 2
~ · ∇f
∇ ~ =∇ ~ 2f = ∂ f + ∂ f + ∂ f ,
7. ∂x2 ∂y 2 ∂z 2
~ 2 = ∂ 22 + ∂ 22 + ∂ 22 é o operador laplaciano
onde ∇ ∂x ∂y ∂z
8. ~ × ∇f
∇ ~ =0
9. ~ · ∇
∇ ~ × F~ = 0
10. ~ × ∇
∇ ~ × F~ = ∇
~ ∇
~ · F~ − ∇
~ 2 F~
11. ~ · F~ × G
∇ ~ =G· ∇
~ × F~ − F · ∇
~ ×G
~
~ × F~ × G
∇ ~ = G
~ ·∇
~ F~ − G
~ ∇
~ · F~ −
12.
− F~ · ∇
~ G
~ + F~ ∇
~ ·G
~
~ F~ · G
∇ ~ = G
~ ·∇
~ F~ + F~ · ∇
~ G+
~
13.
+F~ × ∇
~ ×G
~ +G
~× ∇
~ × F~
14. ~
∇ϕ(r) = ϕ0 (r)r̂
~ × F~ = ~0, temos:
Demonstração. Como ∇
∂F3 ∂F2
= , (4.20)
∂y ∂z
∂F1 ∂F3
= , (4.21)
∂z ∂x
∂F3 ∂F1
= . (4.22)
∂x ∂y
Defina, agora, a função ϕ : R3 → R dada por
ˆ x ˆ y ˆ z
ϕ(x,y,z) = F1 (s,y,z) + F2 (0,s,z) + F3 (0,0,s).
0 0 0
~
Basta provar que ∇ϕ(x,y,z) = F~ , isto é
∂ϕ
= F1 , (4.23)
∂z
∂ϕ
= F2 , (4.24)
∂y
∂ϕ
= F3 . (4.25)
∂z
A primeira desigualdade advém diretamente do teorema fundamental do cálculo.
Para obter a segunda desigualdade, derivamos o potencial em relação a y:
ˆ ˆ x
∂ ∂
ϕ(x,y,z) = F1 (s,y,z)ds + F2 (0,y,z)
∂y ∂y
ˆ x0
∂
= F2 (s,y,z)ds + F2 (0,y,z)
0 ∂s
= (F2 (x,y,z) − F2 (0,y,z)) + F2 (0,y,z) = F2 (x,y,z)
Onde usamos a Identidade 4.21.
Finalmente, para obter a terceira desigualdade, derivamos o potencial em re-
lação a z:
ˆ x ˆ y
∂ ∂ ∂
ϕ(x,y,z) = F1 (s,y,z)ds + F2 (0,s,z)ds + F3 (0,0,z)
∂z 0 ∂z 0 ∂z
ˆ x ˆ z
∂ ∂
= F3 (s,y,z)ds + F3 (0,s,z)ds + F3 (0,0,z)
0 ∂s 0 ∂s
ˆ x
= (F3 (x,y,z) − F3 (0,y,z)) + (F3 (0,y,z) − F3 (0,0,z)) + F3 (0,0,z)
0
= F3 (x,y,z)
Campos radiais vetoriais são campos da forma F~ = f (r)r̂, isto é campos veto-
riais
√ 2 cujo2 módulo depende apenas da distância até a origem, isto é, de r = k~rk =
2
x + y + z e cuja direção é sempre paralela ao vetor posição, ~r.
Esta seção (ou subseção) está sugerida. Participe da sua escrita. Veja como em:
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Exercícios resolvidos
Esta seção carece de exercícios resolvidos. Participe da sua escrita.
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ER 4.6.1. Um exercício.
Exercícios
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E 4.6.1. Um exercício.
E 4.7.1. Um exercício.
Integral de Linha
ˆ ˆ b
f (~r) ds = f (~r(t)) |~r0 (t)| dt,
C a
onde ~r é uma parametrização para C tal que ~r(a) e ~r(b) são os pontos iniciais e
finais da curva.
ˆ ˆ b
F~ (~r) · d~r = F~ (~r(t)) · ~r0 (t) dt
C a
onde ~r é uma parametrização para C tal que ~r(a) e ~r(b) são os pontos iniciais e
finais da curva, que está no sentido ~r(a) → ~r(b).
43
44 Cálculo Vetorial
Reciprocamente, dado que a expressão (5.1) é válida para qualquer curva C que
liga dois pontos na região, definimos a função
ˆ ˆ P1 ˆ (x,y,z)
ϕ(x,y,z) = F~ · d~r = F~ · d~r = F~ · d~r,
C P0 (x0 ,y0 ,z0 )
Parametrizando um caminho reto entre (x,y,z) e (x + ∆x,y,z) por ~r = t~i + y~j + z~k,
x ≤ t ≤ ∆x, temos:
ˆ x+∆x
ϕ(x + ∆x,y,z) − ϕ(x,y,z) = F~ · ~r0 dt
x
ˆ x+∆x
= F1~i + F2~j + F3~k · ~idt
x
ˆ x+∆x
= F1 (t,y,z)dt.
x
ou seja, F~ = ∇ϕ.
~
temos
∂F3 ∂F2
= , (5.2)
∂y ∂z
∂F1 ∂F3
= (5.3)
∂z ∂x
e
∂F2 ∂F1
= . (5.4)
∂x ∂y
Agora, defina ˆ
ϕ(x,y,z) = F~ · d~r, (5.5)
C
onde C é a curva que liga os pontos (x0 ,y0 ,z0 ) ao ponto (x,y,z) através das arestas
do paralelepípedo de vértices (x0 ,y0 ,z0 ), (x,y0 ,z0 ), (x0 ,y,z0 ), (x,y,z0 ), (x0 ,y0 ,z),
(x,y0 ,z), (x0 ,y,z) e (x,y,z). Isto é, C pode ser escrito com a união de três segmentos
de retas, C = C1 ∪ C2 ∪ C3 , com as seguintes parametrizações:
Integral de Superfície
~r = a sen (u) cos(v)~i + a sen (u) sen (v)~j + a cos(u)~k, a > 0, 0 ≤ u < π, 0 ≤ v < 2π
˜
e o campo h(x,y,z) = 1. Vamos calcular a área da esfera dada por S
hdS.
Começamos com as derivadas parciais de ~r, dadas por
e
~rv = −a sen (u) sen (v)~i + a sen (u) cos(v)~j.
49
50 Cálculo Vetorial
Então, temos
~i ~j ~k
~ru × ~rv =
a cos(u) cos(v) a cos(u) sen (v) −a sen (u)
(6.2)
−a sen (u) sen (v) a sen (u) cos(v) 0
Agora, definimos G tal que a superfície seja reescrita como G(x,y,z) = 0, isto é,
G(x,y,z) = z − f (x,y) e observamos que
~
~rx × ~ry = ∇G. (6.3)
~
~rx × ~rz = ∇G ou ~
~ry × ~rz = ∇G.
Portanto, a versão da definição (6.1) para o caso onde a superfície é definida por
uma função de duas variáveis f é dada por
¨ ¨
hdS = ~
hk∇GkdA, (6.4)
S R
~ 1=√ x ~i + √ y ~j + ~k
∇G
a2 −x −y
2 2 a − x2 − y 2
2
e
~ 2 = −√ x ~i − √ y ~j + ~k
∇G
a −x −y
2 2 2 a − x2 − y 2
2
Logo,
s s
~ 1 k = k∇G
~ 2k = x2 + y 2 x 2 + y 2 + a2 − x 2 − y 2 a
k∇G +1= =√ 2 .
a2 − x 2 − y 2 a −x −y
2 2 2 a − x2 − y 2
~ru × ~rv = a2 sen 2 (u) cos(v)~i + a2 sen 2 (u) sen (v)~j + a2 cos(u) sen (u)~k
foi calculado na equação (6.2). Observe que a parametrização define uma ori-
entação para fora da superfície. De fato, basta pegar um ponto, por exemplo,
u = v = π/2 e calcular ~r = a~j e ~ru × ~rv = a2~j, ou seja, no ponto (0,a,0), a normal
aponta para fora. Como
F~ (x(u,v),y(u,v),z(u,v)) = x(u,v)~i + y(u,v)~j + z(u,v)~k
= a sen (u) cos(v)~i + a sen (u) sen (v)~j + a cos(u)~k,
temos
F~ · (~ru × ~rv ) = a3 sen 3 (u) cos2 (v) + a3 sen 3 (u) sen 2 (v) + a3 cos2 (u) sen (u)
= a3 sen 3 (u) + a3 cos2 (u) sen (u)
= a3 sen (u).
Portanto,
¨
Φ = F~ · ~ndS
¨S
= F~ · (~ru × ~rv )dudv
ˆ R2π ˆ π
= a3 sen (u)dudv
0
ˆ0 π
= 2πa3 sen (u)du
0
= 4πa3 .
Agora, definimos G tal que a superfície seja reescrita como G(x,y,z) = 0, isto é,
G(x,y,z) = z − f (x,y) e observamos que
~
~rx × ~ry = ∇G. (6.6)
~
~rx × ~rz = ∇G ou ~
~ry × ~rz = ∇G.
Portanto, a versão da definição (6.5) para o caso onde a superfície é definida por
uma função de duas variáveis f é dada por
¨ ¨
~
F · ~ndS = ± F~ · ∇GdA,
~ (6.7)
S R
Exemplo 6.2.3. Nesse exemplo vamos calcular o fluxo do campo F~ = 3z 2~i + 6~j +
6xz~k através da superfície S dada pela equação y = x2 , 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ z ≤ 3,
orientada no sentido em que a componente ~i do vetor normal é sempre positiva.
Primeiro, definimos y = f (x,z) = x2 e G = y − x2 e calculamos ∇G ~ = −2x~i +
~j. Observamos que a orientação de ∇G ~ está com componente ~i negativa, então
escolhemos o sinal negativo na expressão (6.7). Também, observe que o campo
é constante na variável y, ou seja, F~ (x,y,z) = F~ (x,x2 ,z) = 3z 2~i + 6~j + 6xz~k.
Portanto,
¨ ¨
F~ · ~ndS = − F~ · ∇GdA
~
S R
ˆ 2ˆ 3
= − −6xz 2 + 6dzdx
ˆ0 2 h 0 iz=3
= − −2xz 3 + 6z dx
z=0
0
ˆ 2
= − −54x + 18dx
0
h i2
= − −27x2 + 18x
0
= − (−108 + 36) = 72.
Exemplo 6.2.4. Nesse exemplo, vamos recalcular o fluxo do exemplo 6.2.1. Seja
S a esfera de raio a dada por
x 2 + y 2 + z 2 = a2 ,
¨ ¨ ¨
F~ · ~ndS = F~1 · ~ndS + F~2 · ~ndS.
S S1 S2
√ √ 2
Definimos G1 = z − a2 − x2 − y 2 e G2 = z + a − x2 − y 2 e calculamos
~ 1=√ x ~i + √ y ~j + ~k
∇G
a2 −x −y
2 2 a − x2 − y 2
2
e
~ 2 = −√ x ~i − √ y ~j + ~k.
∇G
a2 − x 2 − y 2 a2 − x 2 − y 2
z = 0, x2 + y 2 ≤ 1,
= − F~ · ∇GdA
~
¨A
= − (2 + x) dA
A
¨
Φ := F~ · ~ndS
¨S
= F~ · ∇GdA
~
¨A q 2 !
= 2+ 1− x2 + y2 + x dA
A
Exercícios resolvidos
ER 6.2.1. Seja S a porção da superfície z = 1 − x2 − y 2 , acima do plano xy,
orientada com componente ~k do vetor normal positiva. Encontre o fluxo Φ através
de S para o campo F~ = x~i + y~j + z~k.
Solução. Definimos z = f (x,y) = 1 − x2 − y 2 , G = z − 1 + x2 + y 2 e calculamos
~ = 2x~i + 2y~j + ~k. Também, como a componente ~k desse gradiente é positiva,
∇G
escolheremos a sinal positivo na expressão (6.7). Colocamos o campo sobre a
superfície, isto é, F~ = x~i + y~j + z~k = x~i + y~j + (1 − x2 − y 2 )~k e obtemos
¨
Φ := F~ · ~ndS
¨
S
= + F~ · ∇GdA,
~
D
ER 6.2.2. Dados
√ 2 o campo vetorial F~ = ~i + ~j + ~k e a porção da superfície S de
2
equação z = x + y , situada abaixo do plano ˜ z = 1, orientada com componente
~k do vetor normal positiva, calcule o fluxo Φ = F~ · ~ndS.
S
√ √
Solução. Definimos z = f (x,y) = x2 + y 2 , G = z − x2 + y 2 e calculamos
~ = − √ x ~i − √ y ~j + ~k. Também, como a componente ~k desse gradiente
∇G 2
x +y 2 2 2x +y
é positiva, escolheremos a sinal positivo na expressão (6.7). O campo é constante
na variável z, isto é, F~ (x,y,z) = F~ (x,y,f (x,y)) = ~i + ~j + ~k. Então, temos:
¨
Φ := F~ · ~ndS
¨
S
= + F~ · ∇GdA,
~
D
¨ !
x ~i − √ y
Φ = (~i + ~j + ~k) · − √ 2 ~j + ~k dA
D x + y2 x2 + y 2
¨ !
x y
= −√ 2 −√ 2 + 1 dA
D x + y2 x + y2
ˆ 2π ˆ 1 !
r cos(θ) + r sen (θ)
= − + 1 rdrdθ
0 0 r
ˆ 2π ˆ 1
= r (− cos(θ) − sen (θ) + 1) drdθ
0 0
ˆ 2π
" #r=1
r2
= (− cos(θ) − sen (θ) + 1) dθ
0 2 r=0
1
= [− sen (θ) + cos(θ) + θ]2π
0 = π.
2
ER 6.2.3. Seja S a superfície do cubo dado pelos planos x = ±1, y = ±1 e
z = ±1, orientada para fora. Calcule o fluxo através de S para os seguintes
campos vetoriais:
a) F~ = x~i
Solução. Em cada um dos itens, temos que calcular seis integrais de superfície
em cada face do cubo, a saber, S1 : x = 1, S2 : x = −1, S3 : y = 1, S4 : y = −1,
S5 : z = 1 e S6 : z = −1.
As demais integrais são nulas, visto que o fluxo só tem componente na direção
~i. Logo,
¨
F~ · ~ndS = 8.
S
Pela simetria do problema, vemos que as demais integrais são todas iguais a
4. Logo, ¨
F~ · ~ndS = 24.
S
¨ ¨
~
F · ~ndS = dA = 4,
S1 S1
Observe que ¨ ¨
F~ · ~ndS + F~ · ~ndS = 0
S1 S2
Pela simetria do problemas, teremos de forma análoga
¨ ¨
~
F · ~ndS + F~ · ~ndS = 0
S3 S4
e ¨ ¨
F~ · ~ndS + F~ · ~ndS = 0.
S5 S6
Logo, ¨
F~ · ~ndS = 0.
S
♦
ER 6.2.4. Calcule o fluxo de F~ = z~k através da esfera x2 + y 2 + z 2 = a2 , orientada
para fora.
Solução. √ Começamos separando a esfera nos seguintes √ dois hemisférios: S1 : z =
f1 (x,y) = a 2 − x2 − y 2 e S : z = f (x,y) = − a2 − x2 − y 2 . Definimos G =
√ 2 √ 2 1
z − a2 − x2 − y 2 e G2 = z − a2 − x2 − y 2 e calculamos
~ 1=√ x ~i + √ y ~j + ~k
∇G
a −x −y
2 2 2 a − x2 − y 2
2
e
~ 2 = −√ x ~i − √ y ~j + ~k.
∇G
a −x −y
2 2 2 a − x2 − y 2
2
Observe que ∇G~ 1 está orientada para fora e ∇G ~ 2 está orientada para dentro.
Logo, escolheremos para as integrais sobre S1 e S2 os sinais positivo e negativo,
respectivamente, na expressão (6.7). O campo sobre cada umas das superfícies
√ √
tem às formas: F~1 = a2 − x2 − y 2~k e F~2 = − a2 − x2 − y 2~k. Assim,
¨
Φ = F~ · ~ndS
¨ S ¨
= F~1 · ~ndS + F~2 · ~ndS
¨ S1
¨
S2
= F~1 · ∇G
~ 1 dA − F~2 · ∇G
~ 2 dA,
D D
= 2 a2 − x2 − y 2 dA
D
" #a
(a2 − r2 )3/2 4πa3
= 2π − = .
3/2 0
3
q
z = f (x,y) = 1 − x2 + y 2
e inferiormente por
z = 0, x2 + y 2 ≤ 1.
Seja o campo vetorial dado por F~ = (2 + z 2 + x)~k. Vamos calcular o valor do fluxo
˜
S
F~ · ~ndS via teorema da divergência.
~ · F~ = 2z. Assim,
Temos ∇
¨
Φ = F~ · ~ndS
˚S
= ~ · F~ dV
∇
V
ˆ 1 ˆ 2π ˆ 1−r
= 2zrdzdθdr
0 0 0
ˆ 1 ˆ 2π
= (1 − r)2 rdθdr
0 0
ˆ 1
= 2π (1 − r)2 rdr
ˆ0 1
= 2π r − 2r2 + r3 dr
0
" #1
r2 r3 r4
= 2π −2 +
2 3 4 0
1 2 1 π
= 2π − + = .
2 3 4 6
Observe que as superfícies dos exemplos 6.2.5 e 6.2.5 foram a superfície fechada
do exemplo 6.3.1. De fato, o fluxo calculado naqueles dois exemplos via parame-
trização direta foram −2π e 13π 6
, cuja soma é π6 , o mesmo valor calculado pelo
Teorema da Divergência.
Exercícios resolvidos
ER 6.3.1. Seja S a superfície do cubo dado pelos planos x = ±1, y = ±1 e
z = ±1, orientada para fora. Calcule o fluxo através de S para os seguintes
campos vetoriais:
a) F~ = x~i
a) Como ∇ · F~ = 1, temos:
‹ ˚
F~ · ~ndS = 1dV = 8,
S V
♦
ER 6.3.2. Calcule o fluxo de F~ = z~k através da esfera x2 + y 2 + z 2 = a2 , orientada
para fora.
Solução. Como ∇ · F~ = 1, temos:
‹ ˚
~ 4πa3
F · ~ndS = 1dV = ,
S V 3
4πa3
onde o valor 3
é o voluma de uma esfera de raio a. ♦
ER 6.3.3. Use o teorema da divergência para calcular o fluxo do campo F~ =
x3~i + y 3~j + z 2~k através da superfície fechada e orientada para fora composta pelos
planos z = 0 e z = 2 e a superfície x2 + y 2 = 9.
Solução. Como ∇ · F~ = 3x2 + 3y 2 + 2z, temos:
‹ ˚
F~ · ~ndS = 3x2 + 3y 2 + 2zdV.
S V
66
Índice Remissivo
raio de curvatura, 15
campo
raio de torção, 17
conservativo, 38, 44, 46
gradiente, 38 superfície, 26
irrotacional, 38, 46
campos radiais, 41 teorema fundamental para integral de li-
campos vetoriais, 30 nha, 44
centro de curvatura, 15 torção, 17
curva, 3 trajetórias, 2
curvas e trajetórias, 2
velocidade escalar, 10
curvatura, 14
vetor binormal unitário, 12
derivada de uma função vetorial de uma vetor normal unitário, 12
variável, 3 vetor normal à uma superfície, 29
derivada do produto de um escalar por vetor tangente, 9
um vetor, 4 vetor tangente unitário, 10
derivada do produto escalar, 4
derivada do produto vetorial, 5
integral de linha, 43
integral de superfície, 49
integral de uma função vetorial de uma
variável, 3
operador
de segunda ordem, 35
laplaciano, 35
orientação de uma curva, 3
67