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REINO DE DAWHAN.

“Ambientações gerais e arquitetônicas”.


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Trazido diretamente dos contos de cavaleiros heróicos, a terra onde a estrela de


Doim primeiro toca pela manhã. O Reino de Dawhan possui vastas terras
verdejantes, perdem apenas para Etherea com sua floresta. A geografia dawhiana se
abre como vastas campinas, apesar de possuir poucas colinas e menos ainda árvores,
ainda assim há uma imensidão verde reservada para os que trilham os caminhos do
reino — salvo às exceções dos extremos.

Cada ducado por vezes possui características únicas, mas algo se reserva incólume
em suas habitações: os jardins. Fiore é um dos poucos lugares onde a natureza ergue
montanhas no reino de Dawhan. A montanha das flores mescla suas depressões e
cordilheiras à obra humana, fazendo com que surja um enorme jardim suspenso. O
Reino de Dawhan é campeão em paisagismo, competindo apenas com Munhal.

Na capital, Dunahan, se mostram as características mais marcantes da arquitetura


local: as vastas e altas muralhas que sobem e descem conforme os relevos naturais, os
castelo com inúmeras torres de fachadas triangulares, dividindo-se entre as mais
lisas e retas de triângulos “blocados” e as mais finas e pontiagudas, com seus grandes
pináculos. Colunas de sustentação adornadas com linhas de relevo também são
presentes.

A fachada principal do castelo é composta por um grande gablete com um florão em


topo, chamado de “a rosa dawhiana” ou “a rosa da manhã”, é usada como um relógio
que indica a chegada da manhã: o florão feito em platina branca reflete o primeiro
raio de luz solar nas largas calçadas de paralelepipedo frente ao castelo e forma a
sombra de uma rosa no local. São seis da manhã! Hora de acordar. O castelo possui
ainda em seu interior inúmeros claustros, plantas de lugares distantes trazidas como
presente para serem plantadas ali, plantas típicas do reino, palmeiras e pequenos
lagos em seus jardins.

Mas, falando nas calçadas ladrilhadas pelos paralelepípedos, são elas que nos levam à
cidade de casas altas, como toda estrutura local. Dawhan inspira orgulho em sua
arquitetura, se é que assim podemos considerar. As casas são tão largas quanto suas
ruas e calçadas, em seu interior quase não possuem divisões de quartos, priorizando
o máximo de espaçamento possível em cada cômodo. Casas comuns de Dawhan
chegam a ter de três a quatro andares. Se você for um nobre rico, talvez até cinco, se
você for mais pobre… Vai, pelo menos dois, dá, né?!
Nessas mesmas calçadas, que formam grandes avenidas, transitam as carroças —
onde um guarda ou outro apita cuidando de seus trânsitos —, vindas muitas das
pedreiras do extremo leste, próximas às praias calmas. Existe em Dawhan o
marmocario, também chamado de pedra branca popularmente, o marmocario é mais
quente que o mármore, tão branca quanto, mas mais fosca, o mesmo componente que
lhe tira o brilho, lhe dá maior resistência. Algo interessante a se relatar a respeito das
pedreiras dawhianas de onde se extrai o marmocario é que não são erguidas por
montanhas, mas são grandes depressões, crateras no solo de onde se tiram os
sedimentos e minerais. Junto ao marmocario se encontra o balazul, minério de cor
azul-escuro muito usado na construção de telhas. O marmocario compõe ao menos
oitenta por cento das construções e edifícios de Dawhan, por ser de grande
abundância e utilidade — o restante das casas, mais pobres ou interioranas são feitas
de pedra cinza, o gramento, ou de madeira comum.

Nas escavações para extração dos minérios, acaba-se encontrando também um gás
natural chamado de doimélio (ou o gás de Doim) — não é tóxico, mas muito
facilmente inflamável, portanto uma parte muito pequena das escavações seguem de
noite — somente as companhias que dispõe de iluminação mágica continuam o
trabalho no contraturno. Tochas nem pensar.

Os gases são canalizados através de tubulações de aço e formam por debaixo do solo
um labirinto quase infindo por todo o reino — apenas vilarejos muito interioranos
não possuem tubulações abaixo de si. Com um dedo de magia, toda “lâmpada” que há
no reino — assim como os postes nas ruas, apesar destes ainda dependerem de
alguém, chamado de “acendedor” — despende de uma pequena fagulha quando acesa
e faz o gás queimar e iluminar amplamente o ambiente.

Por ser aceso com fagulhas e depender muito de “fogo” — mesmo que mágico, por
vezes — o gás serve até mesmo para aquecer as grandes casas no inverno, isso em
contraste com o marmocario, que esquenta mais facilmente também — ambientes
confortáveis e quentinhos. O doimélio em estado natural brilha em vermelho, mas
em reflexo aos vidros acaba tornando-se uma luz branca.

Apesar de possuir grandes e incríveis sistemas de encanamento para os gases, o


escoamento e esgoto não é tão bom — Dawhan é pouco fedida nas áreas mais pobres,
talvez seja por isso que a indústria de perfume prospere.
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MODA.
“Vestimentas e aparências comuns”.
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Cada estação aproveita seu máximo?! Ótimo! Os alfaiates agradecem. A moda


dawhiana é composta por enormes coleções de roupas que abrem um leque para cada
estação que se passa. No verão e na primavera, tecidos leves, realçantes das curvas do
corpo — em Dawhan, existe uma adoração do corpo humano, tecidos marcados que
os definam são sempre bem-vindos, em especial para as mulheres. O cetim é muito
utilizado e por consequência, as cores da grande maioria das vestimentas são em tons
pastéis — é raro ver um vermelho mui chamativo na época (e até considerado meio
de mau gosto nessas estações). A intenção é que com o calor o corpo seja
vislumbrado com sutileza, os tecidos sobre eles sejam apenas adornos — alfaiates
mais conceituais dizem até mesmo que a moda sobre as cores mais “fracas” nesse
período seja para não pesar com a paisagem: se a rainha será pintada num quadro
tradicional, onde hajam muitas flores e plantas atrás, sua roupa deve ser de cor leve
para não deixar a pintura muito agressiva aos olhos e criar um bom contraste.

No inverno e outono, começam a surgir as roupas de tons mais vibrantes, a paisagem


vai murchando, embranquecendo: é hora de as roupas serem quem traz o destaque.
Azul e roxo para o inverno, amarelo, vermelho e laranja para o outono. O algodão
começa a surgir com força como peças de sobreposição por sua facilidade de
tingimento e ser um tecido fácil de aquecer, o linho também é muito utilizado em
vestidos e nos casacos masculinos — desenhos feitos na costura também são muito
bem vistos. Nessa mesma época, os botões aparecem com mais força.

Botões são muito famosos, os mais nobres costumam até mesmo personalizá-los,
mandando detalhar alguma gravura neles — se você for mais pobre, um botão de
metal liso serve, se você for mais rico, por que não todos de prata e ouro?! Os
vestidos de inverno da realeza de Dawhan costumam ter todos os seus botões no
formato de rosas — um trabalho delicadíssimo feito por mãos muito habilidosas,
registrando cada pequena curvatura das pétalas nas plaquetas de ouro e prata.

A indústria de perfumes dawhiana é continentalmente famosa, apesar do uso de


antitranspirantes e cosméticos não ser tão comum quanto — justificam que apreciam
uma beleza mais “natural”, mesmo que seu cheiro não seja. No inverno e outono os
perfumes são feitos de folhas cítricas de árvores comuns — os mais ricos optam por
pedir extração de folhas das árvores da Lembrança de Ellendil — ou de plantas como
menta. Na primavera e verão, o perfume é mais floral e sutil, muito menos forte e
mais doce.

Os cabelos em Dawhan também são parte importantíssima — um homem de cabelo


longo é visto como mal cuidado, os cabelos masculinos sempre devem ser mais curtos
que os femininos, especialmente se você estiver acompanhado! É de extremo mal
gosto e chega a ser uma atitude desrespeitosa em cortes que um visitante esteja com
o cabelo mais comprido que o de qualquer mulher que o acompanhe — se está em
Dawhan, aja como um dawhiano. Para as mulheres, o cabelo não deve descer mais do
que o meio das costas e sempre estar feito em algum penteado elaborado — se vai ir à
feira, ao menos faça uma trancinha ou coloque uma presilha atrás! Não o corte acima
dos ombros também, isso dificulta a vida dos homens ao seu redor e a faz parecer
mais masculina. Bem, regras reais são um porre, não? Não é como se todos os
aldeões as seguissem.

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ARTES.
“As formas de expressões”.
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Venham ver, venham ver! Nos pontos principais, nas vielas e ruelas onde as donas de
casas se inclinam pelas janelas: a luz das belas artes que se erguem nas passarelas!
Cada dia mais ascende em Dawhan as companhias itinerantes: atualmente, são
pequenos grupos de pessoas, geralmente em dez, que encontram suas moradas ao
longo do reino nos pontos das belas artes — não precisam pedir a permissão dos
oficiais ou pagarem guardas para que possam se apresentar. Tudo é muito rústico,
apresentam-se em pequenos palcos improvisados ou em cima de suas carroças — a
maioria das apresentações não dura mais do que quinze minutos no máximo, é
caricata, sempre com um roteiro extremamente exagerado de situações cotidianas ou
paródias de causos políticos (embora essa última seja muito menos frequente e mais
polêmica). São atuações simples, de pouca fala e muita mímica, cenário montado com
o que se tem ao redor e de muito improviso por sua constante interação com o
público. O gênero do cenário em ascensão dawhaniano ficou conhecido
popularmente como “tosco”.

Falando em ascensão, algo que definitivamente segue o caminho oposto no reino até
então é a música: nada popular, nada traçado, nada definido. Casas nobres não
possuem seus próprios músicos — ora, para quê teriam, afinal?! Festividades sempre
atraem bardos viajantes, pague uma moeda para eles e eles tocarão para você, afinal.
Bem, apesar disso, Dawhan ainda tem suas canções, retratando lendas e feitos
históricos, mas, bem, por seu baixo investimento nisso, o mesmo canto que entoa em
uma taverna é o canto que entoa em um baile real. Escolhas, não? Você não verá
muitos poemas sendo recitados por aqui ou mesmo dançarinos.

Mas se formos falar de investimentos e pontos fortes das artes dawhianas, sem
dúvidas podemos citar as esculturas e as pinturas! São os fundadores dos pontos das
belas artes que agora cedem seus espaços em divisão com os atores — estão sempre
fazendo suas esculturas em praça pública ou pintando qualquer cenário que julguem
interessante, às vezes, as próprias esculturas são feitas ao vivo. Apesar do
marmocario ser muito famoso nas construções, os escultores dizem ser uma pedra
“dura demais para moldar”, então o mármore e o gesso continuam sendo mais
utilizados. Esculturas de marmocario são raríssimas e tornam seus artistas famosos.
As pinturas são feitas de uma tinta própria, muito vívida por sinal, a mistura dos
corantes desejados para a cor com a seiva da leviantree formam uma tinta de aspecto
oleoso, quando seca, tem um efeito fosco, mas que reflete conforme a luz bate em sua
tela.

No ponto de belas artes mais famoso de Dawhan, localizado em Dunahan, em seu


centro, existe a estátua mais notória do reino. Uma das raríssimas esculturas feitas
em marmocario, com tanta perfeição que o artista conseguiu retratar seda
transparente em sua composição — a estátua representa uma mulher, nos mais
perfeitos estereótipos de corpo perfeito para o padrão dawhiano, a mulher ergue as
mãos ao alto em formato de concha em direção ao céu. No meio dia, no pico mais
alto do sol, a estrela de Doim se encaixa perfeitamente nas mãos femininas,
formando um feixe de luz que atravessa a maior avenida de Dawhan, a avenida
central de Dunahan — conhecida por esse fenômeno como Caminho da Luz. Mesmo
em Era, é o lugar mais iluminado dos reinos samarianos. Essa estátua existe desde os
primórdios do reino e é chamada de Portadora da Luz. Tanto a avenida que ilumina,
o lugar em que está, quanto ela própria, são uma das pouquíssimas coisas do reino
representadas em canções e poemas.

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CULTURA.
“Costumes gerais e comuns”.
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Bem, agora que já demos uma volta reparando em estruturas em edifícios, em roupas
e em artes, que tal repararmos nas pessoas e suas… Peculiaridades? Tome cuidado
com quem anda e preste bem atenção nos movimentos deles para com você — em
Dawhan, as demonstrações estão nos mínimos detalhes. Se você for um homem e
passar por outro na rua, atente-se à cabeça: se ele a abaixou em aceno, de cima para
baixo, bem, é um sujeito que está feliz com você, te cumprimentando com um bom
dia amigável, um sinal de respeito comum. Agora… Se o sujeito passou por você e
ergueu a cabeça, empinando o nariz, em uma vênia de baixo para cima, rapaz… Eu te
diria para ir se acertar com o desgraçado! Isso é um sinal de desrespeito, é como se
ele se colocasse acima de você, te olhando de cima. É um gesto extremamente
ofensivo dependendo da situação em que é feito.

Ora, o que foi?! Viu uma dama bonita passar e quer ir cumprimentá-la? Se você for
um rapaz, recomendo que chegue com mansidão, vá na calmaria, espere ela te
estender a mão: é assim que fazemos as coisas por aqui. Beije as costas da mão dela
suavemente e terá a cumprimentado com respeito. Mas, se você for um pouco mais
assanhado e estiver com segundas intenções para cima da moça, continue sendo
discreto, apenas, ao invés de beijar as costas de sua mão, beije seu dedo anelar. Ela
vai entender suas segundas intenções — se irá gostar delas, é outra história.

Bem, se você for a mulher e quiser cumprimentar uma outra, nós sempre podemos
substituir o bom dia/tarde/noite por “que a luz te guie” — a portadora da luz sempre
foi o maior símbolo de Dawhan e a fala demonstra a natureza lúdica e puritana que o
reino atribui às suas mulheres. Se você for responder o cumprimento, por sua vez,
pode falar “e que ela lhe ilumine” — você deveria ver quando duas mulheres
dawhianas que não se gostam se cumprimentam: a fala sempre parece mais irônica e
ácida do que em qualquer outro lugar.

Se você for a mulher que irá cumprimentar o homem, uma vênia de cima para baixo
também está bom, demonstra respeito o suficiente para com a pessoa que tem a
intenção de fala. Porém, se você for uma mulher audaciosa e que toma a iniciativa,
pode ousar no cumprimento também: erga as beiras de sua vestimenta, exibindo o
que veste e faça uma breve reverência — esse é o equivalente feminino do flerte do
dedo anelar.

Os flertes que ensinei deram certo? Ela lhe exibiu sua roupa e você beijou o dedo
anelar da moça?! Ótimo, vai dar casamento, mas não se preocupe, isso não é com
você, digo, é, mas não é você que irá bancar. Os casamentos dawhianos são eventos
públicos e são custeados por amigos e convidados dos noivos, quanto maior um
casamento, com mais fartura em comida, mais bebida, mais eventos dentro, festança
e etc, mais bem visto seus convidados são. É um evento que engrandece o vilarejo ou
a cidade onde vivem em geral. Falando em vilarejos e cidades, se você está se casando
no interior, é provável que quem faça seu casamento seja um cavaleiro que viva no
lugar, caso não haja ninguém, será feito pelo conde mais próximo. Se você for um
conde que irá se casar, então será seu duque, se você for um duque, será sua rainha
ou rei. Se você for a própria rainha ou o rei, uma comitiva com seus cinco duques
acontecerá — caso você tenha um duque ou duquesa mais próxima que seja sua
preferência, será ele a realizar o rito, se você não tiver, será o mais velho dentre eles.
Casamentos costumam ter várias atrações dentro de si, sua quantia varia claro, do
poder aquisitivo dos noivos — e dos amigos e apoiadores dos noivos, principalmente.
A própria comida pode ser vista como algo em particular: em casamento maiores há
iguarias trazidas de outros reinos, importadas de lugares distantes. Quanto mais
comida, maior a fartura e prosperidade aquele casamento terá. Pintores estacionados
em algum canto da festa pintando convidados, paisagens ou objetos em destaque em
pequeninos quadros também podem ser encontrados. Os eventos que o casamento
terá dependem unicamente da vontade, criatividade e bom gosto dos noivos, mas um
símbolo muito comum, presente nos mais ricos até os mais simples são a queima de
ramos de Leviantree, a árvore da vida.

Dois ramos são cruzados um sobre o outro, em forma de “guarda” ou um “x”, um


representa a noiva, o outro representa o noivo, a posição em que ficam simbolizam
proteção um para com o outro. Os ramos são atados com uma fita de seda e são
escolhidas de acordo como desejo dos noivos — elas representam o que se espera
daquela união: a fita azul é um desejo de paz, a fita rosa é um desejo de fertilidade, a
amarela de riqueza, a roxa de abundância, a verde de prosperidade e a menos usada e
mais considerada “estranha” é a vermelha, que representa lealdade, visto que isso é
algo básico que um casamento geralmente já necessita sem ter de se desejar
previamente — as fitas vermelhas são usadas geralmente em casamentos arranjados,
onde a união tem como finalidade alguma coisa que não o amor de ambos, por isso, a
lealdade é pré-requerida. Os ramos cruzados e atados com seus devidos desejos então
são incendiados, e assim, acredita-se que a fumaça da queima dos galhos da árvore da
vida envia seus pedidos aos deuses para serem realizados.

Torçamos para que casamentos terminem com felizes para sempre e que os deuses
atendam os pedidos daqueles noivos que se ataram com uma fita verde, mas, caso não
dê certo e a história seja trágica… É bom que conheçamos onde a vida dos dawhianos
acaba, sim? Enterros são muito comuns por esse lugar provavelmente são a maior
dificuldade de engenheiros e construtores quando querem abrir tubulações — vai
que você topa com um cadáver não completamente decomposto, né? Então, em
Dawhan nos tempos mais atuais a solução se tornou construir grandes cemitérios
para que as cidades pudessem se desenvolver com mais facilidade e rapidez e seus
mortos ainda tivessem um lugar para seu descanso eterno.

A princípio, a ideia dos cemitérios surgiu em cópia ao que já se havia antes: os


ilustres mausoléus para a nobreza dawhiana, construídos nas terras desde que o
reino é reino. Assim como as casas têm o costume de terem vários andares para
representar riqueza e prosperidade, os mausoléus também tem. Mas ao invés de seus
andares serem erguidos para cima, seus andares se estendem para baixo, em
profundas e extensas catacumbas envoltas em lendas e mistérios — é o descanso dos
nobres e dos heróis. Os mausoléus dawhianos também são um dos poucos lugares
onde a iluminação a gás não chega, precisando serem iluminados por candelabros ou
por outra fonte de luz — pessoas que se aventuram a visitá-los, costumam levar velas
feitas de rosas brancas, pois sendo branco a cor das luzes que iluminam Dawhan e a
rosa um de seus maiores símbolos, acredita-se que a espécie de incenso afaste os
maus espíritos durante as incursões pelo mausoléu e os guie de volta para a luz,
fazendo da caminhada uma espécie de defumação religiosa além de simples visita.

Enquanto isso, tempos depois após os cemitérios serem projetados em lugares


específicos que não atrapalhassem a construção das tubulações para iluminação,
todas as covas, das mais simples até as mais complexas ficaram limitadas por espaço.
Não é exatamente um crime, mas você provavelmente será advertido se for pego
escavando em um lugar aleatório por aí para enterrar um corpo — até porque estar
tendo que enterrar um corpo na beira de uma estrada e fora dos cemitérios já é
suspeito o suficiente, né?! Ainda assim, em vilarejos menores e interioranos, os
aldeões continuam com o costume de enterrar seus entes queridos debaixo do
assoalho de suas casas — acredita-se que os espíritos ancestrais daquela família
trariam proteção para o lar após a morte. Quando a pessoa morta de um desses
pequenos vilarejos rústicos e tradicionais não foi uma pessoa querida em vida, ela é
enterrada do lado de fora da vila, para que não traga mais infelicidade para o lugar e
seu espírito esteja impedido de atormentar os ainda vivos. Por essas e outras que as
tubulações a gases ainda não chegaram nos vilarejos interioranos — é difícil
convencê-los de abandonarem suas tradições e ainda mais íntimo mexer no assoalho
de uma casa que representa a história de uma família inteira.

Dawhianos também são enterrados em camas de lírios azuis que preenchem suas
covas em uma forração confortante e colorida. Sendo azul o símbolo da paz — tanto
o que enfeita os edifícios com o minério balazul, quanto a fita de seda que pode ser
escolhida na tradição do casamento — os dawhianos enterram seus parentes com o
máximo destas flores que conseguem coletar. É um desejo sincero de paz na pós vida
e no tradicionalismo mais radical, acredita-se que formem buquês para serem
entregues para Van ou/e sua representação em terra — um presente por os receberem
em Maokar, visto que, pessoas ruins, não são enterradas com um único lírio, em um
desejo de que não tenham paz em sua pós vida e que não tenham a necessidade dos
supostos “buquês” então, já que serão jogados para Iriokar.

Para você que leu até aqui, eu te desejo uma leito final com muitos lírios azuis!
「A.S.D」

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EXTRA.
“Uma das raras canções: Para Dawhan eu vou”.
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“Para Dawhan eu vou
Encontrar a minha luz
Pois a honra é
Quem me conduz

Balazul e marmocario
Rosa branca e lírio azul
A donzela me aguarda
Próxima ao sul

Para Dawhan eu vou


Encontrar a minha luz
Pois a honra é
Quem me conduz

Mas o leste é meu lar


E ele não irei deixar
A donzela terá de me esperar

Para Dawhan eu vou


Encontrar a minha luz
Pois a honra é
Quem me conduz

O seu dedo anelar


Outro homem irá beijar
Na cama floreada
Um dia iremos nos encontrar

Para Dawhan eu vou


Encontrar a minha luz
Pois a honra é
Quem me conduz”.

— Autor desconhecido.

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