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A KEAGRULA.

“Ambientações gerais e arquitetônicas”.


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Quando você pensa em uma ilha pirata, você imagina a bebedeira, boemia e
selvageria que deve ser tal lugar. Um antro caótico e sem leis. Bom, a ilha de
Keagrula é parcialmente isso. A loucura dos prazeres está lá, principalmente se você é
um pirata que acabou de fazer um grande saque e está cheio de ouro para gastar. Mas
sim, há a lei, a qual é ditada por seu rei Koron Konagra e seus homens. A ilha de
Keagrula é uma ilha, outrora minúscula, localizada ao sul de Havir. Entretanto, os
planos de Koron não eram permanecer em um lugar minúsculo e, por conta disso,
inspirou seus homens a trabalharem afinco, dia e noite, para construírem e
estenderem as proporções da ilha. Oras, mas como isso!? Claro que é o que você se
pergunta, afinal, não há como um mero homem criar do nada quilômetros e
quilômetros de terra.

O Samariano, inteligente e ousado como era, pensou o seguinte: porque não


utilizar os recursos que temos em abundância? Devido à localização da ilha e dos
inúmeros que tentaram depor Konagra de seu trono, o sul da ilha se tornou um
verdadeiro depósito de navios naufragados e abandonados. Alongaram trapiches que
serviam de passarelas por entre os navios, uniram cascos quebrados ao meio, de
maneira que flutuassem sobre o mar. Prenderam suas construções firmemente com
correntes, as quais interligavam os navios por seus mastros e a lateral de seus cascos.
Uma espécie de arpão melhorado. Para evitar que os mesmos dançassem em
tempestades, todos aqueles navios possuíam quatro âncoras, sendo duas delas em
cada extremidade. Um espaçamento calculado foi mantido entre cada
“naviconstrução”, de maneira que, em noites de tormenta, os dois cascos não se
choquem e acabem por destruir uns aos outros.

O Distrito dos navios era conhecido como O Afogado, onde você poderia
encontrar a maior parte dos comércios, os quais são espalhados pelo distrito, se
localizando em tendas armadas nas passarelas e em grandes “prédios-cascos”. Além
de, claro, moradia daqueles que podiam pagar menos. Quanto mais distante do
distrito, mais próximo da zona pouco favorecida você se encontrava.

O palácio de Keagrula, no entanto, fica localizado no centro da ilha, em terra


firme. Construído sobre os enormes rochedos que cresciam na vertical. O palácio foi
construído com pedregulhos, pedaços daquelas mesmas rochas, as quais foram
cortadas e lapidadas pelos fiéis piratas de Konagra. Sua construção não é tão alta
quanto seria um palácio comum, mas é larga e imponente. Conta com cinco torres, as
quais formam um pentágono, sendo a ala leste - a terceira torre -, conhecida por ser
assombrada por uma mulher de longos cabelos compridos. Dizem que quando você a
escuta cantar pelos corredores, alguém irá morrer.

Ao leste da ilha, a qual dá de frente com o império das areias, existe um ponto
conhecido apenas por piratas locais, acostumados com a ilha de Keagrula. Tal ponto
se chama “Quebra-Cascos”, não deixando de ser um aglomerado extenso de recifes
mortos e rochas pontiagudas. Ganhou este nome, pois muitos piratas desavisados
acabaram por deixar seus navios ali mesmo, com os cascos completamente
destruídos. E não, os capitães não eram cegos! Acontece que os recifes e a cadeia
rochosa são apenas e somente visíveis durante a lua minguante, quando a maré é
baixa. Em lua cheia e em dias usuais, é impossível detectar a existência dessa
armadilha cruel para os marujos. De certa forma funciona como uma “proteção
natural” da ilha.

Este lugar, por fim, não passa de um cemitério de navios, onde os capitães,
barões e lordes, evitam muito tempo ficar, pois preferem evitar uma única coisa: que
seus navios virem parte da ilha.
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MODA.
“Vestimentas e aparências comuns”.
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E você achou que por sermos piratas não temos o nosso próprio senso de
estética!? HA! Aí que se engana, meu caro recruta. Se tem uma coisa que apreciamos,
no entanto, são tricórnios (chapéus de três pontas, mas estes são destinados a piratas
de cargos altos), alguns outros chapéus mais simples - porém com estilo -, lenços das
mais diversas cores e estampas, sobretudos que normalmente tendem para o escuro e
roupas de couro ou linho num geral.

Bom, mas se estamos falando de um dos “três grandes” (capitães, barões ou


lordes), você não os verá trajando linho ou tecidos de baixa qualidade. Suas roupas
são muito bem feitas por alfaiates - ou roubadas de algum nobre desavisado -, mas,
em sua maioria, são roupas que, de certa forma, se destacam. São discretas, no
entanto, evitando uma abundância de cores, o que os garante uma silhueta mais
elegante de certa maneira. É bem comum você ver os chapéus de tais “nobres”
adornados com penas ou bordados com o símbolo de sua bandeira.

Quando falamos de paleta de cores de tons escuros, me refiro à todas as cores:


verde musgo, cinza escuro, preto, roxo escuro, azul marinho e etecetera. Você deve
estar se perguntando se usar cores mais chamativas é um sinal de baixo cargo, certo?
Eu diria, de certa forma, que sim. Porém, embora seja incomum, acontece de alguns
barões ou capitães mais excêntricos optarem por chamar a desejada atenção.

O código de vestimenta dos piratas se aplica, também, às mulheres. Não é


estranho ver mulheres usando calças e se vestindo tal qual homens, tendo apenas
seus traços mais “femininos” as distinguindo do sexo oposto. O motivo disso é a
praticidade porque, veja bem, imagine você cair no oceano aberto com uma saia
cheia de anáguas e pesada feito chumbo!? Em meio a uma tempestade, você viraria
lanchinho de Kraken na primeira oportunidade!
Entretanto, isso não quer dizer que as damas sejam completamente restritas
em suas vestimentas, jamais! Algumas optam por enfeites em suas roupas, broches
coloridos, brincos com pesadas e chamativas jóias, roupas bem decotadas e coladas
ao corpo… É uma infinita variedade. Como disse anteriormente, sempre temos nossas
exceções nesse mundo, e, posso afirmar com todos os poucos dentes naturais que
ainda tenho, que vi alguma figura feminina deitar um capitão cheio de si na porrada
usando saias!

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ARTES.
“As formas de expressões”.
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A música para os piratas é algo indispensável, pois seus maiores feitos são
contados através dela. Grandes piratas que marcaram a história tem seus nomes
citados nas canções mais épicas, daquelas que toda criança escuta e sonha acordado.
“A-hem! O que faremos com o marujo bêbado!? O que faremos com o marujo bêbado!?
Vamos amarrá-lo no mastro até que acorde!” É uma canção popular entre os piratas,
principalmente em grandes tavernas ou durante celebrações em alto mar - o que
envolve muito rum e cachaça. A canção consiste em duas únicas frases fixas, o resto
os próprios marujos criam durante a noite, o que causa uma série de gargalhadas e
garante uma boa diversão.

Por conta de ser uma cultura tão impregnada em Keagrula, bardos de toda
Havir optam por passar algum tempo de suas vidas na ilha flutuante, iniciando sua
carreira com a chave de ouro. Eu mesmo criei algumas, é claro, embora… Bem, não
sejam tão populares quanto as de Sallivan, língua de prata. Aquele maldito compôs
canções até mesmo para o rei dos piratas! Inclusive ela é bastante famosa por aí.
Estão curiosos!? HA! Serei um bom guia e colocarei algumas canções mais famosas
aqui, para que vocês não se sintam isolados quando visitarem Keagrula.
A Donzela do Mar

Quando a noite você vagar,


no topo de uma rocha em alto mar
uma dama de belos olhos você irá encontrar

Com ela jamais prometa nadar


mas também não ouse atacar!
Caso a bela dama você ouvir cantar
a donzela do mar irá lhe afogar!

O Barão Fantasma

Sh! Faça silêncio! O Barão Fantasma espreita na noite


Seu navio, você não pode ver, mas pode sentir
pois é na noite que ele faz sua morada

Xingue! Berre! Atire! Por mais que tente, irá ver nada
Implore! Implore para o Barão para deixar ir
Mas ninguém irá ouvir, pois o barão disse: não grite!

Bebei, Yo-Ho!

Beber, eu bebo! Casar, não quero!


Mas na dama de vermelho dou um beijo sincero!
Mentiroso eu sou, acredite!
Espere, espere, não se irrite!

Bebei, Bebei, Marujo Yo-Ho! (x3)


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CULTURA.
“Costumes gerais e comuns”.
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Se tem uma coisa que piratas gostam mais do que saquear navios cheios de
dinheiro, são festivais. Neles você pode ver uma gama enorme de piratas de todos os
cantos participando, sendo os festivais a principal prática cultural dos piratas de
Havir. A ilha principal, onde reside o castelo de Konagra, é o palco para tais festivais,
onde três em específico são os mais comemorados por todos:

A Lembrança de Keagrula: Nada mais e nada menos do que o grande festival


que remete ao dia da fundação de Keagrula! Quando Konagra, o rei dos piratas,
concluiu o maior feito de todos junto de sua tripulação: realizou o grande saque ao
Império das Areias e fundou sua base marinha ao sul. Isso aconteceu há quase uma
centena de anos atrás, é claro, quando o todo poderoso Konagra ainda gozava dos
anos de ouro de sua juventude. O evento é recheado de músicas a respeito dos feitos
do rei, frisando a soberania da frota marinha formada pelo samariano sobre o
exército marinho de Havir. Os barcos do distrito do Afogado brilham com acesos por
todas suas extensões, transformando o local em um verdadeiro “dia” durante a noite.

As tavernas enchem, os bardos criam calos grossos nos dedos de tanto tocar
seus alaúdes e os cantores ficam mudos no dia seguinte. Mas espere aí! Esse não é o
único festival que temos por aqui, não!

Unomatae: Se você acha que o festival da Lembrança de Keagrula era agitado,


é porque você não conhece o festival de Unomatae. Nele os piratas comemoram a
vitória sobre as marinhas unidas. Uma batalha lendária que ocorreu nos mares do sul
de Havir, onde Koron Konagra e sua frota de navios derrotaram o império unido de
Donos, Cenos e Havirianos. Dizem os contadores de história que não houve cena
mais épica já registrada! O mar agitado pelo número considerável de frotas de ambos
lados, tiros de canhões, gritos, tilintar de espadas… Bom, podemos dizer que o
império das areias gozava de bons equipamentos, navios trabalhados com a mais fina
madeira que você poderia encontrar. Mas eles não tinham a voracidade dos homens
de Koron, e, tampouco, sua mente brilhante.

Krievarin: Como não poderia faltar, o último festival de Keagrula remonta o


dia da consagração do rei dos piratas na ilha flutuante. Bom, esse festival é um
tanto… Romântico. A-hem! Está um pouco calor, não acham? De qualquer forma,
nesse dia em especial, piratas coroam seus “reis” ilhas a fora - ou suas rainhas, como
preferirem. O processo de coroação varia de pirata para pirata. Mas devo contar que,
certa vez, vi uma jovem pirata, capitã Selene seu nome, saquear um enorme navio de
guerra dos Donos, o qual carregava pedrarias e jóias para o norte do reino, optando
pela rota marinha pelo tamanho anormal de cargas. Claro que estava recheado de
guardas até os dentes, mas isso não a impediu. Selene saqueou o navio com apenas
um único de sua frota e trinta homens. Como sei disso? Eu estava lá, oras! Não, não
estava com uma espada em mãos, mas com uma caneta tinteiro e um pedaço de
papel, documentando tudo de dentro de um barril, muito bem disfarçado! HAHA!

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EXTRA.
“Curiosidades e particularidades da ambientação”.
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Entre os piratas é incomum o uso de códigos populares, ou seja, aqueles


conhecidos amplamente por mais de um grupo de piratas. Tais códigos seguem a lei
do bom senso, sendo respeitados entre a população pirata num geral. Existem dois
popularmente conhecidos, o primeiro é chamado de Unomatae - sim, o mesmo nome
do dito evento em Keagrula. Esse é um código utilizado para solicitar um encontro
com o capitão da tripulação quando em situação de desvantagem ou extrema derrota.
“Eu invoco o código de Unomatae”, e isso basta para que os marinheiros respeitem o
código e levem o sujeito até o capitão. Bom, ainda sim existem aqueles mais
traiçoeiros que escolhem não respeitar o código em si, mas isso gera uma fama muito
negativa para com o resto de sua frota/marujos.

O segundo código mais conhecido é o código da Promessa, a qual está mais


para uma lei. Como todos bem sabem, piratas são seres oportunistas, gananciosos e
pouco se importam com algo chamado “palavra”. Um dos ditados mais populares,
inclusive, é que confiar na palavra de um pirata é o mesmo que entregar o saco de
moedas para o ladino. De qualquer forma, o código da Promessa, ou lei da promessa
como muitos costumam dizer, consiste em dar a chance de outra pessoa ter um favor
absoluto em seu nome. Sendo assim, caso você queira barganhar com outro pirata,
você deve oferecer-lhe o código da promessa. Mas espere aí! Não é apenas oferecer e
depois trair esse código.

A Promessa é algo ofertado sem especificações, entretanto, uma vez feita,


todos os piratas de todos os cantos ficam sabendo dos nomes dos envolvidos, pois ela
deve ser validada pelo rei em pessoa. Quebrar a lei da promessa é passível de
exclusão do meio e, algumas vezes, morte.

Outra curiosidade a respeito dos piratas, é que, caso um capitão, barão ou


lorde não seja bem quisto por sua tripulação, estes sofrem o que é chamado de
“motim”. Um motim sempre tem um líder e, caso este líder mate o subjugue o
capitão atual, ele automaticamente toma seu posto. É um movimento arriscado, pois
nunca se pode confiar totalmente em piratas. Quem pensaria que metade dum motim
poderia, na verdade, estar do lado do capitão?

Em Keagrula, mais especificamente no centro da ilha, onde há um espaço com


vegetação e terra fofa, existe uma planta chamada Fumaceiro, a qual é utilizada para
produzir charutos e cigarrilhas de palha. Quando Koron tomou a ilha e fundou seu
reino, achou esta planta muito peculiar, pois após colocar fogo na plantação para
construir seu castelo, sentiu aquele cheiro deveras agradável. Curioso como era,
pediu aos homens que detinham conhecimentos de lavouras que estudassem a
respeito. Após algum tempo, a produção de charutos e fumos soltos começou a
estourar por toda Keagrula, espalhando-se por Havir. Por conta disso, Keagrula se
tornou famosa pela produção dessas duas iguarias muito populares entre barões e
lordes, assim como alguns nobres do império das areias.

A família “real” de piratas é composta por 22 membros, contando com Koron.


Um de seus filhos misteriosamente desapareceu há alguns meses, junto de sua
tripulação. Nada sabem sobre ele, a princípio. Alguns dos irmãos estimam que, por
conta de sua ganância e preguiça, acabou morto em algum canto do mundo, ou foi
até mesmo assassinado por seus homens.

Existe algo chamado o Tratado da “Paz das Ondas”, onde os piratas de Havir
aceitaram nunca mais passarem pelo território de Gaa’nalt na travessia para os mares
Samarianos. Devido às batalhas marinhas, muitos navios e restos de navios caíam no
fundo do mar, destruindo estruturas vaa’naltianas ou poluindo o fundo de seu lar. O
Tratado foi aceito pelo rei dos piratas, Koron, e o rei de Vaa’nalt, ao lado das
sacerdotisas de Uno.

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