Você está na página 1de 5

14/01/2019 Arquivo para futuro da agricultura; internet das coisas; IoT | Programa Agricultura de Precisão do SENARPrograma Agricultura de Precisão do S…

Agro de Precisão
O Programa
do SENAR
Artigos
e palestras
Curso de Agricultura
de Precisão
Sobre o SENAR
Imprensa

10 OUT
2017

Agricultura digital abre perspectivas para pesquisa


Embrapa Informática Agropecuária*

Foto: Lilian Alves


http://www.senar.org.br/agricultura-precisao/tag/futuro-da-agricultura-internet-das-coisas-iot/ 1/5
14/01/2019 Arquivo para futuro da agricultura; internet das coisas; IoT | Programa Agricultura de Precisão do SENARPrograma Agricultura de Precisão do S…

As novas tecnologias de informação e a internet das coisas (IoT), caracterizada pela comunicação entre
máquinas, têm grande potencial de melhorar os processos produtivos e trazem oportunidades, tanto sob o
aspecto da pesquisa agropecuária como das aplicações no campo. Mas os desafios para o desenvolvimento e a
implantação também são enormes, de acordo com especialistas que participaram do 11º Congresso Brasileiro
de Agroinformática – SBIAgro 2017, cujo tema foi “Ciência de dados na era da agricultura digital”.

Tornar a agricultura cada vez mais digital é um objetivo que depende de diversos fatores que vão da criação
de soluções, conectividade até a capacitação da mão de obra. As aplicações para a tomada mais assertiva de
decisão pelo produtor rural envolvem coletas de milhares de dados por sensores e robôs ou máquinas
automatizadas, alto processamento de informações e de imagens, e análises. O pesquisador da Embrapa
Informática Agropecuária Thiago Teixeira Santos explica que com a redução dos custos da microeletrônica e
das telecomunicações uma série de alternativas de IoT se tornaram viáveis e deve surgir uma nova onda de
desenvolvimento no agronegócio.

Há uma variedade enorme de soluções computacionais e mecanizadas, como aplicação de defensivos e


irrigação de forma mais racional, plantio e colheita conforme condições meteorológicas locais, sem falar nos
sistemas de gerenciamento das propriedades. Entretanto, interpretar essa quantidade imensa de dados para
extrair informações relevantes e integrar tudo isso em soluções que garantam o aumento da qualidade da
produção agrícola é um dos principais desafios para as instituições e profissionais que atuam no setor.

Pesquisas com comunicação a longa distância usando dispositivos móveis e a IoT oferecem muitas
potencialidades para o agronegócio, com economia de recursos naturais e impacto no aumento da
produtividade, conforme a professora do Instituto de Computação da Unicamp Juliana Borin. “A tecnologia é
bastante intensiva no Brasil no agronegócio”, afirma Ricardo Inamasu, pesquisador da Embrapa
Instrumentação. Ele conta que o setor é muito receptivo às inovações, pois incorporou a agricultura de
precisão com facilidade, e que existe grande potencial para a informatização.

Apesar de reconhecer as oportunidades da quarta revolução baseada em IoT e big data, com uso de satélites,
sensoriamento remoto e grandes bases de dados, Inamasu diz que ainda é preciso uma estratégia mais
eficiente para coletar os dados no campo. Os drones estão vindo com muita força, mas é uma tecnologia que
está amadurecendo, na visão do pesquisador. “Todas essas informações precisam estar integradas e aumentar
a eficiência da produção”, defende.

Difusão da internet das coisas

Os aspectos tecnológicos, socioeconômicos e regulatórios que representam uma barreira à introdução da IoT
na agricultura foram analisados por integrantes do consórcio responsável pelo Plano Nacional de Internet das
Coisas, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O pesquisador
do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) Fabrício Lira Figueiredo afirma que
a infraestrutura de conectividade é o maior entrave para a difusão da IoT na agropecuária.

“É um desafio não só para o Brasil, mas para o mundo todo essa questão de conexão no campo”, disse
Figueiredo durante o SBIAgro 2017. “Uma vez vencida a barreira da conectividade, vem a questão da
sustentabilidade, algo extremamente crítico porque precisamos alimentar nove bilhões de pessoas até 2020. É
preciso conhecer os limites e crescer de forma responsável”, enfatizou. Ele ainda destacou o crescimento
significativo nos últimos dois anos das agtechs, startups ligadas ao agronegócio, principalmente nas regiões
de Campinas e Piracicaba, que têm buscado formas mais simples de coletar dados no campo e processá-los.

A consultora de software na ThoughtWorks Brasil Desiree Santos lembra que hoje o novo perfil dos
produtores, mais abertos às mudanças tecnológicas, facilita a adoção das novidades. Para o pesquisador da
Universidade de Porto Alípio Jorge, a inteligência artificial e o aprendizado de máquina – machine learning –
já apresentam resultados impressionantes para resolver problemas enfrentados pelo agronegócio. Contudo, é
importante avaliar os riscos relacionados à sustentabilidade do meio ambiente e os impactos da robotização
no mercado de trabalho, pondera.

Futuro da agricultura

O futuro será cada vez mais intensivo em dados; por isso, é fundamental extrair conhecimento deles para
ajudar a sociedade, de acordo com a professora Cláudia Bauzer Medeiros, do Instituto de Computação da
http://www.senar.org.br/agricultura-precisao/tag/futuro-da-agricultura-internet-das-coisas-iot/ 2/5
14/01/2019 Arquivo para futuro da agricultura; internet das coisas; IoT | Programa Agricultura de Precisão do SENARPrograma Agricultura de Precisão do S…

Unicamp. Cláudia acredita que há muito potencial em pesquisa voltada à agricultura do ponto de vista social
que ainda não é bem explorado. Também ressalta que o setor de saúde vem usando várias tecnologias digitais
que podem ser adaptadas para o agrícola.

A agricultura já passou por diversas revoluções, mas o diferencial é que essa transformação digital é capaz de
convergir várias áreas, como a instrumentação, ferramentas de edição genômica, técnicas de melhoramento
genético e bioinformática, por exemplo. O pesquisador Édson Bolfe, da Secretaria de Inteligência e
Macroestratégia da Embrapa, aponta que a Empresa está trabalhando com o conceito de alimento e não
apenas do ponto de vista da comida. Todas as questões relacionadas ao clima, ao solo e à planta devem estar
integradas para se superar os desafios de uma demanda crescente por alimentos sem expansão de terras e num
contexto de restrição de recursos naturais.

Como inserir tudo isso no processo produtivo? Para a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária,
Silvia Massruhá, é preciso refletir sobre essa questão e ajudar a encontrar caminhos para tornar a agricultura
cada vez mais conectada, com a automação de processos e tecnologia de ponta no campo e em toda a cadeia
produtiva, incluindo desde a fase de produção e o processamento até a logística de distribuição.

No SBIAgro 2017, Silvia explicou que a Embrapa Informática Agropecuária desenvolve uma série de
pesquisas em bioinformática, mudanças climáticas, automação e interoperabilidade de dados. “A Embrapa
tem um papel importante nesse contexto para fomentar essa agricultura digital. É preciso estabelecer
parcerias, investir nas startups e pensar em novos modelos de negócios para fortalecer esse ecossistema de
uma agricultura mais conectada e baseada em conhecimento digital”, pontua.

“O produtor precisa ver o valor real para adotar a tecnologia”, falou o diretor da Falker, Marcio Albuquerque,
durante o congresso. Ele ponderou que a revolução digital ocorre de forma acelerada em vários setores, mas
que a agricultura não segue a mesma velocidade. Apenas 15% da agricultura brasileira está adotando a
agricultura de precisão, embora essa tecnologia esteja disponível há mais de uma década”, ponderou. Além
de investir em capacitação, há questões econômicas intrínsecas à atividade agrícola que precisam ser
consideradas, como a falta de competição entre os produtores, diferente do que ocorre em outros mercados,
na opinião do diretor.

Mostrar para o produtor como essas ferramentas contribuem para a melhoria da gestão da propriedade é
fundamental. Também é importante desenvolver tecnologia nacional para que o País seja competitivo,
segundo Albuquerque. O analista de planejamento agrícola Adriano Lobato, da SLC Agrícola, um dos
painelistas do SBIAgro, confirmou que a adoção de tecnologia no campo pela empresa sempre leva em conta
qual é o valor agregado. Por isso, usam sistemas de gestão e estão implantando um modelo piloto para coleta
de dados climáticos na propriedade, desenvolvido por uma consultoria em parceria com uma universidade, a
partir da demanda de produtores locais.

Lobato reconhece que a informatização dos processos no campo é necessária, mas aponta que falta um
sistema integrado. “São muitas máquinas, softwares, que não se conversam. Precisamos integrar tudo”,
afirma. A integração passa pelo desenvolvimento de pesquisas e equipamentos, oferta de infraestrutura e até
mudanças culturais.

Por Equipe de Comunicação Digital • Postado em Agricultura de Precisão • Tagged futuro da agricultura;
internet das coisas; IoT • Seja o primeiro a comentar

Fotos

http://www.senar.org.br/agricultura-precisao/tag/futuro-da-agricultura-internet-das-coisas-iot/ 3/5
14/01/2019 Arquivo para futuro da agricultura; internet das coisas; IoT | Programa Agricultura de Precisão do SENARPrograma Agricultura de Precisão do S…

Anterior Próximo

Vídeos

 
Anterior Próximo

Agricultura de Precisão

No Twitter
Tweets de @SENARBrasil

Voltar para o Portal do Senar


http://www.senar.org.br/agricultura-precisao/tag/futuro-da-agricultura-internet-das-coisas-iot/ 4/5
14/01/2019 Arquivo para futuro da agricultura; internet das coisas; IoT | Programa Agricultura de Precisão do SENARPrograma Agricultura de Precisão do S…

http://www.senar.org.br/agricultura-precisao/tag/futuro-da-agricultura-internet-das-coisas-iot/ 5/5

Você também pode gostar