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IMPACTOS DA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NO SETOR RURAL

BERNARDES, Joaquim Malafaia¹; BITTENCOURT, Anita de Souza¹; DE SOUZA NETO,


Jacques Fabrício¹; PEREZ, Luiza Silva1; PINHO, Mariana David de¹; PORTO, Rafael Mesik¹;
GRIEBELER Adriane2.

Resumo: O artigo apresentado visa demonstrar os impactos da evolução tecnológica no setor rural.
O tema foi definido pela presença e influência da atividade agropecuária no contexto em que os
jovens autores da pesquisa estão inseridos. Este trabalho foi desenvolvido com os principais intuitos
de compreender a importância do agronegócio na economia do país e como o desenvolvimento
tecnológico facilitou o processo de produção do setor rural. Com isso, foram realizadas entrevistas
com profissionais da área, e dados retirados de um questionário aplicado aos alunos de diversas
turmas do 9° ano e ensino médio, o intervalo de idades sendo de 14 a 18 anos, do Colégio
Franciscano Espírito Santo. Além disso, o documento apresenta um quadro de resumo com os relatos
e respostas retirados das perguntas realizadas nas entrevistas antes mencionadas, o qual
compreende dados da parte qualitativa do artigo.

Palavras-chave: Agropecuária; Setor Rural; Avanços Tecnológicos; Economia.

Abstract: The presented article aims to demonstrate the impacts of technological evolution in the rural
sector. The topic was chosen due to the presence and influence of agricultural activity in the context in
which the young authors of the research are immersed. This work was developed with the main
purposes of understanding the importance of agribusiness in the country's economy and how
technological development has facilitated the production process in the rural sector. To achieve this,
interviews were conducted with professionals in the field, and data were collected from a questionnaire
administered to students from various 9th-grade and high school classes, with an age range of 14 to
18 years, at Colégio Franciscano Espírito Santo. Additionally, the document includes a summary table
with the reports and responses obtained from the questions asked in the aforementioned interviews,
which comprise the qualitative part of the article.

Keywords: Agriculture; Rural Sector; Technological Advances; Economy.

1. INTRODUÇÃO
Neste artigo objetiva-se demonstrar os impactos da evolução tecnológica no
setor rural observar o quão desenvolvido o mesmo está. No Brasil, tal departamento
teve seu marco inicial em meados do século XVI, e destacou-se, no sul do país, a
economia do charque. Por meio da Revolução Agrícola, foram descobertas técnicas

1
Alunos do 1° ano do Ens. Médio do Colégio Franciscano Espírito Santo – Bagé/2023.
2
Professora orientadora da turma 212 do 1° ano do ensino médio do Colégio Franciscano Espírito
Santo
1
avançadas de cultivo e conhecimento sobre a organização de pequenas
propriedades rurais que possibilitaram a evolução desta área. Além disso, a
diversificação das atividades econômicas no campo impulsionou cada vez mais o
desenvolvimento agrário no Rio Grande do Sul.
Com o passar do tempo, a dependência da agricultura foi se intensificando.
Atualmente, a indústria alimentícia tem cerca de 70% de seus alimentos
processados originados em culturas agrícolas (IBGE, 2022). Com isso, o objetivo
proposto é apresentar uma descrição e caracterização de algumas das tecnologias
que o avanço digital proporcionou ao setor, ocasionando na melhoria dos resultados
da indústria brasileira.
Ademais, busca-se detalhar os avanços tecnológicos que garantem a
eficiência de produção e melhor qualidade de produtos gerados pelo setor rural. As
novas tecnologias vieram para atender a novas demandas, alcançar resultados
favoráveis e aumentar a produção. Elas podem ser consideradas um dos fatores
principais por popularizar a agricultura.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Importância do maquinário na agropecuária

Segundo dados do CONAB (2018), o Brasil, em 1977, tinha uma produção


agrícola de 46 milhões de toneladas, ocupando uma área produtiva de 37 milhões
de hectares, enquanto em 2017 a produção cresceu mais de seis vezes, atingindo
236 milhões, enquanto a área plantada apenas dobrou, ou seja, a tecnificação
possibilitou o incremento de produtividade. Em meados do século passado menos
de 2% das propriedades rurais tinham máquinas agrícolas, era um trabalho
totalmente rudimentar, pois os agricultores sofriam com escassez de tecnologia e de
informação. Em 1968 o Brasil sofria com a escassez de alimentos, fazendo com que
o governo instituísse políticas para aumentar a produção e a produtividade
agrícolas, desde investimentos públicos em pesquisa e desenvolvimento, até
extensão rural e linhas de crédito específicas aos agricultores. O qual seria o ponto
de partida para o processo de modernização da agricultura brasileira (EMBRAPA,
2018).
O setor agrícola brasileiro vem se adaptando à Agricultura 4.0, termo que
2
agrupa tecnologias e ferramentas digitais integradas e conectadas por meio de
softwares, sistemas e equipamentos capazes de aperfeiçoarem a produção agrícola
em todas as etapas, do plantio à colheita (JACTO 2018).
E estas mesmas tecnologias têm evoluído de forma exponencial, e não
apenas no plantio e colheita, mas similarmente, no cuidado com o meio ambiente, a
adubagem dos campos, o tratamento das lavouras, a reprodução e gerenciamento
de animais, a automatização do meio de transporte no campo e também análise do
mesmo.

2.2 Uso de drones no cuidado do campo.

É importante destacar que o DRONE é um termo genérico, sem definição


técnica ou na legislação. Esse termo é um apelido originado dos Estados Unidos
que se difundiu, designando todo e qualquer objeto aéreo não tripulado, para fins
profissionais, comerciais, entre outros (SILVA, ADRIANO, 2022).
Segundo a ANAC (2019), a nomenclatura “drone” é uma expressão utilizada
para descrever desde pequenas aeronaves rádio controladas comprados em lojas
de departamento até VANT de aplicação militar, autônomos ou não. Por este motivo,
o termo utilizado na regulação técnica da ANAC é aeromodelo, que os
equipamentos para lazer, enquanto os VANT são aqueles empregados para usos
econômicos nos mais diversos setores.
Inicialmente visto como um brinquedo, o drone aos poucos foi sendo
descoberto como ferramenta de trabalho de muita utilidade na agropecuária, até se
tornar um excelente aliado do produtor rural, com levantamentos gerais e detalhados
da propriedade em um curto espaço de tempo e informações específicas que
ajudam na melhor tomada de decisão, fazendo com que os custos sejam reduzidos
e a produtividade aumentada (SENAR 2022).

2.2.1 Drones facilitam na pulverização de defensivos agrícolas:

É muito comum ocorrer o crescimento de ervas daninhas nos campos que


acabam atrapalhando o crescimento da pastagem, além de prejudicar o bem estar
dos animais e a qualidade da carne, prejudicando a rentabilidade do produtor. Uma
alternativa para reduzir esse impacto é a aplicação de defensivos, que são produtos

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químicos utilizados para eliminar plantas invasoras (EMBRAPA, 2003). Visando
melhorar a qualidade nutricional do campo, muitos produtores vêm adotando o uso
em seus campos.
Um grande desafio de sua aplicação é evitar que o produto contamine outras
plantas que não se quer eliminar e também não vá para o solo ou para os animais,
pois é tóxico quando aplicado indevidamente. Este problema se chama “deriva”, por
isso é muito importante reduzi-la.
Cientistas da Embrapa Soja (2020) comprovaram o bom desempenho de
drones agrícolas como veículos de pulverização no controle de importantes pragas
da cultura da soja no Brasil. Os drones têm como principais benefícios a precisão na
aplicação de herbicidas, que permitem a redução de desperdício e impacto
ambiental, além de possibilitarem a minimização da exposição de culturas saudáveis
a produtos químicos indesejados; Há também a garantia da segurança do operador
– A pulverização com drones elimina a necessidade de exposição direta dos
operadores a produtos químicos tóxicos, proporcionando um ambiente de trabalho
mais seguro –; Ademais, os drones permitem o acesso a áreas de difícil alcance,
visto que os quais podem alcançar áreas com difícil acesso para o maquinário
tradicional com facilidade, garantindo uma cobertura uniforme em toda a extensão
da plantação (EMBRAPA, 2022).

2.3 Sistema de GPS no campo

O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é um notável sistema de


navegação via satélite que revolucionou a forma como percebemos e interagimos
com o mundo. Desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, o
GPS consiste em uma constelação de satélites em órbita que transmitem sinais
precisos para receptores na Terra. Ao triangular sinais de pelo menos quatro
satélites, os receptores GPS podem determinar com precisão sua latitude, longitude,
altitude e horário exato.
O mesmo, foi originalmente criado para aplicações militares, agora encontra
amplo uso em domínios civis. Desde orientar carros e aeronaves até facilitar
aventuras ao ar livre, a tecnologia GPS se tornou uma parte indispensável da vida
moderna. Além da navegação, ele também auxilia em resposta a desastres,
pesquisas científicas, levantamentos geodésicos, entre outros.
4
Em vista disso, o sistema desempenha um papel crucial na modernização de
diversos setores, incluindo a agricultura do Brasil. Assim como o GPS revolucionou a
forma de orientação e interação com o mundo, ele também teve um impacto
transformador nas práticas agrícolas, impulsionando a eficiência, a produtividade e a
sustentabilidade no setor agrícola brasileiro. De acordo com Massruhá (2019), o
setor utiliza o GPS de diversas maneiras:

● Agricultura de Precisão: O uso de receptores GPS permite que os


agricultores brasileiros adotem práticas de agricultura de precisão. Com a
capacidade de determinar com precisão as coordenadas geográficas de
diferentes áreas de cultivo, os agricultores podem otimizar a aplicação de
insumos como fertilizantes, pesticidas e água. Isso resulta em uso mais
eficiente desses recursos, redução de custos e minimização do impacto
ambiental.
● Mapeamento e Monitoramento: O GPS é empregado na criação de mapas
detalhados das propriedades agrícolas, permitindo que os agricultores
monitorem de perto as variações na produtividade ao longo do tempo e do
espaço. Isso ajuda na identificação de áreas que requerem atenção especial,
seja devido a problemas de solo, infestação de pragas ou outros fatores.
● Tratores e Equipamentos Autônomos: A tecnologia GPS é essencial na
operação de tratores e outros equipamentos agrícolas autônomos. Esses
equipamentos podem ser programados para realizar tarefas específicas,
como arar, plantar e colher, com alta precisão, resultando em maior eficiência
e redução da necessidade de intervenção humana.
● Apoio à Tomada de Decisões: A coleta de dados de localização e a
capacidade de rastrear o progresso das atividades agrícolas ao longo do
tempo fornecem informações valiosas para a tomada de decisões
estratégicas. Os agricultores podem ajustar suas práticas com base em
insights detalhados, aumentando a produtividade e a lucratividade.
● Monitoramento de Fronteiras Agrícolas: O GPS também é utilizado para
delimitar e monitorar as fronteiras das propriedades agrícolas, contribuindo
para a gestão de terras e prevenindo conflitos de propriedade.

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De forma geral, o Sistema de Posicionamento Global não apenas
revolucionou o modo como navegar e interagir com o mundo, mas também
desempenhou um papel fundamental na transformação da agricultura brasileira. A
tecnologia permite que os agricultores do Brasil utilizem dados de localização de
forma inteligente para otimizar suas práticas, aumentar a eficiência e contribuir para
uma produção agrícola mais sustentável e resiliente (REIS, 2007).

2.4 Chipagem e inseminação artificial.

2.4.1 Inseminação artificial

A inseminação artificial é um conjunto de técnicas que visa gerar uma prole


sem o uso do coito natural e sim por métodos que envolvem intervenção humana no
processo, o qual é de grande importância para a agropecuária, visto que há
inúmeras vantagens, como a seleção de animais comprovadamente superiores, a
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, já que não há o contato entre os
animais (SILVA, 2023).
A inseminação artificial na agropecuária passou por avanços significativos ao
longo do tempo, impulsionados pelo desenvolvimento da tecnologia. Desde a sua
introdução, a inseminação artificial tem sido uma ferramenta valiosa para melhorar a
genética animal, aumentar a produtividade e a eficiência da reprodução em animais
de criação.
No início, a inseminação artificial era realizada manualmente, com o uso de
um tubo e seringa para depositar o sêmen no trato reprodutivo da fêmea. Esse
método ainda é utilizado em algumas situações, mas com o tempo foram
desenvolvidos dispositivos mais avançados.
Os primeiros avanços tecnológicos na inseminação artificial incluíram o
desenvolvimento de aparelhos de inseminação mais eficientes. Foram projetados
equipamentos que permitem uma deposição mais precisa do sêmen, como a pistola
de inseminação, que ajuda a garantir a colocação correta do sêmen no útero ou no
corpo do útero.

2.4.2 Monitoramento do gado no campo por meio de chipagem:

Desde o início do século XX, os cientistas têm buscado uma maneira de


6
monitorar os movimentos individuais de animais. Por um longo período, acompanhar
a vida de um animal no campo significava apenas segui-lo e observá-lo, e utilizar
uma etiqueta(conhecida como “brinco” por muitos pecuaristas) para identificação,
porém, no meio de diversas tecnologias descobertas no decorrer dos anos, foi
desenvolvida uma técnica de monitoramento dos bovinos nas propriedades.
A chipagem foi destinada à rastreabilidade bovina, no entanto, ela facilita a
vida dos pecuaristas em diversas outras formas. Em uma das orelhas é colocada
uma etiqueta com o número de identificação, e na outra é posicionado um bóton
com um chip para monitoramento dentro, em que informações obtidas são
transmitidas para um satélite o qual manda para um sistema inteligente que faz a
análise dos algoritmos e converte em dados sobre o bem-estar do animal (R.
BARBOSA. 2019).
Segundo o especialista médico veterinário Marcus Rezende, além do
pecuarista saber onde estão indo seus animais e conseguir manejar melhor os seus
passos, ele consegue identificar o quanto se movimenta, se tem algum problema de
saúde, quando o animal está em período fertil e também permite monitorar sua
dieta; dependendo do chip, é possível até medir sua temperatura corporal.
Atualmente não é obrigatória a utilização do chip, porém, no futuro
provavelmente se tornará, pois ele entrega um resultado ao proprietário que não
seria possível realizar sem o uso do mesmo.

2.6 Sustentabilidade

A dependência da sociedade por combustíveis fósseis aumenta cada vez


mais as emissões dos gases de efeito estufa na atmosfera. Dentre esses gases,
estão o gás carbônico e o metano, que vêm de atividades industriais e
agropecuárias. E o Brasil, tem sido um dos mais cobrados para aplicar práticas do
ESG (Environmental, Social and Governance) no agronegócio.
O sequestro de carbono é uma das formas de deixar o campo mais
sustentável, consiste em pegar o carbono gerado pelas lavouras e transformar em
oxigênio, porém ele só ocorre quando as entradas de resíduos culturais são maiores
que as saídas do carbono, por meio da atividade microbiana.
Sequestro de carbono é o termo usado para indicar o processo de exclusão
do Gás Carbônico da atmosfera, isso ocorre na fotossíntese das plantas Elas
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captam dióxido de carbono no ar e o transforma em fotoassimilados, que são
utilizados como energia por bactérias que fixam o nitrogênio nas raízes das plantas.
Durante a sua decomposição, 15% a 25% são convertidos em carbono orgânico no
solo, o resto vai para a atmosfera, mas essa quantidade depende do manejo que é
feito na lavoura (ROYO, 2010).
No entanto, hoje em dia há quem lucre com o Sequestro de Carbono, por ter
uma grande importância na redução de gás O2 no planeta (BITTENCOURT, M.,
2021).

3. METODOLOGIA

Visando assentar um contexto para o trabalho, estabelecer limites e definir os


temas a serem aprofundados, foram feitas diversas pesquisas em diferentes artigos
e matérias jornalísticas, utilizando recursos deferidos da internet.
Para atender os objetivos propostos no artigo, foi realizada uma pesquisa
qualitativa através de entrevistas com especialistas da área. Entre os entrevistados
há um médico veterinário, um técnico em telecomunicações, um proprietário rural, e
um técnico em agricultura. As mesmas tomaram parte no durante um remate do
CITE 27 (Clube de Integração e Troca de Experiências), realizado em Lavras do Sul,
em maio de 2023.
Na entrevista com o técnico em agricultura, as perguntas focaram em
abordar: o saber como é trabalhar e viver no agronegócio, mercado o qual está em
constante mudança tecnológica; qual era a reação dos trabalhadores quanto a estas
mudanças; qual a influência que estes avanços trouxeram ao mercado.
Já os temas abordados ao entrevistar o técnico em telecomunicações, foram
respondidos pelo mesmo com o seu próprio relato, exemplificando o como ocorre a
fixação de uma nova empresa neste ramo. E quais os empecilhos que este processo
trouxe. Durante a conversa com o proprietário rural, foram coletados dados não
apenas de uma pessoa que trabalha diretamente com os avanços tecnológicos, mas
também como cliente franco destes produtos. E na audiência com o veterinário, as
questões da conversa tinham foco em estabelecer uma base sobre o assunto em
discussão, os impactos dos avanços da tecnologia no setor rural. Os relatos das
pautas discutidas durante as entrevistas aparecerão em um quadro de resumo.

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No final do mês de Julho, foram aplicados formulários com os alunos do 9º ao
ensino médio, com uma média de 5 perguntas, todas enfatizando a percepção deles
sobre a evolução tecnológica na agropecuária. Os resultados obtidos nos
questionários serão apresentados por meio de gráficos de setores para se ter uma
melhor compreensão das respostas adquiridas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com o intuito de obter conhecimento de profissionais na área pesquisada,


foram desenvolvidas entrevistas para comparar as diversas visões e experiências
dos entrevistados atuantes no município de Lavras do Sul/RS.
Diante dos assuntos abordados, a principal pauta foi a melhoria e o
aperfeiçoamento na produção agropecuária em virtude do enriquecimento e
popularização da tecnologia no setor rural, pois quando as empresas descobriram o
quão lucrativo era e ainda é o agronegócio, elas migraram para esse setor, trazendo
inovações tecnológicas para o mesmo.
Atualmente, muitos indivíduos têm estado presentes na agronomia ajudando
a desenvolver estas tecnologias, acarretando em um universo agro mais atualizado.
De acordo com o entrevistado Fagner Dornelles, técnico em telecomunicações, uma
equipe desenvolveu o aplicativo chamado “Rematefy”, que tem como objetivo trazer
mais audiência aos remates, através da plataforma online, tornando-os mais
acessíveis e práticos de serem assistidos. Os benefícios que o uso do app oferece
para os usuários são significativos, ele permite que os lances que antes eram
assistidos pela plataforma “Youtube” e possuíam alguns segundos “delay” se
tornassem, basicamente, instantâneos com a criação do “Rematefy”. O “app",
também, possibilita que os compradores que, por alguma razão, não podem
comparecer ao remate de maneira presencial, conseguissem participar do leilão.
Conforme afirmou Roger Prestes, técnico agrícola e gestor em agronegócios,
a modernização das atividades agropecuárias trouxe consigo novas áreas de
atuação qualificadas, ao mesmo tempo em que um trator automatizado não
necessita de um piloto manual, ele demanda de cuidados mais especializados, um
programador e um mapeamento GPS da área onde este maquinário será utilizado.
Os avanços tecnológicos não se limitam apenas ao maquinário utilizado, estes

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progressos trouxeram um imediatismo de informações no cotidiano dos
trabalhadores rurais – visto que, há somente alguns anos atrás, o
compartilhamento dos dados obtidos no campo chegavam lentamente à seus
destinatários – , situação em que o operário atualmente não se encontra mediante
a implementação de mais tecnologias na área.
Os entrevistados mencionaram coletivamente uma grande melhoria no
cotidiano do agropecuarista diante das novas tecnologias e, embora se vissem,
muitas vezes, desafiados pelas mesmas, elas vieram com o intuito de facilitar e
aperfeiçoar a atividade no setor rural.
Objetivando uma maior praticidade da análise obtida, foi construído um
quadro priorizando as duas principais perguntas discutidas com os relatos e as
visões de todos os entrevistados de forma direta e concreta. Foram tabulados os
seguintes resultados:

Quadro 1 - Resumo de Perguntas e Respostas

Quais os efeitos das inovações Praticidade na vida do trabalhador


tecnológicas no setor rural? rural; novas áreas para se
profissionalizar; imediatismo na
circulação de dados e otimização na
produção agropecuária.

Quais os principais desafios Adaptação conforme os avanços


enfrentados ao implementar as novas tecnológicos e sua evolução; falta de
tecnologias? mão-de-obra qualificada; retraimento
de um público mais conservador acerca
do tema.
Fonte: Autores (2023).

Com o propósito de apresentar a opinião popular sobre o tema discutido no


artigo, foi realizado um questionário com os alunos do ‘CFES’ – entre 14 e 18 anos
– a fim de coletar dados de forma quantitativa.
No gráfico deferido da Figura 01, foi perguntado se os estudantes
consideravam o agronegócio tecnologicamente avançado. Foram alcançadas 154
respostas.

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Figura 01 - Porcentagem de alunos que julgam o agronegócio tecnologicamente avançado.

Fonte: Autores (2023).

Conforme é indicado pelo gráfico da Figura 01, mais de 85% dos alunos veem
a agropecuária como um setor evoluído tecnologicamente. Ademais, quando
justificaram sua resposta, grande quantidade dos estudantes menciona o
melhoramento e o uso de máquinas, ferramentas especializadas e ousadas
técnicas que garantem a melhoria dos resultados de produção, caracterizando o
agronegócio como inovador, mostrando reconhecimento acerca do tema.
Quando os mesmos foram questionados se saberiam citar algum avanço
tecnológico no setor rural, a maioria soube o que dizer, e mencionaram
principalmente drones, máquinas pulverizadoras, satélites, colheitadeiras, entre
outros.

No gráfico 02, são apresentados dados numéricos da visão dos entrevistados


sobre a pergunta “No seu ponto de vista, o agro avançou positivamente ao longo
dos anos?”.

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Figura 02 - Porcentagem de alunos que pensam que a agropecuária evoluiu positivamente ao longo
dos anos.

Fonte: Autores (2023).

A maioria dos estudantes que responderam sim à pergunta acima afirmam


um reconhecimento na melhoria dos resultados no setor rural a partir da
implementação das novas tecnologias, porém uma boa parte dos entrevistados
acredita que ainda há muito no que melhorar e uma reduzida parte dos alunos diz
que não concorda e acha que o agronegócio ficou estagnado no tempo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como mencionado na introdução, tinham-se como objetivos apresentar as
principais inovações tecnológicas que tornam o agro avançado, como o uso de
tecnologia de ponta facilitou o processo de produção do setor rural e demonstrar a
importância do setor para a economia.
Por meio de estudos qualitativos, foi possível entender o cotidiano do meio
agropecuário e averiguar o funcionalismo das tecnologias implementadas e, a partir
da pesquisa quantitativa, foi verificado o conhecimento alheio em relação aos
impactos da revolução tecnológica no setor rural.

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Diante disso, foi percebido o potencial de possibilidade de interesse das
futuras gerações em atuar no setor rural, tendo em vista que o mesmo necessita de
mão-de-obra qualificada. Se faz necessário fomentar um maior conhecimento do
setor, das suas possibilidades cada vez mais crescentes, com novas áreas de
trabalho, como consequência das tecnologias utilizadas, despertando assim, o
interesse dos jovens neste mercado pujante que alavanca os números da economia
nacional. O agronegócio necessita de novos profissionais para atender essa
demanda.
Em vista do apresentado, conclui-se que o agronegócio é de extrema
importância para economia do Brasil e tem se mostrado cada vez mais receptivo a
novas tecnologias, de maneira que o mesmo só evolua daqui para a frente.

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