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XXX SEMINÁRIO DE DIRIGENTES

SINDICAIS DA CONSTRUÇÃO E DO
MOBILIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ

“REVISÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS


DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO”
ROBINSON LEME
Secretário Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho –
NSCT
Representante Titular da Bancada dos Trabalhadores na
CTPP pela NCST
Vice-Presidente para assuntos de SST – FETICOM-SP
Engenheiro de Segurança do Trabalho da MSL – Consultoria
e Treinamentos
Administrador de Empresas
Técnico de Segurança do Trabalho
Especialista em Higiene Ocupacional
robfeticom@terra.com.br
OBJETIVOS
• Expor aos participantes:
• A motivação para a revisão das NR;
• A legislação aplicada nas revisões das NR;
• As NR que foram revisadas e harmonizadas;
• As metodologias utilizadas para a revisão e
harmonização das NR;
• Os principais avanços da NR-1, NR-5, NR-18 e
NR-24.
O QUE SÃO AS NR?
• As Normas Regulamentadores de Segurança e
Medicina do Trabalho – NR são disposições
complementares ao Capítulo V (Da Segurança e da
Medicina do Trabalho) do Título II da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), com redação dada pela
Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977.
• As NR foram aprovadas através da Portaria
3.214/78;
• Consistem em obrigações, direitos e deveres a
serem cumpridos por empregadores e trabalhadores
com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio,
prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de
trabalho.
ELABORAÇÃO DE NR
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem a melhoria de sua condição social:
XXII – Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
de normas de saúde, higiene e segurança.
ELABORAÇÃO DE NR
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 21. Compete à União:


XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
ELABORAÇÃO DE NR
CLT
Art. 155 Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de
segurança e medicina do trabalho: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)
I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação
dos preceitos deste Capítulo (Capítulo V – Da Segurança e Medicina do
Trabalho), especialmente os referidos no art. 200;
II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais
atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo
o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de
Acidentes do Trabalho;
III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício,
das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em
matéria de segurança e medicina do trabalho.
ELABORAÇÃO DE NR
CLT
Art. 200 Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares
às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada
atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:
I – medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual
em obras de construção, demolição ou reparos;
II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos,
bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas;
III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto
à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos,
eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos empregados;
IV – proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com
exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes
contrafogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil
circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente
sinalização;
ELABORAÇÃO DE NR
CLT
V – proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a
céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento profilaxia de
endemias;
VI – proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações
ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais
ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação
ou atenuação desses efeitos limites máximos quanto ao tempo de exposição, à
intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames
médicos obrigatórios, limites de idade controle permanente dos locais de trabalho e
das demais exigências que se façam necessárias;
VII – higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações
sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários
individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições,
fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo
de sua execução, tratamento de resíduos industriais;
VIII – emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de
perigo.
Parágrafo único: Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas a que
se referem este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito
adotadas pelo órgão técnico.
HISTÓRICO
Ratificação da Convenção N° 155 da OIT

• O Brasil ratificada CONVENÇÃO Nº 155 DA OIT


SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE DOS
TRABALHADORES E O MEIO AMBIENTE DE
TRABALHO, promulgada pelo Decreto n° 1.254,
29/09/94 (revogado), sendo que as convenções
foram consolidadas pelo Decreto n° 10.088, de
05/11/19, marco para o início das discussões
tripartites de SST.
• A revisão da NR-18 em 1995 foi um dos marcos
mais importantes do Brasil na discussão tripartite de
segurança e saúde do trabalho.
HISTÓRICO
Até 2018:
• CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente).
Discussão tripartite na elaboração e revisão das NR
acontece desde 1996;
• Comitês Permanentes Nacionais (CPN) que discutiam
constantemente algumas normas setoriais. Ex.:
Construção e Rural;
• CNTT (Comitê Nacional Tripartite Temático). Ex. NR-35
• Comissões de normas especiais. Ex.: Benzeno.

Terminamos o ano de 2018 com um texto técnico fechado


para o Anexo III – Calor da NR-9; Anexo 3 da NR-15 –
Calor e NR-24.
HISTÓRICO
A partir de 2019:
• Todas as comissões foram extintas pela Portaria N° 972,
de 21/08/2019;
• CTPP foi instituída novamente pelo Decreto Nº 9.944, de
30/07/19, que também cria o Conselho Nacional do
Trabalho;
• A CTPP passa a ter um caráter mais consultivo.
• Alterações de textos técnicos fechados em 2018: Anexo
3 da NR-9; Anexo 3 da NR-15 e NR-24;
• É meta e prioridade do governo a revisão das NR, a qual
é proposta e direcionada por meio da agenda
regulatória.
POR QUÊ REVISAR AS NR
Pressupostos do governo: Harmonizar, simplificar e
desburocratizar, considerando:
• NR desatualizadas. Ex. NR-7 (PCMSO), NR-9 (PPRA) com mais de
25 anos sem uma revisão completa;
• NR conflitantes com legislação específica. Ex.: NR-19 (Explosivos);
• NR conflitantes. Ex.: NR-31(Rural);
• Praticamente todas as NR em desacordo com a Portaria N° 787
(Estruturação e classificação das NR);
• NR que ficaram desarmonizadas com as demais NR. Ex.: NR-18
(desarmonizada com a segurança em máquinas e equipamentos,
espaços confinados, trabalho em altura, etc.);
• NR com dificuldade de interpretação e aplicabilidade. Ex.: NR-18 em
relação a construção de obras de arte, rodovias e nas dezenas de
revisões que foram feitas, como no texto de elevadores.
PROCESSO DE ELABORAÇÃO E REVISÃO DE NR
PORTARIA SEPRT/ME Nº 6.399, DE 31 DE MAIO DE 2021

• Consulta a CTPP;
• Previsão na agenda regulatória que é definida pelo Ministério do Trabalho e
Previdência – MTP, porém é apresentada e discutida na CTPP, podendo as
bancadas fazerem propostas;
• Elaboração da Análise de Impacto Regulatório – AIR;
• Elaboração do texto técnico por Auditores Fiscais do Trabalho;
• Audiência pública, somente na elaboração de novas NR;
• Disponibilização para consulta pública;
• Discussão do texto técnico em comissões temáticas tripartites;
• Apreciação do texto técnico final pela CTPP;
• Elaboração de Nota Técnica pela SIT com a justificativa para a elaboração da NR
ou revisão;
• Análise da SIT; Análise do jurídico do MTP; Trâmites para a publicação.
CLASSIFICAÇÃO DA NR
PORTARIA Nº 787, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2018

Gerais: normas que regulamentam aspectos decorrentes da


relação jurídica prevista na Lei sem estarem condicionadas a
outros requisitos, como atividades, instalações, equipamentos
ou setores e atividades econômicos específicos;

Especiais: normas que regulamentam a execução do trabalho


considerando as atividades, instalações ou equipamentos
empregados, sem estarem condicionadas a setores ou
atividades econômicos específicos;

Setoriais: normas que regulamentam a execução do trabalho


em setores ou atividades econômicos específicos.
CLASSIFICAÇÃO DA NR
PORTARIA Nº 787, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2018

Os Anexos, além da classificação específica das NR às


quais pertencem, podem ser classificados segundo
Tipo 1, Tipo 2 e Tipo 3.

Anexo Tipo 1: complementa diretamente a parte geral


da NR.

Anexo Tipo 2: dispõe sobre situação específica.

Anexo Tipo 3: não interfere na NR, apenas exemplifica


ou define seus termos, por exemplo os glossários.
CLASSIFICAÇÃO DA NR
PORTARIA Nº 787, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2018

Art. 8º Em caso de conflito aparente entre dispositivos de


NR, sua solução dar-se-á pela aplicação das regras
seguintes:
I. NR setorial se sobrepõe à NR especial ou geral;
II. NR especial se sobrepõe à geral.
CLASSIFICAÇÃO DA NR
PORTARIA Nº 787, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2018

Art. 9º Em caso de lacunas na interpretação de NR, aplicam-se as


regras seguintes:
I. NR setorial pode ser complementada por NR especial ou geral quando
aquela não contemple todas as situações sobre determinado tema;
II. NR especial pode ser complementada por NR geral.

Art. 11. Em caso de conflito aparente entre dispositivos de Anexo de NR


e da parte geral desta, sua solução dar-se-á pela aplicação das regras
seguintes:
I. parte geral de NR se sobrepõe ao Anexo Tipo 1;
II. Anexo Tipo 2, considerando o seu campo de aplicação, sobrepõe-se à
parte geral de NR.
CLASSIFICAÇÃO DA NR – Exemplo
PORTARIA Nº 787, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2018

• NR-18 (NR Setorial): se sobrepõe à NR especial ou


geral;
• Anexos I e II da NR-18 (Tipo 1): complementa
diretamente a parte geral da NR.
Em resumo:
• A NR-18 pode ser complementada por NR especial ou
geral quando aquela não contemple todas as situações
sobre determinado tema. Ex.: NR-5, NR-12, NR-13, NR-
35;
• Parte geral da NR-18 se sobrepõe aos Anexos I e II.
CLASSIFICAÇÃO DA NR - Exemplo
PORTARIA Nº 787, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2018

• NR-5 (NR Geral): aplica-se a todos os setores, exceto àqueles que


tiveram normatização exclusiva para a CIPA. Ex.: NR-29;
• Anexo I (CIPA na Indústria da Construção – Tipo 2): dispõe sobre
situação específica.
Em resumo:
• O texto geral da NR-5 se aplica a Indústria da Construção em
que não for tratado no Anexo. Ex.: treinamento para o
membro e nomeado da CIPA no estabelecimento e não no
canteiro;
• O Anexo I da CIPA da Construção se sobrepõe ao texto geral
da NR-5. Ex.: Treinamento para o nomeado da CIPA no
canteiro de obras.
O PROCESSO DE REVISÃO DAS
NR: SIMPLIFICANDO OU
PRECARIZANDO?
MOMENTO DECISIVO PARA A BANCADA
DOS TRABALHADORES NA CTPP
• Momento político do Brasil complexo: representação política dos
trabalhadores no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado
Federal) enfraquecida;
• Sindicatos, Federações, Confederações e principalmente Centrais
Sindicais estão sem recursos: fim do financiamento sindical dos
trabalhadores – como pode haver justiça? Na Bancada Patronal todos ou
a maioria são assessores profissionais contratados pelas
confederações.
• Dificuldade financeira para participar das reuniões, que foram muitas
desde 2019. Na reunião da CTPP de discussão para aprovação da NR-18
fizemos uma “vaquinha” entre a NCST, CUT e FETICOM-SP para eu poder
participar;
• Falta de valorização para as discussões de SST, sendo que é prioridade
das Centrais Sindicais, porém poucos Dirigentes Sindicais especializados e
que estão disponíveis para trabalhar de graça. Participei de mais de 120
dias de reunião por teleconferência só na pandemia.
MOMENTO DECISIVO PARA A BANCADA
DOS TRABALHADORES NA CTPP

• Decepção da revisão da NR-18 em 2013, sendo que o governo não


conseguiu dar continuidade no processo por pressão da Bancada
Patronal. Mesma situação aconteceu com a NR-24 (Condições Sanitárias
e de Conforto no Locais de Trabalho) e Anexos 1 e 2 da NR-15 (ruído);
• A ideia de que “mais” e “melhor”, ou seja, em relação a prescrição dos
itens das NR;
• Não entendimento do princípio da harmonização das NR. Cada item já
prescrito em outras NR gerais e especiais era como uma perda, sendo
que esse pensamento ainda existe;
• Pressão externa de outros órgãos, associações, fóruns, etc.
• Decisão/Superação: Bancada dos Trabalhadores na CTPP ficou unida e
participou de todas as discussões até hoje, mostrando os pontos
primordiais nas revisões.
AVANÇOS DAS NR

• NR-1 (30/07/19)
• Direito de Recusa;
• Hierarquia das medidas de proteção;
• Requisitos para capacitação e treinamento;
• Diretrizes para o EaD;
• NR-1 (GRO) Portaria SEPRT n.º 6.730, de 09 de
março de 2020
• PGR/GRO (riscos físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e acidentes)
• Análise de Acidentes;
• Preparação para emergência.
PGR/GRO
PGR/GRO
PCMAT x PPRA x PGR
• Fim do PCMAT (obras com mais de 20 trab.) e do PPRA;
• PGR e projetos de áreas de vivências e proteções
coletivas para todas as obras;
• Atualização por etapa da obra – acaba com a compra dos
programas;
• Abrangência para todos os riscos (Físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e de acidentes) –
Contemplando todas as NR;
• Risco da atividade dos contratados x riscos gerados pela
obra – quem gerencia é a obra;
• Acaba com a dúvida: a obra que tem PCMAT tem que ter
o PPRA!
AVANÇOS DAS NR

• NR-24 (23/09/19)
• Fornecimento de vestimentas de trabalho;
• Anexo I: Condições Sanitárias e de Conforto Aplicáveis a
Trabalhadores em “Shopping Center”
• Anexo II: Condições Sanitárias e de Conforto Aplicáveis a
Trabalhadores em Trabalho Externo de Prestação de
Serviços
• Anexo III: Condições Sanitárias e de Conforto Aplicáveis a
Trabalhadores em Transporte Público Rodoviário Coletivo
Urbano de Passageiros em Atividade Externa
VESTIMENTAS DE TRABALHO

24.8 Vestimenta de trabalho


24.8.1 Vestimenta de trabalho é toda peça ou conjunto de
peças de vestuário, destinada a atender exigências de
determinadas atividades ou condições de trabalho que
impliquem contato com sujidade, agentes químicos, físicos
ou biológicos ou para permitir que o trabalhador seja mais
bem visualizado, não considerada como uniforme ou EPI.
24.8.2 O empregador deve fornecer gratuitamente as
vestimentas de trabalho.
24.8.3 A vestimenta não substitui a necessidade do EPI,
podendo seu uso ser conjugado.
VESTIMENTAS DE TRABALHO

24.8.4 Cabe ao empregador quanto às vestimentas de


trabalho:
a) fornecer peças que sejam confeccionadas com material e
em tamanho adequado, visando o conforto e a segurança
necessária à atividade desenvolvida pelo trabalhador;
b) substituir as peças conforme sua vida útil ou sempre que
danificadas;
c) fornecer em quantidade adequada ao uso, levando em
consideração a necessidade de troca da vestimenta; e
d) responsabilizar-se pela higienização com periodicidade
necessária nos casos em que a lavagem ofereça riscos de
contaminação.
AVANÇOS DAS NR

• A Bancada dos Trabalhadores na CTPP sofreu duras


críticas na revisão da NR-3, porém é uma NR
administrativa, caberia somente a SIT decidir, mas
mesmo assim pudemos opinar;
• Anexo 3 – Calor (NR-9);
• NR-7, NR-9, NR-18;
• NR-5, NR-17, NR-30;
• Harmonização:
• NR-19;
• Anexo I e II da NR-9;
• Anexo IV da NR-20 (PRC).
ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS
• Acaba com a ideia que só podem ser construídas de
madeira;
• Necessidade de dimensionamento (projeto) e indicação
das cargas a que estarão sujeitas;
• Pisos e degraus antiderrapantes.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS

• O item 18.9 deixa claro que a proteção contra quedas de pessoas


e materiais não é somente a partir de 12 m;
• Estabelece carga para as proteções de periferia em sistema
guarda-corpo-rodapé, inclusive remetendo essa exigência para
corrimão de escadas coletivas, rampas, passarelas e guarda-
corpo de andaimes;
• Acaba com a exigência de plataformas destinadas a retenção de
materiais – fica como opção;
• Fechamento total da abertura dos vãos das caixas dos
elevadores;
• Redes de Segurança mantém a exigência de requisitos, ensaios e
instalação pelas EN 1263-1 e 1263-2;
• Toda a norma fica alinhada com os princípios do SPIQ da NR-35.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS
ESCAVAÇÕES
• Acaba com o tubulão pressurizado em 24 meses após a vigência
da NR-18;
• Impõem limitações para os tubulões a céu aberto: encamisamento,
limite de profundidade e capacitação – Exigências da NR-33 e NR-
35.
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

• Máquinas e equipamentos devem atender o


disposto na NR-12;
• Acaba com o trabalhador “burro de
carga”:
• 18.10.1.4 Nas obras com altura igual
ou superior a 10 m, é obrigatória a
instalação de máquina ou
equipamentos de transporte vertical
motorizado de materiais.
• Item de elevadores fica compreensível e tira
de vez a dúvida da proibição de utilização
do elevador tracionado com cabo único –
item 18.11.2 – não permite adaptações fora
das normas técnicas;
• Transporte de materiais separado do
operador por sistema de cancela com
intertravamento – 18.11.17.
EQUIPAMENTOS DE GUINDAR
• Item novo na NR-18 que estabelece requisitos para os equipamentos de guindar
(Gruas, gruas de pequeno porte, guindastes, pórticos e pontes rolantes) –
Exigências para o equipamento e para a operação;
• Aclimatização dos equipamentos de cabine; (“b” 18.10.1.25)
• Plano de cargas para todas as movimentações de cargas com os referidos
equipamentos.
OUTROS AVANÇOS DA NR-18

• Exigência de Plano de Demolição;


• Desmonte de rochas;
• Trabalho a quente (soldagem, goivagem, esmerilhamento e corte de
metais);
• Exigência de projetos para andaimes com estruturas superiores a
4 vezes a menor dimensão da base;
• Proibição de contêineres utilizados para transporte marítimo, ou seja,
adaptados (24 meses);
• Climatização das máquinas autopropelidas com massa superior à
4.500 kg;
• Exigências para a utilização de banheiro químico em frentes de
trabalho;
• Carga horária para os treinamentos;
• Fim da catraca para a movimentação do andaime suspenso.
CIPA NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO
ANEXO I – CIPA DA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO
1. Objetivo
1.1 Este anexo estabelece requisitos específicos para a Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA da indústria da construção.

2. Campo de Aplicação
2.1 As disposições estabelecidas neste Anexo se aplicam às
organizações previstas no subitem
18.2.1 da Norma Regulamentadora nº 18 - CONDIÇÕES DE
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO.

18.2.1 Esta Norma se aplica às atividades da indústria da construção


constantes da seção "F" do Código Nacional de Atividades Econômicas
- CNAE e às atividades e serviços de demolição, reparo, pintura,
limpeza e manutenção de edifícios em geral e de manutenção de obras
de urbanização.
ANEXO I – CIPA DA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO
CIPA no canteiro de obras: somente para a organização responsável
pela obra quando atingir o Quadro I da NR-5;

Nomeado da organização responsável: sempre, independente do


número de empregados no canteiro e na frente de trabalho. Frente
de trabalho não tem CIPA;

CIPA das prestados de serviços: centralizada, considerando todos


os empregados do Estado e se enquadrar no Quadro I;

Nomeado das prestadoras de serviços: quando a contratada possuir


5 ou mais empregados próprios no local;

3.2.1 A nomeação do representante da NR-5 da organização prestadora de


serviços a terceiros, no canteiro de obras ou na frente de trabalho, deve ser
feita entre os empregados que obrigatoriamente exercem suas atividades
no local.
ANEXO I – CIPA DA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO

- A contratante deve exigir da contratada a nomeação


de empregado para cumprir os objetivos da CIPA;

- A organização deve garantir a interação entre os


diversos canteiros de obras na CIPA centralizada.

3.2.3.1.1 A organização deve garantir que a CIPA


centralizada mantenha interação entre os canteiros
de obras e frentes de trabalho onde atua na Unidade
da Federação.
ANEXO I – CIPA DA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO
- Obras com até 180 dias não necessitam constituir a CIPA;

- Envio da comunicação prévia ao Sindicato em até 10 dias;

- Indicação do nomeado pela organização responsável;

- Indicação do nomeado pelas prestadoras de serviços


somente quando possuir 5 ou mais empregados;

- Valem as mesma regras para as frentes de trabalho do


nomeado: pode exercer suas funções no canteiros de obras
ou na própria frente de trabalho.

3.4.1 A organização deve fornecer ao representante nomeado


da NR-5 cópia da sua nomeação.
ANEXO I – CIPA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Treinamento

- O treinamento deve ser conforme a NR-5 para as CIPA


próprias e centralizadas;
- De 8 horas para os nomeados.

3.5.1 O representante nomeado da NR-5 deve participar de treinamento


com carga horária mínima de oito horas, considerando o disposto no item
1.7 da NR-1 e observadas as disposições gerais dessa Norma, com o
seguinte conteúdo:
a) noções de prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
b) estudo do ambiente e das condições de trabalho, dos riscos originados
no processo produtivo e das medidas de prevenção, de acordo com a etapa
da obra; e
c) noções sobre a legislação trabalhista e previdenciária relativas à
segurança e saúde no trabalho.
ANEXO I – CIPA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Treinamento

NOMEADO
- Regras da NR-1:
- Validade de 2 anos do treinamento nos diversos canteiros de
obras;
- Treinamento EaD;
- Reaproveitamento entre organizações dentro dos 2 anos,
necessitando:
- Convalidação do responsável técnico;
- Emissão de certificado;
- Validade do curso do treinamento mais antigo.

5.7.4.3 A carga horária do treinamento dos estabelecimentos de grau de risco 1 e do


representante nomeado da NR-5 podem ser realizadas integralmente na modalidade
de ensino à distância ou semipresencial, nos termos da NR-1.
5.7.4.4 O treinamento realizado integralmente na modalidade de ensino à distância
deve contemplar os riscos específicos do estabelecimento nos termos do subitem
5.7.2.
ANEXO I – CIPA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Integração: CIPA e Nomeado

- A organização responsável pelo canteiro de obras deve


garantir a integração da CIPA da obra ou de seu nomeado com
os nomeados pelas prestadoras de serviços.

Como: através de reuniões e ações em conjunto.

3.6.1 A organização responsável pela obra deve promover a


integração entre a CIPA, quando existente, e o representante
nomeado da NR-5, quando aplicável, no canteiro de obras e na
frente de trabalho, observadas as disposições gerais dessa
Norma.
3.6.2. A participação dos membros da CIPA e do representante
nomeado da NR-5 nas reuniões, para cumprir os objetivos
dessa Norma, deve atender ao disposto em sua parte geral.
ANEXO I – CIPA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Integração: CIPA e Nomeado

- Acabou a obra a CIPA será extinta mediante comunicação ao


Sindicato.
- Não estabeleceu-se prazo para a comunicação ao Sindicato,
porém somente podemos considerar a CIPA encerrada
quando cumprido os item 3.7.1 e 3.7.2.

3.7 A CIPA do canteiro de obras será considerada encerrada, para todos os


efeitos, quando as atividades da obra forem finalizadas.
3.7.1 Consideram-se finalizadas as atividades da obra, para os efeitos de
aplicação do disposto nessa Norma, quando todas as suas etapas previstas
em projetos estiverem concluídas.
3.7.2 A conclusão da obra deverá ser formalizada em documento próprio
pelo responsável técnico da obra e cuja cópia deve ser encaminhada - física
ou eletronicamente - ao sindicato da categoria dos trabalhadores
predominante no estabelecimento.
RETROCESSO DAS NR
• Anexo 3 – Calor da NR-15, fim da insalubridade para os
trabalhadores expostos a céu aberto sem fontes artificiais de
calor;
• NR-17, com o subitem 17.8.4.2 (conforto térmico) e após
discutido e consenso a SIT alterou o item na publicação sem
qualquer conversa com as representações dos trabalhadores
e empregadores.
NA DISCUSSÃO TRIPARTITE NEM SEMPRE SE
APROVA O MELHOR, MAS O QUE É
TECNICAMENTE POSSÍVEL DE SER
IMPLEMENTADO.
SAÚDE NÃO SE NEGOCIA!
Obrigado.

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