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NR 22: A Segurança Do Trabalho Na

Mineração

Ruan Carlos de Oliveira


Técnico em Segurança do Trabalho
Bombeiro Profissional Civil
OBJETIVO

O curso de NR 22 – Mineração – tem por objetivo


preparar profissionais que trabalham em atividades
de mineração, quanto à prevenção de acidentes e o
atendimento às exigências legais sobre riscos das
atividades em superfície, as medidas de controle e
as técnicas para prevenção e a supressão de
acidentes e doenças do trabalho, em sintonia com
as normas de segurança pertinentes.
OBJETIVO

Cada ambiente de trabalho apresenta diferentes


riscos ocupacionais ao trabalhador e para prevenir
acidentes de trabalho existem as Normas
Regulamentadoras específicas ou setoriais para
monitorar a Segurança e Saúde do Trabalho (SST),
como é o caso da NR 22, que se refere aos
requisitos da SST na mineração.
O QUE É A NR 22?

A NR 22 trata da segurança e saúde na área de


trabalho alusivo à mineração em solo brasileiro,
além de direitos e deveres de empregadores e
empregados.
O QUE É A NR 22?

A norma foi primeiramente editada pela Portaria


MTb nº3214, de 8 de junho de 1978, com o nome
de Trabalhos Subterrâneos, para regulamentar o
inciso III do artigo 200 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), em concordância com a Lei
nº6514, de 22 de novembro de 1977, alterando o
Capítulo V (da Segurança e da Medicina do
Trabalho) do Título II da CLT.
O QUE É A NR 22?

É uma norma setorial de acordo com a Portaria SIT


nº 787, ou seja, regulamenta a realização do
trabalho em setores ou atividades específicos,
neste caso, a mineração. Além disso, a última
versão é de 11 de abril de 2019 na qual foram
atualizados requisitos sobre a organização dos
locais de trabalho, principalmente, sobre o
funcionamento de instalações destinadas a
atividade administrativas e instalações sanitárias.
PARA QUE SERVE A NR 22?

A NR 22 é proposta para promover ações


preventivas e reduzir os riscos de acidentes, lesões
e mortes no setor da mineração, como qualquer
outra NR conta com diversos itens a serem
averiguados dentro dos ambientes de trabalho para
que os riscos possam ser evitados ou amenizados.
PARA QUE SERVE A NR 22?

Para entender melhor o impacto da norma,


somente no ano de 2014, de 341.846 trabalhadores
no setor, 5.997 sofreram acidentes. Já em 2015, de
317.681 trabalhadores, 4.842 se acidentaram. A
média de acidentes para cada 100 mil
trabalhadores caiu de 1.754 para 1.524.
PARA QUE SERVE A NR 22?

Reduzir acidentes não só elimina prejuízos


imediatos, como a paralisação das atividades ou a
redução de ritmo pela interrupção causada pelo
acidente no espaço de trabalho, mas também reduz
a necessidade de indenizações trabalhistas por
conta de negligência e/ou obrigações pelo risco
causado.
Principais pontos sobre a NR 22

* Mapeamento e Gerenciamento de Riscos

Logo no início da norma já é estabelecida a importância de


elaborar um mapeamento com todos os riscos de
segurança ou riscos ocupacionais. O mapa de riscos deve
incluir os perigos em relação ao ambiente de trabalho e à
execução das atividades.

Também cabe à empresa empregadora, elaborar um


Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). O PGR
envolve os riscos mapeados, suas prioridades, os níveis
considerados seguros, as avaliações periódicas e assim
por diante.
• Transporte de Cargas e Pessoas

A norma ainda estabelece regras para a realização


do transporte de materiais e de profissionais. Os
veículos utilizados nas minas devem apresentar
bom estado de conservação, completa segurança,
inclusive quanto à sinalização e devem ser
inspecionados rotineiramente.
• Máquinas e Equipamentos

A falta de Segurança e Saúde Ocupacional nas


Indústrias Extrativistas também é verificada no
Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho
(SmartLab). A partir dos registros da CAT, no período
de 2016 a 2018, é possível determinar que a extração
de minério é uma atividade industrial que responde
por 3% dos registros relacionados com às perdas ou
diminuição da audição em 256 trabalhadores. Em,
aproximadamente, 90% dos casos as lesões nos
ouvidos são causadas por agentes físicos como, por
exemplo, veículos de transporte, máquinas e
equipamentos, ferramentas, etc.
• Máquinas e Equipamentos

Quanto a utilização de máquinas e de


equipamentos, é essencial que todos os
componentes estejam de acordo com as normas
técnicas. Isso significa que itens de extração e
beneficiamento de minérios, têm que atender às
regras específicas e devem ser utilizados segundo
instruções dos fabricantes.
• Máquinas e Equipamentos

Também é importante que máquinas possam ser


desligadas em caso de emergências (mesmo as
automáticas), além de contar com outras proteções
(como alertas sonoros). A manutenção preditiva é
outro ponto essencial para manter a segurança das
operações.
• Sinalização da Área de Trabalho

Em relação ao ambiente, a norma exige a adoção


de um conjunto de sinalização para cada área, de
modo a reduzir os riscos de acidentes. Materiais
inflamáveis, por exemplo, devem conter
sinalizações visuais claras e instruções sobre como
proceder.
• Sinalização da Área de Trabalho

Também é preciso definir sinalizações visíveis


sobre pontos de entrada e saída, bem como as
áreas que estejam interditadas ou desativadas.
Assim, é possível evitar ocorrências geradas pelo
uso inadequado do ambiente de trabalho.
• Proteção Contra Incêndios e
Inundações

Devido aos materiais utilizados, acidentes como


incêndios e explosões infelizmente são comuns na
mineração. A NR 22 estabelece medidas para evitar
a ocorrência deles, a necessidade de manter boa
ventilação e apenas utilizar dispositivos inflamáveis
que sejam essenciais é uma das formas de se
prevenir esse tipo de acidente.
• Proteção Contra Incêndios e
Inundações

É obrigatório realizar a medição dos níveis de


contaminantes e outras substâncias perigosas, e
evacuar as minas no caso do valor superar o limite
previsto. Ter uma equipe treinada no atendimento a
emergências também é fundamental.
• Proteção Contra Incêndios e
Inundações

Em relação à prevenção contra inundações, é


preciso ter atenção redobrada sobre a quantidade
de água bombeada, além de manter uma
comunicação adequada entre as diferentes áreas
responsáveis.
COMO CUMPRIR A NR 22
CORRETAMENTE?

Toda empresa de mineração deve possuir um


permissionário de lavra garimpeira, que é um
profissional ou um conjunto de profissionais que
possuem a permissão para atuar nos processos de
extração mineral e cabe a empresa e a este
permissionário a garantia do cumprimento desta
norma.
COMO CUMPRIR A NR 22
CORRETAMENTE?

Todas as minas devem estar sob supervisão


técnica de um profissional legalmente habilitado em
cada setor, e estes técnicos devem ser indicados
aos órgãos fiscalizadores responsáveis.
COMO CUMPRIR A NR 22 CORRETAMENTE?

Também é obrigação da empresa:

Interromper todo e qualquer tipo de atividade que


exponha os trabalhadores a condições de risco grave e
iminente para sua saúde e segurança;
Garantir a interrupção das tarefas, quando proposta pelos
trabalhadores, em função da existência de risco grave e
iminente, desde que confirmado o fato pelo superior
hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis e
Fornecer às empresas contratadas as informações sobre
os riscos potenciais nas áreas em que desenvolverão
suas atividades.
COMO CUMPRIR A NR 22
CORRETAMENTE?

Além, de tudo isso, como regra geral, a empresa,


ou o permissionário da lavra são responsáveis pela
elaboração de todos os programas como o PCMSO
e o PGR.
O PGR NA MINERAÇÃO

Segundo a NR 22, o PGR aqui deve contemplar os aspectos


desta Norma, incluindo, no mínimo, os relacionados a:

* Riscos físicos, químicos e biológicos;


* Atmosferas explosivas;
* Deficiências de oxigênio;
* Ventilação;
* Proteção respiratória, de acordo com a Instrução
Normativa n.º 1, de 11/04/94, da Secretaria de Segurança e
Saúde no Trabalho;
* Investigação e análise de acidentes do trabalho;
* Ergonomia e organização do trabalho;
O PGR NA MINERAÇÃO

* Riscos decorrentes do trabalho em altura, em


profundidade e em espaços confinados;
* Riscos decorrentes da utilização de energia elétrica,
máquinas, equipamentos, veículos e trabalhos
manuais;
* Equipamentos de proteção individual de uso
obrigatório, observando-se no mínimo o constante na
Norma Regulamentadora – NR 06.
* Estabilidade do maciço;
* Plano de emergência e
* Outros resultantes de modificações e introduções de
novas tecnologias.
O PGR NA MINERAÇÃO

E além disso ele deve conter as seguintes etapas:

* Antecipação e identificação de fatores de risco,


levando-se em conta, inclusive, as informações do
Mapa de Risco elaborado pela CIPAMIN, quando
houver;
* Avaliação dos fatores de risco e da exposição dos
trabalhadores;
* Estabelecimento de prioridades, metas e
cronograma;
* Acompanhamento das medidas de controle
implementadas;
O PGR NA MINERAÇÃO

* Monitoração da exposição aos fatores de riscos;


* Registro e manutenção dos dados por, no mínimo,
vinte anos e
* Análise crítica do programa, pelo menos, uma vez
ao ano, contemplando a evolução do cronograma,
com registro das medidas de controle implantadas
e programadas.
Relação de E. P. I.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL - E. P. I.

* Certificado de Aprovação – C.A. - Registro


expedido pelo órgão nacional competente em
matéria de Segurança e Saúde no Trabalho do
Ministério do Trabalho e Emprego que legaliza a
comercialização do produto como Equipamento de
Proteção Individual- EPI.
PROTEÇÃO DA CABEÇA

• Contra: intempéries, choques elétricos,


queimaduras e impactos de objetos.

• Classe A – Capacete com aba total ou frontal, tipo


boné ou jóquei, para uso geral, EXCETO para
trabalhos com energia elétrica;
• Classe B - Capacete com aba total ou frontal, tipo
boné ou jóquei, para uso geral, INCLUSIVE para
trabalhos com energia elétrica.
PROTEÇÃO AUDITIVA

• Protetor auditivo, circum-auricular tipo “concha”;

• Protetor auditivo de inserção tipo “plug”, espuma


moldável ou silicone.
PROTEÇÃO PARA OLHOS E FACE

• respingos de produtos químicos;


• gases e vapores;
• poeiras irritantes;
• partículas volantes multidirecionais;
• radiações UV/IV;
• outros.
PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

• gases e vapores;
• névoas e neblinas;
• poeiras;
• fumos;
• outros.
PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS
SUPERIORES

• agentes químicos;
• agentes biológicos;
• físicos (temperaturas extremas);
• materiais abrasivos e cortes;
• choques elétricos e outros.
PROTEÇÃO DO TRONCO

• Agentes químicos;
• Biológicos;
• Choques elétricos;
• Temperaturas extremas;
• Materiais abrasivos;
• Radiações ionizantes;
• e outros.
PROTEÇÃO DOS MEMBROS
INFERIORES

• Quedas de materiais;
• Temperaturas extremas;
• Umidade;
• Materiais abrasivos;
• Produtos químicos;
• Choques elétricos;
• E outros.
NR 6 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL – EPI

Cabe ao empregado quanto ao EPI:

• Utilizar apenas para a finalidade a que se destina;


• Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que
o torne impróprio para uso; e,
• Cumprir as determinações do empregador sobre o
uso adequado.

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