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U N I D AD E 8

N R − 1 3 , Ó R G ÃO S E C O N V E N Ç ÃO S O L AS

Nesta unidade, você vai:

conceituar caldeira de acordo com a NR-13;

descrever sobre normas de segurança e da medicina do trabalho


voltadas para as caldeiras;

compreender a relação da NR-13 e do SOLAS com a segurança dos


geradores de vapor.

Não basta o conhecimento técnico que você adquiriu estudando as sete Unidades
anteriores, para torná-lo um “profissional habilitado”.
É necessário, neste momento, que você dê uma atenção especial à Unidade 8. Ela versa
sobre as leis vigentes no país e que regulamentam a profissão de operador de caldeiras.
Estude-a com atenção e reflita sobre todos seus itens. Aí sim, você estará em condições
de se tornar um profissional capaz de operar, conduzir e inspecionar caldeiras.

8 . 1 A I M P O R T Â N C I A D A S E G U R AN Ç A N A G E R AÇ Ã O D E V A P O R

A maior preocupação, quando do emprego de caldeiras de alta pressão, é a garantia da


operação segura deste equipamento no tocante a explosões. Além do risco ao pessoal
envolvido na operação e dos danos que podem sofrer as instalações, hão de ser consideradas
as áreas vizinhas à indústria, uma vez que um acidente deste tipo pode projetar peças de
grande massa em várias direções e a grande distância.
A lei vigente no país sobre caldeiras foi redigida com o espírito de preservação da
integridade física dos empregados e comunidades próximas às indústrias, procurando garantir
as condições mínimas de segurança desses equipamentos.
No Brasil, desde 1943, a CLT, de forma incipiente, contempla a preocupação com a
segurança em caldeiras. Porém, somente a partir de 1978, foi criada a Norma sobre Caldeiras
e Recipientes de Pressão, a NR-13, que estabeleceu as medidas de segurança para os
usuários desses sistemas. No final de 1994, a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
publicou, no Diário Oficial da União, o novo texto da NR-13 (vide site: www.mte.gov.br),

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elaborado por uma comissão composta por representantes das empresas, Governo e
trabalhadores.
Caldeira não é apenas um equipamento que a qualquer problema signifique somente
uma parada para manutenção. Em muitas situações, essa parada representa, também, a
paralisação da produção. Como já tratado, dependendo do estado de conservação do
equipamento, devido à má condição de operação ou a também falhas na verificação de seus
sistemas de segurança e de procedimento incorreto no funcionamento, a caldeira ou os vasos
de pressão podem explodir e destruir parcial ou totalmente uma fábrica. As conseqüências são
inúmeras e se for constatada a não observância das normas de segurança, o proprietário ou o
seu preposto, no caso o inspetor de caldeira, está sujeito a ser responsabilizado civil e
criminalmente.
Como vimos anteriormente, a C.L.T (Consolidação das Leis de Trabalho), no capítulo V –
da Segurança e da Medicina do Trabalho, tem uma seção voltada exclusivamente para as
caldeiras e similares, a seção XII, transcrita abaixo:

CAPÍTULO V
DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO
(Redação deste Capítulo dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-77, DOU 23-12-77)
SEÇÃO XII
Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob pressão

Art. 187 - As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão
deverão dispor de válvulas e outros dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a
pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência.

Parágrafo único - O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à


segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto ao
revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de eliminação de
gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipamentos necessários à
execução segura das tarefas de cada empregado.

Art. 188 - As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por


engenheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade
com as instruções que, para esse fim, forem expedidas.

§ 1º - Toda caldeira será acompanhada de "Prontuário", com documentação original do


fabricante, abrangendo, no mínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes
realizados durante a fabricação e a montagem, características funcionais e a pressão máxima
de trabalho permitida (PMTP), esta última indicada, em local visível, na própria caldeira.

§ 2º - O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar,


quando exigido pela autoridade competente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas,
sistematicamente, as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer outras
ocorrências.

§ 3º - Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão deverão


ser submetidos à aprovação prévia do órgão regional competente em matéria de segurança do
trabalho.
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Podemos ver que é obrigatória a inspeção periódica das caldeiras, de modo a ser
obtida a permissão de operação de forma legal do equipamento. No parágrafo
único, são citadas normas complementares a este artigo da lei, sobre o projeto,
operação e inspeção desses equipamentos. Essas normas foram incorporadas às
leis na Portaria no 3.214 de 08/06/78, a seguir:

PORTARIA NO 3.214 – DE 08 DE JUNHO DE 1978

Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V,


Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a
Segurança e Medicina do Trabalho.

O Ministro de Estado do Trabalho, no uso de suas atribuições legais, considerando o


disposto no art. 200, da consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei
n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, resolve:

Art. 1º - Aprovar as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação


das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho:

NORM AS RE GUL AM E NT ADORAS

Norma Regulamentadora Nº 1 Disposições Gerais

Norma Regulamentadora Nº 2 Inspeção Prévia

Norma Regulamentadora Nº 3 Embargo ou Interdição

Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do


Norma Regulamentadora Nº 4
Trabalho

Norma Regulamentadora Nº 5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Norma Regulamentadora Nº 6 Equipamentos de Proteção Individual - EPI

Norma Regulamentadora Nº 7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Norma Regulamentadora Nº 8 Edificações

Norma Regulamentadora Nº 9 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais

Norma Regulamentadora Nº 10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

Norma Regulamentadora Nº 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Norma Regulamentadora Nº 12 Máquinas e Equipamentos

Norma Regulamentadora Nº 13 Caldeiras e Vasos de Pressão

Norma Regulamentadora Nº 14 Fornos

Norma Regulamentadora Nº 15 Atividades e Operações Insalubres

Norma Regulamentadora Nº 16 Atividades e Operações Perigosas

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Norma Regulamentadora Nº 17 Ergonomia

Norma Regulamentadora Nº 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Norma Regulamentadora Nº 19 Explosivos

Norma Regulamentadora Nº 20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

Norma Regulamentadora Nº 21 Trabalho a Céu Aberto

Norma Regulamentadora Nº 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

Norma Regulamentadora Nº 23 Proteção Contra Incêndios

Norma Regulamentadora Nº 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

Norma Regulamentadora Nº 25 Resíduos Industriais

Norma Regulamentadora Nº 26 Sinalização de Segurança

Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008 - Registro


Norma Regulamentadora Nº 27
Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB

Norma Regulamentadora Nº 28 Fiscalização e Penalidades

Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho


Norma Regulamentadora Nº 29
Portuário

Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho


Norma Regulamentadora Nº 30
Aquaviário

Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na


Norma Regulamentadora Nº 31
Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aqricultura

Norma Regulamentadora Nº 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde

Norma Regulamentadora Nº 33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

Nosso estudo fará um breve comentário sobre a NR 13.

8 . 2 N O R M A R E G U L AM E N T AD O R A 1 3 ( N R 1 3 )

Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais onde se situam as


caldeiras de qualquer fonte de energia, projeto, acompanhamento de operação e manutenção,
inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a
regulamentação profissional vigente no País.

13.1 Caldeiras a Vapor – Disposições Gerais

13.1.1 Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob
pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os
refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo.

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13.1.2 Para efeito desta NR, considera-se “Profissional Habilitado” aquele que tem
competência legal para o exercício de profissão de engenheiro nas atividades referentes a
projeto de construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão
de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação
profissional vigente no País.

13.1.3 Pressão Máxima de Trabalho Permitida − PMTP ou Pressão Máxima de Trabalho


Admissível − PMTA é o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a
resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento a seus parâmetros
operacionais.

13.1.4 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:

a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior a PMTA;

b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;

c) injetor ou outro meio de alimentação de água, independente do sistema principal, em


caldeiras a combustível sólido;

d) sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras de recuperação de álcalis;

e) sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite o
superaquecimento por alimentação deficiente.

13.1.5 Toda caldeira deve ter afixado em seu corpo, em local de fácil acesso e bem visível,
placa de identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações:

a) fabricante;

b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;

c) ano de fabricação;

d) pressão máxima de trabalho admissível;

e) pressão de teste hidrostático;

f) capacidade de produção de vapor;

g) área de superfície de aquecimento;

h) código de projeto e ano de edição.

13.1.5.1 Além da placa de identificação devem constar, em local visível, a categoria da


caldeira, conforme definida no subitem 13.1.9 desta NR, e seu número ou código de
identificação.

13.1.6 Toda caldeira deve possuir no estabelecimento onde estiver instalada, a seguinte
documentação, devidamente atualizada:

a) Prontuário da Caldeira, contendo as seguintes informações:

− código de projeto a ano de edição;

− especificação dos materiais;

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− procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção final e determinação da PMTA;

− conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida útil da


caldeira;

− características funcionais;

− dados dos dispositivos de segurança;

− ano de fabricação;

− categoria da caldeira.

b) “Registro de Segurança”, em conformidade com o subitem 13.1.7;

c) “Projeto de Instalação”, em conformidade com o item 13.2;

d) “Projetos de Alteração ou Reparo”, em conformidade com os subitens 13.4.2 e 13.4.3;

e) “Relatórios de Inspeção”, em conformidade com os subitens 13.5.11, 13.5.12 e 13.5.13.

13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado, o “Prontuário de Caldeira” deve ser reconstituído


pelo proprietário, com responsabilidade técnica do fabricante ou de “Profissional Habilitado”,
citado no subitem 13.1.2, sendo imprescindível à reconstituição das características funcionais,
dos dados dos dispositivos de segurança e dos procedimentos para determinação de PMTA.

13.1.6.2 Quando a caldeira for vendida ou transferida de estabelecimento, os documentos


mencionados nas alíneas “a”, “d” e “e” do subitem 13.1.6 devem acompanhá-la.

13.1.7 O “Registro de Segurança” deve ser constituído de livro próprio, com páginas
numeradas, ou outro sistema equivalente onde serão registradas:

a) todas as ocorrências importantes capazes de influir nas condições de segurança da caldeira;

b) as ocorrências de inspeções de segurança periódicas e extraordinárias, devendo constar o


nome legível e assinatura de “Profissional Habilitado”, citado no subitem 13.1.2, e do operador
de caldeira presente na ocasião da inspeção.

13.1.7.1 Caso a caldeira venha a ser considerada inadequada para uso, o “Registro de
Segurança” deve conter tal informação e receber encerramento formal.

13.1.8 A documentação referida no subitem 13.1.6 deve estar sempre à disposição para
consulta dos operadores, do pessoal de manutenção, de inspeção e das representações dos
trabalhadores e do empregador na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA,
devendo o proprietário assegurar pleno acesso a essa documentação.

13.1.9 Para os propósitos desta NR, as caldeiras são classificadas em 3 categorias conforme
segue:

a) caldeiras da categoria “A” são aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior a 1960
kPa (19,98 kgf/cm2);

b) caldeiras categoria “C” são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a 588 kPa
(5,99 Kgf/cm2) e o volume interno é igual ou inferior a 100 litros;

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c) caldeiras categoria “B” são todas as caldeiras que não se enquadram nas categorias
anteriores.

13.2 Instalação de Caldeiras a V apor

13.2.1 O “Projeto de Instalação” de caldeiras a vapor, no que concerne ao atendimento desta


NR, é de responsabilidade de “Profissional Habilitado”, conforme citado no subitem 13.1.2, e
deve obedecer aos aspectos de segurança, saúde a meio ambiente previstos nas Normas
Regulamentadoras, convenções a disposições legais aplicáveis.
13.2.2 As caldeiras de qualquer estabelecimento devem ser instaladas em “Casa de Caldeiras”
ou em local específico para tal fim, denominado “Área de Caldeiras”.

13.2.3 Quando a caldeira for instalada em ambiente aberto, a “Área de Caldeiras” deve
satisfazer os seguintes requisitos:

a) estar afastada de, no mínimo 3 (três) metros de:

− outras instalações do estabelecimento;

− de depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com até 2.000(dois


mil) litros de capacidade;

− do limite de propriedade de terceiros;

− do limite com as vias públicas.

b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas e dispostas


em direções distintas;

c) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira, sendo


que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de
pessoas;

d) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes de


combustão, para fora da área de operação, atendendo às normas ambientais vigentes;

e) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;

f) ter sistema de iluminação de emergência em caso de operar à noite.

13.2.4 Quando a caldeira estiver instalada em ambiente confinado, a “Casa de Caldeiras” deve
satisfazer os seguintes requisitos:

a) constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo, podendo ter apenas
uma parede adjacente às outras instalações do estabelecimento, porém com as outras paredes
afastadas de, no mínimo 3 (três) metros de outras instalações, do limite de propriedade de
terceiros, do limite com as vias públicas a de depósitos de combustíveis, excetuando-se
reservatórios para partida com até 2000 (dois mil) litros de capacidade;

b) dispor de pelo menos, 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas e dispostas


em direções distintas;

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c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas;

d) dispor de sensor para detecção de vazamento de gás quando se tratar de caldeira a


combustível gasoso;

e) não ser utilizada para qualquer outra finalidade;

f) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira, sendo


que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de
pessoas;

g) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes da


combustão para fora da área de operação, atendendo às normas ambientais vigentes;

h) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes e ter sistema de iluminação de


emergência.

13.2.5 Constitui risco grave e iminente o não atendimento aos seguintes requisitos:

a) para todas as caldeiras instaladas em ambiente aberto, as alíneas “b”, “d” e “f” do subitem
13.2.3 desta NR;

b) para as caldeiras da categoria “A” instaladas em ambientes confinados, as alíneas “a”, “b”,
“c”, “d”, “e”, “g” e “h” do subitem 13.2.4 desta NR;

c) para caldeiras das categorias “B” e “C” instaladas em ambientes confinados, as alíneas “b”,
“c”, “d”, “e”, “g”, e “h” do subitem 13.2.4 desta NR.

13.2.6 Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto nos subitens 13.2.3 ou
13.2.4, deverá ser elaborado “Projeto Alternativo de Instalação”, com medidas complementares
de segurança que permitam a atenuação dos riscos.

13.2.6.1 O “Projeto Alternativo de Instalação” deve ser apresentado pelo proprietário da


caldeira para obtenção de acordo com a representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento.

13.2.6.2 Quando não houver acordo, conforme previsto no subitem 13.2.6.1, a intermediação
do órgão regional do MTb poderá ser solicitada por qualquer uma das partes e, persistindo o
impasse, a decisão caberá a esse órgão.

13.2.7 As caldeiras classificadas na categoria “A” deverão possuir painel de instrumentos


instalados em sala de controle, construída segundo o que estabelecem as Normas
Regulamentadoras aplicáveis.

13.3 S egurança na Oper ação de Caldeir as

13.3.1 Toda caldeira deve possuir “Manual de Operação” atualizado, em língua


portuguesa, em local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo:

a) procedimentos de partidas a paradas;

b) procedimentos e parâmetros operacionais de rotina;

c) procedimentos para situações de emergência;

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d) procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do meio ambiente.

13.3.2 Os instrumentos e controles de caldeiras devem ser mantidos calibrados e em


boas condições operacionais, constituindo condição de risco grave e iminente o emprego de
artifícios que neutralizem sistemas de controle e segurança da caldeira.

13.3.3 A qualidade da água deve ser controlada e tratamentos devem ser


implementados, quando necessários, para compatibilizar suas propriedades físico-químicas
com os parâmetros de operação da caldeira.

13.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle de
operador de caldeira, sendo que o não atendimento a esta exigência caracteriza condição de
risco grave e iminente.

13.3.5 Para efeito desta NR será considerado operador de caldeira aquele que satisfizer
pelo menos uma das seguintes condições:

a) possuir certificado de “Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras” e


comprovação de estágio prático conforme subitem 13.3.11;

b) possuir certificado de “Treinamento de Segurança para Operação de Caldeiras”


previsto na NR-13 aprovada pela portaria 02/84 de 08/05/84;

c) possuir comprovação de pelo menos 3 (três) anos de experiência nessa atividade, até
8 de maio de 1984.

13.3.6 O pré-requisito mínimo para participação, como aluno, no “Treinamento de


Segurança na Operação de Caldeiras” é o atestado de conclusão do ensino fundamental.

13.3.7 O “Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras” deve obrigatoriamente:

a) ser supervisionado tecnicamente por “Profissional Habilitado” citado no subitem 13.1.2;

b) ser ministrado por profissionais capacitados para esse fim;

c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no Anexo I-A desta NR.

13.3.8 Os responsáveis pela promoção do “Treinamento de Segurança na Operação de


Caldeiras” estarão sujeitos ao impedimento de ministrar novos cursos, bem como a outras
sanções legais cabíveis, no caso de inobservância do disposto no subitem 13-3.7.

13.3.9 Todo operador de caldeira deve cumprir um estágio prático, na operação da


própria caldeira que irá operar, o qual deverá ser supervisionado, documentado e ter duração
mínima de:

a) caldeiras categoria “A”: 80 (oitenta) horas;

b) caldeiras categoria “B”: 60 (sessenta) horas;

c) caldeiras categoria “C”: 40 (quarenta) horas.

13.3.10 O estabelecimento onde for realizado o estágio prático supervisionado deve


informar previamente à representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento:

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a) período de realização do estágio;

b) entidade, empresa ou profissional responsável pelo “Treinamento de Segurança na


Operação de Caldeiras”;

c) relação dos participantes do estágio.

13.3.11 A reciclagem de operadores deve ser permanente, por meio de constantes


informações das condições físicas e operacionais dos equipamentos, atualização técnica,
informações de segurança, participação em cursos, palestras a eventos pertinentes.

13.3.12 Constitui condição de risco grave e iminente a operação de qualquer caldeira em


condições diferentes das previstas no projeto original, sem que:

a) seja reprojetada levando em consideração todas as variáveis envolvidas na nova


condição de operação;

b) sejam adotados todos os procedimentos de segurança decorrentes de sua nova


classificação no que se refere a instalação, operação, manutenção e inspeção.

13.4 S egurança na M anutenção de Caldeir as

13.4.1 Todos os reparos ou alterações em caldeiras devem respeitar o respectivo código


do projeto de construção e as prescrições do fabricante no que se refere a:

a) materiais;

b) procedimentos de execução;

c) procedimentos de controle de qualidade;

d) qualificação a certificação de pessoal.

13.4.1.1 Quando não for conhecido o código do projeto de construção, deve ser
respeitada a concepção original da caldeira, com procedimento de controle do maior rigor
prescrito nos códigos pertinentes.

13.4.1.2 Nas caldeiras de categorias “A” e “B”, a critério do “Profissional Habilitado”,


citado no subitem 13.1.2, podem ser utilizadas tecnologias de cálculo ou procedimentos mais
avançados, em substituição aos previstos pelos códigos de projeto.

13.4.2 “Projetos de Alteração ou Reparo” devem ser concebidos previamente nas


seguintes situações:

a) sempre que as condições de projeto forem modificadas;

b) sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança.

13.4.3 O “Projeto de Alteração ou Reparo” deve:

a) ser concebido ou aprovado por “Profissional Habilitado”, citado no subitem 13.1.2;

b) determinar materiais, procedimentos de execução, controle de qualidade a qualificação de


pessoal.

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13.4.4 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em partes que
operem sob pressão devem ser seguidas de teste hidrostático, com características definidas
pelo “Profissional Habilitado”, citado no subitem 13.1.2.

13.4.5 Os sistemas de controle a segurança de caldeira devem ser submetidos a


manutenção preventiva ou preditiva.

13.5 Inspeção de Segur ança de Caldeir as

13.5.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança inicial, periódica e


extraordinária sendo considerado condição de risco grave a iminente o não atendimento aos
prazos estabelecidos nesta NR.

13.5.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da
entrada em funcionamento, no local de operação, devendo compreender exame interno e
externo, teste hidrostático e de acumulação.

13.5.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exame interno e externo, deve
ser executada nos seguintes prazos máximos:

a) 12 (doze) meses para caldeiras das categorias “A”, “B” e “C”;

b) 12 (doze) meses para caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer categoria;

c) 24 (vinte a quatro) meses para caldeiras da categoria “A”, desde que aos 12 (doze)
meses sejam testadas as pressões de abertura das válvulas de segurança;

d) 40 (quarenta) meses para caldeiras especiais conforme definido no item 13.5.5.

13.5.4 Estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de Inspeção de equipamentos”,


conforme estabelecido no Anexo II, podem estender os períodos entre inspeções de
segurança, respeitando os seguintes prazos máximos:

a) 18 (dezoito) meses para caldeiras das categorias “B” e “C”;

b) 30 ( trinta) meses para caldeiras de categoria “A”.

13.5.5 As caldeiras que operam de forma continua e que utilizam gases ou resíduos das
unidades de processo como combustível principal para aproveitamento de calor, ou

para fins de controle ambiental, podem ser consideradas especiais quando todas as
condições seguintes forem satisfeitas:

a) estiverem instaladas em estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de Inspeção de


Equipamentos”, citado no Anexo II;

b) tenham testados a cada 12 (doze) meses o sistema de intertravamento e a pressão de


abertura de cada válvula de segurança;

c) não apresentem variações inesperadas na temperatura de saída dos gases e do vapor,


durante a operação;

d) exista análise e controle periódico de qualidade da água;

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e) exista controle de deterioração dos materiais que compõem as principais partes de caldeira;

f) seja homologada como classe especial mediante:

- acordo entre a representação sindical de categoria profissional predominante no


estabelecimento e o empregador;

- intermediação do órgão regional do MTb, solicitada por qualquer uma das partes,
quando não houver acordo;

- decisão do órgão regional do MTb, quando persistir o impasse.

13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subseqüente, as


caldeiras devem ser submetidas à rigorosa avaliação de integridade para determinar a sua vida
remanescente a novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em condições de
uso.

13.5.6.1 Nos estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de Inspeção de


Equipamentos”, citado no Anexo II, o limite de 25 (vinte e cinco) anos pode ser alterado em
função do acompanhamento das condições de caldeira, efetuado pelo referido órgão.

13.5.7 As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem ser inspecionadas


periodicamente conforme segue:

a) pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual de alavanca, em operação,
para caldeiras das categorias “B” e “C”;

b) desmontando, inspecionando a testando, em bancada, as válvulas flangeadas e, no campo,


as válvulas soldadas, recalibrando-as numa freqüência compatível com a experiência
operacional da mesma, porém respeitando-se como limite máximo o período de inspeção
estabelecido no subitem 13.5.3 ou 13.5.4, se aplicável, para caldeiras de categorias “A” e “B”.

13.5.8 Adicionalmente aos testes prescritos no subitem 13.5.7, as válvulas de segurança


instaladas em caldeiras deverão ser submetidas a testes de acumulação, nas seguintes
oportunidades:

a) na inspeção inicial da caldeira;

b) quando forem modificadas ou tiverem sofrido reformas significativas;

c) quando houver modificação nos parâmetros operacionais da caldeira ou variação na PMTA;

d) quando houver modificação na sua tubulação de admissão ou descarga.

13.5.9 A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes


oportunidades:

a) sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capaz de
comprometer sua segurança;

b) quando a caldeira for submetida a alteração ou reparo importante capaz de alterar suas
condições de segurança;

c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa por mais
de 6 (seis) meses;

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d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira.

13.5.10 A inspeção de segurança deve ser realizada por “Profissional Habilitado”, citado
no subitem 13.1.2, ou por “Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos”, citado no Anexo II;

13.5.11 Inspecionada a caldeira, deve ser emitido “Relatório de Inspeção”, que passe a
fazer parte de sua documentação.

13.5.12 Uma cópia do “Relatório de Inspeção” deve ser encaminhada pelo “Profissional
Habilitado”, citado no subitem 13.1.2, num prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar do término
de Inspeção, à representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento.

13.5.13 0 “Relatório de Inspeção”, mencionado no subitem 13.5.11, deve conter no


mínimo:

a) dados constantes na placa de identificação da caldeira;

b) categoria da caldeira;

c) tipo de caldeira;

d) tipo de inspeção executada;

e) data de inicio e término de inspeção;

f) descrição das inspeções e testes executados;

g) resultado das inspeções e providências;

h) relação dos itens desta NR ou de outras exigências legais que não estão sendo atendidas;

i) conclusões;

j) recomendações e providências necessárias;

k) data prevista para a nova inspeção de caldeira;

l) nome legível, assinatura e número do registro no conselho profissional do “Profissional


Habilitado”, citado no subitem 13.1.2, e nome legível e assinatura de técnicos que participaram
da inspeção.

13.5.14 Sempre que os resultados da inspeção determinarem alterações dos dados da


placa de identificação, a mesma deve ser atualizada.

13.6 V asos de P ressão - Disposições Gerais

Como o nosso estudo abrange somente as caldeiras a vapor, não comentaremos sobre
esse tópico, porém, para mais informações, consulte a NR-13 no site do Ministério do Trabalho
e Emprego – www.mte.gov.br.

273
CAD 01
8 . 3 AB N T , Ó R G Ã O S D E C O N T R O L E AM B I E N T AL E D E C R E T O 7 7 9

Se com toda a tecnologia, normas, procedimentos e ensaios que existem hoje, as


caldeiras ainda explodem, são incalculáveis quantos acidentes ocorrem e quantas vítimas
houve desde a época em que o vapor passou a ser o principal responsável pelo movimento
das máquinas na indústria.

Da mesma forma que houve um avanço da tecnologia, também se fazia necessário que
se avançasse nas técnicas para proteger os trabalhadores e as comunidades ao redor das
fábricas.

Como vimos anteriormente, no Brasil, a partir de 1978, foi criada a Norma de Segurança
de Caldeiras e Vasos sob Pressão, a NR-13, e, em 1994, a Secretaria de Segurança e Saúde
no Trabalho, do Ministério do Trabalho, publicou o texto atual.

Quanto aos procedimentos de como se fazer as inspeções, estes são tratados pela NBR-
12177, antiga NB-55 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e a NB-227, dos
códigos para projeto e construção de caldeiras estacionárias. Outras entidades (INMETRO, IBP
e a Abiquim) têm procurado contribuir, elaborando estudos, pesquisas e discussões sobre os
aspectos de segurança em caldeiras.

A utilização de caldeiras implica riscos diversos. A prevenção deve ser considerada em


todas as fases: no projeto, na fabricação, na operação, na manutenção e na inspeção.

Os acidentes podem se originar da combinação de causas tais como : a diminuição da


resistência do material em decorrência do superaquecimento ou de sua alteração estrutural; a
perda de espessura do material devido à corrosão ou à erosão; o aumento da pressão por
falha de operação ou dos equipamentos de segurança.

Caldeiras ou vasos sob pressão bem cuidados podem durar décadas, sendo que os
critérios de segurança deveriam ser adotados antes de sua instalação, através do
acompanhamento do processo de fabricação e de sua inspeção final, itens 13.1.6 e 13.6.4 da
NR-13.

Treinamento dos operadores e manutenção preventiva, em combinação com as


inspeções de segurança periódicas, contribuem para um funcionamento seguro desses
equipamentos. Ensaios como ultrassom, partículas magnéticas, líquidos penetrantes, teste
hidrostático, análise metalúrgica de campo e outros mantêm sob controle cada componente,
garantindo a segurança operacional.

Em princípio, não existe uma vida útil para uma caldeira ou vaso sob pressão, pois
depende da correta utilização e manutenção do equipamento.

A NR-13 estabeleceu um prazo de 25 anos para os equipamentos serem submetidos a


uma rigorosa avaliação de integridade visando a determinar sua vida remanescente e novos
prazos máximos para inspeção de segurança periódica.

274
Existem caldeiras em pleno funcionamento com mais de 40 anos de uso, e que ainda
podem continuar operando desde que sejam submetidas a inspeções mais rigorosas, pois é
importante para a detecção de várias causas de acidentes.

8 . 3 . 1 As s o c i a ç ã o B r a s i l e i r a d e N o r m a s T é c n i c a s - AB N T

A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de


Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês
Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS), são elaboradas por
Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas
fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ONS, circulam


para Consulta Pública entre os associados da ABNT e demais interessados.

8.3.1.1 NBR 1277

Documento técnico reconhecido internacionalmente, que estabelece os requisitos para


projeto e construção de caldeiras estacionárias a vapor.

A NBR 12177, sob o título geral “Caldeiras estacionárias a vapor - Inspeção de


segurança”, é constituída pelas seguintes partes:

- Parte 1: caldeiras flamatubulares;

- Parte 2: caldeiras aquatubulares.

Fixa as condições exigíveis para realizar as inspeções de segurança das caldeiras


estacionárias aquatubulares e flamatubulares a vapor, sujeitas ou não a chama.

Destina-se exclusivamente às caldeiras estacionárias, novas ou não, aquatubulares,


sujeitas ou não a chama, já instaladas. Os demais tipos serão tratados em normas específicas.

Não se aplica a inspeção de caldeiras durante a respectiva construção.

8.3.2 Órgãos de contr ole ambiental

8.3.2.1 Tipos de poluentes gerados pel o funci onam ento de um a cal dei ra a
c o m b u s t ã o - Qualidade do ar e poluição do ar

Os padrões de qualidade do ar definem legalmente o limite máximo para a concentração


de um poluente na atmosfera, que garanta a proteção da saúde e o bem-estar das pessoas.

Os padrões nacionais foram estabelecidos pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio


Ambiente) e aprovados pelo CONAMA (Conselho Nacional de Meio ambiente).

De acordo com a Resolução CONAMA n° 3/90, poluente atmosférico é qualquer forma de


matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou característica,
em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tomar o ar impróprio,
nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna
275
CAD 01
e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da
comunidade.

O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias poluentes


presentes no ar.

A redução do custo de operação de uma caldeira através da redução do consumo de


combustível traz como conseqüência a melhoria da qualidade do ar, em razão da redução da
quantidade de poluentes emitidos.

A queima de um combustível produz gás carbônico e água e as seguintes emissões


gasosas que são poluentes:

Monóxido de Carbono (CO) Gás tóxico, incolor e inodoro, resultante de


queima incompleta do carbono.

Óxidos de Enxofre (SO2 e SO3) Formados pela oxidação do enxofre; reagem na


atmosfera produzindo ácido sulfúrico.

Óxidos de Nitrogênio (NOX) Gases formados pelo nitrogênio; são irritantes,


participando da formação de azoto na atmosfera.

Fumaça Materiais sólidos e gasoso produzidos pela


queima incompleta do combustível,
apresentando cor variável entre o cinza claro e o
preto.

Particulados Partículas sólidas de carbono e óleo


parcialmente queimados.

Hidrocarbonetos Combustível parcialmente queimado.

Emissões de uma caldeira.

Os poluentes emitidos pelas caldeiras dependem, fundamentalmente, do tipo de óleo


queimado, das características das caldeiras e das condições de operação e do estado de
manutenção dos equipamentos.

Melhorando-se a eficiência e diminuindo-se a emissão de poluentes, economiza-se


também no consumo dos reagentes necessários à lavagem dos gases para mantê-los dentro
dos padrões exigidos pela legislação.

8.3.2.2 Fundaç ão Es tadual de E ngenharia do Mei o Am biente (FEE MA )

Criada pelo Decreto-lei nº. 39, de 24 de março de 1975, por ocasião da fusão dos
estados da Guanabara e do Rio de Janeiro.

Com uma visão integrada da utilização racional dos recursos naturais no âmbito nacional,
a FEEMA, com pouco tempo de existência, transformou-se em centro científico de excelência,

276
instituição modelo cuja organização serviu de referência para a implantação de entidades
similares em vários estados do País.

A política de gestão ambiental do Estado do Rio de Janeiro apóia-se em um sistema


coordenado pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), do qual faz parte a FEEMA
(Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), responsável pelo licenciamento,
controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras, bem como pelo
monitoramento dos corpos d'água do Estado. Também fazem parte do sistema a Fundação
Instituto Estadual de Florestas (IEF), e a Fundação Superintendência Estadual de Rios e
Lagoas (SERLA).

A FEEMA tem como responsabilidades o licenciamento e a fiscalização de


empreendimentos e atividades considerados efetiva ou potencialmente poluidores e daqueles
que possam causar degradação ambiental; a análise de efluentes líquidos industriais, de
emissões para a atmosfera e de resíduos; a medição de ruídos de unidades industriais; das
atividades potencialmente poluidoras; a análise de despejos industriais, de emissões aéreas e
de resíduos; a medição de ruídos; o monitoramento das águas interiores e costeiras, dos
sedimentos, do ar e do solo.

Além disso, é sua atribuição o gerenciamento costeiro e a gestão das Áreas de Proteção
Ambiental, a definição de padrões de qualidade ambiental e de diretrizes para uso dos recursos
ambientais, e ainda, a prevenção e a atuação em caso de poluição acidental. Cabe mencionar,
também, as pesquisas de flora e fauna desenvolvidas por setores específicos da Instituição,
notadamente o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, referência mundial em pesquisas e
conservação de primatas neotropicais.

8.3.2.3 Cons elho Nacional do Mei o Ambiente (CONAMA)

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo


do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, foi instituído pela Lei 6.938/81, que dispõe
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto 99.274/90.

O CONAMA é composto por Plenário, CIPAM, Grupos Assessores, Câmaras Técnicas e


Grupos de Trabalho. O Conselho é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua Secretaria
Executiva é exercida pelo Secretário-Executivo do MMA.

O Conselho é um colegiado representativo de cinco setores, a saber: órgãos federais,


estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil.

Abaixo citamos algumas das competências do CONAMA:

estabelecer, mediante proposta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos




Recursos Naturais Renováveis-IBAMA, dos demais órgãos integrantes do SISNAMA e de


Conselheiros do CONAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras, a ser concedido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e
Municípios e supervisionado pelo referido Instituto;

277
CAD 01
determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e


das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos


órgãos federais, estaduais e municipais, bem como às entidades privadas, informações,
notadamente as indispensáveis à apreciação de Estudos Prévios de Impacto Ambiental e
respectivos Relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental,
em especial nas áreas consideradas patrimônio nacional;

estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição




causada por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos


ministérios competentes;

estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção




da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais,
principalmente os hídricos;

estabelecer sistemática de monitoramento, avaliação e cumprimento das normas




ambientais;

avaliar regularmente a implementação e a execução da política e normas




ambientais do País, estabelecendo sistemas de indicadores.

As reuniões do CONAMA são públicas e abertas a toda a sociedade.

Confira agora a reportagem efetuada pela Agência Brasil – Empresa Brasil de


Comunicação / EBC – (http://www.agenciabrasil.gov.br), pela repórter Lana Cristina, que nos
mostra a atuação do CONAMA.

Resolução do CONAMA regulamenta 13 tipos de fontes que emitem poluentes

Brasília - A resolução 382 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)


regulamenta 13 tipos de fontes que emitem poluentes: caldeira a óleo, caldeira a gás, caldeira
movida a bagaço de cana, caldeira movida a energia gerada por madeira, turbinas, refinarias,
fábrica de celulose, fábrica de fusão de chumbo, de fusão de vidro, fornos de cimento, fábricas
de fertilizantes e siderúrgicas.

Os poluentes que serão monitorados pelos órgãos ambientais estaduais são os óxidos de
enxofre, óxidos de nitrogênio, o monóxido de carbono e material particulado, fumaça composta
de partículas pequenas de poeira, fuligem e outros materiais. A resolução e seus anexos
podem ser consultados no site http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res06/res38206.pdf.

Segundo o coordenador do grupo de trabalho que discutiu tecnicamente a resolução,


Cláudio Alonso, para se chegar aos índices máximos, foram consultados padrões definidos em
outros países, além de uma pesquisa sobre tecnologias adotadas internacionalmente em
fábricas que emitem os poluentes a serem monitorados e a tecnologia que melhor poderia ser
incorporada pelas fábricas brasileiras. “Além disso, pesquisamos os dados nacionais sobre
emissões e percebemos que não estão muito diferentes de outros países já monitorados”,
afirmou Alonso.

Para os representantes das organizações não-governamentais (ONG’s), é impossível


separar os dois conceitos que alimentam a polêmica gerada entre os conselheiros, padrão de
qualidade e padrão de emissão. “Se eu acendo uma fogueira e fico perto dela, posso me
278
queimar. Além disso, o material queimado vai para a atmosfera. Ou seja, vai ter uma alteração
no padrão de qualidade com a mudança no padrão de emissão. E o senhor Alonso
argumentava que eram duas coisas distintas, na época da votação”, exemplificou o diretor de
Saúde Ambiental da Associação de Combate aos Poluentes Orgânicos (ACPO), Jeffer Castelo
Branco. Outra crítica que se faz à resolução é a de não permitir a participação social ao
estipular que os limites de emissão só serão objeto de controle por parte do órgão fiscalizador.
“Há aí, inclusive, um erro que se contrapõe ao princípio da precaução, adotado em vários
países, ao determinar que o órgão que licencia é o mesmo que fiscaliza e também o que
legisla”, aponta Castelo Branco.

O artigo citado, no caso, é aquele que diz que os órgãos de fiscalização poderão
estabelecer limites mais restritivos, caso considerem necessário. “Como um órgão que licencia
uma atividade industrial, vai fiscalizar uma planta e ainda vai estabelecer limites?”, questiona
Zuleica Nycz, conselheira do CONAMA e presidente da Associação de Proteção do Meio
Ambiente de Cianorte (Apromac), que também considera grave o fato de os conselhos
estaduais e a própria comunidade, em última instância, não ser ouvida sobre os parâmetros de
controle de emissões.

Cláudio Alonso argumentou que é natural que um órgão fiscalizador estipule por sua
conta limites de emissão, desde que mais severos que a norma nacional. Ele sustenta que nos
anexos da resolução, que tratam dos limites em si, foi inserida a opção de estabelecer níveis
mais restritos. “Foi uma espécie de salvaguarda para que se leve em conta realidades
regionais. Afinal, a resolução é um limite a ser seguido nacionalmente. Esses parâmetros não
existiam antes”, alegou.

As ONGs, por sua vez, apontam ainda outra falha e questionam o fato de a resolução
não exigir um monitoramento contínuo das emissões. “As empresas estão desobrigadas de ter
o equipamento de controle contínuo no dia-a-dia e também na hora da ramonagem (processo
de limpeza de caldeiras e fornos) e na hora da partida (momento de descanso do equipamento
que faz a queima). Uma caldeira quando volta a funcionar depois da ramonagem joga todo o
poluente ali acumulado no ar e, na hora da partida, até atingir o ponto de equilíbrio ao ser
religada, também emite muitos gases”, conta Castelo Branco.

A argumentação de Alonso, para não exigir o monitoramento contínuo, é que seria


improdutivo ter um equipamento de controle por poluente, já que, em alguns casos, uma
fábrica tem mais de uma chaminé, cada uma emitindo um tipo de poluente. “Veja o exemplo de
Cubatão, onde a Cetesb (companhia de fiscalização do estado de São Paulo) faz o
monitoramento das fontes fixas desde 1984. Só umas duas ou três dessas fontes têm
verificações contínuas. Há casos em que as medições podem ser feitas de seis em seis meses
e o órgão fiscalizador pode estabelecer uma periodicidade menor com base em outros critérios,
como denúncias ou ainda um procedimento duvidoso da empresa, que geraria uma
fiscalização mais severa. Em Cubatão, mesmo os índices de emissão caíram depois que
começou o controle”, relata Cláudio Alonso. “Sabe-se de casos em que as partidas são feitas à
noite para que não se veja o gás preto que sai das chaminés. Ora, isso, mais as fiscalizações e
monitoramentos com hora marcada, não podem ser algo razoável”, queixou-se Zuleica.

279
CAD 01
Sobre as acusações de que não ouviu as ponderações e argumentos das entidades
ambientais no processo de avaliação da nova norma, o coordenador do grupo de trabalho da
resolução 382 disse que acusação é infundada. “É duro fazer um trabalho sério e ouvir depois
críticas. Algumas dessas pessoas que criticam nem participaram das discussões e, quando
estiveram na plenária, não fizeram uma proposta alternativa. Se questionam, por que não
propuseram algo no lugar?” contestou.

Segundo Cláudio Alonso, a resolução é uma novidade por apresentar limites para
emissão de poluentes, que não tinham sido estabelecidos antes por lei, mas não é

o suficiente como forma de monitoramento. Ele disse que falta, agora, estabelecer, um
instrumento de gerenciamento, “uma ligação entre a emissão da fonte e a qualidade do ar. Em
cada lugar, haverá, certamente um número distinto que estabeleça essa ligação. Com a
resolução 382, temos um sistema de gerenciamento. Agora, falta um critério de
gerenciamento”, explicou.

8.3.3 Decr eto Nº 779, de 30 de Janeir o de 1967

Aprova o Regulamento do Controle de


Poluição Atmosférica no Estado da
Guanabara

O Governador do Estado do Rio da Guanabara, usando das atribuições que lhe confere o
artigo 30, item I, da Constituição do Estado, tendo em vista o que dispõe a Lei nº 1.043, de 4 de
agosto de 1966 e;

Considerando que o controle da poluição do ar, de acordo com o art. 4º do Título III,
combinado com o Capítulo II do Título X do Decreto número 961 de 12 de abril de 1962 foi
atribuído ao Instituto de Engenharia Sanitária (IES), órgão da Superintendência de Urbanização
e Saneamento (atualmente FEEMA – Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente,
criada pelo Decreto Lei no 39 de 24/03/75), controle que se exerce sob a orientação e em
coordenação com a Secretaria de Saúde do Estado da Guanabara, nos termos do Art. 4º da
Lei nº 1.043, de 4 de agosto de 1966;

Considerando os prejuízos decorrentes da poluição do ar ambiente para a saúde pública,


o bem-estar comum e a propriedade em geral;

Considerando a necessidade de se exercer um efetivo controle de fins sanitários sobre as


fontes da aludida poluição, sejam elas constituídas de obras ou instalações fixas, completadas
ou não, quer sejam móveis - bem ainda resultantes quer de atividades industriais ou de
atendimento das necessidades elementares da vida humana;

Considerando mais que, convém ao interesse público a dinamização do processo de


controle da dita poluição do ar ambiente, suplementando-se as medidas de polícia sanitária e
edilícia ora vigente, pela aferição na nocividade das fontes poluidoras por padrões técnicos ora
reconhecidamente válidos,

280
DECRETA:

Art. 1º - Fica aprovado e mandado executar o Regulamento para Controle da Poluição


Atmosférica no Estado da Guanabara, que a este acompanha.

Art. 2º - O presente Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as


disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 30 de Janeiro de 1967 – 79a da República e 8o do Estado da Guanabara.

FRANCISCO NEGRÃO DE LIMA

Raymundo de Paula Soares

Hildebrando Monteiro Marinho

R E G U L AM E N T O D O C O N T R O L E D E P O L U I Ç ÃO A T M O S F É R I C A D E Q U E
T R A T A O D E C R E T O N º 7 7 9 D E 3 0 D E J AN E I R O D E 1 9 6 7 .
Art. 1º - Não será permitido, proveniente de qualquer local, equipamento, instalação,
fábrica ou assemelhados, bem como de quaisquer veículos, o lançamento ou emissão de
substâncias em quantidade ou qualidade tais que venham a causar a poluição do ar ambiente.

Parágrafo único - Para os efeitos deste artigo, considera-se "poluição do ar" a presença,
na atmosfera exterior, de um ou mais contaminantes, em quantidade e duração tais que sejam
ou tendam a ser prejudiciais ao ser humano, às plantas, à vida animal ou às propriedades ou
que interfiram no conforto da vida ou no uso das propriedades.

Art. 2º - Fica adotada a Escala de Ringelman, como medida de poluição ocasionada pela
descarga de fumaça na atmosfera.

§ 1º - Para os fins deste artigo, "Fumaça" consiste em pequenas partículas sólidas


resultantes de uma combustão incompleta de material carbonáceo.

§ 2º - A Escala de Ringelmann consiste em uma escala gráfica para avaliação


colorimétrica de densidade de fumaça, constituída de seis padrões com variações uniformes de
tonalidade entre o branco e o preto. Os padrões são apresentados por meio de quadros
retangulares, com redes de linhas de espessura e espaçamentos definidos, sobre um fundo
branco.

§ 3º - Os padrões da Escala de Ringelmann são numerados de 0 a 5 e assim definidos:

Padrão nº 0 - inteiramente branco.

Padrão nº 1 - Reticulado com linhas pretas 1 mm de espessura, deixando, como


intervalos quadrados brancos de 9 mm de lado.

Padrão nº 2 - Reticulado com linhas pretas de 2,3 mm de espessura, deixando, como


intervalos, quadrados brancos com 7,7 mm de lado.

Padrão nº 3 - Reticulado com linhas pretas de 3,7 mm de espessura, deixando, como


intervalos, quadrados brancos com 6,3 mm de lado.

281
CAD 01
Padrão nº 4 - Reticulado com linhas pretas de 5,5 mm de espessura, deixando, como
intervalos, quadrados brancos com 4,5 mm de lado.

Padrão nº 5 - Inteiramente preto.

Art. 3º - Não será permitida emissão, para a atmosfera, de fumaça com tonalidade
superior à do Padrão nº 2, da Escala de Ringelmann.

Parágrafo único - Será tolerada a emissão de fumaça do Padrão nº 3 da Escala de


Ringelmann por um máximo de 6 minutos, em qualquer período de uma hora, correspondendo
às operações iniciais de uma queima ou limpeza das fornalhas.

Art. 4º - Os limites de tolerância para emissão de gases, vapores e poeiras serão

estabelecidos oportunamente pelo Instituto de Engenharia Sanitária.

Art. 5º - Fica atribuído ao Instituto de Engenharia Sanitária (IES) da SURSAN o


cumprimento deste Regulamento.

Parágrafo único - Competem ao Serviço de Controle de Poluição Atmosférica do IES as


medidas de natureza normativa, estudos, pesquisas e laboratórios e informações técnicas
sobre poluição atmosférica.

Art. 6º - Quem se opuser, embargar ou dificultar, por qualquer meio ou forma, a ação
sanitária a que se refere este Regulamento ou deixar de cumprir, no prazo estabelecido, as
intimações do Instituto de Engenharia Sanitária (IES), estará sujeito às penas de advertência;
multas previstas na legislação sanitária (lei 1.043 - Código Estadual de Saúde) em vigor;
suspensão; interdição, cassação de registro ou do alvará de licenciamento.

§ 1º - As multas serão elevadas ao dobro do valor anterior, no caso de reincidência das


infrações previstas neste Regulamento.

§ 2º - A aplicação das penalidades de que trata este Artigo não impede que outras ações
paralelas de responsabilidade penal sejam tomadas.

Art. 7º - Os casos omissos neste Regulamento serão resolvidos pelo Diretor do IES, que
os submeterá, em grau de recursos, à Administração Superior.

Nota: Esta lei prevê vários tipos de sanções, desde advertência a cassação de Alvará de
Licenciamento. É importante frisar o aspecto da reincidência.

A maneira de determinar o grau colorimétrico da fumaça é descrita a seguir, conforme o


método definido pela FEEMA – Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Rio de
Janeiro.

8 . 4 C O N V E N Ç Ã O S O L AS ( S AF E T Y O F L I F E AT S E A) 1 9 7 4 / 1 9 8 8

A Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (International


Convention for the Safety of Life at Sea) foi adotada em 1/11/1974, com protocolos de 1978 e
Emendas de 1994, 1995 e 1997.

282
Essa convenção estabelece regras e diretrizes para inspeções e vistorias de navios,
equipamentos salva-vidas, instalações de rádio, casco, máquinas, construção,
compartimentagem e estabilidade, instalações elétricas, manutenção das condições, busca e
salvamento, sistema de gestão da segurança e, ainda, a emissão e aceitação de certificados. A
SOLAS foi a primeira convenção realizada da história, ocorrida em 1914, em razão do acidente
ocorrido com o navio Titanic, porém só entrou em vigor em 25/05/1980.

8 . 4 . 1 C o n v e n ç ã o S O L AS e a s C a l d e i r a ( R e s u m o d a R e g r a )

Será feito um resumo dos principais tópicos.

CAPÍTULO II- I

C O N S T R U Ç Ã O – E S T R U T U R A C O M P AR T I M E N T AG E M E E S T A B I L I D AD E
M Á Q U I N AS E I N S T AL A Ç Õ E S E L É T R I C AS

PARTE C

INSTALAÇÕES DE MÁQUINAS

(Exceto quando for determinado em contrário, a Parte C aplica-se a navios de passageiros e a


navios de carga)

Regra 26

Generalidades

1 – As máquinas, caldeiras e outros vasos de pressão, canalizações e acessórios


respectivos deverão ser adequadamente projetados e construídos para desempenhar o serviço
para os quais foram intencionados, e deverão ser de tal maneira instalados e protegidos que
tornem mínima qualquer possibilidade de dano à pessoa a bordo, sendo dada a devida atenção
a partes móveis, superfícies aquecidas e outros riscos. O projeto deverá considerar os
materiais utilizados na construção desses equipamentos, o propósito para o qual foram
previstos, as condições de trabalho a que serão submetidos e as condições ambientais a
bordo.

5 – Todas as caldeiras, todos os componentes da instalação de máquinas, todos os


sistemas a vapor, hidráulicos, pneumáticos, outros sistemas e acessórios associados que
trabalham sob pressão interna, deverão ser submetidos a testes apropriados, inclusive teste de
pressão antes de serem colocados em funcionamento pela primeira vez.

7 – Deverão ser elaborados dispositivos para facilitar a limpeza, inspeção e manutenção


da máquina de propulsão principal e das máquinas auxiliares, inclusive caldeiras e outros
vasos de pressão.

Regra 32

Caldeiras de vapor e sistemas de alimentação das caldeiras

1 – Toda caldeira de vapor e todo gerador de vapor sem combustão deverão ser dotados,
no mínimo, de duas válvulas de segurança de capacidade adequada. Entretanto,
considerando-se a produção ou qualquer outra característica de qualquer caldeira ou gerador
283
CAD 01
de vapor sem combustão, a Administração pode permitir somente uma única válvula de
segurança a ser instalada, se concordar que a proteção adequada contra excesso de pressão
foi providenciada.

2 – Cada caldeira a óleo, prevista para funcionar sem supervisão manual, deverá ter
dispositivos de segurança que fechem o suprimento de óleo combustível e dêem um alarme,
no caso de nível baixo de água, falha no suprimento de ar ou falha de chama.

3 – Caldeiras aquatubulares para turbinas propulsoras deverão estar providas de alarme


de nível alto de água.

4 – Todo sistema gerador de vapor que preste serviços essenciais à segurança do navio,
ou que possa vir a se tornar perigoso no caso de falha de suprimento de água de alimentação,
deverá estar provido de não menos do que dois sistemas de alimentação separados, incluindo
as bombas de alimentação, observando-se que uma só entrada no tubulão de vapor é
aceitável. Quando o excesso de pressão não for evitado pelas próprias características das
bombas de alimentação, deverão existir meios para evitar excesso de pressão em qualquer
parte desses sistemas.

5 – As caldeiras deverão estar providas de meios de supervisão e controle da qualidade


da água de alimentação. Deverão existir dispositivos adequados, quando possível, para
impedir a entrada de óleo ou de outros agentes de contaminação, que poderão afetar
negativamente a caldeira.

6 – Toda caldeira, essencial para a segurança do navio e projetada para funcionar com a
água de alimentação em determinado nível, deverá estar provida de, no mínimo, dois
dispositivos indicando seu nível de água e, pelo menos um deles, deverá ser um indicador de
nível de vidro de leitura direta.

Regra 33

Sistemas de Vapor

1 – Toda canalização de vapor e cada acessório a ela conectado através dos quais possa
passar vapor deverão ser projetados, construídos e instalados de maneira que sejam
resistentes ao valor máximo dos esforços de trabalho aos quais possam vir a ser submetidos.

2 – Deverão ser providos meios para drenar cada canalização da rede de vapor nas
quais podem ocorrer a ação de perigosos martelos hidráulicos.

3 – Se uma canalização de vapor ou um seu acessório for suscetível de receber vapor


proveniente de qualquer fonte, de pressão mais elevada do que aquela para a qual foram
projetados, deverá ter uma adequada válvula redutora, uma válvula de segurança e um
manômetro.

Regra 35

Sistemas de ventilação em compartimentos de máquinas

Compartimentos de máquinas de categoria A deverão ser ventilados adequadamente, de


modo a assegurar que, quando máquinas ou caldeiras estiverem funcionando em seu interior,
a plena potência, em toda e qualquer condição de tempo, inclusive mau tempo, um apropriado
284
suprimento de ar seja mantido nesses compartimentos para segurança e conforto do pessoal e
operação das instalações de máquinas. Qualquer outro compartimento de máquina deverá ser
adequado e apropriadamente ventilado, tendo em vista a finalidade desse compartimento.

PARTE E

Exigências adicionais para compartimentos de máquinas

periodicamente desguarnecidos

(A parte E aplica-se a navios de carga, com exceção da regra 54, que se refere a navios
de passageiros.)

Regra 47

Precauções contra incêndio

1 – Deverão estar instalados meios para detectar e dar alarmes ao início de incêndio:

.1 nos invólucros de suprimento de ar e exaustores (conduto de fumaça) das caldeiras; e

.2 nos tubulões de ar de lavagem da máquina propulsora, a menos que a Administração


considere não ser isso necessário, em um caso particular.

2 – Máquinas de combustão interna de potência igual ou superior a 2250 kw, ou que


tenham cilindros com mais de 300 mm de diâmetro, deverão estar providas de detectores de
contaminação do óleo do cárter, ou de monitores de temperatura dos mancais da máquina ou
de dispositivos equivalentes.

Regra 52

Sistema de Segurança

Um sistema de segurança deverá ser instalado de modo a garantir que sérias falhas de
funcionamento na condução das máquinas ou das caldeiras, falhas essas apresentando perigo
imediato, provoquem o início da parada automática da parte da instalação que está falhando e
que o respectivo alarme seja dado. A parada do sistema de propulsão não deverá ser acionada
automaticamente, exceto nos casos em que poderão resultar em avaria séria, acidente grave
ou explosão. Quando houver dispositivos para anular a parada da máquina propulsora
principal, eles deverão ser de tal natureza que impeçam serem ativados inadvertidamente.
Sinais visuais deverão ser instalados para indicar quando o dispositivo de parada tiver sido
acionado.

CAPÍTULO II-2

CONS TRUÇÃO – P ROTE ÇÃO CONTR A INCÊ NDIO, DE TECÇÃO DE INCÊ NDIO
E EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

PARTE B

Prevenção de incêndio e de explosão

Regra 4

Probabilidade de ignição

285
CAD 01
2 – Medidas relativas ao óleo combustível, ao óleo lubrificante e a outros óleos
inflamáveis

2.2 – Medidas relativas ao óleo combustível

2.2.5 – Redes de óleo combustível

2.2.5.3 As redes de óleo combustível não deverão ficar localizadas imediatamente


acima nem perto de unidades de alta temperatura, inclusive de caldeiras, redes de vapor,
coletores de descarga, silenciosos ou outros equipamentos que precisem ser isolados de
acordo com o parágrafo 2.2.6. Na medida do possível, as redes de óleo combustível deverão
ser dispostas de modo a ficarem bem afastadas das superfícies quentes, das instalações
elétricas ou de outras fontes de ignição, e deverão ser protegidas por telas, ou de outra
maneira adequada, para evitar borrifos ou vazamentos de óleo sobre as fontes de ignição. O
número de uniões existentes nestes sistemas de redes deverá ser mantido o mínimo
necessário.

PARTE C

Supressão de incêndios

Regra 10

Combate a incêndio

5 – Dispositivos de extinção de incêndio nos compartimentos de máquinas

5.1 – Compartimentos de máquinas que contenham caldeiras que queimam óleo ou


unidades de óleo combustível

5.1.1 – Sistemas fixos de extinção de incêndio

Os compartimentos de máquinas da categoria A que contêm caldeiras que queimam


óleo ou unidades de óleo combustível deverão ser dotadas de qualquer dos sistemas fixos de
extinção de incêndio mencionados no parágrafo 4.1. Em cada caso, se os compartimentos de
máquinas e de caldeiras não forem totalmente separados, ou se o óleo combustível puder
escoar do compartimento de caldeiras para o compartimento de máquinas, os compartimentos
de máquinas e de caldeiras conjuntos deverão ser considerados como um único
compartimento.

5.1.2 – Dispositivos adicionais de extinção de incêndio

5.1.2.1 – Em cada compartimento de caldeiras, ou em uma entrada fora do


compartimento de caldeiras, deverá haver pelo menos um aplicador de espuma portátil que
atenda ao disposto no Código de Sistemas de Segurança Contra Incêndio.

5.1.2.2 – Em cada compartimento de queima de cada compartimento de caldeiras, e em


cada compartimento em que esteja localizada parte da instalação de óleo combustível, deverá
haver pelo menos dois extintores de espuma portáteis, ou equivalentes. Em cada
compartimento de caldeiras não deverá haver menos de um extintor aprovado do tipo que
utiliza espuma, com uma capacidade de pelo menos 135 l, ou equivalente. Estes extintores
deverão ser dotados de mangueiras acondicionadas em carretéis, de maneira que possam
atingir qualquer parte do compartimento de caldeiras. No caso de caldeiras domésticas de
286
menos de 175 kW, é exigido um extintor do tipo que utiliza espuma, com uma capacidade de
pelo menos 135 l.

5.1.2.3 – Em cada compartimento de queima deverá haver um recipiente contendo pelo


menos 0,1 m3 de areia, serragem impregnada com soda cáustica, ou outro material seco
aprovado, juntamente com uma pá adequada para espalhar o material. Um extintor portátil
aprovado poderá constituir uma alternativa para substituir este recipiente.

5.6 – Sistemas fixos de combate a incêndio de emprego local

5.6.3 – Os sistemas fixos de combate a incêndio de aplicação local devem proteger áreas
como as seguintes, sem que haja a necessidade de parar o motor, de evacuar o pessoal ou de
vedar os compartimentos:

.1 – as partes das máquinas de combustão interna utilizadas para a propulsão principal e


para a geração de energia elétrica do navio que apresentem risco de incêndio;

.2 – as frentes das caldeiras;

.3 – as partes dos incineradores que apresentem risco de incêndio; e

.4 – os purificadores para óleo combustível aquecido.

T e s t e d e Au t o - A v a l i a ç ã o d a U n i d a d e 8

I) Responda as perguntas abaixo relativas a NR-13:

8.1) Consultando o Artigo 188, Capítulo V, Seção XII da Lei 6514, de 22/12/77, responda:
Como serão efetuadas as inspeções de segurança das caldeiras?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

8.2) Qual das normas regulamentadoras − NR, relativas a segurança e a medicina do trabalho,
versa sobre caldeiras e vasos de pressão?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

8.3) Qual é a definição de caldeira a vapor?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

8.4) Com que finalidade a lei vigente no país sobre caldeiras foi redigida?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

8.5) O que significa a sigla PMTP?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

287
CAD 01
8.6) Como são classificadas as caldeiras de acordo com a NR − 13?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

8.7) Como é definido “Profissional habilitado”?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

8.8) De acordo com a NR-13, como deve ser feito o “Registro de Segurança” da caldeira?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
8.9) Descreva sobre o “Manual de Operação” da caldeira.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

8.10) Em quais situações deve ser feita a inspeção de segurança extraordinária?


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

II) Cite:

8.11) cinco documentos que toda caldeira deve possuir no estabelecimento onde estiver
instalada.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

8.12) sete informações que a “placa de identificação” de uma caldeira deve possuir:
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

III) Responda as perguntas abaixo relativas a Convenção SOLAS:

8.13) Como deve ser o dispositivo de segurança para caldeiras que funcionam sem supervisão
manual?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

8.14) Quantos sistemas separados de alimentação, no mínimo, deve possuir o gerador de


vapor que preste serviços essenciais à segurança do navio, ou que possa a vir a se tornar
perigoso no caso de falha de suprimento de água de alimentação?
____________________________________________________________________________

288
IV) Marque X sobre a opção correta:

8.15) O órgão federal responsável por estabelecer os limites máximos para a concentração de
um determinado poluente na atmosfera é:

a) a FEEMA.

b) o IBAMA.

c) a ABNT.

d) a SERLA.

8.16) Os poluentes emitidos pelas caldeiras dependem, fundamentalmente,

a) do tipo de óleo queimado.

b) das características das caldeiras.

c) das condições de operação e do estado de manutenção dos equipamentos.

d) todas as alternativas estão corretas.

C h a v e d e R e s p o s t a s d o T e s t e d e Au t o - A v a l i a ç ã o d a U n i d a d e 8

Teste de Auto-Avaliação

I)

8.1) As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por engenheiro


ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade com as
instruções que, para esse fim, forem expedidas.

8.2) NR − 13

8.3) São equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à
atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia.

8.4) Foi redigida com o espírito de preservar a integridade física dos empregados e das
comunidades próximas às indústrias.

8.5) Pressão máxima de trabalho permitida.

8.6) Categoria “A”, categoria “B” e categoria “C”.

8.7) É aquele que tem competência legal para o exercício de profissão de engenheiro nas
atividades referentes a projeto de construção, acompanhamento de operação e manutenção,
inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a
regulamentação profissional vigente no País.

8.8) Deve ser constituído de livro próprio, com páginas numeradas, ou outro sistema
equivalente onde serão registradas: a) todas as ocorrências importantes capazes de influir nas
condições de segurança da caldeira; b) as ocorrências de inspeções de segurança periódicas
289
CAD 01
e extraordinárias, devendo constar o nome legível e assinatura de “Profissional Habilitado” e do
operador de caldeira presente na ocasião da inspeção.

8.9) Deve ser atualizado, em língua portuguesa, em local de fácil acesso aos operadores,
contendo no mínimo: a) procedimentos de partidas a paradas, b) procedimentos e parâmetros
operacionais de rotina, c) procedimentos para situações de emergência, d) procedimentos
gerais de segurança, saúde e de preservação do meio ambiente.

8.10) Essa inspeção deve ser feita:

a) sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capaz de
comprometer sua segurança;

b) quando a caldeira for submetida a alteração ou reparo importante capaz de alterar suas
condições de segurança;

c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa por mais
de seis meses;

d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira.

II)

8.11) prontuário da caldeira, registro de segurança ,projeto de instalação projetos de


instalação, projetos de alteração ou reparo, relatórios de inspeção.

8.12) fabricante, número de ordem dado pelo fabricante da caldeira, ano de fabricação,
pressão máxima de trabalho admissível, pressão de teste hidrostático, capacidade de produção
de vapor.

8.13) Cada caldeira a óleo deverá ter dispositivos de segurança que fechem o suprimento de
óleo combustível e deem um alarme, no caso de nível baixo de água, falha no suprimento de ar
ou falha de chama.

8.14) 2 sistemas separados 8.15) b 8.16) d

Parabéns! Você é um vencedor, pois concluiu seu


módulo de estudo. Sempre que necessário, releia seu
material.
Continue sendo estudioso, para conseguir muitas outras
vitórias.
Boa sorte!

290
R E F E R Ê N C I AS B I B L I O G R Á F I C AS

BOITEAX, Colbert Demaria. Caldeiras. Adaptado [por] Alfonso José Pereira. Rio de Janeiro:
CIAGA, 1983 IX-32.

DA SILVA, Marcelo Barbosa. Termodinâmica. 2 v. Rio de Janeiro: McGraw-Hill do Brasil Ltda,


1972. 223p.

Geração e distribuição de vapor. Apostila. Rio de Janeiro: Seted. [S.d.], 160p. il

INSTITUTO SANTISTA DE QUALIDADE INDUSTRIAL. Instrumentação de controle de


caldeiras. São Paulo, São José dos Campos, [s.d] 169p. il.

MARQUES, Iomar Neves. Caldeiras. Rio de Janeiro: Escola Naval, 1983.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. Manual técnico de caldeira e vasos de pressão. Brasília, 1966.

______. Secretaria de Saúde e Segurança no Trabalho. Manual técnico de caldeiras e vasos


de pressão. Brasília: Ed. Eletrônica, 1996.

NOVAES, Mário Sole; NANDRUP ingvar. Operação de caldeiras de vapor.

OLIVEIRA, Francisco Diocélio de Alencar. Operador de caldeira. [S.d.], out. 1999. 59p. il.

PÊRA, Hildo. Geradores de vapor d´água. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, 1966, 287p. il.

SILVA TELLES, Pedro Carlos. Tubulações industriais. 4. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A., 1976, 471p. il.

UENO, Yamanoto. Estudos de física: tecnologia, ondas óptica. São Paulo: Ed Moderna, 1977p.
il.

UNITED STATES. Naval machinery. Annapolis, Mariland: United States Naval acdemy, 1946.
Parte I e II.

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292

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