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Como dito por Jean-Claude Carrière, no início, o cinema era considerado inferior ao teatro

e outras expressões artísticas. Os primeiros filmes eram sem som, muitas vezes sem cor
e filmados em um único plano grande que não permitia o cinema mostrar seu potencial
como uma arte única.
O desenvolvimento da linguagem cinematográfica para a forma que temos hoje aconteceu
de forma rápida. Com esse desenvolvimento, também se muda a forma como o espectador
assiste aos filmes. Nos primórdios, era necessário que um explicador narrasse o que
acontecia nas cenas para o público que descobria aquele universo pela primeira vez
compreendesse. Depois que essa primeira linguagem foi assimilada, não era necessária a
presença de um explicador.
Sempre em constante mudança, realizadores se empenharam em aperfeiçoar o cinema
como uma linguagem própria a partir de diferentes planos, montagem e edição, trazendo
novos desafios a compreensão do público. Isso foi o que permitiu o cinema de se tornar
uma linguagem própria.
Ao assistimos um filme nos dias de hoje, podemos ter a impressão de ter visto aquilo ser
feito milhares de vez (porque realmente foi) e pode-se concluir que a linguagem, antes
em constante evolução, estacionou e se encontra em um lugar confortável para os
realizadores que já a conhecem, mas isso não é verdade.
Depois de mais de um século em constante evolução, é normal que o processo de mutação
caminhe mais lentamente, assim como acontece nas outras artes e tecnologias. Mas
sempre existirão aqueles que tentarão quebrar as já conhecidas regras, criar estilos
próprios de contar uma história e desafiar o clássico. E sempre existirá o público que
anseia por essas mudanças.

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