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MEMORIAL DE

CÁLCULO DE
RESISTIVIDADE DO
SOLO

ALEXANDRIA –
TAPERA PETROLINA –
PE

Curitiba, 28/03/2022
Sumário

1. INFORMAÇÕES DO CLIENTE..............................................................................................................3
1.1 DADOS DO CLIENTE .....................................................................................................................3
2. RELATÓRIO .............................................................................................................................................4
2.1 OBJETIVO ........................................................................................................................................4
2.2 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES NO TERRENO .......................................................................4
2.3 DATA DA MEDIÇÃO .......................................................................................................................4
2.4 LOCALIZAÇÃO ................................................................................................................................4
3. NORMAS E PROCEDIMENTOS ...........................................................................................................5
4. METODOLOGIA ......................................................................................................................................6
4.1 MEDIÇÕES DA RESISTIVIDADE DO SOLO ..............................................................................6
4.2 INDICES PLUVIOMÉTRICOS .......................................................................................................9
4.3 MÉTODO DOS QUATROS PONTOS - WENNER (NBR 7117) ..............................................20
4.4 MÉTODO DE ESTRATIFICAÇÃO DO SOLO ............................................................................21
5. MEMORIAL DE CÁLCULO DE ESTRATIFICAÇÃO DO SOLO ......................................................23
6. OBSERVAÇÕES FINAIS......................................................................................................................28
7. ANEXOS .................................................................................................................................................29
7.1 MANUAL MEDIDOR DIGITAL DE RESISTIVIDADE DO SOLO INSTRUM – TMD 20KW .29
7.2 MANUAL TERMOHIGRÔMETRO INCOTERM – TTH 100 .....................................................29
7.3 CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO – MEDIDOR DIGITAL DE RESISTIVIDADE DO SOLO
– TMD 20 KW .............................................................................................................................................30
7.4 CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO – TERMOHIGRÔMETRO INCOTERM – TTH 100 .......31

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1. INFORMAÇÕES DO CLIENTE

1.1 DADOS DO CLIENTE

EMPRESA ALEXANDRIA INDÚSTRIA DE GERADORES S/A

ENDEREÇO RUA THEODORO LOCKER, 821

CIDADE CURITIBA UF PR CEP 81.270-370

TELEFONE CNPJ 28.839.121/0002-21 BAIRRO CIC

A/C FELIPE AVANCI SETOR ENGENHARIA

E-MAIL felipe@alexandria.solar CELULAR (41) 98831-8672

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2. RELATÓRIO
2.1 OBJETIVO

Este documento tem por objetivo apresentar os locais de medição e os cálculos de


resistividade do solo utilizados para o projeto das malhas e previsão dos valores de
resistência de aterramento, aplicando-se o método prescrito pelas normas vigentes NBR
7117, NBR 5419, bem como as considerações técnicas e metodologia de cálculo
empregado.

2.2 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES NO TERRENO


• Usina de geração fotovoltaica.

2.3 DATA DA MEDIÇÃO


• 22/02/2022 a 25/02/2022.

2.4 LOCALIZAÇÃO

Terreno localizado nas coordenadas -9.469878, -40.623105.

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3. NORMAS E PROCEDIMENTOS

Este relatório está baseado nas referências das seguintes normas técnicas:
• NBR 7117/2020 – Parâmetros do solo para projetos de aterramentos elétricos -
Parte 1: Medição da resistividade e modelagem geoelétrica;
• NBR 5419/2015 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.

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4. METODOLOGIA
4.1 MEDIÇÕES DA RESISTIVIDADE DO SOLO

A medição de resistividade do solo tem por finalidade atender aos cálculos de


dimensionamento das malhas de aterramento para Sistema de proteção contra descargas
atmosféricas, malha de aterramento geral, subestações e demais sistemas.

A quantidade de linhas para o estudo foi definida com base no item 5.3.2.3 (NBR
7117/2020) que aconselha a subdivisão do terreno em áreas menores do que 20.000m², em
cada área subdivida foi realizada um conjunto de 8 medições, totalizando 32 medições.
Abaixo está representado o terreno e suas respectivas áreas de interesse:

Foi necessário dividir o terreno conforme a foto mostrada acima e foram realizadas 8
linhas de medições em cada uma das divisões, sendo 4 linhas verticais e 4 horizontais.

Abaixo segue distribuição das linhas de medição e tabela georreferenciando as


medições nas divisões do terreno:

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• Divisão de terreno 01:

COORDENADAS LINHAS (1)


LINHAS
PONTO 1 PONTO 2
1 -9.468774, -40.623323 -9.466701, -40.623452
2 -9.468717, -40.623257 -9.467643, -40.623335
3 -9.467624, -40.623246 -9.469746, -40.623137
4 -9.469730, -40.623018 -9.467842, -40.623121
5 -9.469561, -40.623271 -9.469498, -40.623065
6 -9.468884, -40.623081 -9.468863, -40.623365
7 -9.467852, -40.623435 -9.467810, -40.623108
8 -9.466926, -40.623484 -9.466868, -40.623157

• Divisão de terreno 02:

COORDENADAS LINHAS (2)


LINHAS
PONTO 1 PONTO 2
1 -9.466381, -40.623489 -9.466365, -40.623167
2 -9.465680, -40.623186 -9.465664, -40.623532
3 -9.464831, -40.623572 -9.464770, -40.623223
4 -9.463925, -40.623268 -9.463888, -40.623676
5 -9.463347, -40.623612 -9.466266, -40.623463
6 -9.466255, -40.623395 -9.464051, -40.623503
7 -9.464035, -40.623402 -9.466250, -40.623336
8 -9.466208, -40.623218 -9.463317, -40.623380

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• Divisão de terreno 03:

COORDENADAS LINHAS (3)


LINHAS
PONTO 1 PONTO 2
1 -9.462863, -40.623404 -9.462867, -40.623683
2 -9.462002, -40.623746 -9.461966, -40.623382
3 -9.460689, -40.623490 -9.460630, -40.624430
4 -9.457997, -40.624565 -9.457870, -40.623653
5 -9.457527, -40.623749 -9.461697, -40.623463
6 -9.461689, -40.623609 -9.458155, -40.623908
7 -9.458157, -40.624240 -9.458157, -40.624240
8 -9.462570, -40.624305 -9.458160, -40.624585

• Divisão de terreno 04:

COORDENADAS LINHAS (4)


LINHAS
PONTO 1 PONTO 2
1 -9.455807, -40.624864 -9.455781, -40.623768
2 -9.453636, -40.625020 -9.453467, -40.623818
3 -9.451266, -40.625176 -9.451218, -40.628438
4 -9.449803, -40.628077 -9.458584, -40.627723
5 -9.458509, -40.627001 -9.443055, -40.628008
6 -9.443008, -40.627240 -9.457544, -40.626881
7 -9.457451, -40.625983 -9.443991, -40.626891
8 -9.444007, -40.626064 -9.455982, -40.625468

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Não foi possível a realização das medições nas distancias de 32 e 64 metros na
direção vertical devido a geometria das dimensões do terreno. Como observamos nos dados
coletados nas distâncias de 32m e 64m a resistência manteve sua tendência linear de queda
em uma segunda camada, o que tornaram os dados irrelevantes, portanto foram
desconsiderados para o calculo da média e também para a inversão matemática.

4.2 INDICES PLUVIOMÉTRICOS

Segundo a NBR 7117, no item 5.3.3.1 “Considerando a variação sazonal da


resistividade das camadas superficiais do solo, é desejável que as medições sejam
realizadas no período mais seco, porém, o gerenciamento dos empreendimentos
normalmente impõe que a campanha de medições seja realizado no momento determinado
pelo cronograma da obra, que eventualmente não coincide com o período seco do ano“.

Abaixo, seguem os índices para a região de Petrolina – PE, previamente e durante a


realização dos ensaios:

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4.3 MÉTODO DOS QUATROS PONTOS - WENNER (NBR 7117)

Este método utiliza de um terrômetro com quatro terminais, sendo dois de corrente e
dois de potencial. É realizada a disposição em que os quatro eletrodos ficam alinhados
simetricamente em relação ao ponto de medição, espaçados com a mesma distância entre
si e cravados no solo com a mesma profundidade, através de uma injeção de corrente no
solo pelos terminais de corrente, será feita a leitura da resistência de terra de acordo com a
expressão.

Onde:

• R – Valor de resistência elétrica lida no aparelho;


• a – Espaçamento entre hastes;
• p – profundidade das hastes.

Então a resistividade elétrica é dada por:

Para o caso de a > 20p, a equação da resistividade do solo pode ser simplificada
para:

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Este método considera que uma parcela da distribuição de corrente que passa entre
as hastes ocorre a uma profundidade igual ao espaçamento entre elas. Portanto, é
considerado que o valor da resistência elétrica lida no aparelho é relativo à profundidade do
solo.

Um conjunto de leituras, para espaçamentos diferentes de eletrodos, mostram como


a resistividade do solo em função da profundidade é variável. Existem alguns fatores que
podem alterar significativamente o valor da resistividade elétrica media em solo, são eles a
temperatura, salinidade do solo, umidade, acidez e a sua composição, variações sazonais e
compactação também podem fazer alterações nos valores medidos.

4.4 MÉTODO DE ESTRATIFICAÇÃO DO SOLO

O método utilizado para a modelagem do solo foi o Método de PIRSON. Ao se dividir


a curva de resistividade pelo espaçamento em trechos ascendentes e descendentes fica em
evidência que o solo pode ser analisado como uma sequência de curvas de solo
equivalentes a duas camadas. A seguir apresentamos os passos a serem seguidos na
metodologia adotada e proposta por PIRSON.

a) Traça-se em um gráfico a curva ρ(a) x a obtida pelo método de WENNER;

b) Prolonga-se a curva ρ(a) x a obtida até cortar o eixo das ordenadas do gráfico;

c) Um valor de espaçamento a1 é escolhido arbitrariamente, e levado na curva para


obter o correspondente valor de ρ(a1);

d) Pelo comportamento da curva ρ(a) x a, determina-se o sinal de K, se a curva for


descendente o sinal de K é negativo, no caso de ser ascendente o sinal de K é positivo;

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e) Com o valor de ρ(a1) / ρ1 ou ρ1 / ρ(a1) obtido, entra-se nas curvas teóricas
correspondentes e traça-se uma linha paralela ao eixo das abscissas, desta forma obtemos
os valores de h/a;

f) Multiplica-se os valores de h/a encontrados pelo valor de a1 e gera-se uma nova


tabela com os valores correspondentes de K;

g) Plota-se a curva K x h;

h) Um segundo valor de espaçamento diferente de a1 é escolhido e todo processo é


repetido, resultando em uma nova curva K x h;

i) Plota-se a nova curva K x h;

j) A intersecção das duas curvas K x h nos resultará nos valores reais de K e h, e a


estratificação estará definida;

h) Através da equação abaixo, é possível obter o valor de ρ2;

l) Estima-se a profundidade da segunda camada pelo método de Lancaster Jones;

m) Calcula-se o valor da resistividade média pela formula de Hummel.

n) Repete-se o procedimento para gerar as curvas K x h;

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5. MEMORIAL DE CÁLCULO DE ESTRATIFICAÇÃO DO SOLO
As medições foram executadas nos locais de interesse, com as hastes enterradas a
uma profundidade de 30cm, sem estruturas metálicas existentes que possam comprometer
os resultados, gerando desvios nas medições executadas.
Abaixo registro fotográfico da equipe em campo e de algumas medições executadas:

MEDIÇÃO MEDIÇÃO

MEDIÇÃO MEDIÇÃO

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Foram encontrados os seguintes valores de medição em campo:
ANÁLISE RESISTIVIDADE DO SOLO
DISTÂNCIA ENTRE OS PONTOS
TEMP UMIDADE
1m 2m 4m 8m 16m
(°C) (%)
1 1494,00 1152,00 258,00 313,00 110,78 22,6 74,9
2 913,00 697,00 304,00 75,90 31,30 24,4 74,9
3 1049,00 577,00 230,00 45,60 19,81 29,3 74,9
4 1217,00 925,00 458,00 187,90 141,80 31,9 74,9
5 1602,00 1206,00 439,00 170,20 148,80 32,1 74,9
6 1972,00 1103,00 632,00 187,80 15,95 32,2 74,9
7 1243,00 693,00 408,00 115,50 52,60 32,5 74,8
8 819,00 630,00 193,40 184,60 107,90 32,6 74,8
L
9 809,00 643,00 237,00 136,00 49,00 31,5 74,8
I
10 294,00 120,50 58,70 29,40 17,38 30,1 74,8
N
11 1525,00 620,00 417,00 103,90 101,80 28,6 74,8
H
12 1255,00 832,00 502,00 438,00 330,00 21,9 59,5
A
13 1342,00 827,00 481,00 109,80 96,30 25,7 59,5
S
14 1594,00 1032,00 518,00 115,60 93,20 29,3 59,5
15 1050,00 677,00 327,00 100,30 89,60 30,4 59,5
D
16 511,00 271,00 117,40 31,30 39,40 32,3 59,5
O
17 563,00 364,00 96,00 51,80 16,68 32,9 59,3
S
18 1142,00 677,00 324,00 84,90 30,10 33,1 59,3
19 1448,00 834,00 463,00 177,40 143,50 33 59,3
P
20 734,00 459,00 309,00 33,30 45,10 32,7 59,3
O
21 1085,00 964,00 770,00 86,30 30,00 31,3 59,3
N
22 1656,00 1163,00 353,00 181,70 161,10 29,4 59,3
T
23 1736,00 1184,00 469,00 120,20 41,20 23,4 44,3
O
24 1883,00 1141,00 424,00 361,00 217,00 24,6 44,3
S
25 1977,00 1195,00 734,00 278,00 198,00 26,8 44,3
26 954,00 754,00 193,90 26,10 17,30 30,1 44,3
27 601,00 698,00 483,00 472,00 248,00 32,3 44,3
28 886,00 253,00 376,00 155,10 79,50 32,5 44,1
29 573,00 649,00 418,00 201,80 52,60 32,8 44,1
30 1594,00 1031,00 268,00 128,30 87,10 33 44,1
31 789,00 653,00 357,00 259,00 159,00 32,6 44,1
32 998,00 489,00 268,00 157,00 102,50 31,7 44,1

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Com os valores das resistências, aplicamos a fórmula da resistividade do solo e
encontramos os seguintes valores:

ESPAÇAMENTO RESISTIVIDADE
1 1165,88
2 766,05
4 371,45
8 159,06
16 96,07

Com os valores calculados plotamos um gráfico com a curva característica contendo


os valores de tendência da resistividade do solo para diversas profundidades:

Resistividade do Solo (Ω.m)


1400,00

1200,00

1000,00

800,00

600,00

400,00

200,00

0,00
0 5 10 15 20

Analisando a curva plotada no gráfico acima, encontramos o valor de 1 = 1400Ωm,


e arbitramos o ponto com o valor de 766,05Ωm a partir desses valores é possível determinar
o sinal de K que no nosso caso é negativo, ou seja, valores de K < 0.
Após determinar o valor de K é possível determinar as tabelas com os respectivos
valores de h/a e h.

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K x h (1) K x h (2)
2 0,547 4 0,265
k h/a h(m) k h/a h(m)
-0,1 0 0 -0,1 0 0
-0,2 0 0 -0,2 0 0
-0,3 0,073 0,146 -0,3 0 0
-0,4 0,3602 0,7204 -0,4 0 0
-0,5 0,4885 0,977 -0,5 0 0
-0,6 0,5741 1,1482 -0,6 0,2019 0,8076
-0,7 0,6515 1,303 -0,7 0,3298 1,3192
-0,8 0,7123 1,4246 -0,8 0,4243 1,6972
-0,9 0,761 1,522 -0,9 0,4863 1,9452
-1 0,8052 1,6104 -1 0,5383 2,1532

Encontrado os valores de h/a e h nas duas condições, plota-se o gráfico K x h.

Analisando o gráfico K x h, podemos obter os valores de reais de K e h, sendo os


valores obtidos de K = -0,698 e h = 1,28m.
Com o valor de K e h obtidos, é calculado o valor de 2 = 248,9Ωm.
Portanto, a solução final encontrada e o solo com duas camadas estratificadas
resultaram na seguinte disposição:

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6. OBSERVAÇÕES FINAIS
Os equipamentos utilizados na emissão deste laudo estão elencados abaixo:
• Medidor Digital de Resistividade do Solo Instrum – TMD 20KW, com certificado de
calibração 04125/2021 emitido pela Instrum do Brasil Indústria Eletrônica;
• Termohigrômetro INCOTERM – TTH 100, com certificado de calibração n°
J052144/2021 emitido pela K&L Laboratórios de Metrologia.

______________________________________________
Peterson Luiz Kravetz
Engenheiro Eletricista
CREA PR-135678-D

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7. ANEXOS
7.1 MANUAL MEDIDOR DIGITAL DE RESISTIVIDADE DO SOLO INSTRUM –
TMD 20KW
Segue link para acesso ao manual do instrumento: https://toaz.info/docdownloadv2-
terrometro-instrum-pr_152071160ccefede75314e10beab7f75. <acesso em 28/03/2022>.

7.2 MANUAL TERMOHIGRÔMETRO INCOTERM – TTH 100


Segue link para acesso ao manual do instrumento:
https://pdfcoffee.com/qdownload/terrometro-instrum-pdf-free.html. <acesso em
28/03/2022>.

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7.3 CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO – MEDIDOR DIGITAL DE RESISTIVIDADE
DO SOLO – TMD 20 KW

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7.4 CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO – TERMOHIGRÔMETRO INCOTERM – TTH
100

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