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Geometria Espacial

Paralelismo

Professora: Karla Carolina Vicente de Sousa

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Paralelismo de retas

Paralelismo de retas

Na Geometria plana duas retas distintas podem ser concorrentes (quando


possuem exatamente um ponto em comum) ou paralelas (quando não
possuem nenhum ponto em comum). Na Geometria espacial, duas retas
distintas podem ter um único ponto em comum ou nenhum ponto em
comum; mas é conveniente separar esta última situação em dois casos.

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Paralelismo de retas

Definition
Duas retas do espaço chamam-se paralelas quando não possuem ponto
comum mas estão contidas em um mesmo plano. Quando duas retas do
espaço não estão contidas no mesmo plano (o que necessariamente implica
em que elas não possuam ponto comum) elas são chamadas de retas
reversas.

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Paralelismo de retas

Assim, duas retas r e s paralelas determinam um plano que, como já


provamos, é único (Corolário 1).
Uma outra consequência da definição de retas paralelas é a validade do
Teorema a seguir que é uma extensão para o espaço do Postulado de
Euclides sobre retas paralelas.

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Paralelismo de retas

Postulado de Euclides sobre retas paralelas.


No plano, por um ponto fora de uma reta pode-se traçar uma única reta
paralela a reta dada.

Theorem (Teorema 5)
No espaço, por um ponto fora de uma reta se pode traçar uma única reta
paralela a ela.

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Paralelismo de retas

O paralelismo de retas no espaço possui propriedades semelhantes ao


paralelismo no plano. Em particular, vale o seguinte resultado:
Proposição 1
Se duas retas distintas r e s são paralelas à mesma reta t, então r e s são
paralelas.

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Paralelismo de retas

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Paralelismo de retas

Construção de um paralelepı́pedo

O paralelepı́pedo ABCDEFGH da figura abaixo é um poliedro que pode ser


construı́do a partir de três segmentos de reta não coplanares AB, AD e
AH (isto significa que o ponto H não pertence ao plano definido por AB e
AD.)

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Paralelismo de retas

1 Conduza por B e D retas paralelas a AD e AB, respectivamente,


obtendo o paralelogramo ABCD
2 Trace paralelas a AH por B, C e D. Tomando segmentos iguais a AH
sobre estas retas, no mesmo semi-espaço de H são obtidos os pontos
E, F e G.
3 Trace os segmentos HE , HG , GF e FE .

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Paralelismo de retas

Paralelepı́pedos são exemplos de poliedros convexos. Isto é, um


paralelepı́pedo fica inteiramente contido no semi-espaço determinado or
cada uma de suas faces.

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Paralelismo de retas

No exemplo acima, fica clara a existência de retas reversas. As retas


definidas pelas arestas AH e BC , por exemplo, são retas reversas. De fato,
H não pertence ao único plano determinado por A, B e C , o que mostra
que as retas AH e BC não podem estar situadas no mesmo plano.

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Paralelismo de retas

Ângulos

Se duas retas são concorrentes, então o ângulo entre elas é definido


como sendo o menor ângulo formado por elas.
Quando duas retas são paralelas o ângulo entre elas é zero.
Agora, quando duas retas são reversas, o ângulo entre elas é o ângulo
formado por duas retas concorrentes que são paralelas a cada uma
delas.
O próximo resultado mostra que essa definição de ângulo entre retas
reversas é coerente, isto é, independe das retas paralelas tomadas.

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Paralelismo de retas

Theorem (Teorema 6)
Sejam (r , s) e (r ′ , s ′ ) dois pares de retas concorrentes tais que r e r ′ são
paralelas entre si e s e s ′ também são paralelas entre si. O ângulo formado
por r e s é o igual ao ângulo formado por r ′ e s ′ .

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Paralelismo de retas

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Paralelismo de retas

Retas ortogonais

Retas do espaço que formam ângulo reto são chamadas de retas


ortogonais. Assim, retas perpendiculares são retas ortogonais que são
coplanares (portanto, concorrentes).

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Paralelismo de retas

Na figura acima, as retas r e s são perpendiculares (r ⊥ s). As retas r e t


são paralelas (r ∥ t) e as retas s e t são ortogonais, pois, apesar de serem
reversas, a reta r que é paralela a t é concorrente com s e forma com s
um ângulo de 90◦ .

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Paralelismo de reta e plano

Paralelismo de reta e plano

Vamos rever as possı́veis posições relativas de uma reta r e um plano α do


espaço. São três os casos possı́veis de interseção.
Se existem dois ou mais pontos de interseção, então r está contida
em α.
Se existe apenas um ponto de interseção, então dizemos que r e α
são secantes.
Quando r e α não possuem pontos em comum, eles são paralelos.

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Paralelismo de reta e plano

Vamos estabelecer critérios capazes de oferecer conclusões a respeito da


relação de paralelismo entre reta e plano.

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Paralelismo de reta e plano

Theorem (Teorema 7)
Um plano α e uma reta r não contida em α são paralelos se e somente se
existe uma reta s paralela a r contida em α.

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Paralelismo de reta e plano

Uma consequência do Teorema 7 é que se dois planos α e β se


intersectam segundo uma reta s e r é uma reta em β paralela a s, então r
é paralela a α.

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Paralelismo de reta e plano

Exemplo
Consideremos uma pirâmide VABCD, em que a base ABCD é um
paralelogramo. Consideremos o plano α definido pelos pontos V , A e B.
A reta CD é paralela a α, já que ela é paralela à reta AB contida em α.

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Paralelismo de reta e plano

Exemplo
Consideremos um paralelepı́pedo ABCDEFGH. O que podemos dizer a
respeito da reta r de interseção dos planos α e β determinados pelos pares
de arestas opostas (AE , CG ) e (BF , DH)?

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Paralelismo de Planos

Paralelismo de Planos

Como vimos, as posições relativas entre dois planos α e β do espaço


dependem da interseção entre eles. Vamos relembrar:
Se α e β possuem mais de uma reta em comum então eles são planos
coincidentes.
Se α e β possuem exatamente uma reta em comum, então eles são
planos secantes.
Agora, se α e β são possuem interseção alguma, dizemos que eles são
paralelos.
Veremos, a diante, um critério de paralelismo de planos baseado em retas.

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Paralelismo de Planos

Theorem (Teorema 8)
Se α e β são paralelos, então α é paralelo a cada reta de α.
Reciprocamente, se o plano α é paralelo a duas retas concorrentes de β,
então α e β são paralelos.

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Paralelismo de Planos

O teorema anterior estabelece que quando dois planos são paralelos,


cada reta de um é paralela ao outro.
Por outro lado, para demonstrar que dois planos são paralelos basta
exibir um par de retas concorrentes de um dles tais que ambas sejam
paralelas ao outro plano.
É FUNDAMENTAL que as retas sejam efetivamente concorrentes.
Como veremos na figura acima, um plano pode ser paralelo a uma
infinidade de retas paralelas de outro plano sem que os planos sejam
paralelos.
De fato, se dois planos são secantes, cada um deles é paralelo a todas
as retas do outro que são paralelas à sua reta de interseção.

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Paralelismo de Planos

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Paralelismo de Planos

Theorem (Teorema 9)
Por um ponto A exterior a um plano dado por α passa exatamente um
plano β paralelo a α.

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Paralelismo de Planos

Unicidade do plano paralelo

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Paralelismo de Planos

Uma das consequências do Teorema anterior é de que o plano β paralelo a


α por A contém todas as paralelas a α conduzidas por A. Outra forma de
fazer a mesma afirmação é dizer que uma reta não pode ser paralela a um
plano α e secante a um plano β paralelo a α.

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Paralelismo de Planos

Theorem (Teorema 10)


1 Se uma reta corta um plano, corta também qualquer plano paralelo a
este.
2 Se um plano cora uma reta, corta também qualquer reta paralela a
ela.

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Paralelismo de Planos

O teorema a seguir diz o que ocorre quando um plano secante corta dois
planos paralelos.
Theorem (Teorema 11)
Se um plano α corta um plano β segundo uma reta r , ele corta um plano
paralelo a β segundo uma reta paralela a r .

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Paralelismo de Planos

Construção de sistemas de coordenadas para o espaço


tridimensional

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Paralelismo de Planos

Construção de prismas

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Paralelismo de Planos

Seja A1 A2 . . . An um polı́gono contido em um plano α


Escolhemos um ponto B1 qualquer, não pertencente a α
Trace por B1 o único plano paralelo a α passando por B1 , que
chamaremos de β
Ligue A1 B1
Trace pelos demais pontos A2 , A3 , . . . , An retas paralelas a A1 B1 que
cortam β nos pontos B1 , B3 , . . . , Bn .
Trace, o polı́gono B1 B2 . . . Bn .
Note que o quadrilátero A1 B1 B2 A2 é plano, já que os lados A1 B1 e
A2 B2 são paralelos
De modo análogo podemos mostrar que os demais quadriláteros são
planos.
Dessa maneira, as faces laterias do sólido são paralelogramos.

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Paralelismo de Planos

Os paralelogramos assim determinados, juntamente com os polı́gonos


A1 A2 . . . An e B1 , B2 . . . Bn determinam um poliedro chamado de
prisma de bases A1 A2 . . . An e B1 , B2 . . . Bn
A região do espaço delimitada por um prisma é formada pelos pontos
dos segmentos nos quais cada extremo está em um dos
polı́gonos-base.
As arestas A1 B1 , A2 B2 , dots, An Bn são chamadas de arestas laterais.
Todas as arestas laterais são paralelas e de mesmo
comprimento;arestas laterais consecutivas formam paralelogramos,
que são chamados de faces laterias do prisma.

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Paralelismo de Planos

As bases são iguais. De fato,, estes polı́gonos possuem lados


respectivamente iguais e paralelos, já que as faces laterais são
paralelogramos.
Quando a base do prisma é um paralelogramo, dizemos que ele é um
paralelepı́pedo.
Paralelepı́pedos são prismas que têm a particularidade de que
qualquer de suas faces pode ser tomada como base.

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Paralelismo de Planos

Referências Bibliográficas

1. NETO, A.C.M. Tópicos de Matemática Elementar: Geometria


Euclidiana Plana, SBM, 2014.
2. BARBOSA, J.L.M. Geometria Euclidiana Plana, SBM, 2004.
2. CARVALHO, P.C.P. Introdução à Geometria Espacial, SBM, 2005.

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