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ESCOLA POLITÉCNICA
PROJETO FINAL
Rio de Janeiro
Novembro de 2010
i
CARACTERIZAÇÃO E BENEFICIAMENTO DAS
BENTONITAS DOS NOVOS DEPÓSITOS DE CUBATI-PB
Examinado por:
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NOVEMBRO de 2010
ii
TONNESEN, DIEGO ARAUJO
Engenharia Metalúrgica
1. Caracterização
2. Viscosidade
3. Bentonita
I. COPPE/UFRJ
iii
Aos meus pais, Antonio Carlos Tonnesen da Silva e Marlucia Araujo Faria da Silva, por
toda a dedicação em me proporcionar as melhores oportunidades.
iv
AGRADECIMENTOS
À Deus, por me permitir chegar até aqui e por me dar forças para continuar.
À minha família pelo carinho, por sempre ter buscado o melhor para mim, pelo
apoio e pela dedicação.
v
Resumo do Projeto de Gradução apresentado à Escola Politécnica, como parte dos
requisitos necessários para a obtenção de grau de Engenheiro Metalúrgico.
Novembro/2010
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Engineer.
Bentonite is a plastic clay often originated from chemical alteration of volcanic ashes
deposited on lakes or rivers with low turbulence. Bentonite can exist in the form of
sodium or calcium bentonite, the latter being the only form present in Brazil. Among
the main industrial uses of bentonite can be cited: viscosity mineral drilling fluids in oil
wells, binders for molding sand used in casting, pelletizing iron ore, sanitary towels for
pets, bleaching oils, among others. The aim of this study was the characterization of the
new bentonite clays deposits recently discovered in Cubati-PB and it treatment aiming
it use as a mineral component of drilling fluids in oil wells. Mineralogical analyses
were carried out using x-ray diffraction techniques and particle size distribuition was
carried out using light scattering techniques. The processing stage consisted in
activation of the clay with Na 2CO3 and analysis of the influence of curing time and the
percentage of carbonate added in the viscosity of suspensions. The results obtained so
far meet the requirements of Petrobras viscosity standard and shown to be promising
for use as viscosity mineral muds in oil wells.
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Sumário
1. Introdução.................................................................................................................. 1
1. Revisão bibliográfica................................................................................................. 3
viii
Índice de Figuras
Figura 1. Localização de Cubati-PB. ................................................................................ 2
Figura 6. (a) Jazida Campos Novos, (b) Amostragem bentonita cinza e (c) Amostragem
bentonita clara................................................................................................................. 10
Figura 10. (a) Viscosímetro FANN modelo 35A e (b) Ensaio de viscosidade. ............. 15
Figura 11. (a) Filtro API FANN modelo 12B com cilindro de nitrogênio e (b) Pressão
de 100 psi utilizada no ensaio. ........................................................................................ 16
ix
Índice de Tabelas
Tabela 1. Argilominerais do grupo das esmectitas. .......................................................... 3
Tabela 2. Requisitos para o uso de argila ativada como viscosificante mineral segundo a
norma N-2604 Petrobrás. .................................................................................................. 5
x
1. Introdução
A bentonita é uma argila usada em diversos segmentos industriais, destacando-
se:
v) impermeabilizante de solos;
1
Figura 1. Localização de Cubati-PB.
2
2. Revisão bibliográfica
2.1. Aspectos técnicos da bentonita
As argilas bentoníticas são conhecidas há centenas de anos e receberam essa
denominação graças à sua localização, como primeiro depósito comercial, em Fort
Benton, estado de Wyoming, Estados Unidos. Originada frequentemente da
desvitrificação e alteração química de cinzas vulcânicas (DARLEY e GRAY, 1988), a
bentonita é uma argila plástica e coloidal constituída, essencialmente, por
montmorilonita e outros minerais do grupo das esmectitas (Tabela 1), com outros
componentes como: caulinita, ilita, feldspatos, anfibólios, cristobalita, quartzo. O total
de componentes não argilosos na bentonita dificilmente inferiores a 10%. Apresentam
cores variadas, tais como: branco, cinza, amarelo, marrom, verde e azul (GRIM, 1968).
Cátion octaédrico
Carga lamelar octaédrica Carga lamelar tetraédrica
predominante
Nontronita
Fe+3 - + +
R 0,33Fe 32(Si3,67Al0,33)O10(OH)2
Montmorilonita Beidelita
Al+3
R+0,33(Al1,67Mg0,33)Si4O10(OH)2 R+0,33Al2(Si3,67Al0,33)O10(OH)2
Hectorita Saponita
Mg+2
R+0,33(Mg2,67 Li0,33)Si4O10(OH)2 R+0,33Mg3(Si3,67Al0,33)O10(OH)2
Tabela 2. Requisitos para o uso de argila ativada como viscosificante mineral segundo a
norma N-2604 Petrobrás.
Argila ativada
Características
Mínimo Máximo
Viscosidade aparente (cP) 15,0 -
Viscosidade plástica (cP) 4,0 -
Retido na peneira ABNT 75 µm (% peso) - 4,0
Umidade (%) - 14,0
pH - 10,0
Filtrado API (mL) - 18,0
5
Para se utilizar as bentonitas cálcicas predominantes no Brasil nas lamas de
perfuração, deve-se realizar uma operação de pré-tratamento denominada de ativação
com barrilha (Na2CO3), que promove a troca dos íons Ca2+ por íons Na+. Esse processo
foi desenvolvido e patenteado na Alemanha, no ano de 1933, pela empresa Erblosh&Co
e é atualmente utilizado pelos países que não dispõem de bentonita sódica natural, como
o Brasil. Na Figura 3 observa-se um circuito industrial típico de ativação de bentonita
cálcica.
6
demanda, enquanto que nas economias maduras as aplicações principais são na área de
compósitos (ROSKILL, 2009).
7
da seguinte forma: São Paulo com 97,5% do total e Paraná com 2,5%. (SUMÁRIO
MINERAL 2008)
8
Consumo aparente: bentonita produzida no Brasil + importada - exportada
9
3. Materiais e Métodos
3.1. Amostragem
A amostragem dos tipos de bentonita foi realizada na Jazida Campos Novos
(Figura 6a), localizada em Cubati-PB. Para a bentonita do tipo cinza (Figura 6b) foi
utilizada a técnica de amostragem aleatória, onde os incrementos foram escolhidos de
maneira fortuita. Assim tornou-se possível que todas as partes do material possuam a
mesma probabilidade de serem selecionados. A bentonita do tipo clara (Figura 6c)
estava lavrada, dessa maneira a amostragem foi feita na própria pilha pulmão da jazida.
A amostragem foi feita de forma que se obtivesse um perfil dessa pilha.
(a)
(b) (c)
Figura 6. Em (a) Jazida Campos Novos, em (b) amostragem bentonita cinza e em (c)
amostragem bentonita clara
10
No total foram coletados aproximadamente 30 kg de bentonita do tipo clara e 30
kg de bentonita do tipo cinza. Essas amostras foram acondicionadas em sacos de modo
que não houvesse perda de umidade.
11
Na2CO3. Esse mesmo procedimento foi utilizado para os dois tipos de bentonita,
conforme Figura 8.
13
dispersada sobre cada amostra na forma de spray, variando-se apenas o volume que foi
adicionado em cada bandeja, de modo que a quantidade de Na2CO3 correspondesse a 1,
2, 3, 4 e 5% em peso. As bandejas foram então envolvidas em sacos de plástico e
lacradas para evitar que ocorresse perda de umidade. A partir daí, foram coletadas
amostras de cada uma das bandejas após 48, 72 e 96 horas para se avaliar o efeito do
tempo de contato da solução na ativação da argila.
(a) (b)
14
3.4.3. Medição do pH
O pH da suspensão foi medido utilizando-se um pHmetro Digimed modelo DM-
20.
(a) (b)
Figura 10. (a) Viscosímetro FANN modelo 35A e (b) Ensaio de viscosidade.
15
(a) (b)
Figura 11. (a) Filtro API FANN modelo 12B com cilindro de nitrogênio e (b) Pressão
de 100 psi utilizada no ensaio.
16
4. Resultados e Discussões
40000
Bent.Clara CN
35000
Quartzo
30000
25000
Intensidade
20000
15000
Quartzo
Montmorillonita
10000
Quartzo
Caulinita
Quartzo
Caulinita
Caulinita
Quartzo
Quartzo
Quartzo
Caulinita
Quartzo
Quartzo
5000
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80
2
17
50000
Montmorillonita
Bent.Cinza CN
45000
40000
35000
30000
Intensidade
25000
20000
Montmorillonita
15000
Quartzo
Caulinita
Caulinita
10000
Quartzo
Quartzo
Caulinita
Quartzo
Quartzo
Quartzo
Caulinita
Quartzo
Quartzo
5000
0
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80
2
Para a bentonita clara o d(0,1) foi de 4,712 µm, o d(0,5) de 10,744 µm e o d(0,9)
foi 18,921 µm. Para a bentonita cinza o d(0,1) foi de 2,503 µm, o d(0,5) foi 9,182 µm e
o d(0,9) foi 32,910 µm.
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Figura 16. Variação da viscosidade da amostra bentonita clara em função do percentual
de Na2CO3
Tabela 3. Resultados obtidos nos ensaios de filtrado API e valores de pH das suspensões.
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5. Conclusões
É importante destacar que os resultados obtidos nesse estudo não podem ser
generalizados para todo o depósito da fazenda Campos Novos, para isso seria necessário
um mapeamento da região para que se possa analisar as variações que ocorrem nas
camadas da futura mina.
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6. Referências Bibliográficas
BALTAR, C. A. M.; LUZ, A. B.; OLIVEIRA, C. H.; ARANHA, I.B. Caracterização,
ativação e modificação superficial de bentonitas brasileiras. In.: Insumos
minerais para perfuração de poços de petróleo. Baltar, C.A.M.; Luz, A.B.
(Editores), UFPE/CETEM-MCT, 21-46, 2003.
DARLEY, H.C.H.; GRAY, G.R. Composition and Properties of Drilling and Completion
Fluids. Fifth Edition, Gulf Publishing Company, 643 p, 1988.
MURRAY, H. H. Traditional and new applications for kaolin, smectite, and palygorskite:
a general overview. Applied Clay Science, 17, 207-221, 2000.
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