MAÇONARIA E RELIGIÃO Contanto que os maçons procurem realizar tais objetivos com prioridade, a
Em vista desse fato surge a pergunta: por que, em especial a igreja católi- igreja católica está disposta a ações de auxílio em conjunto.
ca, desde o início das atividades maçônicas, tomou uma posição hostil contra
a maçonaria? Parece que as razões além de políticas, antes de tudo, eram
dogmáticas e que estão opostas ao conceito maçônico com respeito ao ho-
mem. Contudo, deve ser mencionado que a posição do clero, a respeito da
maçonaria, durante os 250 anos passados, não era muito clara. Observamos de
um lado as bulas de excomunhão de seis Papas e, do outro lado, a participação
de mais altos dignitários católicos na ordem maçônica.
Um dos principais leigos católicos na França, Alec Mellor, ocupou-se du-
rante 40 anos com a relação de sua igreja com a maçonaria e publicou 3 li-
vros. No seu livro “Os Maçons, Nossos Irmãos Separados” ele chega à con-
clusão de que a posição da igreja com respeito à maçonaria é injusta. No se-
gundo concílio do Vaticano, em seguida foi iniciada uma fase de concentra-
ção, de diálogo e conversação. Durante 8 anos, oficialmente houve diálogos.
Em 12 de maio, entretanto, a Conferência de Bispos Alemães declarou:
“A simultânea filiação à igreja católica e à maçônica é incompatível”. Com
essa declaração, a Conferência dos Bispos Alemães se distancia bastante das
outras Conferências de Bispos do mundo que assumiram uma atitude amigá-
vel com a maçonaria. Essa declaração é tanto mais incompreensível, quanto,
ao mesmo tempo, os bispos alemães declararam:
1. Tanto na igreja católica como nos maçons existem objetivos humanitá-
rios comuns. os maçons sempre defenderam os direitos humanos, desde o
"Segundo Vaticanum" e, quanto à sua declaração sobre a liberdade de religi-
ão, a igreja católica sente-se comprometida com o mesmo objetivo.
2. Existe uma mentalidade caritativa conjunta. Lamentavelmente, tantas
vezes está sendo esquecido que a maçonaria mantém instituições de socorro
fraternal e de beneficência humanitária e que organizações de socorro para os
necessitados.
3. Também se respeitam mutuamente os símbolos. Ao pé da letra se diz:
"Em nossa atualidade insensata, muitas pessoas procuram nos símbolos e ritos
da maçonaria uma certa realização de necessidades antes insatisfeitas". Na
igreja católica, os símbolos e ritos têm o seu devido lugar. Partindo daqui, eis
por que se presume um ponto de contato e uma base de mútua compreensão.
4. Os maçons da igreja católica lutaram muitas vezes contra um materia-
lismo grosseiro. Aqui está mais um ponto de contato de interesses comuns.
Por fim, os bispos resumem o seu parecer, sobre uma possível e prática
coordenação com os maçons, no seguinte compromisso. Quanto à realização
de objetivos humanitários e caritativos, a igreja católica de hoje se sente unida
para ações em conjunto, com outras comunidades religiosas e filosóficas.
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Na revista "Stimmen der Zeit" (Vozes da Atualidade -Caderno do dia 6 de
junho de 1983) o padre R. Sebott (SJ) escreve sobre esse tema: "Se de fato for
que temos objetivos comuns, se no futuro nos aguardarem tarefas comuns,
então deveríamos remover velhas diferenças; do contrário, iríamos fazer o
mesmo papel dos homens que correm atrás dos seus próprios projetos elabo-
rados, esquecendo de proteger a cada comum". Gotthold Ephraim Lessing
(um dos primeiros fundadores da maçonaria alemã) com a sua grande ironia
descreveu tais homens na sua "Parábola do Palácio".
Em 25 de janeiro de 1983, foi publicado o novo código canônico -Codex
Iuris Canonici- (CIC) que entrou em vigor no dia 27 de novembro de 1983.
Somente poucas informações avulsas do CIC foram guardadas com tanta
atenção especial, como a nova redação do velho Código Canônico N. 2335,
que ameaçou os adeptos da maçonaria com a excomunhão.
No Código Canônico atualizado, a excomunhão foi suspensa e com isso,
pelo menos no âmbito universal e com respeito ao conceito jurídico, a inimi-
zade entre a maçonaria e a Igreja Católica chegou a um fim.
Mesmo assim, o Santo Oficium em Roma continua insistindo na incompa-
tibilidade.
Seria desejável que se realize aquilo que o padre jesuíta Michel Dierickx
escreveu no seu livro "Maçonaria Desconhecida". Ele cita: “Num determinado
tempo dentro de alguns anos, a igreja católica e a maçonaria também chegarão
ao Ecumenismo”.
Numa época na qual no interesse da humanidade, num futuro huma-
no, se apresentem tarefas de significado definitivo, todos os homens de boa
vontade deverão agir em conjunto, o que, de certo, muito profundamente, cor-
responde a um espírito cristão.
As Igrejas Protestantes, através dos seus representantes, raramente traba-
lham contra a maçonaria. Em todos os tempos, teólogos evangélicos pertence-
ram às Lojas Maçônicas. O Centro Evangélico para Problemas Universais,
também manifesta, na sua informação n. 58, que uma objeção geral não pode
ser levantada contra a filiação de cristãos evangélicos na maçonaria. Pastor
Haack, encarregado da Igreja Evangélica para esses assuntos, numa publica-
ção do Serviço de Imprensa Evangélica, sob o título “Maçons” pergunta: “Se-
rá que um cristão poderá ser Maçom?” e Responde: "Essa pergunta deve ser
respondida claramente com um SIM". Ele escreve: às relações entre a igreja e
a maçonaria, eram tensas. Contribuíram para essa tensão mal-entendido e falta
de informações. Já está na hora de acabar com isso". A relação da maçonaria
com a Religião hoje ainda é determinada pelas Velhas Obrigações de 1723,