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Tudo sobre Wi-Fi: entenda os diferentes

padrões das redes wireless


Tecnologia criada em 1997 usa sinais de rádio para
conexão de redes sem fio; veja a diferença entre os
padrões e o que há de mais recente no mundo

Wi-Fi é uma tecnologia de rede sem fio que conta com diferentes padrões
até hoje. Todos são compatíveis entre si, o que permite a dispositivos com
Wi-Fi 5 se conectarem a aparelhos com Wi-Fi 4, por exemplo. O padrão
mais recente é o Wi-Fi 6E, que promove a chegada da nova faixa de
frequência de 6 GHz, que promete entregar uma conexão mais estável e
rápida, sendo ideal para streaming de conteúdos em 4K e 8K, por exemplo.

O próprio Wi-Fi 6, que ainda está se popularizando no Brasil, já é bem


superior ao Wi-Fi 5 (802.11ac), entregando até três vezes mais velocidade.
A seguir, saiba tudo sobre o Wi-Fi, desde sua história ate os detalhes dos
padrões mais recentes do mercado.

Wi-Fi 6E é uma expansão em cima do Wi-Fi 6, o padrão mais recente da tecnologia sem fio —
Foto: Divulgação/TP-Link
Wi-Fi: história
Wi-Fi virou o termo comercial para um conjunto de tecnologias que,
usando sinais de rádio, permitem a troca de dados via protocolo Ethernet
entre dispositivos dentro de uma mesma área. Criado na década de 1990, o
Wi-Fi teve seu primeiro perfil técnico definido pela IEEE (Instituto de
Engenheiros Elétricos e Eletrônicos), ainda em 1997, e recebeu o nome de
802.11. Na época, o recurso chegava a modestos 2 Mb/s (megabits por
segundo), permitindo a troca de apenas 250 KB por segundo.

Em 1999, os contornos finais para a aplicação comercial do Wi-Fi foram


definidos e até o nome foi escolhido. A rede, que esteve perto de se chamar
DragonFly ou WaveLAN, ganhou o nome conhecido hoje. A primeira
geração do Wi-Fi, designada como 802.11a já tinha taxas de transferência
entre 1 e 11 Mb/s. Ao longo dos anos, a tecnologia evoluiu não apenas em
velocidade, mas também em recursos, com o surgimento de técnicas para
tornar redes wireless mais eficientes, menos suscetíveis a interferências e
obstáculos – além de mais seguras.

Em 2009, a Wi-Fi Alliance, consórcio global que controla o


desenvolvimento e implementação da tecnologia, liberou o Wi-Fi 4
(802.11n), já com frequências de 2,4 ou 5 GHz e velocidades de até 600
Mb/s.

O Wi-Fi 5, bastante associado à tecnologia dual-band, trouxe velocidades


de até 6,9 Gb/s em 2014, enquanto o padrão mais recente, Wi-Fi 6 (e o 6E),
entrou em fase comercial a partir de 2019, com promessa de velocidades de
até 9,6 Gb/s. A partir de 2021, roteadores com o Wi-Fi 6E e as novas
bandas de 6 GHz começam a ficar disponíveis ao público, mas ainda não
há modelos do tipo no Brasil.
Nova nomenclatura
Em 2018, a Wi-Fi Alliance decidiu implementar uma mudança na forma de
diferenciar cada padrão do Wi-Fi, tornando a tarefa de reconhecer cada
uma delas mais fácil. Na prática, em vez de dizer que um determinado
dispositivo tem Wi-Fi 802.11ac, você pode simplesmente classificar o
aparelho como compatível com Wi-Fi 5, por exemplo.

A medida não eliminou a sopa de letrinhas e números, já que designações


como 802.11ax (do Wi-Fi 6) ou 802.11n (do Wi-Fi 4) continuam válidas.
Apesar disso, entende-se que elas servem mais como uma referência
técnica de cada padrão, e não mais como seus nomes comerciais.

Nova nomenclatura visa simplificar a identificação de produtos com Wi-Fi — Foto:


Divulgação/Wi-Fi Alliance

Wi-Fi 6
O Wi-Fi 6 é o padrão wireless mais recente. Em termos de adoção, a
tecnologia ainda não é a mais utilizada, mas cada vez mais fabricantes
lançam roteadores compatíveis, além de smartphones, computadores e até
consoles mais recentes. O PlayStation 5, por exemplo, já vem com Wi-Fi 6.

Na comparação com o Wi-Fi 5, os grandes diferenciais do novo padrão


ficam por conta das velocidades mais altas de operação, com a perspectiva
de redes até 40% mais rápidas em alguns casos, além de uma série de
tecnologias que visam mitigar problemas de congestionamento, latência e
uso racional da largura de banda disponível em cada rede.

Wi-Fi 6 já aparece em roteadores vendidos no Brasil — Foto: Divulgação/TP-Link

O Wi-Fi 6 permite múltiplos dispositivos conectados dentro de um mesmo


canal e pode render velocidades de transferência de até 9,6 Gb/s (gigabits
por segundo). Mais eficiente, o Wi-Fi de sexta geração permite que as
redes sejam mais estáveis e funcionem de forma mais eficiente ao detectar
qual aparelho precisa de mais banda a cada instante.

Wi-Fi 6E
O Wi-Fi 6E é uma extensão do Wi-Fi 6, tanto que a denominação técnica
para esse novo padrão é a mesma: 802.11ax. O diferencial dessa novidade é
que redes wireless compatíveis com a tecnologia passam a funcionar em
modo tri-band, ao contrário do dual-band que persiste até o Wi-Fi 6.

Se antes o roteador entregava apenas duas redes, de 2,4 GHz e 5 GHz de


frequência, agora será possível encontrar dispositivos com faixas de 2,4, 5
e 6 GHz ao mesmo tempo. Essa diferença deve garantir altas velocidades
para dispositivos próximos do roteador, permitindo cenários de uso que
envolvam realidade virtual sem fios, ou mesmo streaming de conteúdo 8K
na TV, por exemplo.

Wi-Fi 6E é uma revisão do Wi-Fi 6 que promove suporte a redes de 6 GHz — Foto:
Divulgação/Wi-Fi Alliance

Redes dual-band, tri-band e tipos de uso


Roteadores com Wi-Fi 5 e superiores estabelecem redes com múltiplas
bandas. A razão para isso é simples: equilibrar maior alcance e maior
velocidade em um único produto

Por questões físicas, frequências de rádio mais baixas acabam indo mais
longe. É por isso que redes de 2,4 GHz são as que alcançam áreas maiores
e têm maior penetração diante de obstáculos. Já as frequências maiores,
como 5 e 6 GHz, permitem uma conexão muito mais rápida, mas têm
alcance limitado.

Se o seu roteador é dual-band ou tri-band – há modelos hoje no Brasil com


duas redes de 2,4 GHz ou GHz –, muitas vezes você não precisa se
preocupar com isso. Em alguns casos, o próprio dispositivo reconhece a
melhor faixa e prioriza a conexão ideal.
Diferentes faixas de frequência representam diferentes aplicações — Foto:
Divulgação/D-Link

É importante ter em mente que a presença de frequências mais altas terá


impacto profundo naquilo que o Wi-Fi pode fazer dentro da sua casa nos
próximos anos. Equipamentos Wi-Fi 6E terão uma capacidade muito maior
de troca de dados, e isso pode abrir espaço para uma série de aplicações das
redes wireless que são inviáveis hoje por conta da velocidade.

Entre elas, a transmissão de vídeos em 8K sem travamentos, realidade


virtual também com boa resolução e mesmo o streaming de games em alta
por serviços como o Google Stadia, por exemplo.
Compatibilidade

Dispositivos Wi-Fi de diferentes gerações são compatíveis entre si — Foto: Yuri


Hildebrand/TechTudo

Apesar da constante evolução, os padrões Wi-Fi são todos compatíveis


entre si. Isso significa que você pode comprar um roteador Wi-Fi 6E novo
com a certeza de que seus equipamentos Wi-Fi 5 vão se conectar à rede
normalmente. A única restrição é que essas conexões serão controladas
pelo mínimo denominador comum entre os dois equipamentos – nesse caso
o Wi-Fi 5.

O contrário também vale: se você investir em um dispositivo qualquer com


Wi-Fi 6 ou mesmo 6E, não terá problemas em se conectar a uma rede que
seja Wi-Fi 4 ou 5. Mais uma vez, vale a noção de que a conexão em si
usará sempre o padrão mais antigo disponível.

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