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O que é DDR5?

Saiba tudo sobre a


próxima geração de memórias RAM
para PC
Com especificações definidas, novas memórias DDR5
devem começar a aparecer em PCs até o fim do ano
Por Filipe Garrett, para o TechTudo

25/08/2021 03h00 Atualizado há 4 meses

DDR5 é o novo padrão de memória RAM no mercado. A tecnologia teve suas


especificações técnicas finais publicadas em julho de 2021, e deve começar a aparecer
em produtos voltados para o usuário final ainda este ano. Em um primeiro momento, a
novidade vai permitir pentes de até 128 GB e velocidades de 4.800 MHz, prometendo
ainda dobrar a largura de banda disponível nas atuais DDR4.

A adoção deve ser maior em PCs com a chegada das arquiteturas Alder Lake, da Intel, e
Zen 4, da AMD, previstas para os próximos meses. Vale lembrar que, em celulares, a
tecnologia já começou a ser utilizada. Confira a seguir mais detalhes sobre o DDR5 e
saiba quando ele deve aparecer em PCs comuns.

Memória RAM dual-channel promete dobro de performance e pode custar menos


Definição de especificações técnicas finais e lançamento de novos processadores deve
iniciar processo de adoção do DDR5 — Foto: Divulgação/SKHynix

O que é DDR5?
DDR5 é o sucessor do atual DDR4 no mercado. Válido tanto para celulares quanto para
computadores, passando ainda por uma infinidade de dispositivos diferentes, o DDR5
deve combinar maior desempenho com maior eficiência energética do que a tecnologia
atual.

Em linhas gerais, o consórcio JEDEC, responsável por criar e implementar padrões


técnicos para esse tipo de componente, define a memória DDR5 a partir da promessa do
dobro de largura de banda em relação ao que é possível no DDR4 – isso ainda com
redução no consumo de energia. A adoção da tecnologia deve começar nos próximos
meses por conta das especificações técnicas gerais que fabricantes devem obedecer ao
produzir seus chips e módulos de memória DDR5.

No último dia 14 de julho, a JEDEC fixou os parâmetros para os módulos de RAM para
PCs e servidores, seguindo medida similar que, em 2019, já tinha estabelecido as regras
para as versões “LP” (de “low power”, ou “baixa energia” em tradução livre),
direcionadas ao uso em smartphones e laptops. É por conta dessa diferença entre datas e
padrões técnicos que você já pode ter visto notícias sobre o surgimento de produtos
DDR5 há algum tempo.

Qual a diferença do DDR5 para o DDR4?


Em resumo, as diferenças envolvem ganho de performance pela maior velocidade dos
chips de memória e a comunicação em banda mais larga com o processador, além do
custo energético menor.
DDR5 têm densidade maior e deverá atingir velocidades superiores — Foto:
Divulgação/Micron

A velocidade, que é a taxa com que a RAM atualiza seus dados a cada segundo, deve
ser de, pelo menos, 4.800 MHz em módulos mais baratos com padrão DDR5, e a
expectativa é de alcançar até 8.400 MHz nas opções mais caras no futuro. Para se ter
uma ideia de como isso é rápido, a especificação oficial mais alta do DDR4 para em
3.200 MHz.

Um efeito prático dessa velocidade interna da RAM é a habilidade de trocar mais


informações com o processador a cada instante. Enquanto o DDR4 3200 MHz pode
bater 25,6 GB/s (gigabytes por segundo), o DDR5 4.800 MHz já tem capacidade
demonstrada de 38,4 GB/s no mesmo exercício. Além disso, a previsão do padrão
definido pela JEDEC é de alcançar 51,2 GB/s nas memórias mais rápidas que 4.800
MHz no futuro.

Além da largura de banda maior, as novas DDR5 oferecem uma série de tecnologias
que racionalizam o acesso e a operação interna dos módulos. A ideia é de que a troca de
dados aconteça em um ritmo 50% maior em relação ao DDR4.

Memórias com o novo padrão também devem aumentar as capacidades típicas


disponíveis. A expectativa é de que unidades de 128 GB sejam viáveis e permitam dual-
channel para chegar a 256 GB, por exemplo. No DDR4, os maiores pentes ficam
limitados a 32 GB.
ECC: correção de erros

Pentes DDR5 vão trazer tecnologia para corrigir erros, algo comum em data centers e
servidores — Foto: Divulgação/Micron

Embora as questões relacionadas à performance bruta sejam importantes, há outros


elementos interessantes sobre o perfil técnico do DDR5. Um deles é a tendência de que
a tecnologia ECC comece a chegar aos consumidores.

Disponível nas gerações anteriores das memórias DDR usadas em servidores e data-
centers, ECC é um fator de correção de erros em hardware que promete atenuar
inconsistências de dados e garantir uma operação mais confiável da memória. A
correção de erros evita um fenômeno conhecido como "bit flip", em que valores
binários (0 e 1) acabam virando para o oposto dentro da memória ou durante o trânsito
entre RAM e CPU, o que gera informação inconsistente.

Em sistemas sem ECC, o processador requisita as informações novamente para corrigir


o que veio errado, tornando a operação de todo o sistema mais lenta. Em casos mais
graves, o bit alterado é suficiente para desencadear travamentos. Com o recurso, as
memórias DDR5 terão duas formas da tecnologia: uma delas, mais robusta, vai residir
dentro do chip para conferir a integridade dos dados, enquanto a outra vai monitorar o
trânsito de informação no percurso entre RAM e processador.
Quando chegará ao mercado?
Considerando celulares, a tecnologia DDR5 (na variante "LP") já se encontra disponível
desde 2020. Aparelhos da linha Galaxy S20 Ultra e Note 20 da Samsung, bem como
OnePlus 8 Pro ou mesmo os Xiaomi Mi 10 e Mi 10 Pro são exemplos de smartphones
com DDR5. Como citamos anteriormente, os padrões que norteiam os requisitos de
memória para dispositivos portáteis são um pouco diferentes e foram estabelecidos
ainda em 2019.

Memórias LPDDR5 existem desde 2019 e já estão disponíveis em smartphones — Foto:


Divulgação/Samsung

Já nos computadores, as coisas são um pouco diferentes. Memórias dependem do


restante do sistema para funcionar e só devem se tornar comuns quando houver um
ecossistema consistente de produtos que suportem a tecnologia. Você vai precisar, por
exemplo, de placa-mãe equipada com slots próprios para DDR5, que são diferentes do
DDR4. Além disso, o processador precisa reconhecer esse tipo de memória e, no
momento, nem Intel e nem AMD têm produtos com essa capacidade no mercado.

Processadores das próximas famílias Alder Lake da Intel, com lançamento previsto para
2021, e Zen4 da AMD, previstos para chegar ao mercado em 2022, terão suporte ao
novo padrão e devem contribuir para impulsionar a adoção da tecnologia em desktops.
Qual a previsão de preço?
Memórias são especialmente sensíveis a problemas nas cadeias de fornecedores,
causando grande oscilação de preços ao longo do tempo – algo fácil de observar em
tempos de pandemia.

Embora seja difícil antecipar preços, é possível estabelecer alguma comparação com
produtos no mercado atualmente. Para tomar como base, um par de pentes de memória
RAM DDR4 de 2.800 MHz de 16 GB de capacidade (totalizando 32 GB) é encontrado
no Brasil por R$ 1.540 no momento. As DDR5 serão bem mais rápidas já de saída, além
de mais densas, fatores que devem puxar os preços para cima.

Kits de memória RAM DDR4 de alta velocidade podem custar mais de R$ 1.000 no
momento — Foto: Divulgação/HyperX

Mesmo um DDR4 mais simples tem valores altos. Um kit com dois pentes de 8 GB (16
GB no total) a velocidade mais baixa de 2.400 MHz, típica no mercado de entrada, fica
por R$ 749 atualmente.

Outro fator a se considerar é que haverá um custo de entrada necessariamente elevado


para a DDR5: como o novo padrão depende de suporte na placa-mãe e no processador,
você terá de investir não só na memória em si, como também em CPU compatível e em
placa-mãe com os slots corretos.

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