RAFAEL BERNHARD

RICHARD VOGT

PROTEÇÃO DE ÁREAS
DE DESOVA DE QUELÔNIOS
 RAFAEL BERNHARD
RICHARD VOGT

PROTEÇÃO DE ÁREAS
DE DESOVA DE QUELÔNIOS

MANAUS - 2014
Corpo técnico: Presidente da República
Autor Dilma Vana Rousseff Linhares
Rafael Bernhard; Richard Vogt Ministro da ciência, Tecnologia e Inovação
Diretor geral do projeto Clelio Campolina Diniz
Richard Vogt Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas
Coordenação da Amazônia
Camila Rudge Ferrara Luiz Renato de França
Projeto gráfico e Editoração eletrônica Tartarugas da Amazônia
Rodrigo Verçosa; Felipe Costa
Av. André Araújo, 2936, Petrópolis
Revisão Manaus – AM
Elis Perrone; Fernanda Freda Pereira;
CEP 69060-001; Fone: (92) 3643 3393
Virgínia C. D. Bernardes
www.tartarugasdaamazonia.org.br
Crédito das fotos:
Camila Rudge Ferrara
Rafael Bernhard
Romildo Augusto de Souza

Ficha Catalográfica

B527 Bernhard, Rafael

Proteção de Áreas de Desova de Quelônios /
Rafael Bernhard, Richard Vogt. - Manaus : Editora INPA, 2014.
16 p. : il. color.

1. Tartarugas - Amazônia. I. Título.

CDD 597.92
4 SOBRE OS QUELÔNIOS
Quelônios, também chamados de bichos
de casco, são animais que tem em comum
uma carapaça (ou casco) que os protege de
seus predadores naturais.
DIVERSIDADE 5

No mundo existem mais de 300 espécies

de quelônios de água doce e terrestres.
No Brasil ocorrem 36 espécies e na Ama-
zônia brasileira 17.
6 AMEAÇAS
O comércio de quelônios adultos e de seus ovos
nas cidades reduziu muito o seu número nos rios
amazônicos, principalmente as espécies mais
procuradas: tartaruga-da-amazônia, o tracajá, o
pitiú (ou iaçá), a irapuca e o cabeçudo.

COMO PROTEGÊ-LOS?
Duas coisas precisam ser feitas para que possa-
mos recuperar os quelônios na natureza: evitar
que os adultos sejam consumidos em grande nú-
mero e proteger as suas áreas de desova. A prote-
ção de desova geralmente é feita para os ninhos
destas quatro espécies.
TARTARUGA - DA - AMAZÔNIA 7
Podocnemis expansa
Os machos são conhecidos
como capitari. A tartaruga é a
maior espécie de tartaruga de
água doce da Amazônia, po-
dendo chegar a mais de 109
cm de comprimento e a pesar
até 90 kg. Durante a estação de
seca dos rios as tartarugas mi-
gram até as praias de desova,
também conhecidas como ta-
buleiros, onde permanecem em
grupos até que o nível da água
dos rios volte a subir. As fême-
as desovam uma vez por ano e
põem em média 100 ovos. Os
ovos são grandes, redondos,
parecidos com bolas de ping -
pong. Depois de 40 a 45 dias,
os filhotes rompem a casca dos
ovos e permanecem dentro dos
ninhos até que estejam prontos
para realizarem a sua viagem
inaugural até o rio, quando mi-
gram até o local onde crescerão
acompanhados por suas mães.
8 TRACAJÁ
Podocnemis unifilis
Os machos desta espécie são
chamados também de zé - pre-
go e diferem das fêmeas pela
cauda mais grossa e pelas man-
chas amarelo gema na cabeça.
As fêmeas desta espécie po-
dem ser maiores que 50 cm de
comprimento e pesar 12,5 kg.
Esta espécie desova em uma
variedade de ambientes, como
praias e barrancos de rio. Os
ninhos são cavados tanto na
areia quanto na argila ou em
uma mistura de terra com res-
tos de plantas. Uma fêmea pode
desovar até duas vezes por ano
e põem entre 5 e 54 ovos alon-
gados e de casca dura. Os filho-
tes nascem depois de um perío-
do que varia entre 48 a 89 dias.
PITIÚ OU IAÇÁ 9
Podocnemis sextuberculata
As fêmeas desta espécie são
maiores do que os machos,
medindo até 34 cm de compri-
mento da carapaça e pesando
até 3,5 kg. As fêmeas nadam
desde a floresta alagada até as
praias de rios e lagos onde ca-
vam os seus ninhos na areia.
Cada fêmea pode desovar até
três vezes por ano. O número
de ovos por ninho varia de 6 a
39. Os ovos são alongados e de
casca mole. Os filhotes demor-
am de 48 a 77 dias para saírem
do ovo. Os filhotes têm seis pe-
quenas “quilhas” no seu peito
quando nascem. Os adultos
não possuem estas quilhas.
10 IRAPUCA
Podocnemis erythrocephala
Esta espécie vive principal-
mente em rios de água preta.
Os machos e os filhotes têm
manchas vermelhas na cabeça
e borda da carapaça. As fêmeas
chegam a medir 32 cm e a pe-
sar mais de 2 kg. As fêmeas
desovam em praias, campinas
e às vezes em barrancos com
argila. Os ovos são alongados
e de casca dura, pouco flexível.
O número de ovos em um nin-
ho varia de 2 a 16. Uma fêmea
pode desovar até quatro nin-
hos em uma mesma estação
de desova. Os filhotes nascem
depois de 62 a 87 dias.