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A geografia das touradas na Europa.

Na atualidade são três os países da Europa que ainda mantém em uso as touradas, França,
Espanha e Portugal, no entanto, não é preciso dizer que os “espetáculos taurinos” são muito
diferentes nos três países, a saber.

Em Portugal, por exemplo, as chamadas “touradas de morte”, ou seja, os espetáculos onde o


touro é sacrificado durante, ou após o fim da apresentação, estavam completamente proibidos
desde o século XVIII, quando o marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Mello)
regulou a prática e vetou a participação dos fidalgos nela, a partir daí os “toureamentos”
portugueses ficaram praticamente restritos a práticas equestres e as exibições dos forcados,
homens que a pé e vestidos a caráter, que realizam demonstrações de força e destreza ante os
touros, para o deleite e aficção da plateia.

Foi apenas no século XX que o município português de Barrancos no além Tejo, já


praticamente na fronteira com a Espanha, reativou a prática da tourada de morte por uma
questão de tradição, nesse caso, a prática portuguesa praticamente não de difere em nada da
Espanhola, embora no município ainda hajam as touradas “mais leves”, como as praticadas no
restante do país.

Já na França, país que muito pouca gente presume existir touradas, estas se assemelham mais
a classe de espetáculos taurinos que eram praticados pela antiga civilização cretense, ainda na
idade do bronze, os gregos a chamavam de “tauromaquia”, ou em bom português a “luta com
touros”, neles os “toureiros” minóicos, imbuídos de um profundo senso religioso, saltavam
sobre o dorso dos animais realizando arriscadas manobras acrobáticas, na atualidade os
toureiros franceses, também chamados de “recortadores”, saltam sobre os touros, imbuídos
de um profundo senso de adrenalina e diversão, enquanto tentam cortar pequenas fitas
coloridas que são amarradas previamente nos chifres dos mesmos; as touradas francesas
também não sacrificam os touros, tendo a vantagem sobre a portuguesa de nem sequer ferir
os animais!

Já a tourada espanhola, que estamos mais acostumados a ver, junto com a perigosíssima
corrida de touros, que acontece tradicionalmente em Pamplona, deve ser constituída de três
etapas a do picador que fere o touro com uma lança desde um cavalo, a do bandarilheiro, que
é quem realmente grita “olé!!” e espeta o dorso do touro com espetos ornados de fitas
coloridas (as bandarilhas) e a do matador que efetivamente toureia com a capa (muleta) e a
espada, esta usada em seu sacrifício, ela resulta necessariamente na morte do touro e,
polêmicas a parte, ainda assim vem sendo praticada, com grande entusiasmo, inclusive, isso
porque a mesma representa uma espécie de “elemento forte” da cultura e identidade nacional
espanholas.

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