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Mercado CADERNO DA ILUMINAÇÃO

A manutenção de subestações de energia é Cada vez mais, sistemas de iluminação


fundamental para garantir a confiabilidade pública precisam ser capazes de se integrar
do sistema e maximizar a segurança a outros sistemas inteligentes das cidades
Outubro’2017

A N O 14 Elétrica, energia, Iluminação, Automação,


N º 142 Sustentabilidade e Sistemas Prediais
EDITORA

Distribuição Atuando como uma extensão


natural da indústria, o setor de

de material
distribuição de material elétrico
vem passando por grandes
transformações, investindo

elétrico na profissionalização das


empresas e em novos
modelos de negócios
ANO 14 – Nº 142 • Potência

SÃO PAULO Representantes dos fabricantes e dos distribuidores de material elétrico


participaram da primeira edição do Fórum ABREME. O evento foi uma oportunidade para
os executivos identificarem novas tendências do mercado e estreitarem o relacionamento
sumário

Outras seções
10 Matéria de Capa
Para que direção caminha a distribuição de material elétrico? O mercado é
05 › ao leitor promissor? Como os lojistas estão se preparando para enfrentar os desafios
06 › Holofote
futuros? Essas e outras questões são respondidas pelos próprios especialistas
da área, que indicam as melhores estratégias e os rumos da distribuição.
46 › Espaço Abreme

24 FÓRUM ABREME 34 MERCADO


54 › EVENTO VEÍCULOS
ELÉTRICOS

60 › ARTIGO EFICIência Foi um sucesso a primeira edição do Fórum A manutenção de subestações de energia é uma
energética ABREME, realizado em São Paulo no mês de etapa necessária para garantir a confiabilidade do
setembro. Cerca de 300 participantes, entre sistema elétrico, maximizar a segurança e minimizar
64 › Radar Ingersoll
distribuidores e fabricantes, prestigiaram o evento. as falhas dos componentes.
68 › ARTIGO LUIZ ARRUDA
24 34
70 › ARTIGO PROCOBRE

76 › economia

80 › agenda

81 › link direto

82 › Recado do Hilton

50 Caderno da Parceria 40 DESTAQUE


Cresce a aplicação de painéis elétricos resistentes a

Iluminação arco interno, estruturas que suportam as pressões


e temperaturas oriundas de arcos elétricos
Sistemas de iluminação destinados à
internamente à sua carenagem externa.
instalação em áreas públicas precisam ser
capazes de conversar e se integrar com 40
outros sistemas inteligentes existentes
nas cidades.

4 potência
E X P E D IE N TE
ao leitor

Fundadores:
O mundo dos negócios vem passando por constantes transforma-

Por mais diálogo


Elisabeth Lopes Bridi
Habib S. Bridi (in memoriam)
ções, e o setor eletroeletrônico, tradicional fomentador de tecnologia,
ano XIV • nº 142 • OUTUBRO'17
constitui um agente bastante ativo nesse processo.
Publicação mensal da HMNews Editora e Eventos, A indústria, que investe cada vez mais em pesquisa e desenvolvi-
com circulação nacional, dirigida a indústrias, dis-
tribuidores, varejistas, home centers, construtoras, mento, naturalmente evoluiu bastante, atingindo excelentes índices
arquitetos, engenharias, instaladores, integradores de qualidade e eficiência. Na sequência da cadeia, o segmento de dis-
e demais profissionais que atuam nos segmentos
de elétrica, iluminação, automação e sistemas
tribuição e revenda também tem procurado fazer sua parte.
prediais. Órgão oficial da Abreme - Associação Essa é uma das questões abordadas em nossa reportagem de
Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de
Materiais Elétricos.
capa, que analisa as estratégias adotadas pelo comércio para sobre-
viver à crise e quais são as opções de caminhos que os lojistas têm
Diretoria para seguir em frente.
Hilton Moreno
Marcos Orsolon Segundo os especialistas consultados na matéria, pelo menos duas
Conselho Editorial
constatações ficam evidentes: os lojistas estão se profissionalizando
Hilton Moreno, Marcos Orsolon, Carlos Soares Peixi- a cada dia e o mercado de distribuição de material elétrico é bastan-
nho, Daniel Tatini, Francisco Simon, José Jorge Felismino Pa-
rente, José Luiz Pantaleo, Marcos Sutiro, Nellifer Obradovic,
te promissor, no Brasil.
Nemias de Souza Noia, Paulo Roberto de Campos, Roberto Entretanto, para que a relação ganha-ganha se efetive, ainda é
Varoto, Nelson López, José Roberto Muratori e Juarez Guerra.
necessário que alguns pontos evoluam, a começar pela política de re-
Redação
lacionamento entre os fabricantes e os distribuidores - que cada vez
Diretor de Redação: Marcos Orsolon
Editor: Paulo Martins mais vêm se tornando uma extensão da indústria.
Fotos: Ricardo Brito
Jornalista Responsável: Marcos Orsolon
O perfeito entendimento entre as partes, criando de fato uma si-
(MTB nº 27.231) tuação de parceria, tende a beneficiar a todos os agentes da cadeia,
Participou dessa edição: Clarice Bombana
incluindo o consumidor final. Portanto, fica nossa torcida para que cada
Departamento Comercial um esteja disposto ao diálogo e aberto a compreender os anseios, as
Executivos de Vendas:
Cecília Bari, Júlia de Cássia Barbosa Prearo
necessidades e os limites do parceiro, em prol do setor como um todo.
e Rosa M. P. Melo Outra importante reportagem é a que aborda a manutenção em
Gestores de Eventos subestações de energia, estrutura que está presente em diversos ti-
Pietro Peres e Décio Norberto
pos de empreendimentos (como concessionárias de energia, indús-
Gestora Administrativa trias e shoppings).
Maria Suelma
As subestações são essenciais para garantir o suprimento de ener-
Produção Visual e Gráfica
Estúdio AMC
gia, permitindo assim o funcionamento praticamente ininterrupto de
muitas atividades econômicas. Entretanto, essas estruturas exigem
Impressão
Grupo Pigma toda atenção de seus administradores quanto à manutenção, de for-
Contatos Geral ma que operem com eficiência e segurança. As orientações dadas
Rua São Paulo, 1.431 - Sala 02 - Cep: 09541-100 pelos especialistas que entrevistamos nessa matéria são imperdíveis.
São Caetano do Sul - SP - contato@hmnews.com.br
Fone: +55 11 4225-5400 Fica o convite para que o leitor reserve alguns minutos de seu tem-
Redação
po para apreciar esta edição. Certamente você poderá fazer proveito
redacao@hmnews.com.br de algo que encontrou em nossas páginas.
Fone: +55 11 4746-1330

Comercial Até a próxima!


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Fechamento Editorial: 10/10/2017


Circulação: 16/10/2017

Conceitos e opiniões emitidos por entrevistados e


colaboradores não refletem, necessariamente, a opinião
da revista e de seus editores. Potência não se responsa-
biliza pelo conteúdo dos anúncios e informes publicitá-
rios. Informações ou opiniões contidas no Espaço Abreme
são de responsabilidade da Associação. Não publicamos
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bida a reprodução total ou parcial das matérias sem a
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jornalista responsável. Registrada no INPI e matriculada Marcos Hilton
de acordo com a Lei de Imprensa. orsolon Moreno

potência 5
holofote

Promoção de ouro
A 3M lançou no mercado brasileiro a promoção corretamente à pergunta ‘Que marca de fitas
‘Desenrola com 3M’. A partir do mês de outubro, quem isolantes desenrola sua vida com R$ 50 mil?’
comprar a fita isolante Scotch™ 33+ ou a fita Imperial poderão concorrer a um certificado de barra de
Slim de 20 M, em qualquer localidade do Brasil, e ouro no valor de R$ 50 mil.
encontrar o selo premiado dentro da embalagem A promoção começou dia 2 de outubro e vai até o
ganhará certificados em barras de ouro. Ao todo, são 50 dia 30 de novembro de 2017, em diversos pontos de
certificados no valor de R$ 100, outros 30 certificados venda pelo Brasil. O apresentador Milton Neves é o
no valor de R$ 200 e 15 certificados de R$ 400. garoto-propaganda do ‘Desenrola com 3M’ e fará
Além dessa promoção, há uma oportunidade de ações de merchandising em seu programa de TV. O
embolsar um prêmio ainda maior: os participantes regulamento completo e outras informações estão
que acharem o selo premiado e responderem disponíveis em: www.3m.com.br/desenrolacom3m.
Foto: Divulgação

Indústria 4.0
Uma indústria com todas as máquinas interligadas, Temos que discutir o assunto, não apenas na parte das
trocando informações em tempo real, se comunicando tecnologias, mas também a atuação do capital humano
entre si, com ordens independentes de produção através nesses novos caminhos”, contextualiza Maia.
de softwares integradores. Essa é a 4ª Revolução Industrial, Na sequência, o coordenador de Marketing de Produtos
ou Indústria 4.0. Um dos temas discutidos no II Seminário da Balluff Brasil, Fábio Marchiori, abordou o ‘IO-Link
Indústria 4.0, realizado pela multinacional alemã como a porta de entrada para a Indústria 4.0’, mostrando
especialista no desenvolvimento de sensores e soluções como o consórcio formado por 155 empresas de
para automação industrial, Balluff Brasil, em parceria com automação e comunicação industrial, com mais de 4 mil
as empresas Beckhoff, Stäubli, Nova Tecnologia e com o dispositivos fabricados em todo mundo, traz benefícios
Senai. No evento, dia 13 de setembro, os três principais para a empresa. “O IO-Link é um conceito pronto para
eixos do conceito - tecnologia, capital humano, modelos a Indústria 4.0. Com ele, é possível revolucionar a
de negócios e plataformas - também foram abordados manutenção de uma fábrica, reduzir custos, reduzir o
por especialistas. A ideia do encontro, segundo a CEO tempo de implementação e aumentar a produtividade
Adriana Silva, fora fomentar a discussão e a reflexão entre de máquinas e equipamentos. O IO-Link oferece sensores
os participantes sobre as transformações das fábricas na e atuadores inteligentes, garantindo a flexibilidade e
era digital. “Nosso intuito foi mostrar como a Indústria 4.0 eficiência das linhas de produção”, explica Marchiori.
é colaborativa, por isso o evento contou com empresas A terceira palestra, ministrada por Alessandro
que são parceiras da Balluff, além de discutir a atuação Navarro, coordenador de Engenharia de Aplicação
presente do Brasil na 4ª Revolução Industrial e propor e Vendas da Stäubli Brasil, empresa referência na
caminhos para o futuro”, comenta. Um dos nomes da fabricação de máquinas têxteis, engates rápidos
programação foi o gerente de Inovação e Tecnologia do e soluções em robótica, trouxe à tona a discussão
Senai São Paulo, Osvaldo Lahoz Maia, que abordou o tema da integração entre homens e máquinas dentro
‘A 4ª Revolução Industrial, a empresa digital e o futuro do da Indústria 4.0, abordando a ‘Evolução além da
emprego’, no contexto brasileiro. O gerente afirma que o Revolução’. “Nosso intuito é mostrar um pouco
País deve trilhar seus próprios dos benefícios da integração das tecnologias e
caminhos para que possa do capital humano, claro que as aplicações dos
acompanhar as tendências robôs devem sempre ser baseadas em dois eixos,
mundiais. melhorar a produtividade e garantir a segurança dos
“O Brasil tem que transitar em colaboradores”, expõe Navarro.
seu próprio caminho, o mercado A última palestra do evento contou com a participação
nacional é diferente, somos do diretor da Beckhoff Brasil, Marcos Giorjiani, que
constituídos em grande parte trouxe a debate o tema ‘Tecnologia de controle no PC no
por micro, pequenas e médias contexto da Indústria 4.0’. Além de contextualizar todo o
empresas, por esse motivo, cenário atual da atuação do Brasil dentro do conceito da
trazer os modelos enlatados e Indústria 4.0, Giorjiani, debateu a importância das ações
aplicá-los aqui não será eficaz. colaborativas e de um plano para o País seguir.
Foto: ShutterStock

6 potência
Invista no projeto
Uma instalação, para ser bem-feita e correta, deve nascer no projeto, todos os circuitos funcionam corretamente e sem perdas.
papel, por meio de um projeto no qual serão considerados fatores Caso haja sobrecarga devido ao uso, o disjuntor desarmará, sem
específicos para cada necessidade. Sem um projeto elétrico que gere o risco de o circuito chegar a um curto. Em ambientes
corre-se o risco de o instalador fazer o que quiser e não cumprir molhados, como cozinha, banheiro e área de serviço, o dispositivo
como se deve as regras definidas na norma NBR 5410. E mais: é diferencial residual - DR protegerá contra choques elétricos. E o
mandatório que o profissional tenha formação sólida no assunto melhor: a conta de energia elétrica será paga pelo consumido de
para garantir uma instalação segura e sem desperdício, tanto no fato, o que não acontece quando a instalação é malfeita ou antiga;
custo quanto na capacidade em fornecer a energia necessária Riscos: além dos riscos com a segurança, não ter um projeto
sem haver perdas elétricas. Portanto, para tirar o melhor proveito elétrico pode gerar um problema que durará a vida útil da
de uma instalação - e não ter sobressaltos -, a SIL Fios e Cabos instalação: a falta de capacidade de corrente dos circuitos e, em
Elétricos faz algumas importantes recomendações quanto a muitos casos, falta de circuitos elétricos necessários. Tal falha faz
importância de se ter um projeto elétrico. com que se tenha perda elétrica na instalação, gerando conta
Projeto elétrico: deve definir todos os aspectos da instalação, de energia mais alta e risco de curto-circuito. Já no caso de
como por exemplo, qual a seção nominal dos condutores circuitos mais longos, há queda de tensão, levando a possíveis
elétricos de cada circuito; quais os valores nominais dos falhas de equipamentos ligados à rede;
disjuntores utilizados; uso do dispositivo diferencial residual Profissional: o projeto elétrico deve ser feito por um profissional
- DR. Também prevê a divisão da instalação em circuitos habilitado e ter um responsável técnico para acompanhar a
de tomadas de uso geral e de iluminação e a definição dos execução da obra. Em ambos os casos pode ser técnico ou
pontos de tomadas de uso específico, além de espaço para engenheiro. Para o técnico há limitações, de acordo com o tipo
novos disjuntores na caixa de distribuição e em eletrodutos de registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
para futuras expansões; - CREA, que varia de estado para estado, dependendo da
Vantagens: em uma instalação elétrica executada a partir de um atribuição da formação.
holofote

Jardins e áreas externas


Nada como um jardim bem cuidado, colorido e viçoso. Mas é de irrigação, entre
importante planejar a iluminação adequada para o ambiente, a outros”, alerta Delgado. Foto: ShutterStock
fim de valorizar o local e também o imóvel, além de garantir a Confira outras recomendações da Cobrecom para o projeto
segurança. Para que a iluminação tenha um bom desempenho, e elétrico do jardim e da área externa:
funcione corretamente, é necessário fazer um projeto elétrico que ✸ Para áreas externas, escolha sempre caixas de tomadas e
vai dispor os locais que receberão os interruptores, os pontos de luminárias específicas para uso ao tempo (uso externo).
luz e as tomadas que podem ser usadas para a ligação de outros Caso contrário, apresentarão problemas de infiltração que
aparelhos elétricos.“Além disso, o projeto elétrico dimensionará resultarão em corrosão dos componentes e até mesmo
corretamente cada circuito, ou seja, definirá as cargas que serão curtos-circuitos;
alimentadas por cada um deles e determinará a seção nominal ✸ Os eletrodutos enterrados devem evitar áreas onde há
(bitola) dos condutores elétricos e quais disjuntores são os mais árvores ou plantas com grandes raízes, que com o tempo
adequados”, explica Paulo Alessandro Delgado, gerente de podem danificar a instalação elétrica;
Marketing da Cobrecom Fios e Cabos Elétricos. ✸ Ao utilizar tubulações enterradas, escolha eletrodutos
Rosevaldo Toaliari, supervisor de desenvolvimento de produtos indicados para essa finalidade. Vale lembrar que os mesmos
e processos da Cobrecom ressalta que é fundamental contar devem estar enterrados a pelo menos 70 cm de profundidade
com um engenheiro eletricista nesse momento, pois além do para prevenir danos com a passagem de veículos e de
projeto ele especificará os materiais indicados para a instalação pessoas ou pela movimentação do solo;
elétrica. “Um dos principais erros que acontece quando não ✸ Fios e cabos elétricos apenas providos de isolação (450/750
existe um projeto elétrico é na hora de comprar os materiais. O V) não podem ter contato direto como o solo (terra), ou
proprietário da obra, por ser leigo, acaba adquirindo produtos seja, eles devem ser instalados dentro de eletrodutos ou
de baixa qualidade, como fios e cabos elétricos fora de norma e canaletas. Para instalações enterradas, devem ser utilizados
sem certificação, o que comprometerá a segurança e o correto cabos com cobertura, classe 0,6/1 kV, preferencialmente
funcionamento da rede elétrica”, afirma Toaliari. dentro de eletrodutos ou canaletas. A Cobrecom
Vale lembrar que quando o assunto são os jardins e as disponibiliza a linha de Cabos GTEPROM Flex HEPR 90º C
áreas externas, os cuidados devem ser redobrados, já que os 0,6/1 kV e os Cabos COBRENAX Flex PVC 70º C 0,6/1 kV.
componentes ficarão sob a ação do tempo. “O dono do imóvel ✸ Circuitos elétricos de áreas externas devem
deve estar atento não só com a quantidade de pontos de luz que obrigatoriamente contar com DR, que deve ser instalado no
irão iluminar a área externa e o jardim, como também com a quadro de distribuição;
instalação de tomadas externas, aplicação do sistema de irrigação, ✸ Além do DR, é obrigatório que os circuitos também tenham
bombas para cisternas, ponto elétrico para a ligação do sistema o condutor de proteção (fio-terra).

Novo site
Com design clean e sofisticado, o site novo da Naville específica para Lançamentos, o que facilita a busca por
está mais dinâmico e interativo, facilitando a busca por novas tecnologias, inclusive destacando a nova Linha
informações e a comunicação entre cliente e empresa. Sustentável oferecida.
Além das ferramentas básicas que já existiam no A aba de produto é categorizada por linhas que
site antigo, como história da empresa, certificações, compreendem iluminação LED e convencional para
iniciativas e produtos, hoje conta também uso público, industrial, comercial e área classificada,
com uma página de projetos especiais além também de exibir um vasto portfólio em material
que esclarece as soluções que são elétrico. Com o filtro de busca mais apurado a procura
desenvolvidas e os projetos já realizados pelo material ideal ficou mais fácil, e o cliente pode
pela Naville. Outra página informa sobre solicitar uma cotação selecionando os produtos
atmosferas explosivas e disponibiliza desejados em Orçamentos.
orientações. Para tirar dúvidas, comunicar-se ou até mesmo
Para quem quer ficar por dentro das solicitar orçamentos, existem canais de comunicação
novidades da Naville, o site tem uma disponíveis, como formulário de contato, informações
página de Eventos, a qual informa os sobre telefone, e-mail, redes sociais e representantes.
eventos que a empresa já participou Ou, se preferir, o chat, um canal direto e exclusivo
e os que ainda estão por vir. E outra dessa nova plataforma online.
Foto: Divulgação

8 potência
Encontro Abendi
A Abendi (Associação Brasileira de Ensaios Não
Destrutivos e Inspeção) realizou no dia 19 de setembro,
no Senai/Santos, o 3º Encontro Anual Abendi sobre
Certificação de Competências Pessoais em Atmosferas
Explosivas.
Um dos destaques do encontro foi a 2ª Competição
Prática de Inspeção Visual Ex 007, com a execução de
uma atividade prática de inspeção visual de instalação
de diversos equipamentos “Ex”, de acordo com a Foto: ShutterStock
Unidade de Competência Ex 007, com base na Norma equipamentos e serviços para atmosferas explosivas,
Técnica Brasileira ABNT NBR IEC 60079-17 - Inspeção e as quais apresentaram lançamentos como luminárias
manutenção “Ex”. LED “Ex”, rádios de intercomunicação intrinsecamente
Os exames práticos foram realizados nas oito ‘baixas’ seguros, sistemas de detecção de gases e dispositivos
existentes no Laboratório de Instalações Elétricas e de para dissipação de eletricidade estática em atmosferas
Instrumentação em atmosferas explosivas do Senai/ explosivas.
Santos. Os três primeiros colocados na competição Além das palestras técnicas, o encontro contou
foram premiados com isenção de taxas para a obtenção também com uma mesa-redonda com a presença de
de certificação nas Unidades de Competências Ex todos os palestrantes, momento em que a plateia
000 e/ou Ex 001, além de medalhas e outros prêmios, pôde esclarecer diversos assuntos relacionados com a
incluindo cursos sobre a Unidade de Competência Ex segurança das instalações em atmosferas explosivas,
000 na modalidade EAD (Ensino à Distância). sob o ponto de vista de seu ciclo total de vida.
Compareceram ao evento mais de 100 pessoas, O 4º Encontro “Ex” da Abendi está previsto para
além de representantes de empresas envolvidas com agosto de 2018, em São Paulo.

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17/10 - DIA DO
BALCONISTA
30/10 - DIA DO
matéria de capa RUMOS DA DISTRIBUIÇÃO

Novos caminhos
O
mundo dos negócios está
em constante evolução, exi-
Com grande potencial de crescimento
gindo cada vez mais ações
no Brasil, setor de distribuição e
diferenciadas e novas pos-
turas dos empresários. Eficiência, inova- revenda de material elétrico precisa
ção, atualização, planejamento e gestão
são apenas algumas das inúmeras pala- buscar maior profissionalização e
vras de ordem da cartilha de quem não
quer ser um mero número no mercado. redirecionar o foco para as novas
Como grande indutor de progresso
que é, o setor eletroeletrônico se inse- tendências do mercado.
re naturalmente nesse contexto e tem
dado grande contribuição para ajudar a
direcionar a transformação que está em
curso em boa parte do mundo.
Mas, para atender satisfatoriamen-
te e com maior amplitude o consumi-
dor final, a referida evolução não pode
se limitar aos fabricantes. É essencial
que os demais canais que compõem a
cadeia também acompanhem as novas
tendências. A boa notícia é que no Bra-
sil muitos distribuidores e revendedores
de material elétrico estão caminhando
nessa direção.
Atentos à nova realidade, os co-
merciantes do setor têm procurando se
adequar, buscando novos modelos de
negócios, se profissionalizando e redire-
cionando o foco, que já não pode mais
estacionar apenas na venda de produ-
ock
rSt
e

to. Percebe-se também um considerá-


utth
o: S

vel esforço envolvendo os agentes do


Fot

mercado no sentido de estreitar o re-


lacionamento, construindo de fato uma
parceria sólida. Todo esse quadro ainda
está sendo desenhado neste momento,
e nos resta aguardar para saber se o re-
sultado final será a contento.
Claro que um passo importante para
fazer qualquer segmento evoluir é co-

10 potência
Por Paulo Martins

potência 11
matéria de capa RUMOS DA DISTRIBUIÇÃO

nhecer bem todos os meandros desse que atuam especificamente nas capitais

Foto: Ricardo Brito/HMNews


ramo, e é exatamente isso que está fa- dos estados (uma ou no máximo duas
zendo a Associação Brasileira dos Re- por capital). Existem ainda os médios
vendedores e Distribuidores de Mate- e pequenos players que se dedicam ao
riais Elétricos (ABREME), que deu início atendimento das demais cidades.
a um amplo trabalho de pesquisa junto O capital predominante é nacional -
às empresas para levantar dados mais empresas com grande histórico familiar
precisos do mercado. e várias décadas atuando neste merca-
Enquanto o estudo não fica pronto, do. “O capital estrangeiro também está
a entidade adianta algumas estimativas. presente, mas de forma menos osten-
Considerando os distribuidores e reven- siva do que vemos em outros canais”,
dedores que trabalham dedicados ao compara Amauri Mendes Pedro, diretor-­
material elétrico, calcula-se que haja no executivo da ABREME.
País por volta de 10 mil estabelecimen- A propósito, há alguns anos, a aqui-
tos, cobrindo os mais de 5 mil municípios. sição de empresas distribuidoras por
É na direção do novo e do
A ABREME estima na casa de deze- parte de grandes grupos internacionais, não tradicional que todo
nas as empresas chamadas grandes que como Sonepar e Rexel, contribuiu para distribuidor deve monitorar,
atuam em âmbito nacional. Outro grupo que o mercado se tornasse mais profis- de forma a crescer ou mesmo
a considerar são as grandes companhias sional e competitivo. Não são poucos manter o seu negócio.
os lojistas que vêm trabalhando con- AMAURI MENDES PEDRO | ABREME

tinuamente para se atualizar e imple-


mentar novas tecnologias e softwares
EXTENSÃO de controle e informação para otimizar Naturalmente, existem algumas par-
Na prática, a rede de distribuição
seus negócios. ticularidades que diferenciam os merca-
acaba funcionando como o
‘estoque’ da indústria. dos pelo mundo, mas, no Brasil, o setor
de distribuição e revenda de material
Foto: ShutterStock

elétrico não é muito diferente do que


se encontra no resto do planeta - os
produtos comercializados aqui são, em
sua grande maioria, os mesmos vendi-
dos em outros países.
De forma geral, os especialistas da
área consideram que o ‘modelo’ brasilei-
ro de distribuição pode ser considerado
exitoso, por dois motivos principais: pri-
meiro, os empresários brasileiros apren-
deram a enfrentar um enorme compli-
cador dos negócios, que é a complexi-
dade fiscal aqui existente - algo com o
qual os distribuidores de outros países
não precisam se preocupar; segundo,
os distribuidores se tornaram parceiros,
verdadeiras extensões dos fabricantes.
Aliás, sobre este segundo ponto
mencionado vale fazer algumas refle-
xões adicionais. Hervé Salmon, CEO
responsável pela região que engloba a
Sonepar Brasil, Sonepar Peru e Sonepar
Chile, destaca que a companhia priori-
za o relacionamento e, principalmente,

12 potência
matéria de capa RUMOS DA DISTRIBUIÇÃO

a parceria com seus fornecedores de for-


ma constante e consistente, tanto local Muitos lojistas investem
quanto globalmente.
Para o executivo, em momentos de continuamente para se
incertezas econômicas e redução gene-
ralizada de investimentos, como o atu-
atualizar e implementar novas
al, são as alianças que permitem aos
empresários seguir firmes e resistir da
tecnologias e softwares de
melhor forma aos impactos negativos.
“Temos compromisso com os nossos
controle e informação para
fabricantes de realizar compras nacio- otimizar seus negócios.
nalmente, sem importação de outros
países, priorizando assim suas estruturas
locais. Trabalhamos continuamente para ele cita a falta de fiscalização por par- tivo, Hervé cita o ambiente fiscal, alta-
focar nosso grande volume de compras te do poder público quanto ao cumpri- mente deletério e que incentiva um ní-
em poucos e bons parceiros”, comenta mento dessas normas, o que, na sua vel elevado de informalidade. “Também
Hervé, sobre a política da Sonepar. opinião, gera uma competição desigual apontaria uma presença muito forte da
Claro que a relação atingida entre os para os produtos certificados e de boa venda direta por parte do fabricante,
distribuidores e os fabricantes varia con- qualidade. o que enfraquece muito a rede de dis-
forme cada caso, mas, conforme destaca A propósito, existem muitas outras tribuição/revenda”, diz o executivo da
Amauri Mendes, ao longo do tempo os questões que precisam evoluir, no mer- Sonepar.
bons exemplos estão se multiplicando, cado brasileiro de distribuição e revenda Na média, estima-se que metade da
elevando esse nível de forma sensível. de material elétrico. Como ponto nega- venda feita pelos fabricantes acaba não
O que não significa que não há mais
nada a evoluir nesse aspecto. “É meta
Foto: ShutterStock

da ABREME fortalecer ainda mais esta


parceria”, completa o porta-voz.
O tamanho gigantesco do merca-
do, com grande potencial de consumo,
é outra vantagem do ‘modelo brasilei-
ro’ de distribuição de material elétrico,
na opinião de Hervé. Afinal, temos um
mercado ainda carente em certos cam-
pos (o nível de automação é baixo, a
preocupação com eficiência energética
está apenas começando...) e em plena
transformação tecnológica (desenvolvi-
mento das energias sustentáveis, como
solar e eólica, etc.). O executivo mencio-
na ainda outros pontos positivos que en-
xerga no Brasil: a visão/foco que se tem
do cliente, a criatividade, o nível crescen-
te de profissionalização e a presença -
com fábrica - das principais indústrias.
Roberto Payaro, CEO da distribui-
dora Nortel, cita como ponto positivo
a profissionalização cada vez maior do
setor, com os agentes se preocupando
em se adequar às normas de instalação.
Por outro lado, como aspecto negativo

14 potência
passando pela distribuição. Quanto a distribuição, e, portanto, a ABREME, pre- aumentar a participação da distribuição
isso, comenta Amauri Mendes, vale uma fere trabalhar na versão otimista e bus- nessa venda, desde que todos ganhem.
reflexão em torno do dilema do ‘copo car, através do diálogo franco e direto Implementar ações unilaterais não re-
meio cheio ou meio vazio’. “O canal de com os fabricantes, formas concretas de solve o problema”, opina o porta-voz.

Realidade econômica e
perspectivas do setor
A exemplo da maioria dos setores manter ou superar os resultados da pré- a construção civil”, completa o diretor-­
da economia, a área de distribuição e -crise. “A distribuição sofre junto com executivo da ABREME.
revenda de material elétrico não irá pas- todos os demais canais de venda e seg- Para Roberto Payaro, a maior dificul-
sar incólume por aquela que já é consi- mentos de atuação no Brasil”, confirma dade imposta aos empresários do setor,
derada a pior fase da história do Brasil. Amauri Mendes. nos últimos anos, foram as alterações
De maneira geral, a ‘crise de 2014’ E o sofrimento não é pequeno. O constantes no sistema tributário: “Boa
tem provocado retração nas receitas e Brasil já padece por três anos com a re- parte do nosso tempo é dedicada ao
alta nos custos de operação, além de dução drástica da injeção de recursos entendimento e às alterações para es-
pressionar para baixo a rentabilidade para aumento da capacidade de produ- tar dentro da lei. O sistema é ineficiente
das empresas e fomentar o recrudes- ção industrial e de novos investimentos e agrega elevados custos à administra-
cimento da informalidade. Esse quadro imobiliários. “A crise teve um forte im- ção das empresas. A grande expectati-
tem obrigado os distribuidores a recor- pacto no segmento, visto que este canal va é que haja uma simplificação, como
rer a medidas criativas e decisivas para fornece produtos para a indústria e para promete o governo”.
O calote é outro fator que tem le-
vado preocupação aos empresários do
setor de distribuição de material elétrico,
obrigando uma série de cuidados espe-
ciais. “Acompanhamos quinzenalmente
todos os nossos clientes com problemas
de inadimplência, adequando o crédito
de acordo com sua capacidade de paga-
mento”, informa o CEO da Nortel, com-
panhia que reúne duas marcas (Nortel e
Etil) e atua com presença física em 15
estados brasileiros.
Questão já mencionada antes, a ven-
da direta da indústria para o cliente final
é outro fenômeno que tem aumentado,
por conta da delicada situação econômi-
ca do País. Só que o efeito futuro dessa
estratégia pode ser negativo para a re-
lação entre as partes.
“A crise tem feito com que alguns
fabricantes fiquem desesperados por
receitas a curto prazo, e assim, acabem
partindo para as vendas diretas. Porém,
esse comportamento impacta direta-
mente em sua credibilidade junto aos
distribuidores, e, certamente, numa re-
tomada da economia, será muito com-

potência 15
matéria de capa RUMOS DA DISTRIBUIÇÃO

Foto: ShutterStock
plicado para esses fornecedores resta- De acordo com Amauri Mendes Pe- crescimento e se superdimensionar. Não
belecerem sua posição de confiança e dro, para atingir ou se aproximar de suas temos reserva para isso (erro), depois de
parceria com a distribuição”, alerta Her- metas neste período, os empresários três anos de retração”, pondera.
vé Salmon, da Sonepar. do setor têm procurado se reinventar, Historicamente, observa Amauri, o
Apesar das enormes dificuldades que buscando novos segmentos e formas canal de distribuição de material elétrico
atingiram as empresas nos últimos anos, de atuação e controlando os custos na segue de perto o crescimento dos setores
e das incertezas que rondam a política ponta do lápis. industrial e de construção. Por conta disso,
brasileira, o segmento de distribuição e re- Na opinião do executivo, o maior o potencial do segmento é enorme, mes-
venda de material elétrico procura manter desafio que os empresários têm neste mo diante do cenário de retração que vi-
a confiança em alta e vem se preparando momento é conseguir medir com pre- venciamos nos últimos três anos no País.
para acompanhar as novas tendências do cisão a velocidade da recuperação do A estratégia adotada pela Nortel para
mercado. Na visão dos especialistas, aque- País, de forma a se preparar adequa- buscar os resultados almejados inclui o
les que conseguirem passar em melhores damente para a esperada retomada da aperfeiçoamento de sua equipe por meio
condições pela atual crise sairão fortale- economia: “Será mais desastroso ainda de treinamentos constantes e o aumen-
cidos e mais preparados para o futuro. se (o empresário) errar na projeção do to da presença nacional da companhia.
A fim de se preparar para a retomada da
economia, a Nortel tem ajustado seus
sistemas de estoque e ampliado sua li-
nha de produtos. Baseado em todas es-
sas providências, o CEO Roberto Payaro
revela otimismo em relação ao futuro:
“Infelizmente não possuímos dados es-
tatísticos confiáveis que dimensionem o
tamanho do mercado, mas, olhando a ca-
rência de infraestrutura que o País tem, e
a modernização por qual a indústria deve
passar nos próximos anos, o mercado é
muito promissor”, avalia.

16 potência
matéria de capa RUMOS DA DISTRIBUIÇÃO

ARMAZENAGEM
Setor de distribuição pode ser
considerado uma extensão
natural da indústria, exercendo
a ‘função’ de estoque...

Distribuição
... e cuidando para que os produtos
cheguem ao consumidor final...

FOCO
... liberando a indústria
para se dedicar àquilo
que melhor sabe fazer:
produzir.

Ilustração: ShutterStock

Composto no Brasil por 6 empresas foco tem sido o aumento da produtivi- minimizar os efeitos negativos da crise
(Centelha, Dimensional, DW, Eletronor, dade, concentrando meios (criação de e melhorar bastante a produtividade do
Etil e Nortel), que totalizam 87 pontos um centro de serviços compartilhado Grupo”, comemora Hervé.
de venda em 13 estados, a Sonepar é visando minimizar a duplicidade de es- Quanto ao futuro, o CEO da Sone-
líder nacional na distribuição de mate- truturas, convergência de informática par destaca que a forte queda da in-
riais elétricos e revela que o faturamento entre as empresas do Grupo, em prol flação e a melhor visibilidade verifica-
do Grupo irá crescer neste ano, apesar de reduzir o número de equipes de ma- da no cenário econômico nacional são
da crise do País. nutenção nessa área...) e reduzindo o pontos positivos, porém, ele acredita
Hervé Salmon conta que a Sone- número de fornecedores - e com isto que 2018 ainda será envolto por in-
par tem se concentrado nas vendas de concentrando volumes junto aos parcei- certezas, com os grandes investidores
qualidade, focando em margem, e não ros preferenciais. “A estratégia tem tido econômicos privados preferindo espe-
em volumes. Na ponta das despesas, o efeitos muito positivos, nos permitindo rar para saber quem governará o País

18 potência
Foto: ShutterStock

após 2018 e qual será sua visão em to do setor de distribuição: “No Brasil vinda dos maiores grupos mundiais de
relação à economia. ainda existem regiões não eletrificadas. distribuição de material elétrico para cá
Independentemente dos aconte- Se medirmos o consumo de material é uma simples consequência do poten-
cimentos que virão, Hervé deposita elétrico por habitante, o País tem um cial que tem este mercado”, finaliza o
grande confiança no desenvolvimen- potencial enorme de crescimento, e a CEO da Sonepar.

Novos rumos da distribuição


No mês de setembro, a ABREME re- Outro caminho importante con- é obrigatório o treinamento contí-
alizou em São Paulo o primeiro Fórum siste em focar na comercialização nuo dos profissionais de venda para
da entidade (veja cobertura na pági- de produtos de alto valor agregado, atenderem às necessidades dos com-
na 24), sob o tema ‘Expandindo fron- que exigem especialização do distri- pradores, seja no nível técnico ou no
teiras para o mercado de distribuição buidor, assim como mudança de foco funcional”, detalha Amauri.
de material elétrico’. Mas afinal, para do negócio. “A principal característi- Roberto Payaro, CEO da Nortel, tem
quais ‘novas fronteiras’ o distribuidor/ ca de qualificação deste mercado, no visão parecida: “Na minha opinião o se-
revendedor de material elétrico precisa momento, é acompanhar a transição tor caminha para a agregação cada vez
olhar neste momento e direcionar seu da venda de commodity para a ven- maior do serviço junto com a venda do
negócio? Com a palavra, os especia- da de produtos mais sofisticados, que produto, seja na oferta de soluções com-
listas do setor. requerem projetos e programações postas com diversas tecnologias - como
Para Amauri Mendes Pedro, devido específicas, mas, em contrapartida, por exemplo a junção da automação
à velocidade das mudanças por quais fornecem muito mais soluções e apli-
o mundo todo tem passado, todas as cações que os artigos convencionais.
Foto: Divulgação

fronteiras precisam ser desafiadas - a O comprador, via de regra, não busca


ponto de considerar até mesmo a ine- mais apenas o substituto equivalente
xistência dessas fronteiras, em curto es- do produto que ele precisa, mas sim
paço de tempo. “É na direção do novo e a nova aplicação que substituiu a an-
do não tradicional que todo associado terior, como por exemplo economia de
da ABREME deve monitorar, de forma a energia e aumento de funções. Hoje
crescer ou mesmo manter o seu negó-
cio”, recomenda.
Para o executivo, algumas tendên-
cias são muito claras, como a adoção Considerando a carência de
infraestrutura do Brasil, e a
da modalidade de comércio eletrônico.
modernização por qual a indústria
“Na Dinamarca, por exemplo, oitenta deve passar nos próximos anos, o
por cento das vendas já utilizam esse mercado é muito promissor.
canal”, ilustra. ROBERTO PAYARO | NORTEL

potência 19
matéria de capa RUMOS DA DISTRIBUIÇÃO

em projetos de iluminação e controles Com tudo isso, Hervé acredita que custos financeiros e equipe comercial.
de eficiência energética -, seja na ven- haverá cada vez mais concentração no Trata-se de uma evolução da relação de
da programada através da previsão de mercado. “O cliente não quer ter de parceria existente hoje no mercado en-
consumo dos clientes”. comprar seu material elétrico de mui- tre distribuidores e fabricantes”, conclui.
Para Hervé Salmon, o mercado brasi- tos distribuidores, e o fabricante quer O depoimento do executivo Deoda-
leiro de distribuição/revenda de material se concentrar na fabricação, reduzindo to Taborda Vicente, que acumula gran-
elétrico tem se profissionalizado nos últi- seus custos de armazenagem e distribui- de experiência envolvendo o setor ele-
mos anos, com logística de ponta, sistemas ção. Num mercado cada dia mais trans- troeletrônico de Portugal e da Espanha,
de informática de primeiro mundo e capa- parente e com margens pressionadas, a permite extrair alguns aprendizados a
citação cada vez maior dos profissionais. produtividade e a eficiência serão fun- respeito do que acontece em mercados
Conforme observa o executivo, a damentais para o distribuidor”, destaca. mais evoluídos.
chegada dos mercados virtuais está Retornando ao tema ‘venda dire- Conforme destaca o atual Managing
obrigando a distribuição/revenda a de- ta’, o CEO da Sonepar alerta os lojistas Director da fabricante Weidmüller para
finir de maneira clara qual o valor que que estejam preparados para ampliar o Brasil, América Latina e Portugal, o
ela agrega ao produto: disponibilidade sua presença junto aos clientes finais: Brasil, por suas dimensões continentais,
imediata, crédito, prazo de pagamento “Existe em nosso País uma grande opor- grande número de fabricantes locais e
e número de itens em estoque ou... so- tunidade para que o distribuidor possa quase inexistência de fiscalização so-
mente preço baixo. Vale frisar que cada atender uma fatia muito maior das ven- bre a comercialização de produtos sem
vez mais o cliente está se dotando de das hoje realizadas diretamente pelos qualidade e sem certificação, não tem
ferramentas para avaliar o desempenho fabricantes, evitando duplicidade de in- muitos pontos de comparação com Por-
do seu distribuidor/revenda. vestimentos em armazenagem, logística, tugal e Espanha.

Foto: ShutterStock

20 potência
De acordo com ele, hoje, na Euro-
pa, é praticamente impossível a venda Neste, como em outros mercados,
de um produto elétrico contrafeito ou
que não tenha todas as homologações, sobreviverão os mais fortes e
e nenhuma instalação elétrica entra em
funcionamento sem vistoria de uma en-
aquelas empresas com mais
tidade certificadora independente. Estes
fatores, prossegue Deodato, contribuí-
capacidade de adaptação a um
ram em grande parte para a elevação
da qualidade dos produtos usados e das
mundo em grande mudança.
instalações elétricas.
Para o executivo da Weidmüller, ain- são de longo prazo e de estabeleci- dade de adaptação a um mundo em
da há muito trabalho a ser feito no Bra- mento de parcerias, uma consciência grande mudança”, analisa.
sil para se aproximar desse quadro, mas grande de classe e são muito organi- Outros fenômenos que estão acon-
ele demonstra otimismo: “A parte boa é zados em torno de suas associações tecendo com muita força na Europa é o
que temos muita gente altamente quali- para se defender. “No Brasil existem surgimento de novos canais de venda
ficada e preparada, temos organizações tipos muito diferenciados de distri- de material elétrico - como por exem-
de classe e temos vontade de evoluir. buidores: alguns com uma excelente plo os grandes home centers -, a ven-
Agora só falta passar à prática e elevar organização e visão de médio prazo, da pela internet e empresas de venda
o nível de profissionalismo de um setor e outros com uma visão mais base- massiva. “Estes acontecimentos estão
tão importante como o de material elé- ada no curto prazo, focados mais no a modificar muito o mercado de distri-
trico neste grande País que é o Brasil”. negócio. Neste, como em outros mer- buição elétrico e seguramente irão che-
Deodato diz também que na Eu- cados, sobreviverão os mais fortes e gar ao Brasil muito brevemente e com
ropa os distribuidores têm maior vi- aquelas empresas com mais capaci- grande força”, prevê Deodato.

A visão da indústria
A Weidmüller tem o setor de distribui- vo não tratamos os nossos distribuidores O executivo diz que a empresa
ção como um de seus pilares estratégicos, como clientes, mas sim como parceiros de procura fomentar uma relação em que
tanto em nível local, quanto global. “En- negócios”, destaca Deodato Taborda Vi- todos os agentes envolvidos sejam be-
tendemos que a distribuição é uma ex- cente, Managing Director da companhia neficiados. “A política de distribuição
tensão da nossa empresa. Por esse moti- para o Brasil, América Latina e Portugal. Weidmüller baseia-se na parceria. En-
matéria de capa RUMOS DA DISTRIBUIÇÃO

tendemos que parceria significa trans- Entendemos que a distribuição é


parência em via de mão-dupla, com o uma extensão da nossa empresa.
objetivo único de atender o cliente fi- Por esse motivo não tratamos
os nossos distribuidores como
nal em todas as suas expectativas, além
clientes, mas sim como parceiros
de fornecer as ferramentas necessárias de negócios.
para fortalecer nosso parceiro tanto DEODATO TABORDA VICENTE |
comercialmente quanto tecnicamen- WEIDMÜLLER
te, através de treinamentos e material
técnico. Sabemos que temos produtos
de excelente qualidade e altamente samos a vender soluções completas
vendáveis, e através da política de dis- para o mercado, através da nossa rede
tribuição nos tornamos também um de distribuidores profissionais autori-
fornecedor altamente rentável para o zados”, conta Deodato.
parceiro distribuidor”, comenta. Na avaliação do executivo, a deci-
Reforçando que a companhia en- são de estabelecer um sistema sólido
cara a rede de distribuição como um de parceria com os distribuidores foi
prolongamento natural de sua estrutu- acertada: “Pensamos que as crises têm uma política casual e oportunista, em
ra, Deodato explica que o objetivo da a capacidade de fortalecer as empre- relação à distribuição”.
Weidmüller é ter suas soluções acessí- sas mais dinâmicas e com maior ca- Para Deodato, existem alguns as-
veis em qualquer ponto do Brasil. Por pacidade de inovação. A política de pectos envolvendo o trabalho dos dis-
esse motivo, na política de distribuição distribuição que iniciamos há alguns tribuidores/revendedores brasileiros
da empresa estão claramente definidos anos é claramente um fator distinti- que precisam passar por um processo
critérios de seleção nacional, regional vo entre a Weidmüller e algumas das de atualização. “O conceito de parceria
e local, de modo que qualquer neces- marcas concorrentes. Temos um siste- ainda precisa evoluir. Há muitos casos de
sidade de um produto Weidmüller seja ma coerente e aceito pelas principais distribuidores com inúmeros fornecedo-
satisfeita de forma imediata e próxima. empresas deste mercado. Não desco- res, o que inviabiliza a gestão inteligen-
Segundo Deodato, a política co- brimos agora este canal, nem temos te de estoque, cria um número enorme
mercial da Weidmüller é totalmente
adaptada à distribuição. “Indicamos
Foto: ShutterStock

clientes aos parceiros preferenciais e


possuímos a política de pedido mínimo
elevado - tudo para fomentar a venda
pelo canal de distribuidores de mate-
rial eletroeletrônico”, garante. A com-
panhia comercializa praticamente toda
sua gama de produtos através da rede
de distribuição. “Aliás, temos itens que
vendemos exclusivamente pelo canal
da distribuição, como por exemplo a
nossa linha de ferramentas Red Line”,
informa o diretor.
Através dos distribuidores/reven-
dedores, a Weidmüller comercializa,
por exemplo, produtos eletrônicos
como fontes de alimentação, I/O re-
moto, switches Industrial Ethernet,
protetores de surto, relés, toda linha
de conectores, ferramentas, tomadas
industriais, entre outros itens. “Nos
últimos anos, além de produtos, pas-

22 potência
de referências e dificulta o trabalho do
vendedor na decisão de qual é a melhor
opção para vender”, avalia.
Na opinião do diretor da Weidmüller,
também irão se diferenciar dos demais
aqueles distribuidores que se antecipa-
rem às tendências de mercado, como
a Indústria 4.0 - que exige venda mais
consultiva, ou seja, a venda de uma solu-
ção, e não de uma referência -, e a entra-
da em novos nichos de mercado, como
energias renováveis e automação de edi-
fícios. “O modo como se compra atual-
mente irá mudar completamente, num
curto espaço de tempo”, alerta Deodato.
Desta forma, prossegue o executivo,
todos precisam estar atentos e prontos
para atender às novas exigências de
mercado. “Por isso a profissionalização
deve ser um dos pilares estratégicos do
distribuidor, que deve se preparar para
vender solução. Ganhar agilidade, atra-
vés da gestão inteligente de estoque,
demanda investimento, mas não deve
ser esquecida. Integração com os forne-
cedores, e-commerce, tudo isso deve ser
pensado”, enumera Deodato.

potência 23
EVENTO 1º FÓRUM ABREME

Foto: Ricardo Brito/HMNews

Sucesso absoluto
Primeiro Fórum ABREME reúne cerca de Reportagem: PAULO MARTINS

300 participantes e abre caminho para


impulsionar a relação E OS NEGÓCIOS
entre fabricantes e distribuidores de
material elétrico a novos patamares.

F
oi um sucesso a primeira edição pela Associação Brasileira dos Revende- uma salva de palmas para Daniel Tatini
do Fórum ABREME, realizado en- dores e Distribuidores de Materiais Elétri- (ex-diretor da associação e atual presi-
tre os dias 19 e 20 setembro, em cos no Hotel Meliá Ibirapuera. A segunda dente da Philips), que idealizou o projeto
São Paulo (SP). Ao longo dos dois edição do evento está prevista para 2018. de profissionalização administrativa por
dias, cerca de 300 especialistas de diversas No dia 19, logo na abertura do Fó- qual passa a ABREME.
áreas prestigiaram o Congresso e a Expo- rum, um reconhecimento especial. O di- Na sequência teve início o Congres-
sição de Produtos e Soluções organizados retor da ABREME Ricardo Daizem pediu so, sob o tema ‘Expandindo fronteiras

24 potência
para o mercado de distribuição de ma- traram palestras as seguintes empresas:
terial elétrico’. O primeiro dia do even-
to teve uma agenda executiva, voltada
ABB, Eaton, Legrand, Nexans, Philips,
Phoenix Contact, Prysmian, Schneider
Empresas
para gestores dos distribuidores e fabri- Electric, Siemens, Steck e Weidmüller. patrocinadoras
cantes de material elétrico. Ao todo fo-
ram apresentadas cinco palestras com
“Nosso objetivo, em médio prazo, é que
este dia seja o momento que os fabri- do 1º Fórum
conteúdo escolhido para conectar os
dois segmentos (veja resumo das apre-
cantes reservam no ano para apresentar
seus novos produtos, sem ter que partici- ABREME
sentações ao longo desta matéria). par de uma feira de negócios”, informa ABB
O segundo dia foi composto por uma o diretor-executivo da ABREME, Amauri Eaton
agenda técnica, voltada para as equipes Mendes Pedro.
Legrand
de vendas, marketing e compras dos dis- Paralelamente ao Fórum ABREME
tribuidores, na qual os fabricantes pude- foi montada uma exposição de produ- Nexans
ram apresentar suas novidades. Minis- tos e soluções da área eletroeletrônica Philips
e do segmento de iluminação. Logo ao Phoenix Contact
se aproximar do espaço destinado ao
Prysmian
Perfil Congresso era possível ver os estandes
das empresas, que levaram amostras Schneider Electric
Congresso teve uma agenda
executiva, voltada para gestores de produtos e catálogos para transmi- Siemens
dos distribuidores e fabricantes tir conhecimento e orientação técnica Steck
de material elétrico, e palestras
aos presentes. Participaram da expo- Weidmüller
técnicas, voltadas para as equipes
de vendas, marketing e compras sição os seguintes fabricantes: Condex
dos lojistas.
Foto: Ricardo Brito/HMNews

potência 25
EVENTO 1º FÓRUM ABREME

Fotos: Ricardo Brito/HMNews


Relacionamento
Durante intervalos, participantes
puderam fazer networking e rão implementadas na próxima edição”, teúdo e ações concretas a serem imple-
visitar a exposição de produtos comenta o diretor-executivo da ABREME. mentadas, aprofundando o trabalho”. De
que contou com a participação Amauri adiantou uma novidade que acordo com o executivo, a segunda edi-
de dez fabricantes. poderá ser colocada em prática já na se- ção do Fórum ABREME deverá ser reali-
gunda edição do Fórum: “Aliada às apre- zada no primeiro semestre de 2018, pois
sentações, iremos promover discussões tradicionalmente no mês de dezembro
Cabos Elétricos, General Cable, Heller- em grupo dos temas para gerarmos con- acontece a cerimônia de entrega do Prê-
mannTyton, Ledvance, Philips, Phoenix mio ABREME. “Queremos ter um grande
Contact, Prysmian, Scame Electrical So- evento a cada semestre”, justifica.
lutions, Siemens e Wetzel.
A ABREME fez uma avaliação positiva
Empresas
desta edição pioneira do Fórum. “Como
primeira iniciativa, tivemos um grande
expositoras
aprendizado. Estamos bastante realiza- do 1º Fórum
dos com o resultado, pois conseguimos
atrair o público apresentando um conte- ABREME
údo de qualidade. Entendemos que isto Condex Cabos Elétricos
irá atrair mais participantes no próximo
General Cable
ano”, analisa Amauri Mendes Pedro.
HellermannTyton
A associação ainda irá realizar uma
pesquisa de satisfação junto aos partici- Ledvance
pantes, mas o feedback obtido no pró- Philips
prio dia do Fórum indica que o evento Phoenix Contact
foi aprovado pelos presentes. “O retorno Prysmian
foi altamente positivo, tanto do público Scame Electrical Solutions
quanto dos apresentadores e dos expo- Siemens Amauri Mendes Pedro
sitores. É claro que também vemos mui- Wetzel | diretor-executivo da
tas oportunidades de melhorias que se- ABREME

26 potência
EVENTO 1º FÓRUM ABREME

buidores de Material Elétrico) e um O executivo destacou que a presen-


dos palestrantes, o 1º Fórum ABREME ça de João Bencatel, representando a
foi “excelente”. EUEW, foi muito importante para trans-
Como pontos positivos, ele desta- mitir a realidade do mercado europeu e
cou principalmente o bom número de também uma visão mais ampla do que
participantes, a organização como um está acontecendo no setor de distribui-
todo e o ritmo do evento. Como pos- ção em nível global. Para os próximos
síveis incrementos para uma próxima encontros, Deodato sugere uma dis-
edição, ele sugeriu um modelo que cussão mais ampla entre todos os par-
permita haver mais intervenção dos ticipantes, “onde os temas de interesse
presentes e maior número de partici- comum possam ser debatidos em maior
pantes. No geral, a avaliação do exe- profundidade e com tempo”.
cutivo português foi positiva: “Deixo O diretor da Weidmüller citou ain-
Fotos: Ricardo Brito/HMNews

uma palavra de grande reconhecimento da alguns temas que gostaria de ver


e parabéns à direção da ABREME e em abordados nas próximas edições do
particular ao meu novo amigo Amau- Fórum: aumento da qualidade das ins-
ri Mendes Pedro, que fez um excelen- talações elétricas, combate à importa-
Ricardo Daizem |
diretor da ABREME te trabalho neste desafio de organizar ção/fabricação de produtos falsificados
um primeiro Fórum”, finalizou. Deoda- e sem qualidade, melhoria da parceria
to Taborda Vicente, Managing Director entre distribuidores e fabricantes, no-
Os participantes ouvidos pela re- da Weidmüller para o Brasil, LATAM e vas oportunidades de negócio e como
portagem elogiaram o Fórum ABREME Portugal fez uma avaliação bastante enfrentar as novas formas de comercia-
e aproveitaram para fazer sugestões positiva do evento: “Pela primeira vez lização de material elétrico por novos
para as próximas edições. Para João o mercado teve a possibilidade de se players. “Há muitos outros assuntos
Bencatel, vice-presidente da EUEW reunir e discutir os pontos de interes- importantes que têm de ser discutidos
(Europe Union of Electrical Wholesa- se comum entre distribuidores e fabri- de forma a fortalecer este tão impor-
lers, a Associação Europeia de Distri- cantes”. tante setor de atividade econômica”,
complementa Deodato.
João Carro Aderaldo, diretor da
Prysmian Group, aprovou a organiza-
ção geral do Fórum: “O evento foi uma
grande oportunidade para tratarmos de
temas comuns à indústria e à distribui-
ção objetivando o desenvolvimento de
nossas capacidades para atender me-
lhor ao mercado. Foi tudo muito bem
planejado e com conteúdo adequado”,
comentou.
Luis A. Valente, presidente da Ste-
ck, citou os aspectos que considerou
positivos e ofereceu sugestões que a
seu ver podem incrementar o evento:
“Foi uma primeira iniciativa muito váli-
da, que nos possibilitou alguns pontos
de reflexão para uma melhora futura. Vi
com certo ceticismo a exposição e acre-
dito que seja possível fazer o evento em
um só dia, reservando a manhã para os
executivos e a tarde para os distribui-
dores”, opinou.

28 potência
Europa valoriza relacionamento
A primeira edição do Fórum ABREME teve um convi- Entre os principais desafios da entidade para o futuro
dado ilustre: o português João Bencatel, atual vice-pre- destacam-se a intenção de organizar convenções gerais
sidente da EUEW (Europe Union of Electrical Wholesalers, bem-­sucedidas que venham a interessar tanto aos dis-
a Associação Europeia de Distribuidores de Material Elé- tribuidores quanto aos convidados e a necessidade de
trico) e diretor da distribuidora Electro Rayd, de Portugal. contribuir para levar informação aos membros da EUEW
Fazendo uso de sua ampla experiência envolvendo a e atacadistas a respeito do processo de digitalização que
área de material elétrico, o executivo transmitiu aos pre- está em implantação no mundo todo.
sentes um panorama geral do mercado europeu na atuali- Outros objetivos da EUEW são: defender os interesses
dade e falou sobre as perspectivas do setor. (veja matéria dos atacadistas de material elétrico junto aos órgãos de
com o executivo na próxima edição da revista Potência). decisão e às instituições da União Europeia; formular a po-
Inicialmente Bencatel falou sobre o modelo de cons- sição dos distribuidores no que diz respeito às declarações
tituição da EUEW. O Conselho de Administração da enti- oficiais das associações de instaladores e fornecedores; e
dade é composto pelo presidente, dois vice-presidentes, fazer lobby por uma maior e melhor fiscalização do mercado
tesoureiro, secretário-geral e dois delegados de cada as- (a fim de estimular a legalidade e a qualidade no mercado).
sociação-membro. Bencatel falou também sobre a relação entre os dis-
Fundada em 1955, a EUEW contabiliza hoje 15 países tribuidores e fornecedores de material elétrico. A ideia
participantes, representados por suas associações nacio- é melhorar as relações de trabalho existentes entre as
nais: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, partes, estabelecendo uma comunicação mais direta e
França, Holanda, Hungria, Itália, Noruega, Polônia, Por- frequente entre organizações, e lutar em conjunto por
tugal, Reino Unido, Suécia e Suíça. uma indústria melhor e mais forte.
A EUEW tem como meta unir os atacadistas de ma- Por fim o executivo comentou sobre o papel das as-
terial elétrico europeus. Entre os objetivos, destacam-se sociações empresariais e as vantagens do associativismo
a intenção de promover esses players como a principal empresarial. Segundo Bencatel, uma associação exerce
via para o mercado e defender seus interesses. um papel crítico no estabelecimento de boas práticas,
Outra preocupação é estabelecer um fórum para a educação, liderança da indústria e normas técnicas aos
troca de ideias e informações acerca das atividades, in- quais a indústria adere. Desta forma, prossegue ele, fazer
teresses, mercados e possíveis problemas, além de dis- parte de associações é crucial para empresas que procu-
ponibilizar uma plataforma para a investigação de temas ram estar envolvidas e tomar uma posição de liderança
econômicos, sociais e legais de interesse dos lojistas. naquilo que impulsiona cada atividade.
Como principais forças envolvendo a atuação da Quanto às vantagens de participar das associações
EUEW, Bencatel cita os mais de 60 anos de experiência empresariais, o porta-voz da EUEW citou os seguintes
da entidade; o grande alcance na benefícios: promoção do desen-
União Europeia (13, dos 28 esta- volvimento de procedimentos e
dos-membros, estão representa- boas práticas que criam a base
dos na EUEW) e a sólida situação para o estabelecimento de pa-
financeira. Como pontos fracos drões; permite a obtenção de
ele citou a limitação regional à dados, informações, apoios finan-
União Europeia; estrutura admi- ceiros e incentivos para eventos,
nistrativa limitada e número de publicações de investigação, etc.;
membros em estagnação. Já as existência de uma voz coletiva
oportunidades residem no fato pela indústria no que diz respeito
de que não existe no momento a questões de regulação e políti-
uma associação global de ataca- cas; e promoção de cultura asso-
distas de material elétrico e há a ciativa na defesa dos interesses
possibilidade de reconfiguração comuns ao desenvolvimento sus-
da proposta de valor para atrair tentado da atividade atacadista
potenciais membros. e da sua associação.
Foto: Ricardo Brito/HMNews

potência 29
EVENTO 1º FÓRUM ABREME

Perspectivas para a economia brasileira


A maior recessão da história do País foi o tema da pales- um todo está enferrujada. Isso vai fazer com que o País
tra apresentada por Marcela Kawauti, economista-chefe cresça menos. Vamos crescer menos nos próximos anos
do SPC Brasil. Após um longo período de crise, a impres- do que a gente crescia na pré-crise”, adianta.
são que se tem é a de que paramos de piorar, e finalmente Um grande problema é que, com a recuperação lenta,
começamos a sair do profundo poço nos qual estávamos. o nível de desemprego também deve demorar para dimi-
São vários os sinais positivos que começam a apare- nuir. Afinal, há muita mão de obra para ser absorvida -
cer: intenção de ajustes e votação de reformas; aumento mais de 13 milhões de pessoas. Segundo dados do gover-
da confiança; inflação controlada; juros em queda e re- no, em julho, houve 36 mil contratações. Ou seja, nesse
tomada da atividade (contratações e varejo). ritmo, serão precisos por volta de 32 anos para absorver
Entretanto, Marcela observa que a economia está ‘en- o total de desempregados.
ferrujada’, o que prejudica o crescimento à frente. Ela com- Uma boa notícia é que o endividamento das famílias
para a situação do Brasil aos carros dos anos 80 movidos a recuou. Por outro lado, os níveis de inadimplência perma-
álcool: quando ficavam parados ou expostos a baixa tempe- necem elevados. Em agosto deste ano, havia 59 milhões
ratura, era necessário ligar o afogador de inadimplentes no País.
para ajudar o motor a ‘pegar’. Existem ainda outras ameaças à
Da mesma forma, compara a exe- recuperação econômica, como as vi-
cutiva do SPC, para crescer de fato, radas políticas e os possíveis efeitos
o País precisará fazer exercícios para das ações do governo Trump e da saí-
‘desenferrujar’ suas fábricas e também da do Reino Unido da União Europeia.
estimular o capital humano que esteve Sem tempo (nem dinheiro) a per-
desempregado ou fora de sua área de der, o empresário precisa se adaptar,
origem - portanto, fora de ritmo. conforme recomenda Marcela. É pre-
Mas afinal, vamos nos recuperar? ciso ter foco no cliente, buscar vendas
Sim, mas a passos de tartaruga, confor- mais seguras, maior nível de eficiência
me define Marcela. “A economia como e investir em inovação.

Aprendendo a administrar preços


Em sua palestra sobre o tema ‘Pricing’, Frederico produtos e serviços oferecidos; 2) definição do método de
Zornig, sócio-diretor da QuantiZ Consultoria Empresa- formação de preços adequado e posicionamento de preços
rial, citou definição de uma das maiores autoridades mun- para os produtos e serviços; 3) execução - através de políticas
diais em marketing, Philip Kotler, para quem ‘preço é o comerciais alinhadas com seus objetivos, faça a implemen-
elemento do marketing mix que gera receita; os outros tação de seus preços no mercado; 4) administração - defina
produzem custos’. Estratégia de preço, por sua vez, con- o responsável para a gestão de preços dentro da empresa e
siste em um plano estabelecido com base na percepção limites/alçadas de descontos, pensando também em incen-
de valor de consumidores ou clientes e gerenciado atra- tivos de vendas adequados e 5) monitoramento e sistemas
vés de um processo eficaz, com o objetivo de maximizar de suporte - faça a adequação de sistemas e indicadores de
a lucratividade de uma empresa. desempenho para suportar as iniciativas de preços.
Zornig prossegue dizendo que a questão do preço en- Para finalizar, Zornig destaca que o tema ‘pricing’ pode até
volve um processo dinâmico e multidisciplinar, que passa parecer fácil, mas trata-se de um processo complexo de gestão
por diversas áreas. A gestão de preços interna das empresas, envolvendo mui-
deve ser centralizada, sendo necessá- tas áreas, informações, produtos, clientes,
rio olhar o processo como um todo. etc. Entre as recomendações do especia-
Segundo o especialista, a gestão de lista está a segmentação dos clientes e
preços passa por cinco etapas: 1) defini- a necessidade da empresa acompanhar
ção da estratégia de preços baseada nos seus resultados, se valendo inclusive de
objetivos da empresa e alinhada com KPIs (indicador de desempenho).
Fotos: Ricardo Brito/HMNews

30 potência
EVENTO 1º FÓRUM ABREME

Estágios do mercado consumidor


Alberto Englert, engagement director da Goldratt padrão de marcas e falta de rastreabilidade de itens.
Consulting, detalhou os quatro estágios do mercado O Contrato de fornecimento (básico) caracteriza-se
consumidor industrial: Compra spot sem qualificação de por: preço competitivo - contratos de longo prazo, lead
fornecedores, Compra spot com qualificação de fornece- time de compras curto, poucos fornecedores - nível de
dores, Contrato de fornecimento (básico) e Contrato de serviço adequado > 90%, padrão de marcas - gestão de
fornecimento (conveniência). portfólio - redução de SKUs, suporte técnico e rastreabi-
A modalidade Compra spot sem qualificação de lidade de itens.
fornecedores tem as seguintes características: menor O Contrato de fornecimento (conveniência), por sua
preço a qualquer custo, lead time de vez, envolve preço competitivo - con-
compras longo, baixo nível de servi- tratos de longo prazo, conveniência (e-
ço, muitos fornecedores com baixa -commerce, vending machines, factory
representatividade, pouco padrão store), multicanais de compra, lead
de marcas e falta de rastreabilida- time de compras curto, poucos forne-
de de itens. cedores - alto nível de serviço > 95%,
Já a Compra spot com qualifica- padrão de marcas - gestão de portfó-
ção de fornecedores destaca-se por: lio - redução de SKUs, rastreabilidade
preço baixo a qualquer custo, lead de itens e suporte técnico. Para fina-
time de compras longo, nível mé- lizar, o executivo falou sobre as ferra-
dio de serviço, muitos fornecedores mentas que podem ajudar a planejar
com baixa representatividade, pouco melhor o negócio.
Foto: Ricardo Brito/HMNews

A experiência do setor farmacêutico


Com 17 anos de experiência na área de supply chain, diversas áreas do negócio. Assim, os departamentos da
o engenheiro eletrônico industrial Luiz Roberto Cunha, empresa conhecem a importância dos processos em ou-
da Boston Scientific, companhia especializada em solu- tras divisões da companhia, permitindo maior interação e
ções médicas, falou sobre temas pertinentes à rotina do melhor compreensão das responsabilidade que cada uma
setor de operações. possui e o que pode ser melhorado.
Primeiramente ele traçou um panorama geral do seg- O processo padrão de S&OP envolve a implantação
mento farmacêutico, e, na sequência, destacou que me- de cinco etapas básicas: 1) atualização de dados (ocor-
lhorar a cadeia de fornecimento pode proporcionar a mi- rendo após o fechamento das vendas); 2) Planejamento
lhões de pessoas o acesso mais seguro e mais fácil aos de demanda (processo de previsão para vendas); 3) Pla-
cuidados de saúde, reduzir custos e proporcionar novas nejamento e oferta de produção e estoque versus plano
fontes de receita para os fabricantes. de vendas; 4) Post-morten (discussão da distância entre
Segundo Cunha, para transformar a cadeia de supri- o planejamento da demanda e as vendas) e 5) Reunião
mentos, é necessário um esforço integrado e holístico final (formalização do processo, para planejamento e di-
entre as áreas, e a aplicação do chamado S&OP (Sales vulgação fechada).
and Operations Planning) é visto como um bom começo. Como considerações finais, Cunha observa que o trans-
S&OP é um processo de gestão empresarial integrada porte tem um papel crucial no custo da logística e não
através do qual a equipe de liderança alcança continua- existe um único sistema logístico capaz de ‘fazer tudo’
mente o foco, alinhamento e sincronização entre todas as muito bem. O especialista ressalta que somente com uma
funções da organização. O objetivo principal do S&OP é boa coordenação e participação efetiva entre cada compo-
estruturar a empresa para gerar planos de vendas, plano nente é possível alcançar o benefício ao máximo - sendo
de produção e estoque, finanças e introdução de novos necessários, inclusive, o suporte e a participação da alta
produtos. Visa também melhorar a comunicação entre as gerência da organização.

32 potência
Mercado Subestações

Manutenção
de Subestações
Objetivo do serviço é garantir a confiabilidade do sistema
elétrico, maximizar os aspectos de segurança da instalação
e minimizar as falhas dos componentes. Para tanto, deve ser
bem planejada e executada segundo critérios de engenharia.

Reportagem: Clarice Bombana


Ilustração: ShutterStock

Subestação

34 potência
A
lém das concessionárias, indústrias e outros empreendi-
mentos de maior porte mantêm sua própria subestação
de energia (SE). Essa é uma estrutura vital para o funcio-
namento de qualquer estabelecimento e, portanto, exige
todo cuidado por parte dos administradores e operadores desses sis-
temas. É preciso estar atento constantemente à qualidade e eficiência
dos equipamentos, bem como às normas técnicas e aspectos de segu-
rança. Daí o serviço de manutenção das subestações de média tensão
ser tão importante dentro de um ambiente competitivo e sustentável.
O termo “média tensão” aplica-se a sistemas de distribuição de
energia com tensões entre 1 e 36,2 kV. A conexão em média tensão
de um acessante à rede elétrica de uma concessionária é sempre
realizada por meio de uma subestação de MT, chamada de subesta-
ção primária. Dependendo de algumas características como tensão
nominal, nível de curto-circuito, localização com relação à carga, a
instalação do acessante também pode incluir subestações adicio-
nais chamadas de subestações secundárias.
As principais funções de uma subestação de média tensão
são: conexão com a rede da concessionária; transformação
dos níveis de tensão de média para baixa; proteção geral da
instalação do usuário; e medição do consumo de energia.
As subestações de média tensão têm como principal
função suprir a demanda de energia requerida pela
cadeia do processo produtivo de uma empresa, ali-
mentando máquinas, instrumentos e equipamen-
tos. Em geral, transformam níveis de tensão de
1 a 36,2 kV para níveis mais baixos, 440, 380
ou 220 V, próprios para serem distribuídos
dentro das instalações prediais ou fabris.
“A função de uma subestação é garantir
a distribuição de energia ao estabele-
cimento do cliente, com segurança e

potência 35
Mercado Subestações

confiabilidade. Sua funcionalidade en-


volve seccionar/segregar o consumo do
cliente para diferentes alimentadores e
cargas, de forma que aumente a flexi-
bilidade de uso e operação da energia
elétrica”, complementa Felipe Massao
Futugawa, engenheiro eletricista de
Vendas e Serviços para Equipamentos
de MT e BT da Siemens.

Foto: ShutterStock
O parque instalado de subestações
no Brasil tem uma idade média de 25
anos, com algumas subestações com
mais de 30 anos em operação. Para saber de médio e grande porte, com consumo Em geral, as subestações de MT são
o tamanho atual do parque instalado, é de energia acima de R$ 12 mil/mês. Nos compostas por cubículos ou painéis elé-
preciso considerar que cada cliente, seja setores industriais como metalurgia, óleo tricos (preferivelmente resistentes a arco
uma indústria, hotel, hospital ou shop- e gás, mineração, papel e celulose, quí- interno), com disjuntores e chaves seccio-
ping center, possui este tipo de instalação, mica e farmacêutica, automobilística, ali- nadoras, dispositivos de proteção (relés),
além das subestações de média tensão mentícia, sucroalcooleira, transporte (em equipamentos e dispositivos de medição,
das concessionárias de todo o Brasil. A especial aeroportos e infraestrutura ferro- além de banco de baterias e retificado-
engenheira Vera Angela Graziano Finoti, viária) aplicam-se subestações primárias res, UPS, sistema de alarme e incêndio,
diretora Comercial da fabricante Gimi, es- e secundárias. O mesmo vale para as con- climatização. Os painéis são conectados
tima que as subestações conectadas ao cessionárias de geração e distribuição de por cabos ou barramentos a transforma-
sistema primário (classes de 15, 24 e 36 energias convencionais e renováveis. No dores de potência, que podem ser isola-
kV) estão em torno de 30 mil. setor de serviços, grandes hotéis, hospi- dos a seco ou isolados a óleo, os quais,
As subestações de média tensão es- tais, shoppings e data centers, em geral, por sua, vez são ligados a painéis de
tão instaladas em todos os consumidores possuem subestações secundárias. baixa tensão.

A Manutenção
O principal objetivo da manuten- ma, maximizar os aspectos de segurança De acordo com Fabrício Bruschi, ge-
ção numa subestação de média tensão da instalação e minimizar as falhas dos rente da unidade de Serviços de Subes-
é garantir a confiabilidade desse siste- componentes. Para tanto, deve ser bem tações da ABB Brasil, a manutenção das
planejada e executada segundo crité- subestações não pode ser baseada ape-
rios de engenharia. “Uma manutenção nas no intervalo de tempo e na lista de
Foto: Divulgação

adequada, realizada conforme procedi- atividades padrão. “Uma manutenção


mentos do fabricante e normas vigen- correta, entre outros fatores inerentes à
tes, garante que a subestação opere de cada instalação, deve levar em conside-
forma programada, aumentando a con- ração o tempo de uso dos equipamentos,
fiabilidade do sistema e a vida útil dos o histórico de falhas, a capacitação do
equipamentos, ao mesmo tempo em que usuário nas pequenas intervenções coti-
diminui o risco de paradas emergenciais dianas e a condição de uso do sistema.”
e, por consequência, o risco de aciden- Os serviços de manutenção em su-
tes”, alerta Futugawa. bestações de MT devem seguir o correto
planejamento de intervenções, com ve-
rificações mecânicas das peças móveis,
inspeções periódicas visual, termográfi-
Serviços em eletricidade
ca e ultrassom, coleta de fluidos isolan-
devem seguir à risca os
preceitos da NR 10. tes (óleo dos transformadores), medição
VERA FINOTI | GIMI da resistência do isolamento, verificação

36 potência
dos EPIs segundo os prazos de validade, Manutenção deve levar em
limpeza geral, acompanhamento dos re- consideração aspectos como
tempo de uso dos equipamentos e
sultados, atuação preditiva (com base,
histórico de falhas.
por exemplo, em histórico de eventos e FABRÍCIO BRUSCHI | ABB
oscilografias), realização de testes peri-
ódicos e até intervenções mais intrusivas
para correção de defeitos.
Esses serviços, normalmente, são Cada equipamento de uma subesta-
prestados por empresas especializadas ção de média tensão possui uma orien-
e fabricantes de equipamentos de mé- tação de manutenção diferente, traçada
dia tensão, pois requerem um conheci- previamente pelo fabricante. Porém, é
mento técnico amplo dos equipamentos importante que haja um plano contínuo
instalados (periodicidade de manuten- de intervenções preestabelecidas pelo
ção) e das normas vigentes. Grandes operador para que a subestação possa

Foto: Divulgação
plantas industriais e estabelecimentos operar com segurança e confiabilidade.
comerciais, às vezes, possuem equipe Pode-se adotar como metodologia
própria para executar os serviços de ma- para o escopo de serviços o plano de
nutenção. “O trabalho de manutenção manutenção com base no tempo (TBM - da Substation Care, que permite anali-
em uma subestação exige know-how Time Based Maintenance), com base na sar o caso de cada cliente com base em
específico dos equipamentos a serem condição (CBM - Condition Based Main- dados estatísticos no que tange à supor-
manuseados. Portanto, é um mercado tenance) ou centrado na confiabilidade tabilidade dos equipamentos e às princi-
dominado por fabricantes e empresas (RCM - Reliability Centered Maintena- pais falhas ocorridas em cada condição e
do ramo, as quais possuem ferramentas, ce). A ABB, fabricante de subestações e situação de uso, de forma a determinar
equipamentos e colaboradores especia- também fornecedor de serviços de ma- o plano de manutenção mais eficiente.
lizados para cada tipo de equipamento”, nutenção, faz uso de uma ferramenta, Os serviços de manutenção devem
reforça Felipe Futugawa. provida por um banco de dados, chama- ser oferecidos por empresas com regis-
tro no Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia (CREA) e, que tenham em
Foto: ShutterStock

seu quadro, profissionais tecnicamente


habilitados e registrados para a atividade
correspondente. De acordo com Bruschi,
a qualificação desses profissionais deve
considerar aspectos específicos de manu-
tenção e abranger certificados adicionais,
em decorrência do perfil de trabalho em
sistema elétrico, tais como NR 10, SEP, NR
35, NR 33, etc. “Vale lembrar que, além
da habilitação junto ao CREA, a empre-
sa prestadora de serviço deve possuir o
registro junto à Receita Federal com o
código de Classificação Nacional de Ati-
vidades Econômicas (CNAE), coerente
com o serviço ofertado. E caso o prove-
dor da manutenção não seja especialista
nos produtos, deve fazer os treinamentos
junto aos respectivos fabricantes”, deta-
lha o executivo da ABB.
As estatísticas mostram que 60%
das fatalidades em trabalhos elétricos
são causadas por falta de conhecimento

potência 37
Mercado Subestações

sobre o produto e sobre sua operação, in-

Foto: Divulgação
forma a ABB. Portanto, inúmeros cuidados
devem ser considerados durante a manu-
tenção de uma subestação. O principal e
mais importante é garantir a segurança
dos profissionais envolvidos na operação
e manutenção do sistema, visto que ma-
nobras indevidas podem provocar danos
graves em virtude do ambiente energi-
zado. “Para tanto, é necessária a análise
antecipada das atividades por um técnico
de segurança que tenha experiência nes-
te tipo de serviço, assim como a partici-
pação ativa da equipe na identificação e
mapeamento dos riscos em potencial. O
check list compreende definição do esco-
po, análises dos riscos envolvidos, verifica- Manutenção adequada é capaz
ção dos esquemas elétricos atualizados, segurança de cada cliente, entre outros. de aumentar a confiabilidade
levantamento das pessoas envolvidas, dos Não esquecer que serviços em eletricida- do sistema e a vida útil dos
equipamentos.
hospitais próximos, telefones de contato, de devem seguir à risca os preceitos da
EQUIPE SIEMENS
etc.”, lista o gerente da ABB. NR 10”, relembra Vera Ângela.
Depois, é primordial que o prestador É bom reforçar que uma manuten-
de serviços esteja bem suportado por ção adequada pode identificar previa- de falta de manutenção: relé de pro-
instrumentos modernos e técnicos expe- mente um problema futuro no equi- teção com ajuste inadequado, estudos
rientes, capazes de executar uma análise pamento. Consequentemente, eventu- elétricos desatualizados, painéis elé-
detalhada dos resultados obtidos nos tes- ais falhas ou intermitências nos equi- tricos e seus dispositivos internos com
tes e ensaios realizados no sistema, assim pamentos de uma subestação podem desempenho abaixo do prescrito pelo
como saber realizá-los com segurança. “E ser corrigidas/reparadas antes que elas fabricante, equipamentos em final de
mais uma vez: seguir os procedimentos provoquem paradas indesejadas, riscos vida, mas que não foram identificados
do fabricante do equipamento, seguir as de acidentes, desperdício de energia e por inexperiência e/ou desconhecimento
normas vigentes, seguir as orientações de perda de produtividade. Alguns sinais do mantenedor.

Os fornecedores
A Siemens oferece diversos serviços A ABB possui uma extensa gama previstos nas normas técnicas vigentes,
para o segmento de média tensão: desde de produtos, soluções turnkey e servi- incluindo o arco interno.
inspeções e manutenção em painéis (iso- ços para subestações de média tensão, A principal tendência apontada nes-
lados a ar e a gás SF6) e retrofit de disjun- que compreendem cubículos, equipa- ta área é a digitalização de subestações
tores. Os retrofits são realizados em painéis mentos para uso em cubículos ou ao de energia, a fim de aumentar a produ-
de qualquer fabricante. Ademais, a empre- tempo, sistemas de proteção, controle e tividade, a funcionalidade e a confiabi-
sa oferece ampliações de painéis, tanto supervisão, transformadores de potência lidade dos ativos, reduzindo impactos
Siemens quanto de outros fornecedores isolados a óleo e a seco, painéis de bai- e melhorando a segurança. Na prática,
também. “Para nós, o mercado de serviços xa tensão, bem como um corpo técnico as subestações digitais integram infor-
para média tensão é significativo e só ten- capacitado a analisar e propor soluções mações e tecnologias operacionais, reu-
de a crescer nos próximos anos. Além do de engenharia para as mais adversas nindo o equipamento da subestação pri-
desenvolvimento técnico em si, buscamos condições em subestações ou sistemas mária com os controladores e softwares,
sempre prover suporte adequado a todos de energia. A Gimi, por sua vez, trabalha que por sua vez, permitem que a rede
os nossos painéis descontinuados, de for- com subestações blindadas até 36 kV, reaja às mudanças rápidas na oferta e
ma que não haja deficiência no atendimen- com seccionamento a ar e a SF6, todas demanda, além de monitorar as condi-
to de nossos clientes”, avalia Futugawa. com as devidas certificações e ensaios ções dos ativos vitais.

38 potência
DESTAQUE Painéis elétricos

40 potência
Especificação
cresce
Adoção de requisitos de
resistência a arcos internos
vem se intensificando nos últimos
anos, deixando de ser privilégio
das especificações mais exigentes
de indústrias e processos
de primeira linha.

Reportagem: Clarice Bombana

O
arco elétrico ou arco voltaico é resultante da passagem de uma cor-
rente elétrica com a ruptura do dielétrico (colapso do isolante) em
uma instalação, produzindo uma descarga de plasma e gás ionizante,
em meio normalmente isolante tal como o ar. Normalmente, inicia-se
com um curto-circuito causado por algum objeto que, devido às altas temperatu-
ras geradas durante o evento, funde-se e é eliminado.
São muitas as causas do arco elétrico, mas as principais ocorrências, dentro
de conjuntos de manobra e controle em invólucro metálico, são ocasionadas por
pequenos animais, ferramentas deixadas durante manutenções, descargas par-
ciais, poluição sobre superfícies isolantes e, preponderantemente, manobras de
inserção e extração de disjuntores ou contatores com mecanismos defeituosos.
Um conjunto de manobra e controle em invólucro metálico ou painel elé-
trico resistente a arco interno caracteriza-se pela capacidade que tem de su-
portar as pressões e temperaturas oriundas de arcos elétricos internamente à
sua carenagem externa, enquanto os ditos “convencionais” não resistem às
Foto: Shutterstock

pressões e explodem projetando partes, peças e gases quentes em todas as


direções, inclusive sobre os operadores.

potência 41
DESTAQUE Painéis elétricos

Painéis resistentes aos efeitos de


arcos internos, normalmente, possuem
características de fechamento e veda-
ção diferenciadas, pois seus invólucros
devem suportar as sobrepressões gera-
das pelo fenômeno. Podem ainda pos-
suir meios de extinguir rapidamente um
arco ou limitar seus efeitos a uma área
definida. Evidentemente que, conjuntos
resistentes aos arcos internos são muito
mais robustos, pois contam com diver-
sos sistemas de reforços estruturais, nas
portas e fechamentos.
Segundo a NBR-IEC-62271-200,
todos os conjuntos de manobra e con-
trole em invólucro metálico acessíveis
para operação devem ser resistentes
a arco interno, de modo a proteger os
operadores dos graves efeitos térmicos
e mecânicos oriundos desse tipo de fe-
nômeno. “Devem ser adotados em todas
as instalações elétricas independente da
aplicação. O painel à prova de arco in- elétrico”, acrescenta Marcel Serafim, equipados com seccionadoras em
terno salva vidas, reduz drasticamente gerente geral da linha Thomas&Betts SF6 e os barramentos e outros equi-
custos com problemas de infraestrutura da ABB Brasil. pamentos isolados a ar.
e aumenta a confiabilidade do sistema Existem muitos recursos que tornam ✦ Conjuntos compactos integrais em
um painel resistente aos efeitos de arcos SF6.
Foto: Divulgação

elétricos. Há painéis que recebem iso- ✦ Conjuntos de manobra e controle do


lações especiais em determinadas par- tipo primário, destinados usualmen-
tes condutoras, reforços em dobradiças te às grandes instalações industriais,
e estruturas e até mesmo painéis com subestações de subtransmissão e
recursos de captação e direcionamento distribuição de energia, caracteriza-
para extinção dos arcos internos. dos por disjuntores extraíveis.
Grosso modo, quatro tipos de conjun- Segundo Vera Ângela Graziano Fino-
tos ou equipamentos para este fim po- ti, diretora Comercial da Gimi, no mer-
dem ser percebidos no mercado. São eles: cado predial e industrial leve, as vede-
✦ Conjuntos semicompactos, equipa- tes são os cubículos compactos mistos a
dos com seccionadoras convencio- SF6, que correspondem à grande massa
nais isoladas a ar. de ofertas dos fabricantes nacionais e
✦ Conjuntos compactos mistos a SF6, multinacionais.

Normas e Qualidade
A adoção de requisitos de resistên- proteção que proporcionam o restabele-
O painel à prova de arco cia a arcos internos vem se intensificando cimento do conjunto após a remoção da
interno salva vidas, reduz custos
nos últimos anos, deixando de ser privi- área afetada e execução de ensaios adi-
com problemas de infraestrutura
e aumenta a confiabilidade do légio das especificações mais exigentes cionais de isolação em campo.
sistema elétrico. de algumas indústrias e processos de pri- Para o escopo de painéis de média
Marcel Serafim | ABB Brasil meira linha. Já existem diferentes tipos de tensão, a norma brasileira de referên-

42 potência
Os ensaios para as diferentes apli- elétricos e/ou serviços com eletricidade,
cações dos painéis são descritos de for- assegurando a integridade física e saú-
ma detalhada no regulamento técnico. de dos trabalhadores que atuam direta
Em geral, o processo se inicia com uma ou indiretamente no segmento elétrico.
preparação do painel objeto de ensaio, Estatísticas indicam que 90% dos
que recebe diferentes tipos de sensores acidentes relacionados a curtos-circuitos
e anteparos, que são avaliados durante acarretam consequências para os opera-
e após o surgimento de um arco elétri- dores e para a infraestrutura das empre-
co. Este arco é provocado artificialmen- sas. Segundo Marcel Serafim, este percen-
te, normalmente através de um condutor tual ainda é elevado em função de muitos
fino, que rapidamente se funde e permi- painéis elétricos estarem fora das normas
te que a corrente seja conduzida pelo ar, de segurança ou desprovidos de disposi-
caracterizando o fenômeno. tivos que podem minimizar os riscos para
“Para comprovar a resistência de um a equipe técnica. “Um curto-circuito pode
painel aos efeitos de arcos elétricos, os resultar em danos irreversíveis ao painel,
ensaios têm de ser realizados com ab- além de danificar equipamentos e infraes-
soluta seriedade. Somente empresas que trutura adjacentes ao local da falha, sem
de fato executam estes ensaios ou que contar o risco de choques elétricos para o
utilizam tecnologias que comprovada- operador ou às equipes de manutenção”,
Foto: Shutterstock

mente passaram por eles podem for- adverte o gerente da ABB.


necer painéis com essa especificação”, Os fabricantes apontam que o maior
sublinha Ricardo Nakamura, especialis- problema em relação à qualidade des-
cia é a NBR-IEC-62271-200, atual- ta em Desenvolvimento de Negócios de se tipo de produto é a insistência na
mente em revisão, que estabelece os Média Tensão da Siemens. utilização de subestações de entrada e
requisitos e fornece as classificações Adicionalmente, existe a norma NR- medição, conhecidas como cabines pri-
para os diferentes níveis de proteção 10, do Ministério do Trabalho e Empre- márias, construídas em alvenaria, o que
(IAC). Vera afirma que o mercado for- go, que traz uma série de procedimen- expõe profissionais ao risco iminente do
mal, em grande parte, entende que tos e requisitos técnicos que devem ser arco durante a operação normal dessas
essa aplicação é necessária e tem exi- adotados para a segurança em sistemas instalações.
gido o cumprimento do anexo A da re-
ferida norma.
Foto: Shutterstock

“Penso que o mercado é bastante


regulado nesse sentido. Evidentemen-
te, ainda existem grandes regiões no
Brasil muito influenciadas pelas con-
cessionárias distribuidoras de ener-
gia, que ainda aceitam as subestações
construídas em alvenaria, o que induz
o mercado a não investir em tecnolo-
gia e segurança. Mas, creio que a ten-
dência é de universalização do uso por
conta da competitividade econômica
dos quadros semicompactos disponí-
veis no mercado”, analisa Vera.

Perigo
A formação de arcos elétricos
pode ocasionar danos sérios
aos equipamentos.

potência 43
DESTAQUE Painéis elétricos

Mercado vasto e pulverizado


O mercado brasileiro de painéis elétri- Por conta da crise política e econô-
cos em geral é bastante vasto e pulveriza- mica do País, as vendas dos painéis à
do, daí a dificuldade em quantificá-lo. No prova de arco interno registraram que-
entanto, não são muitas as empresas que da este ano, assim como os demais seg-
possuem tecnologia aplicada a painéis re- mentos do universo de painéis elétricos.
sistentes a arco interno. Segundo alguns No caso da Gimi, por exemplo, houve
fabricantes, é um segmento em evolução, uma redução nas vendas em torno de

Foto: Divulgação
com grandes oportunidades em locais ain- 15% em relação a 2016. “Mas a ten-
da supridos por subestações construídas dência é de expansão, haja vista que a
em alvenaria, notadamente nas Regiões especificação e a adequação a esse tipo Para comprovar a resistência de
Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País - de painel vêm se intensificando nos úl- um painel aos efeitos de arcos
o que não significa que as Regiões Sul e timos anos, deixando de ser privilégio elétricos, os ensaios têm de ser
Sudeste já estejam universalizadas. de indústrias e processos de primeira realizados com absoluta seriedade.
Ricardo Nakamura | Siemens
“Trata-se de um mercado ascenden- linha”, relembra Nakamura.
te até porque as empresas querem redu- As indústrias realmente estão pre-
zir os custos com paradas inesperadas, ocupadas com o aumento da confiabi-
aumentar a segurança e a confiabilidade lidade do sistema, redução do tempo procura por esses painéis com tecnolo-
do sistema, evitando riscos operacionais e de parada, melhoria dos processos de gia agregada para a Indústria 4.0, que
danos à infraestrutura e aos operadores produção e redução de riscos para os melhora ainda mais a sua performance”,
dos painéis”, justifica Serafim, da ABB. operadores. “Adicionalmente, cresce a complementa Serafim.

Escolha certa dos produtos


pode reduzir os riscos
Existem soluções disponíveis no que é gerada por um curto-circuito, in- O último lançamento da Gimi para
mercado para a adequação e melhoria terrompendo este efeito e atuando di- este segmento foi a linha de barra-
da segurança dos painéis elétricos, que retamente no equipamento de proteção mentos blindados de baixa tensão
podem ajudar as indústrias e empresas a mais próximo da falha. BX-E, associada a todo o conjunto
reduzir significativamente os riscos. Para A oferta compreende ainda os qua- de soluções de medição eletrônica,
este mercado, a ABB lançou recente- dros elétricos de distribuição tipo TTA- ou seja, quadros de distribuição de
mente os painéis MNS-iS, com certifica- System Pro E Power e centro de controle circuitos (QDCs), caixas de medição
ção à prova de arco, monitorados 100% de motores MNS, que podem enclau- tipo MEC, dispositivos de proteção
do tempo por sistemas eletrônicos, ou surar uma possível falha, reduzindo os contra surtos (DPS), caixas concen-
seja, possuem manutenção preditiva on-­ danos em outras partes do painel e re- tradoras, caixas de leitura local, en-
line em tempo integral. ligando o equipamento poucos minutos tre outras. Já a Siemens trabalha com
A companhia também possui equi- após a localização da falha. A ABB atua o painel de baixa tensão Sivacon S8,
pamentos recém-lançados para siste- com a adequação de painéis antigos por painéis isolados a ar (NXAIR 17,5 kV
mas subterrâneos e o monitor de arco meio de serviços de retrofit. Um estudo – NXAIR 24 kV – NXAIR 50 kA), pai-
TVOC, capaz de detectar em décimos preliminar é feito pela equipe de enge- néis isolados a gás (Simosec, 8DJH
de segundo a ocorrência de um arco nharia para a inclusão de barreiras físi- 24 kV, 8DJH 36 kV (disponível para
voltaico e desarmar a fonte de energia cas, alteração do sistema de proteção uso ao tempo), NX Plus, NX Plus C,
mais próxima da falha, evitando que o (disjuntores) e instalação dos monitores 8DA/8DB), Portfólio Outdoor (disjun-
curto-circuito se propague. Por meio de de arco. Esse serviço visa reduzir o tem- tor ao tempo OVCB Livetank). O últi-
sensores ópticos e unidades de corren- po de parada, para que o cliente não te- mo lançamento da empresa foi o Si-
te, o equipamento monitora a emissão nha redução de produção e/ou impactos mosec, com multimedição para apli-
de luz e o aumento da corrente elétrica, no faturamento. cação em shopping centers.

44 potência
espaço abreme Editorial Associação Brasileira dos Revendedores
e Distribuidores de Materiais Elétricos

Varejo dispara em
meio à retomada do
consumo
João Carlos Faria Júnior
Diretor Colegiado Abreme - abreme@abreme.com.br

N
o momento em que a bolsa de sentam fortes altas e ganhos de partici- Sabemos que o cenário macroeco-
valores brasileira ganha impul- pação de mercado, pois nesse período nômico - inflação baixa, juros em queda,
so e o Ibovespa rompe níveis difícil entre 2014 e 2016, são as empre- crescimento do salário médio e redução
históricos, ações de compa- sas que estão inovando e reestruturando do endividamento das famílias - dá su-
nhias de varejo básico e consumo dis- seus departamentos administrativo, lo- porte à perspectiva positiva para o con-
cricionário - eletrodomésticos, vestuá- gístico e comercial. Alguns levantamen- sumo e para a própria atividade.
rio, reformas residenciais e alimentação tos de mercado indicam que a receita lí- Essa dinâmica é importante para
- ganham destaque. O movimento é co- quida somada das empresas ligadas ao todos os segmentos da economia, mas
erente com a dinâmica de recuperação varejo teve uma clara recuperação ao como o tíquete médio é um pouco me-
da economia, que vem sendo puxada longo do último trimestre, desempenho nor nas empresas de varejo, a necessi-
pelo consumo, e não pelo investimen- que contrasta com o de companhias que dade de crédito do setor é menor do que
to, o que faz com que essas empresas reagem mais diretamente a investimen- para os demais.
continuem no foco dos gestores. tos, de setores como bens de capital e Além disso, de acordo com o históri-
A queda da taxa de juros e a reto- siderurgia, ou das incorporadoras, que co dos últimos meses, acreditamos que
mada, ainda que gradual, do crescimen- dependem da capacidade de endivida- a Selic vai continuar em queda, ainda
to econômico, compõem a equação que mento de longo prazo do consumidor. que em um ritmo mais lento. E acredi-
provocou a recente recuperação da bolsa O bom desempenho está refletido tamos também que a taxa possa fechar
e mantém boas perspectivas para as ações. nos dados divulgados pelo IBGE, que o ano em 7%, abaixo da mínima histó-
Essa retomada beneficia primeiramente confirmam que a recuperação do vare- rica de 7,25%.
empresas que atendem ao consumo de jo observada no segundo trimestre tem Apesar do otimismo, a aproximação
menor valor, menos dependente do crédi- continuidade. Em julho, as vendas fica- da eleição presidencial é um elemento
to, e que tira proveito da melhora da ren- ram 1,7% acima da média do segundo de risco para a continuidade desse cená-
da real provocada pela queda da inflação. trimestre. Isso reforça que o setor conti- rio favorável e, conseqüentemente, para
A leitura é de que o consumidor só nua sendo a principal força motriz para o mercado. Somente com a confirmação
vai conseguir trocar de carro dentro de a retomada da atividade brasileira na da continuidade da agenda de reformas
um ano e comprar um apartamento em segunda metade do ano, assim como depois de 2018 é que o investimento
2019, mas já começa a gastar com pe- aconteceu no semestre passado. deve ganhar tração.
quenas reformas e outros itens que es- Companhias e setores mais conec- Finalizando, vale frisar que - para o
tavam praticamente apenas em projetos tados com a economia, como consumo crescimento da economia e das empre-
futuros. Comportamento esse que bene- discricionário e bens de capital, podem sas ser sustentável - precisamos que os
ficia empresas, principalmente as de pe- contar com revisões para cima das es- investimentos aumentem e, para isso,
queno e médio porte, que têm os maio- timativas de lucro por ação conforme o além da menor taxa de juros, é de fun-
res índices de geração de empregos. crescimento econômico seja incorpora- damental importância a reorganização
As empresas focadas no varejo apre- do aos preços. fiscal do nosso país.

46 potência
Prêmio

ABREME Fornecedores
A pesquisa relativa ao Prêmio
Abreme Fornecedores 2017,
realizada pela New Sense, foi
2017
encerrada. O resultado que
apontará as empresas finalistas
será divulgado em evento a ser
realizado no dia 07 de dezembro,
no Buffet Tôrres, em São
Paulo (SP).

Revendedor
A Diretoria da Abreme
agradece a sua participação
na pesquisa, de fundamental
importância para a
qualidade do trabalho.

Realização Pesquisa

Apoio de Divulgação
Revista
espaço abreme Artigo

O que você precisa


saber sobre
recuperação
Foto: Divulgação

Giselle Paulo Servio da Silva


Advogada responsável pela área de
Relações de Consumo do Lima Junior,
Domene e Advogados Associados
judicial

E
m um momento em que o País en- O que é a recuperação judicial? do na legislação dos Estados Unidos,
frenta uma grave crise e recessão A recuperação judicial está prevista tendo como principal função a possibi-
econômica, além das turbulências na lei 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, lidade da empresa continuar em pleno
políticas, as grandes e pequenas e tem por objetivo possibilitar a supera- funcionamento enquanto honra com o
empresas são altamente afetadas pe- ção de situações de crise econômico-fi- pagamento de suas dívidas, evitando
los aumentos de impostos, redução das nanceira do devedor, com a finalidade de a falência.
vendas, levando, consequentemente à se permitir a manutenção da produção e Ou seja, a recuperação judicial per-
redução do número de empregados. dos postos de emprego. Assim, visa, final- mite à empresa que esta continue com
Tais fatos podem levar as empresas ao mente, a promoção da preservação da sua operação habitual, tentando-se evi-
pedido de recuperação judicial e pode- função social e econômica da empresa. tar sua falência, por meio da dilatação
mos constatar um aumento significativo Dessa forma, o mecanismo chama- de prazos para pagamento das dívidas
nestes pedidos desde 2016. do de recuperação judicial foi inspira- da empresa.

O aumento dos pedidos de recuperação judicial


Desde o ano de 2016, os índices possuem um fluxo de caixa e adminis- diciário. Após o recebimento do pedido
de pedidos de recuperação judicial vêm tração saudáveis. pelo juiz, é necessário a elaboração de
crescendo no Brasil. Como funciona a recuperação um plano para recuperação da empresa.
De acordo com os indicativos apre- judicial? As empresas que recorrem à legis-
sentados pelo Serasa Experian, em julho Quando a empresa passa por graves lação ficam imunizadas de cobranças
de 2016 o índice apresentado foi 4,2% dificuldades financeiras, não mais con- pelos seus credores por um prazo de
superior ao registrado em junho. Com- seguindo efetuar o pagamento de dívi- 180 dias.
parando-se 2016 a 2015 os pedidos de das e pretende continuar em operação, Com a apresentação do plano de re-
recuperação judicial aumentaram 29,6%. é possível recorrer à Justiça requerendo cuperação da empresa, o juiz irá divulgá-­
O crescimento de tais números é o a recuperação judicial. lo para ciência de todos os seus credo-
resultado indiscutível da recessão eco- A ideia é garantir que os negócios res, que terão prazo para manifestar-se
nômica enfrentada no País, bem como da empresa possam se reestruturar, de- a favor ou contra o plano apresentado,
queda do crescimento, juros elevados finindo um plano para pagamento de contando-se com a mediação de um ad-
cobrados por financiamentos, aumen- dívidas e possibilitando a continuidade ministrador apresentado pelo juiz.
to de impostos, o que leva ao conse- de suas operações. Se houver a aprovação do plano, a
quente endividamento das empresas. Assim, o primeiro passo é a empresa empresa ingressará em recuperação ju-
Some-se a isso, as empresas que não pedir a recuperação perante o poder ju- dicial, seguindo as etapas determinadas

48 potência
Associação Brasileira dos Revendedores
e Distribuidores de Materiais Elétricos

e elencadas no plano apresentado pre- todas as empresas que podem pedir a mais rápida levaria à diminuição da
viamente ao juiz, visando a reestrutura- recuperação judicial. recessão econômica e, consequen-
ção econômica da empresa. A legislação determina alguns requi- temente ao aumento da produção,
Durante todo o trâmite da recupe- sitos para poder ingressar com o pedido: reduzindo-se os pedidos de recupe-
ração judicial, as operações da empresa 1- a empresa devedora não pode ter fa- ração judicial.
devem seguir de forma normal, contu- lido, ou seja, deve estar em dificuldades, O fato é que o prolongamento da
do, deve ser apresentado mensalmente mas ainda com bens suficientes para sal- recessão econômica cria novas dificul-
ao juiz um balanço contendo os pontos dar suas dívidas; 2- a empresa não pode dades às empresas, e, enquanto não
do plano de recuperação cumpridos. É, ter pedido outra recuperação judicial nos se vislumbrar uma melhora, tanto na
em verdade, uma prestação de contas últimos cinco anos; 3- a empresa e/ou economia, quanto na política do País,
ao juiz e credores. seus sócios não podem ter sido conde- certamente passaremos por um cons-
Seguindo-se o plano de recupera- nados previamente por crimes falimen- tante aumento nos números de pedidos
ção apresentado e aprovado pelo juiz, tares, ou seja, fraude contra credores, de recuperação judicial.
a empresa possivelmente apresentará por exemplo.
recuperação, possibilitando sua rees- As dificuldades enfrentadas: O pro-
truturação. cesso de recuperação judicial é um dos
Por outro lado, caso a empresa não mais complexos tipos de processo exis-
consiga seguir com as diretrizes apre- tentes no País, isso, pois, devedor e cre- Associação Brasileira dos Revendedores
e Distribuidores de Materiais Elétricos
sentadas, o juiz poderá decretar sua dores têm seus interesses confrontados
falência. e de certa forma são obrigados a buscar FUNDADA EM 07/06/1988
Quem pode pedir a recupera- uma solução em conjunto. Rua Oscar Bressane, 283 - Jd. da Saúde
04151-040 - São Paulo - SP
ção judicial? Certamente a retomada do cres- Telefone: (11) 5077-4140
É importante salientar que não são cimento econômico do País, de forma Fax: (11) 5077-1817
e-mail: abreme@abreme.com.br
site: www.abreme.com.br
Foto: ShutterStock

Diretoria Colegiada
Francisco Simon
Portal Comercial Elétrica Ltda.
José Luiz Pantaleo
Everest Eletricidade Ltda.
José Jorge Felismino Parente
Bertel Elétrica Comercial Ltda.
Paulo Roberto de Campos
Meta Materiais Elétricos Ltda.
Marcos Augusto de Angelieri Sutiro
Grupo Mater
Nemias de Souza Nóia
Elétrica Itaipu Ltda.
Reinaldo Gavioli
Maxel Materiais Elétricos Ltda.
Conselho do Colegiado
Adbuch Bernaba Jorge
Santil Comercial Elétrica Ltda.
João Carlos Faria Júnior
Elétrica Comercial Andra Ltda.
Ricardo Ryoiti Daizem
Sonepar South America
Diretor-Executivo
Amauri Mendes Pedro
Secretária Executiva
Nellifer Obradovic

potência 49
Caderno da Iluminação

Iluminação para áreas públicas

Como projetar a luz


além da iluminação
POR: Luciano Haas Rosito

Foto: ShutterStock

P
ensar em iluminar uma área sociais pode ser uma ação de governo a necessidade das pessoas torna o pro-
pública requer não somente a ser priorizada em diversas cidades do jeto muito mais qualificado que sim-
conhecimento técnico, a ela- País, no sentido de garantir à popula- plesmente considerar a utilização de
boração de projetos de acordo ção uma maior sensação de seguran- equipamentos eficientes, técnicas de
com a NBR 5101 – Iluminação Pública, co- ça e promover a ocupação dos espaços iluminação e atendimento aos índices
nhecimento dos equipamentos modernos tornado-os mais agradáveis e com maior mínimos de norma.
que utilizam a tecnologia LED, mas tam- percepção de seu potencial para o de- Entender os pontos de vista de ob-
bém há a necessidade de conhecimento senvolvimento da cidade. servação e os locais por onde transitam
prévio do tipo de público que vai utilizar As pessoas, quando questionadas as pessoas é fundamental. Adequar os
este espaço público a ser iluminado e sobre a iluminação dos espaços por equipamentos ao projeto, e não o con-
como agregar tecnologia e conectivida- onde transitam na cidade, têm uma va- trário, deve ser premissa básica. A luz
de a serviço da cidade. liosa opinião e que deveria ser levada deve estar a serviço das pessoas e ser
Valorizar áreas públicas não ilumina- em consideração antes da concepção fator de interação social considerando
das, mal-iluminadas ou com problemas de um projeto luminotécnico. Entender o ambiente a ser iluminado como parte

50 potência
Parceria

viva da cidade, levando em conta tam- des disponíveis, mas pensar em como in- As cidades devem repensar a manei-
bém a sua história e função social. tegrar todos os sistemas e as diferentes ra pela qual vêm sendo iluminadas. As
Mas a luz pode ir além da ilumina- verticais de forma eficiente e saber qual calçadas nas cidades normalmente são
ção que conhecemos. A luz deve ser co- será o custo de operação e manutenção mal-iluminadas ou não, não tendo ne-
nectada e prover informações diversas. deste sistema inteligente que também nhum tipo de iluminação específica, não
Os sistemas de iluminação devem ser requer pessoas dedicadas gerando um levando em conta as pessoas que circu-
capazer de conversar e ser integrados custo para a cidade. Esta cidade inteli- lam por elas. Calçadas iluminadas e bem
com outros sistemas inteligentes das gente, obviamente, tem um benefício planejadas devem ter iluminação vertical
cidades. Rompendo a barreira da lumi- atrelado que tem que ser superior ao adequada para que as pessoas possam
nária como sendo um abrigo para uma recurso requerido para ser mantido ao enxergar outras pessoas e desta forma
fonte de luz ou uma lâmpada e tendo longo dos anos e não ser um “elefante sentirem-se seguras. Para que os moto-
somente a função de direcionar a luz de branco” que em poucos anos não será ristas possam enxergar os pedestres e
maneira correta, para ser um dispositivo mantido e poderá gerar frustrações por com visão periférica saber se há algum
inteligente e conectado que também irá parte do cidadão. risco de uma pessoa ou animal cruzar a
fornecer a luz necessária para cada tipo As cidades devem estar preparadas via colocando ambos em situação de pe-
de aplicação de acordo com a necessi- para gerir contratos de iluminação e ser- rigo. Outra área da cidade que poderia
dade do usuário. Ou seja, a luz certa, no viços para cidades inteligentes, basea- na maior parte dos casos estar melhor
local certo e na hora certa. dos em SLAs (Service Level Agreements) iluminada e ter uma iluminação especí-
A telegestão na iluminação públi- / Contratos de nível de serviço que não fica é a faixa de travessia de pedestres.
ca pode ser a porta de entrada para as restrinjam o uso de tecnologia especí- Já previsto com índices estabeleci-
cidades inteligentes, mas para isso não fica, nem direcionem soluções a produ- dos na NBR 5101 – Iluminação Pública,
pode ser pensada separadamente de tos específicos, e que os mesmos sejam este tipo de iluminação deve se carac-
forma que não possa ser integrada, nem projetados “à prova do futuro” para que terizar por um nível quase o dobro da
tendo funções diversas a ponto de não possam ser substituídos em caso de fa- iluminação média da via em que está
poder ser separada e adquirida com os lha ou de evolução tecnológica. localizada, e levar em conta o critério
recursos da COSIP (Contribuição de Ilu- A implantação de novas funcionali- da iluminação vertical, dando contras-
minação Pública), que deve ser destina- dades para atendimento dos cidadãos te positivo nas pessoas em relação aos
da somente para esta finalidade. deve estar contemplada neste tipo de motoristas. A norma também recomenda
Projetar uma cidade inteligente re- contratação e serviço, pois os proble- que para este tipo de iluminação a tem-
quer não somente o conhecimento pro- mas modernos devem ser resolvidos peratura de cor da iluminação da faixa
fundo de todo o sistema e funcionalida- com criatividade e o mais rapidamente. de pedestre deva ser diferente da tem-
peratura de cor utilizada na via.
Foto: ShutterStock

Praças e parques nas cidades podem


ter características de iluminação diferen-
ciadas. Um projeto de qualidade pode dar
a segurança necessária para os caminhos
por onde circulam pessoas, mas ao mes-
mo tempo utilizar técnicas de luz e som-
bra em outras áreas. Exemplo interessan-
te foi o que ocorreu quando a iluminação
do Parque do Ibirapuera, em São Paulo,
foi substituída de lâmpadas de descarga,
em grande parte vapor de sódio, para LED.
Além da adequação aos níveis de norma, a
luz branca de qualidade favoreceu e mui-
to a visualização das pessoas e das cores
reais do parque, bem como o verde das
plantas. O incremento na quantidade de
Buenos Aires – Argentina frequentadores no período noturno foi vi-
Mais de 90 mil pontos de LED conectados com sistema de telegestão sível e estimado em tordo de 30% a mais.

potência 51
Parceria
Caderno da Iluminação

Iluminação para áreas públicas

No Brasil diversos monumentos, fa-


chadas e obras de arte vêm sendo ilu-
minados. Exemplos como o Jardim Bo-
tânico de Curitiba, Ponte de Manaus,
Viaduto do Chá e outros, vem dando
nova vida noturna às cidades.

Fotos: Divulgação
Bom exemplo Beleza
Iluminação LED no Parque do O Jardim Botânico, em Curitiba
Ibirapuera em São Paulo distância, de acordo com a necessidade (PR), recebeu um projeto de
e com um calendário pré-programado. iluminação que valoriza sua
A Avenida das Artes, na Filadélfia, arquitetura.
Estados Unidos, é um exemplo onde há
A Iluminação de fachadas também é vários anos este tipo de iluminação vem
outro tipo de iluminação de áreas públi- sendo utilizado para valorizar a cidade, A iluminação de áreas públicas deve
cas que deve ser valorizada e incentiva- o comércio, favorecer o turismo e criar ser projetada primeiramente para as pes-
da. É um tipo de iluminação que chama um ambiente diferenciado. soas, para que possam circular com se-
muito a atenção, principalmente quando gurança, com uma luz de cada vez mais
utilizada com sistemas que permitem a qualidade, e também deve ser pensada
utlização de cores e luz dinâmica. A tro- de modo que traga sensações, ambientes
ca de cores e a criação de cenários de Cidade valorizada propícios a uma cidade atrativa e segura
acordo com datas especiais ou eventos A Avenida das Artes, na Filadélfia que possa ser integrada à vida das pes-
tem sido utilizada em diversos monu- (EUA), é um ótimo exemplo de soas. A luz como fator de interação social
iluminação que se integra e
mentos e fachadas pelo Brasil e pelo e melhoria da qualidade de vida.
valoriza a cidade.
mundo. Ícones da arquitetura histórica
e moderna, fachadas de diversos pré-
dios históricos e modernos vêm sendo
iluminadas e destacadas no período
noturno, muitas vezes se tornando um
elemento interativo ou se comunicando
com os cidadãos.
A criatividade nos projetos utilizan-
do todos os recusos que os LEDs e sis-
temas de controle possibilitam, coloca
uma grande responsabilidade nas mãos
dos lighting designers e demais proje-
tistas da luz. Um projeto que permita a
luz branca de qualidade com diferentes
tonalidades e crie cenários com cores,
pode ser programado e gerenciado a

52 potência
Evento Salão de Veículos Elétricos

Mobilidade
Evento em São Paulo indica
que a penetração dos veículos
elétricos segue avançando no
Brasil. No mundo, tecnologia
deve representar 33% de
todos os veículos leves de
passeio até 2040.

PONTO DE
CARREGAMENTO
Ilustração: Shutterstock

54 potência
sustentável
A
queda dos custos da tecnologia e a necessidade cada vez maior
de reduzir a emissão de poluentes na atmosfera têm contribuído
para o rápido crescimento do mercado de veículos elétricos em
várias regiões do mundo.
Ainda que isoladas ou em caráter experimental, diversas iniciativas estão
sendo colocadas em prática também no Brasil, que segue trabalhando para
formar a rede estrutural necessária para implantação de projetos em escala
maior. Segundo os especialistas da área, a expectativa é de que o País venha
a ter uma frota de aproximadamente 40 mil veículos elétricos, até 2020.
Uma boa mostra de que esse é um mercado com grande potencial foi
dada com a realização do 13º Salão Latino-Americano de Veículos Híbri-
dos-Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias, em São Paulo. Realizado
entre os dias 21 e 23 de setembro, no Expo Center Norte, o evento recebeu
por volta de 6 mil visitantes.

potência 55
Evento Salão de Veículos Elétricos

simuladores de Fórmula E, a equiva-


lente dos veículos elétricos à Fór-
mula 1, com cabines em tamanho
real dos carros.
Paralelamente à mostra, tive-
ram grande repercussão o conteú-
do apresentado durante o congres-
so “Empreendedorismo, design e

Fotos: Divulgação
inovação em mobilidade a favor do
clima” e o 2º Encontro de Empre-
Abastecimento endedores da Eletromobilidade, que
Os eletropostos de carregamento da ABB são reuniu tomadores de decisão (pre-
compatíveis com todos os tipos de carros elétricos feitos, secretarias, representantes
disponíveis no mercado.
de ministérios, entre outros) e for-
necedores de produtos e serviços
destinados à mobilidade susten-
Organizado pela MES Eventos, em tável, para o debate sobre como o
parceria com a Associação Brasileira do transporte se insere no conceito de
Veículo Elétrico (ABVE), o salão teve Cidades Inteligentes. Destaque tam-
como objetivo levar informação sobre bém para o encontro denominado
essa tendência para o grande público. Matchmaking, uma série de roda-
Oito montadoras apresentaram das de negócios voltadas ao setor.
seus destaques na área. A Toyota, por hatchback híbrido de luxo do mundo, A propósito, a maior difusão dos
exemplo, demonstrou o consagrado produzido pela Lexus, marca de luxo veículos elétricos junto à sociedade
modelo Prius, veículo híbrido mais ven- da Toyota. tem criado uma série de oportunida-
dido globalmente, com seis milhões de O público pôde ainda ter contato des para as empresas do setor eletroe-
unidades comercializadas em mais de mais próximo com a tecnologia nas três letrônico que desenvolvem produtos e
150 países. A fabricante japonesa des- pistas de test-drive montadas no salão. soluções específicos para esse mercado
tacou ainda o Lexus CT 200h, primeiro Já a FIA disponibilizou em seu estande emergente. É o caso da ABB, líder em in-
fraestrutura para carregamento de veí-
culos elétricos e que está preparando o
Foto: Divulgação/Luiz Molledo

caminho no Brasil para as tecnologias


de recarga de carros e ônibus.
Durante o 13º Salão Latino-Ame-
ricano de Veículos Híbridos-Elétricos,
a companhia apresentou sua oferta de
carregadores ultrarrápidos DC, uma tec-
nologia inovadora que já está disponível
para o mercado nacional. “Os veículos
elétricos e híbridos no mercado brasi-
leiro já são uma realidade. A ABB está
pronta para oferecer as melhores solu-
ções em eficiência energética e energia

Transporte coletivo
A Eletra apresentou uma nova
versão do Dual Bus, ônibus que
pode circular como elétrico
híbrido ou elétrico puro.

56 potência
Conteúdo
Congresso reuniu mais de 30
palestrantes nos dois primeiros
dias de evento.

O corredor interliga as cidades de São


Paulo, Campinas e Jundiaí, com pontos
de recarga na via Anhanguera e na Ro-
dovia dos Bandeirantes. Por enquanto,
a utilização dos eletropostos é gratui-
ta. Um modelo de cobrança deverá ser
estabelecido pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel).
Pioneira na fabricação de veículos

Fotos: Divulgação
elétricos no Brasil, a Eletra apresentou
uma nova versão do Dual Bus, ônibus
elétrico de conceito inédito desenvolvi-
limpa para atender à crescente deman- A ABB está na vanguarda desta tec- do pioneiramente no País.
da”, garante Paolo Pescali, diretor-supe- nologia e fornece até 65% dos eletro- O veículo possui um sistema pa-
rintendente da divisão de Produtos para postos de carregamento rápido na Eu- dronizado de tração, que pode ser ali-
Eletrificação da ABB Brasil. ropa. Até agora, a empresa possui uma mentado por várias fontes de energia.
Os eletropostos de carregamento base instalada de mais de 5.000 car- “Nosso objetivo é mostrar ao mercado
da ABB são compatíveis com todos os regadores tipo DC em todo o mundo. um modelo inovador. Diferentemente do
veículos dos padrões CHAdeMO, CCS e O Brasil já está construindo infraes- modelo articulado, já apresentado com a
plug tipo 2 AC, com um adaptador para trutura de eletropostos em projeto da opção de elétrico híbrido e trólebus, tem
conexão de veículos da Tesla. As esta- iniciativa de mobilidade elétrica cha-
ções são, portanto, adequadas para to- mada Emotive, da CPFL Energia, que
dos os tipos de carros elétricos disponí- viabilizou o primeiro corredor intermu- Velocidade
veis no mercado. nicipal para veículos elétricos do País. Simuladores de Fórmula E
ajudaram a entreter os visitantes.

Os veículos
elétricos serão
responsáveis
pela maior
parte das
vendas de
automóveis
novos em todo
o mundo, até o
ano de 2040.
potência 57
Evento Salão de Veículos Elétricos

dimensões menores, com 13,20 metros (motor gerador e baterias) operando


de comprimento, e pode circular como simultaneamente. Como o motor gera-
elétrico híbrido ou elétrico puro”, explica dor só é usado para produção de ener-
Iêda Alves Oliveira, da Eletra. gia (e não para tracionar o ônibus), ele
O Dual Bus é tracionado apenas é menor que um motor convencional a
pelo motor elétrico e a energia para diesel e está em regime estacionário.
mover esse motor vem de um banco de O resultado é a diminuição da emissão
baterias e de um motor gerador. Esse de poluentes, que chega a 95% de ma-
modelo de veículo elétrico híbrido fun- terial particulado, em comparação com
ciona com as duas fontes de energia um ônibus a diesel comum.

Situação global
Os veículos elétricos serão respon- detalhadas das prováveis futuras redu-
sáveis pela maioria das vendas de au- ções no preço das baterias de íon de lítio
tomóveis novos em todo o mundo até e em perspectivas para os outros com-
2040 e vão representar 33% de todos ponentes de custo em veículos elétricos Beleza
os veículos leves de passeio, de acor- e veículos com motores de combustão Veículos da Tesla chamaram
do com uma nova pesquisa publicada interna, ou ICE (sigla em inglês). Foram atenção dos visitantes por conta
em julho. considerados também os crescentes do design.
A previsão, preparada pela equi- compromissos com EV (sigla em inglês
pe de transportes da Bloomberg New para veículos elétricos) das montadoras
Energy Finance, baseia-se em análises e ao número de novos modelos de EV rapidez do que a BNEF previu há um
que elas planejam lançar. ano. A equipe agora estima que os ve-
A principal descoberta da pesquisa ículos elétricos representarão 54% de
Destaque é que a revolução dos EVs vai atingir todas as novas vendas de veículos le-
Veículos levíssimos mostraram o mercado de carros com mais força e ves de passeio em todo o mundo até
a versatilidade da mobilidade
2040, e não os 35% de participação
urbana sustentável.
previstos anteriormente. Até 2040, os
Fotos: Divulgação

EVs vão remover 8 milhões de barris


de combustível de transporte por dia
e adicionar 5% ao consumo global de
eletricidade.
Colin McKerracher, principal analis-
ta em transportes avançados da BNEF,
disse: “Vemos um momento de infle-
xão importante para a indústria auto-
motiva global na segunda metade da
década de 2020. Os consumidores irão
descobrir que os preços de venda ante-
cipados para EVs são comparáveis ou
inferiores aos dos veículos ICE comuns
em quase todos os grandes mercados
até 2029”.
A previsão mostra que as vendas de
veículos elétricos em todo o mundo vão
crescer de forma constante nos próxi-
mos anos, do recorde de 700 mil, vis-
to em 2016, para 3 milhões, até 2021.

58 potência
Experiência
Nesse momento, eles representarão metade da década de 2020, quando, Test-drive com veículos foi a
quase 5% das vendas de veículos leves em primeiro lugar, os carros elétricos atração mais procurada pelos
visitantes.
de passeio na Europa, um aumento de terão um custo de propriedade mais
um pouco mais de 1% atualmente, e baixo ao longo da vida útil do que os
cerca de 4% nos EUA e na China. modelos de ICE; e, em segundo lugar,
No entanto, o impulso real para os haverá um momento ainda mais impor- O componente-chave de um EV - a
EVs acontecerá a partir da segunda tante psicologicamente para os com- bateria - deverá ter uma queda signifi-
pradores - quando seus custos iniciais cativa no preço, com base em reduções
ficarão abaixo dos custos dos veículos de custos recentes e marcantes. Desde
Vitrine convencionais. 2010, os preços das baterias de íon de
Toyota Prius e Lexus CT 200h foram lítio caíram 73% por kWh. As melhorias
alguns dos destaques do evento.
de fabricação e a densidade de ener-
Fotos: Divulgação

gia mais do que duplicada da bateria


deverão provocar uma nova queda de
mais de 70% até 2030.
O resultado será o aumento rá-
pido das participações de mercado
para veículos elétricos nos maiores
mercados, mesmo com a queda dos
preços do petróleo. A BNEF considera
que eles vão representar quase 67%
das vendas de carros novos na Euro-
pa até 2040 e 58% nas vendas nos
EUA e 51% na China na mesma data.
Os países que fizeram avanços ini-
ciais na aceitação de EVs deverão es-
tar entre os líderes em 2040, incluindo
a Noruega, a França e o Reino Unido.
Para as economias emergentes, paí-
ses como a Índia, não terão vendas
significativas de EVs até o final dos
anos 2020.

potência 59
artigo Armazenamento de energia

Sistemas de
armazenamento
avançam no mercado
A aplicação de sistemas de armazenamento de energia é
crescente e um dos destaques é o sistema baseado em baterias,
que tende a ser um complemento indispensável para o máximo
aproveitamento dos equipamentos de geração renováveis.

60 potência
A
indústria de armazenamen- formas regulatórias que fazem com que nos segmentos de Geração, Transmis-
to de energia global vem al- o mercado de armazenamento de ener- são, Distribuição e Consumo de energia.
cançando marcos significati- gia cresça rapidamente e com dinamismo. Dentre os vários sistemas de ESS,
vos nos últimos anos e seu Há uma grande variedade de tecno- merece atenção especial ao sistema a
destaque deve aumentar cada vez mais. logias que estão sendo desenvolvidas e bateria (BESS em inglês – Battery Ener-
O que se observa é uma queda rápida de implantadas, e as aplicações dos siste- gy Storage System), como alternativa
custos das tecnologias de armazenamento mas de armazenamento de energia (ESS prática para o máximo aproveitamento
e a criação de novos modelos de negócios em inglês – Energy Storage System) são de parques de geração de energias re-
combinados com políticas de governo e re- diversas e com potencial de mercado nováveis (eólico e solar).

Tecnologias de armazenamento de energia


Existe uma gama abrangente de tec- qual com suas características específicas dessas tecnologias, divididas em: Eletro-
nologias que podem compor um siste- e adequadas a diferentes aplicações. A química, Eletromagnética, Termodinâmi-
ma de armazenamento de energia, cada figura a seguir mostra uma classificação ca e Mecânica.

Tecnologias de armazenamento de energia

Eletroquímica Eletromagnética Termodinâmica Mecânica

Baterias Bateria Hidrogênio Elétrico Magnético Pressão Pressão Calor Gravidade Cinética
de fluxo + CALOR
Chumbo Ácido
NiCd SMES CAES
NiMh (Supercon- (Armazena-
NaS Eletrólise Capacitores dutores mento de
Vanádio
NaNiCI + (Super- de Armazena- energia com ar Adiabática Termoelétrico Usinas Flywheels
ZnBr
Li-Íon Células capacitores) mento) comprimido) CAES Reversíveis
PSBr
Metal Air Combustíveis
PbSb líquida

Fonte: BET, 2017

BESS – Battery Energy Storage System


Existem diversos tipos de baterias, economias de escala, reduzindo o cus- da substituição do eletrólito líquido. A
de estado sólido e líquido. A de esta- to associado. As contínuas inovações diferença fundamental entre as bate-
do sólido é um dispositivo com uma ou permitem o surgimento de novas tec- rias convencionais e de fluxo é que a
mais células eletroquímicas que conver- nologias que proporcionam um tempo energia é armazenada como material
tem energia química armazenada em de vida operacional maior, baixa nos de eletrodo em baterias convencionais,
energia elétrica. Os avanços na tecno- efeitos de memória, entre outros. As e como eletrólito nas de fluxo. As ba-
logia e materiais têm aumentado bas- de estado líquido (de fluxo) apresentam terias compõem uma matriz flexível de
tante a confiabilidade e a produção de como vantagem o fato de serem quase tamanhos, e são otimizadas para inú-
sistemas de baterias modernas e com instantaneamente recarregadas através meras funcionalidades.

potência 61
artigo Armazenamento de energia

As vantagens das baterias são, con- para aplicações residenciais até sis- distribuídas ou centralizadas.
forme ESC (2015) e ESA (2017): temas de dezenas de MW. Dentre as tecnologias de baterias,
◗ Ação rápida, podendo fornecer ener- ◗ Baixos custos de standby, as baterias as soluções em íon de lítio (Li-íon) são
gia quase que instantaneamente. têm custos baixos de manutenção. as que têm recebido maior destaque e
◗ Fluxo de energia bidirecional, ou ◗ Integração com energias renováveis, com maior número de projetos em ope-
seja, podem fornecer energia arma- dando melhor suporte em termos de ração no mundo. A Figura a seguir mos-
zenada ou absorver energia exce- energia e potência. tra como algumas tecnologias de arma-
dente com a mesma rapidez. ◗ Capacidade de fornecimento de di- zenamento estão posicionadas em ter-
◗ Escalabilidade, podendo ser dimen- versos serviços ancilares para a rede. mos de valores típicos de potência e de
sionada de forma modular e flexível, ◗ Eficiência elevada e funcionalidades tempo de descarga na potência nominal.

Posição das tecnologias de armazenamento de energia


Sistemas de Resposta Rápida Suporte T&D Gestão de Energia

Pumped
Horas

Hydro
Flow Batteries
Tempo de descarga na potência normal

Sodium Sulphur Compressed Air


Minutos

Advanced Lead Acid

Eficiência Típica

Litium Ion 45 ~ 70%

70 ~ 85%
Segundos

85 ~ 100%
Super
Capacitor Flywheels

1 kW 10 kW 100 kW 1 MW 10 MW 100 MW 1 GW
Fonte: TAI, 2016

Os sistemas baseados em bateria to. E dentre estes, os de Li-íon são os têm maturidade tecnológica e poder de
são os que atingem o maior rendimen- que têm a maior faixa de abrangência, comercialização.

Funcionalidades dos BESS


Os BESS possuem uma ampla gama parques de renováveis: Aliar gera- talado junto a parques renováveis, o
de aplicações, por segmento na cadeia ção de energia renovável com arma- armazenamento pode: absorver o ex-
de energia - geração, transmissão, dis- zenamento permite reduzir problemas cesso de produção de energia que po-
tribuição e consumo: com intermitências e gera fornecimen- deria gerar congestionamento na rede;
◗ Estabilização de potência em to de energia estável e confiável. Ins- gerar energia na ausência de geração

62 potência
devido à intermitência das fontes re- ponta (peak shaving): Refere-se sel podem garantir a geração de eletri-
nováveis; compensar a intermitência ao corte da demanda durante curtos cidade em muitos ambientes isolados,
de forma rápida evitando variações períodos de pico. Pode ser implemen- entretanto, é importante considerar o
de frequência e tensão. tado por grandes consumidores in- uso de armazenamento combinado
◗ Regulação de frequência: Os dustriais para reduzir o seu consumo com renováveis (solar e eólico), por
serviços de regulação de frequência de pico, ou por concessionárias para exemplo. A configuração de renová-
consistem em rápidas cargas e des- redução de carga em horário de pon- veis, armazenamento com baterias e
cargas da bateria, com o objetivo ta. Atualmente, esta funcionalidade diesel para backup pode ser aplicada
de prover uma frequência constan- tem grande potencial para aplicação para atender diversas demandas. Por
te para o sistema elétrico durante pelas distribuidoras no Brasil, sendo vezes, geradores a diesel são sobre di-
pequenas flutuações na demanda um dos maiores fatores de motiva- mensionados para atender a demanda
e na geração. ção para adoção de BESS por este de pico e não indicados para operar
◗ Suporte de tensão: Com a finali- segmento. abaixo de determinada capacidade.
dade de manter os níveis de tensão ◗ Arbitragem: A arbitragem é uma Esta forma de geração se torna cara e
em uma faixa fixa de valores, é ne- aplicação de balanceamento de car- apresenta altas emissões. Com a inte-
cessário injetar ou absorver energia ga, porém com um interesse mais gração de baterias a esses sistemas, o
reativa na rede. A instalação dos sis- econômico. Em consumidores com gerador diesel pode ser melhor dimen-
temas de armazenamento em locais tarifas que variam ao longo de um sionado e operar na máxima eficiência.
estratégicos pode ser útil, pois faci- dia, o ESS operando em arbitragem ◗ Reserva de geração de energia: A
lita este controle dos níveis de ten- vai carregar a bateria (comprar ener- operação de redes requer capacidade
são, de forma que baterias possam gia) no momento de tarifa mais bai- de reservas que são acionadas quando
absorver ou injetar potência reativa xa, e depois descarregar a bateria o sistema elétrico fica indisponível de
na rede. (vender energia) no período de ta- forma inesperada. Quando ocorrem
◗ Balanceamento de carga: O sis- rifa mais alta. estas interrupções, a reserva de ener-
tema carrega as baterias quando a ◗ Qualidade de energia: Envolve o gia é acionada. Assim, apresenta-se
demanda de energia está baixa (ou uso de armazenamento para proteger como uma capacidade de geração
disponibilidade de energia está alta) cargas locais contra eventos de curta extra que está disponível, geralmente
e descarrega quando a demanda duração que afetam a qualidade da realizada por geradores termelétricos
aumenta (ou a disponibilidade de energia. Algumas ocorrências de má para compensar a geração ou trans-
energia diminui). O objetivo é nive- qualidade de energia incluem: varia- missão interrompida, ou aumentar a
lar a curva de carga de forma geral, ções na magnitude da tensão, varia- potência de geradores já ligados ao
e não só deslocar o pico. Essa fun- ções na frequência primária, baixo sistema de energia.
cionalidade permite duas aplicações fator de potência, harmônicos e in- ◗ Reserva de contingência: A reser-
específicas: gerenciamento de ener- terrupções de serviço de fornecimen- va de contingência possui finalidade
gia (em inglês, peak management) e to de energia. semelhante ao black start, porém,
gerenciamento de ponta (em inglês, ◗ Black-start: O sistema de armazena- ao nível dos consumidores. Assim
peak shaving). mento de energia atua em situações que ocorrer a falha no fornecimen-
◗ G erenciamento de energia onde ocorrem grandes colapsos na to de energia, o sistema de armaze-
(peak management): Um exem- rede de energia e unidades geradoras, namento passa a ser o fornecedor
plo de aplicação dessa funcionalida- ou sistemas de distribuição falham em para suprir a demanda da unidade
de é no caso da operação de parques prover energia para os consumidores. consumidora. A bateria deve possuir
fotovoltaicos. Nem sempre no mo- O sistema pode ser utilizado tanto nas autonomia relativa à demanda e ao
mento de maior geração fotovoltaica unidades geradoras quanto conec- tempo que ela estará atendendo,
ocorre a maior demanda de energia. tado na distribuição. A utilização do para que possa fornecer energia para
Dessa forma, com baterias é possí- sistema de armazenamento é exclu- boa parte das cargas durante perí-
vel armazenar a energia fotovoltai- siva ao abastecimento momentâneo odos de falha. Durante as faltas de
ca para ser utilizada posteriormente, da demanda, até que os serviços de energia o consumidor passa a operar
mediante descarga das baterias no geração e distribuição estejam aptos de maneira ilhada, se desconectando
momento de maior demanda. a fornecer energia novamente. da rede. Assim que a energia forneci-
◗ Gerenciamento de demanda de ◗ Sistemas isolados: Geradores a die- da pela concessionária se estabilizar,

potência 63
artigo Armazenamento de energia

o sistema de armazenamento deve BESS na rede elétrica, um de maior peso zar o uso da rede elétrica, adiando, ou
sincronizar com a rede, para então no Brasil é o diferimento de investimen- mesmo cancelando novas infraestrutu-
reconectar e começar a recarregar o tos na transmissão e distribuição. Com a ras que seriam necessárias para garan-
sistema de armazenamento. instalação de BESS próximos aos locais tia de estabilidade no fornecimento de
Entre os benefícios da aplicação de de maior demanda, é possível otimi- energia da rede.

Tendências do mercado de BESS


As projeções de mercado de sis- ção de fontes de energia eólica e solar que ajudam a promover as soluções de
temas de armazenamento de energia ao sistema elétrico. Quanto maior for a BESS, como por exemplo, o Ambiente
(considerando todos os tipos de tecno- adoção de geração renovável, maior será de Contratação Livre de Energia (ACL)
logias) variam dependendo da empre- a necessidade de tecnologias de arma- e a figura de comercializador varejista.
sa de consultoria contratada para um zenamento de energia. Na média, no O uso de sistemas de armazenamento
estudo dessa natureza. Mas, indepen- mundo a participação de energia solar por clientes do Mercado Livre de ener-
dentemente da fonte do estudo, todas e eólica representará 20% da matriz de gia no Brasil possui três grandes vanta-
as projeções preveem um grande cres- energia elétrica global em 2030. gens: (a) maior controle/previsibilidade
cimento, que pode girar em torno de U$ Na maioria dos casos, os BESS não são sobre geração e demanda, melhorando
70 bilhões em 2020, tendo as regiões da um pré-requisito, no entanto, serão certa- a gestão de contratos de fornecimen-
América do Norte, Europa e Ásia-Pacífi- mente capazes de facilitar a transição de to e de compra de energia, do ponto
co como principais destaques. Uma fatia curto prazo de geradores a diesel à ge- de vista da geradora/comercializadora
crescente desse mercado será de BESS. ração de energia renovável em sistemas e dos consumidores; (b) potencial de
O crescimento do mercado de BESS isolados, áreas remotas, áreas de proteção desenvolvimento de novos serviços de
está vinculado à evolução de outros fa- ambiental e de restrição ao manuseio de fornecimento de energia (serviços anci-
tores externos/correlatos, entre eles: in- combustíveis fósseis e aplicações indus- lares, energia com qualidade ‘premium’
serção de fontes de geração renovável na triais e de suporte à rede de distribuição. e resposta à demanda) para aplicação
matriz energética, adoção de novos mo- Flexibilização do Mercado e No- em consumidores industriais e comer-
delos regulatórios e comerciais, e tecno- vos Modelos Regulatórios ciais e para a distribuidora; e (c) melhor
logias concorrentes. A seguir são apresen- A adoção de novos modelos comer- aproveitamento das fontes renováveis,
tados alguns indicadores nesse contexto: ciais e regulatórios deve incentivar mui- utilização dos parques geradores e ren-
Inserção de Fontes Renováveis to a adoção de soluções de redes elétri- tabilidade na comercialização no mer-
na Matriz Energética cas inteligentes, geração distribuída de cado livre. Tendo em vista o crescimento
Uma das aplicações de BESS com energia e tecnologias de armazenamen- da adesão ao mercado livre, o potencial
maior potencial é para apoiar a integra- to. Hoje, o País já conta com modelos de aplicação de BESS é interessante.

Conclusão
O desenvolvimento tecnológico no trazendo alternativas inimagináveis até disso, é vital em aplicações estratégi-
ramo de baterias e seu gerenciamento, então no ramo da energia. cas, tais como: proteção de fronteiras,
são intensos e novidades surgem a cada O BESS surge assim, como uma so- combate ao tráfico e radares, bem como
dia, levando os preços a caírem e serem lução apropriada para complementar e em situações que exijam a substituição
cada vez mais competitivos. A diversi- aumentar a eficiência de sistemas de do diesel e assemelhados, em casos de
dade de aplicações do BESS é enorme, geração baseado em renováveis. Além proteção ambiental.

Eduardo René Kinas


Engenheiro do Departamento de Projetos,
Engenharia e Automação da WEG Drives &
Controls – Automação Ltda.

64 potência
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lança nova

confiabilidade
geração de
compressores de
ar para atender

A
Ingersoll Rand®, especializa- 350 cv, melhoraram em 21% sua capaci-
à demanda de
da em tecnologias e serviços dade de produção de ar. clientes que
de compressão, acrescentou Os modelos RS200 e RS250 kW es-
novos modelos à sua linha tão disponíveis com novas unidades com- buscam mais
de compressores de ar de parafusos ro- pressoras, de simples e duplo estágio,
tativos lubrificados. A Nova Geração da capazes de aumentam o fluxo de ar em produtividade e
Série-­­R chega ao mercado para propor- até 16% em comparação aos produtos
cionar soluções mais eficientes em consu- anteriores. Quando operam em veloci- menor consumo
mo de energia elétrica para clientes com dade fixa, os novos equipamentos apre-
grandes demandas de ar comprimido de sentam 21% em eficiência energética em de energia.
alta qualidade. Segundo Danilo Mansur, relação às linhas anteriores, enquanto na
é gerente de desenvolvimento de negó- opção de velocidade variável, podem ser
cios que cuida do portfolio de produtos até 35% melhores que a média utiliza-
de compressores rotativos, lubrificados, da pela indústria, segundo o fabricante.
isentos de óleos e tratamento de ar da “A capacidade desses novos com-
área de Tecnologias e Serviços de Com- pressores em oferecer eficiência excep-
pressão da Ingersoll Rand®, os novos cional sem comprometer a confiabili-
compressores, com potência entre 250 e dade vem ao encontro das demandas Reportagem: Clarice Bombana

Foto: Divulgação

66 potência
Todo o portfólio da empresa está
sendo reestruturado com base As tecnologias
em três conceitos: eficiência,
confiabilidade e servibilidade. do novo
Danilo Mansur | gerente de
desenvolvimento de negócios da
área de Tecnologias e Serviços
compressor
de Compressão da Ingersoll ✖ Proteção PAC é um algoritmo ex-
Rand® clusivo desenvolvido pela Ingersoll
Rand® e integrado ao sistema de
controle de cada compressor. Moni-
de para as instalações que operam sem
tora os principais parâmetros de de-
interrupção”, destaca Mansur.
sempenho, nos casos em que as pe-
Foto: Divulgação

Todos os compressores de ar da
ças consumíveis chegam ao final de
Nova Geração da Série-R são equipados
sua vida útil, ou nos casos em que as
com controladores da Série-Xe, que per-
temperaturas de operação atingem
crescentes das indústrias em aumentar mitem acesso fácil e intuitivo ao sistema
os limites. Nestas situações, os con-
a produtividade e reduzir o consumo de ar comprimido. O controlador Xe145
troles ajustam os parâmetros para
de energia elétrica”, afirma Eric Seidel, incorpora uma análise de desempenho e
manter a máquina funcionando sem
vice-presidente de Desenvolvimento de um gráfico de tendência, bem como um
sobrecarregar o compressor, evitan-
Produtos para Tecnologias e Serviços de sequenciador integrado para até quatro
do o desligamento desnecessário.
Compressão da Ingersoll Rand. compressores.
✖ A tecnologia V-ShieldTM protege
De acordo com testes internos reali- Os novos compressores de ar são im-
todos os acessórios críticos com
zados, a eficiência e as melhorias de de- portados da fábrica nos EUA e podem ser
selos de vedação de o-ring, em um
sign em alguns dos compressores de alta adquiridos diretamente junto aos centros
método que é amplamente livre de
capacidade permitem uma economia no de vendas e serviços da Ingersoll Rand
distorção. Os vazamentos são pra-
consumo de energia de até R$ 160 mil, ou pela rede de distribuição autorizada
ticamente eliminados, sendo que o
por compressor, em um período de dois do País. Os potenciais consumidores são
desempenho não é sacrificado, inde-
anos, se comparado aos modelos ante- formados por empresas que estão im-
pendentemente de quantas recone-
riores – energia calculada com base em plantando novas plantas ou instalações,
xões sejam necessárias.
6.000 horas de uma operação anual e realizando expansões industriais e mo-
✖ O sistema de refrigeração flutuante
com custo energético de R$ 0,40/kWh. dernizações de parques de máquinas. A
da Ingersoll Rand® contém troca-
Segundo Mansur, todo o portfólio da empresa também oferece o serviço de
dores de calor com conexões, para
empresa está sendo reestruturado com auditoria, voltado ao estudo e análise da
que possam expandir e contrair de
base em três conceitos: eficiência, con- situação atual do sistema de ar comprimi-
acordo com a necessidade. Este
fiabilidade e servicibilidade. “Eficiência do de uma planta, a fim de produzir um
novo design melhora a confiabili-
com equipamentos que forneçam mais ar relatório com as oportunidades possíveis
dade geral do sistema porque as
comprimido consumindo menos energia de melhoria da instalação.
conexões soldadas reduzem a ca-
elétrica. Confiabilidade com equipamen- De origem norte-americana, a Inger-
pacidade de expansão e contração
tos que operem o maior tempo possível soll Rand é detentora das marcas Club
dos trocadores de calor. E essa é a
sem interrupções. Servicibilidade com Car, Ingersoll Rand, Thermo King e Trane,
principal condição para falhas ocor-
equipamentos que exijam uma manuten- que juntas trabalham para melhorar a
rerem no sistema.
ção simples e rápida”, explica o gerente. qualidade e o conforto do ar em casas e
✖ O óleo lubrificante de longa vida
Com capacidade variando de 1.800 edifícios; transportar e proteger alimen-
Ultra EL é formulado para durar até
a 3.200 m²/h, cada compressor vem tos e perecíveis; e aumentar a produtivi-
16.000 horas, duas vezes mais do
com a Proteção de Controle Adaptativo dade e eficiência industriais. Com uma
que outros lubrificantes para com-
Progressivo (PAC) de série, tecnologia operação global de US$ 13 bilhões, os
pressores rotativos. O Ultra EL man-
V-­ShieldTM, trocadores de flutuantes produtos e soluções da Ingersoll Rand
tém os compressores funcionando
e óleo lubrificante de longa vida Ultra compreendem sistemas de ar e gás com-
com o máximo desempenho, mini-
EL. “Esses recursos ajudam a manter o primido e serviços, ferramentas pneumá-
mizando o tempo de inatividade e
equipamento funcionando de forma efi- ticas, manuseio de materiais e sistemas
reduzindo os custos do ciclo de vida.
ciente e maximizam o tempo de ativida- de gerenciamento de fluidos.

potência 67
artigo Mercado de energia

Cenário agitado
Oportunismo e falta de informação prejudicam o
desenvolvimento do mercado de energia. Futuro preocupa.

Foto: Shutterstock

O
cenário geral do mercado de energia nunca esteve tão 1. Empresas que não aceitaram se enquadrar nas reno-
agitado como atualmente. O final de concessões de al- vações e termos previstos na citada Lei sabiam que a
gumas usinas, como já era esperado, trouxe discussões partir de então – agora, em 2017, também - haveria
acaloradas e discursos oportunistas de políticos e outros leilão das concessões (como já tinha acontecido com
elementos mal-informados e/ou mal-intencionados. algumas usinas da CESP);
Vamos a alguns fatos, já que entrar na seara política nada vai 2. Mesmo antes da edição da lei 12.783/2013 a data
acrescentar ao que já sabemos (falas desconexas, bravatas e os efei- de vencimento das concessões já estava determinada,
tos danosos da MP 579/2012 que depois se tornou a Lei 12.783/ embora não fosse claro o critério de renovação (vejam
Janeiro de 2013): que houve renovações de concessões de distribuição,

68 potência
que não estavam previstas na tal Lei, sem qualquer lici- para uso espúrio da agência). No evento LAUW (Latin America
tação e com benção do TCU!); Utility Week 2017) pude perceber grande incerteza sobre nosso
3. Estas empresas que não aceitaram se enquadrar nos ter- futuro (qual empresa se sente segura em investir pesado em
mos desta Lei lucraram muito com a venda de energia a AMI?), até porque a ANEEL tem assumido posições conflitan-
preços elevados durante 3 anos (muitos bilhões de reais!); tes com o que as boas práticas de mercado preconizam. Em
algumas empresas que pagavam até 95% do lucro em uma apresentação que assisti foi dito a célebre frase de An-
dividendos não usaram este montante para se capitalizar toine de Saint-Éxupéry: “A tarefa não é a de prever o futuro,
de forma a se preparar para o que viria depois (leilões); mas sim de o permitir”.
4. Citar perda da soberania nacional ao ter usinas operadas O futuro virá de qualquer forma e é muita pretensão pen-
por empresas de origem estrangeira é pura bravata: elas sar que se pode barrá-lo, mas não aceito tamanha passivida-
têm que operar usinas, subestações ou linhas de trans- de, principalmente quando as ações atuais apontam para um
missão de acordo com o que determina a ONS; caso não desastre que vão tornar o futuro um pouco pior para todas as
o façam podem ser multadas e até ter a concessão revo- distribuidoras e consumidores, como é o caso da Tarifa Branca,
gada por ação da ANEEL; o melhor exemplo de negócio “perde x perde” que conheço.
5. Todo o planejamento do setor de energia elétrica conti- Também não aceito comparar esta tarifa com o famigerado
nua com a EPE, vinculada ao MME; pré-pagamento de energia, fruto de um lobby brutal e imoral
6. Toda a comercialização de energia se faz através da CCEE; de algumas empresas, que conseguiu tarifa e aprovação do
7. Dizer que estamos entregando de graça o patrimônio pu- processo em prazos recordes; também não aceito que se diga
blico também não é verdade: assim como nas estradas que a tarifa de pré-pagamento não vingou no Brasil porque
privatizadas, o que se permite é a operação do empreendi- as distribuidoras não a divulgaram corretamente. Na verdade
mento por um tempo determinado (mediante pagamento ela não vingou porque nenhuma das mais de 60 distribuidoras
pela outorga) com tarifas reguladas e lucro conhecidos não são dadas a rasgar dinheiro.
pelo órgão regulador, ou seja, as usinas, subestações, li- Se alguém se interessar eu posso passar estudo no qual
nhas de transmissão e sistemas de distribuição são patri- fica claro que o investimento necessário em sistemas, pontos
mônio da UNIÃO e assim continuarão sendo não importa de venda (e sua respectiva remuneração – já pensou pagar R$
a origem do investidor. 3,00 para a lotérica vender cada 5 ou 10 kwh???) e medidores
Assim, com estes dados e fatos principais alinhavados, cai de pré-pagamento nunca se paga.
por terra o discurso vazio de falsos patriotas e espalhadores E achar que o consumidor sem recursos vai sentar-se com
de desinformação de plantão. a família no escurinho de sua casa e ficar filosofando até o dia
Fica claro também que, mais que nunca, as agências re- que orçamento permitir comprar uns poucos kWh ???
guladoras devem ter orçamento adequado (pagamos um per- Bom lembrar de outro dito do mesmo Saint-Éxupéry: “Tu te
centual na nossa tarifa de energia elétrica para este fim, mas tornas responsável por tudo aquilo que cativas”.
o governo nem sempre repassa tudo o que arrecada), inde- Assim, termino torcendo para que a tarifa branca, tal como
pendência e força para cumprirem seu papel, bater onde for está concebida hoje, também seja mais um fracasso, pois não
necessário, adotar comportamento padronizado independen- quero subsidiar aqueles que pagarão menos sem dar qualquer
temente da empresa fiscalizada e não sucumbir a apelos po- contribuição de melhoria ao sistema elétrico; alguém quer?
pulistas de aprendizes de ditador (inclusive retirando de seus No nosso próximo encontro vamos falar da tarifa binômia
quadros diretor ou outros membros que venham a contribuir de baixa tensão que, tardiamente, começa a ser estudada.
Foto: Divulgação

Luiz Fernando Arruda


Engenheiro eletricista,
consultor e professor.

potência 69
artigo Condutores fotovoltaicos

Cabos para
instalações fotovoltaicas

Foto: ShutterStock

N
os últimos anos, a geração Embora positivas, essas estimati- parques solares fotovoltaicos (usinas de
de energia fotovoltaica tem vas podem ser superadas com relativa maior porte), quanto a geração distribu-
evoluído de forma consis- facilidade. Primeiro, porque os inves- ída, formada por mini e micro pontos de
tente no Brasil, principal- timentos nesse mercado são crescen- geração fotovoltaica, que se diferencia
mente em função dos avanços no cam- tes e tendem a se manter em alta nos pela geração de energia nos próprios
po regulatório, da redução dos preços próximos anos. Segundo, pelo próprio centros consumidores, com a instalação
dos sistemas e da própria percepção de potencial de geração de energia elé- de sistemas solares nos telhados de re-
suas vantagens. trica que o Brasil possui nessa área. A sidências, comércios, prédios públicos,
Com base nos projetos executados Alemanha, uma das líderes do ranking hospitais, indústrias, etc.
e contratados até o final de 2016, es- mundial de geração fotovoltaica, tem Seja qual for o perfil da geração
pecialistas dessa área estimam que, até menos de 5% da superfície territorial (centralizada ou distribuída), na área
2030, o mercado fotovoltaico deverá do Brasil e índices médios de irradiação fotovoltaica os cabos elétricos exercem
movimentar mais de R$ 100 bilhões no solar bem inferiores aos registrados no papel fundamental. E, devido às caracte-
Brasil. Segundo os players do setor, até território brasileiro. rísticas desse tipo de instalação, muitas
meados de 2026 a representatividade No Brasil estão em pleno desen- vezes os condutores precisam ser desen-
dessa fonte de energia na matriz na- volvimento tanto a geração centraliza- volvidos com características especiais,
cional poderá chegar a 5%. da, que envolve os grandes projetos de como veremos a seguir.

70 potência
Visão geral de uma instalação fotovoltaica
Antes de nos aprofundarmos na jo fotovoltaico compreende todos os ralelo, e que pode alojar dispositi-
questão dos condutores elétricos, va- componentes até os terminais de en- vos de proteção e/ou de secciona-
mos a algumas definições em torno trada em corrente contínua da UCP mento (os termos equivalentes em
de uma instalação de geração foto- (Unidade de Condicionamento de inglês são: string box, junction box
voltaica: Potência), das baterias ou das car- ou combiner box).
✔ Célula fotovoltaica: é um disposi- gas. Um arranjo fotovoltaico pode Em suma, uma instalação fotovol-
tivo fotovoltaico elementar, especifi- ser constituído por um único módulo taica inclui arranjos fotovoltaicos, con-
camente desenvolvido para realizar fotovoltaico, uma única série foto- dutores do cabeamento em corrente
a conversão direta de energia solar voltaica, ou várias séries ou subar- contínua (cabos fotovoltaicos), disposi-
em energia elétrica. ranjos fotovoltaicos conectados em tivos de proteção elétrica, dispositivos
✔ Módulo fotovoltaico: é a unida- paralelo, e os demais componentes de chaveamento, aterramento e equi-
de básica formada por um conjunto elétricos associados. potencialização do arranjo fotovoltai-
de células fotovoltaicas, interligadas ✔ Unidade de condicionamento co, dispositivos de armazenamento de
eletricamente e encapsuladas, com de potência (UCP): é o sistema energia (opcional), unidades de condi-
o objetivo de gerar energia elétrica. que converte a potência elétrica cionamento de potência, caixas de jun-
✔ Série fotovoltaica: é um circuito entregue por um arranjo fotovol- ção, medidores (opcional) e quadros de
no qual módulos fotovoltaicos são taico na potência elétrica com valo- distribuição.
conectados em série, com o intuito res apropriados de frequência e/ou Há duas formas básicas de instala-
de gerar a tensão de saída desejada tensão para ser entregue à carga, ções fotovoltaicas:
de um arranjo fotovoltaico. ou armazenada em uma bateria ou ✔ O arranjo fotovoltaico é conectado
✔ Arranjo fotovoltaico: é um con- injetada na rede elétrica. às cargas diretamente em corrente
junto de módulos fotovoltaicos ou ✔ Caixa de junção: é um invólucro contínua.
subarranjos fotovoltaicos, mecânica no qual subarranjos fotovoltaicos, ✔ O arranjo fotovoltaico é conectado a
e eletricamente integrados, incluin- séries fotovoltaicas ou módulos fo- uma UCP que, por sua vez, se conec-
do a estrutura de suporte. Um arran- tovoltaicos são conectados em pa- ta às cargas em corrente alternada.

Visão geral de uma instalação


Luz Solar
fotovoltaica
Inversor de Televisor
corrente Corrente
Arranjo Alternada Vídeo
Fotovoltaico UCP Gravador
Corrente
Contínua Outros

Regulador
de carga de Lâmpada
bateria
Rádio
Bateria
ou
Ventilador
Acumulador
Quadro
Outros

potência 71
artigo Condutores fotovoltaicos

Cabos elétricos para sistemas fotovoltaicos


Um cabo da série fotovoltaica é caixa de junção. Por sua vez, um cabo subarranjo a que está associado.
aquele que interliga os módulos foto- do subarranjo fotovoltaico é o cabo de Um cabo do arranjo fotovoltaico é
voltaicos em uma série fotovoltaica, ou saída de um subarranjo fotovoltaico que aquele que transporta a corrente de sa-
que conecta a série fotovoltaica a uma transporta a corrente de saída total do ída total do arranjo fotovoltaico.

Aplicações dos cabos elétricos fotovoltaicos


CABOS
FOTOVOLTAICOS p/inversor

p/inversor p/inversor

p/inversor

Os cabos utilizados em sistemas fo- em temperatura ambiente de -15°C te, os principais requisitos da ABNT NBR
tovoltaicos devem atender às especifica- até 90°C. 16612 sobre a construção dos cabos fo-
ções da norma ABNT NBR 16612 - Cabos ✔C
 ondições em regime perma- tovoltaicos são as seguintes:
de potência para sistemas fotovoltaicos, nente: a temperatura do condutor ✔C  ondutor (1): deve ser de cobre
não halogenados, isolados, com cober- em regime permanente não deve estanhado, têmpera mole e estar
tura, para tensão de até 1,8 kVcc entre ultrapassar 90°C. Por um período conforme ABNT NBR NM 280 na
condutores - Requisitos de desempenho. máximo de 20.000 horas é permi- classe 5 de encordoamento.
a) Condições de instalação e tida uma temperatura máxima em ✔S  eparador: sobre o condutor pode
serviços regime permanente no condutor de ser aplicado um separador, a crité-
Os principais requisitos da ABNT 120°C a uma máxima temperatura rio do fabricante, a fim de facilitar
NBR 16612 sobre as condições de ins- ambiente de 90°C. a remoção da isolação e evitar a
talação e serviço dos cabos fotovoltaicos ✔C
 ondições em regime perma- aderência desta, e este separador
são as seguintes: nente em regime de curto-cir- deve estar de acordo com a ABNT
✔ Instalação: estes cabos foram pre- cuito: a temperatura no condutor, NBR 6251.
vistos para serem instalados entre a em regime de curto-circuito, não ✔ Isolação (2): deve ser constituída
célula fotovoltaica e os terminais de pode ultrapassar 250°C. A duração por uma ou mais camadas extruda-
corrente contínua do inversor foto- neste regime não pode ultrapassar das de composto não halogenado
voltaico. 5 segundos. termofixo.
✔ Condições ambientais: estes ca- b) Construção ✔S  eparador: sobre a isolação pode
bos devem ser adequados a operar Conforme figura da página seguin- ser aplicado um separador, a crité-

72 potência
rio do fabricante. Este separador 1 2 3
deve estar de acordo com a ABNT
NBR 6251.
✔ Cobertura (3): deve ser constituída
por uma ou mais camadas extruda-
das de composto não halogenado
termofixo. A cobertura deve ser nas
cores preta ou vermelha.

Instalação dos cabos para


sistemas fotovoltaicos
De um modo geral, a instalação elé- dos para a temperatura em regime devem ter condutores de cobre esta-
trica fotovoltaica deve atender as Con- permanente de acordo com a apli- nhado, a fim de reduzir a degradação
dições gerais de instalação, conforme cação. Se expostos ao tempo, de- do condutor ao longo do tempo.
6.2.9, os requisitos sobre Disposição vem ser resistentes à radiação UV. ✔O  s cabos fotovoltaicos devem ser
dos condutores (6.2.10) e as Prescri- Se não resistentes à radiação UV, do tipo retardante de chama e não
ções para a instalação (6.2.11) da nor- devem estar abrigados da radiação halogenados, com baixa emissão de
ma ABNT NBR 5410:2004– Instalações UV por proteção apropriada, ou ser fumaça e isentos de gases tóxicos e
elétricas de baixa tensão. instalados em eletrodutos resisten- corrosivos.
Em particular, a norma ABNT NBR tes à radiação UV. c) Instalação dos cabos foto-
IEC/TS 62548:2017 - Instalações elétri- ✔ Os cabos fotovoltaicos devem ser re- voltaicos
cas de baixa tensão – Arranjos fotovol- sistentes à água e, por serem eventu- ✔ Os cabos fotovoltaicos devem ser ins-
taicos, inclui requisitos que modificam, almente expostos a ambientes salinos, talados de forma a não sofrer fadiga
complementam ou substituem aqueles

Foto: ShutterStock
da NBR 5410:2004.
Dentre várias prescrições da nor-
ma relativas à instalação fotovoltaica,
a seguir são reproduzidas as seguintes:
a) Segregação entre linhas em
corrente alternada e corren-
te contínua
Para evitar confusão entre linhas em
corrente alternada e corrente contínua
dentro de uma instalação, bem como
evitar riscos de faltas entre linhas de
alimentações distintas, as linhas em
corrente contínua e em corrente alter-
nada devem ser separadas. Além disso,
os diferentes tipos de circuitos devem
ser claramente identificados, por exem-
plo, pelo uso de etiquetas ou condutores
com cores diferentes.
b) Condutores
✔ Os cabos utilizados dentro do ar-
ranjo fotovoltaico devem ser ade-
quados para aplicações em corrente
contínua e devem ser dimensiona-

potência 73
artigo Condutores fotovoltaicos

devido a esforços mecânicos, como, disso, é preciso considerar que abra- que mínimo e polaridade durante a
por exemplo, vento. Eles também de- çadeiras metálicas podem ter bordas instalação para reduzir o risco de
vem ser protegidos contra bordas cor- cortantes que, ao longo do tempo e faltas e possíveis arcos durante o
tantes ou perfurantes. Os condutores em função do vento, podem causar comissionamento, operação e ma-
devem ser instalados de forma que danos aos condutores. nutenção futura.
suas propriedades e os requisitos de ✔ O cabeamento de geradores foto- ✔P
 ara reduzir a magnitude de sobre-
instalação sejam mantidos ao longo voltaicos deve ser realizado de tal tensões induzidas por descargas at-
da vida útil do sistema fotovoltaico. forma que a possibilidade de ocor- mosféricas, os condutores do arranjo
✔ Abraçadeiras e presilhas de cabos rências de faltas entre dois con- fotovoltaico devem ser dispostos de
não devem ser utilizadas como o dutores energizados ou entre um tal maneira que a área de laços de
método principal de fixação, a me- condutor energizado e a terra seja condutores seja mínima, por exem-
nos que tenham uma vida útil maior minimizada. plo, pela instalação de condutores
ou igual à do sistema ou do período ✔ Todas as conexões dos cabos de- em paralelo, conforme mostrado na
de manutenção programada. Além vem ser verificadas quanto ao tor- Figura a seguir:

Exemplos de cabeamento de série


fotovoltaica com área mínima de laço:

caixa de conexão
do módulo FV

(a) (b)

(c)

74 potência
✔N  o caso em que os cabos de séries
fotovoltaicas entre módulos foto-
voltaicos não sejam protegidos por
eletroduto ou outros invólucros, eles
devem ser protegidos contra danos
mecânicos e presos para aliviar a
tensão mecânica, a fim de evitar que
o cabo se solte da conexão.
✔ Quando condutores são inseridos
diretamente em caixas de junção,
sem eletrodutos, deve ser utilizado
um sistema de alívio de tensão me-
cânica para evitar desconexões de
Foto: ShutterStock

cabos dentro da caixa de junção,


como, por exemplo, um prensa-cabo.
✔ Deve ser fornecida uma identificação
permanente e durável para o cabea- ser exposto claramente no local da ✖ E m caso de exposição ao meio
mento do arranjo fotovoltaico, reali- instalação. Em geral, utiliza-se a cor ambiente, ser dimensionados
zada por um dos seguintes métodos: vermelha para o condutor positivo e para uso ao tempo, ser resisten-
✖C  abeamento utilizando cabos a cor preta para o negativo. tes à radiação UV e ter índice de
marcados de fábrica como “Cabo ✔ S empre que possível, deve haver se- proteção (IP) adequado para o
para sistema fotovoltaico”. Esta paração entre os condutores positi- local de instalação.
marcação deve ser permanente, vos e negativos dentro das caixas ✖ Devem ser instalados de tal ma-
legível e durável, ou, no caso de de junção, de maneira a minimizar neira a minimizar os esforços
o cabeamento não ser claramente os riscos de arcos em corrente con- mecânicos sobre os conectores.
marcado de fábrica como “Cabo tínua que possam ocorrer entre es- ✖ Plugues e tomadas, normalmen-
para sistema fotovoltaico”, etique- tes condutores. te utilizados para a conexão de
tas com as palavras “SOLAR c.c.” ✔ E m um arranjo fotovoltaico, os co- equipamentos domésticos de
deverão ser fixadas em um inter- nectores de encaixe devem ser com- baixa tensão em corrente alter-
valo não superior a 5 m em condi- pletamente compatíveis, do mesmo nada, não devem ser utilizados
ções normais e não superior a 10 tipo e devem cumprir os seguintes em arranjos fotovoltaicos.
m em linha reta, onde uma visão requisitos mínimos: ✖ A crimpagem dos cabos aos co-
clara é possível entre etiquetas. ✖ Ser classificados para uso em cor- netores deve ser realizada com
✖ No caso de o condutor ser colo- rente contínua. ferramenta própria para essa fi-
cado em um conduto fechado, a ✖ Oferecer proteção contra o con- nalidade.
identificação deve ser anexada tato com partes vivas em estado ✖ Devem exigir força intencional
ao exterior do conduto em in- conectado e desconectado (por para serem separados.
tervalos não superiores a 5 m e/ exemplo, encapsulados). ✖ Se acessíveis por pessoas não
ou nas caixas de passagem des- ✖ Ter uma corrente nominal igual qualificadas, devem ser do tipo
sas linhas. ou superior a capacidade de con- com bloqueio, onde duas ações
✔ Apesar da distinção por cor não ser dução de corrente para o circuito independentes são necessárias
exigida, é recomendado, quando no qual estão instalados. para desconectar.
possível, fazer a distinção por co- ✖ Ser dimensionados para a tem- ✖ Devem ser polarizados, no caso
res. O código de cores utilizado deve peratura do local de instalação. de conexões multipolares.

Conteúdo retirado do Guia de Aplicação para Cabos


Elétricos com Condutores de Cobre - Energias
Renováveis, publicado pelo ICA/Procobre em 2017.

potência 75
economia

Foto: Divulgação
Produção e emprego
A produção industrial do setor eletroeletrônico cresceu
6% no mês de agosto de 2017, em relação a agosto de
2016. É o que mostram os dados divulgados pelo IBGE e
Fábrica de baterias
A ABB e a Northvolt firmaram uma ampla parceria de oferta e tecno-
agregados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica
logia, incluindo produtos e serviços para a fábrica de baterias de íon-lítio
e Eletrônica (Abinee). 
de última geração da Northvolt e estreita colaboração no desenvolvi-
O desempenho foi puxado pelo acréscimo de 22,1% da
mento de soluções de bateria e atividades de P&D. Os empreendimentos
indústria eletrônica, visto que a indústria elétrica recuou
de tecnologia da ABB (ATV) apoiarão a fase inicial deste projeto através
5,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
de um investimento inicial.
Em relação a julho de 2017, com ajuste sazonal, o cres-
A Northvolt construirá na Suécia a maior e mais avançada fábrica de
cimento do setor foi de 1,1%, com elevação tanto na área
baterias de lítio-íon na Europa. Apoiada pelos conhecimentos técnicos de
eletrônica (+1,6%) quanto elétrica (+0,5%). “Os números
automação industrial, robótica integrada, eletrificação e soluções do ABB
são positivos, mas ainda temos observado um descompasso
Ability (oferta digital para todos os setores da indústria), a fábrica forne-
entre o desempenho do segmento eletrônico e elétrico”,
cerá aos clientes europeus nos principais setores automotivos uma alta
diz o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Segundo
qualidade e soluções personalizáveis de bateria. A fábrica está prevista
ele, as áreas ligadas a equipamentos para infraestrutura e
para começar a produção em 2020. Uma linha de demonstração estará
energia ainda se ressentem do baixo nível de investimentos.
pronta até 2019 e permitirá que a Northvolt otimize continuamente produ-
No acumulado de janeiro a agosto de 2017, a produ-
tos e processos.”Estamos entusiasmados em apoiar o projeto da Northvolt
ção industrial do setor eletroeletrônico cresceu 4,5% em
para construir a fábrica de baterias do futuro”, disse o CEO da ABB, Ulrich
relação ao igual período de 2016. Este incremento foi re-
Spiesshofer. “Esta fábrica é o verdadeiro exemplo da liderança da ABB em
sultado da elevação de 20,6% na área eletrônica, enquanto
automação industrial e eletrificação para atender à demanda crescente
o segmento elétrico sofreu queda de 6,4%.
por soluções de armazenamento mais inteligentes e mais sustentáveis”.
Outra boa notícia é que o setor eletroeletrônico abriu
“O mundo está caminhando rapidamente para a eletrificação. Que-
576 vagas em agosto de 2017, segundo dados da Abinee,
remos facilitar essa transição por meio da construção da maior e mais
com base em informações do Cadastro Geral de Empre-
inovadora fábrica de baterias de íon-lítio no continente europeu, e da
gados e Desempregados do Ministério do Trabalho. Com
produção das pilhas mais ecológicas do mundo. A ABB está na vanguarda
o resultado, o nível de emprego subiu pelo segundo mês
da eletrificação, e estamos muito felizes em tê-los a bordo como parcei-
consecutivo após duas quedas sucessivas nos meses de
ro estratégico, principal fornecedor e investidor”, disse Peter Carlsson,
maio (-373) e junho (-888). Humberto Barbato ressalta
CEO da Northvolt. Os produtos e serviços que a ABB pretende fornecer
que, no acumulado do ano, foram abertas 2.683 vagas.
incluem uma solução totalmente integrada de robótica, automação e
Entretanto, nos últimos 12 meses, o setor reduziu 4.502
eletrificação, incluindo o sistema da ABB líder do setor de controle de
postos de trabalho. O número total de empregados diretos
distribuição, o Sistema 800xA do ABB Ability, bem como avançadas so-
passou de 232,8 mil, em dezembro de 2016, para 235,4
luções digitais, tais como a Gestão de Operações de Manufatura do ABB
mil, em agosto.
Ability, tornando esta fábrica um verdadeiro exemplo para a Indústria 4.0.

Dados positivos
Seis meses após iniciar a fabricação de produtos de alumínio, um dos fatores impulsionadores desse sucesso, além da qualidade
a Termomecanica já está comemorando os bons resultados. Cerca técnica e do reconhecimento da marca TM no mercado.
de 35 toneladas estão sendo produzidas mensalmente pela com- De acordo com Paulo Cezar Martins Pereira, gerente de Marke-
panhia, que detém a liderança no setor de transformação de me- ting e Comercial da Termomecanica, as vendas têm sido crescentes
tais não ferrosos (cobre e suas ligas). A expectativa é de que até e acima das expectativas. A linha de alumínio vem conquistando
o final de 2017 esse volume atinja 500 toneladas. share e já é cogitada a ampliação da produção para atender a
A produção deve crescer gradualmente, chegando a mil tone- demanda do mercado. “Essa boa aceitação é resultado de uma
ladas ao longo de 2018, quando a segunda fase do projeto esta- conjunção de fatores. Somos reconhecidos no mercado pela qua-
rá em andamento e novos equipamentos entrarão em operação. lidade dos nossos produtos, competitividade e comprometimento
Uma vez consolidada a segunda fase, em regime normal, a capa- com a entrega. Em longo prazo, nos próximos três anos, espera-
cidade de produção poderá chegar a 19 mil toneladas por ano. O mos produzir algo em torno de 20 mil toneladas anualmente. Isso
crescimento do consumo de produtos em alumínio, que de acordo tudo mostra que os investimentos nesta nova linha aconteceram
com a Associação Brasileira de Alumínio, no 1º trimestre de 2017, no momento certo, no qual a economia começa a dar os primei-
cresceu 1,8% em relação ao mesmo período no ano passado, é ros sinais de retomada”, ressalta.

76 potência
Novos caminhos
Sempre atenta à evolução do mercado e ao desen- em iluminação com produtos que propiciem durabilidade,
volvimento de novas tecnologias, a Tramontina segue economia e bem-estar. Além das lâmpadas em diversos
ampliando seu portfólio de materiais elétricos. Em modelos, constarão do catálogo da Tramontina plafons,
2016 deu um passo importante na consolidação da refletores e luminárias, sempre de LED. Dessa forma,
marca com o lançamento de linhas de disjuntores e oferecerá ao mercado as principais famílias, que serão
quadros de distribuição. Agora, se prepara para dar comercializadas pela estrutura de vendas da empresa,
um novo salto, desta vez com a entrada no segmen- que conta com cinco centros de distribuição e cinco
to de lâmpadas LED. escritórios regionais, além da ampla rede de represen-
Em se tratando de Tramontina, empresa que tantes e promotores, garantindo que as lâmpadas che-
possui uma história de mais de 100 anos de tradi- guem a todos os principais pontos de vendas do país.
ção e qualidade, nem é preciso dizer que o salto vem Antes do lançamento nacional, no entanto, a Tra-
sendo muito bem calculado. Há pelo menos cinco anos a montina tomou a decisão de realizar um período de labo-
fábrica vem analisando o assunto, época em que o LED caiu ratório para avaliar a grandeza e aceitação do mercado. Devi-
no gosto do consumidor brasileiro e começou a ganhar o es- do à proximidade com a sede da empresa, localizada em Carlos
paço até então ocupado pelas incandescentes. Barbosa (RS), os estados da Região Sul foram escolhidos para
A explicação da Tramontina para o investimento é esta primeira experiência. Dessa forma, ficará mais fácil e
simples: o segmento de LEDs no país cresce de forma rápido efetuar qualquer ajuste de distribuição ou repo-
significativa ano a ano, e vem aliado a dois fatores de- sição que se mostre necessário.
terminantes para a sua consolidação - a economia de A previsão é de que o pré-lançamento nos Estados
energia proporcionada pelo LED (cerca de 85%), que do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul acon-
impacta diretamente na conta de luz do consumidor, teça no último trimestre do ano e tenha a duração su-
e a durabilidade do produto, em torno de 25 mil horas. ficiente para que a empresa tenha sua logística ajustada
Por outro lado, o mercado vive um momento transitó- para atender de forma plena a demanda e expectativa do
rio e conturbado com a comercialização de produtos com mercado nacional. O que deve acontecer ao longo de 2018.
e sem certificação do Inmetro, órgão responsável pela re- O cenário atual mostra um mercado ávido pela substitui-
gulação da qualidade das lâmpadas. Tendo como diretriz ção das antigas incandescentes pelos econômicos LEDs. Para a
a satisfação de seus clientes, desde o início deste projeto Tramontina, que já tem um nome conhecido pelo consumidor e
a Tramontina teve a qualidade como premissa fundamen- a expertise de vendas, o horizonte mostra um mercado gigantes-
tal, com o objetivo de oferecer um amplo mix de soluções co e a possibilidade de consolidar a marca neste novo segmento.
Fotos: Divulgação

Segunda fábrica
Nos últimos anos a Cecil tem surpreendido o mercado ao man- neladas/ano, o que equivale ao cobre utilizado na fabricação de
ter seu crescimento contínuo, driblando a crise que atinge o País. 5 milhões de carros, a Cecil é uma das maiores metalúrgicas de
Seguindo sua estratégia de expansão, a empresa investiu R$ 3 mi- cobre do País. Sua trajetória começou em 1961, na capital paulis-
lhões em uma nova planta na cidade de Joinville, Santa Catarina. ta, onde permaneceu até 2004, ano em que consolidou toda sua
A nova unidade tem 2.400 m² de área construída e terá capaci- operação no município de Itapevi (SP).
dade de fundição de cobre de 1.000 toneladas/mês para produção
de vergalhões, além de trefilas. A capacidade de processamento
será de 2.000 toneladas de fios de cobre por mês. “Com este in-
vestimento, vamos incrementar nosso faturamento em 25% para
o ano de 2018. Além disso, teremos nosso payback em menos de
três anos”, afirma o presidente da companhia, Miguel Carvalho.
Em 2016, a empresa fechou o ano com um faturamento de R$
390 milhões e tem previsão de ampliar em 20% esse número em
2017. Nos últimos três anos a Cecil fez um investimento de R$ 60
milhões na aquisição de novos equipamentos e tecnologia. “Es-
tamos remando na contramão da crise e a inauguração da nova
Foto: Divulgação

fábrica apenas comprova isso”, finaliza Carvalho.


Com capacidade de processamento de mais de 100 mil to-

potência 77
vitrine

Luminária para galpões


A luminária LEDSTAR High Bay 5 da Unicoba foi especialmente de-
senvolvida para a iluminação de galpões, indústrias e centros de distri-
buição, afinal são indicadas para instalação em alturas que variam de
6 a 15 metros. Sua eficiência luminosa alcança 125 lm/W, ao mesmo
tempo em que reduz a carga da instalação, e tem vida útil de 100 mil
horas, diferenciais nessa categoria de luminárias. O payback pode ser
menor que dois anos, dependendo do regime de operação. O produto foi
projetado para fixação fácil e em diversas superfícies, como: perfilados,
cruzetas, superfícies horizontais ou verticais, etc., em ambientes inter-
nos e externos. Os perfilados para iluminação devem ter largura de 38
mm e furo para fixação com parafuso M12. Como as demais luminárias
da linha LEDSTAR, possui garantia de cinco anos.

Atmosferas explosivas
 A Tramontina Ex, divisão da Tramontina dedicada a produtos para atmosfe-
ras explosivas, amplia sua oferta de luminárias LED com o lançamento das séries
LLEx 873/1 e 874/1. As luminárias LED são adequadas para projetos de refinarias,
plataformas, silos e indústrias alimentícia e farmacêutica, casos em que é funda-
mental a escolha de uma solução de iluminação que atenda às características das
atividades desenvolvidas naquele ambiente e a segurança das pessoas, e também
às especificidades da instalação elétrica, além das questões normativas. Aliando
tecnologia e economia da energia, as luminárias LED para atmosferas explosivas
LLEx 873-1 e 874-1 são fabricadas de liga de alumínio, com globo de vidro tem-
perado e acabamento com pintura eletrostática a pó, na cor cinza. Possui junta de
vedação e seus parafusos e conexões são de aço inox. O grau de proteção IP66
garante que as luminárias sejam instaladas com segurança em ambientes exter-
nos, sob sol e chuva, e possam também ser utilizadas em ambientes com grande
incidência de poeira e em locais suscetíveis a jatos potentes de água.

Solução para laje


A família de Tubos e Conexões de PVC (Policloreto de Vinila) da Fortlev não para
de crescer. O mais novo lançamento é a Caixa de Luz para Laje, conhecida tam-
bém como suporte de caixa de luz em laje. O produto é utilizado para posicionar
e fixar as caixas de luz octogonais nas lajes pré-moldadas, com suporte apoiado
nas vigotas. O produto segue as especificações da Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas (ABNT) para proteção mecânica das fiações nas instalações elétricas
de baixa tensão. Entre os benefícios estão a segurança, com as abas reforçadas
que evitam quebras e deformações, além da facilidade de instalação. O conjunto
é formado por uma Caixa de Luz octogonal 4x4” em PVC e uma bandeja em Po-
lipropileno (PP). A Caixa de Luz para Laje Fortlev é fabricada nos formatos de 25
cm e 30 cm na cor laranja, medidas que atendem perfeitamente o padrão de lajes
pré-moldadas usadas atualmente. Com facilidade de instalação, já que possui vá-
rias entradas, possibilita o uso de qualquer diâmetro de eletroduto.

78 potência
Iluminação de emergência
A Intelbras, companhia desenvolvedora de equipamentos e soluções tecno-
lógicas de Segurança Eletrônica, Redes e Telecom e líder em diversos segmentos
no País, apresenta ao mercado a luminária de emergência LEA 101. Fabricada
com bateria de ion-lítio, característica que fornece alta durabilidade e dispensa a
realização de manutenção preventiva (quando a bateria acaba não é necessário
fazer o descarte do produto, bastando apenas trocar a bateria e continuar usan-
do). O equipamento possui 30 LEDs (100 lumens) e garante iluminação, automa-
ticamente, por até 6 horas em seu fluxo mínimo de luz ou por 3 horas em seu
modo máximo. Indicado para iluminar ambientes com até 30 m², como corredo-
res, escadas, prédios residenciais e comerciais, pousadas, residências, instalações
fabris, áreas públicas, hospitais, estabelecimentos comerciais, casas de praia etc.,
o equipamento tem como principal função garantir a luminosidade de ambientes
em caso de falha na rede elétrica, permitindo a evacuação do local com mais se-
gurança. Além disso, o modelo é desenvolvido com material anti-uv, que é mais
resistente à luz solar, ou seja, evita que o produto fique amarelado com o tempo
e possui, também, alça retrátil, podendo ser utilizado como lanterna em lugares
onde não há energia elétrica, como campings e pescaria.

Instalações fotovoltaicas
Conforme previamente divulgado em abril, durante a Feicon Batimat 2017, e em consonância com a publicação, em 10 de agosto
último, da norma ABNT NBR 16612:2017 - Cabos de potência para sistemas fotovoltaicos, não halogenados, isolados, com cobertura,
para tensão de até 1,8 kV C.C. entre condutores - Requisitos de desempenho –, a SIL Fios e Cabos Elétricos lança oficialmente o Atox-
Sil Solar 1,8 kV C.C. Feito de cobre estanhado e com cobertura resistente aos raios UV, o novo cabo, não halogenado, é indicado para
instalação de arranjos fotovoltaicos em sistemas de
geração de energia, produzida a partir de placas
fotovoltaicas por meio da incidência de raios
solares. O cabo solar da SIL pode ser encon-
trado em rolos de 100 m e bobinas.

Soluções seguras
A Steck, indústria especializada na produção de materiais elétricos, traz para
o mercado a linha a Linha Asgard®, um produto que atende diferentes neces-
sidades, sem abrir mão da segurança do instalador elétrico. Asgard® é o novo
disjuntor caixa moldada, indicado para aplicações em instalações mais comple-
xas de médio e grande porte, tais como construção civil, indústrias, infraestrutura
e energia. Com design moderno e tamanho compacto, o disjuntor possui maior
número de manobras elétricas e mecânicas com correntes nominais que vão de
10 a 1.250 A. Além disso, sua estrutura permite a fácil montagem de acessórios,
que ficam protegidos por uma tampa frontal, isolando-os e evitando acidentes. A
linha Asgard® é compatível com a linha Safe®, que possui opções para todos os
tamanhos de disjuntores, complementando soluções para o cumprimento da nor-
ma NR-10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade.

potência 79
agenda Novembro

Eventos
Fórum Potência – Ribeirão Preto
Data/Local: 21/11 – Ribeirão Preto (SP)
Informações: (11) 4225-5400 e www.forumpotencia.com.br

9º Seminário Nacional de Segurança e Saúde no Setor Elétrico Brasileiro


Data/Local: 22 a 24/11 – São Paulo (SP)
Informações: http://www.sense.funcoge.org.br

10º Congresso Nacional da Bioenergia


Data/Local: 22 e 23/11 – Araçatuba (SP)
Informações: www.udop.com.br

10º Fórum Latino-americano de Smart Grid


Data/Local: 28 e 29/11 – São Paulo (SP)
Informações: www.smartgrid.com.br

cursosSemana de Certificação Técnica em Automação Residencial


Data/Local: 20 a 23/11 – São Paulo (SP)
Informações: contato@aureside.org.br e (11) 5588-4589

Instalações Elétricas para Automação


Data/Local: 20 a 23/11 – São Paulo (SP)
Informações: contato@aureside.org.br e (11) 5588-4589

Proteção contra Descargas Atmosféricas Segundo a ABNT NBR 5419:2015


Data/Local: 21 a 23/11 – São Paulo (SP)
Informações: (11) 2344-1722 e cursos@abnt.org.br

Como se Tornar um LEED GA (Green Associate)


Data/Local: 23 e 24/11 – Rio de Janeiro (RJ)
Informações: cursos@gbcbrasil.org.br e (11) 4191-7805

GBC Brasil Casa e Condomínio


Data/Local: 27 e 28/11 – São Paulo (SP)
Informações: cursos@gbcbrasil.org.br e (11) 4191-7805

Instalações Elétricas de Baixa Tensão I – ABNT NBR 5410:2004 – Proteção e Segurança


Data/Local: 28/11 a 01/12 – São Paulo (SP)
Informações: (11) 2344-1722 e cursos@abnt.org.br

80 potência
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Recado do Hilton MERCADO

Sobre “Eletricistas” no
Brasil, Chile e Estados Unidos
N
o dia 17 de outubro é come- até hoje é reconhecido e homenageado de estudo superior acreditado pela SEC.
morado no Brasil o “Dia do pelos eletricistas americanos por sua de- Todas as licenças são válidas por cinco
Eletricista”. Curioso notar dicação à segurança. anos. Importante destacar que a licen-
que não há registro sobre o Chile, 1983: a Superintendência ça não é obrigatória para a prática de
motivo deste dia ter sido escolhido para de Eletricidade e Combustíveis (SEC) instalações elétricas, porém o mercado
celebrar essa profissão tão relevante. do governo do Chile possui um siste- dá clara preferência para a contratação
Para marcar a data, separamos algu- ma de “Licença de Instalador Elétrico” de profissionais que possuem a certifi-
mas informações sobre a atuação dos ele- (sec.cl). A Superintendência destaca que cação emitida pelo governo.
tricistas no Brasil, Chile e Estados Unidos. “as instalações elétricas devem ser rea- Brasil, 2017: cento e vinte e seis
Estados Unidos, 1879: Thomas lizadas por pessoal técnico qualificado anos depois de Henry Miller, não temos
Edison aperfeiçoou a lâmpada e em que possa responder pela qualidade e ainda nenhuma entidade que represen-
1882 acionou a primeira usina geradora segurança do trabalho realizado. Quem te de forma significativa as dezenas ou
em corrente contínua, em Nova York, ali- melhor pode garantir isso são os insta- centenas de milhares de eletricistas. A
mentando 59 moradores. Em 1886, Ge- ladores elétricos acreditados pela SEC, iniciativa do Procobre de alguns anos
orge Westinghouse, com ajuda do jovem que contam com a licença que certifica atrás e do Senai mais recentemente de
cientista Tesla, desenvolveu a corrente que possuem as competências neces- criar um sistema de certificação de ele-
elétrica alternada, e com a nova tecno- sárias para realizar o tipo de instalação tricistas não deu resultado até o mo-
logia podiam ser desenvolvidas linhas requerida”. A SEC entrega quatro tipos mento. Diferentemente do Chile, que há
de transmissões que levavam a energia de licenças de instalador elétrico (A, B, trinta e quatro anos possui um sistema,
elétrica para lugares cada vez mais dis- C, D), conforme o grau de conhecimento não há sinais de que algum órgão mu-
tantes. Muitos se candidataram para a necessário para a realização do serviço. nicipal, estadual ou federal tenha na sua
instalação de linhas, sem possuir qual- A licença Classe A é para a execução agenda licenciar os profissionais.
quer treinamento e estudos, arriscando de instalações de alta e baixa tensão, Sendo assim, parabéns aos profissio-
suas vidas por um pequeno salário. Em sem limite de potência instalada, e so- nais eletricistas e todos aqueles ligados
1891, alguns destes trabalhadores in- mente é concedida para engenheiros. A às instalações elétricas pelo dia 17 de
dignados com a falta de segurança fun- licença Classe B permite realizar insta- outubro! Mas, além de comemorar, que
daram a “Irmandade dos eletricistas”, a lações de baixa tensão até 500 kW de tal refletir e agir por uma profissão mais
primeira organização de eletricistas que potência instalada e requer a formação segura e reconhecida? Exemplos a se-
se tem notícia no mundo. O primeiro de técnico eletricista. A licença Classe guir não faltam.
Presidente da Irmandade foi Henry Mil- C refere-se às instalações de baixa ten- Até a próxima edição!
ler, um técnico respeitado que percorria são até 100 kW e também é necessá- Hilton Moreno
o país trabalhando na construção das ria a formação em técnico eletricista. A
linhas e organizando os colegas. Em licença Classe D permite que o profis-
apenas um ano a irmandade já contava sional realize instalações de iluminação
com dois mil associados. Ironicamente, em baixa tensão até 10 kW de potên-
em 1896, com apenas 43 anos, Miller cia total instalada, sem alimentadores
fazia manutenção em uma rede elétrica e instalações de aquecimento e força
Foto: Ricardo Brito/HMNews

de 2.200 volts pendurado em um poste motriz em baixa tensão até 5 kW, sem
quando foi eletrocutado e morreu. A Ir- alimentadores. Para obter esta licença,
mandade, no entanto, sobreviveu, cres- é necessário título de especialista em
Hilton
ceu e se chama IBEW (ibew.org). Miller eletricidade concedido por algum centro Moreno

82 potência
nucleotcm

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