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MERCADO ESPECIAL

Área fotovoltaica Mitos e fatos sobre


exige uso de cabo Redes Subterrâneas
solar específico de Energia

A N O 19
N º 217
ELÉTRICA, ENERGIA, ILUMINAÇÃO, AUTOMAÇÃO,
SUSTENTABILIDADE E SISTEMAS PREDIAIS
Multiplataforma

MERCADO
O MERCADO LIVRE DE ENERGIA JÁ PODE RECEBER
OS CONSUMIDORES DE ENERGIA LIGADOS NA ALTA

LIVRE DE
TENSÃO. A MEDIDA CONCEDE MAIOR LIBERDADE
AOS USUÁRIOS, QUE, DEPENDENDO DAS CONDIÇÕES
PODERÃO ACESSAR UMA ENERGIA MAIS BARATA

ENERGIA

ARTIGO. Estudo de caso de uma edificação localizada em uma região com alta densidade
de raios e elevados valores de resistividade do solo, fatores que representam uma
condição crítica quanto à proteção de descargas atmosféricas
SUMÁRIO

38

MATÉRIA DE CAPA
Desde o dia 1º de janeiro deste
ano, o mercado livre de energia
pode receber os consumidores
de energia ligados na alta
tensão. A medida concede maior
liberdade aos usuários, que,
dependendo das condições
poderão acessar uma energia
mais barata.

OUTRAS SEÇÕES
03 › AO LEITOR
32 ENTREVISTA 56 MERCADO
Estão confirmadas as datas de realização A alta do mercado solar favorece a
04 › HOLOFOTE das duas feiras e congressos a serem utilização de soluções da área elétrica. É
46 › ARTIGO KIT ACESSÓRIOS
promovidos pela Potência Eventos em o caso dos cabos específicos para o setor
2024. Em entrevista, o diretor Hilton Moreno fotovoltaico, que precisam ser aplicados
72 › ARTIGO APLICACIONES
detalha como serão os eventos e quais são nesse ambiente, em vez de um cabo
85 › ARTIGO POTENCIAIS DE
as expectativas em torno dos mesmos. convencional.
TOQUE EM SPDA

109 › ARTIGO NOVEMP

117 › ARTIGO MITSUBISHI


ELECTRIC

119 › ARTIGO ABSOLAR

122 › VITRINE

68 CADERNO REDES 76 ARTIGO


SUBTERRÂNEAS HÉLIO SUETA
Nesta edição estamos iniciando uma No artigo desta edição serão
série de breves artigos sobre alguns apresentadas algumas técnicas para
mitos e fatos sobre redes de energia proteção de sistemas externos de
elétrica subterrâneas. O objetivo com iluminação contra os efeitos das
esta sequência é trazer ao leitor uma descargas atmosféricas diretas nesses
opinião fundamentada em fatos e dados. sistemas e algumas medidas de proteção
contra surtos atreladas.

POTÊNCIA 2
EDITORIAL
EXPEDIENTE

Multiplataforma
Fundadores:
Elisabeth Lopes Bridi
DESTAQUES DA EDIÇÃO
Habib S. Bridi (in memoriam) A matéria de capa desta edição traz um assunto bastante atual e que prome-
ANO XIX • Nº 217
te causar grandes transformações na área elétrica: desde o dia 1º de janeiro, o
JANEIRO'24 Mercado Livre de Energia pode receber os consumidores de energia ligados na
alta tensão.
Publicação mensal da HMNews Editora
e Eventos, com circulação nacional, dirigida A Portaria 50/2022, do Ministério de Minas e Energia, permite que todos os
a indústrias, distribuidores, varejistas, home
centers, construtoras, arquitetos, engenharias, consumidores ligados na alta tensão (o chamado Grupo A), independentemente
instaladores, integradores e demais profissio-
nais que atuam nos segmentos de elétrica, do volume de demanda contratada, possam migrar para o Ambiente de Contrata-
iluminação, automação e sistemas prediais.
ção Livre (ACL). Na prática, a mudança estendeu o direito de escolher o próprio
Diretoria fornecedor de eletricidade às pequenas e médias empresas, como supermerca-
Hilton Moreno dos, farmácias, padarias e escritórios.
Marcos Orsolon
Pietro Peres Conforme destaca Adriana Sambiase, gerente executiva de Cadastros e Con-
Redação tratos da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no Mercado Livre
Diretor de Redação: Marcos Orsolon
Editor: Paulo Martins
o consumidor tem o direito de escolher o seu fornecedor de energia, como hoje
Jornalista Responsável: Marcos Orsolon escolhe seus provedores de serviços de telefonia e internet. Também pode nego-
(MTB nº 27.231)
ciar prazos e escolher o tipo de fonte que quer contratar. Enfim, pode personalizar
Departamento Comercial seus contratos e até, a depender das condições, acessar uma energia mais barata.
Cecília Bari e Rosa M. P. Melo
Uma verdadeira revolução no mercado.
Gestor de Eventos
Décio Norberto Já na seção Mercado o assunto do mês são os cabos fotovoltaicos. O mercado
Gestora Administrativa de energia solar está bombando, com essa fonte tendo atingido 16,3% da matriz
Maria Suelma elétrica do País. O futuro é altamente promissor.
Produção Visual e Gráfica Consequentemente, os produtos utilizados no dia a dia para a aplicação da
Estúdio AM
energia solar também são bem demandados. É o caso dos cabos solares.
Contatos Geral
Rua Jequitibás, 132 - Bairro Campestre De acordo com os especialistas ouvidos nesta matéria, a utilização de um cabo
Santo André - SP - CEP: 09070-330
contato@hmnews.com.br específico para o setor fotovoltaico é essencial para garantir a eficiência, a segu-
Fone: +55 11 4421-0965 rança e a durabilidade do sistema. O cabo fotovoltaico é projetado para suportar
Redação as condições ambientais específicas e as demandas elétricas dos sistemas foto-
redacao@hmnews.com.br
Fone: +55 11 99344-3166
voltaicos, garantindo um desempenho confiável e seguro ao longo do tempo. As
perspectivas para este mercado são positivas.
Comercial
publicidade@hmnews.com.br Boa leitura e até a próxima edição!
F. +55 11 4421-0965

Fechamento Editorial:
07/02/2024
Circulação:
07/02/2024
Conceitos e opiniões emitidos por entrevis-
tados e colaboradores não refletem, necessaria-
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vel. Registrada no INPI e matriculada de acordo
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ORSOLON MORENO

POTÊNCIA 3
HOLOFOTE CLIQUE
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E VOLTE AO
SUMÁRIO
Formação de jovens
A ISA CTEEP, líder em transmissão de energia no Brasil, anuncia a parceria firmada com o Instituto
Oportunidade Social (IOS), organização sem fins lucrativos dedicada em oferecer formação profissional de
qualidade para jovens em situação de vulnerabilidade social, com idades entre 15 e 29 anos, que estejam cursando ou
já tenham concluído o ensino médio, e pessoas com deficiência a partir dos 16 anos, sem limite de idade, com foco em
proporcionar a inserção no mercado de trabalho.
Por meio do Fundo de Apoio à Criança e ao Adolescente, a companhia apoia a formação em tecnologia da informa-
ção e comunicação para 240 estudantes da rede pública de ensino em Barueri e Diadema, SP. A meta é encaminhar, no
mínimo, 30% desses jovens para processos seletivos. No ano passado, dos 1.945 formados, 66% foram empregados
(1.264), o que gerou crescimento de 65% na renda familiar dos jovens no período.
“Na ISA CTEEP, por meio do Programa Conexões Desenvolvimento, temos o compromisso de contribuir com proje-
tos que apoiam a educação e o ensino profissionalizante. Acreditamos que o acesso à formação profissional é um passo
importante para a geração de oportunidades e a promoção do desenvolvimento social”, declara Ana Carolina David,
gerente de comunicação, sustentabilidade e relações institucionais da ISA CTEEP.
Além de São Paulo, o IOS tem unidades distribuídas por Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Nos últimos 25 anos, a organização alcançou mais de 43 mil formados em cursos profissionalizantes nas áreas de
Administração e Tecnologia da Informação, dentro de uma agenda de formação transver-
sal que engloba temas como desenvolvimento socioemocional, comunicação e cidadania.
“O Troféu IOS de imPACTOSOCIAL é uma maneira de reconhecer as empresas pelo com-
promisso com responsabilidade social, ao investirem na formação e empregabilidade dos
alunos do IOS. Além de contribuírem com a diversidade e inovação das empresas em seus
negócios, também propiciam um impacto social relevante para o jovem, sua família e co-
munidade”, conclui Kelly Lopes, superintendente do IOS.

Ana Carolina David, gerente de comunicação,


sustentabilidade e relações institucionais da ISA CTEEP, recebe
reconhecimento do IOS pela parceria firmada.
Foto: Divulgação

COBRECOM divulga balanço de eventos


Os cursos e treinamentos de capacitação técnica são alternativas para aprimorar e reciclar conhecimentos. Ao par-
ticipar de cursos e palestras, o profissional pode aprender novas técnicas, aperfeiçoar o seu trabalho e conhecer mais
sobre fios e cabos elétricos e aprender sobre o processo produtivo.
No segmento elétrico, por exemplo, a COBRECOM faz balanço positivo de seus treinamentos de capacitação téc-
nica que foram realizados em 2023 para eletricistas, instaladores, especificadores, engenheiros, profissionais de cons-
trutoras, estudantes e vendedores de lojas de materiais elétricos e de construção civil.
De acordo com a empresa, em 2023 houve aumento de 70% no número de pessoas que assistiram os eventos
técnicos e 40% a mais de treinamentos técnicos em comparação com 2022.
Paulo Sandrini Pozetti, instrutor técnico da COBRECOM, analisa que esses dados são bastante positivos e atestam
que a COBRECOM é uma empresa preocupada em transmitir informações relevantes para que todos entendam a im-
portância de não se preocupar apenas com os preços dos produtos elétricos, mas sim com a qualidade dos mesmos.

POTÊNCIA 4
HOLOFOTE

“Por isso, a companhia está se destacando não só pela qualidade e segu-


rança de seus fios e cabos elétricos, como também pela excelência em propagar
conteúdo técnico relevante”, destaca Pozetti.
Treinamentos para diversos segmentos
Segundo o instrutor técnico da COBRECOM, a companhia está preparada
para atender as necessidades de cada perfil do público que assiste a seus trei-
namentos técnicos.
Foto: Divulgação
Por isso, foram desenvolvidos diversos assuntos que são direcionados para
cada tipo de público - profissionais da área (eletricistas, engenheiros, estudantes, entre outros), construtoras e tam-
bém para as equipes de vendas das lojas de materiais elétricos e de construção civil.
“O conteúdo apresentado é rico em informações importantes e que agregam conhecimento para todos os públicos.
Também usamos termos descomplicados e fazemos analogias para melhor compreensão de todos”, explica Pozetti.
Atualmente, a COBRECOM possui cinco módulos de treinamentos e doze de promotorias técnicas que são minis-
tradas pela equipe de instrutores técnicos da companhia.
“Para 2024 a empresa continuará investindo na capacitação técnica dos profissionais da área de elétrica. Temos a
expectativa de aumentar a equipe de treinamento e esperamos triplicar o número de participantes desses eventos”,
completa Pozetti.
Capacitação das equipes de vendas
A participação dos vendedores e outros profissionais das lojas de materiais elétricos e de construção civil nos even-
tos técnicos da COBRECOM também foi bastante expressiva.
“As revendas, atacadistas, distribuidores e os home centers entenderam a importância de capacitar seus vendedores
para terem mais argumentos de vendas; e os profissionais sabem da importância de reciclar os seus conhecimentos. É um
grande movimento de conscientização que queremos causar neste mercado: segurança”, esclarece Paulo Sandrini Pozetti.
Treinamentos para instituições de ensino
Durante 2023 também foram feitos alguns treinamentos específicos para os estudantes da área de elétrica. “Ao
todo 1.832 estudantes foram capacitados durante esses eventos”, revela Pozetti.
Cursos na plataforma Parceiro da Construção
Durante 2023, a COBRECOM também lançou dois cursos na plataforma Parceiro da Construção. Ambos tiveram
conteúdo elaborado pelos instrutores técnicos da companhia, Paulo Sandrini Pozetti e Daniel Felipe. Cada curso pos-
sui nove aulas, exame e certificação, e contam com balanço bastante positivo.
O primeiro, apresentado em abril, teve como tema “Condutores elétricos: o que é preciso saber na hora de instalar”;
enquanto o segundo que foi lançado em julho teve como assunto “Condutores Elétricos: Aplicação dos Fios e Cabos”.
Ao todo os conteúdos foram assistidos por mais de 6.800 mil alunos cadastrados com mais de 2.000 que fizeram
a prova final e receberam o certificado.
Os cursos são on-line e 100% gratuitos, podem ser assistidos de qualquer lugar e terão certificados. Para participar
os profissionais precisam apenas acessar a plataforma, que está disponível na versão de aplicativo (Android e iOS) e
web, podendo ser acessado pelo site https://parceirodaconstrucao.com.br, e fazer o cadastro.
“Para 2024, está prevista a publicação de mais cursos sobre fios e cabos elétricos, já que a COBRECOM renovou
o seu contrato com o Parceiro da Construção até o final desse ano”, afirma Pozetti.

POTÊNCIA 5
HOLOFOTE

Economia de energia e sustentabilidade


A busca pela inovação sustentável, bem como pela qualidade e confiança em tudo o que a WEG pensa e faz, resul-
tou no W23 Sync+. Esta nova linha de motores elétricos síncronos oferece o maior rendimento do mercado, motores
que atingem o índice IE5.
O baixo consumo de energia elétrica devido a sua alta eficiência, gera também um saldo positivo para o meio am-
biente, contribuindo para a redução da emissão de CO2, além de apresentar um custo total de propriedade muito me-
nor, devido a reduzida despesa com manutenção e longa vida útil.
Sabe como isso é possível? Por exemplo, ao substituir um motor de indução IE3 de 500kW pelo W23 Sync+ IE5, ao
longo da sua vida útil tem-se uma diminuição no consumo de energia de 505,33MWh, isso representa 182,88tCO2 de
emissões evitadas. Motores de alta eficiência são um dos principais meios para reduzir as emissões de gases de efeito
estufa e atingir as metas de descarbonização.
Mantendo a relação potência por carcaça dos motores de indução, os motores IE5 da nova linha estão disponíveis
no mesmo tamanho de carcaça dos motores IE3, o que torna a intercambialidade com instalações existentes fácil e
descomplicada. É adequado para as mais diversas aplicações como bombas, compressores, ventiladores, transporta-
dores, além de serem uma solução eficiente para várias opções de descarbonização, tais como sistemas de captura de
carbono, geração de hidrogênio verde, plantas de biocombustíveis, etc.
Acionado por inversor de frequência, o W23 Sync+ está disponível nos tamanhos
de carcaça IEC 80 a 450 (NEMA 140 a 7000) e potência de 0,75 até 1250kW.
Este é o mais amplo range de motores IE5 disponível no mercado. Além disso, en-
quanto motores de indução convencionais apresentam perdas de até 20% em eficiência
quando submetidos a variação de velocidade e carga, os motores W23 Sync+ operam
nas mesmas condições mantendo o elevado rendimento e ainda são aptos a operar com
torque constante em ampla faixa de rotação sem necessidade de ventilação forçada.
Outra importante vantagem é o elevado fator de potência disponível com esta
tecnologia, garantindo melhor qualidade da energia e menor custo das instalações.

Foto: Divulgação
A WEG está sempre em busca de soluções eficientes e sustentáveis, reduzindo o consumo de matéria-prima e de-
senvolvendo produtos com alta tecnologia, que reduzem os impactos ao meio ambiente e contribuem para a redução
das emissões de gases do efeito estufa.

Vertiv projeta aumentar


a capacidade de fabricação
A Vertiv (NYSE: VRT), uma fornecedora global de soluções para infraestrutura digital crítica e continuidade, anun-
ciou que a empresa aumentou a capacidade do seu negócio de painéis de distribuição, barramentos blindados e so-
luções modulares integradas (IMS) em mais de 100% desde que adquiriu a E+I Engineering e a PowerBar Gulf,
empresas de painéis de distribuição, barramentos blindados e IMS, em novembro de 2021, e prevê dobrar a capaci-
dade com expansões que irão até o final de 2025.
Os planos de expansão permitem que a Vertiv atenda aos compromissos atuais e a acelerada demanda por in-
fraestrutura de energia para data centers, especialmente para sites de colocation e hyperscale, incluindo aplicações
para IA e computação de alta performance.

POTÊNCIA 6
HOLOFOTE

Nos dois anos desde a aquisição da E&I Engineering e da PowerBar Gulf, a Vertiv expandiu sua capacidade de fa-
bricação de painéis de distribuição, barramentos blindados e soluções de energia modulares através da abertura de
novas instalações e do aumento da produção em instalações existentes, resultando na geração de mais de 1.000 em-
pregos na área de produção até 2023.
Com os planos de expansão em curso, a Vertiv espera nos próximos dois anos no mínimo dobrar a capacidade de
produção de painéis de distribuição, barramentos blindados e soluções modulares.
“Quando adquirimos a empresa de painéis de distribuição e barramentos blindados para complementar nosso
portfólio end-to-end de gerenciamento de energia para data centers e outras aplicações comerciais e industriais, pre-
vimos que o conjunto de produtos nos permitiria entregar um valor maior e soluções melhores para nossos clientes”,
disse o CEO da Vertiv, Giordano (Gio) Albertazzi. “Com o acentuado crescimento do tráfego de dados, reforçado pela rá-
pida aceleração da IA, a demanda atual está excedendo as projeções que fizemos no momento da aquisição da E&I. A Vertiv
está atendendo a aceleração da demanda através do investimento em capacidade em áreas e locais chaves, escalando
nossas operações ao redor do mundo e atendendo flexivelmente a demanda futura por gerenciamento de energia”.
Albertazzi observou ainda que a aceleração da IA e da computação de alta performance está gerando demanda
por capacidade e inovação em todo o portfólio de ofertas da empresa, incluindo energia, gerenciamento térmico e
soluções modulares pré-fabricadas. “Investir em capacidade adicional em todas as regiões do mundo alinha-se com
nossa estratégia de viabilizar o crescimento da indústria e criar uma cadeia de suprimentos resiliente”, disse Albertazzi.
A expansão da capacidade de produção de painéis de distribuição, barramentos blindados e IMS através da maior
utilização e da expansão física está ocorrendo na Carolina do Sul (Estados Unidos), México, Eslováquia, Emirados Ára-
bes Unidos, Irlanda e Irlanda do Norte.

Cummins é reconhecida como


Top Employer 2024 na AL
A Cummins foi reconhecida com a certificação Top Employers 2024 na América Latina, realizada pelo Top Employers
Institute, organização global especializada em reconhecer a excelência de políticas e práticas de gestão de pessoas.
O programa de certificação do Top Employers Institute se baseia na participação e nos resultados da Pesquisa de
Melhores Práticas de RH. Desenvolvida a partir de uma metodologia global, a pesquisa cobre 6 dimensões de RH di-
vididas em 20 sub-tópicos, como Estratégia de Pessoas, Ambiente de Trabalho, Aquisição de Talentos, Aprendizagem,
Bem-estar e Diversidade e Inclusão e muito mais.
“A conquista desta importante certificação amplia a nossa visibilidade enquanto companhia ao reconhecer as
nossas práticas e os esforços contínuos para colocar as nossas pessoas e princípios em primeiro lugar, contribuindo
ainda com o engajamento dos nossos colaboradores, além de aumentar a visibilidade para potenciais talentos”, diz
Cristina Moreira, líder de Recursos Humanos da Cumins Latam.
Vale reforçar que a Cummins é destaque em pilares como diversidade e ética, temas enraizados em todas as ações
da empresa. “Os nossos valores e políticas são muito claros quando se trata de igualdade de tratamento e não dis-
criminação para garantir a cada funcionário um local de trabalho seguro, onde eles se sintam respeitados e valoriza-
dos por seu talento e habilidade”, reforça Moreira.
“Ser certificado como Top Employer é uma prova da dedicação e compromisso da Cummins com a nossa região
para implementar excelentes políticas de recursos humanos e práticas de gestão de pessoas. Acreditamos que o de-
senvolvimento profissional dos nossos colaboradores cria grandes talentos e tem uma importância fundamental para
o futuro dos nossos negócios”, finaliza Cristina Burrola, vice-presidente e líder da Cummins para América Latina.

POTÊNCIA 7
HOLOFOTE

Eletroposto com foco no mercado


logístico
A Go Electric – empresa brasileira especializada em solu-
ções para eletromobilidade – já começou as obras de infra-
estrutura para a implantação do 2º eletroposto da empresa
em rodovias brasileiras. A unidade para recarga simultânea
ultrarrápida monetizada de veículos eletrificados ficará no
km 38 da Rodovia Anhanguera (SP 330), no trevo principal
de Cajamar, região metropolitana de São Paulo. O contrato
para o uso da área foi assinado nos primeiros dias de janeiro
e a inauguração do eletroposto está prevista para fevereiro.
O fato de ter se tornado um dos polos logísticos mais
importantes do país, com 1,3 milhão de m² de galpões lo-
gísticos, foi determinante para que Cajamar fosse escolhida
para sediar o 2º eletroposto Go Electric. Para Danilo Guas-
tapaglia, CEO da Go Electric, as empresas de transporte lo-
gístico devem acelerar a substituição da frota à combustão

Foto: Divulgação
por veículos elétricos em pouco tempo, e o acesso à infra-
estrutura adequada às necessidades das atividades diárias
deve potencializar esse movimento, considerado acanhado até então.
“A questão climática é urgente e entendo que as empresas substituirão a frota de veículos à combustão por elé-
tricos. Esse movimento já existe e, apesar de tímido, deve ganhar força em um futuro próximo. E por isso escolhemos
Cajamar, cidade que se transformou em um dos principais polos logísticos do Brasil. O papel da Go Electric é tornar
esse movimento, de fato, possível, ao oferecer infraestrutura de recarga capaz de atender a demanda”, explica.
O 2º eletroposto Go Electric terá oito estações de recarga, com potência total de 360kw/h, e garantirá o carrega-
mento dos principais modelos de leves, médios e pesados em circulação no país. Além dos Centros de Distribuição
(CD) localizados em Cajamar, o objetivo é atender os motoristas de elétricos do eixo Ribeirão Preto – Capital pela Ro-
dovia Anhanguera.
Além da multiplicidade de conexões, outro diferencial da unidade de Cajamar é que toda a energia consumida no
local é 100% proveniente de energia limpa, parte produzida no próprio eletroposto e parte absorvida de outras usi-
nas. “Esse também é um diferencial importante não só do ponto de vista da sustentabilidade como de custos opera-
cionais. O mercado livre de oferta de energia nos possibilita a redução do custo energético, o que aumenta a viabili-
dade dos eletropostos”, diz.
A unidade integra o plano de expansão da marca, que almeja alcançar 20 eletropostos em rodovias brasileiras
até o final de 2024. O plano prevê, ao menos, três modelos de negócios como investimento integral Go Electric,
parceria entre Go Electric e interessada ou capital 100% de investidor. O montante estimado é de R$ 25 milhões
e inclui a elaboração de projetos técnicos, obras de infraestrutura, compra e instalação de equipamentos e licen-
ça de software.
O 1º eletroposto Go Electric foi inaugurado em agosto e fica no km 236, sentido capital, também na Rodovia
Anhanguera, em Santa Rita do Passa Quatro. O cluster de 524 kw conta com dez pistolas de conexão para carrega-
mento ultrarrápido simultâneo e atende a todos os modelos de veículos elétricos e híbridos em circulação no Brasil.

POTÊNCIA 8
HOLOFOTE

Tramontina apresenta nova divisão


A Tramontina entra numa nova fase de relacionamento
com a indústria ao apresentar a IPEX, sua nova divisão foca-
da em soluções elétricas destinadas aos setores industriais e
de construção civil. A divisão Ex, especializada em soluções
para atmosferas explosivas, evolui para a IPEX, reafirmando
o compromisso da empresa em oferecer soluções engenheira-
das e ajustadas às demandas de um mercado dinâmico e em
constante evolução.
A divisão IPEX posiciona-se como uma provedora com-
pleta de soluções em sistemas elétricos de alta engenharia,

Foto: Divulgação
incluindo desde produtos individuais até sistemas complexos,
com foco na qualidade e prazos que atendam às demandas
dos clientes de diversos setores, incluindo refinarias, plataformas de petróleo, silos e empresas alimentícias, quími-
cas e farmacêuticas.
A nova divisão nasce com uma estruturada produção local para produzir produtos adequados às demandas do
mercado brasileiro, mantendo altos padrões de certificação. Seu amplo portfólio inclui famílias de produtos das divi-
sões Ex e Industrial da Tramontina, como painéis customizados, soluções em iluminação e ampla quantidade de pe-
riféricos (acessórios, plugues, tomadas, caixas de passagem e outros produtos elétricos), todos fabricados localmente
de acordo com padrões internacionais de qualidade.
Infraestrutura consolidada
A divisão IPEX conta com uma equipe altamente capacitada em tecnologias atuais, incluindo treinamentos sobre
as certificações INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) aplicáveis aos produtos. Além
disso, dispõe de representantes comerciais locais, promotores de vendas e engenheiros de aplicação, oferecendo um
suporte completo aos clientes, desde a concepção do projeto até o pós-venda, facilitando a gestão de prazos, testes
e possíveis adaptações necessárias.
“A IPEX se posiciona como uma provedora completa de soluções em sistemas elétricos. Nossos planos envolvem a
expansão do portfólio da divisão, ampliação de presença nos mercados verticais brasileiros e a busca por oportunidades
em mercados internacionais na América Latina e Europa. Isso consolida nosso papel como referência em soluções ener-
géticas adaptadas aos desafios específicos de cada mercado”, declara André de Lima, diretor Comercial da Tramontina.

CPFL Energia é premiada pelo Top


Employers Institute
A CPFL Energia, uma das maiores empresas do setor elétrico do Brasil, recebeu a certificação Top Employer pela
quinta vez consecutiva. O reconhecimento internacional chancela a qualidade dos processos de gestão de pessoas
e práticas utilizadas pelo grupo em benefício de seus 16.028 colaboradores. A companhia está entre as 71 certifica-
das no país.
Entre as ações que contribuíram para a conquista da certificação, estão a geração de oportunidades para o avanço
profissional dos colaboradores, a valorização da diversidade, equidade, inclusão, e o ambiente cada vez mais vez mais
flexível e autônomo, que oferece ferramentas e recursos para que o profissional seja protagonista da própria carreira.

POTÊNCIA 9
HOLOFOTE

Renato Povia, diretor de Recursos Humanos da CPFL Energia, explica que toda liderança da empresa está compro-
metida em acelerar a promoção da diversidade e da inclusão, o que reflete o propósito institucional da CPFL. “Como
resultado desse compromisso, atingimos 139% das metas de diversidade para aumento da representatividade de mu-
lheres, pessoas negras e pessoas com deficiência. “Temos orgulho de ser uma empresa que se dedica a aumentar a
representatividade dos grupos minorizados, contribuindo para um futuro mais justo.”
Algumas das metas de gestão de pessoas do Grupo CPFL fazem parte do Plano ESG 2030 da Companhia, que
possui diretrizes e estratégias para impulsionar a transição para uma forma mais sustentável, segura e inteligente de
produzir e consumir energia, maximizando os impactos positivos na sociedade.

Presidente do Crea-SP anuncia


nova diretoria para 2024
A engenheira Ligia Mackey anunciou, em estreia depois de ser eleita e empossada como presidente do Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP), os nomes da diretoria 2024 da autarquia. A
ocasião se deu na Sessão Plenária inaugural do Crea-SP neste ano. Além dela, outros três nomes de mulheres foram
definidos, aumentando em 100% o total das profissionais presentes nos altos cargos.
“Tenho consciência de que a minha missão, como primeira mulher presidente do Conselho, é também de abrir
portas. Teremos um ano de muito trabalho para dar continuidade aos projetos e quanto mais diversidade de pessoas
e modalidades, melhor representaremos os profissionais e a área tecnológica”, afirmou Ligia.
As também engenheiras Fabiana Albano e Marília Gregolin e a tecnóloga Jéssica Trindade Passos são os reforços
da diretoria. Fabiana assumiu a Diretoria de Relações Institucionais, função que também ocupa no Instituto Brasileiro
de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape). “Que nós, mulheres, tomemos os nossos lugares de direito é inevitá-
vel. A quantidade de profissionais na diretoria do Crea-SP aumentou e isso é natural, porque é um espaço justamente
aberto. Com o tempo, espero que sejamos metade deste plenário”, comentou.
O plenário da autarquia é formado por mais de 300 profissionais chamados de conselheiros, que são escolhidos,
historicamente, por eleição das entidades de classe representativas das profissões das Engenharias, Agronomia e Ge-
ociências, como associações e sindicatos, por exemplo. A diretoria, por sua vez, tem três nomes indicados pela Presi-
dência e os demais votados pelos conselheiros.
Novos conselheiros
A Sessão Plenária foi marcada ainda pela Renovação do Terço, um rito tradicional e anual de troca de conselheiros
que tem o objetivo de gerar melhor representatividade. Foram empossados 144 profissionais, entre titulares e suplentes.
Foto: Divulgação

Dois deles contaram um pouco das expectativas com essa nova responsabilidade. “É tudo bastante novo. Há pouco tem-
po não tinha tanta noção da dimensão, mas com a proximidade pude ver o quão interessante é a renovação do Crea-SP e o
quanto isso é importante para proteger os profissionais e gerar fisca-
lização das atividades”, comentou o engenheiro Paulo Carvalho. “É
uma honra estar dentro do Conselho, algo que sonhei desde o meu
primeiro ano de Engenharia”, completou Gabriel Xavier.
Eles são professores na Universidade do Vale do Paraíba (Uni-
vap) e representam uma outra linha de diversidade na autarquia,
que pretende que os estudantes e recém-formados estejam cada
vez mais perto, retroalimentando as iniciativas do Crea-SP.

POTÊNCIA 10
HOLOFOTE

Chuvas de Verão aumentam


riscos de acidentes elétricos
Com o aumento das temperaturas e da umidade no período do Verão, as fortes chuvas se tornam mais frequen-
tes. Esse tipo de precipitação nesta época do ano é caracterizado por ser intensa, rápida e violenta, com frequente
incidência de raios. Segundo levantamento realizado em 2023 pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais,
o Brasil é líder mundial neste quesito, registrando cerca de 78 milhões de descargas elétricas por ano. Além dos peri-
gos à saúde humana, esse fenômeno da natureza também pode causar danos irreversíveis a equipamentos elétricos
e eletrônicos, caso as medidas de proteção não sejam respeitadas.
Pedro Al Shara, engenheiro elétrico e CEO da TS Shara, fabricante nacional de nobreaks e estabilizadores
de energia (equipamentos que protegem contra os picos de variações e falhas de energia), comenta que esse
período do ano pede cautela. “As variações de tensão na rede elétrica podem oferecer riscos aos aparelhos
eletrônicos, trazendo custos elevados de reparo ou até mesmo danos irreversíveis a eles, que na maioria das
vezes são imperceptíveis aos usuários de imediato, pois os componentes são afetados lentamente, diminuindo
sua vida útil”, explica.
Pensando nisso, o especialista recomenda alguns cuidados básicos que podem auxiliar a proteger os aparelhos
eletrônicos, assim como a rede elétrica:
◗ Desconectar da tomada: Caso haja falta de energia, o ideal é desligar todos os equipamentos sensíveis da to-
mada, como smartTvs, micro-ondas, celulares, dentre outros. Também é recomendado seguir este mesmo passo
em períodos de oscilação de tensão energética;
◗ Manutenção preventiva: Ao entrar neste período do ano, é fundamental que haja uma manutenção preven-
tiva das instalações elétricas da residência, sendo indispensável a troca dos fios danificados ou descascados
por novas unidades;
◗ Protetores antirraios: Em momentos de descargas elétricas por raios, é fundamental que esteja instalado o
dispositivo de proteção de energia na residência, prevenindo contra surtos de tensão, principalmente nas to-
madas conectadas a equipamentos sensíveis. Além dos protetores antirraios, outros equipamentos importantes
que protegem contra a sobretensão são os nobreaks.
◗ Verificação de vazamentos: Verifique se não há algum vazamento, infiltração ou se não está entrando água
por alguma janela próxima a equipamentos eletrônicos. Caso a água entre em um equipamento, ele deve ser
desligado imediatamente, assim como todos os disjuntores da residência.
◗ Ajuda especializada: Sempre peça ajuda a profissionais qualificados. Não tente manusear as redes elé-
tricas e os aparelhos eletrônicos, principalmente em momentos de instabilidade de energia. O cuidado
deve ser redobrado até mesmo para trocar uma lâmpada. Se você não possui o domínio técnico, procure
um especialista;
◗ Verifique fios e tomadas: Tenha cuidado redobrado com os aparelhos mais antigos, principalmente com
aqueles que já apresentam falhas no revestimento dos fios, pois eles podem gerar curtos-circuitos e cho-
ques. Também é fundamental que os fios danificados sejam substituídos, além de contar com um aterramen-
to adequado da rede elétrica, que através das normas brasileiras as tomadas devem ter 3 pinos FTN (Fase
Neutro e Terra).
Em problemas de escala maior, é fundamental que os bombeiros sejam acionados imediatamente, por meio do
número 193.

POTÊNCIA 11
HOLOFOTE

Melhores empresas para trabalhar


A EDP e a EDP Renováveis, empresas do grupo EDP no Brasil, estão entre as melhores empresas para trabalhar
no país, segundo o Top Employer. É a primeira vez que a EDP recebe a certificação no Brasil, enquanto a EDP Renová-
veis está sendo reconhecida pelo terceiro ano. O grupo EDP também foi reconhecido em outros mercados. A EDP foi
recertificada em Portugal e reconhecida na Espanha pela primeira vez, enquanto a EDP Renováveis manteve a certi-
ficação na Espanha, França, Itália, Polônia, Romênia, Grécia e Colômbia, além de Chile pela primeira vez.
A certificação Top Employer reconhece e valoriza as práticas de excelência na gestão de pessoas. O programa do
Top Employer Institute analisou 350 práticas, em 20 áreas distintas do grupo. A companhia atingiu a pontuação má-
xima em estratégia de negócio, ética e integridade, e teve destaque também em desempenho, ambiente de trabalho
e sustentabilidade. O grupo EDP obteve ainda pontuações significativamente acima da performance do mercado nas
áreas de diversidade, equidade e inclusão e bem-estar, refletindo o seu empenho em assegurar um ambiente de tra-
balho saudável, equilibrado e inclusivo.
A certificação traduz o compromisso contínuo do grupo EDP na construção de um ambiente de trabalho cada vez
mais humano e positivo, alinhado às novas tendências globais e às necessidades pessoais e profissionais de uma or-
ganização que tem nas suas pessoas a sua grande fonte de energia.
Em linha com a sua estratégia de crescimento, o grupo EDP procura atrair os melhores profissionais para as suas
áreas de negócio, desenvolvendo diversos programas de atração de talento. Em paralelo, a companhia promove con-
tinuamente medidas e iniciativas que contribuem ativamente para a valorização e melhoria da experiência de traba-
lho das suas equipes, por meio da promoção de uma cultura orientada para o desenvolvimento e feedback, além de
campanhas que promovam o bem-estar, a saúde mental e física ou práticas sustentáveis, entre outras ações.
O grupo, que conta com mais de 13 mil colaboradores, consolida, assim, cada vez mais o seu posicionamento glo-
bal como empregador de primeira escolha (‘employer of first choice’) e a sua aposta em uma experiência de trabalho
atrativa, que coloca as pessoas no centro da sua estratégia.
O Top Employer Institute é uma referência global no reconhecimento das melhores práticas na gestão de pessoas,
contando com mais de 30 anos de experiência e tendo já certificado mais de 1.800 organizações em todo o mundo.
Para saber mais sobre as oportunidades de trabalho disponíveis no grupo EDP, consulte a informação aqui.

Referência em economia circular


A Schneider Electric, líder na transformação digital em gestão de energia e automação, anuncia seu reconheci-
mento pelo Fórum Econômico Mundial e pela McKinsey como uma das três principais referências globais em eco-
nomia circular no ambiente construído.
A nova validação destaca as soluções pioneiras da companhia em circularidade que demonstram inovação, im-
pacto e valor substancial, além de maturidade em escala da marca. Os novos “faróis” foram escolhidos por um painel
independente de especialistas da indústria, academia e setor público.
O Fórum Econômico Mundial classifica o ambiente construído como infraestrutura residencial e comercial. Juntos,
esses elementos são responsáveis por 39% das emissões de CO2 relacionadas à energia, 33% do consumo de materiais
e geração de resíduos e 25% das mudanças no sistema terrestre. Por meio da Circular Lighthouse Network, o Fórum
proporciona às empresas uma plataforma para compartilhar soluções e aprender umas com as outras, impulsionando
uma ação rápida e ampliando a escala para conquistar maior eficiência de recursos.

POTÊNCIA 12
HOLOFOTE

A Schneider Electric foi distinguida pelo Fórum Econômico Mundial e pela McKinsey devido à sua abordagem cir-
cular abrangente em uma ampla gama de soluções para energia e automação predial. Via eco-design, instalações de
reciclagem e uma extensa rede global de centros de renovação, a empresa tem evitado a emissão de cerca de 513
milhões de toneladas de CO2 desde 2018.
Com a ambição de atingir 50% de materiais sustentáveis até 2025, a Schneider Electric já incorpora 27% deles
em seus produtos. Além disso, 22% das famílias de produtos da empresa oferecem opções circulares e mais da me-
tade de suas instalações de fabricação recuperam mais de 99% dos resíduos.
“Os modelos de negócios circulares proporcionam benefícios convincentes tanto em sustentabilidade quanto co-
mercialmente”, afirma Peter Herweck, CEO da Schneider Electric. “Estamos entusiasmados com as oportunidades
que essa nova rede de faróis circulares gera em termos de aprendizagem, compartilhamento e aceleração de ações.”
Exemplo notável é a forma como a Schneider Electric confere uma segunda vida aos seus disjuntores MasterPact
MTZ. Renovados na planta MasterTech, na França, estes disjuntores são coletados de clientes ao término de sua vida
útil, passando por desmontagem, diagnóstico, atualização e teste antes de retornarem ao mercado.
Impacto na cadeia de suprimentos
Os modelos de negócios circulares e o design da cadeia de suprimentos são partes integrantes do programa IM-
PACT Supply Chain, da Schneider Electric, que representa a próxima fase na transformação da cadeia de suprimentos
da empresa, visando impactar positivamente tanto os clientes quanto o planeta. Os principais pilares da iniciativa são:
◗ Pessoas: os colaboradores da Schneider são capacitados a inovar e causar um impacto positivo para os clien-
tes diariamente;
◗ Planeta: a Schneider Electric está construindo uma cadeia de suprimentos sustentável, responsável e pronta
para alcançar a neutralidade de carbono;
◗ Clientes: a cadeia de suprimentos confiável da Schneider Electric oferece qualidade líder na indústria;
◗ Desempenho: a Schneider Electric impulsiona o desempenho por meio de tecnologia avançada, processos in-
teligentes e unificados, ecossistemas regionais e design colaborativo.

Iluminação para comunidades


Foto: Crédito: Divulgação / AES Brasil
Divulgado em junho de 2023, um mapeamento realizado por ONU, OMS e Agência Internacional de Energia mos-
trou que ainda há pelo menos 675 milhões de pessoas sem energia elétrica no planeta. O índice global de quem tem
acesso saltou de 84% para 91% entre 2010 e 2021, e no Brasil o abastecimento já chega a 99% da população. Con-
tudo, o país tem comunidades em que a energia elétrica ainda é um desafio.
Pensando em contribuir localmente e melhorar a iluminação local, as co-
munidades de Baixinha de Fora, Canto Rico Quererá e Oiteiro, na Bahia, par-
ticiparam de uma iniciativa da ONG Litro de Luz Brasil, que atua em benefício
de grupos sem acesso ou com acesso precário a energia elétrica. O projeto é
realizado pela AES Brasil, empresa de geração de energia 100% renovável.
A ação nas comunidades foi realizada em dezembro, beneficiando um
total de 76 famílias (224 pessoas). A iniciativa compreende a montagem
de soluções de iluminação solar, produzidas com materiais simples e aces-
síveis, como garrafas pet e canos PVC, montadas pelos próprios moradores
após participação em oficinas. O projeto também oferece capacitação em

POTÊNCIA 13
HOLOFOTE

áreas como Comunicação, Liderança, Empatia e Sustentabilidade, entre outros temas.


Presente em mais de 15 países, a ONG Litro de Luz conta com mais de 200 voluntários com a missão de buscar
soluções sustentáveis e disseminar o acesso à iluminação. Os participantes e os moradores das comunidades atuam
juntos na construção e na instalação de estruturas de energia solar, e o resultado é alicerçado em dois pilares: a mu-
dança do paradigma de energia elétrica na região e o empoderamento da população sobre o assunto.
A interação entre voluntários e moradores, portanto, é parte fundamental para a execução dos projetos. Outro di-
ferencial é a preocupação com a acessibilidade: os manuais foram concebidos apenas com figuras para que pessoas
não alfabetizadas possam consultá-los e entender a sequência de ações propostas.
“O formato proposto pelo projeto, com essa participação ativa da comunidade, é um grande diferencial para nós.
Além do benefício óbvio do acesso à iluminação, há muitos elementos intangíveis nessa troca com os voluntários. Nós
acreditamos que o trabalho em conjunto melhora vidas ao oferecer soluções de energia mais sustentáveis e inteligen-
tes. O mundo precisa disso”, diz Erika Lima, diretora de Estratégia e ESG da AES Brasil.
As comunidades de Baixinha de Fora, Canto Rico Quererá e Oiteiro estão situadas na região do Complexo Eólico
de Tucano, uma Joint Venture entre a AES Brasil e a Unipar. Com 322 MW de capacidade instalada, o parque já está
com os 52 aerogeradores montados e comissionados.
A chegada do complexo, que já está em operação desde o ano passado, tem sido um importante vetor de transfor-
mação para a população da região. O Complexo Eólico de Tucano, situado a 250 quilômetros de Salvador, é operado
totalmente por mulheres. Para isso, além de um programa de Diversidade, Equidade e Inclusão, conta com uma capa-
citação especial, um curso gratuito e on-line em parceria com o SENAI.
Em outubro, em conjunto com o Instituto Mais Ação, AES Brasil e Unipar também lançaram na região o projeto
“Sementinhas do Esporte 2”, uma iniciativa gratuita para promoção de hábitos saudáveis entre crianças e adolescen-
tes. As ações fazem parte do Programa AES Brasil Gera+, que reúne projetos sociais da companhia e que promove
iniciativas baseadas em quatro pilares: proteção de direitos, educação, inclusão produtiva e segurança hídrica. Dessa
forma, gera um impacto positivo nas comunidades em que a empresa atua.
Anteriormente, também em parceria com a ONG Litro de Luz, a AES Brasil realizou oficina de montagem de lam-
piões com os colaboradores da AES Brasil, em sua sede em São Paulo. Os colaboradores tiveram a oportunidade de
conhecer mais sobre o Litro de Luz e ainda aprender a montar os lampiões, assim como as comunidades participantes
do projeto. Após a oficina, os lampiões foram destinados para as comunidades participantes do projeto.
“Sou muito feliz em fazer parte do Litro de Luz Brasil, pois acredito no poder da transformação social que a organi-
zação promove nas comunidades. Nosso trabalho é muito importante e só é possível graças às parcerias que realizamos,
e aqui nas comunidades de Baixinha de Fora, Canto Rico e Oiteiro realizamos as atividades em parceria com a AES Bra-
sil. Os moradores foram muito acolhedores e abertos ao nosso trabalho, além de muito engajados para aprender, para
conhecer algo novo, como o lampião que cada família recebeu”, diz Cleverson Costa, líder do projeto Litro de Luz Brasil.

Mitsubishi Electric Brasil abre visitas


virtuais ao novo showroom
As visitas virtuais ao novo showroom da Mitsubishi Electric Brasil já estão disponíveis para o público em
geral. Basta acessar o site mitsubishielectric.com.br/showroom, preencher o curto cadastro e o acesso
está liberado.

POTÊNCIA 14
HOLOFOTE

O visitante poderá fazer o tour de uma única vez, assistin-


do todos os vídeos de apresentação dos painéis, e conhecer os
principais produtos e soluções da companhia, comercializadas
no país, em especial os sistemas de automação industrial e CNC.
A apresentadora Adriana Bittar é a anfitriã da visita, introdu-
zindo os painéis que mostram as inovadoras soluções e sistemas
e suas diversas aplicações.
Dividido em nove painéis interativos, o visitante poderá con-
ferir soluções como as utilizadas na Japan House SP, que con-
quistou o selo LEED Platinum, a mais alta certificação de cons-
trução sustentável. Outro painel que está disponível para a visita
virtual é o de automação integrada, com aplicações em linhas

Foto: Divulgação
de envase e de bombeamento. Na célula robótica, os visitantes também poderão conferir a precisão com que um robô
prepara um café expresso.
Inaugurado em novembro de 2023, o trabalho de desenvolvimento do novo showroom, desde o projeto até a ins-
talação de todas as soluções, envolveu durante um ano uma equipe de mais de 20 profissionais de diversas áreas da
empresa, além de parceiros.

Carregamento para veículos


elétricos em restaurantes
A Volvo Car Brasil e a Arcos Dorados, operadora da marca McDonald’s na América Latina e Caribe, se uniram para
oferecer ainda mais conveniência para os usuários de veículos elétricos. Promovendo comodidade e sustentabilida-
de, a parceria inédita ampliará o acesso a pontos de carregamento por meio dos restaurantes da rede. A ação deve
chegar a 35 unidades por todo o Brasil e pode ser expandida para até 100 McDonald’s até o fim de 2025.
As primeiras unidades a receberem os carregadores ficam nas cidades de São Paulo e Mairiporã: três no McDonald’s
mais sustentável da América Latina, na Av. Bernardino de Campos, 307, um no restaurante da Av. Juscelino Kubits-
check, 1.201, e dois novos na cidade de Mairiporã – na Avenida Tabelião Passarela, 42 . Os carregadores disponí-
Foto: Divulgação
veis têm potências entre 7,4kw e 22kw, proporcionando uma recarga de conveniência para os usuários de carros
híbridos e elétricos.
“Essa é uma parceria em prol da eletrificação. Além da infra-
estrutura em rodovias, que tem sido o grande foco da Volvo nos
últimos tempos, sabemos que as cargas cotidianas são muito
importantes para os usuários de carros elétricos. A comodidade
de estar carregando o carro enquanto faz uma atividade que já
seria necessária no dia a dia, traz mais segurança e liberdade
para o condutor”, comenta Guilherme Galhardo, diretor de Di-
gital e de Eletrificação da Volvo Car Brasil.
A Volvo Car Brasil sempre investiu em eletrificação e acredi-
ta na tecnologia como uma alternativa mais sustentável para a
mobilidade. Além da estratégia ousada, que se iniciou em 2021 –

POTÊNCIA 15
HOLOFOTE

quando anunciaram que seu carro de entrada estaria disponível somente na versão 100% elétrica, a marca tem ambi-
ções muito alinhadas com a sustentabilidade e busca sempre se associar a parceiros que compartilhem do mesmo ideal.
Marie Tarrisse, gerente sr. de Impacto Social e Desenvolvimento Sustentável da Arcos Dorados, explica que a inicia-
tiva está conectada aos propósitos da Receita do Futuro, plataforma de atuação socioambiental da companhia. “Te-
mos trabalhado para agregar cada vez mais soluções sustentáveis na operação e oferecer serviços alinhados a esses
valores também faz parte do plano. O crescimento do uso de veículos elétricos aponta que a população está engajada
no combate às mudanças climáticas e, agora, podem contar com o McDonald’s nessa jornada”, comenta a executiva.
Segundo Marie, ter pontos de carregamento de carros elétricos nos restaurantes da empresa faz parte da estra-
tégia de incentivar hábitos sustentáveis nos clientes. “Queremos chamá-los a fazerem parte desta mudança, incen-
tivando a reciclagem nos restaurantes e em casa, o uso de transportes limpos, como bicicletas, pontos de coleta de
resíduos eletrônicos e muito mais”. Marie explica que essas ações se conectam aos grandes compromissos da rede,
como a redução das emissões de gases de efeito estufa. “É uma oportunidade para o consumidor conhecer avanços
como a redução do uso de embalagens plásticas e saber que mais de 70% dos nossos restaurantes são abastecidos
com energia de fontes renováveis”, afirma.
“A Volvo tem valores e compromissos muito claros com o meio ambiente. Esses compromissos extrapolam a nos-
sa responsabilidade influenciando desde o fornecedor de água dos nossos eventos até as grandes parcerias firmadas.
Sabemos que a Arco Dourados tem valores de sustentabilidade similares aos nossos e por isso nos unimos a eles rumo
à jornada da eletrificação, oferecendo mais autonomia para que os carros elétricos possam ir cada vez mais longe”,
afirma Mirella Cambrea, diretora de marketing da Volvo Car Brasil.

Brasil é escolhido para


hospedar hub da Siemens
Como líder em tecnologia com propósito, a Siemens está conduzindo uma transformação global e estratégica para
fornecer ao mercado novas soluções de hardware e software. “Caminhamos para um mundo onde a digitalização irá
tomar proporções gigantes e as atualizações deverão ser cada vez mais rápidas”, diz André Lino, responsável pela
Área de Tecnologias Prediais da Siemens no Brasil.
A companhia escolheu o Brasil para hospedar um hub global que irá oferecer as melhores soluções personalizadas
Foto: Divulgação/Siemens
para clientes em busca de tecnologia predial de ponta. Curitiba é a cidade escolhida, com a equipe já trabalhando em
sintonia com outros centros localizados nos Estados Unidos e Suíça, além de outros parceiros de negócios.
“A criação do hub em Curitiba simboliza o grande movimento que a Sie-
mens está fazendo em busca de um mundo automatizado e descarbonizado.
O investimento maciço deve ser feito em educação, ou seja, na formação de
profissionais que irão criar softwares para atender às necessidades do mer-
cado. Nossa mão de obra é extremamente qualificada”, diz Andrey Fischer,
responsável pela área de P&D de Tecnologias Prediais da Siemens no Brasil.
Outra mudança importante com o hub é que o Brasil passa a ser um cen-
tro de inovação, colaborando em projetos globais. “Temos nossos próprios

Curitiba é a cidade brasileira escolhida para hospedar hub de


desenvolvimento de software global da Siemens

POTÊNCIA 16
HOLOFOTE

profissionais altamente capacitados para entregar soluções totalmente adequadas para clientes globais, incluindo
requisitos locais”, complementa Lino.
Tecnologia predial
A Siemens contribui para a criação de edifícios e infraestrutura inteligentes, com eficiência energética, seguran-
ça e proteção. São oferecidas soluções de hardware e software para proteção contra incêndios e automação predial.
O Building X foi lançado em junho de 2022, uma plataforma predial inteligente, aberta, interoperável e baseada
em nuvem, permitindo uma melhor experiência do usuário, desempenho e sustentabilidade. Baseada nos princípios
do Siemens Xcelerator, plataforma de negócios digital aberta, lançada para acelerar a transformação digital e a cria-
ção de valor na indústria, transporte, redes elétricas e edifícios.
A solução combina os mundos real e digital dos edifícios, consolidando dados de diversas fontes e sistemas, com
base no modelo do digital twin. Com uma representação virtual de um edifício, os usuários se beneficiam da racio-
nalização de recursos e operação centrada nas pessoas, desde a fase do projeto, construção e operação dos edifícios.
O Building X aborda os desafios dos stakeholders, incluindo os usuários de edifícios, fábricas, hospitais, investido-
res, incorporadoras, imobiliárias, gerentes de instalações, entre outros. Ele facilita a criação conjunta com clientes e
parceiros para enfrentar seus desafios com maior rapidez, graças à abertura e à tecnologia em nuvem. Assim, a trans-
formação digital pode ser alcançada de forma mais fácil, rápida e em escala.

Hercules Motores Elétricos se mantém na


indústria 4.0
Com 100% dos produtos fabricados no Brasil, a Hercules Motores Elétricos, empresa catarinense, está cada vez
mais evoluindo seus produtos e processos, conseguindo oferecer um excelente custo-benefício aos clientes. “Busca-
mos seguir os rigorosos padrões de qualidade nos processos produtivos, fazendo assim com que a Hercules seja uma
fabricante de motores elétricos que dá ao cliente exatamente o que ele precisa. Tudo isso, com base no nosso Siste-
ma Hercules de Produção, no qual trabalhamos a fim de buscar novas formas de tornar a empresa mais produtiva”,
explica Luis Meireles, gerente industrial na Hercules Motores Elétricos.
Ano a ano, a companhia apresenta crescimento, tanto nas áreas de inovação e tecnologia como também nos
avanços mercadológicos do segmento. “Trabalhamos com motores monofásicos, trifásicos, especiais, inversores de
frequência e motorredutores, para diversos segmentos, com aplicações para empresas de pequeno, médio e grande
porte. Tudo isso em sinergia com os nossos clientes, desenvolvendo motores específicos, eficientes e customizados
para qualquer aplicação. Estamos atentos ao futuro, temos superado desafios do mundo globalizado e estamos
Foto: Divulgação

focando nossos negócios no viés tecnológico”, explica o gerente industrial.


Segundo Meireles, a companhia desenvolve motores
especiais, sob medida, para diferentes tipos de empresa,
com a potência, o tamanho e as características que aten-
dem às necessidades de diferentes projetos. “Fazemos a
customização de motores para diversos segmentos. É um
trabalho a quatro mãos entre as engenharias da Hercules
e os nossos clientes. Assim, podemos analisar a aplicação
do produto, oferecendo diferenciais com alto valor perce-
bido, projetando a melhor solução para o cliente”, afirma.

POTÊNCIA 17
HOLOFOTE

A Hercules está sempre pensando no futuro e a postos com um plano para continuar a evoluir na indústria
4.0. “A nossa empresa trabalha para otimizar a utilização dos recursos, almejando o aumento da competitividade
e produtividade. Por isso, adquirimos novas máquinas. Estamos focados no processo de melhoria contínua, pois
consideramos importante a análise em tempo real das informações na fábrica. Já dispomos de programas que nos
ajudam a verificar momentaneamente as informações, para tomada de decisão na fábrica, tais como eficiência,
controle de paradas, qualidade dos lotes produzidos, entre outras. Estamos sempre investindo também nos pro-
cessos de planejamento junto à diretoria, realizando treinamentos profissionais com nossos colaboradores para as
equipes especializadas estarem sempre atualizadas. Tudo isso, a fim de melhorar os processos, prazos de entrega
e a satisfação do cliente”, finaliza.

Cabos elétricos de baixa


qualidade podem causar acidentes
Na correria diária, os cabos elétricos nas ruas são mais

Foto: Divulgação
um detalhe na paisagem, mas o bom funcionamento de-
les garante o fornecimento adequado de energia para que
tarefas cotidianas possam ser realizadas com conforto e
segurança. Utilizado em redes de baixa tensão, os cabos
multiplexados de alumínio são trançados juntos e com co-
res diferentes e podem ser vistos, principalmente, nas redes
aéreas de distribuição de energia.
Os cabos multiplexados de alumínio são ampla-
mente utilizados para interligar a rede de distribuição
da concessionária de energia elétrica à rede do con-
sumidor final, ou seja, fazem a ligação entre o poste e a entrada de residências e comércios. Sendo resisten-
te à poluição e às ações do tempo, pode ser utilizado em locais arborizados e em áreas urbanas. Além disso,
também é resistente à salinidade do ar provocada pela maresia, por isso, é comum encontrá-lo em ambientes
próximos ao mar.
Contudo, como todos os cabos elétricos, os multiplexados precisam ser fabricados de acordo com normas técnicas
e padrões de qualidade, para evitar acidentes, curtos-circuitos, incêndios e prejuízos materiais e à saúde. Por isso, é
importante estar atento para não cair na armadilha de comprar “cabos desbitolados” - ou seja, fora dos padrões mí-
nimos de qualidade estabelecidos pela norma brasileira ABNT NBR 8182.
“Imagine que o condutor de um cabo deva ter 3 mm de diâmetro. Você vende como se tivesse 3, mas na verdade
ele tem 2,5. Difícil de notar visualmente, mas isso causa uma diferença significativa de desempenho elétrico. Há casos
em que o cabo até chega ao diâmetro correto, mas diminuindo o metal e aumentando a espessura do revestimento
plástico. Isso faz com que o condutor não suporte a corrente elétrica que deveria, fazendo-o esquentar e danificar a
camada de isolamento. Então, fica a um passo para curto-circuito, podendo causar incêndio ou até acidentes com cho-
que elétrico”, alerta João José Alves de Paula, engenheiro especialista da Alubar, empresa líder na fabricação de cabos
elétricos de alumínio na América Latina.
O Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São
Paulo (Sindicel) frequentemente realiza ensaios de amostras retiradas do mercado, assim como a divulgação de aler-
tas quando identificado reprovações de materiais.

POTÊNCIA 18
Ao longo dos anos, o Prof. Hilton Moreno
desenvolveu um CHECKLIST EXCLUSIVO com mais de
270 itens, que faz parte do seu curso da NBR 5410.
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Educação
HOLOFOTE

“No Brasil, o que temos é uma vinculação das normas técnicas ao Código de Defesa do Consumidor. Caso uma
empresa descumpra essas normas, pode-se considerar que ela descumpriu o código também. No caso das conces-
sionárias de energia elétrica, que são empresas maiores, elas têm seus próprios mecanismos de controle para avaliar
seus fornecedores. Logo, esses cabos de baixa qualidade geralmente são vendidos para quem não tem essa avalia-
ção”, explica Alves de Paula.
Qualidade
A existência de empresas que fabricam “cabos desbitolados”, com materiais de baixa qualidade e menos resis-
tentes pode afetar o mercado como um todo.
Para garantir a integridade em seus processos de fabricação, empresas como a Alubar possuem a certificação ISO
9001, que atesta que a gestão da qualidade cumpre padrões internacionais. Além disso, a Alubar possui certificações
de garantia de qualidade emitidas por grandes empresas do setor elétrico nacional, o que aumenta sua confiança no
mercado.
“Um diferencial da Alubar é que ela produz as ligas de alumínio utilizadas nos seus próprios cabos elétricos. As-
sim, a empresa tem maior controle da qualidade do metal que compõe o produto. Além disso, a Alubar atende os cri-
térios de qualidade das principais empresas de transmissão e distribuição de energia elétrica do país, que são nossos
clientes”, destaca o engenheiro especialista da Alubar.

Brasil concentra 40% dos investimentos


em Data Centers na AL
O Brasil consolida de forma consistente sua posição de líder em investimentos em Data Centers (DCs) na América
Latina, com a concentração de 40% dos aportes realizados na região. Observa-se nos últimos anos um expressivo au-
mento no número de empresas que buscam expandir e fortalecer em território brasileiro as suas operações por meio
do estabelecimento de Data Centers de classe mundial.
Este mercado projeta crescimento de 15% ao ano nos próximos 7 anos O mercado nacional é avaliado em US$
2,23 bilhões e estima-se que vai saltar para US$ 3,69 bilhões até 2027. Segundo levantamento da Arizton, empresa
de pesquisa e inteligência de mercado com atuação mundial e sede na Irlanda.
Com a crescente dependência de serviços on-line e armazenamento de dados críticos, a confiabilidade da infra-
estrutura de Data Centers tornou-se uma prioridade crítica para empresas e governos. A Everest Digital, por exemplo,
empresa do Grupo Soluti, detentora do mais moderno Data Center do Centro Oeste do Brasil e único Tier III, prioriza
essa abordagem focada em segurança e disponibilidade.
“A infraestrutura segura e altamente disponível é a espinha dorsal de nossos serviços. Buscamos constantemen-
te aprimorar nossos padrões de segurança e disponibi-
Foto: Divulgação

lidade para atender às crescentes demandas de nossos


clientes. As certificações internacionais que conquista-
mos ratificam a qualidade do nosso Data Center e nos
apoiam nesse processo”, afirma Gleysson Araújo, CEO
da Everest Digital.
Em novembro (11/2023), a Everest Digital finalizou o
ciclo de Certificação Tier III com a conquista do Selo de
Operações, após um rigoroso processo de validação que

POTÊNCIA 20
HOLOFOTE

atesta o mais alto padrão de nível de operação e qualidade de processos. Com o reconhecimento, tornou-se uma das
quatro empresas de Data Center no Brasil a obter a Certificação de Projeto, Construção e Operação Tier III.
A infraestrutura e os serviços oferecidos pela Everest Digital se inserem em um mercado que abrange praticamen-
te todos os setores da economia, desde o agronegócio, passando pela área de saúde, varejo, até mesmo empresas
de Data Centers que se especializaram no serviço de colocation, e estabelecem parcerias para contar com os serviços
oferecidos pela empresa.
Proteção dos dados
Eduardo Gomes, gerente de cibersegurança na TÜV Rheinland, empresa que atua na certificação assistida de in-
fraestrutura de Data Centers, enfatiza a importância da certificação da infraestrutura: “A certificação assistida da in-
fraestrutura dos Data Centers é essencial para evidenciar que foram implementadas medidas que permitem a conti-
nuidade dos negócios e a proteção dos dados. Atesta a confiabilidade e a integridade das instalações, garantindo que
os sistemas estão em conformidade com requisitos estabelecidos em normas nacionais e internacionais.”
A ênfase na infraestrutura desses Data Centers, além de garantir a disponibilidade dos serviços críticos, também
solidifica a reputação do Brasil como líder na América Latina em infraestrutura digital confiável e de alto desempe-
nho, ressalta Eduardo Gomes. “À medida que o país mantém seu ritmo de crescimento no setor, o compromisso com
a segurança e a certificação da infraestrutura permanecerá fundamental para sustentar essa liderança na região”,
avalia o gerente de cibersegurança na TÜV Rheinland.

Grupo Sonepar anuncia mudanças na


estrutura organizacional
A Sonepar, líder global e nacional na distribuição B2B de materiais elétricos, anuncia uma transição significativa em
sua liderança e estrutura organizacional na América do Sul, marcando um novo capítulo em sua trajetória de sucesso.
Após mais de 24 anos de dedicação à Sonepar, Hervé Salmon, atual presidente da Sonepar América do Sul, anuncia
sua aposentadoria, deixando um legado de realizações notáveis. A partir de janeiro de 2024, Yannick Laporte (foto),
presidente da Sonepar Brasil, assumirá também a presidência da América do Sul em sucessão a Hervé, que atuará
como consultor para a organização, contribuindo com sua expertise durante o período de transição.
O Grupo francês também anuncia a aposentadoria de Patrick Salva-
YANNICK LAPORTE
dori, atual Presidente das Regiões da Europa Ocidental e América do Sul,
e comunica a nova estrutura organizacional da companhia, na qual Rob
Taylor passará a assumir a presidência da Sonepar Américas, abrangen-
do a liderança da região dos Estados Unidos, Canadá, Costa Rica, Méxi-
co, Porto Rico e América do Sul, incluindo Brasil, Chile, Colômbia e Peru.
Com essas movimentações, Yannick Laporte passará a reportar direta-
mente a Rob Taylor na atual estrutura organizacional. Essa mudança es-
tratégica reflete não apenas uma sucessão planejada, mas também é uma
abordagem para fortalecer ainda mais a presença da Sonepar na região.
Laporte chegou à Sonepar em 2014, na função de diretor regional da
Sonepar França. Em 2016, mudou-se para o Brasil como diretor de Ope-
Foto: Divulgação

rações da Nortel, empresa do Grupo Sonepar, da qual se tornou presiden-


te dois anos depois, em 2018. Em 2020, assumiu o cargo de presidente

POTÊNCIA 21
HOLOFOTE

da Sonepar Brasil que, sob o seu comando, impulsionou o desempenho graças à construção de uma equipe sólida e à
aquisição de novas companhias.
“Yannick Laporte tem expertise em nosso mercado, trazendo consigo uma visão única e um histórico comprovado de
liderança, o que será fundamental para alavancar ainda mais a nossa presença regional e acelerar o desenvolvimento
dos países sul-americanos dentro da Sonepar”, afirma Rob Taylor. “A Hervé Salmon, deixo a nossa profunda gratidão
por suas contribuições inestimáveis, por seu espírito empreendedor e sua paixão não apenas pelo desenvolvimento
dos negócios, mas também pelo respeito aos valores e à cultura da Sonepar”, acrescenta.
O Grupo Sonepar segue confiante de que essas mudanças fortalecerão ainda mais sua posição, enquanto a nova
estrutura organizacional o impulsionará em direção a novas oportunidades de crescimento e expansão.

Ourolux investe e projeta


salto em sua receita
A Ourolux, líder do mercado de iluminação nos supermercados brasileiros, investe R$ 100 milhões em sua unida-
de fotovoltaica, mirando um crescimento da representação do setor na receita da empresa. Os produtos – com foco
em sustentabilidade e economia energética – foram responsáveis por um salto de 122% no faturamento da compa-
nhia em 2022, alcançando a cifra de R$ 219 milhões.
Hoje, cerca de 40% do que a companhia gera é proveniente das vendas da unidade de produtos fotovoltai-
cos e a projeção é que esse percentual chegue a 70% até 2026. No ano passado, foram quase 6 mil pedidos.
No primeiro semestre deste ano, os projetos concretizados chegaram a 3 mil. Os produtos incluem geradores
solares, módulos, inversores, conectores e acessórios para atender necessidades de cada projeto. A companhia
tem mais de 250 colaboradores diretos, passando de 22 vendedores para 50 e 90 representantes para a área
de negócios Solar.
“Nossos investimentos em energia solar demonstram uma busca por atender demandas de um mercado que
se reinventa a cada dia. Temos ainda a missão de contribuir com a preservação de recursos por meio da consoli-
dação de projetos sustentáveis e responsáveis. Seguimos com o conceito de fortalecer nosso portfólio de forma
alinhada com as necessidades de nossos clientes e da sociedade”, explica Rafael Carneiro, diretor Comercial de
Solar da Ourolux.
Reconhecimento Procel
O módulo fotovoltaico 550W Ourolux foi reconhecido com o selo Procel de Economia de Energia, criado pelo Pro-
grama Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) do Ministério de Minas e Energia do Brasil.
A certificação é concedida pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), após ava-
liação de diversos fatores, como a potência do produto e o consumo de energia em diferentes situações de uso. Re-
cebem a validação as marcas que consomem menos energia elétrica para desempenhar a mesma função.
O selo apoia os consumidores na identificação de produtos mais eficientes em termos energéticos e que colabo-
ram com o meio ambiente, pois a redução do consumo de energia elétrica diminui a demanda por geração de ener-
gia, que muitas vezes é obtida através de fontes poluentes. Os testes são renovados periodicamente, garantindo que
os itens atendam as normas de sustentabilidade e economia ao longo do tempo.

POTÊNCIA 22
HOLOFOTE

COBRECOM investe em
campeonatos de futebol
A COBRECOM, fabricante de fios e cabos elétricos de

Foto: Divulgação
baixa tensão, anuncia que patrocinará, pelo terceiro ano
seguido, importantes torneios de futebol profissional:
Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro Séries A e B e o
Campeonato Carioca.
O objetivo é expandir ainda mais a marca em todo
o território nacional e estreitar relacionamento com os
clientes e parceiros.
“Ter a nossa marca vinculada ao futebol por mais um
ano é de extrema importância para a empresa, pois além
de apoiarmos o esporte, as ações trazem muita visibilida-
de para a marca e possibilitam ações de relacionamento com clientes. Além disso, o futebol é um esporte que impacta
milhares de pessoas, pois envolve diversas experiências e emoções para os torcedores e, por isso, é muito importante
estar presente nesses momentos”, afirma Fábio Ferrara, gerente de Marketing da COBRECOM.
O executivo ainda ressalta que os resultados obtidos com os patrocínios que a companhia fez no ano passado
com a Copa do Brasil, Supercopa do Brasil, Brasileiro Séries A e B e Campeonato Carioca foram bastante positivos.
“Recebemos muitos feedbacks positivos de diferentes stakeholders, o que comprova que a estratégia está no ca-
minho certo. Além de acreditarmos no esporte, o futebol se mostrou um importante canal de relacionamento, uma
vez que tem o potencial de nos proporcionar visibilidade nos principais meios de comunicação, desde canais abertos
de TV até as redes sociais de maior alcance”, explica Ferrara.
Ainda de acordo com o gerente de Marketing da COBRECOM, é muito importante para a empresa manter essa
estratégia que está dando certo, pois é necessário um trabalho de longo prazo para alcançar melhores resultados.
Durante as competições a marca COBRECOM estará exposta nas placas de publicidade dispostas ao redor do
gramado.

ABB adquire a Sevensense


A ABB anunciou que adquiriu a startup suíça Sevensense, fornecedora líder de tecnologia de navegação de visão
3D habilitada para IA para robôs móveis autônomos (AMRs). A Sevensense foi fundada em 2018 como um spin-off
da Universidade Técnica Suíça, ETH Zurich.
“Isso marca um passo significativo em direção à nossa visão de um local de trabalho onde robôs habilitados para
IA auxiliam as pessoas, atendendo às necessidades de nossos clientes por maior flexibilidade e inteligência em meio
à escassez crítica de mão de obra qualificada”, disse Sami Atiya, presidente da ABB Robótica e Automação Discreta.
“Cada robô móvel, equipado com visão e IA, escaneia uma parte única do edifício; coletivamente, esses robôs com-
plementam a visão uns dos outros para formar um mapa completo, permitindo-lhes trabalhar de forma autônoma
em um ambiente em rápida mudança.”
A aquisição segue o investimento minoritário da ABB na Sevensense depois que ela se juntou ao ecossistema de
inovação da empresa em 2021, mesmo ano em que a ABB adquiriu a ASTI Mobile Robotics. Os detalhes financeiros

POTÊNCIA 23
HOLOFOTE

da transação não foram divulgados. Seguindo projetos piloto de clientes nas indústrias automotiva e de logística, a
ABB integrará a tecnologia da Sevensense ao portfólio AMR da empresa, oferecendo uma combinação inédita de ve-
locidade, precisão e carga útil.
A expectativa é que o mercado de robôs móveis cresça a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de
20% até 2026, de US$ 5,5 bilhões para US$ 9,5 bilhões, e a tecnologia de visão 3D alimentada por IA da ABB está
na vanguarda dessa expansão.
A tecnologia de navegação pioneira da Sevensense combina IA e visão 3D, permitindo que os AMRs tomem deci-
sões inteligentes, diferenciando entre objetos fixos e móveis em ambientes dinâmicos. Uma vez guiados manualmente,
os robôs móveis com tecnologia Visual Simultaneous Localization and Mapping (Visual SLAM) criam um mapa que é
usado para operar de forma independente, reduzindo o tempo de comissionamento de semanas para dias e permitin-
do que os AMRs naveguem em ambientes altamente complexos e dinâmicos ao lado de pessoas. Os mapas são cons-
tantemente atualizados e compartilhados por toda a frota, oferecendo escalabilidade instantânea sem interromper
as operações e maior flexibilidade em comparação com outras tecnologias de navegação.
Hoje, esta tecnologia de navegação baseada em IA já

Foto: Divulgação
está transformando os setores da produção automóvel
e da logística, agregando valor por meio de operações
mais rápidas e eficientes. Para o fabricante automotivo
Ford, os AMRs da ABB, com Visual SLAM habilitado, ge-
rarão ganhos de eficiência em locais de produção nos
Estados Unidos, enquanto a Michelin utilizará a tecnolo-
gia na intralogística em sua fábrica na Espanha. Outros
fabricantes de automóveis irão implementar a tecnologia
no Reino Unido, Finlândia e Alemanha.
“Oferecendo mais autonomia e inteligência cognitiva,
a tecnologia exclusiva da ABB, comprovada no mercado,
abre caminho para uma mudança de linhas de produção lineares para redes dinâmicas. Os AMRs inteligentes nave-
gam de forma autônoma até as células de produção, rastreando o estoque à medida que avançam e compartilhando
essas informações com outros robôs, enquanto colaboram com segurança lado a lado com os humanos”, disse Marc
Segura, presidente da Divisão de Robótica da ABB. “Com a aquisição da Sevensense, a ABB se torna líder em AMRs
de próxima geração, oferecendo Visual SLAM em Robôs Móveis Autônomos, juntamente com um portfólio integrado
que abrange robôs e soluções de automação de máquinas, todos gerenciados por nosso software de criação de valor.”
Gregory Hitz, CEO da Sevensense, disse: “Este é um momento significativo em nossa jornada compartilhada, pois apre-
sentamos nossa tecnologia desenvolvida internamente a uma gama maior de mercados e setores. A ABB é o local ideal
para continuarmos a expandir nossa plataforma versátil para autonomia visual 3D, atendendo a OEMs nos setores de ma-
nuseio automatizado de materiais e robótica de serviços. Juntos, redefiniremos os limites da robótica habilitada para IA”.
Essa tecnologia revolucionária tem o potencial de impactar a robótica muito além dos AMRs, levando a uma maior
eficiência, flexibilidade e precisão em toda a produção e intralogística. A tecnologia também continuará a ser vendi-
da em todos os segmentos, incluindo manuseio de materiais, limpeza e outros campos de robótica de serviço, sob o
nome de produto Sevensense.
A parceria Sevensense destaca o sucesso do compromisso da ABB em fomentar a próxima geração de inovações.
Por meio do seu ecossistema de parceiros e da colaboração com startups e universidades, a ABB desenvolve tecno-
logia líder para o benefício de empresas globais. Os aproximadamente 35 funcionários da Sevensense continuarão
baseados em seu escritório suíço em Zurique.

POTÊNCIA 24
HOLOFOTE

Hitachi recebe Selo Terra Carta


A Iniciativa de Mercados Sustentáveis anuncia que a Hitachi recebeu o Selo Terra Carta 2023. O selo reconhe-
ce empresas globais que estão liderando ativamente a tarefa de criar um futuro positivo para o clima e a natureza.
O Selo Terra Carta é concedido a empresas que demonstraram o sucesso de um projeto, iniciativa ou estratégia
de alto impacto e grande escala que se alinha a um ou mais dos dez Artigos Terra Carta da Iniciativa de Mercados
Sustentáveis. Os artigos sustentam a Terra Carta, o mandato orientador da Iniciativa de Mercados Sustentáveis que
fornece um roteiro e uma estrutura para acelerar a transição para um futuro ambicioso e sustentável, colocando a
natureza, as pessoas e o planeta no centro da criação de valor global.
O Grupo Hitachi continuará a promover seus Negócios de Inovação Social e a trabalhar diligentemente ao lado
de suas partes interessadas, para contribuir com o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. A Hitachi recebeu
o Selo Terra Carta por seu compromisso com a sustentabilidade, particularmente pela contribuição da Hitachi Energy
para a transição energética com sua tecnologia de corrente contínua de alta tensão (HVDC), que permite a transmis-
são de energias renováveis em massa por longas distâncias com perdas limitadas, promovendo assim um futuro de
energia sustentável para todos.
Um exemplo concreto de aplicação HVDC é o projeto Champlain Hudson Power Express, que está atualmente em
construção para conectar as redes elétricas entre Quebec, Canadá, e a área metropolitana de Nova York, nos Esta-
dos Unidos.
A ligação permitirá a entrega de energia hidrelétrica limpa e renovável entre o Canadá e Nova York, contribuindo
para a Lei de Liderança Climática e Proteção Comunitária de Nova York, que visa que o estado seja alimentado por 70%
de energias renováveis até 2030. Espera-se que o projeto diminua as emissões de CO2 em uma média de 3,9 milhões
de toneladas métricas por ano, o equivalente à remoção de 44% dos veículos de passageiros da cidade de Nova York.
Usando a tecnologia HVDC, é possível levar grandes quantidades de eletricidade diretamente para as cidades, o
que é essencial para garantir o fornecimento de energia sustentável e acessível, aumentando significativamente o
uso de energia renovável e promovendo a neutralidade de carbono.
A Hitachi se junta a outras 16 empresas de vários locais e setores para receber o Selo Terra Carta 2023. São elas:
Airbus, Carbon Clean, CDPQ, DLA Piper, EY, Haier Smart Home, Hitachi, Lanza Tech, Novartis, Orange, Ping An Bank,
Pollination, ReNew, Robertson, Siemens Energy, Soneva, Sumitomo Mitsui Financial Group.
Jennifer Jordan-Saifi, CEO da Sustainable Markets Initiative, disse:  “O Selo Terra Carta da Iniciativa de Mercados
Sustentáveis reconhece as empresas que estão dando grandes passos na entrega de resultados do mundo real. Em
tempos de COP28, atores públicos, privados e filantrópicos se reúnem no primeiro Fórum Climático de Negócios
e Filantropia para preencher a lacuna entre ambição e ação. São exemplos exemplificados pelos vencedores do Selo
Terra Carta 2023 que estão ajudando a inspirar e liderar o caminho”.
Keiji Kojima, diretor-executivo representante, presidente e CEO, na Hitachi, Ltd., comentou: “Estamos honrados
em ser reconhecidos como uma das principais empresas engajadas em iniciativas de sustentabilidade. A Hitachi está
comprometida em expandir os Negócios de Inovação Social por meio da cocriação com os clientes, aproveitando TI,
OT e produtos para trazer soluções para desafios sociais. Como inovadores em mudanças climáticas, nossa ambição
é contribuir globalmente para a realização de uma sociedade sustentável, impactando na neutralidade de carbono,
economia circular e ações positivas na natureza”.
O Selo Terra Carta foi lançado em 2021 na COP26 por Sua Majestade o Rei Charles III, quando era Príncipe de
Gales. Desde sua criação, a Iniciativa de Mercados Sustentáveis concedeu seu cobiçado Selo a apenas 83 empresas
em todo o mundo.

POTÊNCIA 25
HOLOFOTE

Pela primeira vez este ano, o processo de julgamento envolveu os parceiros independentes e externos Verdan-
tix e o Painel de Revisão de Especialistas, que trabalharam juntos para avaliar a elegibilidade e o impacto de
cada projeto indicado em relação a critérios de sustentabilidade globais reconhecidos.
O grupo de vencedores deste ano impressionou os jurados com a amplitude e o escopo de seus projetos, que in-
cluíram o uso pioneiro de hidrogênio e iniciativas baseadas em engenharia para apoiar a redução das emissões de
carbono, até o desenvolvimento de novas estruturas para apoiar a distribuição de capital privado, em escala, em in-
fraestrutura relacionada à transição em todo o continente africano.
David Metcalfe, CEO da Verdantix, disse: “Temos o privilégio de trabalhar com a Iniciativa de Mercados Susten-
táveis, contribuindo com nossa experiência em avaliação independente para o processo de julgamento. Temos muito
orgulho em ser parte integrante desta estimada iniciativa global, ao lado de um painel distinto e diversificado de es-
pecialistas. Juntos, nos dedicamos a reconhecer e aplaudir as empresas que lideram o caminho para demonstrar seu
compromisso com a criação de um futuro sustentável”.

Novvalight renova
iluminação de arena
A Novvalight, fabricante brasileira de luminárias industriais, fechou parceria com o Botafogo Futebol S/A e é a res-
ponsável pela reestruturação de todo sistema de iluminação do estádio Santa Cruz/Arena Nicnet Eurobike, na cidade
de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Com o projeto, o clube se adequa às exigências de iluminação esportiva da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O novo sistema foi inaugurado em janeiro de 2024, em partida contra o
Santos, pela primeira rodada do Campeonato Paulista. Por conta da parceria, a Novvalight estampará sua marca na
barra das costas da camisa do Botafogo S/A durante o torneio.
O projeto envolve retrofit da iluminação, revitalização de painéis elétricos, análise estrutural das torres, instalação
e focalização dos projetores e emissão de laudos técnicos. Foram instalados 96 novos projetores de LED, garantindo o
alcance de níveis de iluminância muito mais elevados e com 73% de economia no consumo de energia.
“O Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet Eurobike terá uma iluminação de última geração, com ganhos de eficiência,
facilidade de manutenção e projeção calculada sem impactos negativos no meio ambiente. O novo sistema permiti-
rá a programação de horários de acendimento e a redução de potência, o que proporcionará diminuir o consumo de
energia”, explica o CEO da Novvalight, Roberto Payaro.
“Fico muito feliz com a concretização dessa parceria, já que melhorar a iluminação do estádio era um desejo anti-
go. Queremos modernizar cada vez mais a nossa casa para proporcionar uma nova experiência aos torcedores”, disse
Adalberto Baptista, presidente do Conselho de Administração da Botafogo Futebol S/A.
Antes e depois - A iluminação anterior do estádio era constituída por sistema convencional de lâmpadas de va-
por metálico, de 2.000W cada, instaladas em projetores sob torre. O sistema anterior possuía um consumo maior,
gerado através de uma relação de eficiência luminosa (lm/W) inferior em relação a solução LED integrada, além
de apresentar pontos como baixa vida útil, alta necessidade de manutenção, elevada perda ótica e índices de IRC
e espectrometria relativamente menores. “Com a troca para solução LED, atingimos níveis de iluminância eleva-
dos. Alcançamos também um aproveitamento ótico completo, obtido através de um conjunto de refletor; lente em
PMMA e vidro. Nossas peças ainda contam com IRC70, vida útil de 100.000h, e manutenção facilitada por sistema
future-proof, que nos possibilita trabalharmos com componentes substituíveis”, destaca Payaro.

POTÊNCIA 26
HOLOFOTE

ABGD tem nova Diretoria e Conselho para


o biênio 2024-2025
A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) anuncia nova Diretoria e Conselho, eleitos para coorde-
nar os trabalhos da entidade pelos próximos dois anos, trazendo uma proposta inovadora: concentrar-se no avanço
do setor elétrico, com ênfase na renovação, eficiência, acessibilidade, sustentabilidade e integração com inteligência
artificial. Com o compromisso de superar os desafios e impulsionar o crescimento da minigeração distribuída no Bra-
sil, a equipe é composta por nomes de destaque, incluindo Carlos Evangelista, da GM Tecnologia, como presidente,
Carlos Felipe, da Aevo Solar, e Zilda Costa, da UCB-Unicoba, como vice-presidentes, bem como Rogério Duarte, da
MOE, que assume a posição de diretor Financeiro, e Sydney Ipiranga, da Solarplus, que liderará a Diretoria Técnica.
“Estamos passando por um momento muito importante de expansão do setor de geração distribuída. Nosso foco
está em atuar em temas que impulsionem o fortalecimento e o crescimento da GD, tais como questões regulatórias,
aprimoramento profissional, inovação tecnológica e sistemas de armazenamento”, afirma Evangelista.
Com essa nova liderança, a ABGD está preparada para consolidar e expandir os avanços da geração distribuída, fo-
cando em estratégias que promovam a diversificação de fontes e o crescimento sustentável da energia no Brasil. “Fa-
zendo uma estimativa conservadora, e com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil ob-
servou um acréscimo de 7,4 gigawatts (GW) em sua capacidade instalada de micro e minigeração distribuída de energia
solar em 2023. Considerando esta projeção como parâmetro, espera-se que o ano de 2024 testemunhe uma expansão
semelhante, alcançando um total instalado de mais de 33,2 GW em todo o país”, destaca o novo presidente da ABGD.
Para Carlos Evangelista, “esse crescimento projetado de aproximadamente 30% não apenas solidifica a posição
do Brasil como um líder emergente na adoção de energia solar, mas também sinaliza um influxo significativo de in-
vestimentos no setor. Estima-se que o aumento na capacidade instalada represente um aporte de 37 bilhões de reais,
refletindo o compromisso contínuo com a inovação e a sustentabilidade em energia’’, conclui o executivo.

ONS lança canal de WhatsApp


O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) lançou um canal no WhatsApp. O objetivo é se aproximar da
sociedade e compartilhar, de forma ágil, as notícias e informações produzidas pela instituição.
No canal estarão disponíveis atualizações, boletins e informações a respeito da atuação do ONS.
A ferramenta passa a ser fonte oficial de notícias do ONS, assim como já acontece com o Instagram, LinkedIN,
SINtegre e site. Os participantes da comunidade do WhatsApp poderão apenas receber informações, sem possibili-
dade de interação.
Para ter acesso ao serviço, os interessados devem começar a seguir o canal no Link.
Sobre o ONS:
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é responsável pela coordenação e pelo controle da operação das
instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), além do planejamen-
to da operação dos sistemas isolados do país. Sob o comando do ONS estão 161 hidrelétricas em 22 bacias hidrográ-
ficas, de múltiplos proprietários, que deverão totalizar quase 110GW no SIN até 2027. Atualmente, a matriz elétrica
brasileira é considerada um exemplo mundial de sustentabilidade, visto que cerca de 88% da energia elétrica pro-
duzida vem de fontes renováveis. O Operador mantém equipes atuando durante sete dias por semana, 24 horas por
dia, em salas de controle localizadas no Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Florianópolis.

POTÊNCIA 27
HOLOFOTE

LEDVANCE ingressa no setor


de energia solar
Referência global em iluminação e presente em mais de 150 países, a LEDVANCE anuncia a sua entrada no
setor de energias renováveis, com a criação da LEDVANCE Renewables. A nova unidade de negócios será dedi-
cada à fabricação de sistemas de geração de energia solar fotovoltaica e de soluções integradas para aplicações
residenciais, comerciais e industriais.
Essa iniciativa não apenas complementa a estratégia global da empresa de smart living, como também re-
força o comprometimento com a sustentabilidade. “A ampliação do portfólio de iluminação geral para a energia
fotovoltaica está diretamente ligada ao nosso DNA, de sempre desenvolver soluções inteligentes e eficientes,
pautadas na entrega de produtos sustentáveis e ecológicos”, afirma Everton Mello, CEO da LEDVANCE para a
América Latina.
O executivo pontua que o histórico da LEDVANCE é marcado pelo desenvolvimento de componentes centrados
no ser humano, como as linhas de iluminação residencial, comercial e industrial integradas ao sistema Human Centric
Light (HCL) e a iluminação conectável (IoT). Agora, segundo ele, as divisões de iluminação geral e de sistemas reno-
váveis vão caminhar lado a lado para formar um ecossistema abrangente de energia limpa e inteligente.
“Estamos com muita expectativa neste novo negócio, já que investimos em fontes renováveis no momento em
que o Brasil se torna referência no assunto. Recentemente, a energia solar ultrapassou a eólica, ficando atrás apenas
da hídrica em nosso país, e ainda tem um enorme potencial de crescimento”, acrescenta Mello.
O portfólio da LEDVANCE Renewables inclui módulos fotovoltaicos, microinversores, inversores string/on grid, in-
versores híbridos, baterias e acessórios. Todos eles são fabricados pela gigante chinesa MLS - proprietária global da
LEDVANCE – nas plantas de Zhongshan, Ji’an, Xinyu, Foshan e Yiwu.
Cenário nacional é bastante positivo
Estudo feito recentemente pelo think tank Ember Climate mostra que o Brasil tem liderado o mercado de
energia verde na América Latina: 86% da eletricidade do país vem de fontes renováveis. A pesquisa aponta
ainda que, nos últimos seis anos, a América Latina importou US$ 26 bilhões em painéis solares da China (líder
em produção e venda de painéis), sendo o Brasil responsável por 58% de todas as importações – ou seja, por
cerca de US$ 14 bilhões.
Outra análise feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aponta que painéis solares em residências,
propriedades rurais, usinas, prédios comerciais, industriais e públicos contemplam cerca de 16% de toda a energia
elétrica no país. São 34,2 mil megawatts de potência instalada, ficando atrás apenas dos 109,9 mil megawatts de-
correntes das usinas hidrelétricas.

Engerey mantém ISO 9001


com foco na agenda ESG
Depois de uma auditoria que observou os critérios de regulamentação, processos e organização relativos à ISO
9001, a Engerey Painéis Elétricos, empresa paranaense que fabrica painéis elétricos certificados, manteve a certifica-
ção. A norma internacional estabelece os critérios para um sistema de gestão da qualidade e define os requisitos para
garantir a melhoria contínua e a satisfação do cliente.

POTÊNCIA 28
HOLOFOTE

A conquista da chancela veio pelo Bure-


au Veritas Certification, empresa certificadora
mundialmente reconhecida por sua rigorosa
avaliação. “Ficamos satisfeitos em informar
que estava tudo em conformidade durante a
auditoria. Isso evidencia o comprometimento
interno da empresa em manter a qualidade nos
processos relacionados à montagem de painéis
elétricos”, comenta a consultora em gestão em-
presarial e otimização de processos da Quali-
master, Erika Koch.
A Engerey detém a ISO 9001 desde 2010, selo
que leva em conta, também, critérios como lide-

Foto: Divulgação
rança e engajamento de colaboradores. “Nosso
objetivo é o de alcançar a máxima competência
nos nossos processos e integrar clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros. Por isso, trabalhamos pela padro-
nização de processos e melhoria da produtividade. O resultado é a renovação deste importante selo internacional”,
destaca o engenheiro e CEO da Engerey, Fábio Amaral.
O reconhecimento impulsiona o trabalho e, assim, práticas já assertivas são aperfeiçoadas. Contribuiu para
a renovação da ISO, por exemplo, a organização e controle do material não conforme e melhoria no pós-venda.
“O conhecimento das práticas padronizadas da produção por todos os colaboradores e a disseminação des-
ta postura para novos funcionários contribuiu para a permanência da ISO”, destaca Ana Paula Tonial de Camar-
go, coordenadora administrativa da Engerey. Para ela, tão importante quanto a conquista da certificação é a sua
manutenção.
Alinhada à política ESG
Um dos pontos de destaque do processo de manutenção da ISO foi a confirmação de que a Engerey vai con-
tinuar focando suas ações corporativas alinhadas à pauta ESG (Ambiental, Social e Governança). Para Amaral,
a certificação e o conceito de sustentabilidade são importantes para as organizações por diferentes motivos: “A
pauta ESG enfoca a sustentabilidade, o impacto ambiental, as práticas sociais e a governança corporativa, algo
que nós já temos como bandeira e que mais do que nunca será nosso lema de trabalho. Já a ISO 9001, que atua
como um termômetro dos padrões de qualidade, unida à agenda ESG, contribui para o sucesso e a sustentabili-
dade do grupo”, comenta.
Reconhecida pela Câmara Municipal de Curitiba com o prêmio Ecologia e Ambientalismo, a Engerey reúne
uma lista de ações inovadoras e sustentáveis. Entre elas estão a mobilização em prol de uma campanha que ter-
minou com a transformação de garrafas plásticas em uniformes e, ainda, a substituição da papelada que era en-
caminhada com os painéis (relativa a informações técnicas dos componentes) por PDFs disponíveis em nuvem,
por meio de um acesso remoto, rápido e muito prático.
“E queremos avançar ainda mais. Já estamos estruturando a coleta e destinação de pilhas e baterias, e queremos,
em muito pouco tempo, eliminar o copo de plástico da empresa”, antecipa Ana.
Isso tudo sem contar que o selo certifica não apenas a Engerey, mas também as empresas que adquirem seus pro-
dutos, já que atesta a preocupação destas com a qualidade e com temas relacionados à sustentabilidade, por exemplo.
“A ISO reconhece nossa credibilidade e dá competência para um ecossistema muito maior”, finaliza Amaral.

POTÊNCIA 29
HOLOFOTE

Foto: Divulgação
Eaton é reconhecida como Top Employer
2024 no Brasil
A Eaton, multinacional de gerenciamento inteligente de energia, conquista o selo Top Employer 2024 no Brasil e
estreia no grupo de empresas que se destacam pela dedicação e comprometimento na implementação de políticas de
Recursos Humanos e práticas de gestão de pessoas para melhorar o mundo do trabalho.
A certificação reconhece as organizações que cumprem exigentes padrões internacionais de compliance e gover-
nança, o que assegura a consistência e excelência de seus processos internos. A Eaton ganhou destaque em três di-
mensões, segundo o instituto: Carreira, Bem-estar, Reconhecimento e Recompensa. “É uma honra ter a Eaton posicio-
nada entre os melhores empregadores do país. Este selo reforça nossos esforços em criar um ambiente de trabalho
em que os colaboradores se sintam valorizados, motivados e, sobretudo, tendo a liberdade de serem quem realmente
são. Temos um compromisso consolidado com a ética e o bem-estar de nossos talentos”, comenta Gustavo Schmidt,
vice-presidente do setor Elétrico da Eaton América Latina.
Na etapa de pesquisa, que é a ferramenta de referência para analisar as práticas das corporações, o programa se
baseia em seis domínios que abrangem temas-chave de Recursos Humanos: Direcionar, Moldar, Atrair, Desenvolver,
Engajar e Unir. O Top Employers Institute atua há 32 anos globalmente e desde 2011 no Brasil.

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SUMÁRIO

POTÊNCIA 30
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ENTREVISTA
EVENTOS POTÊNCIA

Eventos da Potência
prometem agitar o
mercado em 2024
A SEGUNDA EDIÇÃO DA EXPOELÉTRICA OCORRERÁ NOS DIAS 16 E 17
DE JULHO, ENQUANTO QUE A 19ª EDIÇÃO DO REDES SUBTERRÂNEAS
ACONTECE NOS DIAS 07 E 08 DE OUTUBRO

E
stão confirmadas as datas de realização das duas feiras e congressos a serem promovidos pela
Potência Eventos em 2024.
A Expoelétrica 2024 - Expo & Fórum será realizada nos dias 16 e 17 de julho, no Centro de Con-
venções Frei Caneca, em São Paulo (SP). Trata-se da única feira de negócios voltada ao mundo
das Instalações Elétricas. Na feira, que chega à sua segunda edição, estarão expostos produtos, equipa-
mentos, sistemas e serviços para instalações elétricas prediais, comerciais e industriais.
Já o congresso reunirá os principais players do mercado de Instalações Elétricas para promover de-
bates, discutir tendências, apresentar soluções inovadoras, novas tecnologias e casos de sucesso aos
profissionais da área.
Foto: Arquivo/HMNews

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SUMÁRIO

POTÊNCIA 32
ENTREVISTA
EVENTOS POTÊNCIA

A 19ª edição do Redes Subterrâneas de Energia Elétrica e Telecom - Expo & Fórum está marcada para
os dias 07 e 08 de outubro, também no Centro de Convenções Frei Caneca.
Formado por Fórum e Exposição, este é o principal evento da área de Redes Subterrâneas da América
Latina, que há 19 Anos reúne os principais players desse mercado. Em 2024, o Redes Subterrâneas terá
como tema “A integração das Redes Subterrâneas com as Energias Renováveis, Cidades Inteligentes e
Condomínios Privados”.
Nos dois eventos a visitação à exposição é gratuita, enquanto que o fórum técnico tem inscrição paga.
Na entrevista a seguir, Hilton Moreno, diretor do Grupo Potência detalha como serão os eventos e
quais as expectativas em torno dos mesmos.

POTÊNCIA - QUAL A IMPORTÂNCIA DE TER UM EVENTO ESPECÍFICO VOLTADO AO MUNDO


DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, COMO É A EXPOELÉTRICA?
HILTON MORENO - Existem alguns eventos no Brasil que lidam com questões da eletricidade em
geral, porém, especificamente sobre o mundo das instalações elétricas, somente a Expoelétrica cumpre
esse papel. Este posicionamento da Expoelétrica é significativo, pois a área de instalações é enorme e
representativa o suficiente em faturamento e quantidade de profissionais a ponto de merecer um evento
específico para ela. Uma coisa é uma feira geral de medicina e outra, completamente diferente e com
resultados muito melhores para todos, é uma feira de cardiologia, onde produtos, serviços e discussões
específicas da área serão colocados para o público. Além disso, focar no mundo das instalações elétricas
atrai milhares de profissionais especializados e qualificados no tema, melhorando demais o resultado para
os expositores e apoiadores do evento.
POTÊNCIA - QUAL SUA EXPECTATIVA PARA A REALIZAÇÃO DA SEGUNDA EDIÇÃO DA
EXPOELÉTRICA?
HILTON MORENO - A expectativa é a melhor possível em termos de quantidade e qualidade dos parti-
cipantes e quantidade de expositores, que deve crescer substancialmente. A avaliação dos participantes
em 2023 foi ótima e pensamos em melhorar ainda
mais este requisito em 2024.
Foto: Divulgação

POTÊNCIA - A PRIMEIRA EDIÇÃO CONTOU


COM MAIS DE 2 MIL PARTICIPANTES. QUAL A
PROJEÇÃO DE PÚBLICO PARA A EDIÇÃO DE
2024?
HILTON MORENO - Estamos trabalhando muito
forte para atingir, no mínimo, 3 mil pessoas presen-
tes nos dois dias do evento em 2024.
POTÊNCIA - PARA QUE TIPO DE PÚBLICO É
VOLTADO O EVENTO?
HILTON MORENO - O público do evento tem
um perfil altamente técnico, sendo formado por
profissionais como engenheiros, tecnólogos, téc-
nicos, eletricistas, instaladores, projetistas, consul-
tores, profissionais de manutenção, professores e
estudantes e autônomos.
POTÊNCIA 33
ENTREVISTA
EVENTOS POTÊNCIA

Foto: Arquivo/HMNews
POTÊNCIA - O FORMATO DE DOIS DIAS DE EVENTO FOI MANTIDO. O MODELO DEU CERTO?
HILTON MORENO - Em 2023, a avaliação dos expositores, visitantes, congressistas e palestrantes foi
muito positiva em relação ao formato de dois dias de evento, que será então mantido para 2024.
POTÊNCIA - QUAL SERÁ A TEMÁTICA DO FÓRUM TÉCNICO DA EXPOELÉTRICA?
HILTON MORENO - O arranjo do Fórum Técnico também será mantido em 2024, contando com 8
módulos, cada qual abordando um macro tema. Ainda estamos trabalhando nestes macro temas, mas é
possível afirmar, com toda certeza, que um dos destaques será a revisão da norma ABNT NBR 5410 que,
na época da Expoelétrica, estará “fervendo”. Os outros temas serão divulgados em breve.
POTÊNCIA - QUANTOS EXPOSITORES DEVEM PARTICIPAR DA FEIRA DE PRODUTOS E SO-
LUÇÕES?
HILTON MORENO - Estimamos entre 40 e 50 expositores na edição de 2024.
POTÊNCIA - ESTÁ MANTIDO O SISTEMA DE VISITAÇÃO GRATUITA À EXPOSIÇÃO E FÓRUM
TÉCNICO COM INSCRIÇÃO PAGA?
HILTON MORENO - Sim, a visitação à exposição será gratuita e a participação no Fórum Técnico terá
uma pequena taxa de inscrição que, assim como em 2023, será devolvida na forma de “cash back” para
aquisição de cursos da Universidade Potência Educação com certificados reconhecidos pelo MEC.

A expectativa em relação às duas feiras é a


melhor possível, tanto em termos de quantidade e qualidade
dos participantes, quanto na quantidade de expositores, que
deve crescer substancialmente.
POTÊNCIA 34
ENTREVISTA
EVENTOS POTÊNCIA

POTÊNCIA - QUE ESTRUTURA DE APOIO O PÚBLICO TERÁ NO LOCAL DO EVENTO?


HILTON MORENO - A Secretaria da Expoelétrica irá prestar todas as informações necessárias aos
participantes do evento, além de atendimento ambulatorial e coffee-break para os participantes do Fórum
Técnico. Para completar, a Expoelétrica será realizada na área de exposições do Shopping Frei Caneca,
que possui excelente infraestrutura de estacionamento e alimentação.
POTÊNCIA - AGORA VAMOS FALAR SOBRE O REDES SUBTERRÂNEAS DE ENERGIA ELÉTRI-
CA E TELECOM. QUAL SUA EXPECTATIVA PARA O EVENTO?
HILTON MORENO - O Redes Subterrâneas segue em 2024 a sua trajetória de renovação no formato,
infraestrutura e tamanho iniciada em 2022 após a Revista Potência ter assumido a direção do evento,
que foi consolidada em 2023. Após muitos anos, o Redes Subterrâneas será realizado no Centro de Con-
venções localizado no 4º andar do Shopping Frei Caneca, com o dobro da área das edições anteriores.
Isso demonstra nosso otimismo no crescimento e resultados entregues pelo Redes Subterrâneas para a
comunidade da distribuição de energia e telecom da América Latina.
POTÊNCIA - O REDES SUBTERRÂNEAS ESTÁ COMPLETANDO 19 ANOS. COMO FAZER PARA
MANTER O INTERESSE EM TORNO DE UM EVENTO QUE JÁ DURA QUASE DUAS DÉCADAS?
HILTON MORENO - Esse é o grande desafio do Redes Subterrâneas, que encaramos com determi-
nação, entusiasmo e inovação. Por exemplo, em 2023 incluímos no título e no temário do evento a área
de Telecom, que é enorme usuária de redes subterrâneas. Chamamos também para um dos painéis os
especialistas em redes de água, esgoto e gás, que são 100% subterrâneas, para discutir a integração entre
todas as redes. Novas tecnologias ficam disponíveis todos os anos nesta área e tecnologias já conhecidas
abrem espaços em áreas ainda não largamente utilizadas. Aprendemos no Redes Subterrâneas de 2023
que os condomínios residenciais e as usinas de fontes renováveis são, provavelmente, o maior mercado
em quilômetros de redes subterrâneas no Brasil e vamos explorar isso na edição de 2024. E, sem falar,
que recentes desastres naturais que assolaram o Brasil trazendo ventanias e enchentes, deixando mi-
lhões sem energia elétrica por vários dias, trouxeram um holofote de dimensões gigantescas sobre os
benefícios que redes subterrâneas podem trazer para milhões de pessoas no País.

POTÊNCIA 35
ENTREVISTA
EVENTOS POTÊNCIA

POTÊNCIA - QUAL A PREVISÃO DE CONGRESSISTAS PARTICIPANTES DO FÓRUM?


HILTON MORENO - Trabalhamos para ter 200 congressistas no Fórum Técnico e 800 visitantes na
exposição.
POTÊNCIA - QUAL SERÁ A TEMÁTICA DO FÓRUM TÉCNICO DO REDES SUBTERRÂNEAS?
HILTON MORENO - Assim como na Expoelétrica, o Fórum Técnico do Redes Subterrâneas é composto
por vários módulos que estão em construção neste momento. Mas é possível adiantar que destaques
serão dados para a integração das redes subterrâneas com as energias renováveis, cidades inteligentes
e condomínios privados.
POTÊNCIA - QUANTOS EXPOSITORES PARTICIPARÃO DA FEIRA DE PRODUTOS E SOLUÇÕES?
HILTON MORENO - Estimamos entre 20 e 30 expositores na edição de 2024.
POTÊNCIA - A QUE TIPO DE PÚBLICO SE DESTINAM O CONGRESSO E FEIRA?
HILTON MORENO - São profissionais ligados à área de energia, incluindo engenheiros, tecnólogos,
técnicos, arquitetos, gestores públicos, profissionais dos setores de planejamento, urbanismo, projetos,
prestação de serviços, além de professores e fornecedores de produtos e tecnologias.

Anote na agenda
Expoelétrica 2024 Redes Subterrâneas de
Energia Elétrica e Telecom 2024
Data: 16 e 17 de julho
Local: Centro de Convenções Frei Caneca Data: 07 e 08 de outubro
Informações: www.expoeletrica.com.br Local: Centro de Convenções Frei Caneca
Informações: www.redesubterraneas.com.br

Foto: Arquivo/HMNews
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SUMÁRIO

POTÊNCIA 36
19ª-
EDIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA E TELECOM
EXPO &
FÓRUM
A integração das Redes Subterrâneas com as energias
renováveis, cidades inteligentes e condomínios privados

Centro de Convenções Frei Caneca - São Paulo (SP)


Dia 07 de Fórum: 8h00 às 18h30
Outubro Exposição: 11h00 às 19h00
Dia 08 de Fórum: 8h00 às 17h00
Outubro Exposição: 11h00 às 17h00

Realização e Promoção

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Revista

redes@revistapotencia.com.br O principal evento da América Latina


MATÉRIA DE CAPA
MERCADO LIVRE DE ENERGIA

Liberdade de escolha
NO MERCADO LIVRE O CONSUMIDOR TEM O DIREITO DE ESCOLHER
O SEU FORNECEDOR DE ENERGIA, COMO HOJE ESCOLHE SEUS
PROVEDORES DE SERVIÇOS DE TELEFONIA E INTERNET.

D
esde o dia 1º de janeiro deste ano, o mercado livre de energia pode receber os consumidores
de energia ligados na alta tensão. A medida concede maior liberdade aos usuários, que, depen-
dendo das condições poderão acessar uma energia mais barata. Os agentes do setor acreditam
que a abertura do acesso ao mercado livre representa um avanço no setor de energia brasileiro.
A Portaria 50/2022, do Ministério de Minas e Energia – MME, permite que todos os consumidores liga-
dos na alta tensão (o chamado Grupo A), independentemente do volume de demanda contratada, possam
migrar para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), desde o início deste mês. Na prática, a mudança es-
tendeu o direito de escolher o próprio fornecedor de eletricidade às pequenas e médias empresas, como
supermercados, farmácias, padarias e escritórios.
Conforme a cartilha “O mercado livre de energia elétrica”, publicado pela Abraceel (Associação Bra-
sileira dos Comercializadores de Energia), o mercado livre representa uma modalidade na qual os con-
sumidores podem negociar livremente a energia elétrica com os fornecedores, escolhendo produtos e
serviços mais aderentes às demandas individuais de cada um.

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SUMÁRIO

Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 38
MATÉRIA DE CAPA
MERCADO LIVRE DE ENERGIA

No mercado livre, os consumidores podem escolher qual fornecedor preferem, entre centenas de
empresas habilitadas para prestar o serviço de comercialização de energia elétrica, negociando preços,
prazos e diversas condições específicas, inclusive a forma de pagamento e a fonte de geração da energia
elétrica que consomem.
“No mercado livre, ou Ambiente de Contratação Livre (ACL), compradores e vendedores celebram
contratos de comercialização de energia elétrica com condições livremente negociadas entre ambos”,
esclarece a entidade.
Conforme destaca Adriana Sambiase, gerente executiva de Cadastros e Contratos da Câmara de Co-
mercialização de Energia Elétrica (CCEE), no mercado livre o consumidor tem o direito de escolher o seu
fornecedor de energia, como hoje escolhe seus provedores de serviços de telefonia e internet. Também
pode negociar prazos e escolher o tipo de fonte que quer contratar. Enfim, pode personalizar seus con-
tratos e até, a depender das condições, acessar uma energia mais barata. “Vale deixar claro que aqueles
consumidores com carga abaixo dos 500 kW, interessados em fazer parte desse ambiente de livre nego-
ciação, precisam procurar por um comercializador varejista. É a categoria responsável por orientar o clien-
te no processo de migração, desde o encerramento do contrato com a distribuidora até a representação
deles aqui na CCEE”, explica Adriana.
Na avaliação da executiva da CCEE, a abertura para a alta tensão é um marco para a transformação
do setor elétrico brasileiro. “Traz maior poder de escolha para o consumidor, mais competitividade para o
setor elétrico e, na ponta, mais produtividade para a economia do país. Além das vantagens em relação à
flexibilidade e personalização do fornecimento, aumenta a liquidez das negociações no mercado e esti-
mula o desenvolvimento de novos produtos e serviços para atender a demanda dos clientes”, considera
Adriana.
Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 39
MATÉRIA DE CAPA
MERCADO LIVRE DE ENERGIA

A gerente executiva de Cadastros e Contratos da CCEE conta que o ritmo de migrações ao mercado livre
em 2024 já dá sinais de que será intenso. Os últimos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
referentes a denúncias de contratos junto às distribuidoras apontam para um potencial de mais de 12,6 mil uni-
dades consumidoras com interesse de aderir ao ambiente ao longo do ano, uma média de 1.056 a cada mês.
“Somente para janeiro, há a expectativa de cerca de 3 mil unidades que podem ingressar no ambiente”, informa.

Como é feita a migração


Desde janeiro de 2024, todos os consumidores conectados em alta tensão têm a oportunidade de
ingressar no ambiente livre. A Portaria 50/2022 determina que os consumidores com demanda menor do
que 500 kW deverão acessar o mercado por um agente da categoria varejista. Essa figura já existe e está
operacional, tendo sido criada justamente para facilitar a adesão do segmento e o dia a dia da gestão dos
recursos energéticos para os seus clientes, ou seja, promover a mitigação de custos de transação.
Conforme explica Adriana Sambiase, para o consumidor contemplado pela Portaria e que optar por
buscar um varejista, o processo de contratação de energia é simples, e não muito diferente do que ocorre
hoje, por exemplo, com os serviços de telefonia. “Ele escolhe um fornecedor, seleciona um dos produtos
oferecidos e assina um contrato de compra de energia por um determinado prazo, com as condições
negociadas. A partir da data de início do contrato, passará a receber a energia. Importante ressaltar que
a infraestrutura física continuará sendo oferecida pela distribuidora e que, pelas propostas atuais, não
haverá a necessidade de adequações de equipamentos na unidade que migrar”, comenta.
Já os consumidores maiores, com demanda superior a 500 kW, podem escolher pelo acesso ao mer-
cado atacadista, sem a necessidade de um varejista, o que significa que, além da adesão à CCEE, devem
assumir os riscos inerentes e custos de transação. “Ao migrarem para o mercado livre, cabe ao consumi-
dor avaliar os prós e contras e decidir entre o varejo e o atacado”, complementa Adriana.
O ano de 2023 terminou com mais de 38,1 mil unidades consumidoras no Ambiente de Contratação
Livre, que representam cerca de 37% de toda a energia consumida no Brasil.
A mudança deste ano é válida para os consumidores ligados na alta tensão. Aqueles ligados na baixa ten-
são, como a maioria das unidades rurais e residenciais, por enquanto permanecerão no ambiente regulado.
“Os próximos passos da abertura serão decididos
Foto: Divulgação

pelo Ministério de Minas e Energia e temos certe-


za de que qualquer desdobramento será objeto de
extensa discussão com o mercado e a sociedade.
Na CCEE, defendemos que a abertura ocorra de
modo previsível, contínuo e sustentável, de forma
que gere benefícios a todos: os agentes do setor e
os consumidores, tanto aqueles que optarem pela
migração como os que quiserem permanecer no
segmento regulado”, frisa Adriana Sambiase.

Abertura traz maior poder de escolha para o


consumidor, mais competitividade para o setor
elétrico e, na ponta, mais produtividade para a
economia do país.
ADRIANA SAMBIASE | CCEE

POTÊNCIA 40
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MATÉRIA DE CAPA
MERCADO LIVRE DE ENERGIA

Foto: ShutterStock

Avaliação dos agentes do mercado


Sandro Bittencourt de Souza, CEO da Vektor Energia, empresa que atua na gestão e comercialização
de energia no mercado livre de energia, comentou sobre a abertura: “Estamos testemunhando uma mu-
dança significativa no panorama energético do Brasil. A abertura do mercado livre de energia a um grupo
ainda maior representa uma oportunidade única para os consumidores exercerem maior controle sobre
seus gastos e ter a oportunidade de escolher suas fontes de energia - de onde vem a sua eletricidade”.
A Vektor Energia já facilitou a migração de mais de 400 empresas para o mercado livre de energia,
proporcionando a elas liberdade para escolher fornecedores alinhados com as suas necessidades, es-
tratégias e até mesmo valores. “Acreditamos que a liberdade energética é essencial para o crescimento
sustentável das empresas. Ao adentrar o Ambiente de Livre Contratação (ACL), as empresas podem per-
sonalizar as suas soluções em energia, podendo optar por comprar energia proveniente de fontes reno-
váveis, garantindo mais eficiência e redução de até 40% em custos”, destaca Sandro.
Uberto Sprung, CEO da Spirit Energia, especialista em assessoria de consumidores no mercado livre
de energia, comentou: “Ao permitir que mais de 100 mil pequenas e médias empresas ingressem no mer-
cado livre, estamos abrindo novas oportunidades para a redução de custos e aprimoramento da compe-
titividade. Com a perspectiva de expandir o Ambiente de Contratação Livre (ACL), espera-se que a nova
regulamentação impulsione o crescimento sustentável do setor”.
A abertura do acesso ao mercado livre de energia traz vantagens notáveis para as pequenas e médias
empresas, incluindo maior liberdade de escolha, acesso a preços mais competitivos, autonomia nas de-
cisões relacionadas à energia e uma previsão mais clara das despesas energéticas. “Este anúncio repre-
senta um avanço no setor de energia brasileiro, promovendo um ambiente mais dinâmico e favorecendo
a competitividade das empresas”, complementa Sprung.
Gabriel Barreto, diretor-executivo e fundador da Athena Energia, comercializadora que oferece so-
luções de energia customizadas às empresas, com sustentabilidade e redução de custos, avaliou que
“Chegamos à etapa do verdadeiro empoderamento do consumidor, que terá liberdade de escolha,

POTÊNCIA 42
MATÉRIA DE CAPA
MERCADO LIVRE DE ENERGIA

maior autonomia e eficiência, e poderá contar com soluções únicas e exclusivas em energia para seus
negócios”. O executivo afirma que as empresas agora passam a definir suas próprias estratégias para
encontrar as melhores soluções para compra, já que o mercado livre de energia proporciona um am-
biente de negócios em que é possível tratar diretamente com as geradoras e comercializadoras de
energia, de qualquer lugar do país. “É um ambiente de contratação livre, em que os clientes negociam
energia elétrica e podem discutir preço, condições de pagamento, quantidade a ser adquirida e período
de fornecimento”, ressalta.
A seguir, Gabriel Barreto, da Athena Energia, dá algumas dicas que podem auxiliar as pequenas e mé-
dias empresas no processo de migração para o mercado livre de energia:
1. Avalie as necessidades internas
Antes de dar o 1º passo para o mercado livre, é fundamental realizar uma análise interna das neces-
sidades energéticas da empresa. Isso inclui entender os padrões de consumo, identificar os horários de
pico e baixa demanda e determinar as metas de eficiência energética. Essas informações são de extrema
importância para negociar contratos personalizados.
2. Contrate uma consultoria especializada
Contar com a orientação de consultores especializados em energia pode ser valioso, já que esses
profissionais podem ajudar a interpretar as complexidades do mercado livre, avaliar propostas de forne-
cedores e garantir que a empresa faça escolhas informadas e estratégicas. Também é importante contar
com um projeto exclusivo de acordo com as suas necessidades.
Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 43
MATÉRIA DE CAPA
MERCADO LIVRE DE ENERGIA

3. Compreenda a legislação e a regulamentação do setor


A migração para o mercado livre envolve conformidade com regulamentações específicas. Portanto,
é essencial que as PMEs compreendam a legislação vigente, os requisitos para elegibilidade e as obriga-
ções contratuais, mantendo-se atualizadas sobre possíveis mudanças na legislação.
4. Negocie contratos personalizados
Ao entrar no mercado livre, as PMEs têm a oportunidade de negociar contratos personalizados que
atendam às suas necessidades específicas. É importante, então, conhecer diferentes fornecedores, com-
parar propostas e negociar termos que se alinhem aos objetivos da empresa, garantindo a flexibilidade
necessária.
5. Faça o monitoramento contínuo do consumo
Implementar sistemas de monitoramento contínuo do consumo energético é essencial. Isso permite
que a empresa identifique áreas de desperdício, otimize processos e ajuste a demanda de acordo com as
flutuações no mercado, contribuindo para uma gestão mais eficiente.
6. Buscar fontes renováveis
Considere a possibilidade de adquirir energia de fontes renováveis. Além de ser uma escolha susten-
tável, muitas vezes, pode haver incentivos financeiros e benefícios reputacionais associados à utilização
de energia verde.
7. Avalie riscos e desenvolva estratégias de gerenciamento
Antes de tomar qualquer decisão, as PMEs devem realizar uma análise detalhada de riscos associados
à migração para o mercado livre. Desenvolver estratégias de gerenciamento de riscos ajudará a mitigar
potenciais impactos adversos e garantir uma transição suave.

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SUMÁRIO
POTÊNCIA 44
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ARTIGO
CONTROLE DO CAMPO ELÉTRICO

Controle do campo
elétrico em terminações
de cabos para média e
alta tensão
A
s estatísticas de complexos industriais, de geração de renováveis e de concessionárias de
energia elétrica, principalmente de distribuição subterrânea de média tensão, apontam como
sendo as falhas de especificação e principalmente de montagem as principais causas de de-
feitos em acessórios (terminais e emendas). Neste artigo, são analisadas as técnicas utiliza-
das para controle de campo elétrico em terminações para cabos de média e de alta tensão de redes de
distribuição e transmissão de energia elétrica, para que se possa ter um melhor entendimento destas
técnicas e assim melhorar a confiabilidade da instalação deste acessório. A coordenação entre os ín-
dices de confiabilidade do sistema, dos cabos e dos acessórios é primordial para sejam evitados pon-
tos fracos no sistema e perdas financeiras, tanto durante a implantação quanto ao longo da vida útil do
sistema de energia elétrica.

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SUMÁRIO

Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 46
ARTIGO
CONTROLE DO CAMPO ELÉTRICO

Controle de campo elétrico em


terminações de média e alta tensão
Os cabos de média tensão (6 kV a 35 kV) e de alta tensão (69 kV e acima) possuem campo elétrico ra-
dial e uniforme, sendo máximo sobre a blindagem do condutor (semicondutora) e decrescendo, de forma
logarítmica, até a blindagem semicondutora da isolação.

Fig. 1 – Linhas de campo elétrico em cabo de média e alta tensão

Para uma estrutura coaxial o gradiente de potencial máximo pode ser determinado por (1):

onde:

E - Gradiente de potencial (kV/mm)


Vo - Tensão fase terra (kV)
r - Raio da blindagem do condutor (mm)
t - Espessura da isolação (mm)

Para a instalação e montagem de terminações para cabos elétricos de média e alta tensão se torna
necessário interromper o circuito da blindagem e com isto é criada uma região de alta concentração de
campo elétrico no término da blindagem da isolação, sendo que o campo elétrico passa então a possuir
além de componentes radiais, também agora, passa a ter componentes longitudinais devido a distorção
do campo elétrico. A isolação, projetada originalmente para um gradiente radial máximo (E) de 4 kV/mm
para média tensão e, geralmente, 8 kV/mm para alta tensão, agora seria submetida a gradientes superio-
res aos quais foi projetada se o campo elétrico não for controlado adequadamente.

POTÊNCIA 47
ARTIGO
CONTROLE DO CAMPO ELÉTRICO

Nota: Cabos EHV com tensões de 345 kV, 400 kV e 500 kV chegam a operar com gradientes de 12 kV/
mm ou superiores.

Fig. 2 – Linhas de campo elétrico na interrupção da blindagem

Torna-se então imperativo controlar e aliviar o campo elétrico nesta região das terminações para se
manter tanto as componentes do gradiente radial quanto longitudinal dentro de valores aceitáveis pela
isolação do cabo.
Neste artigo trataremos das técnicas disponíveis para controle e alívio do campo elétrico em termina-
ções para cabos de energia de média e alta tensão.
Basicamente existem três diferentes métodos para reconstituir controlar o campo elétrico na região
adjacente ao término da blindagem da isolação (1):
◗ alívio capacitivo (cone de alívio de tensões);
◗ alívio dielétrico; e
◗ alívio resistivo não linear.

Alívio capacitivo – É realizado com uso do tradicional cone de alívio de tensões, também denominado
de capacitivo pois, a capacitância varia ao longo de seu comprimento, em que a blindagem da isolação é
estendida sobre uma expansão, logarítmica e artificial, do diâmetro da isolação do cabo sobre uma porção
do terminal (figura 3).

Fig. 3 – Método de alívio capacitivo (cone de alívio de tensões)

POTÊNCIA 48
ARTIGO
CONTROLE DO CAMPO ELÉTRICO

A geometria do cone de alívio de tensões, para o caso que a constante dielétrica do material da isola-
ção do cabo seja idêntica a do material do cone de alívio pode ser determinada pela equação abaixo (1):

Onde:
Vo – Tensão fase terra do sistema (kV)
Gl – Gradiente longitudinal máximo (kV/mm)
Rc – Raio da blindagem do condutor (mm)
Ri – Raio da isolação do cone de alívio no ponto (x;y) (mm)

Essa técnica de controle de campo elétrico é também largamente utilizada em terminações desconectáveis,
pela aplicação de peça pré-moldada de borracha de etileno-propileno (EPDM) isolante e blindado por composto
semicondutor com o formato desejado (figura 4). Também, é encontrada em alguns tipos de terminais push on.

Fig. 4 – Terminação desconectável (2)

Cones de alívio pré-moldados requerem um bom controle do diâmetro sobre a isolação do cabo e ge-
ralmente são utilizados com graxas supressoras e lubrificantes, à base de silicone, para minimizar o efeito
das descargas parciais em cavidades inerentes ao método e facilitar a sua instalação.

Fig. 5 – Linhas de campo elétrico e equipotenciais no cone de alívio de tensões

POTÊNCIA 49
ARTIGO
CONTROLE DO CAMPO ELÉTRICO

Terminações de alta tensão de 69 kV a 500 kV, de uma forma geral, utilizam esta técnica de alívio de
tensão para controle de campo elétrico no término do circuito da blindagem dos cabos isolados de trans-
missão de energia elétrica.

Fig. 6a- Terminações 245 kV a 420 kV (4) Fig. 6b- Terminações GIS 69 kV e 345 kV (3)

Alívio dielétrico (Hi - K) – O alívio do campo elétrico é obtido pelo recobrimento de uma parte da iso-
lação do cabo, a partir do término da blindagem, com material de alta constante dielétrica. As linhas de
campo elétrico, que se originam no condutor e atravessam a isolação, são refratadas nesse material com
tal ângulo que a concentração de campo elétrico fica restrita ao próprio material (figura 7).

Fig. 7 – Método de alívio dielétrico

POTÊNCIA 50
ARTIGO
CONTROLE DO CAMPO ELÉTRICO

Os recobrimentos de alta constante dielétrica (entre 20 e 30) normalmente se apresentam sob a forma
de tubos injetados ou estrudados de materiais dielétricos artificiais. Essa técnica encontra grande utiliza-
ção em terminais e a contráteis a frio e a quente (figura 8 e 9).

Fig. 8 – Terminal contrátil a frio (TCF)

No caso de terminais contráteis a quente, existem aplicações conhecidas até tensões de 69 kV (figura 9).

Fig. 9 – Terminal contrátil a quente (TCQ)

Alívio resistivo não linear – O gradiente longitudinal pode ser controlado e mantido dentro de valores
aceitáveis estabelecendo-se um circuito elétrico constituído por elementos discretos de impedância, com

POTÊNCIA 51
ARTIGO
CONTROLE DO CAMPO ELÉTRICO

o arranjo de resistores e capacitores, pela aplicação de um pequeno comprimento de material resistivo


não linear sobre a superfície da isolação do cabo, a partir do término da sua blindagem (figura 10).

Fig. 10 – Método de alívio resistivo não linear (5)

Quando as correntes capacitivas vindas do condutor atravessam a isolação do cabo e fluem pela ca-
mada de material resistivo, causam uma queda de tensão que determina o valor do gradiente de potencial
ao longo da camada. Uma vez que a resistência do material é não linear (figura 11), isto é, sua resistência
decresce quando a corrente que o atravessa aumenta, a intensidade de campo elétrico torna-se constan-
te ao longo da camada.

Fig. 11 – Característica resistiva não linear

O dimensionamento da camada resistiva não é crítico, desde que assumimos que um acréscimo de
campo elétrico provoque uma redução da resistividade causando consequentemente uma redução da
solicitação no dielétrico.

POTÊNCIA 52
ARTIGO
CONTROLE DO CAMPO ELÉTRICO

Esse método vem sendo utilizado com segurança em terminais push on para cabos de média tensão
com isolação de XLPE ou HEPR. com tensão de isolamento de até 35 kV e seções de 25 mm² a 630 mm²
(figura 12).

Fig. 12 – Terminal TPK (20 kV 95 mm²) push on com alívio resistivo não linear (5)

O alívio resistivo não linear se apresenta em forma de “Manta Mastic” que é aplicada ao redor da blin-
dagem da isolação do cabo e da própria isolação, durante o procedimento de montagem da terminação
ou polímero já incorporado ao isolador de silicone da terminação.

Fig. 13 – Terminal TPK – alternativas de alívio resistivo não linear (5)

As duas alternativas de alivio resistivo não linear, seja a do tipo Manta Mastic quanto do alívio integrado
são simples, seguras e eficazes sendo que a Manta Mastic além de simples aplicação é menos dependen-
te do preciso posicionamento do isolador. Já o alívio integrado possui mais simples aplicação e torna mais
rápida a montagem da terminação.
Cabe ressaltar que as terminações TPK foram desenvolvidas, testadas e fabricadas no Brasil a par-
tir de meados de 2007, primeiramente até a tensão de 20 kV, sendo que em 2011 atingiram a tensão

POTÊNCIA 53
ARTIGO
CONTROLE DO CAMPO ELÉTRICO

de 35 kV e, em 2015 veio o desenvolvimento e homologação do TPK+ até 35 kV, ambas com ótimos
resultados tanto de performance quanto, consequentemente, de participação no mercado.

Conclusões
Qualquer das tecnologias descritas pode ser considerada adequada, cada qual com sua performance
e seus benefícios, desde que correta e criteriosamente especificada e instalada por pessoal habilitado e
treinado, que siga rigorosamente as instruções de instalação.
Um ponto a se destacar é a compatibilidade que o terminal deve ter com os cabos utilizados e pa-
dronizados no Brasil (tipo de semicondutora, tipo de blindagem metálica, uso de cobertura, etc.) pois, a
utilização de terminações com padrão de outros países ou mesmo mal tropicalizadas podem a levar a
dificuldades na montagem e até acarretar a ocorrência de defeitos precoces.
Também é recomendável, para facilitar o entendimento do instalador, tendo em conta que muitas ve-
zes ele tem que lidar com varias tecnologias distintas, que as instruções de montagem sejam bem ilustrati-
vas e uma para cada tipo de construção e tipo cabo de média tensão e alta tensão, tornando a montagem
mais simples, segura e eficaz.

Referências
(1) Livro Cabos de Energia “Mario Daniel da Rocha Teixeira Junior”, Editora Artliber
(2) Elastimold Catalogue
(3) G&W HV Terminations Catalogue
(4) NKT HV Terminations Catalogue
(5) www.kitacessorios.com.br (artigos técnicos)

Foto: Divulgação
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SUMÁRIO
MARIO DANIEL DA ROCHA TEIXEIRA JUNIOR
KIT ACESSÓRIOS PARA CABOS ELÉTRICOS

POTÊNCIA 54
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

Solução sob medida


O CABO FOTOVOLTAICO É PROJETADO PARA SUPORTAR
AS CONDIÇÕES AMBIENTAIS ESPECÍFICAS E AS DEMANDAS
ELÉTRICAS DOS SISTEMAS FOTOVOLTAICOS, GARANTINDO UM
DESEMPENHO CONFIÁVEL E SEGURO AO LONGO DO TEMPO.

REPORTAGEM PAULO MARTINS

S
egundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Brasil ultra-
passou a marca de 37 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando-­
se as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas
e pequenos terrenos. O montante equivale a 16,3% da matriz elétrica do País. Trata-se, portanto,
de uma área altamente promissora.
Consequentemente, o desenvolvimento desse mercado favorece a utilização de soluções da área elé-
trica. É o caso dos cabos específicos para o setor fotovoltaico, que precisam ser aplicados nesse ambien-
te, em vez de um cabo convencional. Os cabos solares apresentam maior durabilidade e atendem todas
as exigências desse tipo de instalação.
De acordo com Nelson Volyk, gerente de Engenharia de Produto da SIL Fios e Cabos Elétricos, a uti-
lização de um cabo específico para o setor fotovoltaico é essencial para garantir a eficiência, a seguran-
ça e a durabilidade do sistema. O cabo fotovoltaico é projetado para suportar as condições ambientais
específicas e as demandas elétricas dos sistemas fotovoltaicos, garantindo um desempenho confiável e
seguro ao longo do tempo. “A expectativa de vida útil do sistema de geração de energia solar é 25 anos,

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SUMÁRIO
POTÊNCIA 56
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

Foto: ShutterStock
e a expectativa de vida útil do cabo solar, mesmo exposto ao sol e as intempéries é de no mínimo 25 anos,
enquanto um cabo convencional não teria essa durabilidade nessa aplicação”, compara.
Gilberto Alvarenga, gerente de negócios estratégicos da COBRECOM, destaca que o cabo para uso
fotovoltaico produzido de acordo com a norma técnica NBR 16612 possui todas as características exigidas
para esse tipo de instalação. “Os cabos convencionais, além de terem utilização proibida em instalações
fotovoltaicas, não contam com os atributos necessários para instalações fotovoltaicas”, observa.
Igor Amaral Delibório, especialista de produtos do Grupo Prysmian, diz que se um cabo convencional
for utilizado nestas agressivas circunstâncias de clima e temperatura, o risco de acidentes será muito
grande: o isolamento não resistiria a este cenário e acabaria por expor os condutores de cobre ao risco de
causar um curto-circuito. “As temperaturas máximas suportadas pelos materiais utilizados nos cabos sola-
res são muito maiores, comparadas aos cabos convencionais, ou seja, os cabos solares podem trabalhar
com temperaturas até 120°C, quando os cabos tradicionais podem trabalhar com 90°C para os cabos com
categoria 0,6/1kV ou ainda 70°C para os cabos com categoria 450/750 V, que são aqueles usados dentro
dos eletrodutos embutidos nas paredes das instalações residenciais e prediais. Além disso, os condutores
dos cabos solares possuem uma camada de estanho para proteger o condutor de cobre contra oxidações
que podem ocorrer durante a operação do sistema devido aos ambientes mais expostos ao tempo e à
umidade, garantindo assim o perfeito contato nas conexões de engate rápido utilizadas neste tipo de
instalações”, ressalta Delibório.
Segundo Nelson Albano, gerente Comercial da Nexans Brasil, os cabos solares, tipicamente em 4 ou
6mm2 de secção, são padronizados em conformidade com uma série de normas nacionais e internacio-
nais através da NBR 16612, que tem entre os diversos requisitos para proteção de sua instalação os se-
guintes pilares: cabo de cobre estanhado, operação em DC, resistência UVB e a resistência a 120ºC por
20 mil horas, requisito imprescindível para a segurança de sua instalação. “É importante destacar que este
teste tem a duração aproximada de sete meses, um custo significativo e que, para o seu atendimento ple-
no, há poucos fornecedores de matérias-primas atendendo a este requisito. Infelizmente, não há (ainda,
ou que nos consta) compostos (polímeros) nacionais capazes de atender a este requisito”, frisa.
Albano reforça que para os instaladores é importante se atentar aos riscos de utilização de cabos que
não têm performance e qualidade garantida, que podem comprometer a instalação e equipamentos e
gerar riscos à saúde e segurança. “Em geral, uma instalação de um gerador fotovoltaico tem uma vida útil
entre 20 e 25 anos. Se os cabos se deteriorarem mais rapidamente do que o previsto, a instalação foto-
voltaica será menos eficiente e com riscos de acidente. O respeito às normas é, portanto, uma garantia de
qualidade do sistema e também da vida útil da instalação”, alerta.

POTÊNCIA 57
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

Diferenciais do cabo fotovoltaico


Nelson Volyk menciona que o cabo utilizado na ligação de placas solares de geração de energia elé-
trica é chamado popularmente cabo solar fotovoltaico, ou apenas cabo solar. O cabo comum é produzido
em cobre, enquanto o cabo solar é produzido com cobre estanhado, e os compostos de isolação e co-
bertura do cabo solar são resistentes a maior variação de ciclos térmicos; além disso a cobertura possui
proteção contra os raios solares e intempéries. “O ensaio de envelhecimento em estufa dos compostos
solares dura quase 7 meses, enquanto de um cabo comum dura 7 dias. Só nessa diferença já fica claro o
quanto mais resistente é o cabo solar. O cabo solar é produzido em apenas 3 cores, devido ser utilizado
em um sistema de corrente contínua, se utiliza o vermelho para o positivo, o preto para o negativo e o ver-
de para o terra, e as seções nominais mais utilizadas são o 4 e 6 mm², e alguns projetos também utilizam
o 10 mm²”, especifica o executivo da SIL.
Gilberto Alvarenga comenta que em qualquer sistema fotovoltaico, os cabos elétricos desempenham
papel muito importante. Porém, é fundamental que esses condutores elétricos tenham características
específicas e muito diferentes dos cabos que são geralmente utilizados nas instalações elétricas de baixa
tensão. Os cabos elétricos utilizados em instalações fotovoltaicas devem atender as especificações da
Norma ABNT NBR 16612, que foi publicada em 2017.
Conforme enumera Alvarenga, entre os principais requisitos exigidos pela NBR 16612 estão: os cabos
para uso fotovoltaico devem ser adequados para operar em temperatura ambiente de – 15 ºC até 90 ºC
com a máxima temperatura de operação para 120 ºC por 20.000 h; o condutor deve ser de cobre esta-
nhado, classe 5 de encordoamento; a isolação e a cobertura devem ser constituídas por uma ou mais
camadas extrudadas de composto não halogenado termofixo.
Além disso, os cabos para instalações fotovoltaicas devem ter: cobertura nas cores preta (negativo) ou
vermelha (positivo) e verde ou verde/amarela (condutor de proteção); marcação a cada 50 cm: USO EM
SISTEMA FOTOVOLTAICO; e devem ser resistentes à água e à radiação UV. “Em uma instalação fotovol-
taica, se houver o uso de cabos que não atendem os requisitos da Norma NBR 16612, o que é proibido,
seu funcionamento e durabilidade podem ser seriamente prejudicados, colocando em risco a integridade
da instalação, aumentando a possibilidade de in-
cêndios e choques elétricos. Vale lembrar que os
Foto: Divulgação

cabos elétricos utilizados em instalações fixas de


casas, indústrias, prédios residenciais e comerciais
possuem características completamente diferen-
tes que os exigidos para instalações fotovoltaicas”,
complementa Alvarenga.
Igor Amaral Delibório descreve que os cabos so-
lares são projetados para serem instalados abaixo

A expectativa de vida útil do sistema de geração


de energia solar é 25 anos, e a expectativa de
vida útil do cabo solar, mesmo exposto ao sol e
as intempéries é de no mínimo 25 anos, enquanto
um cabo convencional não teria essa durabilidade
nessa aplicação.
NELSON VOLYK | SIL

POTÊNCIA 58
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

das placas fotovoltaicas que, por sua vez, estão direcionadas ao Sol - exposição direta que eleva a temperatura
de trabalho do sistema. Além disso, quanto mais Sol incide sobre as placas, mais energia elétrica elas estarão
gerando e, consequentemente, aquecendo ainda mais os cabos devido à passagem de maior corrente elétri-
ca. “Por conta deste cenário bastante adverso, em termos de temperatura, exposição ao tempo (raios UV, chu-
va, poeira etc.), o cabo utilizado em sistemas fotovoltaicos não pode ter o mesmo padrão daquele utilizado para
distribuir a energia dentro de casa ou até mesmo aqueles usados em bandejamento e estruturas industriais. A
diferença entre eles está, principalmente, na capacidade de suportar essa temperatura de trabalho maior por
muito mais tempo. Eles são projetados para suportar uma temperatura no condutor em regime permanente
de, no máximo, 90 °C. No entanto, por segurança, também devem ser capazes de suportar até 120 °C em um
ambiente com uma temperatura de 90 °C por um período de até 20.000 horas”, relata.
O especialista da Prysmian cita uma peculiaridade: os sistemas fotovoltaicos produzem energia em
corrente contínua, portanto, não existem as fases como nos sistemas em corrente alternada residenciais:
“No sistema fotovoltaico existem os polos positivo e negativo, que são geralmente identificados pelas
cores vermelha para o polo positivo e preta para o negativo. Existe a possibilidade de utilização da cor
verde/amarela naqueles que serão utilizados para o sistema de aterramento, porém, não é necessária a
utilização de cabos solares fotovoltaicos para esse fim, desde que não estejam submetidos aos mesmos
riscos da instalação citada acima”.
Igor Delibório menciona ainda outra característica importante dos cabos solares: tanto a isolação quan-
to a cobertura devem ser fabricadas com compostos termofixos não halogenados, ou seja, compostos
que não emitem gases tóxicos ou corrosivos em caso de incêndio, evitando o ataque corrosivo em toda
infraestrutura do sistema (suporte das placas, circuitos e também as próprias placas).
Nelson Albano, gerente Comercial da Nexans Brasil, cita que as diferenças entre os cabos solar e co-
mum são fundamentais, principalmente, em relação à estrutura. O cabo FV segue normas específicas de ca-
racterísticas básicas construtivas e requisitos de desempenho para resistirem às condições de uso em
temperaturas extremas, como é o caso de uma aplicação para geração solar. Ele é fabricado com cobre esta-
nhado para aumento da proteção contra a corrosão e redução de perdas devido às conexões. “Em relação ao
isolamento, é resistente às altas temperaturas (120ºC), que se não utilizados os materiais adequados causam o
envelhecimento acelerado e redução da vida útil do cabo, além de perdas no desempenho e, potencialmen-
te, geração de falhas graves com risco à segurança. Sobre a cobertura, é compatível com as características
termomecânicas do material isolante, é de baixa emissão de fumaça e gases tóxicos (material não halogena-
do). É um cabo flexível (classe 5) próprio para tensões máximas de 1,8 kV DC”, especifica Albano.  
Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 59
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

Normas técnicas e qualidade dos produtos


Conforme explica Igor Amaral Delibório, especialista de produtos do Grupo Prysmian, o cabo solar
fotovoltaico é projetado para suportar toda a rede em corrente contínua, isto é, desde a placa de geração
de energia até o inversor, mas principalmente as instalações em que o cabo fique mais exposto às intem-
péries do ambiente externo.
Em sistemas da geração centralizada (GC), caracterizados por grandes centrais e/ou usinas de pro-
dução de energia elétrica, por uma questão de custo-benefício, os projetistas costumam usar os cabos
solares para conectar as placas geradoras às caixas que recebem os chicotes de cabos provenientes
das placas (stringbox ou combinerbox), sendo que, destas até os inversores, utilizam cabos de potência
unipolar ou multipolar tradicionais com condutores de alumínio, porém, estes são instalados de modo a
ficarem enterrados, seja por meio de eletrodutos ou diretamente. “Como não estão sob as placas e não
estão expostas diretamente à luz solar, esses cabos não aquecem tanto e, portanto, são adequados para
essa interligação”, destaca.
No Brasil a norma dos cabos solares é a NBR 16612 - Cabos de potência para sistemas fotovoltaicos,
não halogenados, isolados, com cobertura, para tensão de até 1,8 kV C.C. entre condutores - Requisitos
de desempenho. “Um cabo produzido baseado nessa norma não possui certificação compulsória no país,
ou seja, não tem certificação compulsória do INMETRO, mas pode ser feita a certificação voluntária com
uma certificadora. Infelizmente vemos cabos no mercado fora de norma; produtos com certificação com-
pulsória ou voluntária estão no mercado com qualidade inferior ao que deveria, com o objetivo de barate-
ar o produto, o que acaba na prática enganando o consumidor”, alerta Nelson Volyk, da SIL.
Gilberto Alvarenga, da COBRECOM, destaca que o Cabo Fotovoltaico da empresa (Cabo Solarcom)
atende os requisitos das normas nacionais ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e interna-
cional IEC (International Electrotechnical Commission).
Igor Delibório, da Prysmian, menciona as exigências de que os cabos aplicados na ligação entre as
placas até as string boxes sejam de cobre estanhado, classe 5 de encordoamento, a isolação e a co-
bertura formadas de compostos não halogenados (não emitem fumaça tóxica ou corrosiva) e que se-
jam resistentes à exposição direta aos raios UV
Foto: Divulgação

e umidade. “Como qualquer outra norma técnica


em vigor no Brasil, elas possuem força de Lei e
devem ser seguidas pelos fabricantes na produ-
ção de cabos para esta finalidade, porém, devido a
uma série de fatores (diferença de custos entre os
cabos tradicionais versus cabos solares, falta de
conhecimento dos usuários, ou até mesmo fabri-
cantes não-idôneos, entre outros), alguns sistemas
estão sendo montados com cabos tradicionais e,
consequentemente, os requisitos de desempenho

Os cabos convencionais, além de terem utilização


proibida em instalações fotovoltaicas, não
contam com os atributos necessários para
instalações fotovoltaicas.
GILBERTO ALVARENGA | COBRECOM

POTÊNCIA 60
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

Foto: ShutterStock
e segurança não estão sendo cumpridos. Isso resulta em falhas nos sistemas e até mesmo incêndios de
grandes proporções, podendo causar danos materiais ou até mortes”, denuncia Delibório.
Nelson Albano observa que a norma ABNT NBR 16612 não é compulsória, mas como definido no
Código Civil Brasileiro, sua adoção pode ser recomendada como uma medida de segurança e confor-
midade para garantia da qualidade e durabilidade dos produtos e serviços oferecidos no mercado. “Os
cabos ENERGYFLEX, da Nexans, são fabricados, rigorosamente, de acordo com as normas internacio-
nais IEC 62930, EN 50618 e TÜV 2 Pfg 1169 e as normas nacionais NBR 16612, NBR 5410 e NBR 16690.
Eles têm certificados de conformidade UL e além disso, 100% dos nossos cabos são testados antes de
sair da fábrica”, garante.
Sobre os cuidados que o comprador deve ter ao adquirir cabos fotovoltaicos, para não ter problemas
com eventual falta de qualidade, Nelson Volyk diz que primeiro é necessário conhecer um pouco sobre
os fabricantes, verificar suas linhas de produtos, o tamanho de suas fábricas, mesmo que seja utilizando
o Google Maps. “Cabo solar é um produto mais complexo para ser produzido que um cabo comum, pois
seus compostos de isolação e cobertura exigem mais força da máquina que vai processa-los, chamada
de extrusora, e precisam de uma rosca de extrusão própria. Também precisa de muito mais cuidados na
sua utilização para garantir a máxima qualidade e bom acabamento no produto final. Existem fabricantes
que produzem uma amostra boa, o primeiro fornecimento bom, mas e depois? Preços baixos, num cabo
diferenciado, como é o caso do cabo solar, levanta suspeita”, alerta o executivo da SIL.
Para Gilberto Alvarenga, gerente de negócios estratégicos da COBRECOM, economia é palavra proibi-
da na hora de comprar os cabos para instalações fotovoltaicas. “Invista apenas em produtos de qualidade
reconhecida, como os cabos de importantes marcas, como os da COBRECOM, que são fabricados com
o mais rigoroso controle de qualidade e estão de acordo com a Norma ABNT NBR 16612”, recomenda.
Igor Amaral Delibório, especialista de produtos do Grupo Prysmian, comenta que com opções falsas
em circulação, aumentam as chances de acidentes de origem elétrica nos painéis solares, pois estes es-
tariam operando com cabos irregulares e, portanto, mais suscetíveis a acidentes. “O Sindicato da Indústria
de Condutores Elétricos (Sindicel) emite alertas constantes sobre a existência no mercado de falsos cabos
solares, ou seja, embora informem a finalidade na embalagem, eles podem não atender as normas técni-
cas ou não foram devidamente certificados para essa finalidade, o que é gravíssimo. Além de pesquisar
mais sobre a marca e o produto, sempre desconfie se o preço de um cabo solar for similar ao de um con-
vencional para baixa tensão”, orienta.

POTÊNCIA 61
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

Nelson Albano, gerente Comercial da Nexans Brasil, conta que para fabricar cabos de alta qualidade e
fornecer um nível aplicado de serviços de acordo com necessidades específicas, desde a concepção de
um projeto até sua gestão após a instalação, ao mesmo tempo em que diminui seu impacto ambiental, a
Nexans Brasil realiza ações concretas para combater o aquecimento global, contribuindo para a redução
das emissões de carbono do negócio - desde 2019, as reduziu em 69%.
Com mais de 120 anos de experiência no setor, hoje, a energia elétrica da empresa é 100% renovável. “Re-
sultados como esses refletem o compromisso sustentável da empresa, corroborado pela conquista de selos
como ISO 9001 (qualidade), 45001 (segurança no trabalho) e 14001 (ambiental), que fortalecem a reputação de
qualidade, além de nos colocar em um papel de ator fundamental na transição energética do país”, comenta
Albano e lembra que, segundo dados do Sindicel, há 150 fabricantes de cabos no Brasil, sendo que dois
terços deles produzem materiais que não atendem às normas ou especificações necessárias do merca-
do. Desse total, aproximadamente 30 fabricam cabos solares. “Por isso, podemos afirmar que a marca é
um selo de qualidade. Recentemente, temos recebido solicitações de cotações de alguns clientes solici-
tando o envio da comprovação de que as matérias-primas de isolação que são utilizadas na fabricação
dos cabos solares estão em conformidade com a especificação”, revela.

Instalação e manutenção
de cabos fotovoltaicos
Nelson Volyk informa que o cabo solar precisa dos mesmos cuidados de instalação de outros cabos,
mas por ser instalado em locais abertos, valem alguns cuidados para não danificar a cobertura do cabo,
como por exemplo não pisar nele.
Gilberto Alvarenga acredita que o material possui fácil aplicação, principalmente por sua flexibilidade.
Mas observa que as instalações fotovoltaicas só devem ser executadas por profissionais habilitados e ca-
pacitados para este tipo de trabalho. “Além disso, é preciso ter um projeto com as especificações corretas
dos cabos e dos outros componentes da instalação”, frisa.
Igor Amaral Delibório explica que assim como para os cabos tradicionais, é preciso tomar cuidados
para evitar danos mecânicos, atentando-se à car-
ga de tensão mecânica e à disposição do cabo,
Foto: Divulgação

evitando a passagem por superfícies que possam


danificar a cobertura/isolamento e expor os con-
dutores. “Adicionalmente, deve-se tomar cuidados
quanto às conexões e emendas destes cabos, de
forma que não fiquem expostos, criando assim ris-
cos de oxidação e/ou curtos-circuitos”, avisa.

Se um cabo convencional for utilizado em


agressivas circunstâncias de clima e temperatura,
o risco de acidentes será muito grande: o
isolamento não resistiria a este cenário e
acabaria por expor os condutores de cobre ao
risco de causar um curto-circuito.
IGOR AMARAL DELIBÓRIO | GRUPO PRYSMIAN

POTÊNCIA 62
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

Nelson Albano comenta que a Nexans segue a norma brasileira NBR 5410 sobre as instalações elé-
tricas de baixa tensão. “Também oferecemos aos nossos clientes parceiros treinamentos especializados
nas instalações dos nossos produtos através do nosso programa ‘Nexans Academy’”, relata.
Para Nelson Volyk, o cabo fotovoltaico não exige uma grande manutenção, o que precisa é verificar
se algum ponto da cobertura foi danificado. “Isso deve ser feito junto com a manutenção preventiva do
sistema como um todo”, orienta.
Gilberto Alvarenga destaca que assim como os demais componentes de um sistema fotovoltaico, é
esperado que o cabo tenha uma vida útil de, no mínimo, 25 anos: “Importante notar que isso somente será
possível se o cabo for corretamente dimensionado, selecionado e instalado”.
De acordo com Igor Amaral Delibório, é fundamental que tanto os cabos quanto a própria instalação
de maneira geral (conexões, afixações, caminhamento dos cabos e acessórios que foram instalados etc.)
sejam avaliados periodicamente de acordo com as normas vigentes, bem como as boas práticas de uso e
operações que são, muitas vezes, aprimoradas no próprio empreendimento considerando suas peculiari-
dades. “De modo geral, uma manutenção deve sempre ser seja planejada e executada por profissionais
capacitados e conscientes sobre as normas vigentes que, neste caso, vale indicar as normas atuais da
ABNT NBR 16690:2019, NBR 5410:2004 e NBR 16274:2014”, menciona Delibório.

Panorama do mercado
de cabos fotovoltaicos
Fabricado pela SIL, o Cabo AtoxSil Solar 1,8 kV C.C é flexível, feito de cobre estanhado, isolação e co-
bertura antichama e resistente aos raios UV, atendendo à norma NBR 16.612. Suporta trabalhar até 120 ºC,
por até 20 mil horas, e possui expectativa de vida útil de 25 anos exposto ao sol e as intempéries. Ele é
comercializado em rolos de 100 m e carretéis com diferentes quantidades.
Nelson Volyk, gerente de Engenharia de Produto da SIL Fios e Cabos Elétricos cita um levantamento
da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), segundo o qual o número de cidades brasileiras que
produzem energia solar saltou de 613 para 5.220 em um período de cinco anos, uma alta de 751,5%. “Por
isso o consumo de cabo solar cresce a cada ano, e deve continuar a crescer por se tratar de uma geração
de energia limpa e renovável”, diz Volyk.

Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 63
MERCADO
Foto: Divulgação CABOS FOTOVOLTAICOS

Segundo o executivo da SIL, o aumento no


consumo de cabos fotovoltaicos é uma realidade
e esse movimento não para de crescer no Brasil.
“Além de um clima propício para a energia solar,
temos uma busca dos brasileiros por alternativas
cada vez mais sustentáveis e de bem com o meio
ambiente, além de ser economicamente viável e
interessante a médio e longo prazo. A energia ge-
rada não tem impacto ao meio ambiente, a luz so-
lar está disponível todos os dias”, aponta.
Volyk diz que as diversas formas de geração
de energia impulsionam o crescimento nas ven-
das, tanto as grandes usinas geradoras de energia
elétrica com a matriz solar, quanto as microgera-
ções. “Para a manutenção não vemos consumo,
pois trata-se de um produto de longa expectativa
de vida útil, mas se um instalador utilizar cabo con-
O respeito às normas é uma garantia
de qualidade do sistema e também vencional, ou cabo de baixa qualidade (cabo fake),
da vida útil da instalação. haverá necessidade de manutenção”, observa.
NELSON ALBANO | NEXANS BRASIL Volyk complementa dizendo que fatores que
dependam do governo são os principais vetores
para estimular o crescimento da pequena, média
e grande geração, tanto na redução de impostos quanto na regulamentação que beneficie a sociedade.
O cabo fotovoltaico da COBRECOM é o Cabo Solarcom. O produto é fabricado com a sua cobertura
nas cores preta, vermelha e verde/amarela e foi criado e testado a partir dos mais criteriosos padrões
internacionais para transmitir energia limpa produzida pelas placas solares com segurança e qualidade.
Além disso, o Cabo Solarcom foi um dos primeiros condutores elétricos do país a estar de acordo com as
especificações da NBR 16612 - Cabos de potência para sistemas fotovoltaicos, não halogenados, isolados,
com cobertura, para tensão de até 1,8 kV C.C. entre condutores - Requisitos de desempenho, que foi pu-
blicada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Outra norma na qual o produto está de acordo: Formação do condutor e Resistência elétrica - NBR NM-
280 - Condutores de cabos isolados. O Cabo Solarcom ainda possui a certificação internacional de confor-
midade EN 50618, que é muito usada principalmente na Europa. O produto pode ser utilizado em instalações
fixas, em conexões entre as placas e painéis fotovoltaicos, caixas de junções (String Box) até os inversores
do sistema de geração de energia solar, suportando condições extremas de temperatura e intempéries.
Gilberto Alvarenga, gerente de negócios estratégicos da COBRECOM, comenta que a geração de
energia fotovoltaica já é uma realidade no Brasil. Além de limpa e renovável, a energia solar proporciona
grande economia para quem investe nela. “Atualmente, no país, o crescimento no número de instalações
fotovoltaicas pode ser notado tanto nas usinas de grande porte, como também junto aos centros consu-
midores (telhados de indústrias, hospitais, prédios residenciais e comerciais, casas, entre outros). O ponto
forte da energia solar é que ela pode gerar uma economia entre 50 e 95% na conta de luz, sendo que o
investimento inicial para a instalação das placas solares e de todo o equipamento acaba sendo pago ao
longo dos anos pelo que foi economizado com a redução da conta. Vale lembrar que o Brasil é um país
com grande incidência de raios solares, o que beneficia a produção desse tipo de energia”, analisa.

POTÊNCIA 64
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

Foto: ShutterStock
Dessa forma, as perspectivas quanto ao futuro do mercado de cabos fotovoltaicos no Brasil são muito
boas. “O mercado de instalações fotovoltaicas está crescendo cada vez mais e temos perspectivas de
realizarmos bons negócios ao longo dos próximos anos”, vislumbra Alvarenga.
Sobre os fatores que impulsionam mais a venda desse tipo de produto, o executivo da COBRECOM cita
que a crescente preocupação e mobilização para o uso de fontes de energia renováveis e sustentáveis
ocasionou uma grande procura por partes de setores públicos, privados e população pela energia foto-
voltaica, tendo um grande aumento na construção de grandes usinas fotovoltaicas e a geração distribuída.
Na opinião de Alvarenga, para que o mercado de instalações fotovoltaicas continue crescendo é preci-
so não só novas obras, como também a percepção das vantagens de se utilizar esse sistema, a conscien-
tização de todas as empresas do segmento em entregar produtos seguros, de qualidade e que estejam
de acordo com as normas técnicas exigidas para esse tipo de instalação. “A COBRECOM é uma empresa
comprometida em entregar produtos com alta eficiência, confiança, qualidade e segurança. Investimos
constantemente na modernização de nossos equipamentos. Também realizamos aperfeiçoamentos cons-
tantes em nossos processos para atender às exigências do mercado para produzirmos fios e cabos elétri-
cos seguros e confiáveis e assim garantir a satisfação dos nossos clientes”, finaliza Alvarenga.
O Grupo Prysmian é referência mundial em condutores para sistemas fotovoltaicos, respaldado pela expe-
riência de participar dos mais desafiadores e grandiosos projetos desta fonte renovável no país e no mundo.
O cabo solar para o segmento fotovoltaico do Grupo Prysmian é o PrySun, que é constituído com
materiais que garantem baixa emissão de fumaça e livres de halogênios para sistemas fotovoltaicos com
tensão nominal de 0,6/1 kVca (1,5kVcc e máx. 1,8 kVcc). Possuem alto grau de confiabilidade devido à
sua estabilidade térmica, resistência à umidade e aos raios UV, suportando temperaturas de até 120 ºC.
O condutor metálico é fabricado em cobre estanhado, têmpera mole e classe 5 extra flexível, além de
atender aos requisitos da norma nacional NBR 16612: 2020 também atendem às normas internacionais
EN 50618 e IEC 62930.
Igor Amaral Delibório, especialista de produtos do Grupo Prysmian informa que a companhia possui
mais de 20 anos de experiência neste setor, participando ativamente no desenvolvimento de produtos e,
principalmente, da criação de normas que pudessem assegurar os requisitos mínimos construtivos para

POTÊNCIA 65
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

os cabos quanto o atendimento das aplicações fotovoltaicas. “Assim como acontece em outros setores,
a cada falha, acidente ou situações apresentadas em campo, podemos aprender com os erros e identifi-
car, nestes últimos anos, alguns pontos de melhoria que vão desde as boas práticas de instalações até o
desenvolvimento de novos produtos que atendam às novas condições apresentadas. Pensando nisso, o
Grupo Prysmian desenvolveu um novo composto que é utilizado na capa externa do cabo PrySolar, que
lançamos no ano passado”, destaca.
Este novo produto foi pensado para ser aplicado em situações ainda mais agressivas de campo, sendo
altamente resistente às inundações, que são muito comuns na maioria dos parques de geração centrali-
zada quando estão em períodos de chuvas. Além do desenvolvimento deste novo cabo, também se fez
necessário entender as condições de uso e, assim, criar métodos de ensaios que validassem essa maior
resistência ao contato com água. Com isso, a Prysmian conseguiu atestar o novo cabo PrySolar como
classe AD8, o que permite ao cabo operar permanentemente em contato com água, de forma submersa,
diferentemente dos cabos tradicionais que são classificados como AD7, ou seja, podem operar submergi-
dos de modo intermitente.
Para Igor Delibório, a evolução do mercado de cabos é puxada pelo crescimento da fonte solar foto-
voltaica como matriz energética e, a cada ano, a geração vem batendo recordes na capacidade instalada
aqui no Brasil. “Cada vez mais usuários, sejam residenciais, comerciais ou industriais, estão buscando os
benefícios dessa fonte limpa e renovável que confere grandes economias e também suprem regiões até
então desfavorecidas nas elevadas despesas com energia elétrica”, indica.
O especialista da Prysmian acredita que a eletrificação e a digitalização dos processos e da mobilidade
vão causar um aumento significativo da demanda por energia em todo o mundo. “Embora seja um país
exemplar, no que se refere à atual proporção de fontes limpas em sua matriz energética, o Brasil precisa
incrementar a participação das renováveis, sobretudo solar e eólica, para não frear esse crescimento.
Todo o mercado vai se beneficiar desse aumento de demanda, e a Prysmian a está estrategicamente po-
sicionada para não apenas fornecer cabos, mas ser um player essencial na transição energética e digital
brasileira”, complementa Delibório.

POTÊNCIA 66
MERCADO
CABOS FOTOVOLTAICOS

Nelson Albano, gerente Comercial da Nexans Brasil, diz que a demanda de cabos fotovoltaicos tem
sido alta nos últimos anos devido à expansão significativa do mercado de geração de energia solar. “Esse
movimento acelerado atraiu mais participantes para o mercado, às vezes, com cabos de baixa qualidade e
os clientes vão perceber isso nos próximos anos, quando os primeiros problemas começarem a aparecer.
A demanda continua firme, embora a taxa de crescimento tenha diminuído um pouco. Em geral, os cabos
representam uma parte pequena do investimento total podendo não ser a melhor alternativa arriscar a sua
instalação com um cabo de preço mais popular”, avalia.
Segundo o executivo, diversos fatores influem diretamente na demanda, como taxa de juros, regula-
ção, preço da energia, demanda, etc. “Em geral, as grandes usinas solares para geração centralizada e
seus respectivos instaladores e investidores prezam por marcas de cabos reconhecidas e consagradas.
Sendo assim, o número de fabricantes de cabos que atendem a este segmento reduz drasticamente”,
informa Albano.
Para ele, uma série de fatores pode contribuir para o crescimento do mercado de energia no Brasil,
mas há três principais: modernização da infraestrutura, com investimentos como redes de transmissão
e distribuição mais eficientes e resilientes para melhorar a confiabilidade do fornecimento de energia e
atrair investidores; regulação favorável clara e estável, que promova a concorrência e proporcione um
ambiente de negócios previsível como fator fundamental na atração de investimentos e promoção do
crescimento do setor; e estabilização do preço da eletricidade, já que a variação destes últimos anos é um
fator negativo na atração de investidores.
A marca NEXANS para o cabo solar fotovoltaico é ENERGYFLEX, especificamente para a ligação dos
painéis ou série de painéis aos primeiros equipamentos de proteção de baixa tensão em corrente contí-
nua, podendo ser string box ou inversor. Tipicamente, utiliza-se um cabo FV de secção 4 ou 6mm².

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CADERNO ESPECIAL REDES SUBTERRÂNEAS


DESFAZENDO CONFUSÕES

Mitos e Fatos sobre


Redes Subterrâneas
N
esta edição estamos iniciando uma série de 4 breves artigos sobre alguns mitos e fatos so-
bre redes de energia elétrica subterrânea. Pelo fato de redes subterrâneas serem pouco di-
fundidas no Brasil, muita coisa é falada por “especialistas” sem um embasamento técnico ou
uma visão pratica de operações de redes e isto por vezes criam-se retoricas em formadores
de opinião pública que nem sempre corresponde à verdade e pior, ações são cobradas das conces-
sionárias baseados nestas afirmações. O objetivo com esta sequência de artigos é trazer ao leitor uma
opinião fundamentada não só em “achismos”, mas em fatos e dados de engenharia e visão prática de
empresas dentro e fora do Brasil.

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CADERNO ESPECIAL REDES SUBTERRÂNEAS


DESFAZENDO CONFUSÕES

1. Afirmação: Redes subterrâneas são mais


eficientes que redes aéreas:
FATO. Isto é até muito simples de entender, pois redes de distribuição de energia elétrica subterrâneas
são menos susceptíveis a falhas por fatores de ordem externas, como árvores em contato com a rede ou
que caem sobre ela, poste abalroado por veículos ou até mesmo, objetos que caem sobre a rede levados
por ventos fortes.

Dois pontos devem complementar esta resposta acima que são fundamentais para o leitor entender:
i. Mesmo sendo uma rede menos sujeita a agentes externos, assim como pode ser observado em
qualquer sistema elétrico, ela pode falhar. Motivos que podem levar uma rede elétrica subterrânea
falhar são basicamente 5:

a. Cabos atingidos em escavação por outras empresas


que compartilham o subsolo. Estão entre elas: água,
gás, empresas de telecomunicação, etc.;
b. Aceleração da degradação de equipamentos, cabos e
acessórios por infiltração de água e efluentes em câ-
maras subterrâneas. Nota: em Países que são afetados
por nevascas, há também a componente do sal que é
jogado nas ruas para acelerar o processo de degelo
das vias. Este sal, com seu efeito corrosivo, penetra
nos ativos subterrâneos acelerando o processo de de-
gradação principalmente de emendas de cabos;
c. Experiência dos instaladores na confecção de emendas / terminais e instalação de cabos: por
serem redes subterrâneas algo ainda pouco utilizado no Brasil, encontrar profissionais experien-
tes e, portanto, de elevada qualidade, é um desafio para as empresas que constroem redes de
energia elétrica subterrânea. As falhas que potencialmente são geradas pela confecção do com-
ponente ou instalação dos cabos, podem ser mitigadas com um processo de comissionamento
de elevado padrão de exigência, porém, algumas destas deficiências de mão de obra vão se
manifestar somente com o tempo em forma de desligamento acidental do sistema;

POTÊNCIA 69
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DESFAZENDO CONFUSÕES

d. Qualidade dos componentes e equipamentos adquiridos pelas empresas:


visto que estamos falando basicamente de emendas e terminais que são
hoje importados, a grande maioria dos problemas estão na não observân-
cia das condições técnicas das instalações subterrâneas no Brasil que são,
por vezes, mais agressivas do que as observadas em outros países. Impor-
tante notar também que, quando se trata de redes subterrâneas, preço e
qualidade são algo que andam juntos. Em outras palavras, se você é um
tomador de decisão técnica em sua empresa, desconfie de preços baratos
no processo de aquisições;
e. Por fim, acessos indesejados para furto de cabos nas redes de distribuição de energia elétrica é
algo que acontece em diferentes escalas em todos os lugares de Mundo levando, por vezes, a
pessoa que está cometendo o delito a óbito. Isto gera problemas desde o desligamento de um
disjuntor em uma subestação até o desbalanço de tensão e sobre carga em equipamentos em
alguns casos.

ii. O tempo de reestabelecimento de uma rede de distribuição de energia elétrica subterrânea é muito
maior que uma rede aérea. Isto se deve ao fato das falhas não estarem visíveis a olho nu como a rede
aérea sendo necessário, portanto, adentrar aos ativos subterrâneos e/ou realizar testes de tensão
aplicada até que a falha seja confinada e localizada. O tempo de reparo também é uma das grandes
desvantagens das redes subterrâneas por muitas vezes necessitar até de escavações para troca de
cabo ou equipamento. Em outras palavras e de forma mais simples: redes subterrâneas são muito
boas até o momento em que falham ...

Pontuado os aspectos acima, a pergunta então é quanto as redes subterrâneas são mais eficientes que
as redes de distribuição aérea?

◗ De acordo com a Florida Power & Light (FPL) no seminário “Resilient Power Grids: Strategically Under-
grounding Powerlines” (March 22, 2022) a performance das redes subterrâneas foram 85% melhores
que as redes aéreas durante o furacão Irma (2017);
◗ Um dos estudos mais completos e referenciados sobre redes subterrâneas foi elaborado pelo con-
ceituado Edson Electric Institute (Out of Sight, Out of Mind – 2012 - An Updated Study on the Under-
grounding Of Overhead Power Lines), e ele traz uma série histórica das empresas americanas de
2004 a 2010 e a diferença medida de performance para redes de distribuição de energia elétrica é
cerca de 93% melhor comparando sistemas subterrâneos com aéreos;
◗ Trazendo o exemplo do Brasil, informações capturadas pela ABRADEE (Associação Brasileira de Dis-
tribuidores de Energia Elétrica) em uma série histórica de 2001 a 2009, mostrava que a performance
dos conjuntos elétricos com redes subterrâneos era na média de 1,26 horas. Embora o dado tenha
alguns anos, não há razões que nos levem a acreditar que haja variações significativas nestes dados.
Capturando os dados um pouco mais recentes (2020 – 2022) da performance do DEC Brasil no site
da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), notamos que a média é de 11,42 horas, impacto este

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CADERNO ESPECIAL REDES SUBTERRÂNEAS


DESFAZENDO CONFUSÕES

de predominância absoluta das redes aéreas pois hoje somente 0,38% dos alimentadores brasileiros
são subterrâneos. A relação entre estes dois números nos remete a uma performance da rede de
energia elétrica subterrânea 89% melhor que redes aéreas.

Breve Conclusão
Em que pese as considerações inicialmente expostas com relação às fragilidades das redes subterrâ-
neas, podemos afirmar com pequenas margens de erro que as redes de distribuição de energia elétrica
subterrâneas são cerca de 90% mais eficientes em performance se comparadas com as redes de distri-
buição de energia elétrica aérea.

Nossos próximos 3 artigos ajudarão a trazer uma uniformidade na resposta do leitor do porquê
algo tão eficiente como redes subterrâneas não é utilizada em larga escala na distribuição de energia
elétrica.

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NILSON BARONI JR. PMP, CONSULTOR,
ESPECIALISTA EM REDES SUBTERRÂNEAS

POTÊNCIA 71
ARTIGO
MANUTENÇÃO

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Manutenção preditiva: o que é e


como aplicá-la graças à tecnologia
de detecção inteligente
A
manutenção preditiva é uma técnica que utiliza a análise de dados para detectar anomalias no
funcionamento de equipamentos e processos. A manutenção de qualquer instalação é vital para
o seu correto funcionamento e, consequentemente, para conseguir a eficiência operativa e eco-
nômica de uma empresa, assim como para garantir a segurança laboral. O monitoramento de
malhas de terra com tecnologia inteligente realizada pela Aplicaciones Tecnológicas baseia-se em senso-
res que coletam dados e os enviam através de tecnologia IoT para que algoritmos de IA treinados possam
detectar falhas antes que estas ocorram, poupando custos e minimizando riscos.
Todos os diferentes tipos de manutenção, desde a preventiva à corretiva, são realizados com o objetivo de
conseguir um bom funcionamento para alcançar a eficiência operacional e económica em qualquer setor produtivo.
O investimento em manutenção evita custos de reparação que conduzem também a paradas de pro-
dução. Dispor de uma solução inteligente para determinar o momento exato de cada intervenção técnica
de manutenção em ativos industriais estabelece uma vantagem competitiva fundamental ao reduzir signi-
ficativamente o custo de uma reparação crítica e urgente, e por evitar tempos de parada.
As consequências de más práticas de manutenção ou de um investimento inadequado na função de
manutenção são as seguintes:
◗ Redução da capacidade de produção. Não só o tempo de inatividade aumentará, mas, mais impor-
tante ainda, os ativos terão um desempenho inferior durante o tempo de atividade.
◗ Aumento dos custos de produção. Quando os ativos não funcionam ao nível ótimo, incorrem-se em
custos reais e de oportunidade.
◗ Produtos e serviços de menor qualidade. A consequência final será a insatisfação do cliente e, pro-
vavelmente, a perda de vendas.
◗ Riscos de segurança. As falhas podem provocar a morte, ferimentos e grandes perdas económicas.

POTÊNCIA 72
ARTIGO
MANUTENÇÃO

O que é a manutenção preditiva?


A manutenção preditiva é uma técnica que utiliza a análise de dados para detectar anomalias no fun-
cionamento de equipamentos e processos. Estas anomalias são capazes de indicar potenciais defeitos
que, se não forem corrigidos, podem conduzir a falhas. A manutenção preditiva é semelhante à análise
preditiva, que é utilizada para antecipar eventos futuros. No caso da manutenção preditiva, o objetivo é
antecipar a falha do equipamento ou do processo antes que ela ocorra.
A Internet das Coisas (IoT) e os modelos de Inteligência Artificial (IA) desempenham um papel funda-
mental na manutenção preditiva. A IoT permite recolher dados de equipamentos e processos em tempo
real e à distância. Estes dados são utilizados para efetuar análises preditivas e, consequentemente, para
implementar a manutenção preditiva.

Manutenção preditiva no sistema de ligação


à terra: IoT e IA para antecipar reparações
O sistema de ligação à terra é um elemento essencial das instalações elétricas e industriais. Em pri-
meiro lugar, garante a proteção de pessoas e equipamentos contra perturbações elétricas, interferências
eletromagnéticas (EMC), descargas eletrostáticas (ESD) e avarias. Além disso, facilita o desempenho ade-
quado dos dispositivos de supressão e das medidas de proteção, tais como filtros de rede, protetores
contra sobretensões (DPS), blindagens e para-raios. Isto reduz o risco de falhas e proporciona segurança
em situações imprevistas.
A conceção e a implementação adequadas do sistema de ligação à terra são cruciais para evitar con-
sequências negativas, tais como danos nos servidores de informática e nos centros de processamento
de dados (CPD), avarias de dispositivos e máquinas elétricas, problemas nos sistemas de energia e de
telecomunicações, riscos associados a tensões de contato e de passo perigosas, acidentes de trabalho,
bem como custos adicionais de adaptação.
IOT: comunicação entre dispositivos para coleta de dados
A expressão ”Internet of Things ” refere-se à ligação e ao agrupamento de dispositivos e objetos
através de uma rede, privada ou pública, como a Internet, permitindo que todos estes elementos sejam
visíveis e interajam entre si.
A IoT permitiu o desenvolvimento de novas aplicações e serviços, como a automatização de casas e fábri-
cas, a localização de veículos e a monitorização de doentes em tempo real, entre outras utilizações. Também
conduziu a novas oportunidades de negócio e a uma maior eficiência em vários setores, incluindo a indústria.
IA: modelos treinados para antecipar reparações
O funcionamento dos modelos de Inteligência Artificial baseia-se na interpretação de grandes quanti-
dades de dados. No entanto, estas unidades de informação, por si só, não têm qualquer utilidade se não
forem processadas. O modelo tem de ser treinado para aprender a reconhecer padrões e relações na
informação que recebe; tem de lhe ser fornecido um conjunto de dados rotulados que lhe permita com-
preender o resultado desejado. Isto significa que precisa de saber qual é a resposta correta para cada
entrada, para ajustar os seus parâmetros, melhorar a sua precisão ao longo do tempo e interpretar esses
dados de forma a fornecer informações úteis.
A aplicação de modelos de Inteligência Artificial (IA) à monitorização do elétrodo de terra permite não só
controlar o estado do elétrodo de terra, mas também de todos os elementos a ele ligados. Isto possibilita, por

POTÊNCIA 73
ARTIGO
MANUTENÇÃO

exemplo, monitorizar de forma não vigiada o comportamento destes elementos para detectar anomalias no seu
consumo que possam ser indicativas de um funcionamento incorreto. Desta forma, é possível resolver o proble-
ma, prevenir uma possível avaria e, consequentemente, obter uma poupança considerável nos custos que deri-
variam a posteriori de uma avaria; para além de não interromper o funcionamento de nenhum destes elementos.
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SUMÁRIO

Manutenção preditiva através da


monitorização de um sistema de rede de terra
A abordagem 4.0 na execução e manutenção das redes de terra de Aplicaciones Tecnológicas S.A.
utiliza tecnologia inteligente para conseguir a eficiência num elemento tão delicado para qualquer insta-
lação elétrica.
O SMART EARTHING MONITORING SYSTEM realiza a monitorização centralizada dos sistemas de liga-
ção à terra através de sensores inteligentes distribuídos em pontos de controlo selecionados, avaliando
o estado da instalação em intervalos regulares e programáveis, garantindo a segurança e a continuidade
do serviço.
Desta forma, os riscos podem ser minimizados, evitando situações críticas como as que podem ser
geradas por tensões de passo e de contacto em instalações que não são continuamente monitorizadas
ou que não têm a manutenção devida.
A manutenção preditiva baseada em dados otimiza o tempo de vida dos ativos. Além disso, emite aler-
tas em tempo real através da IoT para manutenção corretiva e é capaz de detectar roubo e vandalismo.
Por último, isto resulta em poupança de custos, simplificando a logística dos processos de verificação e a
deteção precoce de situações de falha dos ativos.

POTÊNCIA 74
ARTIGO
PROTEÇÃO DE ILUMINAÇÃO CONTRA RAIOS

Proteção de sistemas de
iluminação externa contra
as descargas atmosféricas
N
este artigo serão apresentadas algumas técnicas para proteção de sistemas externos de ilumi-
nação contra os efeitos das descargas atmosféricas diretas nesses sistemas e algumas medidas
de proteção contra surtos atreladas.
Os sistemas externos de iluminação (iluminação de ruas, calçadas, fachadas e caminhos
externos de edificações), em geral, ficam bastante expostos às descargas atmosféricas, podendo seus
componentes serem atingidos por descargas diretas ou sofrerem os efeitos induzidos das descargas
atmosféricas.
Estes sistemas podem ser compostos por conjuntos de postes com luminárias instaladas na sua parte
superior ou estas podem estar fixadas nas paredes de edificações.
Este artigo apresenta aspectos da proteção destes sistemas, tanto para as descargas diretas como
para os surtos, além de descrever algumas técnicas para reduzir tensões de toque e de passo em pesso-
as que eventualmente estiverem próximas desses sistemas.

1. Introdução
Uma primeira verificação importante que se deve analisar na proteção destes sistemas
é o local da instalação dos componentes, principalmente as luminárias e a fiação que as
alimenta.

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SUMÁRIO

POTÊNCIA 76
ARTIGO
PROTEÇÃO DE ILUMINAÇÃO CONTRA RAIOS

Em geral, se o sistema for composto por postes, as luminárias estão na ZPR 0A e a fiação na ZPR 0B
se for embutida e subterrânea ou mesmo uma parte na ZPR 0B e outra na ZPR 0A, se a fiação for aérea. O
mesmo acontece se as luminárias estiverem fixadas nas paredes das edificações sendo que, neste caso,
muitas vezes as luminárias estão na ZPR 0B.
Na Revista Potência Nº 210 de junho de 2023, o artigo “As Zonas de Proteção contra Raios (ZPR)” [01]
descreve detalhadamente este conceito, o qual vou transcrever um trecho a seguir:
“O conceito das zonas de proteção é fundamental para a definição das Medidas de Proteção contra Sur-
tos (MPS), principalmente para a localização da instalação dos DPS (Dispositivos de Proteção contra Surtos)”.
“A Zona 0 é a zona externa à estrutura. A Zona 0 é dividida em Zona 0A e Zona 0B. A Zona 0A é a que
fica externa a estrutura e também externa ao volume de proteção dado pelo SPDA. Nesta zona, algum
objeto ou pessoa ficam expostos às descargas atmosféricas diretas e também aos efeitos do campo ele-
tromagnético total da descarga atmosférica. Na Zona 0B, é também externa à estrutura, porém os objetos
e pessoas estão protegidos contra as descargas atmosféricas diretas, mas não aos efeitos dos campos
eletromagnéticos”.
Preferencialmente, ou melhor, para fins de proteção contra descargas atmosféricas, as luminárias de-
veriam estar na ZPR 0B, porém, na prática, muitas luminárias estão na ZPR 0A, o que as deixam sujeitas
às descargas diretas.
Neste artigo serão apresentados alguns aspectos da proteção iniciando pelo sistema de iluminação
externa por postes, considerando os problemas de Tensão de Toque e de Passo, e, em seguida, aspectos
das medidas de proteção contra surtos nesses sistemas. O capítulo 9:02 do livro “Lightning Protection
Guide” [02] da DEHN INTERNATIONAL, foi utilizado como base para uma parte deste artigo.

2. Aspectos da proteção dos postes


Os sistemas de iluminação externa através de postes utilizam luminárias instaladas em postes que po-
dem ser de madeira, de concreto ou metálicos. Estas luminárias são alimentadas por condutores elétricos
que podem ser aéreos ou subterrâneos.
No caso de postes de madeira, se estes estiverem na ZPR 0A, a proteção contra descargas diretas,
se necessária, deve ser feita com a instalação de um terminal aéreo (mini captor) posicionado de forma a
deixar as luminárias dentro do volume de proteção (ZPR 0B). Este terminal aéreo deve ser interligado ao
subsistema de aterramento através de um condutor com uma seção de acordo com a Tabela 6 da ABNT
NBR 5419-3: 2015 [03].
No caso do poste de concreto, o terminal aéreo (mini captor) pode ser interligado a armadura de aço
do poste e esta deve estar interligada ao subsistema de aterramento.
No caso dos postes metálicos (muito comuns), em geral, os próprios postes funcionam como subsis-
temas de captação e de descida. Neste caso, as bases dos postes devem ser interligadas ao subsistema
de aterramento.
Dependendo do projeto do poste metálico, as luminárias podem estar dentro do volume de proteção
(ZPR 0B) ou não. Mas, independentemente de estar ou não, se este poste for atingido diretamente por
uma descarga atmosférica, parte da corrente da descarga vai pelo poste metálico até o subsistema de
aterramento e parte pela fiação de alimentação da luminária.
Muitas pessoas acreditam que estar dentro do volume de proteção oferecido pelo poste pode assegu-
rar uma proteção completa contra as descargas atmosféricas. Em áreas abertas não existe esta proteção

POTÊNCIA 77
ARTIGO
PROTEÇÃO DE ILUMINAÇÃO CONTRA RAIOS

completa! O mais seguro, em períodos de tempestades com raios, é sair da área aberta e procurar um
abrigo seguro.
Estar dentro do volume de proteção pode te proteger contra descargas atmosféricas diretas (e ainda
esta proteção não é 100% pois descargas com correntes mais baixas podem “furar” este volume de prote-
ção), mas a pessoa não vai estar protegida contra as descargas laterais, as tensões de toque, as tensões
de passo, os efeitos dos líderes ascendentes não conectados e nem os efeitos provenientes da expansão
do ar devido à temperatura do canal do raio que pode jogar a pessoa longe e/ou estourar seu tímpano,
por exemplo.
No entanto, aterrar os postes metálicos é uma boa prática, seja devido aos raios ou por causa da ins-
talação elétrica dos equipamentos. Existem muitos casos relatados de pessoas que se acidentaram e até
mesmo morreram devido à choques em postes metálicos que tinham falhas na fiação elétrica. Existem
também casos de pessoas que morreram ou ficaram bastante feridas por estarem próximas ou encosta-
das em postes e este ser atingido por um raio.
Uma forma de atenuar os efeitos da tensão de toque em um poste metálico para fins de descarga
atmosférica, é cobrir a superfície ao redor do mesmo (um círculo de raio de 3 metros) com um material
isolante, por exemplo, um asfalto com, no mínimo, 5 centímetros de espessura. A Figura 01 (figura copiada
do Guia de proteção contra descargas atmosféricas da DEHN [02]) mostra este exemplo como opção.

Figura 01: Isolamento da superfície ao redor do poste metálico para reduzir as tensões de toque.

Para atenuar os efeitos da tensão de passo, a mesma publicação [02] recomenda um controle do po-
tencial ao redor do poste. Manter a camada de asfalto até os 3 metros, instalar um subsistema de aterramento

POTÊNCIA 78
ARTIGO
PROTEÇÃO DE ILUMINAÇÃO CONTRA RAIOS

composto por anéis concêntricos instalados conforme disposto na Figura 02, copiada da mesma publica-
ção [02].

Figura 02: Controle de potencial


para reduzir a tensão de
passo no caso de descarga
atmosférica no poste.

Nesta proposta, o anel mais próximo do poste tem um raio de 1 metro e está enterrado a uma profun-
didade de 0,5 metro. O próximo anel terá um raio de 4 metros ao redor do poste, enterrado a 1 metro de
profundidade. O terceiro anel um raio de 7 metros enterrado a 1,5 metros de profundidade e um quarto
anel com um raio de 10 metros ao redor do poste, enterrado a 2 metros de profundidade.
Estes anéis concêntricos devem ser materiais condutores conforme a Tabela 7 da ABNT NBR 5419-3:
2015 [03], por exemplo, se for um cabo de cobre encordoado, deve ter a seção de #50 mm².
Estes anéis concêntricos ao redor do poste devem ser interligados um aos outros, por exemplo em 4
direções radiais, e interligados ao poste metálico.
Esta geometria proposta atenua os potenciais de passo, principalmente fora da camada do asfalto. A
Figura 03 também copiada da publicação [02] mostra este tipo de controle de potencial para descidas
tradicionais de edificações e como funciona a atenuação da tensão de passo.

Figura 03: Controle


de potencial e curvas
do potencial

POTÊNCIA 79
ARTIGO
PROTEÇÃO DE ILUMINAÇÃO CONTRA RAIOS

Podemos observar na curva de potencial, quando se tem várias interligações feitas por anéis concên-
tricos, o decaimento da curva de potencial conforme vai se afastando do ponto de injeção da corrente do
raio (descida, neste caso), vai mais lentamente, em etapas conforme as interligações, tornando as tensões
de passo bem menores. Se não tivesse as interligações, principalmente mais perto do ponto de injeção, o
decaimento é maior e, portanto, as tensões de passo maiores.
Teoricamente uma técnica bastante interessante, porém na prática, principalmente para postes de
iluminação externa, muitas vezes impraticável. Em solos de resistividade muito alta, em lugares com um
acesso muito grande de público e pouco lugar abrigado, esta prática pode ser imprescindível, por exem-
plo, ao redor do Cristo Redentor no Rio de Janeiro.
Eventualmente em alguns postes específicos a técnica deve ser utilizada, porém a proteção contra
descarga atmosférica de pessoas nas redondezas ainda assim não estará completa. O risco da ocorrên-
cia de líderes ascendentes não conectados partindo dessas pessoas ainda existe. De qualquer forma,
atenua-se os perigos. Uma pessoa salva já vale a pena e os custos!
Os líderes ascendentes não conectados foram assunto de um artigo na Revista Potência anterior: “Os
líderes ascendentes não conectados” [04].

3. Aspectos das medidas


de proteção contra surtos
Em geral, as luminárias para iluminação externa, principalmente as mais modernas que utilizam a tecnologia
do LED, já são fornecidas com um protetor contra surtos, tipo 3 ou 2, para proteção do “driver” e dos “LEDs”.
Este tipo de DPS protege contra os surtos induzidos, porém não protege a luminária nem a instalação elétrica
quando parcelas da corrente da descarga atmosférica possam atingir o sistema (descargas diretas).
Novamente o conceito de “Zonas de Proteção contra Raios – ZPR” é muito importante para definição
do tipo de PDS e a localização da sua instalação.
A Figura 04 mostra um tipo de luminária instalada no alto de uma fachada de forma que esta ficou na
ZPR 0A. A definição das Zonas é, em geral, feita através do Método das Esferas Rolantes (pode também
ser feita pelo Método do Ângulo de Proteção).

Figura 04: Luminária instalada no alto de uma fachada ficando na ZPR 0A

POTÊNCIA 80
ARTIGO
PROTEÇÃO DE ILUMINAÇÃO CONTRA RAIOS

Neste caso, quando a alimentação elétrica dessas luminárias “entrar” na edificação, um DPS tipo 1 deve
ser instalado. No Quadro de distribuição de energia que alimenta os circuitos da iluminação externa, DPS
tipo 2 devem ser instalados.
A Figura 05 mostra as luminárias instaladas em poste também na ZPR 0A. No caso de uma descarga
atmosférica direta em uma das luminárias tendo ou não tendo um DPS tipo 2 embutido, a probabilidade
maior é a queima desta, mas a alimentação elétrica destas luminárias, ao “entrar” na edificação, deve ser
protegida com DPS tipo 1 para evitar estragos maiores na instalação.

Figura 05:
Luminárias
instaladas em
poste na ZPR 0A

Nas luminárias em poste, mesmo estando na ZPR 0B (protegidas por terminais aéreos ou instaladas de
forma que fiquem na ZPR 0B), é necessário verificar se existe a possibilidade de passagem da corrente
atmosférica (ou parcela da mesma) pela alimentação elétrica desta. Neste caso, DPS tipo 1 devem ser ins-
talados nesta alimentação elétrica.
Um roteamento adequado e a fia-
ção da alimentação instalada em tubu-
lação metálica atenuam os surtos pro-
venientes das descargas atmosféricas.
A Figura 06 mostra uma luminária
instalada na fachada de uma edifica-
ção de forma a permanecer na ZPR 0B.
Neste caso, na “entrada” da alimenta-
ção elétrica das luminárias na edifica-
ção, devem ser instalados DPS tipo 2.

Figura 06: Luminária


instalada na ZPR 0B.

POTÊNCIA 81
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PROTEÇÃO DE ILUMINAÇÃO CONTRA RAIOS

Neste caso, os surtos que podem surgir devido às descargas atmosférica são os induzidos, com ener-
gia específica bem mais baixa que os surtos advindos das descargas diretas.
Os DPS tipo 1 são ensaiados com corrente com forma de onda 10/350 µs e os DPS tipo 2 com corrente
com forma de onda 8/20 µs.

4. Características e ensaios dos Dispositivos


de Proteção contra Surtos (DPS) específicos
para esses sistemas de iluminação
A Norma IEC 61643-11:2011 [05] e sua equivalente ABNT NBR IEC 61643-11:2021 [06] estabelecem requi-
sitos e métodos de ensaios para dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão.
A tabela 3 dessa norma descreve os ensaios de tipo para um DPS. A seguir, uma breve descrição dos
ensaios elétricos previstos na norma.
O primeiro ensaio é a tensão de limitação medida, ou seja, o valor mais elevado da tensão medida
nos bornes do DPS, durante a aplicação de impulsos com forma de onda e amplitude especificadas. A
sequên­cia de ensaios para esse requisito é determinada de acordo com o tipo do DPS.
Para DPS tipos 1 ou 2 são realizados os ensaios de medição da tensão residual para uma corrente de
impulso 8/20 µs e determinação da tensão de limitação medida. Caso o DPS possua um componente de
comutação, entre os ensaios é realizado o ensaio de descarga de centelhamento na subida da onda. Os
componentes de comutação geralmente utilizados nos DPS são os centelhadores, tubos a gás e os tiris-
tores. Para DPS tipo 3, os ensaios realizados são: medição da tensão de limitação na onda combinada e
determinação da tensão de limitação medida.
O ensaio de tensão residual consiste em aplicar a corrente de impulso com forma de onda 8/20 µs. O
valor de crista e a sequência de impulsos dependem do tipo do DPS, da presença de componentes de
limitação de tensão e se a corrente máxima de descarga é declarada pelo fabricante. No ensaio de tensão
de descarga de centelhamento (sparkover) na frente da onda são aplicados ao DPS cinco impulsos nor-
malizados de tensão (1,2/50 µs), em cada polaridade, com valor de crista UMÁX (tensão para a determina-
ção das distâncias de isolamento no ar). Para o ensaio da tensão de limitação com a onda combinada é
utilizado um gerador próprio. É aplicada ao DPS uma sequência de ondas combinadas com quatro valores
crescentes de quatro impulsos a cada amplitude: dois de polaridade positiva e dois de polaridade negati-
va. A amplitude da tensão depende se o DPS possui componentes de limitação de tensão.
Após o ensaio de limitação da tensão medida é realizado o ensaio de ciclo de serviço, cujo procedi-
mento também depende do tipo do DPS. O ensaio consiste em aplicar um número específico de impulsos
ao DPS alimentado na tensão de operação contínua máxima Uc por uma fonte de corrente alternada. A
sequência e a quantidade de impulsos aplicados bem como o valor de crista dependem do tipo do DPS.
No ensaio de suportabilidade à temperatura, o DPS é mantido em uma estufa aquecida a uma tempe-
ratura de 80 °C ± 5 K, durante 24 horas.
A configuração do ensaio de estabilidade térmica também depende da composição do DPS. Se ele
contém somente componentes de limitação de tensão ou se, além desses, possuir componentes de co-
mutação de tensão. No primeiro caso, os DPS devem estar energizados com uma tensão suficiente para
permitir a circulação de corrente pelas amostras. O valor de corrente é iniciado com 2 mA ou a UC e in-

POTÊNCIA 82
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PROTEÇÃO DE ILUMINAÇÃO CONTRA RAIOS

crementado até que o equilíbrio térmico seja atingido. São utilizadas 3 amostras de DPS para realizar esse
procedimento. No segundo caso, o DPS deve ser alimentado a tensão de ensaio de referência - UREF.
O valor máximo de corrente disponível não pode exceder o valor da corrente de curto-circuito nominal.
Para os ensaios de comportamento às correntes de curto-circuito, os DPS devem ser preparados de
acordo com a presença de componentes de limitação de tensão, de comutação de tensão, sua rigidez die-
létrica entre outros parâmetros. Os ensaios são realizados com dois ajustes diferentes, no valor declarado
de corrente de curto-circuito nominal e com baixa corrente de curto-circuito, além de ensaios adicionais.
Os ensaios estão detalhados na norma ABNT NBR IEC 61643-11 [06].
Os DPS são preparados pelos fabricantes para o ensaio de resistência de isolamento. Devem ser man-
tidos em uma câmara úmida por 48h. Após esse período, uma tensão de 500 V em corrente contínua é
aplicada e a resistência de isolamento é medida após 60 s.
No ensaio de rigidez dielétrica, os DPS são ensaiados com uma tensão alternada de acordo com a
tensão de operação contínua UC. Os DPS classificados para a utilização ao tempo são ensaiados entre
os bornes, sem as partes internas. Durante o ensaio, o DPS é submetido à aspersão de acordo com a IEC
60060-1 [07]. Os DPS classificados para a utilização abrigada os ensaios de resistência de isolamento são
suficientes.
Para ensaiar o comportamento sob sobretensões temporárias (TOV) são avaliadas as falhas causadas
por faltas na rede de baixa tensão e por faltas na rede de alta (média) tensão. No primeiro caso, com um
circuito determinado na norma ABNT NBR IEC 61643-11 [06], o DPS deve ser energizado por um tempo tT,
com uma tensão UT, que dependem dos esquemas de aterramento nos quais os DPS serão utilizados (TT,
TN, IT). Em seguida é aplicada a tensão de referência UF, por 15 min. O intervalo de tempo entre os perío-
dos de ensaio deve ser o mais curto possível e, em qualquer caso, não pode exceder 100 ms. No segundo
caso, por TOV causados por faltas na rede de alta (média) tensão, os DPS conectados ao condutor PE e
utilizados nas redes de distribuição de energia devem ser ensaiados com valores de sobretensões tem-
porárias indicados na norma ABNT NBR IEC 61643-11 [06] ou fornecidos pelo fabricante. O procedimento
de ensaio é complexo e está escrito com detalhes na mesma norma.
Os ensaios aqui descritos constituem um breve resumo dos ensaios elétricos previstos na norma ABNT
NBR IEC 61643-11 [06] apenas como informação inicial. Para entender melhor os procedimentos, é neces-
sária a leitura da norma.
A utilização de DPS para proteção de sistemas de iluminação externos requer alguns cuidados importantes.
Existe uma diversidade muito grande de modelos de DPS com circuitos bastante variados, por isso
deve-se estar atento e escolher um modelo adequado às características do equipamento e do circuito
que se quer proteger. A instalação do DPS deve seguir as recomendações do fabricante (ler atentamente
o catálogo) e seguir algumas regras básicas para uma proteção mais eficaz.
Tudo isso é dito porque, mesmo utilizando-se um DPS que tenha tido um bom desempenho nos en-
saios, quando instalado de maneira inadequada, que seja incompatível com as características da luminária
ou com o sistema utilizado na instalação elétrica do circuito de iluminação que se quer proteger, o DPS
perde sua eficácia e pode até ocasionar alguns incidentes.
Por exemplo, um DPS projetado para proteção de uma luminária 220 V, instalado num circuito 220
V Fase-Neutro, quando instalado em um circuito 220 V Fase-Fase, no momento da sua atuação poderá
causar um curto-circuito, provocando o desligamento da luminária ou do circuito se as proteções atuarem
adequadamente, ou se as proteções falharem, uma explosão do DPS pode acontecer, neste caso danifi-
cando a luminária ou até mesmo o circuito elétrico do sistema de iluminação.

POTÊNCIA 83
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E VOLTE AO
Quando uma luminária sofre um dano ou para de funcionar, durante eventos de des- SUMÁRIO
cargas atmosféricas logo associamos a má qualidade do DPS, mas em alguns casos o pro-
blema está associado a um erro de aplicação do dispositivo e não a qualidade dele.

5. Conclusões
Os sistemas de iluminação externa são susceptíveis aos efeitos das descargas atmosféricas, sejam
eles diretos ou induzidos. Quando instalados em postes, pode se ter uma falsa ideia que o conjunto poste-
-luminária possa proteger pessoas ao seu redor contra as descargas atmosféricas.
Este artigo mostra que esta suposta proteção não acontece, principalmente devido às tensões de
toque e passo, além dos líderes ascendentes não conectados e problemas de expansão do ar nas redon-
dezas do raio (barotraumas).
O artigo indica algumas formas de redução de ferimentos devido às tensões de passo e toque que
eventualmente possa ser utilizado em casos específicos com grande acesso de pessoas, sem local abri-
gado/protegido próximo.
O artigo descreve resumidamente os principais ensaios em DPS para proteção de equipamentos de bai-
xa tensão e alerta alguns problemas em proteção de luminárias em relação aos surtos atmosféricos.

Referências
[1] Sueta, H.E., “As Zonas de Proteção contra Raios (ZPR)”, Revista Potência, Nº 210, ano 18, 2023.
[2] DEHN + SOHNE, “Lightning Protection Guide”; 3rd updated edition; Publication Nº DS702/E/2014;
dezembro 2014.
[3] ABNT, “ABNT NBR 5419-3: 2015 - Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 3: Danos físicos
a estruturas e perigos à vida”; primeira edição; 2015.
[4] Sueta, H.E.; Shigihara, M.; De Souza, D. F.; Zilles, R., “Os líderes ascendentes não conectados”,
Revista Potência, Nº 217, ano 18, 2023.
[5] IEC, “Low-voltage surge protective devices - Part 11: Surge protective devices connected to low-
-voltage power systems - Requirements and test methods”; primeira edição; 2011.
[6] ABNT, “ABNT NBR IEC 61643-11 - Dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão - Parte
11: Dispositivos de proteção contra surtos conectados aos sistemas de baixa tensão - Requisitos e
métodos de ensaio”; Edição corrigida; 2022.
[7] IEC, IEC 60060-1:2010 - High-voltage test techniques - Part 1: General definitions and test require-
ments; 2010.
Fotos: Divulgação

DR. CELSO PEREIRA BRAZ


HÉLIO E. SUETA INSTITUTO INSTITUTO DE ENERGIA E
DE ENERGIA E AMBIENTE – USP AMBIENTE – USP

POTÊNCIA 84
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SUMÁRIO

Potenciais de Toque MÁXIMOS


em EDIFICAÇÕES PROTEGIDAS
por sistemas de proteção
contra descargas atmosféricas
1. Introdução
Entre os mais severos riscos que a atmosfera impõe ao ser humano, estão as descargas atmosféricas
que ocorrem diariamente na terra. Segundo o ELAT-INPE [1], a cada segundo ocorrem no mundo entre 50
e 100 relâmpagos, o que equivale a cerca de 10 milhões de descargas por dia ou três bilhões por ano.
As descargas atmosféricas que atingem uma estrutura ou pontos próximos são perigosas às pessoas
e às próprias estruturas e seus conteúdos. Não há dispositivos ou métodos capazes de modificar este
fenômeno de forma a prevenir a sua ocorrência. Porém, é possível a implantação de medidas de proteção
de forma a minimizar os seus efeitos sobre instalações e/ou pessoas [2].
Estudo realizado no Reino Unido [3] [4] mostra que 52% dos acidentes com raios acontecem em am-
bientes fechados. Mesmo que a magnitude da corrente à qual o corpo é exposto possa ser menor do que
àquelas causadas por raios ao ar livre, quase todas as lesões que ocorrem em condições externas podem
ocorrer em ambientes fechados. Segundo [5] e [6], em ambientes internos, apenas 10% das vítimas são
gravemente feridas. No entanto, nos ambientes externos, de 40 a 60% das vítimas são acometidas de
lesões graves provenientes de descargas diretas.
Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 85
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ESTUDO DE CASO - SPDA

A norma brasileira que trata do dimensionamento do Sistema de Proteção Contra Descargas Atmos-
féricas (SPDA) é a ABNT NBR 5419 [2], atualizada em 2015. A norma foi atualizada segundo as normas
IEC, que estão divididas em quatro partes, tornando-a mais extensa, garantindo mais detalhes das técni-
cas de proteção. O objetivo de um SPDA é proteger contra o impacto direto de descargas atmosféricas
e consequentemente evitar possíveis incêndios ou outras consequências danosas às instalações ou
pessoas [2].
Este trabalho tem por objetivo apresentar um estudo de caso de uma edificação localizada em uma
região com alta densidade de descargas atmosféricas e elevados valores de resistividade do solo, o que
representa uma condição crítica quanto à proteção de descargas atmosféricas.
Normalmente as análises de riscos de edificações consideram as pessoas no interior das edificações
durante condições climáticas adversas, e nestes casos, são tomados todos os cuidados para evitar pos-
síveis potenciais de toque. No entanto, a edificação em análise possui uma característica específica, ou
seja, a cobertura e parte das paredes externas são feitas de chapas de aço, o que aumenta a preocupação
com os possíveis potenciais de toque do lado externo da edificação, quando da ocorrência de descargas
atmosféricas diretas. Assim, a atenção principal neste estudo está relacionada aos possíveis potenciais
de toque do lado externo da edificação, quando da ocorrência de uma descarga atmosférica direta na
estrutura.
Neste trabalho serão avaliados os potenciais de toque que podem ocorrer no entorno da edificação,
por meio de simulações por métodos numéricos utilizando o software Ansys Maxwell Low Frequency EM
Field Simulation. Por fim, determinar-se-á as ações necessárias para obtenção de condições seguras às
pessoas em contato com a parede metálica da edificação numa eventual descarga atmosférica direta na
estrutura.

2. Fundamentação Teórica
Para o desenvolvimento deste trabalho, são necessárias muitas informações, tais como, características
e parâmetros das descargas atmosféricas, sistemas de proteção e metodologias para cálculo, modelagem
e simulações visando a segurança de pessoas e instalações. Assim, neste capítulo apresenta-se um resu-
mo com os principais resultados da pesquisa bibliográfica desenvolvida no início do trabalho.

2.1 Características Gerais e Tipos de Descargas Atmosféricas


A definição de descarga atmosférica ou relâmpago, sugerida por [1], é o rompimento da isolação em ar
entre duas superfícies carregadas eletricamente com polaridades opostas, ocasionando o surgimento de
uma corrente elétrica muito intensa. Podem ser geradas por nuvens cúmulos-nimbos, erupções vulcânicas
e tempestades de areia ou neve.
Os tipos de descargas atmosféricas são as intra-nuvem, nuvem-nuvem, nuvem-ar e nuvem-terra [3].
Apesar de menos frequentes, as descargas nuvem-terra são mais perigosas e prejudiciais aos seres hu-
manos.
As descargas atmosféricas podem ser classificadas quanto à polaridade da carga e ao sentido de
propagação. Quanto à polaridade, as descargas nuvem-terra são na grande maioria negativas e quanto
ao sentido de propagação das cargas, as descargas podem ser ascendentes ou descendentes. A grande
maioria das descargas atmosféricas que atingem o solo são descendentes e negativas, representando um
percentual superior a 90% [1] [3].

POTÊNCIA 86
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ESTUDO DE CASO - SPDA

2.2 Parâmetros das Descargas Atmosféricas Importantes aos Estudos de Engenharia


Ao longo de anos em muitos pontos do globo terrestre, diversos parâmetros das descargas atmosfé-
ricas foram medidos por meio de diferentes sistemas de medição. Neste subitem são apresentados os
parâmetros mais importantes aos estudos de engenharia os quais foram obtidos a partir do tratamento
estatístico das medições.

2.2.1 Forma de Onda da Corrente


A análise detalhada dos dados obtidos sobre descargas atmosféricas mostra que 90% das descargas
nuvem solo apresentam polaridade negativa com uma forma de onda para a corrente de retorno da pri-
meira descarga conforme demonstrado no gráfico da Figura 1. A primeira descarga de retorno apresenta
um pico de valor mais elevado do que as descargas subsequentes, sendo amplamente utilizada no dimen-
sionamento de sistemas de proteção [7] [8].

Figura 1: Forma de Onda Típica de uma Descarga Atmosférica

Fonte: Adaptado de IEEE Std 1410, 2010 [10]

Pela necessidade de uso em ensaios e simulações, utiliza-se amplamente uma curva simplificada con-
forme Figura 2, na qual, Ip é o valor de pico da corrente, equivalente ao valor máximo (negativo) da curva
da Figura 1, e tf e th são os tempos de frente e de meia onda efetivos, respectivamente [8].

Figura 2: Forma de Onda Normalizada para Estudos

Fonte: Adaptado de COELHO; RAIZER, 2021 [8]

POTÊNCIA 87
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ESTUDO DE CASO - SPDA

O intervalo de tempo entre os pontos obtidos pela extensão da reta que intersecta os pontos 0,1Ip e
0,9Ip, com inclinação S10/90, é conhecido como tempo de frente. Essa inclinação representa a taxa de
crescimento média entre os valores de I10 e I90, até atingir os valores I(t) = 0 e I(t)= Ip. O tempo de meia
onda é o intervalo entre o cruzamento desta mesma reta por I(t) = 0 e o ponto em que I(t) = 0,5Ip. [8].

2.2.2 Comportamento Estatístico dos Parâmetros


Os dados coletados ao longo dos anos demonstram que os parâmetros das descargas atmosféricas
seguem uma distribuição log-normal em sua variação estatística. A função densidade de probabilidade
p(x), conforme expresso na equação 1, descreve essa distribuição [9].

(1)

onde:

M é o valor mediano do parâmetro e β é o desvio padrão logarítmico (base e).


Ao substituir x por i na equação 1, é possível calcular a probabilidade de uma corrente de descarga
ultrapassar um valor específico de Io. Essa probabilidade p(Io), é determinada pela integral de p(i), onde i
varia de Io até um valor máximo de corrente [8].
Os valores medianos e os desvios padrões são obtidos a partir de medições realizadas em torres
instrumentadas ao longo de vários anos, utilizando técnicas estatísticas. Quando dados estatisticamente
consistentes e regionalizados não estão disponíveis, tanto o CIGRÉ [9] quanto o IEEE Std 1410 [10] reco-
mendam o uso dos parâmetros obtidos por [11] e que estão apresentados na Tabela 1. O comportamento
dos valores de pico de corrente é ilustrado na Figura 3 por meio da curva de probabilidade acumulada,
considerando os parâmetros da Tabela 1.

Tabela 1: Parâmetros da Corrente de Retorno – Primeira Descarga Descendente


Parâmetro Unidade M (mediana) β (desvio padrão base e)
Corrente de pico Ip kA 31,1 0,484
Tempo de frente (tf) µs 3,83 0,553
Tempo de cauda (th) µs 77,5 0,577
Carga Qi Coulomb 4,65 0,882
kA2s 0,057 1,373

Fonte: Adaptado de IEEE Std 1410 [10]

POTÊNCIA 88
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Figura 3: Distribuição de Probabilidade Acumulada (Pico da Primeira Descarga)

A integral , conhecida como energia específica, representa a severidade térmica de uma cor-
rente que flui por uma resistência constante. A carga QI corresponde a carga total da descarga, obtida
pela integral da corrente ao longo de todo o tempo do surto [10].

2.2.3 Parâmetros Sugeridos pela NBR 5419


A NBR 5419-1 [2] sugere a utilização de alguns parâmetros nos cálculos de SPDA de acordo com os diver-
sos níveis de proteção. São considerados quatro níveis de proteção e para cada nível, é fixado um conjunto de
parâmetros máximos e mínimos das correntes das descargas atmosféricas. Os níveis de proteção, de I a IV, são
classificados segundo a probabilidade de ocorrência de dano em uma estrutura protegida, conforme Tabela
2. As Tabelas 3 a 5 mostram os parâmetros máximos e mínimos adotados nos cálculos para dimensionamento
dos SPDA, onde PB é a probabilidade de uma descarga atmosférica causar danos em uma estrutura.

Tabela 2: Níveis de Proteção e Probabilidade de Danos


Características da Proteção da Estrutura PB
Não protegida por SPDA 1
Protegida por SPDA classe IV 0,2
Protegida por SPDA classe III 0,1
Protegida por SPDA classe II 0,05
Protegida por SPDA classe I 0,02
Protegida por SPDA classe I e subsistema de descida natural 0,01
Com cobertura metálica, captação com proteção completa e descida natural 0,001
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 5419-1 [2]

Tabela 3: Valores de Corrente de Pico Máximas e Probabilidade de Ocorrência


Critério de Dimensionamento
Nível de Proteção Máximo Valor de Pico Probabilidade de uma Corrente
da Corrente (kA) de Descarga Exceder esse Valor (%)
I 200 1
II 150 2
III 100 5
IV 100 5
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 5419-1 [2]

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Tabela 4: Parâmetros Mínimos por Nível de Proteção


Critério de Dimensionamento
Nível de
Proteção Mínimo Valor de Pico Probabilidade de uma Corrente de Raio da Esfera
da Corrente (kA) Descarga Exceder esse Valor (%) Rolante (m)
I 3 99 20
II 5 97 30
III 10 91 45
IV 16 84 60
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 5419-1 [2]

Tabela 5: Parâmetros Máximos por Nível de Proteção


Nível de proteção
Parâmetros
I II III IV
Primeira Descarga Positiva
Corrente de Pico (kA) 200 150 100
Carga (C) 100 75 50
Energia Específica (MJ/Ω) 10 5,6 2,5
Forma de Onda tf/tc (µs/µs) 10/350
Primeira Descarga Negativa
Corrente de Pico (kA) 100 75 50
Derivada da Corrente dI/dt (kA/µs) 100 75 50
Forma de Onda tf/tc (µs/µs) 1/200
Descarga Subsequente
Corrente de Pico (kA) 50 37,5 25
Derivada da Corrente dI/dt (kA/µs) 200 150 100
Forma de Onda tf/tc (µs/µs) 0,25/100
Componente Longa
Carga (C) 200 150 100
Duração (s) 0,5
Descarga (Completa)
Carga (C) 300 225 150
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 5419-1 [2]

2.3 Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas


No que se refere às edificações, o objetivo do SPDA é proteger contra o impacto direto de descargas
atmosféricas e consequentemente evitar possíveis incêndios ou outras consequências danosas às insta-
lações ou pessoas, devido às correntes elétricas provenientes das descargas atmosféricas.

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2.3.1 Componentes de um SPDA


Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas completo deve ser composto pelo SPDA ex-
terno, que consiste em um subsistema de captação, um subsistema de descida e um subsistema de ater-
ramento e por um SPDA interno que tem a finalidade de isolar eletricamente o SPDA Externo [2]. Na Figura
4 demonstra-se o posicionamento dos componentes do SPDA.

Figura 4: Componentes do SPDA Externo

Fonte: Adaptado de Lightning Protection – DEHN + SÖHNE, 2014 [13]

A existência do SPDA externo evita a ocorrência de centelhamentos perigosos internos a edificação


que causam riscos de incêndios. Porém, cuidados adicionais devem ser tomados quanto aos elevados
valores das correntes que fluem pelo subsistema de descida. Durante a passagem da corrente da des-
carga ocorrerão elevados potenciais (potencial de toque) nos condutores, perigosos aos seres humanos.
Cuidados especiais podem também ser necessários para se evitar possíveis tensões de passo na super-
fície do solo originadas pelos campos elétricos provenientes das correntes que fluem pelo subsistema de
aterramento [12].

2.3.2 Definição de Potenciais de Passo e Toque


Por definição a “Tensão ou Potencial de Passo” é diferença de potencial entre dois pontos na superfície
do solo separados pela distância de um passo de uma pessoa, considerada para fins de cálculo igual a 1
metro. A “Tensão ou Potencial de Toque” é a diferença de potencial entre uma estrutura metálica aterrada
e um ponto na superfície do solo separado por uma distância horizontal equivalente ao alcance normal
do braço de uma pessoa, também considerada para fins de cálculo igual a 1 metro [14]. A Figura 5 mostra
como os potenciais se distribuem a partir do aterramento do SPDA. A curva em verde representa o poten-
cial ao nível do solo (UST).

POTÊNCIA 91
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Figura 5: Potenciais de Passo e Toque em um SPDA

Fonte: Adaptado de Lightning Protection – DEHN + SÖHNE, 2014 [13]

2.4 Suportabilidade das Pessoas aos Potenciais de Toque


A suportabilidade das pessoas é determinada pela corrente elétrica que flui pelo corpo. Para isso,
considera-se uma corrente elétrica limite, a partir da qual poderá ocorrer fibrilação ventricular. A NBR
15751 [15] considera que a corrente máxima que uma pessoa pode suportar é determinada pela equação
2. Porém, esses valores se referem a correntes elétricas sinusoidais com frequência de 60 Hz.

(2)

onde Ich é a corrente suportável pelo corpo humano em (A) e t o tempo (s).
No que se refere a suportabilidade das pessoas às correntes provenientes de descargas atmosféricas,
existem muitos estudos que resultam em um número elevado de resultados, os quais estão resumidos em [17].
Para os fins desse trabalho, será considerado o potencial de toque suportável pelos seres humanos
igual à 2,5 kV, sugerido pela IEC 60479-2, que adota uma abordagem conservadora [16].
Para calcular os potenciais máximos a partir dos valores de corrente suportável, é essencial ter conhe-
cimento da resistência elétrica das diferentes partes do corpo humano (braços, tronco e pernas) e dos
valores de resistência de contato entre o corpo humano e a camada superficial do solo.

POTÊNCIA 92
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Os valores de resistência ou impedância elétrica das partes do corpo humano podem ser obtidos na
IEC 60479-1 [18] e estão resumidos na Figura 6, onde Zh = 500 Ω.

Figura 6: Diagrama Esquemático Simplificado para as Impedâncias do Corpo Humano

Fonte: IEC 60479-1 [18]

Considerando os valores de resistência do corpo humano como sendo fixos, uma forma de aumentar a
suportabilidade das pessoas frente ao choque elétrico é aumentar a resistência de contato entre o corpo
humano e a terra. Para isso, são utilizados materiais de alta resistividade para recobrimento do solo nas
regiões passíveis de ocorrência de potenciais de passo e toque. Quanto aos valores de resistividade de
materiais que podem ser utilizados acima da camada superficial do solo, estes foram obtidos a partir de
pesquisa bibliográfica e ensaios laboratoriais conforme apresentado no item 3.1.2.

2.5 Modelagem e simulação utilizando métodos numéricos


A distribuição de campos elétricos e magnéticos obedecem a equações diferenciais parciais de se-
gunda ordem, cuja solução analítica é, em casos práticos, de difícil obtenção. Em resolução de problemas
complexos, podem ser empregados métodos numéricos. Métodos numéricos são técnicas matemáticas
cuja solução se aproxima do valor real [19] [20].
O Método dos Elementos Finitos (MEF) surgiu durante a década de 1950 para uma aplicação aeronáu-
tica. Somente a partir dos anos 1970 o MEF passou a ser empregado em problemas de Eletromagnetismo
[19]. O programa computacional utilizado neste trabalho para as simulações dos potenciais máximos é o
Ansys Maxwell Low Frequency EM Field Simulation, que aplica o método dos elementos finitos para reso-
lução de problemas de eletromagnetismo. Este programa é dedicado a análises em baixas frequências,
pois adota simplificações que desacoplam os efeitos elétricos e magnéticos. Dentre as diversas soluções
apresentadas pelo programa, o DC Conduction se destaca como o ideal para a análise de problemas
envolvendo resistência de aterramento de estruturas [21].

POTÊNCIA 93
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ESTUDO DE CASO - SPDA

A solução DC Conduction configura-se no campo da eletrocinética, onde é possível analisar uma dis-
tribuição de corrente elétrica no solo, resultante da excitação por um potencial elétrico, ou vice-versa [21].
Na formulação do modelo eletro cinético são consideradas as equações 3 a 5 [22].

(3)

(4)

(5)

onde: é a densidade superficial da corrente (A/m²), é a condutividade elétrica do meio (S/m) e é


o campo elétrico (V/m).

3. Procedimento Experimental
Neste capítulo, serão descritos os procedimentos adotados para a execução do trabalho, abrangendo
o levantamento de dados, dimensionamento do SPDA, modelagem e simulação e análise dos potenciais
de toque, conforme é mostrado no fluxograma da Figura 7.

Figura 7: Fluxograma do Procedimento Experimental

3.1 Levantamento de dados


Considerou-se neste trabalho um determinado tipo de edificação, possíveis materiais de recobrimento
do solo para análise da suportabilidade das pessoas frente aos elevados potenciais de toque, e caracte-
rísticas de uma região típica do estado de Santa Catarina.

3.1.1 Formato e Dimensões da Edificação


Para fins deste trabalho será considerada uma edificação com as paredes laterais metálicas e que es-
tão conectadas ao telhado também metálico. A Figura 8 mostra o formato e dimensões da edificação. A
espessura do telhado e da parede é de 0,5 mm.

POTÊNCIA 94
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ESTUDO DE CASO - SPDA

Figura 8: Formato e Dimensões da Edificação

3.1.2 Características Elétricas dos Materiais de Recobrimento do Solo


Para se obter elevados valores de tensão suportável, é imprescindível a utilização de materiais de alta
resistividade para servir de cobertura do solo. A NBR 15751 [15] sugere alguns valores de resistividade de
materiais de recobrimento. No entanto, para os fins deste trabalho, são necessárias informações de mate-
riais não constantes neste documento normativo.
Apesar de não interferir nos resultados, para as modelagens adequadas dos diversos materiais no pro-
grama de simulação, necessita-se além da resistividade ou condutividade elétrica, também dos valores de
permissividade elétrica relativa ou constante dielétrica (Kg).
Assim, para os fins deste trabalho, foram utilizadas as características elétricas dos materiais conforme
Tabela 6.

Tabela 6 – Características dos Materiais Utilizados nas Simulações

Parâmetro Aço 1010 Cobre Madeira Concreto Porcelanato Solo


Resistividade ρ (Ω.m) 5x10-8 1,72x10-8 5x105* 2000 2,6x106* 1300
Permissividade relativa Kg 1 1 15* 5 15,6* 15

Na ausência de informações de referências bibliográficas confiáveis os dados marcados com asterisco


foram obtidos em ensaios laboratoriais pelos autores. Os dados considerados nas simulações são aque-
les em condições críticas de umidade (materiais saturados).
Quanto ao concreto estrutural na condição úmida, a NBR 15751 [15] sugere valores de resistividade
entre 21 e 100 W.m. Por outro lado, a referência [23] realizou um estudo detalhado do comportamento
de eletrodos de aterramento encapsulados em concreto estrutural, em função das variações sazonais
do clima. Estas medições foram realizadas em um campo de testes e os resultados indicam que a resis-
tividade do concreto estrutural tende a estabilizar em torno de 2000 W.m, mesmo em condições de alta
precipitação pluviométrica.

POTÊNCIA 95
ARTIGO
ESTUDO DE CASO - SPDA

3.1.3 Classe do SPDA


A densidade de descargas atmosféricas considerada neste estudo foi de 9 raios por quilômetro qua-
drado por ano. Conforme indicado pelo mapa de incidência de descargas atmosféricas no Brasil [1], esse
valor se situa em um patamar intermediário.
Para simplificar a modelagem, considera-se o solo com característica homogênea, utilizando-se o con-
ceito de resistividade aparente do solo. Entende-se o conceito de resistividade aparente como o valor
equivalente de resistividade elétrica “visto” pelo sistema de aterramento em função do seu formato e
dimensões. Medições locais indicam para esse caso um valor de 1300 Ω.m, sinalizando que o solo é clas-
sificado como tendo uma alta resistividade.
Apesar de a análise de risco, segundo NBR 5419, não indicar a necessidade de uso de um SPDA, em
função das características específicas da edificação em análise e da região onde está inserida, optou-se
pela utilização de um SPDA de classe III.

3.2 Dimensionamento do SPDA


A seguir, são apresentados detalhes dos subsistemas de captação, descida e aterramento.

3.2.1 Subsistema de Captação e Descida


Segundo a NBR-5419 parte 3 [12], chapas metálicas cobrindo a estrutura são aceitas como compo-
nentes naturais de captação e descida, desde que a continuidade elétrica seja garantida e a espessura
da folha tenha uma dimensão não inferior a um valor especificado pela norma para diferentes tipos de
materiais.
No caso do aço, a espessura mínima admissível é de 0,5 mm, desde que não haja preocupação com
perfurações, problemas com ignição ou pontos quentes. Para fins de simulação o subsistema de captação
e descida adotado para esta edificação foi o próprio telhado e as paredes metálicas.

3.2.2 Subsistema de Aterramento


O subsistema de aterramento convencional deve ser em formato de anel no entorno da edificação e
afastado de 1 metro da estrutura. Assim, as dimensões do anel formam uma área A = 257,4 m², cujo raio
médio é rm = 9,05m, como mostrado na Equação 6.

(6)

Considerando a resistividade do solo no local, além do anel de aterramento com um condutor de seção
circular igual a 50 mm² instalado a uma profundidade de meio metro, serão implantadas mais 6 hastes de
5/8” e 2,44 metros. Na Figura 9 pode ser visto esquematicamente o SPDA externo proposto.

POTÊNCIA 96
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ESTUDO DE CASO - SPDA

Figura 9: Detalhe do SPDA Externo

3.3 Modelagem e simulação


As simulações computacionais foram realizadas com o auxílio do programa computacional Ansys Ma-
xwell Low Frequency EM Field Simulation, versão 2016.2.0. As especificações do computador são: 8 pro-
cessadores Intel Xeon 3,60 GHz, 20 GB de memória RAM e 200 GB de disco rígido (HDD).

3.3.1 Modelagem CAD da Edificação


A geometria tridimensional da estrutura da edificação e do sistema de aterramento foi desenvolvida
utilizando o programa computacional Solidworks® e posteriormente exportada para o Ansys Maxwell,
como pode ser visto na Figura 10 (a).
No Ansys Maxwell o solo pode ser modelado como uma semiesfera com um raio predefinido de acordo
com a maior dimensão do sistema de aterramento. Esse raio da semiesfera é estabelecido como sendo
cinco vezes essa distância, o que equivale a 130 metros, como mostrado na Figura 10 (b).

Figura 10: Modelagem da Estrutura de Aterramento

(a) Estrutura da Edificação e Aterramento (b) Modelo Semiesférico do Solo

POTÊNCIA 97
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ESTUDO DE CASO - SPDA

O modelo da estrutura de aterramento é centralmente construído na origem da semiesfera que repre-


senta o solo, a uma profundidade de 0,5 metros.

3.3.2 Modelagem do Corpo Humano


Para fins de análise dos possíveis potenciais de toque e corrente de choque, foi desenvolvido um mo-
delo simplificado de corpo humano, conforme ilustrado na Figura 11. Assim, é possível avaliar valores de
potencial e corrente em diversas posições no entorno da edificação.
Utilizando as dimensões desse modelo, é possível calcular a resistividade das diferentes partes do
corpo humano por meio da aplicação da equação 7, as quais foram utilizadas nas simulações.

(7)

onde pH é a resistividade do corpo humano, R é a resistência conforme descrito no item 2.4, L é a área
em m2 e L e o comprimento em metros, de cada uma das partes do corpo humano.

Fugura 11: Modelagem Simplificada do Corpo Humano

Na Tabela 7 estão apresentadas as características utilizadas para a simulação do corpo humano.

Tabela 7: Características Consideradas para a Simulação do Corpo Humano

Parte do Corpo Comprimento (m) Diâmetro (m) Resistência (Ω) Resistividade (Ω.m)
Braço 0,7 0,080 500 3,59
Tronco 0,7 0,240 250 16,16
Pernas 0,8 0,160 500 12,57

POTÊNCIA 98
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ESTUDO DE CASO - SPDA

3.3.3 Simulação em Diferentes Condições


Foram simulados os modelos de corpo humano em duas diferentes posições, conforme mostra a Figu-
ra 12. Uma dessas posições foi escolhida por ser uma condição crítica de acordo com o levantamento das
curvas de potenciais ao nível do solo, apresentado em 4.3. Em cada simulação, considerou-se 4 diferentes
condições de recobrimento do solo no entorno da edificação, conforme está descrito nos tópicos a seguir:
◗ Condição 1: Não foi adicionado nenhum material de recobrimento, ou seja, os modelos de corpo hu-
mano ficam em contato direto com o solo.
◗ Condição 2: Uma calçada de concreto com 10 cm de espessura foi adicionada, com 5 cm enterrados
no solo e 5 cm acima do nível do solo.
◗ Condição 3: Sobre a calçada de concreto da simulação 2, foi acrescentado um piso de porcelanato
esmaltado com 10 mm de espessura.
◗ Condição 4: Foi empregado um estrado de madeira de 20 mm de espessura, apoiado em blocos
retangulares de concreto com 50 cm de altura e 20 cm de largura.

Figura 12: Localização dos Modelos de Corpo Humano no Entorno da Edificação

3.3.4 Materiais, Condições de Contorno e Excitação


O material utilizado nos condutores de aterramento e nas hastes foi o cobre e na estrutura metálica da
edificação, considerou-se o aço 1010 para fins de determinação das características elétricas. Nos mate-
riais de recobrimento do solo, utilizou-se o eucalipto vermelho (Eucalyptus camaldulensis), o concreto e o
porcelanato esmaltado.
Os parâmetros de resistividade e condutividade elétrica dos materiais utilizados nas simulações, são
aqueles apresentados na Tabela 6.
Para simular as características do ar no entorno da edificação, adotou-se uma região de análise em for-
mato cilíndrico, onde foram atribuídas as propriedades do ar da biblioteca de materiais do Ansys Maxwell,
ou seja, condutividade = 0.
A excitação desse sistema foi executada por meio de uma fonte de corrente contínua com uma mag-
nitude fixa de 100kA, o que representa o valor de pico de uma corrente de descarga atmosférica para um
SPDA de classe III, aplicada no ponto mais alto da edificação (vide Figura 10a).

3.4 Análise dos Potenciais de toque


Conforme mencionado no Capítulo 1, o objetivo principal desse estudo é a análise dos potenciais de to-
que do lado externo da edificação, quando da ocorrência de uma descarga atmosférica direta na estrutura.

POTÊNCIA 99
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ESTUDO DE CASO - SPDA

O potencial de toque externo (VT) consiste na diferença entre o potencial da malha (Vm) e o potencial
na superfície do solo (Vs), acima da malha, como sugere o desenho da Figura 13 e a Equação 8.
Os potenciais na superfície do solo mínimos acontecem nos pontos mais afastados das hastes de
aterramento, e consequentemente é nesses pontos que ocorrem os potenciais de toque máximos. O
potencial da malha é o produto da corrente da descarga atmosférica pela resistência de aterramento do
sistema.

(8)

Os potenciais ao nível do solo podem ser determinados pelo software Ansys Maxwell. Para isso, iden-
tifica-se por meio de linhas as regiões onde deseja-se conhecer as tensões. Nesse estudo apresenta-se
os níveis de potenciais no nível do solo conforme as linhas indicadas na Figura 14.

Figura 13: Potencial de Toque Externo – Desenho Esquemático

Figura 14: Linhas Pré-definidas para Determinação dos Potenciais ao Nível do Solo

POTÊNCIA 100
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ESTUDO DE CASO - SPDA

4. Resultados E Discussão
Neste tópico, serão apresentados os principais resultados obtidos neste trabalho.

4.1 Dados da simulação


Os dados das simulações estão apresentados na Tabela 8. Foram utilizados 10 passos de refinamento
de malha em todas as simulações. O delta loss é um parâmetro que indica a convergência da solução nu-
mérica obtida pelo software. É possível obter valores de delta loss menores, caso se utilize computadores
de alto desempenho, ou características superiores àquelas indicadas em 3.3.

Tabela 8: Dados das Simulações

Simulação Tempo de Número de Memória RAM Delta Loss


simulação tetraedros utilizada (GB) (%)
Sem recobrimento 01h10min 1910258 10,60 1,3407
Concreto 01h09min 2167367 11,90 1,7203
Porcelanato Esmaltado 01h31min 2707993 10,30 0,9915
Estrado de Eucalipto 01h23min 2584916 12,60 3,3048

4.2 Malha de Elementos Finitos


A qualidade da malha de elementos finitos exerce um impacto significativo na precisão das soluções
obtidas por meio da análise de elementos finitos. A criação de uma malha apropriada assume um papel
crucial, uma vez que tanto a precisão dos resultados quanto o tempo de simulação estão intrinsecamente
ligados a este fator [24].
Uma boa malha de elementos finitos não deve ter elementos alongados e deve ser uniforme. No Ansys
Maxwell, essa avaliação é realizada de maneira visual, não existindo um parâmetro específico que deter-
mine a sua qualidade.
A malha de elementos finitos gerada nas regiões de análise do solo e ar pode ser observada na Figura
15, onde (a) é a vista isométrica da região de análise e (b) a vista em corte na superfície XZ.

Figura 15: Malha de Elementos Finitos


(a) Vista isométrica (b) Vista em corte

POTÊNCIA 101
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ESTUDO DE CASO - SPDA

Percebe-se que há uma densidade maior de elementos finitos próximo aos condutores, o que é evi-
denciado na Figura 16.

Figura 16: Maior Densidade de Elementos Finitos Próximos aos Condutores

4.3 Resultados das Simulações


A distribuição do potencial na superfície do solo apresenta maior intensidade na região onde a malha
está posicionada, conforme ilustrado na Figura 16. A resistência de aterramento do modelo obtida por
simulação foi de 36,8Ω.
Nas Figuras 17 a 19 estão apresentadas as curvas dos potenciais ao nível do solo, nas linhas 1, 2 e 3
(vide Figura 14), respectivamente. O potencial máximo obtido foi de 3,12 MV, registrado na linha 2

Figura 17: Distribuição de Potencial na Superfície do Solo

POTÊNCIA 102
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ESTUDO DE CASO - SPDA

Figura 18: Potencial ao Nível do Solo na Linha 1

Figura 19: Potencial ao Nível do Solo na Linha 2

Figura 20: Potencial ao Nível do Solo na Linha 3

POTÊNCIA 103
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ESTUDO DE CASO - SPDA

A Tabela 9 exibe os resultados dos potenciais de toque nas várias condições de recobrimento do solo
e nas duas posições dos modelos de corpo humano no entorno da edificação.

Tabela 9: Potenciais de Toque Máximos no Entorno da Edificação (V)


nº Material de Cobertura Posição 1 Posição 2
1 Sem recobrimento 240,6 x 103 178,1 x 103
2 Concreto 188,6 x 103 135,2 x 103
3 Porcelanato Esmaltado 1,59 x 103 1,16 x 103
4 Estrado de Eucalipto 83,98 1972,15

Observa-se claramente que os níveis mais elevados de tensão de toque manifestam-se na condição
sem recobrimento do solo. Na situação em que há uma calçada de concreto, os valores obtidos superam
a suportabilidade de uma pessoa. Por outro lado, os níveis mais baixos de tensão de toque são regis-
trados quando se emprega um estrado de madeira, nesse caso especificamente o eucalipto vermelho.
Considerando-se o potencial máximo admissível de 2,5 kV, tanto os resultados obtidos para o porcelanato
quanto para a madeira apresentam-se inferiores.

5. Conclusão
Neste trabalho, apresentou-se um estudo de caso de um modelo real de edificação visando determi-
nar os potenciais de toque máximos externos à edificação que podem ocorrer quando de uma eventual
descarga atmosférica direta. Para realizar o estudo, foi necessário o cálculo básico do SPDA baseado na
norma brasileira NBR 5419, uma extensa fundamentação teórica e o levantamento de um elevado número
de dados. Muitos desses dados foram obtidos por pesquisa bibliográfica, outros, em função da ausência
de informações, tiveram de ser obtidos em ensaios laboratoriais.
Quanto à modelagem e simulação, uma dificuldade importante encontrada foi a definição e de-
senvolvimento dos modelos. As geometrias, desenhadas no SolidWorks, se mostraram bastante tra-
balhosas, dados os detalhes da edificação e do sistema de aterramento. Com relação ao tempo das
simulações, estas foram razoavelmente rápidas, com um tempo de aproximadamente uma hora em
cada execução.
A edificação estudada tem como característica específica o teto e as paredes laterais externas re-
vestidas de chapas de aço. Em condições atmosféricas adversas, este tipo de revestimento propicia
uma condição segura às pessoas no interior da edificação. O teto e as paredes metálicas funcionam
como uma blindagem a campos eletromagnéticos e, além disso, não existe possibilidade de contato
direto com as partes eventualmente energizadas na parte interna, pois considera-se que no interior da
edificação existe um revestimento de concreto. No entanto, essa condição não existe na parte externa
da edificação.
Os resultados mostram que se nenhuma medida de proteção externa for adotada, a segurança de
eventuais pessoas na área externa da edificação em condições atmosféricas adversas estaria compro-
metida. No entanto, as simulações mostram também que a utilização de uma calçada com revestimento
em porcelanato ou de um estrado de madeira podem representar uma solução simples para o problema,

POTÊNCIA 104
ARTIGO
ESTUDO DE CASO - SPDA

se colocados no entorno da edificação nos pontos passiveis de contado de seres humanos com a parede
metálica.
Uma análise de risco isolada para esse estudo de caso pode indicar probabilidades de ocorrência de
danos muito pequenas e consideradas admissíveis pelas normas. No entanto, no caso específico deste
estudo, deve-se considerar que a edificação em análise pode estar em um conjunto habitacional amplo
com edificações similares, o que aumenta a probabilidade de ocorrência de danos, e que na região onde
a edificação está inserida foram visualizados casos de ocorrência de descargas atmosféricas ainda duran-
te o período de formação da tempestade. Nesses casos, nem sempre as pessoas estariam em condições
protegidas. Assim, entende-se que mesmo que o risco de danos seja muito pequeno, este deve ser elimi-
nado, principalmente por se tratar da probabilidade de perda de vidas humanas.
Neste trabalho, não foram considerados os fenômenos da ionização do solo, tampouco a variação dos
parâmetros elétricos do solo com a frequência. Assim considera-se que os resultados obtidos são conser-
vadores, ou seja, para o lado da segurança.
Como trabalhos futuros, sugere-se a realização de simulações utilizando a formulação de campo elé-
trico transiente do software Ansys Maxwell, no qual é possível considerar tanto a resistividade elétrica
quanto a permissividade elétrica relativa dos materiais.

Agradecimentos
Os autores agradecem à Empresa CEMAED Engenharia e Execução de Obras, na pessoa do seu pro-
prietário o Eng. Celso T. Leal, pelo fornecimento das informações da edificação utilizada neste estudo de
caso e ao Prof. Dr. Maurício V.F. da Luz, pelas contribuições no texto do trabalho.

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POTÊNCIA 106
ARTIGO
ESTUDO DE CASO - SPDA

Foto: Divulgação
VICTOR MATHEUS AUGUSTINHO RAUPP
GRADUANDO EM ENGENHARIA ELÉTRICA PELO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNISATC.
ATUALMENTE É PESQUISADOR DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNISATC NA ÁREA DE
ATERRAMENTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E SIMULAÇÃO NUMÉRICA PELO MÉTODO DOS
ELEMENTOS FINITOS. TAMBÉM É MONITOR DAS DISCIPLINAS DE ELETROMAGNETISMO E
SISTEMAS DE CONTROLE. TEM EXPERIÊNCIA NA ÁREA DE ENGENHARIA ELÉTRICA, COM
ÊNFASE EM CIRCUITOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS.

VILSON LUIZ COELHO


POSSUI GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA (1979), MESTRADO EM ENGENHARIA
ELÉTRICA (2005) E DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA (2010) PELA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA. REALIZOU UM TRABALHO DE PÓS-DOUTORADO NO
INSTITUTO DE ENERGIA E AMBIENTE DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO EM 2014. ENTRE

Foto: Divulgação
1980 E 2003 ATUOU COMO ENGENHEIRO E GERENTE DA ÁREA DE NORMAS E ESTUDOS
DE DISTRIBUIÇÃO DAS CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA, CELESC. ATUALMENTE É
PROFESSOR DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNISATC E DO INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E
GRADUAÇÃO (IPOG). TEM EXPERIÊNCIA NA ÁREA DE ENGENHARIA ELÉTRICA, COM ÊNFASE
EM TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, ATUANDO PRINCIPALMENTE
NOS SEGUINTES TEMAS: PROTEÇÃO, ATERRAMENTO, DESCARGAS ATMOSFÉRICAS E
SISTEMAS DE POTÊNCIA.

ANDRÉ ABELARDO TAVARES

Foto: Divulgação
POSSUI GRADUAÇÃO, MESTRADO E DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA PELA UNI-
VERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, E EXPERIÊNCIA NA ÁREA DE GESTÃO ACADÊ-
MICA, PROJETOS ELÉTRICOS, LINHAS DE TRANSMISSÃO, SUBESTAÇÕES, PCHS E UHES. JÁ
LECIONOU OU LECIONA AS SEGUINTES DISCIPLINAS: SISTEMAS DE POTÊNCIA, FONTES DE
ENERGIA, GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA, ELETRICIDADE BÁSICA,
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO E ESTÁGIO. COORDENOU O NÚCLEO DE MOBILIDA-
DE ELÉTRICA ENTRE OS ANOS DE 2017 E 2020 E COORDENA O CURSO DE ENGENHARIA
ELÉTRICA DA UNISATC DESDE 2008.

EMANOEL PEREIRA ELIAS


ENGENHEIRO ELETRICISTA FORMADO PELO CENTRO UNIVERSITÁRIO SATC. TEM
EXPERIÊNCIA NA ÁREA DE ENGENHARIA ELÉTRICA, COM ÊNFASE EM CIRCUITOS
MAGNÉTICOS, MAGNETISMOS, ELETROMAGNETISMO E COMPATIBILIDADE
Foto: Divulgação

ELETROMAGNÉTICA. POSSUÍ CONHECIMENTO NA UTILIZAÇÃO DE PROGRAMAS


COMPUTACIONAIS QUE APLICAM MÉTODOS NUMÉRICOS PARA RESOLVER PROBLEMAS DE
ELETROMAGNETISMO. ATUALMENTE, É BOLSISTA DO CNPQ (CONSELHO
NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO) E
PARTICIPA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
CLIQUE ELÉTRICA, NÍVEL MESTRADO, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
AQUI
E VOLTE AO
SANTA CATARINA (UFSC) NA ÁREA DE ELETROMAGNETISMO E
DISPOSITIVOS ELETROMAGNÉTICOS.
SUMÁRIO

POTÊNCIA 107
ARTIGO
INFRAESTRUTURA

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Fot

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E VOLTE AO
SUMÁRIO

Dicas de Dimensionamento de
Barramentos Blindados em Edifícios
de Uso Coletivo Com Limitação
Pecuniária de Queda de Tensão

S
im, o título é estranho. Limitação pecuniária de queda de tensão.
Barramentos blindados em edifícios de medição centralizada (na verdade, deveria ser leitura
centralizada) alimentam as unidades autônomas do empreendimento através de um condutor
coletivo que distribui a energia elétrica nos pavimentos.
Nos pavimentos, são instaladas as caixas para os medidores de energia com os dispositivos de prote-
ção geral do pavimento e individuais das unidades.
Estando o medidor de energia localizado no andar, as perdas térmicas pelo efeito Joule, desde o ponto
de entrega até o andar, não são percebidas pelo medidor de energia e, consequentemente, não geram
receita financeira para as concessionárias.
Essa perda de energia poderia ser facilmente compensada com a instalação de um medidor totalizador
na entrada do edifício e essa eventual perda térmica seria incorporada na fatura da administração do con-
domínio. Porém, as concessionárias preferem limitar substancialmente a queda de tensão no barramento
blindado, com limites muito inferiores do que prescreve a norma ABNT NBR 5410. Essa exigência tem
objetivos meramente pecuniários e não técnicos.

POTÊNCIA 109
ARTIGO
INFRAESTRUTURA

Esses limites de queda de tensão impostos pelas concessionárias variam entre 1,00 % e 2,00 % com
exceção da Light Rio, que permite 3,00 %.
Dessa forma, as correntes nominais dos barramentos blindados, determinadas pelas tabelas de queda
de tensão, superdimensionam a capacidade de condução de corrente, aumentando significativamente o
custo da instalação.
Como atenuante, algumas concessionárias permitem testar os barramentos blindados com 50% da
corrente nominal. Com temperaturas menores, cai o parâmetro de queda de tensão, mas isso é muito
pouco.
Esse artigo não vai tratar de cálculos de demanda. Aqui vamos tratar apenas do dimensionamento dos
barramentos blindados para atendimento dos limites máximos admissíveis de queda de tensão prescritos
pelas concessionárias.
Como estamos sujeitos à limitação pecuniária de queda de tensão, esse dimensionamento deve ser
muito criterioso para não se onerar ainda mais o empreendimento.
É importante salientar que a determinação da corrente nominal de barramentos blindados é uma con-
sequência da multiplicação direta de três fatores:

1. do comprimento do barramento blindado;


2. da corrente de demanda; e
3. do parâmetro de queda de tensão “teórico” que resulte no limite máximo admissível de queda de
tensão

Esse último deve ser ajustado pelos fabricantes de barramentos blindados, uma vez que cada fabri-
cante tem parâmetros distintos de queda de tensão para as mesmas corrente nominais.
A somatória dos resultados dessa multiplicação, trecho a trecho, deve ser igual ou inferior à queda
de tensão máxima especificada em projeto.
Essa é a forma correta de se determinar o dimensionamento de um barramento blindado que não
depende da corrente nominal dele, mas sim e, principalmente, do limite máximo admissível de queda
de tensão.
Dessa forma, projetos claros indicam parâmetros teóricos de queda de tensão distintos daqueles
praticados pelos fabricantes de barramentos blindados. Essa diligência é normal até porque não favo-
rece qualquer fabricante. Cada fabricante deve adaptar a planilha do projeto para os dados certifica-
dos dos seus parâmetros próprios de queda de tensão.
Como o comprimento do barramento blindado tem consequência direta na determinação da cor-
rente nominal, qualquer redução de percurso não somente reduz o comprimento, como promove a
redução da queda de tensão, com consequente possibilidade da adoção de um barramento blindado
menor.
A tabela de queda de tensão é a informação mais importante que deve constar em um projeto com
barramentos blindados. Infelizmente, muitas vezes essas tabelas ficam anexadas em memoriais que
dificilmente chegam para os fabricantes que participam da concorrência. Difícil ver em projetos essas
tabelas nas folhas dos barramentos blindados.

POTÊNCIA 110
ARTIGO
INFRAESTRUTURA

Muitas vezes, e de forma errada, essas tabelas indicam um parâmetro de queda de tensão de al-
gum fabricante específico e não informam a queda de tensão à montante da caixa de manobras do
barramento blindado. Difícil saber então qual o limite máximo de queda de tensão que devemos usar.
Projetos com barramentos blindados poderiam ser bem simples e apresentados em uma única folha.
Isso facilitaria o entendimento não somente dos fabricantes, como do cliente final. A concorrência ficaria
mais simples, justa e confiável.
Essa folha de especificação deveria conter as seguintes informações:
1. Planilha do Cálculo de Queda de tensão;
2. Desenho detalhando a caixa de medidores e seus acessórios;
3. Percursos horizontais e verticais;
4. Especificações de aterramento, homologação de fabricantes, tipo de condutores, definições etc.

Essa folha poderia ter um aspecto semelhante à figura 1:

Figura 1

POTÊNCIA 111
ARTIGO
INFRAESTRUTURA

A tabela de queda de tensão deve conter as informações da figura 2. Preferencialmente, com parâ-
metro de queda de tensão teórico mínimo no limite da queda de tensão máxima admissível para aquele
empreendimento:

Figura 2

As caixas de medidores devem detalhar as proteções geral do andar e individuais das unidades autô-
nomas (figura 3). Muitas vezes, os dados da capacidade nominal de interrupção máxima em curto-circuito
(Icu) dos disjuntores não vem especificada. Quanto melhor é o barramento blindado e, principalmente,
nas capacidades de condução de corrente mais altas, menor é a sua impedância. Isso faz com que os
níveis de Icu sejam altos nas proteções das caixas de medidores. Essa informação é muito importante e
deveria constar em todos os projetos.

Figura 3

POTÊNCIA 112
ARTIGO
INFRAESTRUTURA

O fabricante do barramento blindado deve sempre comparar os comprimentos dos barramentos com a
tabela de queda de tensão e, eventualmente, sugerir percursos alternativos que resultem em diminuição do
comprimento, reduzindo a queda de tensão e a capacidade de condução de corrente. Para isso é funda-
mental que os percursos dos barramentos blindados estejam bem evidenciados nos projetos, incluindo os
trechos verticais do edifício. Não se pode confiar apenas nas distâncias informadas nas tabelas de queda de
tensão. Muitos projetos informam dados diferentes na tabela, se comparados com os percursos das plantas.

Percursos horizontais (figura 4):

Figura 4

POTÊNCIA 113
ARTIGO
INFRAESTRUTURA

Percursos verticais (figura 5)

Figura 5

Os fabricantes de barramentos blindados têm configurações distintas de seus condutores e as di-


mensões mínimas do shaft (poço vertical) devem constar dessa folha para comprovar que o sistema
(barramentos e caixas de medidores) está dimensionalmente compatível com o espaço determinado pela
arquitetura (figura 6).

POTÊNCIA 114
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INFRAESTRUTURA

Para projetos atendidos pela ENEL, por exemplo, essas dimensões devem estar de acordo com as
prescrições constantes do LIG-BT-2014, desenho 113, sequencias1/4 até 4/4.

Figura 6

Essa folha deve também informar as especificações mínimas dos barramentos blindados e seus acessórios.
Não devem conter dados construtivos, uma vez que podem eliminar fornecedores da concorrência.
Basta informar que o fabricante deve estar homologado na concessionária de energia e atender as pres-
crições da norma ABNT NBR IEC 61439-6.

Especificação mínima:
1. Definição: Elemento de um sistema de linha elétrico pré fabricado completo com barras, seus su-
portes e isolação, invólucro externo, bem como eventuais meios de fixação e conexão a outros
elementos, com ou sem recurso de derivação, destinados a alimentar e distribuir energia elétrica
em edificações para uso residencial, comercial, público e industrial, comumente conhecido como
Barramento Blindado ou somente Bus-way
2. Aterramento: A função do condutor de proteção (PE) pode ser exercida pela carcaça do barramento
blindado, conforme seção equivalente informada pelo fabricante e relatórios de ensaios de eficácia
do circuito de proteção, conforme NBR-IEC-61439-6 e atender às prescrições da NBR-5410
3. O fabricante : Os fabricantes dos barramentos blindados e seus acessórios devem ser homologa-
dos na concessionária de energia local e seus produtos devem obedecer às prescrições constantes
na NBR IEC 61439-6
4. Os condutores: Os condutores ativos do barramento blindado devem ser constituídos de barras de
cobre eletrolítico ou alumínio

POTÊNCIA 115
ARTIGO
INFRAESTRUTURA

5. Elementos de percurso : Cotovelos, elementos de dilatação térmica, elementos corta fogo, desvios,
elementos de redução da capacidade de condução de corrente com ou sem proteção , devem
constar do projeto executivo do fabricante do barramento blindado
6. Grau de proteção : O grau de proteção dos barramentos blindados deve obedecer as prescrições
constantes dos:
◗ Especificação da concessionária local
◗ ABNT-NBR- 16019

A especificação de um barramento blindado deve ser feita de forma a:


◗ Facilitar a compreensão do cliente;
◗ Ser a mais simples possível, evitando-se ao máximo o uso de dados de fabricantes específicos.

Abaixo estão quatro exemplos de informações constantes em vários projetos que NÃO devem constar
das especificações, uma vez que limitam o poder de concorrência entre fornecedores.
1. A blindagem dos Barramentos Blindados deverá ser confeccionada em aço com espessura não
inferior a 1,8 mm.
2. Pré Tratamento : Remoção, por via química, de impurezas superficiais, óleos e graxas (desengraxe),
pós, pastas anteriormente aplicadas para polimento e análogos (decapagem); o limpeza por pro-
cesso de jateamento através de granalha metálica, para garantia de maior rugosidade às superfí-
cies (a rugosidade adequada garantirá a posterior deposição de camadas de proteção de Zinco e
grandes espessuras de tintas protetoras)
3. Para dimensionamento da corrente nominal, a elevação máxima de temperatura acima da tempe-
ratura ambiente (40ºC) deverá ser de no máximo XX ºC;
4. A barra de neutro deverá possuir seção equivalente a 1,X vezes a seção das fases

Se o fabricante é homologado na concessionária de energia, é porque realizou todos os testes pres-


critos na ABNT NBR IEC 61439-6. Caso haja no projeto qualquer informação distinta do seu produto em
relação à especificação, o fabricante não poderá participar da concorrência mesmo que tenha testado e
aprovado integralmente o seu produto.
Dessa forma a recomendação é que sejam informados apenas os dados básicos. O fabricante é quem
deve apresentar os seus dados garantidos que atendam o fornecimento de acordo com as especificações
normativas.
Solicite sempre do fabricante de barramentos blindados a tabela dos dados certificados e confira
com os dados publicados no site da concessionária de energia local.

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CARLOS FREDERICO BOMEISEL ENGENHEIRO METALURGISTA,
PÓS-GRADUADO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS, COMERCIAIS E INDUSTRIAIS.
E VOLTE AO CONSULTOR TÉCNICO DA DIVISÃO DE BARRAMENTOS BLINDADOS
SUMÁRIO DA NOVEMP INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA

POTÊNCIA 116
ARTIGO
AMBIENTE FABRIL

Como a automação
permite que as empresas
atendam aos objetivos
de sustentabilidade CLIQUE
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SUMÁRIO

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E
mpresas inovadoras já têm no seu radar de que para alcançar seus objetivos de sustentabilidade
é preciso adotar uma visão holística dos meios de produção – uma abordagem que requer assu-
mir desafios. Pesquisas indicam que os princípios ESG (Environmental, Social and Governance)
subiram para o topo da lista de prioridades para as organizações líderes em todo o mundo – na
verdade, 60% já se comprometeram com emissões líquidas zero de gases de efeito estufa (GEE), segun-
do a consultoria PwC.
Mas definir ações ousadas como metas líquidas zero só funciona com planos bem pensados para atin-
gir esses objetivos de sustentabilidade, juntamente com métodos para mensurar se a organização está no
caminho certo para alcançá-los.
Por isso, para incorporar a sustentabilidade ao negócio como uma vantagem competitiva e apoiar a
construção de uma sociedade mais justa, é preciso ir além do básico e uma das alternativas é a implemen-
tação de soluções em automação e análise de dados nas instalações e chão de fábrica.

POTÊNCIA 117
ARTIGO
AMBIENTE FABRIL

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A automação pode desempenhar um papel significativo no apoio aos objetivos de sustentabilidade,
melhorando a eficiência operacional, reduzindo o consumo de recursos e minimizando o impacto ambien-
tal. Ao aproveitar as capacidades de melhoria oferecidas por tecnologias como a robótica, a inteligência
artificial e a IoT, as empresas podem otimizar os seus processos de produção, aumentar a segurança dos
trabalhadores e alcançar resultados sustentáveis.

Automação é a base da Indústria 4.0


e da sustentabilidade
As tecnologias de automação – desde sistemas de gerenciamento abrangentes e análises até o con-
trole final – são os pilares da Indústria 4.0, funcionando como um sistema nervoso central para a manu-
fatura, permitindo que os operadores obtenham dados em tempo real, monitorando e controlando com
segurança as operações.
Para ajudar a reduzir o consumo de energia e melhorar a eficiência da produção, sistemas de automa-
ção podem otimizar todo o ciclo de vida da produção, desde o projeto até a manutenção. Ao aproveitar
as sinergias combinadas de controladores e softwares de visualização, é possível aliar alto desempenho,
redução de custos, confiabilidade e sustentabilidade.
Além disso, recursos como manutenção preditiva e monitoramento de emissões podem fornecer às or-
ganizações visibilidade em tempo real, entregando insights que geram registros precisos para identificar
melhorias nos processos e impulsionar os objetivos ESG.
Ao final, o que temos é que somente com a implementação de sistemas inovadores, incluindo soluções
de automação, será realmente possível impulsionar e atingir os objetivos de sustentabilidade, gerando
mais valor para o negócio e seus stakeholders.
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ROBERTO MARQUES GERENTE GERAL DA
SUMÁRIO DIVISÃO CNC NA MITSUBISHI ELECTRIC BRASIL

POTÊNCIA 118
ARTIGO
MERCADO SOLAR

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SUMÁRIO

Habilidades comportamentais
e a performance das
empresas fotovoltaicas
U
ma pesquisa realizada em 2018 no Brasil mostrou que 90% das contratações no País são feitas a
partir de critérios técnicos, utilizando como principal ponto de avaliação a experiência do profis-
sional com determinado conhecimento específico. Em contrapartida, mais de 90% as demissões
acontecem por incompatibilidade comportamental.
Isso evidenciou um assunto muito polêmico relacionado às hard e soft skills, termos usados para de-
terminar qualificações técnicas (hard) e comportamentais (soft), respectivamente. No mercado de energia
solar fotovoltaica, os gestores sempre apontaram a baixa qualificação de profissionais como problema
grave e desafio operacional para o sucesso das empresas.
O forte crescimento da demanda em um curto intervalo de tempo não proporciona um ambiente natu-
ral para a maturação dos profissionais, muitos deles que migram de outros mercados. Assim, o que pode
ser percebido neste setor, atualmente, é que habilidades técnicas, tão demandadas alguns anos atrás,
estão reduzindo sua importância em relação às características comportamentais dos colaboradores.
Diante destas constatações, se as empresas contratam por conhecimento técnico e depois perdem os
colaboradores pelo comportamento, não seria melhor inverter esta lógica e contratar comportamento para
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POTÊNCIA 119
ARTIGO
MERCADO SOLAR

depois treinar conhecimentos? Os conhecimentos técnicos podem ser treinados, desde que a empresa
tenha esforços e recursos dedicados à capacitação e reciclagem. Além disso, com a evolução tecno-
lógica cada vez mais acelerada, ferramentas e metodologias aplicadas hoje não irão funcionar ama-
nhã. Por esses motivos, habilidades comportamentais bem desenvolvidas são muito mais eficazes para
aumentar a performance das equipes e garantir parcerias de maior longevidade entre profissionais e
empresas do setor.
Dentre as habilidades comportamentais mais requisitadas, podemos destacar: capacidade de
aprendizado, gestão emocional e comunicação. Esta última, quando bem trabalhada, permite otimizar
o trabalho em equipe e a passagem de informação de forma clara e coerente. Seja em vendas ou en-
genharia, muito pouco adianta a empresa ter grandes soluções, se a informação não é compreendida
por seus clientes. Ou, quando a empresa tem um plano de ação específico que envolve um grupo de
pessoas, se a comunicação não for assertiva, os detalhes ficam perdidos e o projetos podem ser com-
prometidos.
Vale lembrar que quando o assunto é comunicação, o receptor é o mais importante. A forma como a
mensagem é transmitida deve levar em consideração o perfil do receptor e não apenas o que o transmis-
sor acha que está passando.
Em relação à resiliência, é possível criar um paralelo com o fit cultural entre a empresa, colaborador e
o mercado. Ou seja, uma pessoa que compartilha dos mesmos valores e tem sua motivação ligada ao que
a empresa faz tem muito mais capacidade de aprender coisas novas, resolver problemas complexos e
suportar pressões. Por este motivo, essa soft skill é cada vez mais valorizada: porque dá resultados. Todos
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POTÊNCIA 120
ARTIGO
MERCADO SOLAR

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nós desistimos mais facilmente quando estamos trabalhando em algo que não julgamos muito importante.
Além disso, com aderência ao fit cultural, um profissional trabalha de forma mais colaborativa, melhoran-
do seu ambiente de trabalho e a relação com os demais profissionais de seu ambiente, bem como com
fornecedores e clientes.
A gestão emocional, por sua vez, é a capacidade que uma pessoa tem de lidar, de forma harmônica,
com as variáveis que o mundo apresenta. Sabemos que muitas coisas que acontecem com colegas de
trabalho, clientes e com o mercado, de forma geral, não dependem da nossa vontade. Pessoas com boa
habilidade emocional entendem que devem trabalhar nas variáveis que elas mesmas controlam e prepa-
rar planos para contornar objeções originadas de variáveis que não controlam. Assim, o foco e a energia
ficam para estudos, prospecção de clientes, estratégias, indicadores de controle, esforço, entre outros.
Absorver problemas que não estão no nosso controle ocupa um espaço no dia a dia que poderia ser de-
dicado à produção de novas ideias, projetos e metodologias. Fragilidade emocional e dificuldades de traba-
lho em equipe são sabotadores de performance e, consequentemente, de resultados individuais e coletivos.
Portanto, o desafio para as empresas fotovoltaicas, que recentemente atingiram a marca histórica
de 1 milhão de empregos acumulados desde 2012, segundo dados recentes da Associação Brasileira
de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), – e vão continuar contratando nos próximos anos, é de es-
tabelecer modelos eficientes de contratação e de gestão de pessoas, com metodologias e análises
objetivas de desempenho. Tudo isso para o aprimoramento ainda maior das atividades do setor solar
fotovoltaico, que terão papel cada vez mais fundamental no desenvolvimento social, econômico e am-
biental do Brasil.

PEDRO DRUMOND DIRETOR DA RH RENOVÁVEIS E


COORDENADOR ESTADUAL DA ABSOLAR EM SÃO PAULO
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RODRIGO SAUAIA CEO DA ABSOLAR

SUMÁRIO RONALDO KOLOSZUK PRESIDENTE DO CONSELHO


DE ADMINISTRAÇÃO DA ABSOLAR

POTÊNCIA 121
VITRINE

PLACA ADAPTADORA
A HMS Networks lançou a Placa adaptadora para Raspberry Pi, oferecendo aos fabricantes de dispo-
sitivos industriais um método simplificado para testar e avaliar o Anybus CompactCom, uma interface de
comunicação pronta a utilizar que liga dispositivos a qualquer rede industrial. Enquanto outras placas adap-
tadoras foram concebidas para testar módulos Anybus CompactCom com plataformas de microcontrola-
dores STM32 ou NXP (anteriormente Freescale), esta nova placa adaptadora foi especificamente criada
para utilização com o Raspberry Pi. A nova placa adaptadora oferece: Compatibilidade com o amplamente
popular Raspberry Pi. Instalação e utilização fáceis. Total compatibilidade com o Host Application Example
Code (HAEC) da Anybus, cuja transferência é gratuita. Andreas Stillborg, gestor de Produtos Integrados
Anybus na HMS Networks, explica: “O Raspberry Pi é incrivelmente popular, com mais de 45 milhões de
unidades em utilização em todo o mundo. Muitos dos nossos clientes já possuem um Raspberry Pi e estão
familiarizados com o mesmo. Por esse motivo, quisemos desenvolver uma placa adaptadora que permitis-
se aos nossos clientes usar facilmente o Raspberry Pi para testar e avaliar módulos Anybus CompactCom.”

NOVOS MÓDULOS
A Canadian Solar, líder global na produção de módulos fotovoltaicos e a única fabricante de
soluções completas para energia, anunciou o lançamento de dois modelos de módulos com
tecnologia TOPCon N-type, equipados com a nova célula 182R e potência de até 620W, co-
eficiente de temperatura de 0,29%/°C e de vidro duplo também no modelo monofacial. Além
disso, os novos módulos atingem potências superiores a 600w, que comumente eram atribu-
ídos a módulos grandes. O módulo Canadian oferece mais potência em tamanhos versáteis,
por isso é mais eficiente e proporciona os benefícios logísticos e economia na instalação de
maneira geral. Com os mais recentes avanços globais, esse lançamento marca um novo ca-
pítulo na oferta de soluções de energia solar no Brasil, já que o novo padrão visa oferecer
maior potência e otimização de uso do contêiner, com 98,5% de cubicação para reduzir custos e melhorar
o planejamento de sistemas e usinas fotovoltaicas. Além de permitir mais peças por container, os novos
módulos ampliam a relação Watt pico (Wp) por container em 7,51%. Os modelos TOPCon N-Type atualiza-
dos são o TOPBiHiKu6 CS6.1-72TB bifacial, e o TOPHiKu6 CS6.1-72TD monofacial com vidro duplo.

TECNOLOGIA DE QUARTA GERAÇÃO


A Novvalight, com 25 anos de atuação como fabricante de luminárias industriais, está ampliando seu
portfólio com o lançamento da luminária linear led LUCCA G4, indicada para áreas de supermercados, far-
mácias, lojas de departamentos, concessionárias, atacado, varejo, galpões e ambientes de uso geral, de
grande ou pequeno portes. O novo produto está disponível em versões de sobrepor ou pendente, com op-
ções de módulo de emergência acoplável e dimerização. “A LUCCA G4 garante a representação precisa das
cores para destacar produtos e ambientes e propiciar uma experiência de consumidor mais agradável”, ex-
plica Roberto Payaro, CEO da Novvalight. Segundo o executivo, a nova luminária, desenvolvida internamente
com tecnologia de 4ª geração, redefine os padrões de eficiência e versatilidade e gera um resultado
mais confortável, natural, econômico e sustentável. “Nossa luminária transforma qualquer ambiente
em um local mais agradável e atraente, independente de situações de iluminação assimétrica, ou
seja, entre prateleiras, corredores e fachadas internas”. Por conta da mais recente tecnologia
CLIQUE LED, a LUCCA G4 reduz custos no consumo de energia, manutenção e instalação, propor-
AQUI
E VOLTE AO
cionando uma iluminação descomplicada e duradoura, com variedade de ópticas prontas
para atender a demandas de low bay e high bay, com alta per-
SUMÁRIO formance e robustez.
POTÊNCIA 122

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