Você está na página 1de 3

SANTOS, M. J. V. C.

A representação da informação em arquivos: viabilidade de uso


dos padrões utilizados na biblioteconomia. Acervo - Revista do Arquivo Nacional,
Rio de Janeiro, v. 20, n. 1/2, p. 57-66, jan./dez. 2007. Disponível em:
http://revista.arquivonacional.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/72/72.
Acesso em: 15 maio 2019.

O artigo “A Representação da Informação em Arquivos: viabilidade de uso dos


padrões utilizados na biblioteconomia”, publicado em Acervo – Revista do Arquivo
Nacional, é da autoria de Maria José Veloso da Costa – professora substituta do
curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação na Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Ciência da Informação e atua como
bibliotecária e documentalista na seção de memória e arquivo do Museu Nacional
(UFRJ) –, expõe a evolução dos padrões internacionais para a descrição da
informação até o estabelecimento dos códigos e o desenvolvimento tecnológico, que
propiciou a criação de novos recursos para a organização, gestão e recuperação da
informação; analisa a padronização de entradas de entidades coletivas pelo Código
de Catalogação Anglo-Americana (AACR2) e seu possível uso no registro de
autoridade arquivística para entidades coletivas, pessoas e família.
Descreve a evolução dos padrões desde a Antiguidade, abordando as
primeiras tentativas de organização de catálogos, como o Pinakes, composto por
Callimachus, utilizado na Biblioteca de Alexandria; passando pela Idade Média, no
início do trabalho dos monges copistas até o século XV, com o advento da imprensa
que trouxe avanços, como o catálogo de Amplonius Rating de Berka e a bibliografia
compilada por Johannes Trithemius, prevendo a recuperação pelo autor por meio de
um índice. No século XVI, elege-se a bibliografia compilada de Gesner, organizada
por autor, incluindo índice de assuntos, instruções de organização de livros e um
sistema de classificação. Do século XVII ao XIX, surgiram os primeiros códigos que
visavam melhor recuperação da informação e, impulsionados pelo movimento
iluminista, criaram-se trabalhos na França, como o de Gabriel Naudé, sobre a
importância dos catálogos. No final do século XVIII, surgiu o primeiro código
nacional de catalogação e, no século seguinte, iniciou-se a catalogação normalizada
com o surgimento de diversos códigos nacionais. O estabelecimento dos códigos
ocorreu no século XX, com a união de três instituições dos Estados Unidos, Reino
Unido e do Canadá, que originaram o Código de Catalogação Anglo-Americana
(AACR).
Com o desenvolvimento dos recursos computacionais, durante os séculos XX
e XXI, surgiram novos formatos de intercâmbio de registros bibliográficos, visando
acompanhar os avanços da sociedade, além disso, a progressão da Internet fez
emergir a democratização do conhecimento por meio de catálogos eletrônicos e
on-line, fazendo com que o usuário tenha acesso público aos catálogos,
independentemente de sua localização. A Internet também tornou disponível o
excesso de informações em rede desprovida de organização, em consequência
foram elaborados metadados – como o Dublin Core – que descrevem as
características dos recursos eletrônicos, compatibilizando com as bases de dados
existentes e que permitem melhor visualização pelos motores de busca, dessa forma
facilitando a recuperação da informação eletrônica.
Após relatar a evolução dos padrões para a representação da informação, a
autora aborda sobre a padronização dos cabeçalhos para entidades coletivas e a
recuperação da informação nos arquivos. Debate sobre a definição de entidade
coletiva que, de acordo com alguns autores, a autoria coletiva tem sido
constantemente um assunto problemático, em vista disso, em 1976, a Federação
Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA) criou um grupo para
discutir sobre a uniformização internacional da forma e da estrutura dessas
entradas. O grupo recomenda que as agências bibliográficas nacionais preservem a
forma de entrada mais adaptada às necessidades linguísticas e culturais, e que
estabeleçam formas de controle universal para autores corporativos, associados a
um número internacional, de modo que facilite o intercâmbio.
Porém no campo dos arquivos, a Norma Internacional de Registro de
Autoridade Arquivística para Entidades Coletivas, Pessoas e Famílias – ISAAR
(CPF) representa uma ferramenta fundamental para o controle de autoridades de
produtores de arquivos, contudo, não define regras para o controle de autoridades e
recomenda o uso de normas nacionais e internacionais vigentes, e prevê também a
possibilidade de compartilhar dados fora do domínio arquivístico.
A autora questiona sobre as diferenças das regras de cabeçalhos para
entidades coletivas entre o AACR2 (2002) e o ISAAR (CPF), e sobre a relevância do
uso das regras para a escolha da forma autorizada dos nomes para produtores de
arquivos, ademais, supõe que o RDA (Recursos: Descrição e Acesso) resolva esses
problemas com a incorporação dos Requisitos Funcionais para Registros
Bibliográficos (FRBR). Santos conclui que a padronização da representação da
informação deve ser estruturada de forma coerente, atendendo às necessidades de
buscas de usuários de arquivos, além de bibliotecas. Pois, os arquivos também
devem propiciar a democratização da informação com o apoio das tecnologias de
informação que possibilitam ao usuário encontrar informações através de um
catálogo de acesso público e on-line.

Você também pode gostar