Você está na página 1de 16

Engenharia de Segurança do Trabalho 2014

Higiene do Trabalho IV

Especialização em
Engenharia de
Segurança do Trabalho
Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva
HOC-070
rogeriob@unisinos.br

Higiene do Trabalho IV

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva


HOC-070
rogeriob@unisinos.br

Transferência de Calor
e o Corpo Humano
(Parte 2)

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 1


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Termorregulação
• A temperatura interna do corpo é praticamente
constante, variando aproximadamente de 36º a
37,5ºC.
• A termorregulação cria condições para impedir
grandes variações da temperatura interna do
corpo.
• A temperatura da pele é de 2º a 4ºC menor que
a temperatura interna do corpo (central).

Termorregulação
• O corpo humano tem uma capacidade limitada
para ajustar temperaturas extremas (calor) e
alta umidade e é controlada pelo hipotálamo.

Termorregulação

Câmera termográfica

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 2


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Termorregulação (calor)
• As ações para manter a termorregulação causam
desconforto e estresse, podendo em alguns casos gerar
danos irreversíveis.

Termorregulação (calor)
• Os principais mecanismos (calor):
– Elevar a temperatura da pele - vasodilatação dos
vasos sanguíneos próximos à pele (transferência
interna de calor);
– Elevar a frequência cardíaca – aumento do fluxo
sanguíneo;
– Produção de suor – evaporação (transferência externa
do calor).
• Se as medidas anteriores não forem suficientes,
irá ocorrer uma elevação da temperatura central.

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 3


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Termorregulação (frio)

Termorregulação (frio)
• Os principais mecanismos (frio):
– Reduzir a temperatura da pele - vasoconstrição dos
vasos sanguíneos próximos à pele (reduzir a
transferência interna de calor);
– Calafrios e tremores para aumentar o metabolismo;
– A princípio, irá elevar a frequência cardíaca – aumento
do fluxo sanguíneo para a cabeça e para o tronco;
– Após isso, haverá uma redução do metabolismo e da
frequência cardíaca.

Termorregulação (frio)
• Os principais mecanismos (frio):
– Desligamento das demais funções do organismo.
– Ataque cardíaco (fibrilação ventricular).

• Se as medidas anteriores não forem suficientes,


irá ocorrer uma redução da temperatura central,
podendo levar a morte.

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 4


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Termorregulação (frio)

Vander’s Human Physiology


Widmaier, E.P. et al.

Termorregulação (frio)
Hipotálamo
Set Point = 37ºC

Sensores térmicos Efeito: vasoconstrição


Periféricos e centrais da pele e tremores

Estimulo Externo
Temperatura do Corpo
= 34ºC

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 5


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Equilíbrio térmico

Variação Temp. Interna (Ciclo circadiano)


Fonte: Iida, I. Ergonomia: Projeto e Produção. 2010.

Trocas térmicas

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 6


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Escala de Sensação Térmica (Fanger)

Equilíbrio térmico
Cada indivíduo possui uma temperatura corporal
neutra, descrita como aquela em a pessoa não
prefira sentir nem mais frio e nem mais calor no
ambiente e nem necessite utilizar seu mecanismo
de termorregulação.

Equilíbrio térmico
Cálculo do equilíbrio térmico

∆S = (M – W) ± C ± R - E

Onde: ∆S: Taxa de calor armazenada no corpo (W/m²)


M: Taxa de metabolismo (W/m²)
W: Taxa de trabalho mecânico (W/m²)
C: Perda/ganho de calor por convecção (W/m²)
R: Perda/ganho de calor por radiação (W/m²)
E: Perda de calor por evaporação (W/m²)

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 7


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Taxa de Metabolismo
• O processo metabólico libera calor
continuamente e a sua produção é maior com o
aumento da atividade física executada.
• A taxa de metabolismo representa a quantidade
de calor que o sistema termorregulador precisa
trocar com o ambiente para que o equilíbrio
térmico do corpo possa ser mantido e assim é
um dos fatores determinantes do trabalho desse
sistema.

TROCAS DE CALOR

Metabolismo

Metabolismo: calor produzido pela pessoa.

Taxa de Metabolismo
• A sensação de conforto térmico é inversamente
proporcional ao trabalho do sistema
termorregulador.

Trabalho do sistema
Conforto
Termorregulador

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 8


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Taxa de Metabolismo
• Depende da:
– Idade
– Sexo
– Altura
– Peso
– Atividade física
– Outros fatores

Interessante:
Cinco omeletes e 3 sanduíches no
café da manhã; conheça dieta de
Phelps.
O nadador americano consome 12.000 calorias todos os
dias. Phelps começa o dia com três sanduíches de ovos
fritos, três panquecas de chocolate, cinco omeletes, três
pedaços de torrada francesa e uma tigela de mingau de
milho. No almoço, o nadador come meio quilo de
macarrão, dois sanduíches de presunto e queijo e litros de
bebidas energéticas. Na última refeição do dia, ele
termina com a quantidade de massa restante, além de
pizza e mais bebidas energéticas.

Taxa de Metabolismo
• Pode ser determinado:
– pelo teste ergoespirométrico;
– estimado por tabelas de acordo
com a atividade física.

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 9


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Taxa de Metabolismo
• Equação proposta por NISHI (1981):

Onde:
RQ – Quociente respiratório, razão entre o volume de CO2 produzido e
o volume de O2 inalado, varia de 0,83 (repouso) a 1,0 (atividade
pesada);
As – área de superfície do corpo, 1,8 m² para adultos;
Qoxy – consumo de oxigênio em litros por hora.

Taxa de Metabolismo
Fonte: Norma Regulamentadora nº 15 – Anexo 3.

Taxa de Metabolismo

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 10


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Estudo
Gasto energéticos dos coletores de
lixo.
No estudo realizado com os garis de Florianópolis, na
atividade de trabalho, um gari gasta em média 398
Kcal/h com desvio padrão de 83 Kcal/h, o valor máximo
encontrado foi de 632 Kcal/h. Em uma jornada de
trabalho de 10 horas em alguns casos, o gari pode ter a
necessidade de ingestão de 5000 Kcal/dia. O estudo foi
conduzido nos meses de junho e julho (inverno).

Fonte: http://www.eps.ufsc.br/disserta98/duarte/

Estudo
Gasto energéticos dos coletores de
lixo.
No estudo realizado com os garis de Florianópolis, na
atividade de trabalho, um gari gasta em média 398
Kcal/h com desvio padrão de 83 Kcal/h, o valor máximo
encontrado foi de 632 Kcal/h. Em uma jornada de
trabalho de 10 horas em alguns casos, o gari pode ter a
necessidade de ingestão de 5000 Kcal/dia. O estudo foi
conduzido nos meses de junho e julho (inverno).

TROCAS DE CALOR Radiação

Radiação

Radiação
Metabolismo

Radiação: troca de calor sem presença de um meio específico,


ondas eletromagnéticas.
84

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 11


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Radiação
• É a taxa de radiação infravermelha entre a fonte
de calor radiante e a superfície de exposição da
pele da pessoa e as roupas.

Radiação
• Segundo Wadden and Scheff a energia transferida para
o corpo por radiação pode ser expressa por:

Onde: As – área de superfície do corpo, 1,8 m² para adultos;


Ts – temperatura da pele em K, 35º C (308 K);
K – fração da pele exposta à atmosfera, 0,6 para pessoa vestida
completamente e 1,0 para pessoa nua;
Tw – temperatura da parede em K (calculada por uma equação).

Radiação
• A temperatura da parede é dada por:

• Onde: TG – temperatura de globo em K;


TBS – temperatura da bulbo seco em K;
UA – velocidade do ar em m/s.

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 12


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

TROCAS DE CALOR Radiação

Radiação

Radiação
Metabolismo

Condução

Condução: troca de calor por meio do contato entre os corpos.

Condução
• É a transferência de calor entre a superfície de
contato do homem com o meio, geralmente o
piso.
• Sob o ponto de vista prático pode ser
considerado próximo de zero, pois caso a
superfície de contato tenha uma variação
considerável ira exigir a utilização de uma
barreira de proteção, em geral, calçados
especiais.

TROCAS DE CALOR Radiação

Radiação

Convecção

Radiação
Metabolismo

Condução

Convecção: troca de calor entre os corpos por meio de um fluido - ar.

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 13


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Convecção
• É a taxa de transferência de calor pelos fluidos
em que a pessoa está imersa (ar atmosférico ou
água) dado pela variação da temperatura entre
a pele da pessoa e a temperatura do ar (água)
no ambiente nas proximidades da pele.

Convecção
• Segundo Wadden and Scheff a energia transferida para
o corpo por convecção pode ser expressa por:

Onde: As – área de superfície do corpo, 1,8 m² para adultos;


Ts – temperatura da pele em K, (≈ 35º C - 308 K);
K – fração da pele exposta à atmosfera, 0,6 para pessoa vestida
completamente;
TBS – temperatura de bulbo seco em K.
UA – velocidade do ar em m/s

TROCAS DE CALOR Radiação

Radiação

Evaporação

Convecção

Radiação
Metabolismo

Condução

Evaporação: ocorre por expiração e transpiração.


93

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 14


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Evaporação
• Pode ser por transpiração e expiração.
• A evaporação de água (suor) ou outros líquidos
da pele ou da superfície da roupa resulta na
perda de calor do corpo.
• A perda ocorre pelo calor latente, o líquido
(suor) retira calor do corpo sólido (pele).
• A evaporação de 1g de água elimina em torno
de 0,59 Kcal.

Evaporação
• Segundo Wadden and Scheff a evaporação máxima de
toda a superfície do corpo coberta por suor pode ser
expressa por:

Onde: As – área de superfície do corpo, 1,8 m² para adultos;


Ps – pressão de saturação da água (es) em Ts (35ºC) em mmHg;
K – fração da pele exposta à atmosfera, 0,6 para pessoa vestida;
Pa – pressão de saturação da água (es) em Tbs em mmHg;
UA – velocidade do ar em m/s;
φ – umidade relativa.

http://rogeriobpaiva.blogspot.com/

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 15


Engenharia de Segurança do Trabalho 2014
Higiene do Trabalho IV

Higiene IV – Calor

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva


Engenheiro de Segurança do Trabalho
HOC-070
rogeriobpaiva@gmail.com
rogeriob@unisinos.br

Prof. Ms. Rogério Bueno de Paiva 16

Você também pode gostar