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HIGIENE OCUPACIONAL

Professor: Luciano de Paula Modesto


E-mail: luciano.modesto@ifmg.edu.br
CALOR

 É um agente que está presente em diversos ambientes:


• siderurgia,
• fundições,
• indústria têxtil.

 Mecanismos de trocas térmicas:


• Condução: transferência de calor entre dois corpos
que não estão em movimento.
Ex.: aquecimento de uma barra.

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CALOR
• Convecção: Acontece igual a condução, porém esse fluido está
em movimento.
Ex.: Aquecimento de um béquer com água.

• Radiação: A energia radiante passa através do ar sem aquecê-lo


e apreciavelmente aquecerá a superfície atingida.
Ex.: Radiação emitida por um forno elétrico.

• Evaporação: processo da fase líquida para gasosa. O liquido


retira calor do sólido para passar a vapor.
Ex.: Suor emanado após atividade física.

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FATORES QUE INFLUENCIAM NA TROCA
TÉRMICA:
• Temperatura do ar;

• Umidade relativa do ar: quanto maior a umidade relativa,


menor a perda de calor por evaporação;

• Velocidade do ar;

• Calor radiante;

• Calor metabólico.
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EFEITOS DO CALOR NO ORGANISMO:

• Hipertermia (aumento da temperatura central do corpo como


consequência da incapacidade do organismo de dissipar o calor)

• Mecanismos de defesa: vasodilatação periférica – maior


troca de calor entre organismo e ambiente.

• Ativação das glândulas sudoríparas

• Outras consequências: exaustão do calor; desidratação,


câimbras de calor, choque térmico.
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ACLIMATIZAÇÃO:

• Refere-se a adaptação fisiológica gradual que provê ao indivíduo


a habilidade de tolerar a carga térmica ao qual se expõe.

• Para todo indivíduo designado a executar uma tarefa que exija


esforço físico intenso e que tenha que ser realizada em
ambientes com carga térmica elevada é necessário que seja
realizado um período de aclimatização.

• O processo de aclimatização requer a realização de atividades


físicas sobre condições similares de carga térmica ao qual o
indivíduo estaria disposto antes de realizar determinada tarefa.

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INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO:
• Termômetro de bulbo seco (Tbs): escala de 10°C a 100°C.

• Termômetro de globo (Tg): escala de 0°C a 150°C


O globo é uma esfera oca de cobre com 15,24 centímetros de
diâmetro (6 polegadas), pintada de preto para absorver o
máximo de calor radiante.

• Termômetro de bulbo úmido natural (Tbn): é um


termômetro de mercúrio comum, porém o pavio deve ser
umedecido com água destilada antes da medição.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA
• Anexo 3 – NR15 – LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA
EXPOSIÇÃO AO CALOR

• Não se aplica a atividades ocupacionais realizadas a céu aberto


sem fonte artificial de calor.

• A avaliação quantitativa do calor deverá ser realizada com base


na metodologia e procedimentos descritos na Norma de Higiene
Ocupacional NHO 06 (2ª edição - 2017) da FUNDACENTRO,
considerando:

determinação de sobrecarga térmica por meio do índice


IBUTG - Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo; 8
LIMITES DE TOLERÂNCIA

equipamentos de medição e formas de montagem,


posicionamento e procedimentos de uso dos mesmos nos
locais avaliados;

procedimentos quanto à conduta do avaliador;

medições e cálculos.

• A taxa metabólica deve ser estimada com base na comparação


da atividade realizada pelo trabalhador com as opções
apresentadas no Quadro 2 do Anexo 3.
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LIMITES DE TOLERÂNCIA
• São caracterizadas como insalubres as atividades ou operações
realizadas em ambientes fechados ou ambientes com fonte artificial
de calor sempre que o IBUTG (médio) medido ultrapassar os limites
de exposição ocupacional estabelecidos com base no Índice de Bulbo
Úmido Termômetro de Globo apresentados no Quadro 1 e
determinados a partir da taxa metabólica das atividades, apresentadas
no Quadro 2 do anexo 3.

• O Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo Médio e a Taxa


Metabólica Média, a serem considerados na avaliação da exposição ao
calor, devem ser aqueles que, obtidos no período de 60 minutos
corridos, resultem na condição mais crítica de exposição.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA
• Anexo 3 – NR15 – “Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo – IBUTG”.
Regime de trabalho intermitente (descanso no trabalho por hora)

• Trabalho contínuo: Leve até 30°C / Moderada até 26,7°C / Pesada até 25°C.

• 45 min. de trabalho e 15 min. de descanso: Leve 30,1 a 30,6°C / Moderada


26,8 a 28°C / Pesada até 25,1 25,9°C.

• 30 min. de trabalho e 30 min. de descanso: Leve 30,7 a 31,4°C / Moderada


28,1 a 29,4°C / Pesada até 26,0 a 27,9°C.

• 15 min. de trabalho e 45 min. de descanso: Leve 31,5 a 32,2°C / Moderada


29,5 a 31,1°C / Pesada até 28,0 a 30,0°C.

• Não é permitido o trabalho, sem a adoção de medidas de controle: Leve –


acima de 32,2°C / Moderada- acima de 31,1°C / Pesada – acima de 30,0°C.
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LIMITES DE TOLERÂNCIA

• Regime de trabalho intermitente (Descanso por hora em outro local)

M (Kcal/h) Máximo IBUTG (°C)

175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0 12
TAXA DE METABOLISMO POR ATIVIDADE
Tipo de Atividade Kcal/h
Sentado em repouso 100
Trabalho Leve 125
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (datilografia)
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (dirigir) 150
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços 150

Trabalho Moderado 180


Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação 175

De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação 200

Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar 300


Trabalho Pesado 440
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos
Trabalho fatigante 550 13
DOENÇAS CAUSADAS PELO CALOR
• Golpe do Calor, Insolação.

Caracterizado por diarréia, convulsões, vômitos e incoordenação


motora.

A temperatura pode atingir valores próximos a 43,5ºC. Os órgãos que


sofrem mais: cérebro e os rins.

Tratamento: Vítima deverá ser antes de tudo transportada para um


ambiente tão fresco quanto possível, ventilado e liberada de suas
roupas.

Redução da temperatura recorrendo a fricção de pedaços de gelo,


lavagem com esponja embebida em água fria, banho de ducha fria, e
clister de água fria mililitros.
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DOENÇAS CAUSADAS PELO CALOR
• Colapso pelo calor ou Prostração térmica.

Se manifesta com cefaléia, náuseas, prostração, palidez e


eventualmente lipotímia.

A temperatura corpórea não é aumentada e a pele resulta


fria ao tato.

Pode ocorrer por deficiência circulatória ou por desidratação.

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DOENÇAS CAUSADAS PELO CALOR
• Cãibras do calor.
Mais freqüentemente na musculatura do abdome e das pernas.

São curadas rapidamente pela administração de Cloreto de Sódio,


eventualmente por via endovenosa.

Relatada como mais frequência entre foguistas, forneiros, fundidores


de metais, vidreiros e mineiros.

O trabalhador é mais afetado na segunda parte da jornada e são


atingidos os músculos que estão sendo utilizados mais intensamente.

Geralmente as cãibras iniciam nas panturrilhas mas atingem também


membros superiores e abdômen.

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MEDIDAS PREVENTIVAS

• Exames periódicos para avaliar a integridade do sistema


cardio-circulatório.

• Durante o trabalho em altas temperaturas, deve ser


assegurado aos trabalhadores água e sais suficientes para
compensar as perdas devidas ao suor.

• Hidratação durante o trabalho de modo a manter


constante o equilíbrio hídrico.

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