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Curso de Graduação em Engenharia Mecânica

168050 - Instalações Termomecânicas II (Ar Condicionado)

Capitulo 3
Conforto Térmico
Prof. João Pimenta

Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia


Departamento de Engenharia Mecânica

Laboratório de Ar Condicionado e Refrigeração


168050 - Instalações Termomecânicas II (Ar Condicionado)
Capitulo 3. Conforto Térmico
Prof. João Pimenta

Este material foi desenvolvido pelo Prof. João Pimenta,


para aulas na disciplina obrigatória de graduação em
engenharia mecânica Instalações Termomecânicas II (Ar
condicionado).

Para fazer referência a este material, por favor utilize o


seguinte :

PIMENTA, João. Ar Condicionado: Conforto Térmico. Agosto


a Dezembro de 2009. 100 slides. Notas de Aula.
Apresentação MS PowerPoint.

Críticas, comentários, sugestões, etc. para


pimenta@unb.br

Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia


ENM - Departamento de Engenharia Mecânica
Brasília, Agosto-2009

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Capitulo 3. Conforto Térmico
Prof. João Pimenta

Conteúdo
1. Introdução

2. Balanço Energético do Corpo Humano

3. Dados de Engenharia e Medições

4. Parâmetros Ambientais

5. Índices Ambientais

6. Previsão do Conforto Térmico

7. Parâmetros de Projeto

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Capitulo 3. Conforto Térmico
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1
Introdução

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Capitulo 3. Conforto Térmico
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1. Introdução

O bem estar do ser humano está associado a condição de conforto


ambiental que, de forma ampla, envolve,

• Conforto Acústico;
• Conforto Antropométrico;
• Conforto Olfativo;
• Conforto Tátil;
• Conforto Térmico;
• Conforto Visual.

A aplicação mais freqüente do AC visa a manutenção de


condições adequadas de conforto térmico para o ser humano mas
também tem influencia sobre o conforto acústico e olfativo..

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1. Introdução

A sensação de conforto térmico resulta de uma interação


complexa entre o corpo humano e o meio ambiente.
Fatores de Troca de Calor
• Convecção;
• Evaporação;
• Radiação.

Fatores Fisiológicos
• Atividade;
Fator de Isolamento térmico • Idade;
• Vestimenta • Estado de saúde;
• Sexo.

Fatores Ambientais
• Temperatura do ar;
• Temperatura de superfícies;
• Umidade do ar;
• Fluxo de ar.
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1. Introdução

Uma das primeiras preocupações quando do projeto de um


sistema de AC é a definição de parâmetros de conforto térmico
como:
• Temperatura;
• Umidade;
• Taxa de ventilação;
• Nível de ruído.

A seleção desses parâmetros de projeto por sua vez é afetada por


fatores relacionado à aplicação tais como:
• idade, atividade, etc.;
• Densidade de ocupação;
• Padrão de uso;
• Contaminantes, etc..

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1. Introdução

Obviamente, no projeto de uma instalação de AC, aspectos


econômicos devem ser considerados, afim de obter um
compromisso adequado entre condições ambientais ótimas e
custos do sistema.

A análise do conforto térmico é governada essencialmente por


mecanismos de transferência de calor e massa, além de
fisiológicos.

A temperatura do corpo deve ser mantida dentro de limites


estreitos para evitar desconforto e limites mais ou menos largos
para evitar disfunções.

Calor deve ser dissipado pelo corpo humano de maneira


cuidadosa e controlada.

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1. Introdução

A complexidade do tema faz com que se adote uma abordagem


teórica associada à correlações empíricas obtidas através de
observação experimental.

Deve-se observar que os resultados obtidos são sujeitos a uma


certa subjetividade já que diferentes indivíduos em condições
idênticas tem apreciações distintas quanto ao nível de conforto
térmico.

Em última análise, Conforto térmico pode ser definido como “a


condição na qual um individuo expressa satisfação térmica com o
ambiente no qual se encontra”.

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2
Balanço de Energia do
Corpo Humano

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2. Balanço de Energia do Corpo Humano

O corpo humano gera calor continuamente o qual é transferido ao


ambiente numa taxa que varia aprox. entre 100 W e 1000 W.

Tanto a geração quanto a dissipação de calor não são uniformes


através do corpo.

The Human body is


thermally symmetrical,
and our normal thermal
patterns are constant
and repeatable

http://www.myinnerimage.com/images/
photos/thermhome.jpg

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2. Balanço de Energia do Corpo Humano

A dissipação de calor para as vizinhanças ocorre por vários modos


de transferência.

• calor sensível através da pele (C+R);

• calor latente devido a evaporação do suor (ESK);

•calor sensível devido a respiração (CRES);

• calor latente devido a respiração (E RES)

A perda de calor sensível a partir da pele representa o efeito


combinado da condução, convecção e radiação.

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2. Balanço de Energia do Corpo Humano

No interior do corpo é produzida energia metabólica “M” da qual


subtraímos a parcela necessária à realização de trabalho externo
pelos músculos “W”. A produção líquida de calor é então M-W que
é dissipada pela pele (QSK) e respiração (QRES), podendo ser
estocada (S) fazendo TB↑.

QRES QSK

Perda convectiva Perda convectiva


(CRES) e latente (C), Radiante (R) e
M-W Evaporativa (ESK)
(ERES) TB
S

Calor armazenado
Temperatura na pele (SSK) e no
média do corpo núcleo do corpo (SC)

M  W  QSK  QRES  S

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2. Balanço de Energia do Corpo Humano

QRES
QSK

M-W
TB
S

M  W  QSK  QRES  S  C  R  ESK   CRES  ERES   S

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2. Balanço de Energia do Corpo Humano

Diversos modelos de troca térmica entre o corpo humano e o


ambiente tem sido desenvolvido.

Os diferentes modelos são similares em um aspecto → iniciam


pelos princípios clássicos da transferência de calor para em
seguida fazer uso de correlações empíricas

A seguir apresentaremos dois modelos:


Balanço de energia em regime permanente, e;
Balanço de energia em regime transiente (2 nós).

Balanço de Energia em Regime Permanente.


Desenvolvido por Fanger (1970, 1982) assume que o corpo
humano se encontre em equilíbrio térmico com o meio, com
estocagem térmica desprezível.
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2. Balanço Energético do Corpo Humano

Balanço de Energia em Regime Permanente.

Em regime permanente, a taxa de calor gerado (M-W) deve igualar


a taxa de calor liberado pelo corpo segundo,

M  W  QSK  QRES  C  R  ESK   CRES  ERES  (1)


M  produção metabólica de calor
W  trabalho mecânico realizado
QRES  calor liberado pela respiração
Grandezas em
QSK  calor liberado pela pele W/m2

CRES  calor liberado por convecção na respiração


ERES  perda evaporativ a devido a respiração
C  R  perda de calor sensível da pele devido a convecção e radiação
ESK  perda evaporativ a de calor a partir da pele

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2. Balanço Energético do Corpo Humano

Balanço de Energia em Regime Transiente – 2 nós

Desenvolvido por Gagge et. al. (1971, 1986) assume o corpo


humano como formado por dois compartimentos (2 nós) distintos
(2 cilindros concêntricos um interno → esqueleto, músculos e
órgãos; outro externo → pele.
O balanço transiente assume que a taxa de calor armazenado
iguale a taxa líquida de ganho de calor menos a perda de calor.
Uma equação para cada compartimento é adotada,
SCR  M  W  CRES  ERES   QCR , SK (2)

S SK  QCR ,SK  C  R  ESK  (3)

SCR  calor armazenado no compartime nto interno


S SK  calor armazenado no compartime nto externo
QCR ,SK  calor tran sferido do compartimr nto interno ao externo
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2. Balanço Energético do Corpo Humano

Balanço de Energia em Regime Transiente – 2 nós

A taxa de calor armazenado no corpo é igual a sua taxa de


variação da energia interna.

O calor armazenado em cada compartimento é calculado por em


termos de suas capacidades térmicas e taxa de variação de
temperatura.
SCR  1  mCp,b dtCR d  AD (4)

S SK   .m.C p,b .dtSK d  AD (5)

  fração de massa corporal concentrad a na pele


m  massa corporal
C p ,b  calor especifico do corpo aprox. 3,49 kJ kg.K 
  tempo
AD  área superficia l do corpo, m2
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Perda de Calor Sensível a Partir da Pele

Como vimos, a perda sensível a partir da pele é formada por um


termo convectivo e outro radiante (C+R).

Uma análise clássica da transferência de calor se aplica como,


Ta

C  f CL hC TCL  Tamb 
Roupa Pele
(6) C

R  f CL hR TCL  TR 
TCL TSK
(7) TR
R

hC  coef.de transf.de calor por convecção [ W m 2 .K] C


Ta
hR  coef. de transf.de calor por radiação [W m .K] 2

f CL  fator de área vestida ACL A D  TSK


TCL
ACL  área vestida [m ] 2

TR C+R
AD  área do corpo [m ] 2

R
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Perda de Calor Sensível a Partir da Pele

As equações anteriores são então combinadas para descrever a


perda de calor total como,
C  R  f CL hTCL  TO  (8)

onde,

TO  hRTR  hCTamb  hR  hC  (9)

h  hR  hC (10)

Temperatura operativa → média ponderada


combinada das temperaturas com relação
aos respectivos coeficientes de transferência
de calor.

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Perda de Calor Sensível a Partir da Pele

A perda de calor sensível total pode também ser dada como,


C  R  TCL  TO  RCL (11)

onde, RCL é a resistência térmica da vestimenta [m2.K/W]


Podemos ainda eliminar a temperatura superficial da vestimenta
(TCL), combinando as Eqs (8) e (11) para obter,

C  R  TSK  TO  RCL  1  f CL h


(12)

C
Ta
Ta
Roupa Pele
C TSK
TCL TSK TCL
TR
TR C+R
R
R
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Perda de Calor Evaporativa pela Pele

Depende dos seguintes fatores:


Diferença entre pressão de vapor d’água na pele e no ar;

http://i.treehugger.com/images/2007/10/24/sweating-jj-001.jpg
Distribuição de umidade sobre a pele;

ESK  W  pSK , s  pa  Re,CL  1  f CL he  (13)

onde,
pa  pressão do vapor d' água no ar ambiente, kPa
pSK ,s  pressão do vapor d' água na pele, kPa
Re,CL  resistênci a evaporativ a da vestiment a, m2 .kPa W
he  coeficient e evaporativ o de transf. de calor, W m 2 kPa
W  fator de umidade da pele (0 a 1)
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2. Balanço Energético do Corpo Humano

Perda de Calor Evaporativa pela Pele


Os dois fatores mencionados estão associados a 2 mecanismos:
Evaporação do suor secretado pelo mecanismo fisiológico de
termo regulação, ERSW ;
Difusão natural de água através da pele, EDIF;
ESK  ERSW  EDIF (14)

(15) ERSW  m RSW  h fg EDIF  1  WRSW 0,06Emax (16)

Diretamente proporcional
a geração de suor.
onde,
h fg  entalpia de vaporizaç ão do suor  2430 kJ kg (a 30o C)
m RSW  taxa de geração de suor, kg (s.m 2 )
WRSW  razão entre ERSW e Emax
Emax  máxima perda evaportiva
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2. Balanço Energético do Corpo Humano

Perda de Calor Devido a Respiração


Durante a respiração o corpo perde tanto calor sensível quanto
calor latente.

A perda devido a respiração pode ser significativa pois


o ar é inspirado em condições ambientes e expirado em

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condições próximas da saturação, numa temperatura
ligeiramente superior a temperatura interna do corpo.

perdas sensíveis→ CRES  m RES cpa Tex  Ta  AD (20)

perdas latentes→ ERES  m RES h fg wex  wa  AD (21)

onde,
m RES  taxa de ventilaçã o pulmonar, kg s
wex  umidade absoluta do ar expirado, kg kg
win  umidade absoluta do ar inspirado, kg kg
Tex  temperatur a do ar expirado, o C
cpa  calor especifico do ar seco, kJ kg.K
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2. Balanço Energético do Corpo Humano

Perda de Calor Devido a Respiração


Em condições normais, m  RES é uma função da taxa metabólica M,
dada por (Fanger, 1970),
m RES  K RES .M (22)

onde KRES é uma const. de proporcionalidade (K=2,58 kg.m2/MJ)


O ar expirado pode ser considerado quasi-saturado na
temperatura do corpo, usando as seguintes correlações (Fanger,
1970),
Tex  32,6  0,066.Ta  32.wa (23)

wex  wa  0,0277  0,000065Ta  0,80wa (24)

A umidade absoluta, como sabemos, pode ser dada por,


pa
wa  0,622 (25)
 pt  pa 
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2. Balanço Energético do Corpo Humano

Perda de Calor Devido a Respiração


Usando aproximações e simplificações adequadas e substituindo
os valores de hfg e cpa nas condições padrão, as Eqs. (20) e (21)
são consideradas para obter,

CRES  ERES  0,0014M 34  Ta   0,0173M 5,87  pa  AD (26)

com pa em kPa e Ta em oC.

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3
Dados e Engenharia
e Medições

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3. Dados de Engenharia e Medições

A aplicação prática das equações precedentes requer o


conhecimento prévio de uma série de variáveis.

Área Superficial do corpo


Os termos nas equações de balanço energético mostradas são
dados em termos de fluxo de calor, ou seja por unidade de área do
corpo (W/m2).
Dubois (1916) propôs a seguinte equação para o cálculo da área
superficial do corpo nú,
AD  0,202.m0, 425.L0,725 (27)

onde, Para, m=70 kg e L=1,73 m


AD  área do corpo nú, m 2 temos AD=1,8m2
(homem médio)
m  massa corporal, kg
DuBois D, DuBois EF. A formula to estimate the approximate

L  estatura, m surface area if height and weight be known. Arch Intern Medicine.
1916; 17:863-71.
http://www-users.med.cornell.edu/~spon/picu/calc/bsacalc.htm

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3. Dados de Engenharia e Medições

Para levar em conta o uso de vestimentas, um fator de correção


da área de Dubois fCL=ACL/AD deve ser usado no cálculo dos
termos de transf. de calor a partir da pele (C,R,ESK).

Taxa Metabólica e Eficiência Mecânica


A produção metabólica de energia aumenta proporcionalmente
com a intensidade da atividade física.

http://homepage.mac.com/sfe/henry/rustic-scene/man_seated-full.JPG

http://i.factmonster.com/images/home/wrestling-goldberg.jpg
http://www.eyesondesign.net/pictures/portraits/herman1.jpg

M=40W/m2 M = 58,2 W/m2 M = 450 W/m2

A tabela a seguir fornece valores da taxa metabólica para


diferentes atividades físicas efetuadas continuamente.
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3. Dados de Engenharia e Medições

Taxas metabólicas para diferentes atividades físicas.

OBS.: A precisão dos valores tabelados é


adequada para Mact < 1,5 met. Para Mact > 3
a incerteza pode ser de  50%.

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Notas Gerais:
Capacidade energética máxima de um homem saudável:
M=12 met na idade de 20 anos
M= 7 met na idade de 70 anos.

 Para mulheres os valores são cerca de 30 % menores.

 Corredores de longa distancia e atletas treinados podem atingir


taxas metabólicas máximas de até 20 met.

 Um adulto de 35 anos que não pratique exercícios pode alcançar cerca


de 10 met, sendo que atividades com met > 5 são exaustivas.

No dia-a-dia atividades variadas e intermitentes requerem o cálculo


de uma valor de M médio ponderado como,
n
pi M i
M  (27)

i 1 100
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Para obter valores de M mais precisos a seguinte equação


empírica pode ser usada (Nishi, 1981),
M  3520,23.RQ  0,77 VO2 AD (28)

onde,
RQ  quociente respiratór io  volume molar de CO2 expirado para o
volume molar de O 2 inspirado
VO2  Taxa volumétri ca de O2 consumido a 0 o C, 101 kPa [litros min ]

Eficiência Mecânica
Nas equações anteriores a taxa de trabalho produzida pelos
músculos (W) foi considerada no balanço energético do corpo.

Pode-se definir a eficiência mecânica do corpo humano,  pela


razão entre W e M (=W/M).

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3. Dados de Engenharia e Medições

Eficiência Mecânica
Em geral  < 5 a 10% enquanto em condições ótimas MAX = 20 a
24 % (Nishi, 1981).
É comum assumir que a taxa de trabalho mecânico W seja nula,
pois,
 W é de fato pequeno em relação a M;
 As estimativas de M são sujeitas a incertezas, e;
 Tem-se uma análise mais conservativo.

Coeficientes de Transferência de Calor


Nas equações anteriores verificamos a necessidade do
conhecimento de vários coeficientes de transf. de calor,
necessários a realização do balanço de energia do corpo humano.

Assim, discutimos agora o cálculo desses componentes.


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3. Dados de Engenharia e Medições

Coeficiente de Transferência de Calor por Radiação


Tal coeficiente linearizado pode ser calculado por,
 Ar  
hr  4. . .
  273,2 
TCL  Tr 
3

(31)
  
onde,  D 
A 2 
  emissivida de média da vestiment a ou pele
  const. de Stephan - Boltzman (5,67 10-8 W m2 K 4 )
Ar  área efetiva radiante do corpo, m2

Em geral, a razão A/D vale 0,7 para o individuo sentado e 0,73


quando em pé.
A emissividade pode ser em geral considerada unitária (≈0,95), a
não ser que materiais refletivos especiais sejam usados ou fontes
de temperatura elevada ocorram.

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Capitulo 3. Conforto Térmico
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3. Dados de Engenharia e Medições

Coeficiente de Transferência de Calor por Radiação


Pode não ser possível obter hr diretamente da Eq. (31) pois TCL
pode também ser incógnita → processo iterativo
Em condições típicas (amb. climatizados), hr ≈ const=4,7 W/m2.K
que produz resultados satisfatórios para aplicações de
engenharia.

Coeficiente de Transferência de Calor Convectivo


A tabela a seguir apresenta equações para a estimativa dos
coeficientes convectivos em diferentes condições.

A precisão dos valores obtidos dessa tabela é adequada para


pressões próximas de 101,33 kPa, caso contrário,

hr ,corr  hc  plocal 101,33


0,55
(32)

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3. Dados de Engenharia e Medições

Coeficiente de Transferência de Calor Convectivo - Tabela

Nota: O efeito combinado da radiação e convecção pode ser representado por um


coeficiente “h” obtido pela soma de “hr” e “hc”.

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3. Dados de Engenharia e Medições

Coeficiente de Transferência de Calor Evaporativo, he


Pode ser obtido do coeficiente convectivo hc, usando a Relação de
Lewis RLe, fazendo, Valor típico =16,5 oC/kPa

he  RLe .hc
Novamente, se a pressão é significativamente diferente de 101,33
kPa, deve-se aplicar uma correção, como,
he,corr  he 101,33 plocal 
0, 45
(33)

Isolamento e Permeabilidade de Vestimentas


Métodos precisos para a determinação do isolamento térmico de
vestimentas são:
Medição usando manequins aquecidos (McCullogh e Jones,1984;
Olesen e Nielsen, 1983), e ;
Medições com sujeitos ativos (Nishi et. al, 1975);

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3. Dados de Engenharia e Medições

Isolamento e Permeabilidade de Vestimentas


Usando-se manequins térmicos pode-se medir a perda de calor sensível a
partir da pele (C+R) em diferentes condições. Com isso, a partir da Eq.
(12) é possível determinar a resistência térmica da vestimenta (RCL).

C  R  TSK  TO  RCL  1  f CL h

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3. Dados de Engenharia e Medições

Isolamento e Permeabilidade de Vestimentas

Abstract
A new type of thermal manikin DRESSMAN
(Dummy Representing Suit for Simulation of
HuMAN heatloss) consists of an overall –
deliverable in different sizes. The heated
sensors are matchbox-sized „artificial skins“,
which can be fixed at the overall by velcrose
fastening. These measure the Resultant
Surface Temperatures (RST) resulting out of a
constant heat flux and the thermal conditions.
The local RST is linearly correlated to the local
equivalent temperature and the human thermal
sensation. DRESSMAN combines advantages of
heated dummies (geometry) and of small
sensors (small response time, local thermal
conditions). The measured values are
visualised on a virtual manikin by coloured
areas. This can be done in an online and offline
mode.

VISUALISATION OF LOCAL THERMAL COMFORT MEASURED BY DRESSMAN


Erhard Mayer and Rudolf Schwab

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3. Dados de Engenharia e Medições

Isolamento e Permeabilidade de Vestimentas

No caso do uso de sujeitos ativos, é


necessário medir TSK, TCL e TO. A eficiência
térmica da vestimenta é então calculada
por,

FCL 
TCL  TO  (34)
TSK  TO 

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Isolamento e Permeabilidade de Vestimentas


Para a maioria das aplicações de engenharia contudo, estimativas
a partir de tabelas e equações são suficientes.

Tradicionalmente, a resistência térmica de vestimentas é expressa


em termos da unidade “clo”, simbolizada por “I”.

A razão entre “I” e a resistência térmica “R” é dada por,

R  0,155.I (35)

1 clo = 0,155 m2.K/W

A tabela a seguir apresenta valores típicos de ICL para conjuntos


de vestuários típicas

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Isolamento e Permeabilidade de Vestimentas

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Isolamento e Permeabilidade de Vestimentas


Desconhecendo-se o valor de ICL para um vestuário, pode-se
considerar peças individuais, computando o isolamento térmico do
conjunto por (McCullogh e Jones,1984),
I CL  0,835 I clo,i  0,161 (36)
i

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Isolamento e Permeabilidade de Vestimentas


Alternativamente, pode-se também empregar a seguinte formula
para ICL,
I CL   I clu ,i (37)
i

A precisão dos resultados obtidos das Eqs. (36) e (37) é da ordem


de  25%, se as tabelas forem usadas de forma cuidadosa.

Em condições nas quais o valor de ICLU,i para uma peça de


vestuário não esetá disponível, seu valor de isolamento pode ser
estimado por (McCullogh e Jones,1984),

I CLU ,i  0,534  0,135 x f  AG AD   0,0549 (38)

onde,
x f  espessura, mm
AG  superficie do corpo coberta pela vestiment a, m 2
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Permeabilidade de Umidade
A permeabilidade de uma dada vestimenta é expressa em termos
de um fator adimensional de eficiência a permeabilidade do vapor
“i”.

A tabela anterior apresenta valores de “icl” (vestimenta) e para “im”


(total – considerando a camada de ar entre a pele e a vestimenta).

Em geral, para conjuntos de vestimentas usuais, temos 0,3 < im <


0,5. Assim, assumir im=0,4 é uma estimativa razoável que pode ser
usada na ausência de informação mais detalhada.

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Permeabilidade de Umidade

A tabela anterior também apresenta razões entre parâmetros


relativos a vestimenta permitindo obter Ret (resistência
evaporativa total, m2kPa/W).

O valor de “im” ou de “Ret” pode ser substituído diretamente na


equação para a perda de calor a partir da pele.

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3. Dados de Engenharia e Medições

Área Vestida
No cálculo do calor transferido pelas equações anteriores é
necessário usar o fator fCL=ACL/AD. Para tal, métodos fotográficos
(Olesen et al, 1982) podemos ser usados.

Nas aplicações práticas, contudo, valores tabelados de fCL para


conjuntos de vestimenta típicos são suficientes (Tabela anterior).

Além disso, uma estimativa grosseira pode ser feita através de


(McCullogh e Jones, 1984),
f CL  1,0  0,3I cl (39)

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3. Dados de Engenharia e Medições

Perda de Calor Evaporativo Total


A perda de calor latente total pelo corpo deve-se tanto a
evaporação do suor (ESK) quanto ao processo respiratório (ERES).

Tal perda total relaciona-se diretamente a perda de massa corporal


no tempo (taxa de perda de massa, dm/d), como dado por,

ESK  ERES  h fg dm d  AD (40)

onde,
h fg  ecalor latente de vaporizaç ão da água, kJ kg
m  massa corporal, kg
  tempo, s

O uso desta equação pode requerer ajustes para ter em conta


substancia consumidas ou liberadas pelo corpo.
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4
Parâmetros Ambientais

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4. Parâmetros Ambientais

Parâmetros ambientais permitem “descrever” termicamente o


ambiente climatizado, do ponto de vista do conforto térmico que é
proporcionado. Tais parâmetros podem ser determinados por
métodos diretos ou indiretos.
Métodos Diretos
Baseados na medição direta dos seguintes parâmetros:
• Temperatura do ar, Ta;
• Temperatura de bulbo úmido do ar, TBU;
• Temperatura de ponto de orvalho do ar, T;
• Pressão de vapor s’água, Pa; A instrumentação
• Pressão atmosférica local, Pt; necessária para a
medição desses
• Umidade relativa, UR; parâmetros é
• Umidade absoluta, w; apresentada na
• Velocidade do ar, v; literatura especifica.
• Temperatura radiante média, TR;
• Temperatura de globo, Tg.

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4. Parâmetros Ambientais

Métodos Indiretos
Temperatura Radiante Média
Parâmetro chave no cálculo do conforto térmico. Representa uma
temperatura uniforme de invólucro imaginário no interior do qual a
transferência de calor por radiação entre o corpo e o invólucro
iguala a que ocorre no ambiente climatizado real.
1
 1,110 V 8

Tr  Tg  273  Tg  Ta 
0, 6 4
4 a (41)

  .D 0, 4

A precisão de sua determinação varia consideravelmente em
função do tipo de ambiente , precisão das medidas individuais e
da forma do sensor usado (globo esférico – pessoa sentada,
elipsóide – pessoa em pé, etc.)

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4. Parâmetros Ambientais

Temperatura Radiante Média


TR pode também ser calculado a partir da medida das
temperaturas de superfícies envoltórias e da posição relativa do
ocupante em relação as mesmas.

A maioria dos materiais de uso comum em ambientes possuem


elevada emissividade podendo ser assumidos com corpos negros
(=1). Assim,
Tr  T1 .Fp 1  T2 .Fp 2    Tn .Fp n
4 4 4 4
(42)
onde,
Tr  temp. radiante média, K
Tn  temp. da superficie " n" , K
Fp n  fator angular entre o ocupante e a superficie " n"

Os fatores angulares são de difícil determinação analítica. Em


geral são obtidos de fontes como os gráficos a seguir ...
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4. Parâmetros Ambientais

Temperatura Radiante Média


Se, a diferença de temperatura entre as superfícies do invólucro é
pequena, podemos simplificar a equação, anterior como,
tr  t1.Fp 1  t2 .Fp 2    tn .Fp n (43)

Em geral, Tr  tr é pequeno ≈ 0,20 ºC

O valor de t r pode também ser calculado a partir da temperatura


radiante do plano t pr que representa a temperatura uniforme de
um invólucro imaginário no qual o fluxo de radiação incidente
sobre um dos lados de um pequeno elemento plano é o mesmo
que o observado no ambiente real (McIntyre, 1974).
Enquanto t r é usado na definição da radiação térmica para o corpo
humano com um todo, i.e., considerando todas as direções, t pr
descreve a radiação em uma única direçãi ;

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4. Parâmetros Ambientais

Temperatura Radiante Média


Dessa forma, o cálculo de t r a partir de t pr deve considerar 6
direções (acima, abaixo, esquerda, direita, frontal e posterior),
além dos fatores de área projetada do corpo nessas 6 direções.

Para uma pessoa sentada,


0,18t     
 t pr ,down  0,22 t pr ,right  t pr ,left  0,30 t pr , front  t pr ,back 

pr ,up
tr
2.0,18  0,22  0,30
Para uma pessoa em pé, a forma da equação é a mesma sendo
porem usados outros fatores de área projetada, quais sejam:
0,08 em vez de 0,18
0,23 em vez de 0,22
0,35 em vez de 0,30

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5
Índices Ambientais

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5. Índices Ambientais

Simplificam a descrição térmica de um ambiente climatizado, ao


combinar dois ou mais parâmetros. Por exemplo: temperatura
radiante média, umidade relativa, velocidade do ar, etc.,
englobando suas influências individuais numa única variável.

Os índices ambientais são classificados segundo 2 tipos:


índices ambientais racionais: baseados nos conceitos térmicos
apresentados antes;
índices ambientais empíricos: baseados em medições ou
relações simplificadas não necessariamente derivados dos
conceitos teóricos.

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Temperatura Efetiva, ET*


Definido como a temperatura numa umidade relativa de 50 % que
resulta numa perda de calor total a partir da pele igual a que
ocorre no ambiente real.

ET   TO  W .im .LR. pa  0,5 pET *,s  (41)

onde,
TO  temp. operativa, o C
W  fração de pele úmida
im  permeabili dade total de vapor
LR  relação de Lewis, o C kPa
pa  pressão de vapor d' água no ar ambiente, kPa
pET *,s  pressão de saturação do vapor a ET  , kPa

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Temperatura Efetiva, ET*


A equação de definição de ET*,

ET   TO  W .im .LR. pa  0,5 pET *,s  (41)

é dada em função da temperatura operativa TO (Eq. ---),

TO  hRTR  hCTamb  hR  hC 

Assim, ET* traduz, em um único índice, o efeito combinado de 3


parâmetros: Tr, Ta e pa
Temperatura operativa → média
ponderada combinada das temperaturas
ambiente com relação aos respectivos
coeficientes de transferência de calor.

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5. Índices Ambientais

Temperatura Efetiva, ET*


Com base em ET* e TO, a ASHRAE define uma zona de conforto
térmico padrão (comfort envelope) mostrada abaixo.

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5. Índices Ambientais

Índice de Stress Térmico (HSI, Heat Stress Index)


Proposto por Belding & Hatch (1955) representa a razão entre a
perda de calor evaporativo total (ESK) necessária ao equilíbrio
térmico e a perda evaporativa de calor máxima possível no
ambiente, multiplicada por 100, em regime permanente (SSK e
SCR=0), com com TSK=35=cte.

Como mostrado antes a razão ESK/EMAX corresponde ao fator de


pele úmida W (Eq. ).

Quando HSI>100 → aquecimento do corpo.

Quando HSI < 0 → resfriamento do corpo.

EMAX = 700 W/m2 (Belding & Hatch, 1955) para uma taxa de
transpiração de aprox. 280 mg/(s.m2).

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5. Índices Ambientais

Índice de Stress Térmico (HSI, Heat Stress Index)


Para 0  HSI  100, a tabela abaixo descreve as implicações
fisiológicas e higiênicas para uma jornada de 8 horas de trabalho.

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Temperatura de Bulbo Úmido de Globo (WBGT)


Índice ambiental que combina,
a temperatura de bulbo seco, TDB;
a temperatura de bulbo úmido ventilada naturalmente, TnWB;
a temperatura de globo negro, Tg;
de acordo com a seguinte equação (para exposição ao sol – TnWB
exposto ao sol e Ta mantido a sombra),

WBTG  0,7.TnW B  0,2.Tg  0,1.Ta (46)

Para ambientes fechados a Eq. (46) é simplificada como,

WBTG  0,7.TnW B  0,3.Tg (47)

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5. Índices Ambientais

Outros índices ambientais encontram-se definidos na literatura


mas, sua aplicação extrapola as características das aplicações
comuns de ar condicionado de conforto.

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6
Previsão do
Conforto Térmico

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6. Previsão do Conforto Termico

Conforto térmico pode ser definido como,


“a condição na qual um individuo expressa satisfação térmica com o
ambiente no qual se encontra”.
Em última análise, trata-se de uma qualidade subjetiva que se
relaciona a facilidade com que o corpo humano mantêm um
balanço térmico com o ambiente no qual se encontra.

Estudos experimentais para um grupo de 1600 estudantes (Rohles


e Nevins, 1971; Rohles, 1973) revelaram correlações estatísticas
entre nível de conforto, temperatura, umidade, sexo e tempo de
exposição, segundo,

Y  a.TBS  b.P  c

Tais resultados são mostrados na tabela a seguir ...

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6. Previsão do Conforto Termico

-3 Y  3

Indice PMV (Predicted Mean Vote):
Prevê a resposta média de um grande
grupo de pessoas de acordo com a
escala de sensação térmica ASHRAE.

+3 +2 +1 0 -1 -2 -3

Muito Quente Algo NEUTRO Algo Frio Muito


Quente Quente Frio Frio

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6. Previsão do Conforto Térmico

Balanço Energético em Regime Permanente.


Fanger (1982) relacionou dados de conforto térmico com variáveis
fisiológicas de forma que, num dado nível de atividade metabólica
com variáveis e com o corpo em quasi equilíbrio térmico com o
ambiente, TSK e ERSW são os únicos parâmetros fisiológicos que
influenciam o balanço térmico.

Porém, a existência de um equilíbrio térmico entre o corpo e o


ambiente não é condição suficiente para garantir o conforto
térmico → na ampla faixa de condições ambientais em que o
balanço pode ser obtido, apenas uma estreita faixa provê conforto.

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6. Previsão do Conforto Térmico

Balanço Energético em Regime Permanente.


Baseado em dados de Rohles e Nevins, foram estabelecidas
regressões lineares que fornecem os valores de TSK e ERSW
requeridos (req) para o conforto térmico.
TSK ,req  35,7  0,0275M  W  (51)

ERSW ,req  0,42M  W  58,15 (52)

M↑  TSK↓  ERSW↑

Substituindo as Eqs. (51) e (52) na equação (12) que fornece C+R


e nas Eqs. (...) e (...) para ESK, a equação do balanço de energia
(...) pode ser usada para determinar a combinação dos 6
parametros pessoais e ambientais que otimizam o conforto em
regime permanente.

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6. Previsão do Conforto Térmico

Balanço Energético em Regime Permanente.


A combinação das variáveis pessoais e ambientais que produz
uma sensação neutra pode ser expressa como,

M  W   3,96 10 f cl Tcl  273  Tr  273 


8 4 4

 f cl hc Tcl  Ta   3,05M  W   58,15  (53)


 0,0173M 5,87  pa   0,0014 M 34  Ta 

onde TCL é calculado por,

Tcl  35,7  0,0275M  W   Rcl  M  W  


 3,055,73  0,007M  W   pa  
 0,42M  W   58,15  0,0173M 5,87  pa  (54)

 0,0014 M 34  Ta  

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Capitulo 3. Conforto Térmico
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6. Previsão do Conforto Térmico

Balanço Energético em Regime Permanente.


Os valores necessários para hc e fcl nas equações anteriores
podem ser obtidos da seção “Dados de Engenharia” sendo que
Fanger(1982) considerou o seguinte,

2,38Tcl  Ta 0, 25 2,38Tcl  Ta   12,1 V


0 , 25
hc   (55)

2,38Tcl  Ta   12,1 V
0 , 25
 12,1 V

1,00  0,2 I cl I cl  0,5 clo


f cl  
1,05  0,1I cl I cl  0,5 clo (56)

Os gráficos a seguir ilustram a aplicação da Eq. (53).

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Balanço Energético em Regime Permanente.

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Balanço Energético em Regime Permanente.

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6. Previsão do Conforto Térmico

Balanço Energético em Regime Permanente.


Fanger (1970) relacionou o PMV com o desequilíbrio entre o calor
realmente transferido pelo corpo em um dado ambiente e o calor
transferido pelo corpo em condições ótimas, como,
PMV  0,303 exp  0,036  0,028L (57)

onde “L” representa a carga térmica do corpo dada como,


Produção de calor interna – perda de calor para o ambiente real

Ocupante hipoteticamente em condições de conforto em TSK e
ERSW, num dado nível de conforto
Como parte desse calculo a temperatura da vestimenta TCL é
encontrada por iteração como,
Tcl  35,7  0,028M  W  
 
 Rcl 39,6 10 9 f cl Tcl  273  Tr  273  f cl hc Tcl  Ta 
4 4
 (57b)

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6. Previsão do Conforto Térmico

Balanço Energético em Regime Permanente.


Obtido o PMV da Eq. (57) o Percentual Predito de Insatisfeitos
(PPD, Predicted Percent Dissatisfied) pode ser obtido de (Fanger, 1982),


PPD  100  95 exp  0,03353PMV 4  0,2179PMV 2  (57)

Onde “insatisfeito” é alguém não votando -1,+1 ou 0.


Um PPD de 10% corresponde a um PMV na faixa de 0,5.
Contudo, observa-se que mesmo com um PMV=0 cerca de 5%
das pessoas estarão insatisfeitas.

O modelo PMV-PPD é largamente usado e aceito para a


determinação das condições de conforto seja no projeto, seja em
medições de campo.
A norma ISO 7730 (ISO, 1984) inclui um pequeno código
computacional para facilitar o cálculo de PMV e PPD.
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Balanço Energético em Regime Permanente.

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Balanço Energético em Regime Permanente.


Uma medição indireta do PMV é possível através do medidor de
conforto de Madsen (1976), mostrado abaixo.

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7
Parâmetros de Projeto
(condições internas)

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7. Parâmetros de Projeto

A norma ABNT NBR6401 é o documento básico para o projeto de


instalações de ar condicionado, inclusive para a definição de
condições internas de conforto.

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7. Parâmetros de Projeto

Parte 1: Projeto das Instalações

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7. Parâmetros de Projeto

Em 2007 a NBR6401 passou por um processo de revisão a muito


esperado (Projeto de Norma 55:002.03-001).

Após consulta pública entrou em vigor a nova versão da NBR


6401, agora identificada como 16401.

A nova norma será apresentada em 3 partes:


Parte 1: Projeto das instalações
Parte 2: Parâmetros de conforto térmico
Parte 3: Qualidade do Ar Interior

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7. Parâmetros de Projeto

Parte 1: Projeto das Instalações

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7. Parâmetros de Projeto

Parte 2: Parâmetros de conforto térmico

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Parte 2: Parâmetros de conforto térmico

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7. Parâmetros de Projeto

1999 ASHRAE Handbook, HVAC Applications. Chapter 3-Commercial and Public


Buildings.

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7. Parâmetros de Projeto

1999 ASHRAE Handbook, HVAC Applications. Chapter 3-Commercial and Public


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1. Introdução

Analysis CST
Software desenvolvido pelo LABEEE-UFSC voltado para a obtenção
das condições de conforto e estresse térmico.

Disponível em:
http://www.labeee.ufsc.br

Executar o Programa

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1. Introdução

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