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Aula 00 (Profª.

Cássia)
Prefeitura de Indaiatuba-SP
(Dentista-Odontopediatria)
Conhecimentos Específicos - 2021
(Pós-Edital)

Autor:
Cássia Reginato, Mirela Sangoi
Barreto

12 de Dezembro de 2021
Cássia Reginato, Mirela Sangoi Barreto
Aula 00 (Profª. Cássia)

Sumário

1- Patologia na infância .................................................................................................................................. 3

1.1 Patologias de recém-nascidos ............................................................................................................ 3

1.2- Alterações congênitas......................................................................................................................... 8

1.3 Alterações relacionadas ao processo eruptivo .............................................................................. 14

1.4 - Alterações não patológicas da língua ........................................................................................... 16

1.5 - Condições virais ............................................................................................................................... 17

1.4 - Condições fúngicas .......................................................................................................................... 21

1.5 - Fenômenos de retenção ................................................................................................................. 22

1.6 - Lesões vasculares ............................................................................................................................ 23

1.7 - Alterações no desenvolvimento dentário ...................................................................................... 24

2 - Alterações dentárias ............................................................................................................................... 25

2.1 - Alteração de número ........................................................................................................................ 25

2.2- Alteração de tamanho ....................................................................................................................... 27

2.3 - Alteração de forma ........................................................................................................................... 28

2.4 - Alterações de estrutura dentária .................................................................................................... 35

2.5 - Perda da estrutura dentária após o desenvolvimento ................................................................ 41

2.6 - Considerações Finais ...................................................................................................................... 47

3 - Questões comentadas ............................................................................................................................ 48

4 - Gabarito ...................................................................................................................................................... 79

5 - Referências bibliográfica ............................................................................................................................. 81

6-Resumo ......................................................................................................................................................... 82

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APRESENTAÇÃO DO CURSO
Olá, aluno, tudo bem?

A partir de agora estudaremos um dos conteúdos que, particularmente, mais gosto: a odontopediatria.

Após 2 anos no Estratégia Concursos, acompanhando e analisando os mais diversos concursos, conseguimos
elaborar um material de odontopediatria supercompleto. A cada prova analisada percebíamos a necessidade
de atualizar o material e, como consequência, nosso pdf dobrou de tamanho!!

Iniciaremos nosso estudo revisando as principais patologias da infância, já que é uma tendência atual cobrar
conteúdos de patologia relacionados à odontopediatria. Inserimos diversas questões nos novos pdfs. Você
encontrará muitas questões da prova do CADAR (Aeronáutica) por ser uma prova que tinha como referência
principal o livro do professor Guedes Pinto. Também inserimos as questões dos concursos mais recentes
(2020 e 2021)! Quanto mais questões você fizer durante o seu estudo mais conhecimento você agregará!
Você encontrará questões após cada tópico (para consolidação do conteúdo ministrado) e no final do livro
digital (como forma de revisão de todo conteúdo). De forma geral, as questões de odontopediatria não são
difíceis. Como queremos que você vá muito bem-preparado para a prova colocamos questões de diversos
níveis de dificuldade ao longo do material!

Não esqueça, sempre que precisar entre em contato comigo através do fórum, email ou redes sociais, estou
aqui para ajudá-lo durante a preparação! Você não está sozinho nesta caminhada!

Em virtude de me encontrar no pós-parto o pdf está mais atualizado que as videoaulas.

Um grande abraço, Profª Cássia!

EMAIL: profcassiareginato.estrategia@gmail.com
INSTAGRAM: https://www.instagram.com/cassia.reginato

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1- PATOLOGIA NA INFÂNCIA
Caro aluno, agora precisamos ser estrategistas! A patologia costuma ser uma matéria extensa e cheia de
detalhes. É uma tendência as bancas explorarem a patologia dentro de conteúdos de odontopediatria. Antes
de começarmos, deixe-me falar da minha experiência. Quando estudava para o concurso que queria (forças
armadas), escolhi a área de concentração em odontopediatra, porém em 2016 não abriu vaga de
odontopediatra na Marinha do Brasil, apenas na estomatologia. Eu possuía especialização em
odontopediatria e estudava, a maior parte do meu tempo, essa especialização. Quando o edital saiu, tive
três meses para reorganizar o meu estudo (saber tudo o que conseguisse de estomatologia). Fui aprovada
na estomatologia mas não pense que sabia tudooo de estomatologia, apenas soube estudar para passar. É
isso que desejo que você faça, saiba estudar o conteúdo (cheio de decorebas e detalhes). Teremos ao longo
do curso mais duas aulas de patologia, mas já aproveite esta aula para ir assimilando alguns conteúdos ok.
Para facilitar a aprendizagem dividirei os conteúdos mais cobrados em áreas afins (você já entenderá). Vamos
começar?

1.1 Patologias de recém-nascidos

1.1.1 Dentes natais e neonatais:

Os dentes natais são dentes presentes quando o bebê nasce (eu sempre pensava que natal
era a data de nascimento de Cristo, então associava com os dentes que estavam presentes
no nascimento), e os dentes neonatais são os dentes que aparecem na boca do bebê até
30 dias após o seu nascimento.

A ocorrência de ambas as condições é baixa. Seguindo a cronologia de erupção, em 85% dos casos os dentes
evidenciados são os incisivos inferiores (decíduos). Geralmente as questões perguntam se os dentes são da
série normal ou supranumerários (dentes a mais no arco), saiba que em 90% dos casos são os dentes da série
decídua (normal). Como são os dentes decíduos que apenas nasceram antes do tempo, a primeira opção de
tratamento é mantê-los na cavidade bucal. Lembre-se que esses dentes erupcionaram antes do tempo (a
formação radicular ainda estava acontecendo) e por isso podem apresentar mobilidade.

Como devo conduzir o tratamento?

Nos casos de mobilidade excessiva, pelo risco de deglutição ou aspiração, indica-se a extração e curetagem
do alvéolo. Nos casos em que não existe mobilidade opta-se pela manutenção dos dentes na cavidade oral.

Mas fique atento, esses dentinhos que nasceram antes do tempo podem causar lesões no mamilo da mãe
durante o aleitamento e na língua do recém-nascido (Doença de Riga-Fede). Nesse caso pode-se considerar
a exodontia ou o alisamento dos bordos incisais.

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1.1.2 Doença de Riga-Fede ou úlcera de Riga-Fede.

A presença dos dentes natais ou neonatais pode ocasionar uma úlcera no ventre lingual do bebê,
principalmente durante o movimento de ordenha na amamentação. A aparência clínica é de uma úlcera
(pense numa afta) de bordas elevadas e endurecidas, com fundo necrótico e de coloração branco-
acinzentada com halo inflamatório. Apesar da aparência "feia" é uma lesão praticamente assintomática. O
tratamento consiste em extração do dente ou alisamento das bordas cortantes (com disco de lixa seguido
de aplicação tópica de verniz fluoretado).

(UFT/COPESE/PREFEITURA DE PORTO NACIONAL/CIRURGIÃO-DENTISTA/2019) Leia o texto para


responder a questão. Um paciente do gênero masculino, melanoderma, recém-nascido com 10 dias
de vida, apresentou lesão ulcerada de coloração esbranquiçada no ventre da língua provocada por
dois incisivos centrais decíduos inferiores, presentes desde o nascimento. A mãe, preocupada,
procurou atendimento odontológico, porque o bebê apresentava dificuldade na alimentação, choro,
irritabilidade, dificuldade para dormir e perda de peso. Concomitantemente, a mãe apresentava
lesões na mama devido ao trauma durante a amamentação. Baseado no texto, pode-se concluir que
a principal hipótese diagnóstica é:

a) Doença de Addison

b) Doença de Beçet

c) Doença de Riga-Fede

d) Doença de Kawasaki.

Comentários:

A doença de Addison é ocasionada por uma produção insuficiente de hormônios corticosteroides pela
suprarrenal, como características clínicas são observadas a hiperpigmentação generalizada da pele,
descrita como bronzeamento (mais evidente na pele exposta ao sol e nos pontos sob pressão, como
os cotovelos e joelho) , as manifestações orais incluem pigmentação macular marrom difusa ou em
placas na mucosa oral, provocada pelo excesso de produção de melanina. A Doença de Beçet é
caracterizada por regiões úlceras nas regiões oral, genital e ocular.

A alternativa correta é a letra C.

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1.1.3 Épulide congênita

A épulide congênita é um tumor (aumento de volume) raro e de etiologia incerta. É evidenciado no rebordo
alveolar de recém-nascidos, com preferência pela região +anterior de maxila. Clinicamente evidencia-se um
nódulo ú nico e pediculado, de superfície lisa (às vezes lobulada), com coloração que varia da tonalidade rosa
ao avermelhado de dimensões menores que 2 cm. Cerca 90% casos são vistos em meninas. Por ser benigno
e autolimitante, não requere tratamento, apresentando regressão espontânea.

(FUNCAB/PREFEITURA DE VASSOURAS-RJ/ODONTOPEDIATRA/2014) Assinale a alternativa que


representa uma alteração na cavidade oral do recém-nascido considerada rara, que se apresenta
clinicamente como um nódulo único e pediculado, de superfície lisa, às vezes localizado no rebordo
alveolar com predomínio na região anterior de maxila, com coloração variando do rosa ao vermelho
e com tamanho menor que 2 cm.

a) Cisto de erupção

b) Nódulos de Bohn

c) Epulide congênita

d) Mucocele

e) Rânula

Comentários:

Os nódulos de Bohn, são restos epiteliais de glândulas mucosas localizados sobre as cristas
dentárias, por vestibular e lingual. Alguns autores afirmam que podem também ser
evidenciadas no palato, porém, longe da rafe.

O cisto de erupção é causado pela dilatação do espaço folicular que envolve a coroa de um
dente em erupção é causada pelo trauma dos tecidos moles durante a função. O hematoma
assusta os pais pelo aumento de volume e coloração arroxeada, no entanto, é assintomático.
Acomete mais as regiões de incisivos e molares superiores. Não requer tratamento pois
desaparece com a erupção.

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A mucocele é ocasionada pela ruptura de um ducto de glândula salivar menor, principalmente


por trauma (em especial nos usuários de aparelhos ortodônticos), e tem como característica
clínica o aumento de volume pelo extravasamento de muco para os espaços adjacentes.
Condição assintomática, acomete mais a região de lábio inferior (localização preferencial e
mais suscetível ao trauma), mucosa jugal e ventre de lingual.

A rânula também é um fenômeno de retenção e está associada às glândulas salivares maiores,


acometendo principalmente as glândulas sublingual (maior frequência) e submandibular.
Diferencia-se da mucocele ocorrer mais na região de assoalho bucal (+unilateral, lateral à
linha média).

A alternativa correta é a letra C.

1.1.4 Pérolas de Epstein, nódulos de Bohn e cistos de lâmina dentária.

Todas essas formações possuem como característica o fato de serem múltiplas estruturas embrionárias
remanescentes de dimensões reduzidas, com coloração esbranquiçada ou acinzentada, assintomáticas e que
desaparecem espontaneamente. O que você precisa decorar são as diferenças de origem e localização, com
essas informações você resolve qualquer questão!

As pérolas de Epstein são cistos de inclusão formados ao longo da rafe palatina. Sua origem está relacionada
ao aprisionamento de tecido epitelial durante o fechamento do palato (linha mediana). Podem ser
circunscritas e firmes à palpação. Com aparência semelhante à "grão de arroz", podem ser únicas ou
múltiplas. Não requerem tratamento pois tendem a esfoliar até o 3º mês de vida.

Os nódulos de Bohn, são restos epiteliais de glândulas mucosas localizados sobre as cristas dentárias, por
vestibular e lingual. Alguns autores afirmam que podem também ser evidenciadas no palato, porém, longe
da rafe.

Os cistos da lâmina dentária, também chamados de cistos gengivais do recém-nascido, localizam-se nas
cristas alveolares dos rebordos gengivais da maxila e da mandíbula. São remanescentes da lâmina dentária.

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(CPOP/CONSÓRCIO OESTE POTIGUAR-RN/CIRURGIÃO-DENTISTA/2019) Patologias bucais podem


ocorrer em crianças recém-nascidas. As pérolas de Epstein são comuns nessa fase. Em relação a essa
patologia, é correto afirmar:

a) Apresenta-se como nódulos ou pápulas endurecidas, de 1 a 3mm, de sintomatologia dolorosa.

b) Ocorre na região mediana da rafe palatina como resultado do remanescente epitelial ao longo da
linha de fusão das metades palatinas.

c) Seu tratamento é cirúrgico, devendo ser realizado nas primeiras horas de vida.

d) Apresenta-se como nódulos brancos, preenchidos por exsudato fibrinopurulento.

Comentários.

As pérolas de Epstein são cistos de inclusão formados ao longo da rafe palatina. Sua origem está
relacionada ao aprisionamento de tecido epitelial durante o fechamento do palato (linha mediana).
Podem ser circunscritas e firmes à palpação. Com aparência semelhante ao "grão de arroz", podem ser
únicas ou múltiplas. Não requerem tratamento pois tendem a esfoliar até o 3º mês de vida. A
alternativa correta é a letra B

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1.2- Alterações congênitas

1.2.1 Fissuras labiais e palatinas

As fissuras estão em alta nas provas, tanto prefeituras como concursos militares têm cobrado esse assunto!
É o defeito congênito mais comum envolvendo a face e os maxilares (no Brasil 1:730 nascidos), surge no 4º
estágio de desenvolvimento embrionário pela falta de fusão dos processos faciais. Cerca de 60% dos
indivíduos com fissura labial também têm fissura palatal.

Fissura labial - falha na fusão dos processos nasal mediano e nasal lateral e proeminência
maxilar, aparece durante a sexta semana de desenvolvimento. (Fonte: Proffit et al.,)

As fissuras labiopalatinas manifestam-se como rupturas de lábio e/ou palato e são


consideradas uma das malformações congênitas mais frequentes. Expressam-se
precocemente no desenvolvimento fetal, entre a 8a e a 12a semana de vida intrauterina,
decorrentes da falha do fusionamento dos processos faciais embrionários (mandibular,
maxilares, nasal medial e laterais) e palatinos (palato primário e secundário). (Fonte:
Guedes Pinto)

Figura : Áreas envolvidas na fissura labial. Fonte: Proffit et al.,

Chamamos de fissura ou fenda labial a falha na fusão dos processos nasal mediano e nasal lateral e
proeminência maxilar (aparece durante a sexta semana de desenvolvimento).

A fenda palatina é resultado da falha na fusão das cristas palatinas. Geralmente os pacientes apresentam
as duas: fenda labial e fenda palatina (45% para Neville et al. e 60% para Proffit et al.). Os casos de fenda
palatina isolados correspondem a 30% e os de fenda labial 25%.

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As causas podem ser de origem genética ou de origem externa pela ação de teratógenos. Como fatores
etiológicos podem ser citados o uso de medicamentos (aspirina, dilantina, 6-mercaptopurina) e o tabagismo
durante a gestação.

Os teratógenos são substâncias que causam defeitos específicos quando presentes em


baixos níveis, e em contrapartida, são letais em altas doses.

A tabela do livro de ortodontia dos autores Proffit et al. (2012) traz alguns exemplos:

TERATÓGENOS EFEITOS
Aminopterina Anencefalia
Aspirina Fissura labial e palatal
Fumaça do cigarro (hipóxia) Fissura labial e palatal
Citomegalovírus Microcefalia, hidrocefalia e micro-oftalmia
Dilantina Fissura labial e palatal
Álcool etílico Deficiência no terço média da face
6-Mercaptopurina Fissura palatal
ácido 13- cis retinóico Similar a microssomia craniofacial e síndrome de Treacher Collins
(Accutane®)
Vírus da rubéola Micro-oftalmia, catarata e surdez
Talidomida Malformações semelhantes a microssomia craniofacial e síndrome de
Treacher Collins
Toxoplasma Microcefalia, hidrocefalia e micro-oftalmia
Valium Semelhante à microssomia craniofacial e síndrome de Treacher
Collins
Excesso de vitamina D Fechamento precoce das suturas

De acordo com a classificação proposta por Spina et al. e modificada por Silva Filho et al., as fissuras
labiopalatinas podem ser divididas em quatro grandes grupos: (Fonte: Guedes Pinto)

➢ pré-forame incisivo (unilateral, bilateral e mediana, nas formas incompleta e completa);


➢ transforame incisivo, nas formas unilateral, bilateral e mediana;
➢ pós-forame incisivo, nas formas incompleta e completa; e
➢ as desvinculadas dos palatos primário e secundário (p. ex., buco-ocular, macrostomia e fissura
oblíqua)

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O livro de odontopediatria de Dean e colaboradores (2011) traz a Classificação de Veau que já foi questão
em prova militar por isso é bom ficar de olho!

FISSURAS LABIAIS FISSURAS PALATINAS

▪ CLASSE I: acomete apenas o palato mole


▪ CLASSE I: uma chanfradura unilateral do
vermelhão não se estendendo para lábio
inteiro ▪ CLASSE II: acomete o palato duro e o palato
mole, mas não o processo alveolar
▪ CLASSE II: uma chanfradura unilateral da
borda do vermelhão, com a fissura se ▪ CLASSE III: acomete o palato duro e o palato
estendendo para lábio inteiro, mas não mole e o processo alveolar em um lado da área
incluindo o assoalho da cavidade nasal da pré-maxila.

▪ CLASSE III: uma fissura unilateral da borda do ▪ CLASSE IV: acomete tanto o palato duro quanto
vermelhão se estendendo para o assoalho da o palato mole e continua através do processo
cavidade nasal alveolar em ambos os lados da pré-maxila,
deixando esta área livre e geralmente móvel.
▪ CLASSE IV: qualquer fissura bilateral do lábio,
sendo ela uma chanfradura incompleta ou
uma fissura completa

O tratamento é multidisciplinar. De maneira geral, a queiloplastia é realizada no 3o mês de vida; a


palatoplastia, a partir do 1o ano de vida; e as cirurgias secundárias de lábio e/ou palato, alongamento de
columela ou a faringoplastia são executadas a partir dos 4 anos.

NÃO INVIABILIZA A AMAMENTAÇÃO: fissuras palatais

As fissuras geralmente não invabilizam a amamentação, pelo contrário, recomenda-se que as crianças sejam
amamentadas! O grau de dificuldade relaciona-se com a extensão da malformação. Por exemplo, crianças
com comprometimento dos lábios, narinas e arcadas dentárias apresentam dificuldade na pega do mamilo
e da aréola, por não conseguirem realizar a vedação necessária. Esses pacientes também apresentam mais
chances de refluxo de leite para as narinas.

Da mesma forma, fendas bilaterais comprometem o vedamento. Nesses pacientes, a amamentação está
relacionada a diminuição das infecções do ouvido médio, causadas pelo refluxo do leite. Além disso, auxiliam
no desenvolvimento das estruturas afetadas

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(ESSEX/OFICIAL DENTISTA/ODONTOLOGIA/2016) Pacientes com fissuras labial e palatina necessitam


de abordagem de uma equipe multidisciplinar no seu manejo. Para facilitar a comunicação entre os
membros desta equipe, alguns autores propuseram classificar os tipos de fissuras. Segundo VEAU,
em McDONALD (2011), as fissuras podem ser classificadas corretamente em:

a) Classe I: Fissura bilateral completa do lábio e palato.

b) Classe II: Fissura dos palatos duro e mole, com envolvimento do processo alveolar.

c) Classe III: Fissura unilateral completa do lábio e palato.

d) Classe IV: Fissura do palato mole apenas.

Comentários:

A alternativa correta é a letra C.

(FUNCAB/ARACRUZ-ES/ODONTOPEDIATRIA/2014) A falha na fusão das lâminas palatinas resulta na


fenda:

a) labial

b) vestibular

c) mediana alveolar anterior da mandíbula

d) palatina

e) facial externa

Comentários:

A alternativa correta é a letra D.

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(AOCP/EBSERH/ODONTOPEDIATRIA/2015) A etiologia da fissura lábio-palatina é multifatorial,


podendo estar envolvidos fatores hereditários e fatores ambientais. A utilização de um
medicamento no primeiro trimestre gestacional pode estar associada a esta anomalia. Qual é o
nome desse medicamento?

a) Benzodiazepínico

b) Ampicilina

c) Amoxicilina

d) Prilocaína

e) Paracetamol

Comentários:

De acordo com Neville et al. o hábito de tabagismo materno, no mínimo, dobra a chance de
desenvolvimento de fendas em comparação com mães não tabagistas. Um aumento na
frequência também tem sido relacionado ao uso de anticonvulsivantes, especialmente a
fenitoína, que aumenta cerca de 10 vezes a chance de formação de fendas. Embora as
evidências ainda sejam contraditórias, vários estudos sugeriram que a suplementação com
ácido fólico pode prevenir, de alguma forma, o desenvolvimento de fendas orofaciais.

Acima você confere na tabela de Proffit et al. que medicamentos como de medicamentos
aspirina, dilantina, 6-mercaptopurina seriam responsáveis pela formação das fissuras. No
entanto, a banca deu como alternativa correta é a letra A.

1.2.2 - ANQUILOGLOSSIA

Também conhecida como “língua presa”, a anquiloglossia acomete cerca de 3% dos neonatos. Quando não
ocorre a apoptose completa do frênulo, durante o desenvolvimento embrionário, o tecido residual que
permanece pode limitar os movimentos da língua, podendo levar à anquiloglossia.

Esta anomalia oral congênita, pode ocorrer de forma total ou parcial, limitando a mobilidade de língua em
graus variados e podendo interferir nas funções orais A limitação dos movimentos linguais resulta em
problemas de fonação, dificuldades na amamentação, perda de peso e desmame precoce. O tratamento nos
casos de comprometimento funcional é o procedimento cirúrgico de frenectomia lingual.

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INVIABILIZA A AMAMENTAÇÃO: Freio lingual curto ou anquiloglossia

No Brasil, o Programa Nacional de Triagem Neonatal, criado em 2001 passou a implementar a investigação
de distúrbios e doenças no recém-nascido com o objetivo de tratar em tempo oportuno e melhorar a
qualidade de vida das crianças afetadas.

Apenas em 20 de junho de 2014, através da Lei n◦ 13.002, passou a ser obrigatória a realização do Protocolo
de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês, em todos hospitais e maternidades, nas crianças nascidas em
suas dependências.

A limitação dos movimentos linguais impede que o bebê mame na posição correta causando dificuldades na
amamentação, perda de peso e desmame precoce. Na época do desenvolvimento da fala pode ocasionar
problemas na produção de certos fonemas.

De acordo com a professora Maria Salete o diagnóstico considera aspectos funcionais, sendo a frenotomia
indicada quando a condição interfere negativamente na amamentação ou indiretamente através do
desenvolvimento insuficiente dos músculos. Fonoaudiólogos ou otorrinolaringologistas podem realizar o
diagnóstico quando a criança apresenta dificuldades na deglutição ou dicção. A autora ressalta que apesar
de estar associada a dificuldades na fala, ela não é responsável pelo atraso na fala da criança. A literatu ra
nos leva a concluir que em bebês o diagnóstico é realizado tanto através da análise dos aspectos anatômicos
como funcionais (ex: amamentação) que possam prejudicar a mobilidade lingual e interferir na
amamentação.

Nas crianças mais velhas fatores como dicção ou deglutição devem ser considerados. Na triagem neonatal
realizadas nos hospitais brasileiros apenas a avaliação anatomofuncional do freio lingual, composta de 7
itens, é realizada. Nos casos de comprometimento funcional, o tratamento pode ser realizado através de
frenotomia (excisão parcial do freio da língua sem necessidade de suturas) ou através de frenuloplastia
(liberação da língua e correção de suas características anatômicas). A frenotomia é o procedimento mais
utilizado em neonatos por ser mais simples.

(AOCP/EBSERH/ODONTOPEDIATRA/2015) Em junho de 2014 foi sancionada a lei que obriga a realização


de avaliação do frênulo lingual em bebês. Sobre esta lei, assinale a alternativa correta.

a) A frequência de alterações no freio lingual gira em torno de 20%.

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b) Para avaliar se um bebê necessita passar por frenectomia lingual, verifica-se exclusivamente se há ou
não dificuldade para a amamentação.

c) O protocolo para avaliação do frênulo lingual com escores para bebês pode ser aplicado até os 18 meses
de vida.

d) A triagem neonatal é realizada nas primeiras 2 horas.

e) Após a realização da triagem neonatal, se ainda houver dúvida, o bebê é encaminhado para reteste
com 48 horas de vida.

Comentários:

A anquiloglossia acomete cerca de 3% dos neonatos, recomenda-se que a avaliação do frênulo da língua
seja inicialmente realizada na maternidade. A triagem neonatal é realizada nas primeiras 48 horas após o
nascimento, nela é feita somente a avaliação anatomofuncional do bebê. Esta avaliação inicial permite
diagnosticar os casos mais severos e indicar a frenotomia lingual (pique na língua) já na maternidade. Nos
casos onde houver dúvida, (normalmente quando o escore total da avaliação anatomofuncional for entre
5 e 6), ou não for possível visualizar o frênulo lingual, o bebê é encaminhado para reteste com 30 dias de
vida, sendo que os pais devem ser orientados sobre possíveis dificuldades na amamentação, para que não
ocorra o desmame precoce nesse períod A alternativa correta é a letra B

1.3 Alterações relacionadas ao processo eruptivo

1.3.1 Hematoma de erupção:

O hematoma ou cisto de erupção é causa frequente de acionamento na emergência odontopediátrica! A


dilatação do espaço folicular que envolve a coroa de um dente em erupção é causada pelo trauma dos
tecidos moles durante a função. O hematoma assusta os pais pelo aumento de volume e coloração
arroxeada, no entanto, é assintomático. Acomete mais as regiões de incisivos e molares superiores. Não
requer tratamento pois desaparece com a erupção.

1.3.2 Anquilose

A anquilose é uma união entre o osso e o dente. Sua causa está relac ionada ao fato do processo de
reabsorção não ser contínuo, ou seja, existem períodos de reabsorção e reparação, sendo que durante o
reparo ocorre a união entre o osso e o dente. Além disso, é comum o fato de vários membros da família
possuírem a mesma condição.

Não ocorre anquilose dos dentes decíduos anteriores a menos que tenha havido um traumatismo

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O dente anquilosado está em estado de retenção estático, nas áreas adjacentes a erupção e o crescimento
alveolar prosseguem, conferindo ao dente anquilosado uma aparência de "dente submerso".
Frequentemente vista nos 1º molares decíduos, esta condição está associada à ausência congênita de pré-
molares.

Clinicamente, além da infraoclusão, observa-se a ausência de mobilidade (mesmo com reabsorção avançada
das raízes) e som metálico à percussão (o dente normal apresenta um som amortecido à percussão por ter
ligamento periodontal que absorve parte do choque da percussão). No exame radiográfico, evidencia-se a
falta de continuidade da membrana periodontal. Recomenda-se o acompanhamento clínico e radiográfico,
e em caso de estabelecimento de maloclusão, a extração dentária.

Figura: Anquilose dentoalveolar . Fonte: Guedes Pinto et al.,

(IBFC/PREFEITURA DE FERNANDÓPOLIS/ODONTOPEDIATRA/2015) Trata-se de uma fusão fisiológica


do cemento e/ou dentina no osso alveolar, com obliteração da membrana periodontal em uma ou
mais áreas ao redor da raiz. Marque a alternativa correta, referente à anomalia de erupção que o
enunciado está se referindo.

a) Anquilose dentoalveolar
b) Alveólise
c) Intrusão dentária
d) Alveolite

Comentários:

A intrusão dentária é uma forma de trauma dentoalveolar em que o dente é deslocado para o interior
do alvéolo. A alveolite é uma complicação das cirurgias orais em que pode ser purulenta ou seca. A
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alveólise é uma patologia ósseo-gengival caracterizada pela exposição da raiz dentária na cavidade
oral, em função da reabsorção da tábua óssea alveolar, comumente relacionada ao traumatismo
dentário e/ou cárie dentária. A alveólise é a exposição da raiz do dente devido à infecção do alvéolo.
Pode ocorrer a exposição total ou parcial da raiz. Radiograficamente são observadas áreas radiolúcidas.
O prognóstico é desfavorável, pois o tratamento é a exodontia . A alternativa correta é a letra A.

(UFG/ODONTOPEDIATRIA/2019) Criança do sexo feminino é levada ao serviço de urgência devido à


sensibilidade dolorosa com a mastigação e com dificuldade na fonação. Ao exame clínico, o cirurgião-
dentista verifica na região dos incisivos superiores uma tumefação do tecido mole localizada sobre
o rebordo alveolar contíguo a um dente em erupção e com aspecto sanguinolento. O diagnóstico
dessa alteração é

a) Cisto do ducto nasopalatino


b) Cisto/hematoma de erupção
c) Cisto mucoso de retenção
d) Cisto periodontal

Comentários:

O hematoma ou cisto de erupção é uma condição análoga ao cisto dentígero, porém nos tecidos moles.
A dilatação do espaço folicular que envolve a coroa de um dente em erupção é causada pelo trauma
dos tecidos moles durante a função, conferindo aumento de volume e coloração arroxeada. Acomete
mais as regiões de incisivos e molares superiores. Não requer tratamento pois desaparece com a
erupção. A letra B é a letra correta.

1.4 - Alterações não patológicas da língua

1.4.1 - LÍNGUA FISSURADA

A língua fissurada é uma alteração de desenvolvimento que possui um aspecto clínico arboriforme (no ventre
observa-se um ramo maior e ramificações laterais menores). Na maioria dos casos é assintomática
(sintomatologia restrita ao consumo de condimentos apimentados ou alimentos ácidos). Observa-se um
aumento da frequência com a idade, e pode estar associada à língua geográfica, macroglossia ou síndrome
de Melkerson-Rosenthal (língua fissurada + granulomatose orofacial + paralisia facial).

1.4.2 - LÍNGUA GEOGRÁFICA OU GLOSSITE MIGRATÓRIA BENIGNA

Condição muito frequente em crianças na faixa etária dos 8 a 12 anos. Possui etiologia incerta, são apontadas
como possíveis causas a história familial (hereditariedade), a associação com doenças sistêmicas (psoríase),
com síndromes (ex: Down), com fatores hormonais (diabetes), as deficiências vitamínicas (B6, B12, ácido
fólico, zinco e ferro) e o estresse emocional. Clinicamente observam-se áreas erosivas avermelhadas pela
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perda das papilas filiformes, com limites bem definidos, circundados por um halo esbranquiçado, envolvendo
a região dos 2/3 anteriores do dorso lingual. É chamada de migratória pois, após regredirem, aparecerem
em locais diferentes da aparição anterior. Pode aparecer associada às fissuras (nesses casos pode apresentar
sintomatologia dolorosa com alimentos apimentados e ácidos). Não requer tratamento pela benignidade da
condição.

CUIDADO!! Não confunda glossite migratória benigna (língua geográfica) com glossite
romboidal mediana (uma forma de candidíase que veremos em breve!)

1.5 - Condições virais

1.5.1 GENGIVOESTOMATITE HERPÉTICA AGUDA

Muito explorada nas provas, você precisa saber tudo sobre a gengivoestomatite herpética aguda, também
conhecida como gengivoestomatite herpética primária. É causada pelo vírus Herpes vírus hominis, subtipo
HSV-1 (acomete os tecidos acima da cintura). O contágio acontece a partir do contato com gotículas de
saliva ou secreções das lesões de pessoas com a doença. O período de incubação pode durar de 2 a 10 dias.
Após penetrar nos tecidos, o vírus se aloja no gânglio trigeminal, permanecendo em um estado de latência
(até ser reativado e "caminhar" para a mucosa da região inicialmente penetrada).

Geralmente, o primeiro contato com o vírus não produz sintomas. No entanto, a primeira manifestação pode
ocorrer ainda na primeira infância, entre os 6 meses e 5 anos, e estar associada a sintomas inespecíficos
como febre, mal-estar, irritabilidade, dor ao deglutir, linfadenopatia regional e mialgia. Ao exame clínico da
cavidade bucal observa-se, inicialmente, a presença de vesículas na gengiva, palato duro e mole, língua e
mucosa jugal, que rapidamente rompem-se dando origem a lesões ulceradas. O nome gengivoestomatite
está relacionado à característica observada nas gengivas: eritema, edemaciadas e doloridas, sintomas que
dificultam a higienização e alimentação/hidratação da criança.

A autoinoculação para dedos, olhos e genital pode ocorrer. A infecção dos dedos é conhecida
como panarício herpético ou paroníquia herpética.

O quadro viral apresenta regressão de 7 a 14 dias, mas por se tratar de uma condição dolorosa exige um
tratamento de suporte e de alívio sintomático. A terapia medicamentosa consiste em prescrição de
analgésicos e anti-inflamatórios para os sintomas. Como suporte recomenda-se hidratação, dieta líquida e
calórica e uso de antissépticos para a higienização da cavidade bucal.

A reativação do vírus é chamada de herpes simples recorrente ou herpes labial

1.5.2 DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA

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A doença mão-pé-boca é causada pelo vírus Coxsackie A. Como o próprio nome diz a doença é caracterizada
pela presença de lesões na pele e na mucosa oral (as lesões orais são as que primeiro aparecem, inicialmente
como máculas avermelhadas e, posteriormente, como vesículas) acompanhada de sintomas como presença
de febre leve, dor de garganta e disfagia. Por ser autolimitante, o tratamento é direcionado para os sintomas.

1.5.3 CATAPORA, CAXUMBA, SARAMPO E RUBÉOLA

Com o atual aumento de casos, pela não vacinação das crianças, essas doenças voltaram a ser cobradas nas
provas. Entenda as diferenças.

CATAPORA: também chamada de varicela é causada pelo vírus varicela-zoster


(VZV ou HHV-3) sendo altamente contagiosa. Os primeiros sintomas são febre,
mal-estar, faringite e rinite. Cerca de dois dias depois começam a aparecer as
lesões (enxatema pruriginoso), principalmente na face, tronco e extremidades.
A evolução das lesões é a seguinte: eritema, vesícula, pústula e crosta
endurecida.

A borda do vermelhão do lábio e o palato são os locais mais acometidos (vesículas branco-opacas se
rompem e formam ulcerações de 1 a 3 mm). As lesões intraorais assemelham-se às da gengivoestomatite
herpética primária, no entanto, as da catapora são indolores. O tratamento é sintomático e a regressão do
quadro geralmente ocorre em 10 dias.

CAXUMBA: também chamada de parotidite epidêmica é causada por um vírus da família


paramyxoviridae, gênero Rubulavirus. São sintomas sistêmicos a febre baixa, mal-estar,
cefaleia, anorexia e mialgia. Além disso, glândulas maiores podem ser afetadas, mais
comumente a parótida, causando aumento de volume e dor. Da mesma forma o
tratamento é de suporte e de alívio da sintomatologia.

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SARAMPO: é uma infecção contagiosa causada por um vírus da família paramixovírus,


gênero Rubivirus. A maioria dos casos ocorre no inverno e primavera e o contágio
ocorre através de gotículas da respiração. Os primeiros sinais da doença são coriza,
tosse, febre e conjuntivite. Na cavidade bucal são vistas as manchas de koplik
(pequenas manchas branco-azuladas circundadas por eritema), com a evolução
desaparecem. O tratamento consiste em hidratação e prescrição de antipiréticos que
não contenham aspirina.

RUBÉOLA: também chamada de sarampo alemão é uma doença viral causada por um vírus da família
togavírus, gênero Rubivirus. O primeiro sinal da doença é a erupção enxatematosa que inicia pela face e
pescoço, espalhando-se para o resto do corpo (em muitos casos desaparece no terceiro dia). As lesões orais
recebem o nome de Sinal de Forchheimer, ocorrem em 20% dos pacientes, são pequenas pápulas vermelho-
escuras situadas na região de palato. No geral não precisa tratamento, sendo prescritos apenas antipiréticos.

A vacina tetraviral imuniza para as doenças citadas (catapora, caxumba, sarampo e


rubéola) e é feita em duas doses (a partir dos 15 dias e outra até os 4 anos)

SARAMPO SARAMPO ALEMÃO / RUBÉOLA


Primeiro sinal coriza, tosse, conjuntivite e febre Primeiro sinal erupção enxatematosa (face e pescoço)
Manchas de Koplik na mucosa oral Sinal de Forcheimer no palato

(IBFC/PREFEITURA DE FERNANDÓPOLIS/ODONTOPEDIATRA/2015) É uma infecção virótica


caracterizada pelo aparecimento de lesões maculopapulares, enxatemáticas e vesiculares da pele,
envolvendo mais particularmente as mãos e os braços, os pés e a mucosa bucal. Assinale a
alternativa correta, que corresponde à infecção relatada.

a) Cachumba
b) Sarampo
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c) Doença das mãos, pés e boca


d) Síndrome da imunodeficiência adquirida

Comentários:

A doença mão-pé-boca é causada pelo vírus Coxsackie A. Como o próprio nome diz a doença é
caracterizada pela presença de lesões na pele e na mucosa oral (as lesões orais são as que primeiro
aparecem, inicialmente como máculas avermelhadas e, posteriormente, como vesículas)
acompanhada de sintomas como presença de febre leve, dor de garganta e disfagia. Por ser
autolimitante, o tratamento é direcionado para os sintomas.

A alternativa correta é a letra C

(IDECAN/BOMBEIROS/ODONTOPEDIATRIA/2017) O paciente infantil é suscetível a várias doenças


infecciosas, principalmente pela imaturidade do sistema imunológico. Dentre as infecções, algumas
apresentam manifestações orais e manchas de Koplik que podem ser encontradas em pacientes com:

a) Roséola

b) Varicela

c) Rubéola

d) Sarampo

Comentários:

O sarampo tem como manifestação na cavidade bucal as manchas de koplik que são pequenas
manchas branco-azuladas circundadas por eritema. Agora cuidado: o sarampo alemão, chamado
também de rubéola tem como característica intraoral o Sinal de Forchheimer que são pequenas
pápulas vermelho-escuras situadas na região de palato.

A alternativa correta é a letra D

(UFG/ODONTOPEDIATRIA/2019) A gengivoestomatite herpética primária se manifesta com


ulcerações labiais, podendo em alguns casos ocorrer presença de febre, irritabilidade, cefaleia, dor,
linfadenopatia regional. Num período não maior do que 24 a 36 horas, a boca torna-se sensivelmente
dolorida, a gengiva torna-se edemaciada e a salivação aumenta. A idade de ocorrência da
gengivoestomatite herpética primária mais comum é:

a) Entre 6 e 13 anos de idade


b) Entre 10 e 12 anos de idade
c) Antes dos 5 anos de idade
d) Acima dos 13 anos de idade

Comentários:

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A primeira manifestação pode ocorrer ainda na primeira infância, entre os 6 meses e 5 anos, e estar
associada a sintomas inespecíficos como febre, mal-estar, irritabilidade, dor ao deglutir, linfadenopatia
regional e mialgia. A alternativa correta é a letra C

(FUNCAB/PREFEITURA DE ARACRUZ/ODONTOPEDIATRIA/2014) As crianças portadoras de


gengivoestomatite herpética primária, ao tocarem as lesões ou realizarem sucção digital,
desenvolvem lesões herpéticas nos dedos das mãos chamadas:

a) Panarício herpético

b) Blastomicose

c) Molusco contagioso

d) Guna

e) Cobreiro

Comentários:

A infecção dos dedos é conhecida como panarício herpético ou paroníquia herpética e pode ocorrer
através de autoinoculação. Outros locais que podem afetados são os olhos e as genitais. A alternativa
correta é a letra A

1.4 - Condições fúngicas

1.4.1 CANDIDÍASE PSEUDOMEMBRANOSA

É a doença fúngica mais comum em crianças, também conhecida como "sapinho" ou "monilíase". Causada
por um fungo que vive de forma comensal em nossa cavidade bucal, a Candida albicans torna-se patogênica
frente a situações de desequilíbrio.

A forma mais comumente evidenciada é a pseudomembranosa (sapinho) que possui como características
clínicas a presença de placas brancas removíveis à raspagem semelhantes à “leite coalhado”. Quando
removidas deixam uma superfície eritematosa e sangrante. Acomete mais as regiões de palato e língua de
recém-nascidos (pela imaturidade do sistema imunológico), crianças com imunossupressão ou que fizeram
uso de antibiótico de amplo espectro, pacientes com hipossalivação, com deficiências nutricionais ou
higienização bucal precária. O tratamento consiste em orientações sobre a higiene bucal e prescrição de
antifúngico tópico (nistatina).

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A glossite romboidal mediana é uma forma de candidíase (também chamada de atrofia papilar
central). Clinicamente observa-se uma área avermelhada bem demarcada na linha média da
língua sem sintomatologia dolorosa.

1.5 - Fenômenos de retenção

1.5.1 MUCOCELE

A mucocele é uma condição muito comum em crianças e adolescentes, sem predil eção pelo sexo. Ao
analisar diversas bancas pude perceber que é um assunto muito frequente nas provas!! As questões, no
geral, não apresentam alto grau de dificuldade!

A mucocele é ocasionada pela ruptura de um ducto de glândula salivar menor, principalmente por trauma
(em especial nos usuários de aparelhos ortodônticos), e tem como característica clínica o aumento de
volume pelo extravasamento de muco para os espaços adjacentes. Condição assintomática, acomete mais a
região de lábio inferior (localização preferencial e mais suscetível ao trauma), mucosa jugal e ventre de
lingual. Quando localizada superficialmente apresenta formato de cúpula, coloração translúcida ou azulada,
com superfície lisa e consistência fluida, com tamanho aproximado de 1 cm. Se estiver localizada mais
profundamente pode apresentar a coloração rosada (igual aos tecidos). Diante do quadro de regressão e
recorrência constante opta-se pela excisão cirúrgica.

1.5.2 RÂNULA

A rânula também é um fenômeno de retenção e está associada às glândulas salivares maiores, acometendo
principalmente as glândulas sublingual (maior frequência) e submandibular. Diferencia-se da mucocele
ocorrer mais na região de assoalho bucal (+unilateral, lateral à linha média). Tem este nome de rânula pela
aparência semelhante a um ventre de rã!

Clinicamente apresenta um aumento de volume difuso, assintomático e de coloração azulada ou rosada


(dependendo da profundidade). O tratamento consiste em marsupialização ou enucleação da lesão com
remoção da glândula.

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A rânula perfurante ou mergulhante é um tipo de rânula que ocorre no espaço


submandibular ou submentoniano. Por atravessar o músculo milo-hióide causa aumento
de volume em pescoço.

(IBFC/PREFEITURA DE FERNANDÓPOLIS/ODONTOPEDIATRA/2015) A mucocele é uma lesão


frequentemente encontrada em crianças e adultos jovens, oriunda de desordens de glândulas
salivares menores. Sobre a mucocele, marque a alternativa incorreta.

a) Trata-se de uma lesão cística benigna.

b) Essa lesão ocorre devido a traumatismo local ou como resultado da obstrução do ducto excretor de
glândulas salivares menores.

c) Clinicamente, ocorre com mais frequência na linha média do assoalho bucal.

d) Em alguns casos, após a remoção cirúrgica total, pode haver recidiva, sendo necessária a remoção
da glândula salivar adjacente, como medida preventiva.

Comentários.

A alternativa incorreta é a letra C por afirmar que a mucocele ocorre com mais frequência na linha
média do assoalho bucal, no entanto, vimos que a localização preferencial é lateral à linha média.

1.6 - Lesões vasculares

1.6.1 HEMANGIOMA

É o tumor benigno mais comum em recém-nascidos e da infância, ocorrendo em 5 a 10% das crianças com
até 1 ano, com predileção pelo sexo feminino. Considerado uma malformação vascular ou hamartoma, o
hemangioma raramente está presente no nascimento (em alguns casos é observada uma mancha
esbranquiçada com telangiectasias filiformes). Com o crescimento da criança a lesão prolifera-se
rapidamente e assume uma coloração avermelhada. A principal característica no exame dessa lesão é que
ao ser comprimida sofre isquemia (a mucosa fica esbranquiçada, não mantém a coloração avermelhada),
manobra chamada de vitropressão. Aconselha-se o acompanhamento pois tende a regredir com o
crescimento (90% dos casos desaparecem até os 9 anos).
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1.7 - Alterações no desenvolvimento dentário

São diversas as anomalias dentárias e as estudaremos na aula de patologia, porém, não posso deixar de
mencionar algumas que "não caem, mas despencam nas questões de odontopediatria". São muito fáceis e
por isso você não pode errar! Vamos revisar?

FUSÃO: fusão é uma união né? Então você deve lembrar disso, é a tentativa de união de dois germes
dentários. Como você observa isso? Na radiografia você verá duas raízes e uma coroa. Caso persista a dúvida
mais uma dica: ao contar os dentes você perceberá a falta de um dente!

GEMINAÇÃO: é quando um germe dentário tenta se dividir em dois. Ao examinar o paciente você observará
uma coroa bífida (como se estivesse divida em duas) e na radiografia uma raiz! Ao contar os dentes você
perceberá que a contagem está normal!

CONCRESCÊNCIA: simples C de cemento/ C de concrescência. É a união de dois dentes pelo cemento.

(AOCP/EBSERH/ODONTOPEDIATRIA/2015) Sobre dentes fusionados, assinale a alternativa correta

a) Somente dentes decíduos podem se apresentar fusionados.

b) O melhor tratamento para dentes fusionados é a exodontia precoce, evitando futuras complicações.

c) Clinicamente, dentes geminados e dentes fusionados são bastante distintos.

d) Há uma tendência familiar para o desenvolvimento de dentes fusionados.

e) Radiograficamente, observa-se uma coroa bífida com uma raiz única.

Comentários:

Dentes duplos (geminação e fusão) ocorrem nas dentições decídua e permanente, com maior
frequência nas regiões anterior e superior. Na dentição permanente, a prevalência de dentes duplos
parece ser de aproximadamente 0,3% a 0,5%, enquanto a frequência na dentição decídua é maior,
variando de 0,5% a 2,5%. A geminação é muito mais comum na maxila, enquanto a fusão ocorre com
maior frequência na mandíbula. A geminação e a fusão se apresentam semelhantes, podendo ser
diferenciadas pela contagem do número de dentes. Geralmente canais separados estão presentes na
fusão. A alternativa correta é a letra D.

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2 - ALTERAÇÕES DENTÁRIAS
A incapacidade de diagnosticar dentes com a anatomia anormal pode levar a erros de diagnóstico e um plano
de tratamento que pode causar danos permanentes e perda de dentes.

As principais anomalias com impacto na prática clínica serão divididas em grupos para facilitar o
entendimento! As alterações podem ser primárias ou secundárias (quando surgem por influências
ambientais como ocorre com a concrescência, dilaceração e hipercementose).

ALTERAÇÕES
DENTÁRIAS

NÚMERO TAMANHO FORMA ESTRUTURA

2.1 - Alteração de número

As alterações na quantidade de dentes são comuns e precisamos saber diferenciar as nomenclaturas.

Anodontia: ausência total dos dentes

Hipodontia: ausência é de um ou mais dentes

Oligodontia: ausência de seis ou mais dentes (excluindo os terceiros molares)

Hiperdontia: quando temos dentes a mais na boca (os chamados supranumerários!)

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Agora um detalhe importantíssimo: as bancas militares adoram cobrar aquela nota de rodapé, aquilo que
ninguém sabe, nada melhor, dentro desse assunto, do que pedir síndromes que apresentam diminuição ou
aumento do número de dentes!

SÃO SÍNDROMES QUE APRESENTAM HIPODONTIA:

Anquiloglossia superior, Böök, Cockayne, Coffin-Lowry, Cranio-oculo-dental, Crouzon, Down,


Displasia ectodérmica, Fenda labial e fenda palatina, Ehlers-Danlos, Ellis-van Creveld, Hipoplasia
dérmica focal, Freire-Maia, Displasia frontometafiseal, Goldenhar, Gorlin, Gorlin-Chaudhry-
Moss, Hallermann-Streiff, Hanhart, Hurler, Hipoglossia-hipodactilia, Incontinência pigmentar,
Johanson-Blizzard, Síndrome lacrimo-aurico-dento-digital, Proteinose lipoide, Marshall-White,
Melanoleucoderma, Monilethrix-anodontia, Oral-facial-digital tipo I, Displasia otodental,
Progeria, Rieger, Robinson, Rothmund-Thomson, Sturge-Weber, Dente e unha, Turner e Wikie.

Vamos combinar que é impossível decorar tudo isso, mas tente pelo menos saber algumas das
que foram destacadas.

Os genes mais frequentemente envolvidos são PAX9, MS1X e AXIN2 (acredite na prova da
aeronáutica já foi cobrado isso!)

A falha na formação dentária é um distúrbio muito comum, lembrando que lâmina dentária é muito sensível
a estímulos externos como trauma, infecção, radiação, entre outros. Quando falamos em anodontia a
literatura relata uma prevalência que varia entre 3% a 10% em dentes permanentes, excluindo a ausência
dos terceiros molares (quando incluímos esses dentes a prevalência sobe para 20%). A anodontia é uma
condição rara e quando você atende um paciente que possui várias ausências dentárias deve suspeitar de
displasia ectodérmica hipoidrótica hereditária. Quando ocorre a diminuição do número de dentes o sexo
mais afetado é o feminino (1,5:1).

A hipodontia não é comum na dentição decídua (a falta de um dente decíduo está


geralmente está associada à ausência do sucessor permanente). Quando ocorre é vista a
ausência de incisivos laterais superiores e incisivos inferiores.

A falta de dentes na dentição permanente não é rara e os dentes comumente ausentes


são: os terceiros molares, os segundos pré-molares e os incisivos laterais.

A hipodontia geralmente está associada à microdontia.

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A hiperdontia é caracterizada pelo desenvolvimento de dentes a mais na arcada dentária, com prevalência
de 0,1 a 3,8%., sendo mais frequente em melanodermas, na região de maxila, com predileção pela região
anterior (95%). O sexo mais acometido é o masculino.

A hiperdontia se relaciona com a existência de macrodontia.

Algumas provas perguntam qual a localização preferencial e qual o nome dado a esse tipo de dente, então
não esqueça: os é mesiodens acontecem mais na região anterior, principalmente na região é de incisivos!

Outras possíveis localizações são: região posterior (quartos molares, distodentes ou distomolares), região de
pré-molares, caninos e incisivos laterais. Outras nomenclaturas utilizadas são as descritas abaixo:

⮚ Paramolar: dente posterior supranumerário situado lingual ou vestibularmente a um molar;


⮚ Suplementar: é quando o supranumerário possui tamanho e forma normais;
⮚ Rudimentar: é quando o supranumerário possui tamanho menor e forma anormal; podem ser
cônicos (pequenos e conoides), tuberculados (situados na região anterior e possuem forma de barril
com mais de uma cúspide), molariformes (semelhantes à pré-molares e molares).

SÃO SÍNDROMES QUE APRESENTAM HIPERDONTIA:

Apert, Displasia cleidocraniana, Displasia craniometafiseal, Crouzon, Curtius, Down, Ehlers-


Danlos, Ellis-van Creveld, Fabry-Anderson, Fucosidose, Gardner, Hallermann-Streiff,
Incontinência pigmentar, Klippel-Trénaunay-Weber, Laband, Leopard, Nance-Horan, Oro-digito-
facial tipos I e III, Sturge-Weber, Trico-rino-falangiana.

Quando um paciente apresenta ao mesmo tempo situações de hipodontia e hiperdontia chamamos tal
fenômeno de hipo-hiperdontia. Clinicamente percebe-se a ausência de incisivos inferiores, seguida da
ausência de segundos pré-molares; e existência de dentes supranumerários na região anterior de maxila,
de caninos ou pré-molares superiores.

2.2- Alteração de tamanho

Esse grupo de alterações é um dos mais fáceis, não tem mistério: os dentes serão fisicamente maiores
(macrodontia) ou menores (microdontia) que o normal!
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A microdontia é chamada de relativa quando está associada a ocorrência da macrognatia (maxilares


grandes com dentes pequenos).

➢ Quando apenas um dente é menor que o normal chamamos de microdontia isolada. Tal condição
acomete mais os incisivos laterais superiores (que por apresentarem alteração na forma e tamanho
são chamados de dentes conoides) e terceiros molares.

➢ A microdontia difusa verdadeira não é comum, mas quando acontece está mais relacionada a
síndrome de Down e ao nanismo pituitário (com prevalência de 0,8 a 8,4%). A microdontia está
associada a um padrão de herança autossômica dominante.

A macrodontia, também chamada de megalodontia ou megadontia, é o termo utilizado para dentes com
tamanho maior que o normal.

➢ A macrodontia relativa é vista nos casos em que os maxilares são pequenos para dentes com
tamanhos normais (ocorre o apinhamento e possível alteração na erupção por falta de espaço).

➢ A macrodontia difusa ou generalizada ocorre quando todos os dentes aparecem aumentados, ela é
vista no gigantismo pituitário, síndrome otodental, homens XYY e hiperplasia pineal com
hiperinsulinismo. A macrodontia isolada (Regezi et al.,2012 chamam de focal ou localizada) é quando
apenas um dente está aumentado, é uma condição rara, mas quando ocorre de forma unilateral pode
estar associada a hiperplasia hemifacial (a macrodontia isolada também pode ser vista em terceiros
molares inferiores).

2.3 - Alteração de forma

São diversas as anomalias dentárias que "não caem, mas despencam nas provas". São muito fáceis e por isso
você não pode errar! Vamos revisar?

A fusão é uma união né? Então você deve lembrar disso, é a tentativa de união de dois germes dentários
que resulta em uma única estrutura aumentada. Como você observa isso? Na contagem dos dentes você
perceberá a falta de um dente, quando o dente anômalo é contado como um!

Na nova edição de Neville et al. (2016) consta que a fusão é definida como o aumento de
um único dente ou dente unido (duplo), sendo a contagem o fator decisivo para seu
diagnóstico.

Geminação é quando um germe dentário tenta se dividir em dois. Ao examinar o paciente você observará
que a contagem dentária se encontra normal, o dente anômalo é considerado como sendo um dente!

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Neville et al. (2016) chamam de dentes duplos, colados ou associados os dentes que sofrem fusão
e geminação. Os autores afirmam que ambas as condições são semelhantes, ocorrem mais nas
regiões anterior e superior, e são diferenciadas apenas pela contagem dentária. Os dentes são
unidos pela dentina e em alguns casos até mesmo pela polpa.

Podem ocorrer tanto na dentição decídua (0,5% a 2,5% dos casos) e permanente (0,3% a 0,5%
perceba que ocorre mais na decídua!!)

Decorar concrescência é simples: C de cemento/ C de concrescência.

É a união de dois dentes pelo cemento ao longo de suas raízes. Ela pode ocorrer nas seguintes situações:

➢ durante o desenvolvimento dentário (dentes que se formam muito perto- os dentes estavam
inicialmente distantes um do outro e ficaram unidos pela deposição de cemento)
➢ após a erupção (quadro pós-inflamatório que frequentemente envolve molares com lesões cariosas)

É vista frequentemente na região posterior superior. Clinicamente a importância da concrescência é no


planejamento cirúrgico de uma extração.

No taurodontismo é visto um aumento ápico-oclusal da câmara pulpar de dentes multirradiculares com


deslocamento do soalho pulpar apicalmente. Tal condição confereuma aparência de coroa alongada e mais
retangular que o normal.

(VUNESP/EsFEx/2021) Durante a avaliação radiográfica do dente 46, observa -se coroa alongada com furca
deslocada apicalmente, resultando em câmara pulpar com altura aumentada em sentido apical-oclusal. A
descrição refere-se à anomalia denominada
a) dente evaginado.
b) fusão.
c) taurodontia.
d) geminação.
e) macrodontia

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Comentários:
A taurodontia consiste no aumento do corpo e da câmara pulpar de um dente multirradicular, com
deslocamento apical do assoalho pulpar e da bifurcação das raízes. A letra C está correta.

De acordo com grau de deslocamento apical do assoalho pulpar pode ser classificada em leve
(hipotaurodontia), médio (mesotaurodontia) e grave (hipertaurodontia).

Figura: Classificação taurodontia. Fonte: Neville et al., 2016.

Dizemos que a taurodontia tem envolvimento de campo quando afeta vários dentes do mesmo quadrante
(ex: 1º, 2º e 3º molares afetados). Clinicamente a importância da taurodontia é no planejamento
endodôntico quando esse se faz necessário.

SÃO SÍNDROMES ASSOCIADAS À TAURODONTIA:

Amelogênese imperfeita hipoplásica tipo IE, Amelogênese imperfeita-taurodontia tipo IV,


Displasia cranioectodérmica, Síndrome de Down, Displasia ectodérmica, Ellis-van Creveld,
Hiperfosfatasia-oligofrenia-taurodontia, Hipofostatasia, Klinefelter, Lowe, Microdontia-
taurodontia-dente invaginado, Nanismo microcefálico-taurodontia, Displasia oculodentodigital,
Oral-facial-digital tipo II, Rapp-Hodgkin, Cabelo escasso-oligodontia-taurodontia, Aberrações
cromossômicas sexuais (ex: XXX), Trico-dento-óssea tipos I, II, III Trico-onico-dental, Wolf-
Hirschhorn.

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O dente invaginado (dens in dente ou dente dentro de um dente) é uma anomalia de desenvolvimento
incomum resultante da invaginação na superfície da coroa ou raiz do dente (pense que invaginado é para
dentro). O tipo coronário é mais frequente e, geralmente, observamos a invaginação na região lingual. É
comum a ocorrência bilateral. Pelo risco de acúmulo de biofilme o tratamento é restaurador.

Dente invaginado coronário

Dentes permanentes + afetados: incisivos laterais, incisivos centrais, pré-molares, caninos


e molares. É mais comum na maxila.

Pode ser classificado em três tipos principais: tipo I que exibe invaginação confinada à
coroa, tipo II cuja invaginação se estende abaixo da junção amelocementária e termina em
um fundo cego, e tipo III que se estende através da raiz e perfura a área apical sem haver
comunicação com a polpa.

Quando a invaginação é dilatada e interfere na formação do dente damos o nome de


odontoma dilatado.

O dente evaginado é uma protuberância localizada geralmente na oclusal dos posteriores, em especial pré-
molares de forma bilateral (quando ouvir evaginado pense em para fora). Sua ocorrência é comum. Pode
ser visto em pacientes que também possuem outra condição: os incisivos em pá (a superfície lingual desses
dentes é côncava)! Indica-se a remoção da protuberância pelo risco de interferência oclusal e necrose.

São outros nomes do dente evaginado: tubérculo central, cúspide tubercular, tubérculo
acessório, pérola oclusal, odontoma evaginado, pré-molar de Leong, pré-molar tubercular.

Figura: Diferença entre dente invaginado e evaginado. Fonte: Regezi et al., 2012.

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A cúspide em garra é uma cúspide adicional, bem delimitada, localizada na superfície de um dente anterior,
que se estende pelo menos da metade da distância da junção amelocementária até a borda incisal. Tem sido
encontrada em pacientes com síndromes de Rubinstein-Taybi, de Mohr, de Ellis-van Creveld, incontinência
pigmentar acromiante, de Berardinelli-Seip e na angiomatose de Sturge-Weber.

A cúspide de carabelli é uma cúspide acessória localizada na palatina da cúspide mesiolingual do molar.

A protoestilíde é uma cúspide acessória localizada na mesiovestibular dos molares inferiores (podendo
ocorrer em ambas as dentições).

As pérolas de esmalte são gotas de esmalte localizadas em locais incomuns como, por exemplo, nas raízes
do dentárias. São vistas principalmente nas raízes dos molares superiores.

A hipercementose ou hiperplasia cementária é uma deposição em excesso de cemento na raiz dentária.


Ocorre mais em adultos, aumentando sua frequência com a idade, e em região mandibular. São fatores
locais que induzem a formação excessiva de cemento o trauma oclusal anormal, a inflamação em dente
adjacente (p.ex., pulpar, periapical, periodontal), a ausência de dente antagonista (p.ex., impactado, incluso,
perdido) e o reparo de raízes vitais fraturadas. São fatores sistêmicos associados à sua ocorrência a
acromegalia e gigantismo hipofisário, artrite, calcinose, Doença de Paget do osso, febre reumática e bócio
da tireoide.

No diagnóstico diferencial o cementoblastoma apresenta dor, expansão cortical e aumento de


volume.

(COSEAC/FESAUDE/ NITERÓI-RJ/2021) Assinale o fator sistêmico que pode levar à hipercementose.


a) Calcinose.
b) Inflamação adjacente.
c) Trauma oclusal anormal.
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d) Dente não antagonista.


e) Reparo de raízes fraturadas
Comentários:
A hipercementose ou hiperplasia cementária é uma deposição em excesso de cemento na raiz dentária.
Ocorre mais em adultos, aumentando sua frequência com a idade, e em região mandibular. São fatores
locais que induzem a formação excessiva de cemento o trauma oclusal anormal, a inflamação em dente
adjacente (p.ex., pulpar, periapical, periodontal), a ausência de dente antagonista (p.ex., impactado, incluso,
perdido) e o reparo de raízes vitais fraturadas. São fatores sistêmicos associados à sua ocorrência a
acromegalia e gigantismo hipofisário, artrite, calcinose, Doença de Paget do osso, febre reumática e bócio
da tireoide. A letra A está correta, todas as outras alternativas são fatores locais.

A globodontia é um termo para designar dentes gigantes em forma de globo resultante de um distúrbio
autossômico dominante que afeta o gene FGF3. Afeta ambas as dentições, em especial caninos e molares.

De acordo com a nova versão de Neville et al. (2016), são características dentárias:

Os incisivos não são afetados.

Coroas bulbosas muito aumentadas nos caninos e molares

Os pré-molares geralmente estão ausentes ou são microdentes; quando presentes podem


apresentar anatomia normal ou ser conoides.

As raízes da globodontia são pequenas e as câmaras pulpares geralmente exibem septos


verticais e, ocasionalmente, calcificações pulpares.

Áreas focais de hipomaturação amarelada coronária podem ocorrer principalmente nas


superfícies vestibulares dos caninos.

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A aparência oclusal do dente acometido é descrita como semelhante à uma “amarração final de uma
salsicha”.

Síndrome Otodental = globodontia + perda auditiva

O aparecimento da perda de audição geralmente inicia na infância e progride ao máximo na quarta década
de vida. Outros achados menos consistentes incluem colobomas oculares, odontomas e vários microdentes.

A lobodontia é uma anomalia dentária hereditária rara, herdada como um traço autossômico dominante, na
qual vários dentes lembram os dentes de animais carnívoros.

De acordo com a nova versão são características dentárias:

Os caninos e pré-molares que apresentam cúspides semelhantes a presas.

Os lóbulos médios das coroas dos caninos são cônicos e o lóbulos laterais são
significativamente reduzidos.

Os pré-molares exibem cúspides vestibulares proeminentes e cônicas, muitas vezes com


cúspides linguais reduzidas.

A anatomia oclusal dos molares também está alterada e se apresenta moriforme.

Redução generalizada do tamanho do dente é comum.

Outros achados menos consistentes incluem incisivos em forma de pá com depressão


acentuada no cíngulo, hipodontia, dente invaginado nos pré-molares ou incisivos e raízes
cônicas e únicas nos molares.

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2.4 - Alterações de estrutura dentária

2.4.1 - Amelogênese imperfeita

Podemos definir a amelogênese imperfeita como uma malformação de desenvolvimento, que ocorre na
estrutura do esmalte na ausência de uma síndrome. É uma condição hereditária, autossômica dominante,
recessiva ou ligada ao cromossomo X. Afeta todos os dentes de ambas as dentições (decídua e permanente).

Você deve lembrar que a formação do esmalte se divide em 3 estágios e as características do tipo de
amelogênese dependem da fase afetada.

1. Elaboração da matriz orgânica

2. Mineralização da matriz

3. Maturação do esmalte

Vamos simplificar e resumir os tipos de amelogênese no quadro abaixo:

Amelogênese hipoplásica - a deposição da matriz de esmalte ocorre de forma


inadequada. São observadas depressões do tamanho de cabeça de alfinete no tipo
generalizado. A matriz é mineralizada de forma apropriada e é visto um bom contraste
radiográfico do esmalte com a dentina.

Amelogênese hipomaturada - defeito na maturação na estrutura dos cristais de esmalte.


Os dentes têm forma normal, mas apresentam manchas opacas que podem sofrer
pigmentação acastanhada. Além disso, o esmalte trinca e fratura com facilidade.

Amelogênese hipocalcificada - a matriz de esmalte é depositada apropriadamente, mas


não ocorre significativa mineralização. O esmalte apresenta uma consistência amolecida,
semelhante a queijo e se solta facilmente (com exceção da porção cervical). O esmalte é
marrom ou alaranjado.

Amelogênese no padrão hipoplásico - hipomaturado + taurodontia são vistas na


síndrome tricô-dento-óssea.

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2.4.2 - Defeitos ambientais do esmalte

Os amelobastos são muito sensíveis e vários fatores podem afetar a formação do esmalte. Em seu livro Proffit
e colaboradores (2012) citam que bebês com histórico de episódios febris durante os primeiros dias de vida
de bebês possuirão uma marca visível no esmalte decíduo. Neville e colaboradores (2016), explicam que a
presença do anel neonatal permite a realização de um cálculo da data aproximada em que ocorreu esse
distúrbio no crescimento dos tecidos.

Fonte: Proffit et al, 2012.

Existem diversos fatores ambientais que podem deixar marcas no esmalte em formação podendo ser vistas
clinicamente como hipoplasias ou opacidades. As hipoplasias de esmalte são defeitos na quantidade de
esmalte (são vistas fossetas, ranhuras ou áreas sem esmalte). As opacidades são defeitos na qualidade do
esmalte (a quantidade de esmalte depositado está normal) e podem ser vistas de forma difusa ou
demarcada, apresentando variações na translucidez.

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Confira alguns fatores que interferem na formação do esmalte:

Fatores sistêmicos associados aos defeitos do esmalte: trauma relacionado ao nascimento, produtos
químicos (como amoxicilina, chumbo, flúor, tabagismo, tetraciclina, terapia antineoplásica, vitamina D),
anormalidades cromossômicas como a trissomia do 21, doenças infecciosas como a sífilis e rubéola, doenças
exantemáticas como sarampo e tétano, doenças hereditárias, má nutrição como as hipovitaminoses A e D.

Fatores locais associados aos defeitos do esmalte: são traumas mecânicos (quedas, cirurgias, acidentes),
queimadura elétrica, irradiação e infecção local resultante de doença periapical inflamatória e a maxilite
neonatal aguda.

Um tipo especial de hipoplasia que cai muito nas provas é a hipoplasia de Turner. Clinicamente observa-se
uma hipoplasia (mancha branca para você entender) em um dente permanente. As possíveis causas são
doença inflamatória periapical no dente decíduo sobrejacente (mais afetado é o pré-molar) ou injúria
traumática (mais afetado é o incisivo central).

Mas não acaba por aí não!! Temos ainda a hipoplasia sifilítica e a hipomineralização de molares e incisivos!

A hipoplasia sifilítica é resultado da sífilis congênita quando afeta os dentes anteriores recebe o nome de
incisivos de hutchinson. Eles apresentam um aumento do diâmetro no terço médio e uma constrição no
terço incisal (assumem uma aparência semelhante a chave de fenda). Os dentes posteriores afetados são
chamados de molares em amora (Moon, Fornier) e apresentam redução do terço oclusal com deposição de
glóbulos de esmalte irregular (se assemelham a uma amora).

A hipomineralização molares e incisivos (HMI) é caracterizada por afetar os quatro primeiros molares
permanentes, sendo os incisivos centrais frequentemente afetados (estudos mostram uma prevalência de
40,2% no Brasil). O esmalte pode apresentar coloração branca, amarela ou marrom. Com a perda do esmalte
ocorre sensibilidade (paciente deixa de escovar porque sente dor e acaba desenvolvendo cárie)

(COSEAC/FESAUDE/ NITERÓI-RJ/2021) Um defeito do esmalte encontrado em dentes permanentes é


causado por doença inflamatória periapical dos dentes decíduos sobrejacentes. Tal alteração é chamada
de dente de:
a) Turner.
b) Hutchinson.
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c) Veneers.
d) Capdepont.
e) Fournier

Comentários:
A hipopplasia de Turner é resultante de uma doença inflamatória periapical no dente decíduo sobrejacente
(mais afetado é o pré-molar) ou injúria traumática (mais afetado é o incisivo central). A hipoplasia sifilítica é
resultado da sífilis congênita quando afeta os dentes anteriores recebe o nome de incisivos de hutchinson.
Eles apresentam um aumento do diâmetro no terço médio e uma constrição no terço incisal (assumem uma
aparência semelhante a chave de fenda). Os dentes de Capdepont são um sinônimo para dentes com
dentinogênese imperfeita. Os dentes posteriores afetados pela hipoplasia sifilítica são chamados de molares
em amora (Moon, Fornier) e apresentam redução do terço oclusal com deposição de glóbulos de esmalte
irregular (se assemelham a uma amora). A letra A está correta.

(FUNCAB/PREFEITURA DE ARACRUZ-ES/ODONTOPEDIATRIA/2014) O tipo de amelogênese na qual o


esmalte apresenta espessura normal, porém com aspecto amolecido, friável, estando suscetível a fraturas
e desgaste é o:
a) hipoplásico
b) hipocalcificado
c) hiperplásico
d) hipercalcificado
e) hipermaturo
Comentários:
Na amelogênese hipoplásica a deposição da matriz de esmalte ocorre de forma inadequada. Na amelogênese
hipomaturada ocorre um defeito na maturação na estrutura dos cristais de esmalte. Os dentes têm forma
normal, mas apresentam manchas opacas que podem sofrer pigmentação acastanhada. Além disso, o
esmalte trinca e fratura com facilidade. Na amelogênese hipocalcificada - a matriz de esmalte é depositada
apropriadamente, mas não ocorre significativa mineralização. O esmalte apresenta uma consistência
amolecida, semelhante a queijo e se solta facilmente (com exceção da porção cervical). A alternativa correta
é a letra B.

2.4.3 - Defeitos genéticos da Dentina

DENTINOGÊNESE IMPERFEITA (dentina opalescente/dentes de Capdepont)

Podemos definir a dentinogênese imperfeita como uma malformação de desenvolvimento, que ocorre na
estrutura da dentina na ausência de uma síndrome É uma condição autossômica dominante com
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expressividade variável. São genes associados a osteogênese imperfeita: COL1A1, COL1A2. Afeta tanto a
dentição decídua como a permanente. Vamos entender um pouco dos tipos de dentinogênese imperfeita?

➢ A dentinogênese imperfeita tipo I tem associação com osteogênese imperfeita e compromete mais
severamente a dentição decídua (seguidos pelos incisivos permanentes e primeiros molares, com os
segundos e terceiros molares sendo menos atingidos).

➢ No tipo II não ocorre envolvimento ósseo (Sem associação com a osteogênese imperfeita e acomete
de forma igual as dentições decídua e permanente. No tipo III são vistas apenas alterações dentárias
com exposições pulpares, radiolucidez periapicais, dentina delgada e câmaras pulpares e canais
radiculares amplos.

➢ O que você precisa gravar é que o tipo III também é chamado de tipo Brandywine e é conhecido
pelos dentes em concha (pelo aumento pulpar incomum).

São características que aparecem nos enunciados de algumas questões:

# Dentes com coroas bulbosas com raízes delgadas

# Dentes apresentam com coloração marrom-azulada,

# Constrição cervical

# Câmara pulpar obliterada precocemente

# Atrição severa

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DISPLASIA DENTINÁRIA:

É uma condição autossômica dominante, rara, que afeta ambas as dentições. Veja a diferença entre os dois
tipos:

Displasia dentinária Tipo I (displasia dentinária radicular) - também chamada de dentes sem raízes. É uma
condição rara em que o esmalte e a dentina coronária são normais, mas a dentina radicular perde toda a
organização. Afeta mais a dentição decídua (os dentes podem ter raízes muito pequenas ou ausentes).
Apresenta extrema mobilidade e esfoliação prematura como consequência da rizomicria. O cuidado
preventivo para evitar a perda precoce é muito importante nos pacientes acometidos.

Displasia dentinária Tipo II (displasia dentinária coronária) - Está relacionada com dentinogênese
imperfeita, surge da mutação do gene DSPP. Quando afeta os dentes decíduos é observada clinicamente
uma transparência que varia entre azul, âmbar e marrom. Radiograficamente são vistas coroas bulbosas,
contrição cervical, raízes delgadas e obliteração precoce. Nos dentes permanentes a coloração clínica normal
e radiograficamente as câmaras pulpares apresentam aumento significativo e extensão apical (descritas
como forma de corola de cardo ou forma de chama).

2.4.4 - Defeitos do Esmalte e Dentina

ODONTODISPLASIA REGIONAL (DENTES FANTASMAS)

É uma alteração localizada, não hereditária, rara. Afeta a formação de esmalte, dentina e polpa de ambas as
dentições. O diagnóstico, geralmente, é feito na época da erupção das dentições. Não apresenta predileção
por raça, mas acomete mais o sexo feminino. São possíveis causas a migração anormal das células da crista
neural, virose latente, circulação local deficiente, infecção ou trauma local, hipertermia, desnutrição,
medicação usada durante a gravidez, radioterapia ou mutação somática.

São doenças observadas em associação com a odontodisplasia regional:

Displasia ectodérmica

Nevo epidermal

Hidrocefalia

Hipofosfatasia

Hipoplasia facial ipsilateral


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Neurofibromatose

Coloboma orbital

Incompatibilidade no fator Rh

Nevo vascular

Radiograficamente, é possível observar dentes com esmalte e dentina delgados, circundados por uma polpa
radiolúcida (motivo pelo qual é chamado de dente fantasma - aparência indistinta “desfocada” da silhueta
da coroa). As raízes são curtas e os ápices abertos. As polpas aumentadas podem apresentar cálculos
pulpares. Além disso, são sinais e sintomas frequentes o atraso ou falta de erupção, esfoliação precoce,
formação de abscesso, dentes malformados e expansão gengival não inflamatória.

2.5 - Perda da estrutura dentária após o desenvolvimento

O desgaste dentário pode ocorrer de várias formas e é visto pela perda de superfície dos dentes. Pode ser
fisiológico decorrente do avançar da idade ou ser patológico quando algum agente está causando o desgaste.
Vamos lembrar alguns conceitos?

2.5.1 - Atrição:

A atrição é a perda de estrutura causada pelo contato entre os dentes durante a oclusão e a mastigação.
Pode ser fisiológico (processo comum com o envelhecimento) ou patológico dependendo da sua extensão.

A perda de estrutura dentária pode ser acelerada nas seguintes situações:

⮚ esmalte de qualidade inferior ou ausente (fluorose, hipoplasia, dentinogênese imperfeita);


⮚ presença de contatos prematuros (oclusão topo a topo);
⮚ uso de abrasivos intraorais;
⮚ presença concomitante de erosão; e
⮚ bruxismo.

As superfícies mais envolvidas são as em contato com o dente antagonista, no geral, as incisais e oclusais,
palatinas dos dentes anteriores e vestibular dos anteriores inferiores. Clinicamente evidenciam-se facetas
grandes, planas, lisas, brilhantes e desgastadas. Por haver deposição de dentina secundária raramente se
evidencia exposição pulpar e sensibilidade dentinária.

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2.5.2 - Abrasão:

A abrasão é a perda patológica da estrutura dentária ou de uma restauração pela ação mecânica de um
agente externo. São possíveis causas:

⮚ a escovação dentária com uso de dentifrício abrasivo, pressão forte e horizontal durante a execução
dos movimentos (mais comum);
⮚ colocar objetos entre os dentes (lápis, palitos de dentes, cachimbo e grampos de cabelo);
⮚ mascar tabaco;
⮚ cortar linhas;
⮚ quebrar nozes e sementes;
⮚ usar incorretamente o fio dental; e
⮚ roer as unhas.

Denomina-se demastigação o desgaste causado pelo hábito de mascar substâncias abrasivas entre dentes
antagonistas.

A apresentação clínica varia conforme o agente envolvido:

⮚ Abrasão por escovação dentária: observam-se fendas horizontais nas faces vestibulares dos dentes
acometidos, com superfície lisa e endurecida, margens definidas e exposição de dentina e cemento.
⮚ Abrasão na presença de ácidos: lesões mais arredondadas e rasas.
⮚ Uso inadequado do fio dental: perda de cemento e dentina interproximal.
⮚ Hábito de interpor objetos entre os dentes: entalhes com formatos arredondados ou em V nas
incisais.

2.5.3 - Erosão:

A erosão é a perda da estrutura dentária causada por uma reação química não bacteriana (diferente da
cárie que é causada pela metabolização dos produtos da dieta pelas bactérias). Geralmente está relacionada
a existência de ácidos no ambiente bucal, mas os agentes quelantes são apontados como a causa primária.

Possíveis fontes de ácidos são elencadas abaixo:

⮚ alimentação (fruta cítricas, refrigerantes, vinagre, energéticos);


⮚ secreção gástrica (nos pacientes com bulimia ou refluxo) também chamada de perimólise;
⮚ ambientes com alto teor de cloro como as piscinas (afeta principalmente atletas que praticam
esportes como natação);
⮚ atmosfera industrial;
⮚ pacientes com disfunções salivares, com distúrbios alimentares e gestantes são mais suscetíveis.

As superfícies mais afetadas são as vestibulares e palatinas dos dentes anteriores superiores e as superfícies
vestibulares e oclusais dos dentes posteriores inferiores (áreas não protegidas pelas secreções serosas das
glândulas parótidas e submandibulares). Observa-se uma depressão côncava em forma de colher com as

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bordas elevadas. Nos dentes posteriores com restaurações metálicas observa-se que as bordas do material
restaurador se situam acima do nível oclusal da estrutura dentária

2.5.4 - Abfração:

A abfração está associada à perda de estrutura dentária por um estresse oclusal (a flexão repetida provoca
falha na estrutura distante do ponto de pressão).

A perda dentária pode ser vista como um defeito em forma de cunha (profundo, estreito e em forma de V),
limitados à área cervical do dente (geralmente afeta um único dente). Como o desgaste ocorre de forma
lenta ocorre a deposição de dentina terciária (impede a exposição pulpar).

(COSEAC/FESAUDE/ NITERÓI-RJ/2021) A perda de estrutura dentária devido a um estresse oclusal, que,


por flexão repetida, provoca falha no esmalte e na dentina distante do ponto de pressão, corresponde ao
conceito de:
a) Atrição.
b) Erosão.
c) Demastigação.
d) Abfração.
e) Reabsorção interna.

Comentários:
A letra D está correta. Na abfração a perda dentária pode ser vista como um defeito em forma de cunha
(profundo, estreito e em forma de V), limitados à área cervical do dente (geralmente afeta um único dente).
Como o desgaste ocorre de forma lenta ocorre a deposição de dentina terciária (impede a exposição pulpar).

2.5.5 - Reabsorções:

A reabsorção interna também pode ser chamada de hiperplasia perfurante da polpa, granuloma interno,
odontoclastoma ou dente róseo de mummery. Ocorre devido a células localizadas na polpa dentária. É uma
condição rara e geralmente precedida por trauma ou pulpite por cárie. Pelo SEU caráter assintomático é

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descoberta em exames de rotina. Quando afeta a polpa coronária, a coroa pode exibir uma coloração rósea
(dente róseo de Mummery).

Outro tipo de reabsorção interna é a que ocorre por substituição ou reabsorção metaplásica.
Nesse tipo de reabsorção as áreas da parede dentinária pulpar são reabsorvidas e substituídas
por osso ou osso cementoide.

A reabsorção externa é muito comum durante o tratamento ortodôntico. Devido às células responsáveis
pela reabsorção externa estarem localizadas no ligamento periodontal a terapia endodôntica não é eficaz
para estabilizar o processo, devendo ser eliminado o fator acelerador. Veja no quadro outros possíveis
fatores desencadeadores.

Fatores Associados à Reabsorção Externa

Cistos
Trauma dentário (ex: avulsão)
Forças mecânicas excessivas (p.ex., tratamento ortodôntico)
Forças oclusais excessivas
Enxerto de fenda alveolar
Desequilíbrio hormonal
Hiperparatireoidismo
Clareamento Intracoronário de dentes necrosados
Envolvimento pelo herpes-zoster
Doença de Paget do osso
Tratamento periodontal
Inflamação perirradicular
Pressão por dentes impactados
Reimplante dentário
Tumores

A reabsorção externa é vista, radiograficamente, como uma perda de estrutura dentária com aspecto
semelhante a “roído por traça”.

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(IBFC/PREFEITURA DE FERNANDÓPOLIS/ESTOMATOLOGIA/2015) Dentre as anormalidades


dentárias, os desgastes dentários são extremamente comuns na rotina clínica do cirurgião dentista.
Diante disto marque a alternativa correta a respeito destas alterações.

a) A atrição é a perda de estrutura dentária causada pelo contato entre os dentes antagonistas durante
a oclusão e mastigação, podendo ocorrer tanto na dentição decídua e permanente.

b) A abfração não está relacionada com padrões funcionais de desgaste ou àqueles em geral associados
a abrasivos conhecidos, sendo geralmente observados nas superfícies palatinas e vestibulares de
dentes anteriores.

c) A abrasão é a perda fisiológica da estrutura dentária ou restauração pela ação química somado à
interação bacteriana com o dente.

d) Erosão é a perda de estrutura dentária devido a um estresse oclusal, além de fatores químicos, que
se caracteriza pela aparência de cunha limitadas à região cervical dos dentes.

Comentários:

A abfração é mais evidenciada na cervical dos dentes em forma de cunha. A abrasão é o desgaste
patológico da estrutura dentária ou de uma restauração pela ação mecânica de um agente externo,
pode ter como causas a escovação dentária com uso de dentifrício abrasivo e pressão forte e horizontal
durante a execução dos movimentos. A erosão é a perda da estrutura dentária causada por uma reação
química não bacteriana. A alternativa correta é a letra A.

(COSEAC/FESAUDE/ NITERÓI-RJ/2021) Molares em amora estão associados à:

a) Noma.

b) Doença de Darier.

c) Sífilis congênita.

d) Infecção neonatal por citomegalovírus.

e) Toxoplasmose congênita.

Comentários:

Os dentes posteriores afetados pela hipoplasia sifilítica são chamados de molares em amora (Moon,
Fornier) e apresentam redução do terço oclusal com deposição de glóbulos de esmalte irregular (se
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assemelham a uma amora. A nome é vista inicialmente na gengiva como uma GUN, a qual pode se
estender para a vestibular ou lingual, envolvendo os tecidos moles adjacentes e formando áreas
chamadas de mucosite ulcerativa necrosante. Os dentes de pacientes afetados pelo citomegalovírus
podem exibir hipoplasia difusa do esmalte, atrição significativa, áreas de hipomaturação do esmalte e
coloração amarelada da dentina subjacente. Pacientes com toxoplasmose podem apresentar
linfonodos na região perioral, como o linfonodo vestibular ou submentoniano.

As lesões bucais da Doença de Darier são assintomáticas e descobertas no exame de rotina. A


frequência da ocorrência de lesões bucais varia de 15% a 50%. Elas consistem em múltiplas pápulas
achatadas de coloração normal ou branca que, se numerosas o suficiente para serem confluentes,
resultam em uma mucosa com aspecto de pedra de calçamento. Essas lesões afetam principalmente
o palato duro e a mucosa alveolar, embora, ocasionalmente, a mucosa jugal ou a língua possam ser
envolvidas. Caso as lesões de palato sejam proeminentes, a condição pode se assemelhar à hiperplasia
papilar inflamatória ou à estomatite nicotínica. Alguns pacientes com esta condição também
apresentam tumefação obstrutiva recorrente da parótida, secundária a anomalias de ductos. (Fonte:
Neville et al, 2016).

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2.6 - Considerações Finais

Chegamos ao final da nossa primeira aula ! Você percebeu quantos conteúdos importantes foram abordamos
nesta primeira aula!! Aconselho que você faça muito exercícios para consolidar o conhecimento adquirido!

Escolhi os conteúdos mais cobrados nas últimas provas e espero que esse material lhe dê uma boa base para
realizar a sua prova!

Ao final você encontrará um resumo dos principais conteúdos, aconselho realizar revisões programadas e
utilizá-lo. O resumo também é um ótimo recurso para véspera de prova!

Pedimos que se possível avalie o nosso curso com estrelas na área do aluno, a sua avaliação é muito
importante para nosso trabalho!

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas, por favor, entre em contato. Será um prazer acompanhar você
nessa jornada rumo à aprovação.

E-mail: profcassiareginato.estrategia@gmail.com

Instagram: https://www.instagram.com/cassia.reginato

Aguardo você na próxima aula. Um abraço e até lá!

Cássia Reginato

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3 - QUESTÕES COMENTADAS

1- (CADAR/OFICIAL DENTISTA/ODONTOPEDIATRIA/2017) A denominação dada à incidência de dentes que


irrompem durante os primeiros 30 dias de vida é:

a) natais

b) neonatais.

c) nódulos de Bohn.

d) pérolas de Epstein.

Comentários:

A letra A está incorreta. Dentes natais são os que estão presentes ao nascimento.

A letra B está correta. Dentes neonatais são os que nascem até 30 dias após o nascimento.

A letra C está incorreta. São cistos de inclusão evidenciados ao longo dos lados vestibular e lingual das cristas
dentárias do recém-nascido. Desaparecem espontaneamente.

A letra D está incorreta. São cistos de inclusão de tecido epitelial aprisionadas durante a fusão dos processos
palatinos e vistas no recém-nascido ao longo da rafe palatina. Desaparecem por esfoliação.

2- (AOCP/FUNDASUS/ODONTOPEDIATRA/2015) Uma lesão cística, que se situa superficialmente em


relação à coroa de um dente em erupção e clinicamente manifesta-se por coloração azulada, elevada, em
forma de cúpula, é denominada:

a) mucocele

b) cisto de retenção

c) cisto erupcional

d) lesão periférica de células gigantes

e) granuloma piogênico

Comentários:

A letra A está incorreta. Esta é uma lesão de retenção de muco, associada a obstrução de uma glândula
salivar.

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A letra B está incorreta. Um cisto de retenção é uma cavidade delimitada por epitélio que surge a partir do
tecido de glândula salivar.

A letra C está correta. Também chamado de cisto de erupção.

A letra D está incorreta. É um crescimento relativamente comum na cavidade oral, provavelmente uma lesão
reacional causada por irritação local ou trauma.

A letra E está incorreta. É um crescimento nodular da cavidade oral de natureza não neoplásica.

3- (AOCP/FUNDASUS/ODONTOPEDIATRIA/2015) Frente a um quadro de candidíase oral, qual é o


antimicrobiano de primeira opção?

a) Penicilina V
==0==

b) Eritromicina

c) Azitromicina

d) Nistatina

e) Clindamicina

Comentários:

A letra A está incorreta. Trata-se de um antibiótico e não antifúngico.

A letra B está incorreta. Trata-se de um antibiótico e não antifúngico.

A letra C está incorreta. Trata-se de um antibiótico e não antifúngico.

A letra D está correta. A nistatina é um agente poliênico, é o antifúngico de primeira escolha para o
tratamento da candidíase oral.

A letra E está incorreta. Trata-se de um antibiótico e não antifúngico.

4-(CADAR/OFICIAL DENTISTA/ODONTOPEDIATRIA/2014) Em relação à gengivoestomatite herpética


aguda, marque a alternativa correta

a) Apresenta regressão espontânea de aproximadamante, 15 a 20 dias.

b) Este tipo de gengivite é causada pelo herpes simplex, sendo contagiosa.

c) A sintomatologia aguda pode-se apresentar com pequenas vesículas, cobertas por membrana de cor
acinzentada e sem sintomatologia dolorosa.

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d) Os sinais e sintomas da doença incluem tecido gengival avermelhado, aumento da salivação, mal-estar e
anorexia sem elevação de temperatura corporal.

Comentários:

A letra A está incorreta. Trata-se de uma infecção viral que possui um ciclo de 7 a 14 dias.

A letra B está correta. O herpex simples é o agente causal e é uma condição contagiosa.

A letra C está incorreta. é uma condição extremamente dolorosa.

A letra D está incorreta. Um dos sintomas é a elevação da temperatura corporal.

5 - (CADAR/ODONTOPEDIATRIA/2012) São sinais da gengivoestomatite herpética aguda:

a) Ausência de dor, temperatura corporal normal e aumento de salivação

b) Presença de dor, tecido gengival avermelhado, elevação da temperatura corporal, não é contagiosa

c) Presença de dor, tecido gengival avermelhado, elevação da temperatura corporal e é contagiosa

d) Ausência de dor, tecido gengival avermelhado, aumento de salivação e necrose do bordo gengival

Comentários:

A letra A está incorreta. A gengivoestomatite herpética é uma condição extremamente dolorosa para a
criança.

A letra B está incorreta. A gengivoestomatite herpética é uma condição contagiosa disseminada por
gotículas de saliva.

A letra C está correta. Todas as afirmações caracterizam a gengivoestomatite herpética.

A letra D está incorreta. A gengivoestomatite herpética é uma condição extremamente dolorosa para a
criança.

6- (AOCP/EBSERH/ODONTOPEDIATRIA/2014) Um recém-nascido é trazido por sua mãe, que está com


dificuldade para amamentar. A criança nasceu com dois dentes (na região de incisivos centrais inferiores)
e apresenta uma lesão na base da língua. Para poder realizar o plano de tratamento, inicialmente é preciso
avaliar as condições de implantação e realizar uma radiografia. Assinale a alternativa INCORRETA.

a) O nome dado a esses dentes é dentes natais, aqueles que estão presentes logo ao nascimento.

b) A ocorrência desses dentes é relativamente rara, sendo os dentes mais associados os incisivos centrais
inferiores.

c) Em cerca de 95% dos casos, esses dentes são da série normal.

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e) A técnica utilizada para realizar o diagnóstico é a de Mannkopf, em que o tempo de exposição é de 2 a 3


décimos de segundos.

Comentários:

A letra A está correta. Dentes natais são aqueles presentes ao nascimento, neonatais são os que erupcionam
até 30 dias após o nascimento.

A letra B está correta. Estudos citam a ocorrência de 1 caso para cada 2 mil nascidos. Além disso, geralmente
são os incisivos inferiores decíduos, da série normal.

A letra C está correta. Por isso, opta-se pela manutenção dos dentes na maioria dos casos.

A letra D está incorreta. Os livros no geral não especificam a técnica radiográfica a ser empregada, a
professora Maria Salete orienta a rediografar com filme infantil e utilizar a metade do tempo de exposição.
O professor Walter cita a técnica de Mannkopf como uma técnica utilizada em recém-nascidos com tempo
de exposição de 2 a 3 décimos de segundos, no entanto, ele não cita em quais casos a técnica é indicada. Por
exclusão, a alternativa D seria a menos certa.

7-(ESSEX/ODONTOPEDIATRIA/2015) Ao considerar as alterações que podem estar presentes na cavidade


bucal do bebê correlacione as colunas, segundo Guedes-Pinto:

(1) Pérolas de Epstein

(2) Nódulos de Bohn

(3) Epúlide congênita

(4) Doença de Riga-Fede

(5) Língua geográfica.

( ) Úlcera na face ventral da língua de bebês amamentados.


( ) Entidade rara, mostra-se como nódulo único e pediculado, de superfície lisa, localizado no rebordo
alveolar do neonato, sendo mais comum na região anterior da maxila.
( ) Origina-se de remanescentes da lâmina dentária, presente na mucosa ao longo dos lados vestibulares e
lingual das cristas dentárias.
( ) Sua prevalência é de 80%, resultante de inclusões epiteliais na linha de fusão dos processos palatinos
durante o desenvolvimento fetal.
( ) Bastante frequente, especialmente em crianças de 8 a 12 anos, com etiologia desconhecida.

a) 4,2,3,1,5
b) 5,3,2,1,4
c) 4,3,2,1,5
d) 3,4,2,1,5

Comentários:
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As pérolas de Epstein são cistos de inclusão observados ao longo da rafe palatina de recém-nascidos.

Os nódulos de Bohn são restos epiteliais de glândulas localizados sobre as cristas dentárias de recém-
nascidos, podem ser vistos no palato, mas lembre-se: longe da rafe!!!

A épulide congênita é um tumor raro evidenciado no rebordo dos recém-nascidos.

A doença de Riga-Fede é uma úlcera no ventre lingual de recém-nascidos.

A língua geográfica é caracterizada pela presença de áreas erosivas avermelhadas (perda das papilas
filiformes), circundadas por um halo esbranquiçado.

A letra C está correta

8- (ESSEX/ODONTOPEDIATRIA/2015) A síndrome de Reye é uma doença da infância que compreende


encefalite aguda e degeneração gordurosa das vísceras, especialmente o fígado, podendo levar ao coma e
morte. Segundo Corrêa, ela surge após uma infecção viral tipo varicela e gripe pelo vírus influenza em que
tenha sido utilizado:

a) Ibuprofeno

b) Naproxeno

c) Aspirina

d) Dipirona

Comentários:

A letra A está incorreta. É o anti-inflamatório mais utilizado.

A letra B está incorreta. Não é utilizado em pacientes pediátricos.

A letra C está correta. A prescrição de aspirina para crianças que possuam quadros febris e doenças virais
aumenta o risco de desenvolvimento da Síndrome de Reye.

A letra D está incorreta. A prescrição de dipirona está associada ao risco de depressão medular, leucopenia,
agranulocitose, trombocitopenia e anemia aplásica.

9 - (CORPO DE SAÚDE DA M ARINHA DO BRASIL/OFICIAL DENTISTA/2017) Segundo Walter et al. (2014),


como é denominada a ulceração da superfície ventral da língua, que resulta de trauma causado por dentes
natais ou neonatais e que, em alguns casos, pode evoluir para granuloma?

a) Hematoma de erupção

b) Lesão de Riga-Fede
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c) Cisto da lâmina dentária

d) Rânula

e) Épulide do recém-nascido

Comentários:

A letra A está incorreta. Também chamado de cisto de erupção, ocorre na região em que está erupcionando
um dente.

A letra B está correta. Também chamada de úlcera de Riga Fede! Essa tem sido muito cobrada nas provas!

A letra C está incorreta. Também chamado de cisto gengival do recém-nascido, localizam-se nas cristas
alveolares dos rebordos gengivais dos maxilares.

A letra D está incorreta. É um fenômeno de retenção mucoso associado às glândulas salivares menores.

A letra E está incorreta. É um tumor raro evidenciado no rebordo dos recém-nascidos.

10 - (AOCP/FUNDASUS/ODONTOPEDIATRIA/2015) A união de dois germes dentários independentes que


apresentam câmaras pulpares e canais radiculares independentes denomina-se:

a) Germinação

b) Fusão

c) Dilaceração

d) Taurodontismo

e) Dens in dente

Comentários:

A letra A está incorreta. A geminação é a tentativa de divisão do germe em dois dentes, caracteriza-se por
coroa bífida e raiz única.

A letra B está correta. A fusão é a tentativa de união de dois germes dentários, observa-se duas raízes e uma
coroa.

A letra C está incorreta. A dilaceração é uma curvatura na raiz, pode ser causada por um bloqueio ou
impedimento à erupção durante a fase de formação da raiz.

A letra D está incorreta. É uma anomalia de forma vista em molares. Caracteriza-se por um aumento da
câmara pulpar no sentido oclusoapical.

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A letra E está incorreta. Também chamado de dente invaginado, com ocorrência em incisivos laterais e
centrais superiores. Trata-se de uma invaginação para a cavidade pulpar das estruturas calcificadas da coroa.

11 - (AOCP/EBSERH/ODONTOPEDIATRIA/2015) O denominado "dente de Turner" é consequência de:

a) Sífilis no período gestacional

b) Catapora

c) Coqueluche

d) Sarampo

e) Infecção local no dente decíduo antecessor

Comentários:

A letra A está incorreta. Não confunda: na sífilis a infecção altera a formação dos incisivos (incisivos de
Huthinson) e dos molares (molares em amora/Fournier/Moon)

A letra B está incorreta. Apresenta lesões orais semelhantes às manifestações iniciais do HSV com a
diferença de serem relativamente indolores.

A letra C está incorreta. A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria.

A letra D está incorreta. As manchas de koplik são as únicas manifestações orais associadas ao sarampo. O
sarampo grave, no início da infância, pode afetar a odontogênese e resultar em hipoplasia do esmalte com
depressões nos dentes permanentes em desenvolvimento.

A letra E está correta. O dente de Turner é uma alteração de esmalte dos dentes permanentes que decorre
devido a infecções apicais e impactos nos antecessores decíduos.

12 - (IDECAM/BOMBEIROS/ASPIRANTE A OFICIAL/ODONTOPEDIATRIA/2018) A intrusão do dente decíduo


pode atingir o dente permanente sucessor no momento do trauma, e ocorrer alguma anomalia dentária
como:

a) Dilaceração.

b) Macrodontia

c) Dens in dente

d) Taurodontismo

Comentários:

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A letra A está correta. Consiste na angulação anormal ou curvatura na raiz ou, eventualmente, na coroa do
dente.

A letra B está incorreta. Termo utilizado para descrever um dente fisicamente maior que o normal.

A letra C está incorreta. Também chamado de dente invaginado, termo que descreve profunda invaginação
da superfície da coroa ou raiz, limitada pelo esmalte.

A letra D está incorreta. Consiste em um aumento do corpo e da câmara pulpar de um dente multirradicular,
com deslocamento apical do assoalho pulpar e da bifurcação das raízes.

13- (VUNESP/Pref Valinhos/Dentista/2019) Criança de 1 ano e 3 meses foi encaminhada pelo pediatra para
avaliação de lesões orais com início abrupto associado a quadro febril (39,8 ºC), anorexia, linfadenopatia
e irritabilidade há 3 dias. Ao exame, constataram-se numerosas vesículas puntiformes associadas a áreas
ulceradas com centro recoberto por fibrina amarelada tanto na mucosa oral quanto na região perioral e
aumento de volume gengival associado a eritema e sangramento local abundante à manipulação.

Assinale a hipótese diagnóstica correta frente ao quadro descrito e a seu agente causal.

a) Citomegalovirus, CMV.

b) Gengivoestomatite herpética, HSV-1.

c) Mononucleose infecciosa, HBV.

d) Monolíase, HHV-3.

e) Eritema multiforme, HSV-3.

Comentários

A gengivoestomatite herpética aguda, também conhecida como gengivoestomatite herpética primária é


causada pelo vírus Herpes vírus hominis, subtipo HSV-1 (acomete os tecidos acima da cintura). Ao exame
clínico da cavidade bucal observa-se, inicialmente, a presença de vesículas na gengiva, palato duro e mole,
língua e mucosa jugal, que rapidamente rompem-se dando origem a lesões ulceradas. O nome
gengivoestomatite está relacionado à característica observada nas gengivas: eritema, edemaciadas e
doloridas, sintomas que dificultam a higienização e alimentação/hidratação da criança.

O citomegalovírus (CMV, HHV-5) é semelhante a outros herpes-vírus humanos. O CMV pode permanecer
em latência nas células das glândulas salivares, no endotélio, nos macrófagos e nos linfócitos. A doença mais
evidente é observada em recém-nascidos e em adultos imunocomprometidos. Nas crianças, o vírus é
contraído pela placenta, durante o parto ou pela amamentação. Em qualquer idade, cerca de 90% das
infecções pelo CMV são assintomáticas. Na infecção congênita e neonatal clinicamente evidente, os achados
incluem icterícia, hepatoesplenomegalia, eritropoiese cutânea e trombocitopenia (frequentemente
associada a petéquias e púrpuras). O envolvimento do SNC pode causar microcefalia, convulsões e retardo
mental e motor. Além disso, as infecções pelo CMV representam a causa mais comum de perda auditiva
neurossensorial não hereditária, com as crianças infectadas desenvolvendo perda auditiva ao nascimento ou
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na infância. Pacientes imunocompetentes podem apresentar sialoadenite aguda envolvendo de forma difusa
as glândulas salivares maiores e menores. Nesses casos, a xerostomia geralmente é notada e as glândulas
afetadas estão aumentadas e são dolorosas. Ocasionalmente, as ulcerações orais crônicas em pacientes
imunocomprometidos demonstram coinfecção por CMV e HSV. Além disso, a infecção neonatal pelo CMV
também pode produzir defeitos no desenvolvimento dos dentes (hipoplasia difusa do esmalte, atrição
significativa, áreas de hipomaturação do esmalte e coloração amarelada da dentina subjacentes).

A mononucleose infecciosa é uma doença sintomática resultante da exposição ao vírus Epstein-Barr (EBV,
HHV-4).

A monilíase é a candidíase causada, geralmente, pela Candida albicans.

A letra B está correta.

14 - (CS UFG/Odontopediatria/2019) A gengivoestomatite herpética primária manifesta com ulcerações


labiais, podendo em alguns casos ocorrer presença de febre, irritabilidade, cefaleia, dor, linfadenopatia
regional. Num período não maior do que 24 a 36 horas, a boca torna-se sensivelmente dolorida, a gengiva
torna-se edemaciada e a salivação aumentada. A idade de ocorrência da gengivoestomatite herpética
primária mais comum é:

a) entre 6 a 13 anos de idade.

b) entre 10 a 12 anos de idade.

c) antes dos 5 anos de idade.

d) acima dos 13 anos de idade.

Comentários:

A gengivoestomatite herpética aguda, também conhecida como gengivoestomatite herpética primária é


causada pelo vírus Herpes vírus hominis, subtipo HSV-1 (acomete os tecidos acima da cintura). O contágio
acontece a partir do contato com gotículas de saliva ou secreções das lesões de pessoas com a doença. O
período de incubação pode durar de 2 a 10 dias. Geralmente, o primeiro contato com o vírus não produz
sintomas. No entanto, a primeira manifestação pode ocorrer ainda na primeira infância, entre os 6 meses e
5 anos, e estar associada a sintomas inespecíficos como febre, mal-estar, irritabilidade, dor ao deglutir,
linfadenopatia regional e mialgia.

A letra C está correta.

15- (CS UFG/Odontopediatria/2019) O conhecimento da estomatologia em odontopediatria é


fundamental, pois representa o foco central associado à prevenção, diagnóstico e tratamento das
alterações das estruturas bucais que ocorrem na infância. Alterações comuns em recém-nascidos, cuja
prevalência é de 80%, resultante de inclusões epiteliais aprisionadas na linha de fusão dos processos
palatinos durante o desenvolvimento fetal, caracterizadas por pequenas formações nodulares com 2 a 3
mm de diâmetros, coloração esbranquiçada, firmes à palpação, circunscritas, única ou múltiplas,
assemelhandose a grãos de arroz, que ocorrem na rafe palatina mediana, constituem:
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a) nódulos de Bohn.

b) épulide congênita

c) doença de Riga-Fede.

d) pérolas de Epstein.

Comentários:

As pérolas de Epstein são cistos de inclusão formados ao longo da rafe palatina. Sua origem está relacionada
ao aprisionamento de tecido epitelial durante o fechamento do palato (linha mediana). Podem ser
circunscritas e firmes à palpação. Com aparência semelhante à "grão de arroz", podem ser únicas ou
múltiplas. Não requerem tratamento pois tendem a esfoliar até o 3º mês de vida.

A letra D está correta.

16- (CESPE/Analista Judiciário/TRT 7ª Região/2017)

Caso clínico 5A7AAA

Uma criança, de três anos de idade, deu entrada no pronto atendimento com quadro clínico de febre alta,
irritabilidade, dor na boca e dor de cabeça, sintomas iniciados havia mais de quarenta e oito horas. No
exame físico, observou-se que a mucosa oral da criança estava vermelha e edematosa, com numerosas
úlceras cobertas com pseudomembranas amarelo-acinzentadas e circundadas por um halo eritematoso.

Considerando o caso clínico 5A7AAA, o provável diagnóstico é de:

a) úlceras aftosas.

b) gengivoestomatite herpética primária.

c) doença de mãos, pés e boca.

d) eritema multiforme.

Comentários:

A letra B está correta. Você viu como a gengivoestomatite herpética primária despenca nas provas? Asiba
tudo sobre ela!

17- (CESPE/Analista Judiciário/TRT 7ª Região/2017)

Ainda com relação ao caso clínico 5A7AAA, caberá ao dentista responsável pelo atendimento da criança

a) iniciar o tratamento com a indicação de bochechos diários com dexametasona.

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b) prescrever a administração de amoxilicilina, durante sete dias, e bochechos diários com dexametasona.

c) tratar os sintomas clínicos e prescrever aciclovir via oral, para o caso de agravamento do quadro da criança.

d) aguardar a evolução do quadro, pois, nesse caso, não é necessário iniciar um tratamento.

A letra C está correta. No passado, o tratamento da gengivoestomatite herpética primária era sintomático;
entretanto, quando os antivirais são administrados na fase prodrômica da doença, podem ser benéficos.
Quando o aciclovir em suspensão é iniciado nos três primeiros dias de sintomatologia pela técnica de
bochechar e engolir cinco vezes ao dia por cinco dias (crianças: 15 mg/kg até a dose do adulto de 200 mg), a
resolução clínica é acelerada de forma significativa. Uma vez iniciado o tratamento, novas lesões não se
desenvolvem.

18- (INAZ do Pará/Odontólogo/Pref Cristiano Otoni/2016) Um paciente de 3 anos, sexo masculino, branco,
foi levado ao consultório odontológico de uma Estratégia Saúde da Família do Município de Cristiano
Otoni-MG, com placas brancas, moles, com aspecto gelatinoso e destacáveis, localizadas na mucosa jugal,
língua e palato. O diagnóstico é de:

a) Leucoplasia;

b) Líquen Plano;

c) Leucoedema;

d) Candidíase pseudomembranosa;

e) Afta.

Comentários:

A forma mais bem reconhecida de infecção por Candida é a candidíase pseudomembranosa. Também
conhecida como sapinho, a candidíase pseudomembranosa é caracterizada pela presença de placas brancas
aderentes que se parecem com queijo cottage ou leite coalhado na mucosa oral. Os bebês podem ser
afetados ostensivamente devido ao seu sistema imune pouco desenvolvido.

A letra D está correta.

19- (CEV UECE/Odontólogo/Pref Tianguá/2016) Uma lesão de tecido mole indolor, frequentemente
encontrada em bochechas e labiosa de crianças, que é ocasionada pela obstrução do ducto excretor de
glândulas salivares menores, levando à retenção de líquido com pouca necessidade de remoção cirúrgica
é denominada:

a) adenoma pleomórfico.

b) líquen plano.

c) mucocele.
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d) carcinoma espinocelular.

Comentários:

A mucocele é uma lesão comum da mucosa oral resultante da ruptura de um ducto de glândula salivar e do
extravasamento de mucina para dentro dos tecidos moles vizinhos. São mais comuns em crianças e adultos
jovens, talvez pelo fato de indivíduos mais jovens estarem mais propensos a traumas, os quais induzem o
extravasamento de mucina. Entretanto, as mucoceles têm sido relatadas em pacientes de todas as idades,
desde bebês até adultos mais velhos.

A letra C está correta.

21- (CETAP/Pref Abaetetuba/Odontopediatra/2016) Ao examinar a cavidade oral de recém-natos, o


Odontopediatra deve ficar atento com as mudanças estruturais que podem ocorrer nesta região. Uma
alteração que apresenta uma predileção pelo sexo feminino, e que, clinicamente, se observa um nódulo
único e pediculado, de superfície lisa, às vezes lobulada, localizada no rebordo alveolar de neonatos, com
predomínio na região anterior da maxila, com coloração variando do rosa ao vermelho, e na maioria dos
casos com tamanho menor que dois 2 cm, pode ser diagnosticada como:

a) doença de Riga-Fede.

b) nódulos de Bohn.

c) perólas de Epstein.

d) epúlide congênita.

e) rânula.

Comentários:

A épulide congênita é um tumor (aumento de volume) raro e de etiologia incerta. É evidenciado no rebordo
alveolar de recém-nascidos, com preferência pela região +anterior de maxila. Clinicamente evidencia-se um
nódulo ú nico e pediculado, de superfície lisa (às vezes lobulada), com coloração que varia da tonalidade rosa
ao avermelhado de dimensões menores que 2 cm. Cerca 90% casos são vistos em meninas. Por ser benigno
e autolimitante, não requere tratamento, apresentando regressão espontânea.

A letra D está correta.

22- (FCC/Analista Judiciário/TRT 3ª Região/Pediatria/2015) Sendo constatada a presença de uma rânula


em um paciente pediátrico, com 2 meses de idade, a terapia proposta é:

a) aplicação da técnica de marsupialização, com remoção do teto da rânula.

b) conservadora e pouco invasiva, com a desobstrução da glândula com a ponta de um instrumento cortante
e acompanhamento clínico para detecção de possíveis recidivas.

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c) aplicação de cateter de pequeno diâmetro (para sondagem do ducto lacrimal), com esvaziamento do
conteúdo da rânula.

d) transfixação da rânula com fio de nylon de calibre 2-0, sutura simples frouxa e remoção do fio após 7 dias.

e) remoção do teto da rânula, com colocação de gaze e acompanhamento clínico para a detecção de
possíveis recidivas.

Comentários:

A letra B está correta. Devemos considerar a idade do paciente, por ainda possuir seus sistemas imaturos e
em formação devemos optar por tratamentos conservadores.

23 - (SSOA - Odontólogo/UNILAB/2014) A conduta adequada para uma criança de seis anos de idade que
apresenta um hematoma de erupção é o acompanhamento clínico até a erupção do elemento dentário.

( ) Certo

( ) Errado

Comentários:

O cisto de erupção aparece como um pequeno aumento de volume, muitas vezes translúcido na mucosa
gengival que se sobrepõe à coroa de um dente decíduo ou um dente permanente em estágio de erupção. A
maioria dos exemplos é observada em crianças com menos de 10 anos de idade. Embora o cisto possa
ocorrer em qualquer dente em erupção, a lesão é mais comumente associada aos incisivos centrais inferiores
decíduos, aos primeiros molares permanentes e aos incisivos superiores decíduos. Trauma na região pode
resultar em uma considerável quantidade de sangue na cavidade cística, que confere uma coloração de
aspecto azulado a marrom-arroxeada. Tais lesões são, por vezes, referidas como hematomas de erupção.
Pode não ser necessário tratamento, pois o cisto em geral se rompe de forma espontânea, permitindo a
erupção do dente. Se isto não acontecer, uma simples incisão no teto do cisto geralmente permite a
aceleração no processo de erupção do dente. A alternativa está correta.

24- (COPEVE-UFAL/Pref Maceió/Odontopediatra/2012) Lucas, de seis anos de idade, chega ao consultório


odontológico junto com a avó. Esta reclama que o neto refere dor ao mastigar e está muito irritado há três
dias, quando um “queixal” começou a “nascer”. Ao exame clínico, o odontopediatra observa além das
pontas das cúspides, um pequeno fragmento de osso, semelhante a uma espícula. Pela descrição da
história de Lucas, trata-se provavelmente de:

a) dente supranumerário.

b) fusão dentária.

c) sequestro de erupção.

d) concrescência.

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e) raiz supranumerária.

Comentários:

O sequestro de erupção costuma ser visualizado na época da erupção do primeiro molar permanente. É vista
uma pequena espícula de osso necrosado sobre a coroa de um molar em erupção, pouco antes ou
imediatamente após o aparecimento das cúspides, através da mucosa bucal. A letra C está correta.

25- (CS UFG/Odontólogo/IF GOIANO/2010) Criança com quatro anos de idade apresenta lesões vesiculares
inflamatórias e pústulas na região peribucal, envolvendo a comissura labial e o vermelhão dos lábios. As
lesões também se caracterizam por uma crosta aderente de cor amarela amarronzada. Estas
manifestações referem-se à seguinte doença infecciosa:

a) impetigo

b) herpes simples

c) candidíase

d) escarlatina

Comentários:

Impetigo é uma infecção superficial da pele que é causada pelo Staphylococcus aureus, sozinho ou em
combinação com o Streptococcus pyogenes (grupo A, β-hemolítico). Dois padrões principais são observados.
Setenta por cento dos casos são de impetigo não bolhoso, o qual tipicamente demonstra uma mistura de S.
aureus e S. pyogenes. Impetigo bolhoso é menos comum e predominantemente causado pelo S. aureus.

O impetigo não bolhoso (impetigo contagioso) é o tipo mais comum, ocorrendo preferencialmente nas
pernas e, menos comumente, no tronco, couro cabeludo e face. As lesões faciais em geral aparecem ao redor
do nariz e da boca. Em muitos pacientes com envolvimento facial, as bactérias patogênicas estão alojadas
no nariz e se disseminam para áreas da pele previamente lesadas, como arranhões ou abrasões. Muitas
vezes, as lesões faciais têm um padrão linear que corresponde à arranhadura prévia por unhas. A infecção é
mais comum em crianças na idade escolar, porém também pode ser observada em adultos. O pico de
acometimento é observado durante o verão ou no começo do outono em zonas quentes e úmidas. O
impetigo é contagioso e se espalha facilmente em condições de superpopulação ou em áreas com deficiência
de saneamento básico. O impetigo não bolhoso aparece inicialmente como máculas ou pápulas vermelhas,
com o posterior desenvolvimento de vesículas frágeis. Essas vesículas se rompem rapidamente e são
cobertas por uma crosta âmbar espessa. As crostas são aderentes e têm sido descritas como “flocos de milho
grudados à superfície”. Alguns casos podem lembrar a queilite esfoliativa ou um quadro de herpes simples
recorrente. O prurido é comum e o ato de coçar as lesões pode favorecer a disseminação da infecção.

A letra A está correta.

26-(FUNCAB/PREFEITURA DE VASSOURAS/ODONTOPEDIATRA/2014) Uma alteração bucal em neonatos


que ocorre ao longo da rafe palatina mediana, assemelhando-se a "grãos de arroz", e que tende a
desaparecer por esfoliação caracteriza-se por:
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a) Cisto de erupção

b) Nódulos de Bohn

c) Épulide congêtica

d) Mucocele

e) Rânula

Comentários:

As pérolas de Epstein são cistos de inclusão formados ao longo da rafe palatina. Sua origem está relacionada
ao aprisionamento de tecido epitelial durante o fechamento do palato (linha mediana). Podem ser
circunscritas e firmes à palpação. Com aparência semelhante à "grão de arroz", podem ser únicas ou
múltiplas. Não requerem tratamento pois tendem a esfoliar até o 3º mês de vida. A alternativa correta é a
letra A.

27-(CADAR/ODONTOPEDIATRIA/2016) A fusão que ocorre após o início da formação radicular, onde os


dentes se unem pelo cemento dentário, denomina-se

a) geminação.

b) fusão dentária.

c) concrescência.

d) odontodisplasia.

Comentários:

A letra A está incorreta. É um dente aumentado ou unido (duplo) no qual a contagem dentária é normal
quando o dente anômalo é considerado como um.

A letra B está incorreta. É o aumento de um único dente ou dente unido (duplo), no qual a contagem dentária
revela a falta de um dente quando o dente anômalo é contado como um.

A letra C está correta. É união de dois dentes adjacentes apenas por cemento sem confluência da dentina
subjacente.

A letra D está incorreta. É uma alteração localizada, não hereditária, com efeitos na formação do esmalte,
da dentina e da polpa.

28-(CADAR/ODONTOPEDIATRIA/2017) A denominação dada à incidência de dentes que irrompem durante


os primeiros 30 dias de vida é

a) natais.
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b) neonatais.

c) nódulos de Bohn.

d) pérolas de Epstein.

Comentários:

A letra A está incorreta. São dentes presentes ao nascimento.

A letra B está correta. São dentes que nascem nos primeiros 30 dias de vida do bebê.

A letra C está incorreta. Os nódulos de Bohn, são restos epiteliais de glândulas mucosas localizados sobre as
cristas dentárias, por vestibular e lingual. Alguns autores afirmam que também podem ser evidenciadas no
palato, porém, longe da rafe

A letra D está incorreta. As pérolas de Epstein são cistos de inclusão formados ao longo da rafe palatina. Sua
origem está relacionada ao aprisionamento de tecido epitelial durante o fechamento do palato (linha
mediana). Podem ser circunscritas e firmes à palpação. Com aparência semelhante a "grão de arroz", podem
ser únicas ou múltiplas.

29-(CADAR/ODONTOPEDIATRIA/2013) Após a realização de um exame radiográfico em uma criança de 4


anos, o profissional observou que os molares apresentavam uma alteração caracterizada por uma câmara
pulpar alongada no sentido oclusoapical. O provável diagnóstico é

a) odontoma.

b) dens in dente.

c) taurodontismo.

d) odontodisplasia regional.

Comentários:

A letra A está incorreta. Os odontomas são considerados como anomalias do desenvolvimento


(hamartomas), em vez de neoplasias verdadeiras. São os tumores odontogênicos mais comuns. Existem dois
tipos: o composto e o complexo. O odontoma composto é formado por múltiplas estruturas pequenas,
semelhantes a dentes. O odontoma complexo consiste em uma massa conglomerada de esmalte e dentina.

A letra B está incorreta. Caracterizado por uma profunda invaginação da superfície da coroa ou da raiz,
limitada pelo esmalte.

A letra C está correta. Caracterizado por aumento do corpo e da câmara pulpar de um dente multirradicular,
com deslocamento apical do assoalho pulpar e da bifurcação das raízes.

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A letra D está incorreta. É uma alteração localizada, não hereditária, com efeitos na formação do esmalte,
da dentina e da polpa.

30-(ESSEX/ODONTOPEDIATRIA/2017) Com relação às pérolas de Epstein, de acordo com Mc Donald e


Avery (2011) podemos afirmar que:

a) São remanescentes das glândulas mucosas

b) São formadas ao longo dos lados vestibular e lingual das cristas dentárias

c) Originam-se da lâmina dentária

d) São formados ao longo da rafe palatina mediana

Comentários:

A letra A está incorreta. Sua origem está relacionada ao aprisionamento de tecido epitelial durante o
fechamento do palato (linha mediana).

A letra B está incorreta. São formados ao longo da rafe palatina

A letra C está incorreta. Sua origem está relacionada ao aprisionamento de tecido epitelial durante o
fechamento do palato (linha mediana).

A letra D está correta. Lembre-se que os nódulos de Bohn, também podem ser evidenciadas no palato,
porém, longe da rafe.

31-(CADAR/ODONTOPEDIATRIA/2013) Segundo a literatura, cerca de 90% dos dentes supranumerários


ocorrem no maxilar superior. Analise os critérios que fundamentam a necessidade de exodontia.

I. Quando sedia um cisto dentígero.

II. Quando participa da formação de um diastema.

III. Quando existe uma sobremordida profunda.

IV. Quando representa a causa do desposicionamento de um dente permanente na arcada dentária.

Estão corretas somente as afirmativas

a) I, II e III.

b) I, II e IV.

c) I, III e IV.

d) II, III e IV.


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Comentários:

Quando falamos em dentes supranumerários devemos pensar em apinhamento que leva ao


desposicionamento dos dentes na arcada por falta de espaço e devemos lembrar dos mesiodens que são
supranumerários na região de incisivos (quando o dente supranumerário se localiza entre os centrais ele
pode formar um espaço entre os dentes conhecido como diastema). Além disso, quando o supranumerário
está associado a um cisto dentígero indica-se a sua extração. Não existe relação entre a existência de
supranumerário e sobremordida profunda, não sendo, portanto, indicação cirúrgica. A letra B está correta.

32-(CADAR/ODONTOPEDIATRIA/2009) Bebê de três meses é trazido por sua mãe, extremamente


preocupada, por ter percebido lesão na porção vestibular do rodete gengival superior. Ao exame clínico
pode-se observar lesão circular, de aproximadamente 2 milímetros, de cor branco-amarelada, textura
macia. Assinale a questão que descreve corretamente o diagnóstico e conduta clínica a ser tomada.

a) Dente neonatal / exodontia.

b) Nódulo de Bohn / proservação.

c) Nódulo de Bohn / excisão cirúrgica.

d) Pérola de Epstein / proservação.

Comentários:

Os nódulos de Bohn, são restos epiteliais de glândulas mucosas localizados sobre as cristas dentárias, por
vestibular e lingual. Alguns autores afirmam que também podem ser evidenciadas no palato, porém, longe
da rafe. Tendem a esfoliar nos primeiros meses de vida não necessitando de remoção cirúrgica, podem ser
apenas acompanhados clinicamente. A letra B está correta.

33- (CADAR/ODONTOPEDIATRIA/2011) Cistos de inclusão que ocorrem ao longo da linha mediana do


palato ou rafe palatina. Ocorrem em 80% dos recém-nascidos e histologicamente mostram-se verdadeiros
microceratocistos e possuem revestimento epitelial delgado. São provenientes da fase de
desenvolvimento, porém não são derivados do epitélio odontogênico. Essa descrição é referente a

a) nódulos de Bohn.

b) pérolas de Epstein.

c) cistos de erupção.

d) cisto mucoso do recém-nascido.

Comentários:

Você vai cansar de ver questões sobre esse assunto, mas tenho certeza que não errará na sua prova. A letra
B está correta.

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34-(CADAR 2011) Anomalia de forma caracterizada pela tentativa de divisão de um germe resultando em
duas coroas e uma única raiz é denominada:

a) Dilaceração

b) Geminação

c) Fusão

d) Duplicação

Comentários:

A letra A está incorreta. Consiste na angulação anormal ou curvatura na raiz, ou, eventualmente na coroa
do dente.

A letra B está correta. A geminação é definida como um único dente aumentado ou unido (duplo) no qual a
contagem dentária é normal quando o dente anômalo é considerado como um. É a tentativa de um único
germe dentário se dividir, com a formação resultante de um dente com coroa chanfrada e, geralmente, uma
raiz e um canal radicular em comum.

A letra C está incorreta. Fusão é o aumento de um único dente no qual a contagem dentária revela a falta
de um dente quando o dente anômalo é contado como um. É a união de dois germes dentários normalmente
separados.

A letra D está incorreta. O termo não se aplica ao solicitado pelo enunciado.

35-(CADAR/ODONTOPEDIATRIA/2015) A cúspide em garra é uma anomalia de desenvolvimento que pode


estar presente na síndrome de:

1. Apert
2. Crouzon
3. Pierre Robin
4. Rubinstein-Taybi

Comentários:

A letra A está incorreta. São efeitos orais a erupção retardada, a apossível ausência dentária, maloclusão
Classe III, mordida aberta anterior e cruzada posterior.

A letra B está incorreta. Podem ser vistos dentes apinhados como resultado da hipoplasia maxilar e
pseudofenda na linha média da maxila.

A letra C está incorreta. São possíveis efeitos a fenda palatina e agenesia dentária

A letra D está correta. A cúspide em garra está presente na síndrome de Rubinstein-Taybi.

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36 - (CPCON/ODONTÓLOGO/2018) As porções mineralizadas dos dentes podem sofrer desgastes pela ação
abrasiva de numerosas substâncias estranhas ou por forças mastigatórias anormais. Estes desgastes
podem ser representados clinicamente pela atrição, abrasão e erosão. Assim, analise as afirmativas abaixo
e assinale com V ou F:

( ) A atrição é o desgaste fisiológico que ocorre nos dentes durante a mastigação. É um desgaste lento, dando
condições à polpa para formação de dentina reparativa. Quando presente nos dentes anteriores, conjugada
com o desgaste incisal, pode ser registrada radiograficamente atresia pulpar.

( ) O desgaste provocado pela escovação inadequada culmina inicialmente com retração gengival. Expondo
a porção cementária, de menor resistência ao ato mecânico abrasivo e, posteriormente podendo envolver o
esmalte cervical com perdas em forma de cunha por solapagem dos prismas. Nos dentes anteriores, como
os desgastes se manifestam rapidamente, não há tempo hábil para ocorrer atresia pulpar.

( ) A erosão é caracterizada pela aparência de cunhas limitadas à região cervical dos dentes. Os sinais para
diagnóstico incluem defeitos que são profundos, estreitos e em forma de “V”.

( ) Na abfração, os locais predominantes de desgastes dentários são áreas desprotegidas pela secreção serosa
das glândulas parótidas e submandibulares. As superfícies vestibulares e palatinas dos dentes superiores e
as superfícies oclusais dos dentes posteriores inferiores são as mais afetadas.

O preenchimento CORRETO está na alternativa:

a) V, V, V, F.

b) V, F, V, F.

c) F, V, F, V.

d) V, V, F, F.

e) F, F, V, V.

Comentários:

A letra D está correta.

A atrição é o desgaste causado pelo contato entre os dentes durante a oclusão e a mastigação. Pode ser
fisiológico ou patológico dependendo da sua extensão. A perda de estrutura dentária pode ser acelerada
quando o esmalte possui qualidade inferior ou está ausente, pela presença de contatos prematuros, pelo
uso de abrasivos intraorais, pela presença concomitante de erosão e bruxismo. As superfícies mais
envolvidas são as incisais e oclusais, palatinas dos dentes anteriores e vestibular dos anteriores inferiores.
Por haver deposição de dentina secundária raramente se evidencia exposição pulpar e sensibilidade
dentinária.

A abrasão é o desgaste patológico da estrutura dentária ou de uma restauração pela ação mecânica de um
agente externo. Entre as possíveis causas a escovação dentária com uso de dentifrício abrasivo e pressão
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forte e horizontal durante a execução dos movimentos é a mais comum. Clinicamente observa-se fendas
horizontais nas faces vestibulares dos dentes acometidos, com superfície lisa e endurecida, margens
definidas e exposição de dentina e cemento. Denomina-se demastigação o desgaste causado pelo hábito de
mascar substâncias abrasivas entre dentes antagonistas.

AGORA ATENÇÃO: apesar da banca dar como certa Neville et al. (2016) não afirmam que "Nos dentes
anteriores, como os desgastes se manifestam rapidamente, não há tempo hábil para ocorrer atresia
pulpar" e os autores mostram uma figura com fotos de um caso em que houve a deposição de dentina
terciária, no entanto alguns autores de dentística falam que nos anteriores o processo é mais rápido pela
menor espessura gengival na região, menor espessura óssea e facilidade de exposição de cemento (que
seria digamos mais "mole que esmalte e dentina" e teria um desgaste mais fácil pela escova.

A erosão é a perda da estrutura dentária causada por uma reação química não bacteriana (diferente da cárie
que é causada pela metabolização dos produtos da dieta pelas bactérias). Geralmente está relacionada a
existência de ácidos no ambiente bucal. As superfícies mais afetadas são as vestibulares e palatinas dos
dentes anteriores superiores e as superfícies vestibulares e oclusais dos dentes posteriores inferiores.
Observa-se uma depressão côncava em forma de colher com as bordas elevadas. Nos dentes posteriores
com restaurações metálicas observa-se que as bordas do material restaurador se situam acima do nível
oclusal da estrutura dentária

Na abfração a perda dentária pode ser vista como um defeito em forma de cunha (profundo, estreito e em
forma de V), limitados à área cervical do dente (geralmente afeta um único dente). Como o desgaste ocorre
de forma lenta ocorre a deposição de dentina terciária (impede a exposição pulpar).

A descrição da última alternativa refere-se à erosão.

37- (RBO/ MONTE MOR-SP/2019) É uma anomalia dentária na qual o dente apresenta aumento do corpo
e da câmara pulpar de um dente multirradicular com deslocamento apical do assoalho pulpar e da
bifurcação das raízes.

a) Hipercementose

b) Dens in dente

c) Taurodontia

d) Dente ectópico

Comentários:

A alternativa correta é a letra C. No taurodontismo é visto um aumento ápico-oclusal da câmara pulpar de


dentes multirradiculares com deslocamento do soalho pulpar apicalmente. Tal condição confere um
conferindo uma aparência de coroa alongada e mais retangular que o normal.

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38- (RBO/ MONTE MOR-SP/2019) É uma anomalia que ocorre pela união de dois germes dentários, dando
origem a "um dente com duas coroas e duas raízes", podendo ser parcial, quando apenas as coroas se
unem ou total:

a) Anquilose

b) Geminação

c) Concrescência

d) Fusão

Comentários:

A alternativa correta é a letra D. Fusão é a tentativa de união de dois germes dentários que resulta em uma
única estrutura aumentada. Geminação é quando um germe dentário tenta se dividir em dois. Concrescência
é a união de dois dentes pelo cemento ao longo de suas raízes.

39- (RBO/ MONTE MOR-SP/2019) Paciente compareceu ao consultório relatando sensibilidade na região
dos dentes incisivos centrais superiores. Ao exame clínico, constatou-se a presença de desgaste na região
incisal dos dentes 21 e 11. Durante a anamnese, o paciente relatou que tem o hábito de roer as unhas, não
faz uso de bebidas alcóolicas, não é fumante e também não tem bruxismo ou apertamento noturno. Já
realizou tratamento ortodôntico e possui bons hábitos de higiene. O diagnóstico é:

a) erosão

b) abrasão

c) atrição

d) abfração

Comentários:

A atrição é o desgaste causado pelo contato entre os dentes durante a oclusão e a mastigação.

A abrasão é o desgaste patológico da estrutura dentária ou de uma restauração pela ação mecânica de um
agente externo. A onicofagia ou hábito de roer as unhas pode ser uma das causas.

A erosão é a perda da estrutura dentária causada por uma reação química não bacteriana

Na abfração a perda dentária pode ser vista como um defeito em forma de cunha (profundo, estreito e em
forma de V), limitados à área cervical do dente.

A letra B está correta.

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04- (FGV/TJ-SC/DENTISTA/2015) Os dentes podem apresentar alterações de cor por uma série de fatores.
Elas podem ser localizadas ou generalizadas. As alterações presentes no íntimo da estrutura dental,
provenientes de fatores pré e pós-eruptivos, decorrentes de traumatismos, infecções periapicais no
antecessor, pigmentações pelo amálgama, tratamento endodôntico inadequado, e que representam a
principal indicação para o clareamento dental são as manchas:

a) intrínsecas;

b) por bactéria;

c) extrínsecas;

d) cromogênicas;

e) de Koplik

Comentários:

A letra A está correta.

Quando o enunciado cita " alterações presentes no íntimo da estrutura dental" você deve de imediato pensar
na alternativa A: manchas intrínsecas. As manchas intrínsecas surgem a partir de uma coloração intrínseca
de material endógeno que é incorporado ao esmalte e à dentina e não podem ser removidas por profilaxia
com pasta profilática ou pedra-pomes.

São exemplos:

⮚ Amelogênese imperfeita (AI)


⮚ Dentinogênese imperfeita (DI)
⮚ Fluorose dentária
⮚ Porfiria eritropoiética
⮚ Hiperbilirrubinemia
⮚ Ocronose
⮚ Trauma
⮚ Decomposição localizada de hemácias
⮚ Medicações

41-(COSEAC/FESAUDE/ NITERÓI-RJ/2021) O aumento do corpo e da câmara pulpar de um dente


multirradicular, com deslocamento apical do soalho pulpar e da bifurcação das raízes, é chamado de:

a) Geminação.

b) Hipercementose.

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c) Dente invaginado.

d) Taurodontia.

e) Concrescência.

Comentários:

A letra A está incorreta. Geminação é quando um germe dentário tenta se dividir em dois.

A letra B está incorreta. Hipercementose é uma deposição em excesso de cemento na raiz dentária

A letra C está incorreta. Dente invaginado é uma anomalia de desenvolvimento incomum resultante da
invaginação na superfície da coroa ou raiz do dente

A letra D está correta. Taurodontia consiste no aumento do corpo e da câmara pulpar de um dente
multirradicular, com deslocamento apical do assoalho pulpar e da bifurcação das raízes.

A letra E está incorreta. Concrescência é a união de dois dentes pelo cemento ao longo de suas raízes

42- (FGV/FUNSAÚDE-CE/2021) A lesão que acomete os tecidos dentários, caracterizada pela rápida perda
mineral em uma superfície dentária, sem relação com trauma ou biofilme, é chamada de

a) atrição.

b) abrasão.

c) abfração.

d) cárie rampante.

e) erosão dental.

Comentários:

A erosão é a perda da estrutura dentária causada por uma reação química não bacteriana. Geralmente está
relacionada a existência de ácidos no ambiente bucal, mas os agentes quelantes são apontados como a causa
primária.

Possíveis fontes de ácidos são elencadas abaixo:

⮚ alimentação (fruta cítricas, refrigerantes, vinagre, energéticos);


⮚ secreção gástrica (nos pacientes com bulimia ou refluxo) também chamada de perimólise;
⮚ ambientes com alto teor de cloro como as piscinas (afeta principalmente atletas que praticam
esportes como natação);
⮚ atmosfera industrial;

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⮚ pacientes com disfunções salivares, com distúrbios alimentares e gestantes são mais suscetíveis.

A letra E está correta

43- (AMEOSC /Prefeitura de Itapiranga - SC - Odontólogo/ 2021) A perda da superfície dos dentes ou lesão
não cariosa, é um processo fisiológico que ocorre ao longo do envelhecimento. No entanto, quando o grau
de destruição das estruturas dentárias gera problemas funcionais, estéticos ou de sensibilidade, instala-se
um processo considerado patológico. Sobre as lesões não cariosas, marque a alternativa CORRETA:

a) Atrição é definida como o desgaste patológico da superfície do dente ou restauração causada pela
escovação traumática, podendo ocorrer tanto na dentição permanente quanto na decídua.
b) Erosão pode afetar apenas um dente, e clinicamente apresenta-se em formato de cunha, geralmente
profundas e com margens definidas.

c) A abfração tem sido descrita como a perda patológica, progressiva da estrutura dentária causada por
processo químico sem envolvimento de ação bacteriana. É causada por exposição aos ácidos provenientes
de bebidas, sucos de fruta, vinhos, bebidas desportivas, todos os refrigerantes, vinagre, ácidos orgânicos,
principalmente o lático, cítrico e málico utilizados na indústria alimentícia.

d) Abrasão é um processo de desmineralização ou perda patológica da estrutura dentária ou restauração,


livre de placa bacteriana que ocorre de maneira lenta, gradual e progressiva devido a hábitos nocivos.

Comentários:

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Destaca-se como hábitos nocivos de escovação o uso
de força excessiva, técnica horizontal, escovas dentais com cerdas duras e cremes dentais abrasivos,

A alternativa A está incorreta. A Atrição é definida como o desgaste patológico da superfície do dente ou
restauração com outro dente antagonista sem corpos estranhos entre eles, podendo ocorrer tanto na
dentição permanente quanto na decídua.

A alternativa B está incorreta. A Abfração pode afetar apenas um dente, e clinicamente apresenta-se em
formato de cunha, geralmente profundas e com margens definida, sendo ocasionada pelo componente
oclusal desequilibrado.

A alternativa C está incorreta. A Erosão é a lesão ocasionada pela perda patológica oriunda de processos
químicos sem envolvimento bacteriano, o tipo descrito é o extrínseco pois está relacionado a por exposição
aos ácidos provenientes bebidas, sucos de fruta, vinhos, bebidas desportivas, todos os refrigerantes, vinagre,
ácidos orgânicos, principalmente o lático, cítrico e málico utilizados na indústria alimentícia.

44- ( IF-PE/ Odontólogo / 2019 ) As Lesões Cervicais Não Cariosas (LCNC) são um grupo de alterações na
estrutura dental, de origem multifatorial, que em algumas situações precisam ser restauradas. Como o
processo de restauração das LCNC apresenta desafios nas suas várias etapas, a obtenção de um diagnóstico

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preciso e um plano de tratamento adequado, ele requer uma análise criteriosa dos dados da anamnese e
das características específicas da lesão presente. A respeito das LCNC, considere as afirmações a seguir.

I. Lesões de Abrasão resultam da fricção entre um dente e um agente externo, podendo ocorrer tanto nas
superfícies incisais/oclusais dos dentes quanto nas faces livres.

II. LCNC em molares com cavidades rasas, não sintomáticas, sem evidência de progressão e que o indivíduo
consegue higienizar adequadamente não devem ser restauradas, apenas acompanhadas.

III. A idade do indivíduo é um fator determinante na decisão de se restaurar ou não LCNC.

IV. As LCNC podem ser restauradas com resinas compostas microparticuladas.

V. Lesões de Abfração não devem ser restauradas com resinas compostas.

É CORRETO apenas o que se afirma em alternativas

A) I, II e III.
B) II, III e IV.
C) I, IV e V.
D)I, II, III e V.
E) I, II, IV.

Comentários:

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

Em relação a afirmativa III. A idade do indivíduo não é um fator determinante na decisão de se restaurar ou
não LCNC, e sim a presença de defeito ou perda de estrutura dentária.

Corrigindo a afirmação V. Lesões de Abfração devem ser restauradas com resinas composta e o
procedimento restringe-se basicamente a reposição da estrutura dental perdida sem nenhum desgaste
prévio adicional.

45 - (CESPE/CEBRASPE/HUB/2017) Com relação às lesões cervicais não cariosas (LCNCs), julgue o item
seguintes.

As LCNCs, que constituem perda de estrutura dentária na região da junção cemento-esmalte, resultam de
um processo de desgaste de origem não bacteriana.

Comentários:

A afirmativa está CORRETA. As LCNCs classe V manifestam-se como perdas de estrutura dental na região
cervical dos dentes decorrente de desgaste do esmalte e exposição da dentina de origem multifatorial, mas

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não relacionada a ácidos bacterianos, dentre elas trauma mecânico da escovação ou oclusal/hábitos
parafuncionais e ácidos oriundo de medicamentos, dieta, refluxo ou bulimia.

46-(CESPE/CEBRASPE/HUB/2017) Com relação às lesões cervicais não cariosas (LCNCs), julgue o item
seguinte.

Tendo como referência o longo eixo do dente, o surgimento de abrasão dentária está mais relacionado à
escovação vertical do que à horizontal.

Comentários:

A afirmativa está INCORRETA. A abrasão é resultante de um desgaste patológico da estrutura dentária


decorrente de algum processo mecânico anormal, como uma raspagem radicular ou devido a uma escovação
exagerada no sentido horizontal associada a escova dura e dentrifício abrasivo. è caracterizada por uma
superfície lisa, polida, rasa, com contorno regular e localização vestitibular.

47- (CESPE/CEBRASPE/HUB/2017) Com relação às lesões cervicais não cariosas (LCNCs), julgue o item
seguinte.

As forças oclusais excessivas e o refluxo gastrointestinal são as principais causas de abfração por
resultarem em flexões dentais que alteram a estrutura do esmalte, da dentina e do cemento.

Comentários:

A afirmativa está INCORRETA. As lesões de abfração são resultantes de microfraturas que ocorrem no
esmalte devido à flexão do dente em função de trauma oclusal e não de refluxo gastrointestinal, e se
apresentam em forma de cunha, geralmente profunda e com margens bem definidas.

48-(CESPE/CEBRASPE/HUB/2017) Com relação às lesões cervicais não cariosas (LCNCs), julgue o item
seguinte.
A perimólise é caracterizada pela remoção progressiva e crônica de tecido mineral da superfície do dente
por meio de reações químicas de agentes acidogênicos e(ou) quelantes.

Comentários:

A afirmativa está CORRETA. Lembre-se que algumas questões podem trazer sinônimos e a perimólise é
termo utilizado para erosão intrínseca ocasionada pela perda patológica, crônica, resultante de contato do
ácido endógeno (gástrico) com os dentes durante vômito recorrente da regurgitação ou refluxo gastro-
esofágico.

49- (INSTITUTO AOCP/ EBSERH -HUJB – UFCG/2017) As lesões por erosão são causadas por:

a) vômitos frequentes.
b) força excessiva aplicada durante a higienização.
c) uso abusivo de fio dental.
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d) forças oclusais excêntricas.


e) ingestão de alimentos açucarados.

Comentários:

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A erosão se caracteriza pela perda dos tecidos
dentários proveniente de um processo químico destituído da ação bacteriana como por exemplos episódios
de vômitos ou regurgitações frequentes.

50- (FCC /TRT - 3ª Região (MG) -/2015) Nas lesões cervicais não-cariosas é INCORRETO:

a) A abfração pode ter como fatores coadjuvantes abrasão e/ou erosão. Outra possibilidade é uma lesão por
erosão ser associada à abrasão.

b) A abrasão na região cervical caracteriza-se por uma superfície dura, altamente polida, rasa, com contorno
regular e localizada em vestibular.

c) A erosão corresponde a perda de substância dentária por dissolução em ácidos de origem não-bacteriana
e tem aspecto arredondado, rasa, ampla e sem borda definida.

d) A abfração é uma lesão na região cervical do dente, resultante de microfraturas do esmalte, provocadas
pela flexão do dente, em função de forças oclusais mal dirigidas.

e) Na prática clínica é fácil o diagnóstico da lesão pelo aspecto clínico, justamente pelo fato que é muito raro
uma lesão cervical possuir interação de dois fatores associados.

Comentários:

A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. As lesões cervicais comumente apresentam


interação de mais de um componente; Neville (2016) traz que "apesar de os casos de desgaste (atrição,
abrasão, erosão, abfração) frequentemente serem discutidos como alterações independentes, a maioria dos
casos de perda dentária é o resultado da combinação de fatores".

51-( FCC/ ALESE /2018) Atenção: Para responder a questão abaixo considere as informações a seguir:

Paciente com 38 anos de idade, sexo feminino, queixa-se de dor nos dentes superiores ao ingerir sorvetes,
refrigerantes gelados ou chás quentes. Adicionalmente, a paciente refere constrangimento com o aspecto
estético dos dentes sensíveis. O exame clínico mostra lesões não cariosas na região cervical dos dentes 14
e 15.
Na abordagem dos fatores etiológicos destas lesões, deve-se investigar se a paciente:

a) apresenta o hábito de vômito intencional após as refeições como método para perder peso, resultando
em erosão nos dentes.

b) apresenta contatos parafuncionais dos dentes 14 e 15 com os dentes antagonistas, com queixa de cansaço
nos músculos da mastigação, resultando em erosão dos dentes.

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c) consome refrigerantes e sucos de frutas cítricas com frequência, produzindo desgastes nos tecidos dentais
na forma de atrição.

d) é destra, utiliza escova dental com cerdas duras e efetua movimentos horizontais durante a escovação,
produzindo abrasão nos dentes.

e) consome frutas cítricas e refrigerantes entre as refeições, resultando em perda gradual de estrutura dental
na forma de abrasão.

Comentários:

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão . O caso de abrasões cervicais ocasionadas pelo uso
incorreto da escova dental. Apresenta superfície lisa, polida, rasa, com contorno regular, localização
vestibular e com margens agudas. São indicativos de abrasão além da morfologia da lesão a história de
hábitos de escovação, a localização acessível e supragengival associada a recessão da gengiva. São fatores
que influenciam na prevalência de lesões de abrasão:

- relacionados ao paciente técnica/ força aplicada, frequência e tempo de escovação, por onde a escovação
é iniciada na arcada e uso abusivo de palitos/ escova interdental.

-relacionados aos materiais usados na escovação: tipo de material, rigidez e arredondamento das cerdas,
flexibilidade e comprimento do cabo da escova; abrasividade, ph e quantidade de dentrifício usado.

52- (Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste -SC /2019) Analise o trecho a seguir e assinale a
alternativa que completa corretamente a lacuna: “Das patologias cervicais não cariosas,
______________________ é o desgaste produzido por atividade funcional anormal e está associada ao
mecanismo de estresse mecânico, geralmente atribuído à ação prolongada da escovação traumática.”

a) Erosão.
b) Abfração.
c) Abrasão.
d)Escarificação.

Comentários:

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A escovação dental tem sido referida como a principal
e mais importante causa da abrasão dental, são frisados como fatores relacionados ao paciente: técnica,
frequência, tempo, força aplicada, onde se inicia a higienização dental.

53- (CSM /Marinha/2015 )De acordo com Baratieri et al. (2001), com relação às lesões dentárias não-
cariosas, é correto afirmar que:

a) a erosão intrínseca costuma afetar mais frequentemente as superfícies palatal e oclusal dos dentes
superiores e as superfícies lingual e oclusal dos dentes inferiores.

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b) a erosão extrínseca é o resultado da ação de ácidos, tais como o ácido gástrico, que entra em contato com
os dentes durante o vômito ou refluxo.

c) deve-se recomendar ao paciente, como uma medida preventiva individual contra a erosão, a escovação
dental imediatamente após uma agressão por ácido.

d)as superfícies vestibulares dos dentes superiores são protegidas do ácido que causa a erosão intrínseca
devido ao efeito neutralizante da saliva da parótida.

e) é recomendada a aplicação de gel de flúor fosfato acidulado, uma vez por semana, para deter o progresso
da erosão dental.

Comentários:

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão . As vestibulares de dentes superiores e lingual de


dentes inferiores estão protegidas pelo efeito neutralizante da saliva parótida, submandibular e sublingual,
além da língua.

A alternativa A está incorreta. A erosão intrínseca afeta Palatina e Oclusal de todos os dentes Superiores e
está confinada a Vestibular e Oclusal e PMI e MI.

A alternativa B está incorreta. A erosão intrínseca é o resultado da ação de ácidos, tais como o ácido gástrico,
que entra em contato com os dentes durante o vômito ou refluxo.

A alternativa C está incorreta. Recomenda-se não executar a escovação logo após uma agressão por ácido

A alternativa E está incorreta. Deve-se aplicar flúor neutro duas vezes por semana ou verniz fluoretado sobre
lesões erosivas incipientes, 4 vezes por não ou mais se houver progressão.

54- (CRS/PM MG - QOS-2013) Em relação às lesões cervicais não cariosas e seu diagnóstico, é CORRETO
afirmar que:

a) A abrasão é a perda patológica, crônica, localizada e indolor de estrutura dentária pela dissolução por
ácidos não bacterianos provenientes de alimentos, bebidas, medicamentos e, ainda, por ácidos provenientes
do próprio organismo, como o ácido clorídrico. Esse processo pode ser agravado pela xerostomia e
perimólise.

b) A erosão tem sua etiologia por trauma oclusal, e tem por suas características, ser profunda, em forma de
cunha e margens bem definidas.

c) A abrasão é caracterizada por uma superfície lisa, polida, rasa com contorno regular e localização
vestibular. Ocorre principalmente quando existe uma exposição radicular ou história de raspagem e
curetagem e uma escovação exagerada no sentido horizontal associada à escova dura e dentifrícios
abrasivos.

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d) A abfração é causada por agentes químicos, sendo suas características: apresentar-se rasa, com aspecto
arredondado, e sem borda definida.

Comentários:

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão .

A alternativa A está incorreta. A erosão é a perda patológica decorrente de ácidos não bacterianos, é
classificada como extrínseca quando são decorrentes da dieta ou medicamentos e intrínseca quando
proveniente de ácidos do próprio organismo, sendo antigamente denominada de perimólise.

A alternativa B está incorreta. A abfração tem como etiologia o trauma oclusal.

A alternativa D está incorreta. A erosão é causada por agentes químicos não bacterianos erosivos.

55-(CS/UFG/2017) Um paciente que realiza radiação terapêutica apresenta como queixa principal a
sensibilidade dental. Na anamnese, verifica-se regurgitação involuntária. Ao exame clínico, verificam-se
perda de superfície do dente na região palatina dos dentes anteriores superiores, e concavidades nas
pontas de cúspides, nas oclusais, arestas incisais e cristas marginais. Qual é o provável diagnóstico?

a) Abrasão.

b) Demastigação.

c) Abfração.

d) Erosão.

Comentários:

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Observar palavras do enunciado como sensibilidade,
regurgitação e perda dentária em palatina todos remetendo ao desgaste associado ao vômito regular sendo
comuns na erosão dental. Clinicamente são visualizadas concavidades dentinárias nas superfícies oclusais
ou incisais, sensibilidade persistente, restaurações salientes

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4 - GABARITO

1. LETRA B
2. LETRA C
3. LETRA D
4. LETRA B
5. LETRA C
6. LETRA D
7. LETRA C
8. LETRA C
9. LETRA B
10. LETRA B
11. LETRA E
12. LETRA A
13. LETRA B
14. LETRA C
15. LETRA D
16. LETRA B
17. LETRA C
18. LETRA D
19. LETRA C
20. LETRA C
21. LETRA D
22. LETRA B
23. CORRETA
24. LETRA C
25. LETRA A
26. LETRA A
27. LETRA C
28. LETRA B
29. LETRA C
30. LETRA D
31. LETRA B
32. LETRA B
33. LETRA B
34. LETRA B
35. LETRA D
36. LETRA D
37. LETRA C
38. LETRA D
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39. LETRA B
40. LETRA A
41. LETRA D
42. LETRA E
43. LETRA D
44. LETRA E
45. CORRETA
46. INCORRETA
47. INCORRETA
48. CORRETA
49. LETRA A
50. LETRA E
51. LETRA D
52. LETRA D
53. LETRA D
54. LETRA C
55. LETRA D

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5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

Odontopediatria: uma visão contemporânea. Duque, C. et al., 2013.

Odontopediatria para crianças e adolescentes. Dean, J.A.; Avery, D.R.; McDonald.,R.E. 9ª ed.,2011.

Odontopediatria. Guedes Pinto. 9ªed., 2016.

Odontopediatria. Antonio Carlos Guedes Pinto. Editora Santos, 8ª edição, 2012.

Odontopediatria na primeira infância: uma visão multidisciplinar. Maria Salete Nahás Pires Côrrea. 4ªed.,
2017.

Odontopediatria: fundamentos para a prática clínica. Orlado Ayrton de Toledo. 2012

Tratamento restaurador atraumático: técnicas de mínima intervenção para o tratamento da doença cárie
dentária. José Carlos Imparato et. al., 2005.

Manual de odontologia para bebês. Walter, L.R.F. et al., 2014.

Terapêutica Medicamentosa em Odontologia. Andrade, E.D.; 3ª ed., 2014.

Patologia oral e maxilofacial. Neville et al., 4ª ed, 2016.

Odontopediatria. Série ABENO. Isabela Almeida Pordeus e Saul Martins Paiva, Ed Artes Médicas, 2014.

Associação Brasileira de Odontopediatria. Diretrizes para procedimentos clínicos em odontopediatria. Rio de


Janeiro. Santos, 2020.

Passo a Passo para Condutas Clínicas de Odontopediatria. Paulo César B. Rédua, Jenny Abanto, Marcelo
Bonecker. Ed. Vania Santos, 2020.

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6-RESUMO
PATOLOGIA NA INFÂNCIA

ALTERAÇÃO ORIGEM LOCAL


Pérolas de epstein Epitélio oral Rafe palatina

Nódulos de bohn Glándulas mucosas V e l dos roletes e palato

Cistos da lâmina dentária Lâmina dentária Cristas dentárias

GENGIVITE ULCERATIVA NECROSANTE AGUDA


GENGIVOESTOMATITE PRIMÁRIA
(GUN)
▪ Incubação 1 semana ▪ Rara em crianças na idade pré escolar
▪ Febre ▪ Prevalência aumenta a partir da idade
▪ Mal estar geral escolar/
▪ Dores articulares ▪ significante na adolescência
▪ Irritabilidade ▪ Aumento da temperatura corpórea
▪ Dor ao deglutir / anorexia ▪ Enfartamento ganglionar
▪ Linfoadenopatia regional por 48 h ▪ Tecido gengival avermelhado
▪ Inflamação gengival ▪ Inversão da topografia da papila
▪ Edema, eritema ▪ Presença de pseudomembrana sobreposta
▪ Dor que precede as vesículas à gengiva
▪ Sialorréia e dor intensa ▪ Áreas de necrose
▪ Vesículas aparecem até o 6º dia ▪ Sangramento espontâneo
▪ Rompimento = úlcera ▪ Halitose
▪ Regressão 7 a 14 dias ▪ Dor espontânea
▪ Tratamento de suporte ▪ Duração indefinida
▪ Latência (recorrente) ▪ Necrosante
▪ Não é contagiosa

SARAMPO SARAMPO ALEMÃO / RUBÉOLA


Primeiro sinal coriza, tosse, conjuntivite e febre Primeiro sinal erupção enxatematosa (face e pescoço)
Manchas de Koplik na mucosa oral Sinal de Forcheimer no palato

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LISTA DE PATOLOGIAS QUE JÁ FORAM COBRADAS EM QUESTÕES DE ODONTOPEDIATRIA:

ABCESSO DENTOALVEOLAR: das infecções bacterianas é a mais prevalente em crianças, afetando crianças
com baixa resistência imunológica. Como causas podem estar relacionadas cáries extensas, Inflamações
gengivais + desnutrição, doença sistêmica crônica ou aumento da virulência dos microorganismos
Achados clínicos e orais: Aumento de volume extrabucal, aumento de temperatura da pele, dor à palpação,
linfadenopatia, mal-estar, inapatência e eventualmente febre

ACRODINIA: Exposição de crianças pequenas ao mercúrio (cremes e medicamentos)


Sintomas gerais: febre, anorexia, descamação das solas dos pés e palmas das mãos (ficam rosados),
sudorese, taquicardia, distúrbio gastrointestinal, hipotonia.
Achados orais: inflamação e ulceração das membranas mucosas, salivação excessiva, perda de osso alveolar,
esfoliação prematura dos dentes

DENTE DE TURNER: hipoplasia de esmalte resultante de infecção local

DISPLASIA CLEIDOCRANIANA: Também chamada de disostose cleidocraniana ou Síndrome de Marie-


Sainton, é uma síndrome congênita rara que tem como característica principal a ausência de clavículas
(lembre-se disso para as provas!). o paciente possui as fontanelas grandes (radiografias de cabeça mostram
as suturas abertas), seios maxilares pequenos (em especial o seio frontal) e prognatismo mandibular. Na
disostose cleidocraniana os dentes decíduos irrompem normalmente, mas sua queda está excessivamente
retardada, a erupção dos dentes permanentes sofre grande atraso sendo que a maioria não chega irromper.
Não é raro a dentição decídua completar-se apenas aos 15 anos. Outra característica que você não pode
esquecer é a presença de supranumerários!

DOENÇA DE RIGA-FEDE: Úlcera traumática em ventre de língua,vista durante a amamentação devido a


presença de dentes natais / neonatais - atrito. Com aparência clínica de bordas elevadas e endurecidas,
fundo necrótico de coloração branco-acinzentada, halo inflamatório, praticamente assintomática.
Tratamento: extração do dente ou alisamento das bordas cortantes

ÉPULIDE CONGÊNITA: Entidade rara e de etiologia incerta. Nódulo único e pediculado; de superfície lisa, em
rebordo alveolar (+anterior de maxila). Coloração varia de rosa a vermelho com dimensão menor que 2 cm.
Com predileção pelo sexo feminino (90%), benigna e autolimitante. Pode apresentar regressão espontânea

FLUOROSE: quando ocorre no decíduos é mais frequente em segundos molares.

HERPANGINA: essa condição viral tem prevalência aumentada nos meses de verão e outono. Causada pelo
vírus Coxsackie A e B, é caracterizada pela presença de numerosas lesões vesiculares e ulcerativas em palato
mole, úvula, tonsilas, base de língua. Pode apresentar o envolvimento sistêmico e sintomas como dor de
garganta, febre, mal-estar, cefaleia e disfagia. Com evolução de 10 dias o tratamento é apenas sintomático
e de suporte.

HIPOPLASIAS- associadas a vitaminas A, C, D, cálcio e fósforo.

HIPOFOSFATASIA: A doença é caracterizada por mineralização óssea inadequada causada por deficiência na
atividade de fosfatase alcalina sérica, hepática, óssea e renal. Esfoliação prematura de dentes decíduos

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anteriores associadas a cemento deficiente. Pode ser espontânea ou resultado de um trauma leve. A
inflamação gengival severa estará ausente.

HIPOSFOSFATENEMIA / RAQUITISMO RESISTENTE À VITAMINA D: Anormalidade hereditária mais comum


do transporte tubular renal
Achados orais: abcessos e fístulas associadas à exposição pulpar, esmalte fino e hipomineralização (abrasão
fácil), esfoliação precoce. A terapia profilátia é a pulpotomia em todos decíduos posteriores e coroas.

HIPOPITUITARISMO: É resultado da hipofunção da glândula pituitária que ocasiona deficiência na produção


do hormônio do crescimento (percebe-se uma desaceleração acentuada do crescimento dos ossos e tecidos
moles do corpo). Como consequência ocorre um atraso na erupção das dentições, em casos mais graves, os
decíduos não são reabsorvidos e podem ficar retidos pelo resto da vida. Os dentes permanentes continuam
a se desenvolver, porém não há erupção. A dentição é normal em seu tamanho. Não se recomenda a
extração dos decíduos, pois não é garantida a erupção dos permanentes

HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO: Presente ao nascimento pela ausência ou desenvolvimento deficiente da


tireoide. Também chamado de cretinismo tem como característica principal o atraso em todos os estágios
da erupção (atraso na erupção e esfoliação dos decíduos; e erupção dos permanentes). O tamanho dos
dentes é normal, mas pode ser evidenciado apinhamento dentário pelo menor tamanho dos maxilares. Da
mesma forma, pode existir uma macroglossia (língua grande e estendida para fora) que provoca uma
mordida aberta e inclinação dentária anterior. Pela falta de selamento pode coexistir uma gengivite crônica
do tipo hiperplásica c

HIPOTIREOIDISMO JUVENIL (ADQUIRIDO): É resultado de um mau funcionamento da tireóide, que ocorre


geralmente entre 6 e 12 anos. Como resultado da hipofunção glandular observa-se um retardo na esfoliação
dos decíduos e erupção tardia dos permanentes.

LINFANGIOMA: tumor hamartomatoso benigno dos vasos linfáticos, 50% estão presentes ao nascimento e
90% se desenvolvem por volta dos 2 anos; 75% dos casos localizam-se na região de cabeça e pescoço (+ em
língua seguido de palato mole, mucosa jugal, gengiva e lábios). A característica é a Irregularidade na
superfície lingual e macroglossia. O tratamento é a excisão cirúrgica.

OSTEOMIELITE DE GARRÉ: mais frequente das osteomielites nas crianças. A causa está relacionada a
presença de microorganismos de baixa virulência em crianças de alta resistência imunológica. A localização
preferencial é a região de primeiro molar inferior permanente com grande destruição por cárie. Observa-se
o aumento de volume extrabucal na região afetada, com coloração levemente avermelhada, aumento da
temperatura da pele, assintomático e duro à palpação. No Rx observa-se o aspecto de casca de cebola.

PLUMBISMO: Hipoplasia associada à intoxicação por chumbo.

SEQUESTRO DE ERUPÇÃO: pequena espícula de osso necrosado sobre a coroa em erupção, pouco antes ou
imediatamente depois do aparecimento das pontas das cúspides, através da mucosa bucal. encontrado em
crianças na época da erupção do 1º molar permanente. A origem pode ser odontogênica/osteogênica.

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TRISSOMIA DO CROMOSSOMO 21 (DOWN): Observa-se a erupção e esfoliação atrasada dos dentes, com
alteração na sequência de erupção dentária. Os primeiros dentes podem não aparecer até os 2 anos e a
dentição pode não estar completa até os 5 anos. Os decíduos podem estar retidos até os 15 anos. Além disso,
observa-se alta prevalência e gravidade da doença periodontal (GUN e periodontite juvenil) por um defeito
leucocitário, já a suscetibilidade à cárie dentária é baixa. Outras características referentes ao sistema
estomatognático são o atraso no crescimento da mandíbula e maxila, mandíbula e maxila anteriores à base
do crânio, alturas dos terços superior e médio menores, maxilares menores que o normal, protrusão da
(tende a ser maior), apinhamento dental e alterações oclusais. Esses pacientes possuem defeitos cardíacos
e reduzida resistência à infecção por disfunção imunológica. São características patognomônicas da
Síndrome de Dow as anomalias nos olhos (órbitas pequenas e olhos inclinam-se para cima), ponte do nariz
mais deprimida que o normal e anomalias na formação do ouvido externo (orelhas salientes, em abano,
achatamento ou ausência de hélice)

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CONDIÇÕES HEREDITÁRIAS DOS DENTES


AMELOGÊNESE DENTINOGÊNESE DISPLASIA DENTINÁRIA
IMPERFEITA IMPERFEITA
Hereditariedade Vários padrões Autossômica dominante Autossômica dominante
Dentes afetados Todos os dentes, ambas Todos os dentes, ambas Todos os dentes, ambas
as dentições as dentições as dentições
Cor do dente Amarela Amarela Normal
Forma do dente Pequena, fissurada Extremo desgaste Normal
oclusal
Característica Polpa/dentina normais; Polpas obliteradas, Polpas obliteradas,
radiográfica esmalte reduzido raízes curtas, coroas em cistos/ granulomas
forma de sino periapicais
Manifestações Nenhuma Ocasionalmente Nenhuma
sistêmicas associada à osteogênese
imperfeita
Tratamento Coroas totais Coroas totais Nenhum, perda dentária
precoce

Tabela extraída de Regezzi et al. (2012)

AMELOGÊNESE DENTINOGÊNESE DISPLASIA ODONTODISPLASIA


IMPERFEITA IMPERFEITA DENTINÁRIA REGIONAL
Dentes em concha Tipo I: dentes sem raízes; Dentes fantasmas
câmara pulpar em forma
de lua crescente

Tipo II: polpas em corolas


de cardo

CONDIÇÃO CARACTERÍSTICA
Fusão União de dois germes dentários
Geminação Divisão incompleta de um germe dentário
Concrescência União de dois dentes pelo cemento
Supranumerários Mais comum mesiodens
Hipoplasia de Turner Infecção ou trauma associado a um dente decíduo
Taurodontia Câmaras pulpares aumentadas, canais radiculares
encurtados
Megalodontia/ Megadontia Sinônimo de macrodontia
Globodontia Dentes gigantes em forma de globo; associada à
síndrome otodental

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Lobodontia Anatomia das cúspides semelhantes às dos


carnívoros
Pérola de esmalte Esmalte ectópico na região de furca
Dente evaginado Elevação semelhante a uma cúspide extra na lingual
de um pré-molar ou de molares.
Dente invaginado Dens in dent; Odontoma dilatado; invaginação da
superfície da coroa ou raiz limitada (por esmalte)
Cúspide em garra Cúspide extra na lingual de um dente anterior;
incisivos em forma de pá; pré-molar de Leong
Fluorose Esmalte mosqueado
Erosão por secreções gástricas Perimólise

Tabela extraída de Neville et al. (2016)

PIGMENTAÇÃO DENTÁRIA
Envelhecimento Amarelo-acastanhada; perda da translucidez
Necrose pulpar Cinza-negra; perda da translucidez
Fluorose Branca; amarelo-acastanhada, marrom, mosqueada
Tetraciclina Amarelo- claro ao marrom escuro, fluorescência
amarela brilhante
Hidrocloreto de minociclina Cinza-azulada em três quartos da margem incisal,
com terço médio completamente envolvido. Raízes
expostas podem ter coloração verde-escura e as dos
dentes em desenvolvimento enegrecidas
Ciprofloxacina Coloração esverdeada
Reabsorção interna Dente róseo de Mummery
Metamorfose cálcica Amarela
Dentinogêse imperfeita Azul-acinzentada; translúcida
Amelogênese imperfeita Amarelo-acastanhada; fluorescência vermelha
Porfiria eritropoietica congênita (Doença de Amarela; castanho-avermelhada; fluorescência
Gunther) vermelha
Hiperbilirrubinemia (Ex: eritroblastose fetal e Pigmentação esverdeada (clorodontia)
atresia biliar)
Eritroblastose fetal Amarela; verde
Alcaptonúria (Doença metabólica autossômica Pigmentação azul-escuro (ocronose)
recessiva)
Doença de Parkinson Pigmentação azul (raro)
Dentes post-mortem (Coloração dos dentes, em Rósea
alguns casos, após o falecimento)
Hanseníase lepromatosa Rósea ou avermelhada
Restauração de amálgama Cinza-escuro

Tabela extraída de Neville et al. (2016)


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ANORMALIDADES DENTÁRIAS: AMBIENTAIS


HIPOPLASIA DE TURNER Defeito no esmalte de dentes permanentes é o
causado por doença inflamatória periapical dos
dentes decíduos sobrejacentes. Mais frequente em
pré-molares.

HIPOMINERALIZAÇÃO DAS CÚSPIDES DOS Hipomineralização de um dos quatro primeiros


MOLARES molares permanentes, sendo os incisivos centrais
frequentemente afetados.

Esmalte alterado pode assumir coloração branca,


amarela ou marrom é muito frágil e pode fraturar
com facilidade
HIPOPLASIA CAUSADA POR TERAPIA Quimio e radio podem produzir alterações. São
ANTINEOPLÁSICA fatores que influem: idade do paciente durante o
tratamento, o tipo de tratamento, a dose e o campo
de radiação, se utilizada. Doses baixas de 0,72Gy
causam defeitos sutis no esmalte e denina. São
alterações: hipodontia, microdontia, hipoplasia
radicular e hipoplasia do esmalte. As alterações
mais graves estão associadas à radiação.
Quimioterapia isoladamente resulta em alterações
mais sutis.
FLUOROSE DENTÁRIA (esmalte mosqueado) Defeitos no esmalte pela retenção de proteínas
amelogeninas em sua estrutura, levando à
formação de esmalte hipomineralizado. Essas
alterações criam uma hipomaturação permanente
do esmalte na qual há um aumento da porosidade
em sua superfície externa.

A gravidade é dose-dependente.

Dentes afetados são resistentes à cárie.

Características: defeitos bilaterais, simétricos.


Esmalte branco, opaco, sem brilho, com aparência
branco-giz.

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Cuidado com a ingestão de flúor durante o período


de formação dos incisivos centrais superiores (até
os 3 anos de idade)

HIPOPLASIA SIFILÍTICA Incisivos de Hutchinson (coroa semelhante à ponta


de uma chave de fenda) e Molares em amora.
Hipoplasia de esmalte.

PERDA DE ESTRUTURA DENTÁRIA PÓS-DESENVOLVIMENTO


ATRIÇÃO Perda de estrutura dentária pelo contato entre os
dentes antagonistas.
ABRASÃO Perda de estrutura dentária pela ação mecânica de
um agente externo.
EROSÃO Perda de estrutura dentária por um processo
químico não bacteriano.

Proveniente de secreções gástricas é chamada de


perimólise.
ABFRAÇÃO Perda de estrutura dentária devido a um estresse
oclusal.
REABSORÇÃO INTERNA Destruição dentária causada por células localizadas
na polpa dentária. Pode continuar por tanto tempo
quanto a polpa permanecer vital e pode resultar em
comunicação da polpa com o ligamento
periodontal. Pode ser efetivamente interrompida se
a terapia endodôntica.

• inflamatória= dentina reabsorvida é substituída


por tecido de granulação- dente róseo de Mummery
• por substituição ou metaplásica =porções de
parede dentinária pulpar são reabsorvidas e
substituídas por osso ou osso cementoide
REABSORÇÃO EXTERNA Muito comum. Aspecto de roído por traça. Devido
às células responsáveis pela reabsorção externa
estarem localizadas no LP a terapia endodôntica
não é eficaz para estabilizar o processo.

ALTERAÇÕES DENTÁRIAS DE DESENVOLVIMENTO


ALTERAÇÕES DE NÚMERO ANODONTIA: falta TOTAL

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HIPODONTIA: falta de desenvolvimento de 1 ou +


dentes, comum, + mulheres.

OLIGODONTIA: falta de 6 ou + dentes.

HIPERDONTIA-supranumerários, 95% casos é na


maxila, região anterior.

ALTERAÇÕES DE TAMANHO MICRODONTIA- dentes pequenos

MACRODONTIA- dentes maiores que a média


ALTERAÇÕES DE FORMA DENTES DUPLOS: Geminação e fusão

Geminação: único dente aumentado ou unido


(duplo), a contagem dentária é normal.

Fusão: único dente aumentado ou unido, a


contagem dentária apresenta falta de um dente.

Concrescência: união de dois dentes apenas pelo


cemento sem confluência da dentina subjacente.

CUPIDES ACESSÓRIAS

• Cúspide de Carabelli- MS (decíduos e


permanentes), na face palatina da cúspide
mesiolingual de um molar.

• Cúspide em garra - lingual de um dente anterior,


+ILS e ICS.

• Dente evaginado – pérola oclusal – odontoma


evaginado – pré-molar de Leong – pré-molar
tubercular: elevação localizada no sulco central ou
crista lingual na cúspide de PM ou M. Pode ser visto
associado com uma variação na anatomia coronária
- incisivos em pá.

Dente invaginado (dens in dent) Profunda


invaginação da superfície da coroa ou da raiz.

• coronário: mais frequente. Ordem de frequência:


IL, IC, PM, C e M. Mais em dentes superiores.
Incomum em decíduos

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• radicular: raro. RX: alargamento da raiz Esmalte


ectópico.

• Perólas de esmalte: mais em raízes de MS

• Extensões cervicais de esmalte: mais na superfície


vestibular das raízes. Mais em MI.

Taurodontia Aumento do corpo e da câmara pulpar


deslocamento apical do assoalho pulpar.

ALTERAÇÕES DE ESTRUTURA DOS DENTES AMELOGÊNESE IMPERFEITA- Defeito hereditário da


formação de esmalte. Pode ter herança dominante,
recessiva ou ligada ao cromossomo X. São genes
com possíveis mutações: AMELX (proteína
amelogenina), ENAM (proteína enamelina), MMP-
20 (proteína enamelisina), KLK4 (protease
Kallikreina-4), FAM83H, WDR72, C4orf26, DLX3.

A formação do esmalte é dividida em 3 estágios:

1. Formação da matriz orgânica


2. Mineralização da matriz
3. Maturação do esmalte

Hipoplásica -Deposição inadequada da matriz de


esmalte.

Hipomadura - dentes contêm proteína de esmalte


residual, defeito na maturação na estrutura dos
cristais de esmalte. Dentes tem forma normal, mas
apresentam manchas opacas que podem sofrer
pigmentação.

Hipocalcificada -Os dentes apresentam falta de


proteína do esmalte. A matriz de esmalte é
depositada apropriadamente, mas não ocorre
significativa mineralização. O esmalte é semelhante
a queijo. Durante a erupção os dentes apresentam
a forma normal, mas o esmalte é muito mole e
rapidamente perdido de forma difusa, exceto pela
porção cervical do dente (mais calcificada). O
esmalte é marrom ou alaranjado na erupção, com o

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tempo vai se tornando enegrecido e acumula


cálculo facilmente.

Amelogênese com Taurodontia - Hipoplasia do


esmalte + hipomaturação. Padrão semelhante é
visto na síndrome tricô-dento-óssea.

DENTINOGÊNESE IMPERFEITA- DENTES DE


CAPDEPONT. Autossômica dominante
Genes associados a osteogênese imperfeita:
COL1A1, COL1A2.
Genes associados a dentinogênese imperfeita:
DSPP.
Tipo I: osteogênese imperfeita com dentes
opalescente
Tipo II: dentes opalescentes hereditários
Tipo III: Brandywine issolado (↑pulpar incomum
conhecido como dente em concha)

DISPLASIA DENTINÁRIA

Tipo I - DISPLASIA DENTINARIA RADICULAR -


Referida como dentes sem raízes. Autossômica
dominante e rara. O esmalte e a dentina coronária
são normais, mas a dentina radicular perde toda a
organização e é diminuída. Rizomicria, mobilidade
acentuada e esfoliação prematura

Tipo II - DISPLASIA DENTINARIA CORONÁRIA -


Relacionada com dentinogênese imperfeita, surge
da mutação do gene DSPP.

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