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Cronologia da Península Ibérica 

(379-1500)
Ricardo da COSTA (mailto:ricardo@ricardocosta.com)

Esta cronologia tem o objetivo de facilitar o estudo dos historiadores que


trabalham com Portugal medieval. Concentrei o maior número possível de
informações no período que abrange os séculos XII-XIV, com uma especial
predileção pelo Quatrocentos. Os séculos anteriores e posteriores a esse eixo
cronológico entraram neste trabalho indiretamente, ou seja, através de
comentários inseridos nos textos relacionados com os séculos XII-XIV. Além
disso, o caráter informativo desta Cronologia passa diretamente pelo político-
militar, com seqüências dinásticas e relações de poder nas "Espanhas"
medievais.
O destaque dado às ordens militares também tem sua explicação: nos anos
1994-1999 investiguei a Reconquista e a atuação das ordens foi marcante neste
aspecto. As datas consideradas mais problemáticas quanto à sua precisão estão
acompanhadas de um ponto de interrogação; optei por aquelas que possuem o
maior consenso entre os especialistas, mas provavelmente vocês encontrarão
dúvidas num levantamento mais aprofundado. De qualquer modo, espero que
os medievalistas interessados na Península Ibérica encontrem nesta Cronologia
uma boa companheira de trabalho para suas respectivas pesquisas.

Reis de Portugal (1128-1481)


Dinastia de Borgonha
I. D. Afonso I (Afonso Henriques) – 1128-1185
II. D. Sancho I – 1185-1211
III. D. Afonso II (rei-leproso) – 1211-1223
IV. D. Sancho II – 1223-1248
V. D. Afonso III – 1245-1279
VI. D. Dinis, o Lavrador – 1279-1325
VII. D. Afonso IV, o Bravo – 1325-1357
VIII. D. Pedro I, o Cruel – 1357-1367
IX. D. Fernando I, o Formoso – 1367-1383
D. Leonor Teles (regência) – 1383 (outubro a dezembro)
Interregno – 1383 (dezembro)-1385 (abril)

Dinastia de Avis
X. D. João I, da Boa Memória – 1385-1433
XI. D. Duarte, o Eloqüente – 1433-1438
D. Leonor de Aragão (regência) – 1438-1439
D. Pedro, duque de Coimbra (regência) – 1439-1448
XII. D. Afonso V, o Africano – 1448-1481

Mapa 1

Hispania sob a República Romana.

Cronologia
379-468 — Período que abrange a Crônica de Idácio, galaico-romano bispo de
Chaves.
395-408 — Arcádio, Imperador do Oriente.
395-423 — Honório, Imperador do Ocidente.
399-402 — Papado de Santo Anastácio I, romano.
402-417 — Papado de Santo Inocêncio I, albanês.
408-450 — Teodósio II, Imperador do Oriente.
409 — Entrada de suevos, vândalos asdingos, vândalos silingos e alanos na
Península.
411 — Tratado entre os bárbaros e o Império: aqueles foram acantonados como
federados — suevos e vândalos asdingos na Galícia; vândalos silingos na Bética;
alanos (mais numerosos) na Lusitânia e Cartaginense.
412-415 — Ataulfo, rei visigodo.
415 — Entrada de visigodos na Península comandados por Wallia, a pedido dos
romanos para combater vândalos silingos e alanos que pilhavam as regiões
mais romanizadas ao sul. (?) Baquiário, presbítero de Braga que tinha praticado
o priscilianismo, escreve a obra De fide, para se retratar da heresia. Morte de
Ataulfo, rei visigodo.
415-417 — Wallia, rei visigodo.
417 — Morte de Wallia, rei visigodo.
417-418 — Papado de São Zósimo, grego.
417-451 — Teodorico, rei visigodo.
418-419 — Antipapa Eulálio.
418-422 — Papado de São Bonifácio I, romano.
419 — Vândalos asdingos, que tinha recebido terras na Galécia (provavelmente
na zona mais montanhosa do interior), atacam os suevos (que viviam nos
montes Nerbasios, na região de Orense). Esta agressão serve de pretexto ao
comes Hispaniarum Astério e ao vicarus Maurocelo para atacarem os Asdingos.
422 — É enviado, sem sucesso, um exército romano para atacar os asdingos.
Morte do rei dos vândalos asdingos, Gunderico.
422-432 — Papado de São Celestino I, da Campânia.
425 — Os vândalos tomam Sevilha e Cartagena.
425-455 — Valentiniano III, Imperador do Ocidente.
428 — Genserico, novo rei dos vândalos asdingos, ataca povoações nas ilhas
Baleares.
428-477 — Genserico, rei dos vândalos asdingos e alanos.
429 — Os vândalos, senhores do sul da Península, passam à África do Norte.
Os visigodos desembarcam nas ilhas Baleares e em Tânger.
430-456 — Consolidação do reino suevo na Península.
431 — Idácio, bispo de Chaves, vai à Gália, sem sucesso, pedir ao magister
militium Aécio que organize um ataque contra os suevos.
432-440 — Papado de São Sisto III, romano.
438 — O príncipe suevo Réquila, associado ao trono pelo rei Hermerico, invade
a Bética e devasta várias cidades da Lusitânia, entre elas Mérida e Mértola. O
exército organizado pelo patriciado local, comandado por Andevoto, é
derrotado nas margens do rio Genil.
440-461 — Papado de São Leão I (Magno), toscano.
441 — Réquila, rei dos suevos.
441-446 — Réquila, de Sevilha (e com a conivência de alguns membros da
aristocracia local) domina toda a Lusitânia e parte da Bética.
441-454 — “Bagauda” : perturbações na Península entre o Ebro e nas fronteiras
dos povos bascos; revoltas locais contra as autoridades e os grandes
proprietários pelos povos do norte (autóctones), os menos atingidos pela
romanização.
445-450 — Últimos episódios do combate ao priscilianismo (heresia) por
Toríbio de Astorga.
446 — Os romanos, dirigidos por Vito, magister utriusque militiae
(comandante de tropas compostas por soldados romanos e visigodos), tentam
libertar-se dos suevos, mas são derrotados.
448 — Morte de Réquila, rei suevo. (aprox.) O novo rei suevo, Requiário,
converte-se ao catolicismo (um desafio aos arianos visigodos) e continua a
assolar a Lusitânia, a Bética e mesmo a Cartaginense. É o primeiro rei bárbaro a
cunhar moeda em seu nome.
449 — Requiário se associa aos bandos da “bagauda”, dirigidos por um chefe
chamado Basílio, para assolarem Tarazona e depois Saragoça e Lérida.
450-457 — Marciano, Imperador do Oriente.
451 — Morte de Teodorico, rei visigodo.
451-456 — Teodorico II, rei dos visigodos. Política de extermínio visigoda contra
os suevos.
453 — Acordo de paz entre os hispano-romanos e suevos estabelecido pelo
comes Hispaniarum Mansueto e pelo conde Frontão.
454 — Os hispano-romanos pedem auxílio a Teodorico, rei dos visigodos, para
combaterem a “bagauda”.
455-457 — Avito, Imperador do Ocidente.
456 — Requiário, rei suevo, infringindo seus acordos, ataca a Cartaginense e,
apesar do conde Frontão invocar o acordo anterior, invade também a
Tarraconense, praticando o saque e fazendo numerosos cativos. Teodorico II,
rei visigodo, atravessa os Pireneus e dirige-se a Galécia, derrotando os suevos
junto ao rio Orbigo, perto de Astorga; marcha até Braga, que é inteiramente
saqueada, sem poupar cidadãos romanos, clérigos e igrejas. Depois, segue até o
Porto, vencendo Requiário novamente e o condenando à morte. Por fim,
entrega o reino suevo a Agiulfo, seu "cliente" da tribo dos varnas. Morte de
Teodorico II, rei dos visigodos.
457-474 — Leão I, Imperador do Oriente.
457-461 — Maioriano, Imperador do Ocidente.
459 — Nepociano, magister militium na Hispânia do imperador do Ocidente,
Maioriano, associa-se ao conde visigodo Sunierico para atacar os suevos de
Lugo.
460 — Maldras, chefe suevo que tinha se insubordinado contra Agiulfo (morto
no castrum do Porto) luta pelo poder contra Frantano — duas facções suevas
rivais. É assassinado neste ano e sucedido por Frumário. Outro exército
visigodo, desta vez sem o apoio romano, apodera-se de Santarém. O imperador
do Ocidente, Maioriano, permanece algum tempo entre Tarragona e Cartagena,
para preparar um ataque naval contra os vândalos, do qual sai derrotado.
Frumário prende Idácio, galaico-romano bispo de Chaves durante alguns meses
por liderar uma tentativa oculta de negociação entre os galaico-romanos e
Requimundo (líder da outra facção visigoda que substituiu Frantano).
461-468 — Papado de Santo Hilário, sardo. Severo, Imperador do Ocidente.
463 — Os galaico-romanos conseguem suscitar uma nova intervenção visigoda
na Galécia, enviando a Toulouse um membro local da antiga aristocracia
senatorial, Palagório, para pedirem a Reodorico, rei visigodo, que impusesse a
paz na região.
464 — Frumário e Requimundo, chefes das facções suevas que lutam pelo
poder, morrem. Surge um novo chefe, Remismundo, apoiado pelo rei visigodo
Teodorico. Teodorico, rei visigodo, manda retirar o magister militum Arbório
para a Gália — nomeado por ele para controlar a Hispânia — ficando então os
hispano-romanos defendidos apenas por Vicêncio, dux provinciae da
Tarraconense.
465 — Remismundo, rei suevo, retorna ao arianismo graças à pregação do
bispo Ajax (ariano) na Galécia. Casa-se com uma princesa visigoda e recebe a
investidura das armas de Teodorico: aliança suevo-visigótica. Os suevos
convertem-se ao arianismo.
466 — Embaixada de Opílio para pedir auxílio do rei visigodo Eurico contra os
suevos, que tinham atacado os galaico-romanos de Aunona (talvez na zona de
Tui).
466-484 — Reinado visigodo de Eurico (sucessor de Teodorico): consolida seu
domínio na Gália e conquista a Península, expulsando os romanos para o norte
do rio Loire.
467 — Os suevos saqueiam Conímbriga, que desde então perde toda sua
importância (sua população já começara a transferir-se para Erminium — atual
Coimbra).
467-472 — Antemo, Imperador do Ocidente.
468 — Lusídio, governador romano de Lisboa, entrega a cidade aos suevos;
logo a seguir os suevos possuem uma guarnição em Mérida (os visigodos os
expulsam de Mérida pouco depois).
468-483 — Papado de São Simplício, tiburtino.
469 — Os suevos são obrigados a evacuar Olisipone: Eurico os expulsa da
Lusitânia, repelindo-os até a Galícia. Fim da crônica de Idácio, maiores
dificuldades de informações do que se passa no ocidente da Península.
469-550 — Período obscuro sobre o reino suevo.
471 — O imperador do Ocidente, Antímio, tenta, em vão, conter os avanços de
Eurico, rei visigodo, na Provença.
472 — Eurico, rei visigodo, ocupa a Tarraconense, por intermédio de tropas
comandadas pelo seu general Heldefredo, que se unem aos restos do exército
imperial (comandados pelo dux provinciae Vicêncio). A autoridade de Eurico
na Provença e no Auvergne é sancionada pelo novo imperador do ocidente,
Júlio Nepote.
472-475 — Júlio Nepote, Imperador do Ocidente.
474-475 — Divergências entre Eurico, rei visigodo, e os bispos católicos da
Gália.
474-491 — Zenão, Imperador do Oriente.
475 — Eurico, rei visigodo, rompe o tratado com o Império (de 418).
476 — Rômulo Augústulo, Imperador do Ocidente.
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Península Ibérica por volta de 476.

483 — Em Mérida, o dux Salla, governador militar às ordens de Eurico, rei


visigodo, deixa uma inscrição romana da cidade e manda restaurar as
muralhas, decerto para assegurar a defesa contra os suevos.
483-492 — Papado de São Félix II (III), romano.
484 — Morte de Eurico, rei visigodo.
484-507 — Alarico, rei visigodo.
491-518 — Anastácio I, Imperador do Oriente.
492-496 — Papado de São Gelásio I, africano.
494 — A partir desta data, transferência maciça de contingentes godos para a
Península. Seu estabelecimento na região de Saragoça provoca uma revolta
regional.
496 — Batismo de Clóvis.
496-498 — Papado de Anastácio II, romano.
497 — A revolta de Saragoça — contra a presença visigoda — após três anos, é
afogada em sangue.
498 — Antipapa Lourenço.
498-514 — Papado de São Símaco, sardo.
501-505 — Antipapa Lourenço.
506 — Nova revolta na região de Saragoça (também esmagada) — contra a
presença visigoda — conduzida por um líder de nome Pedro. Alarico II, rei
visigodo, se reconcilia com os bispos católicos reunidos no Concílio de Agde e
promulga a Lex Romana Visigothorum, base do célebre código jurídico que
perdurou na Hispânia até o século XIII: assimilação efetiva da cultura romana
por parte de Alarico II.
507 — Batalha de Voillé: vitória de Clóvis e seus francos e desaparecimento do
reino visigodo de Tolosa (morte de Alarico); o fabuloso tesouro visigodo é
capturado.
508-531 — Amalarico, rei visigodo.
514-523 — Papado de São Hormisdas, de Frosinone.
518-527 — Justino I, Imperador do Oriente.
521 — Concessão do vicariato romano da Bética e da Lusitânia pelo papa
Hormisdas ao metropolita Salústio de Sevilha.
523-526 — Papado de São João I, toscano.
526 — Morte de Teodorico, rei ostrogodo; reinado independente de seu neto
Amalarico (até 531).
526-530 — Papado de São Félix IV (III), de Sanio.
527-565 — Justiniano, Imperador do Oriente.
530 — Antipapa Dióscoro, alexandrino.
530-532 — Papado de Bonifácio II, romano.
531 — Último ano de um Prefectus Hispaniarum; após essa data, não houve
sucessor: indício de uma crescente quebra de influência de Roma sobre a
Península. O bispo Montano de Toledo acusa a igreja de Palência de,
contaminada pela heresia prisciliana, apoiar o combate que contra ela travava o
bispo Toríbio (da mesma diocese): os bispos católicos são apoiados pelos
visigodos, apesar destes professarem a heresia ariana. Morte de Amalarico.
531-554 — General Teudis, sucessor de Amalarico, rei ostrogodo.
533-535 — Papado de João II, romano.
534 — Destruição do reino dos vândalos pelo imperador Justiniano, imperador
do Oriente.
535-536 — Papado de Santo Agapito I, romano.
536-537 — Papado de São Silvério, da Campânia.
537-555 — Papado de Vigílio, romano.
538 — Carta do papa Vigílio ao bispo Profuturo, de Braga, acerca de algumas
práticas litúrgicas.
542 — Childeberto e Clotário apoderam-se de Pamplona e cercam Saragoça.
543 — Peste de âmbito transcontinental.
548 — Assassinato do General Teudis, sucessor de Amalarico, rei ostrogodo.
549 — Assassinato do dux Teudisclo, sucessor do General Teudis, rei ostrogodo.
Eleição do rei Ágila, visigodo (que fixa-se em Mérida; seu adversário,
Atanagildo, proclama-se rei em Sevilha).
550 — Chega à Galícia São Martinho, missionário romano da Panônia.
Carrarico, rei dos suevos, converte-se ao catolicismo, segundo Gregório de
Tours, — tendo como protagonista São Martinho de Dume (originário da
Panônia—Hungria) — graças a uma cura milagrosa de seu filho Teodomiro,
tocado pelas relíquias de São Martinho de Tours. Fixação de Ágila, rei visigodo,
em Mérida.
554 — Os bizantinos ocupam o sul da Península. Morte de Teudis, general e rei
ostrogodo.
554-567 — Atanagildo, rei visigodo.
555 — Assassinato de Ágila, rei visigodo; triunfo de seu adversário, Atanagildo.
555-561 — Papado de Pelágio I, romano.
558 — (?) Morte de Carrarico, rei dos suevos.
558 - 561 — (?) Ariamiro, rei dos suevos.
560-636 — Isidoro de Sevilha.
561 — Concílio de Braga, suscitado por São Martinho de Dume.
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Península Ibérica por volta de 570.

561-570 — Teodomiro, rei dos suevos.


561-574 — Papado de João III, romano.
564-567 — Atanagildo, rei dos visigodos.
565 — Atanagildo, rei visigodo, abandona o sul e fixa-se em Toledo: retirada de
Mérida do primeiro plano da cena política.
565-578 — Justino II, Imperador do Oriente.
567 — Morte de Atanagildo, rei dos visigodos. Após cinco meses, os visigodos
elegem como rei a Liúva, duque de Septimânia, que resolve permanecer na
Gália e associar ao trono seu irmão Leovigildo.
567-571 — Teodomiro, rei dos ostrogodos.
569 — (?) São Martinho de Dume sucede o bispo Lucrécio de Braga.
570 — Leovigildo inicia uma série de campanhas que restituem aos visigodos a
inteira supremacia sobre a Hispânia: conquista aos bizantinos (ainda nesse
ano) Málaga, Medina Sidônia e Gibraltar.
570-583 — Miro, rei dos suevos.
571 — Morte de Teodomiro, rei dos ostrogodos.
571-572 — Leuva, rei dos visigodos.
572 — II Concílio de Braga, suscitado por São Martinho de Dume. Leovigildo
submete Córdova, que ainda se mantinha independente. Ataque perpetrado
pelo rei dos suevos, Miro, contra o povo dos ruccones, que se situava
provavelmente na mesma zona dos montes Aregenses (ver ano 575).
572-586 — Leovigildo, rei dos visigodos.
573 — Leovigildo, rei dos visigodos, reduz à obediência o povo dos sappos, que
viviam a ocidente de Zamora (próximo a Bragança), na fronteira com os suevos.
Leovigildo torna-se rei dos visigodos de pleno direito, sucedendo seu irmão
Liúva. Associa-se a seus dois filhos, Hermenegildo e Recaredo, e inicia uma
política claramente inspirada nas instituições bizantinas e no direito romano
(títulos, moedas e promulgação de uma versão atualizada do código visigótico).
574 — Leovigildo, rei dos visigodos, dirige uma expedição na Cantábria.
574-579 — Papado de Bento I, romano.
575 — Leovigildo, rei dos visigodos, dirige uma expedição aos montes
Aregenses (provavelmente entre as cidades de Leão e Orense), onde dominava
o rico proprietário Aspídio — revide ao ataque de 572.
576 — Leovigildo ataca diretamente o rei dos suevos, Miro e este tem de pedir
a paz, (morre na batalha). Sucede-lhe seu filho Eborico. Os aregenses, que
habitavam na região de Orense e no norte de Portugal, sob a autoridade de um
chefe chamado Aspígio, são dominados por Leovigildo, rei dos visigodos.
578-582 — Tibério I, Imperador do Oriente.
578-584 — Calamidades na Península (principalmente no sul da Lusitânia):
numerosas e repetidas pragas de gafanhotos, com as conseqüentes más
colheitas e fomes, seguidas de um surto de peste.
579 — Morte de São Martinho de Dume, bispo de Braga. Casamento de
Hermenegildo (filho de Leovigildo, rei dos visigodos) com Ingunda, princesa
católica filha de Sigiberto da Austrásia. Leovigildo confia-lhe o governo da
Bética e ele fixa-se em Sevilha. Ingunda converte-se ao catolicismo e passa a se
distanciar do pai.
579-580 — Papado de Pelágio II, romano.
580 — Concílio de Toledo: sublevação de Hermenegildo, filho de Leovegildo,
rei dos visigodos (as cidades de Mérida, Sevilha e Córdova o apoiam) — lutas
entre o catolicismo e o arianismo.
582 — Hermenegildo pede apoio externo contra seu pai (suevos, bizantinos, à
Austrásia e à Borgonha). Em resposta, Leovigildo ocupa Mérida e cerca Sevilha.
582-602 — Maurício I, Imperador do Oriente.
584 — Revolta do caudilho Audeca contra Eborico (filho de Miro, ver ano 572)
— Eborico aceita a submissão a Leovigildo, rei dos visigodos. Audeca encerra
Eborico num convento e se casa com Sisegúntia, viúva do rei Miro. Leovigildo,
ocupado com sua campanha em Sevilha, não interveio logo.
585 — Hermenegildo, atraiçoado por seus aliados é preso em Córdova, e
assassinado (não se sabe se a mandado de seu pai). Extinção do reino suevo:
seu último rei, Andeca, é derrotado em Bracara e Portucale. Leovigildo, rei dos
visigodos, dirige-se à Galécia, prende Audeca num convento situado em Beja,
apodera-se do tesouro régio e anexa o reino dos suevos — de nada vale a
intervenção das tropas burgundas (enviadas por mar pelo rei Gontran e
destroçadas no mar Cantábrico) nem a tentativa de revolta de um novo
caudilho suevo, Amalarico (também derrotado): forte ocupação militar da
Galécia.
586 — Morte de Leovigildo, rei dos visigodos.
586-601 — Recaredo, rei dos visigodos — momento de esplendor e de
equilíbrio do reino visigótico.
587 — Recaredo consagra em Toledo (capital visigoda) a catedral de Santa
Maria.
588 — Calamidades naturais na Galécia.
589 — III Concílio de Toledo: conversão de Recaredo ao catolicismo. Revolta
ariana na Septimânia, com o apoio dos burgúndios: o dux Cláudio é
encarregado por Recaredo, rei dos visigodos, de a reprimir (com a ajuda dos
merovíngios da Austrásia). Após essa data, consumada a assimilação entre
godos e hispano-romanos. sancionada pela supressão do arianismo.
590-604 — Papado de São Gregório I (Magno).
590-621 — João de Biclara, natural de Santarém, após ter peregrinado pelo
oriente, funda um mosteiro e é sagrado bispo de Gerona, na Catalunha. Escreve
uma crônica.
599 — O dux Cláudio, provavelmente regressado à Lusitânia, continua ainda a
ser um dos principais chefes do exército, além de ser considerado mesmo em
Roma, uma autoridade de grande prestígio, pois foi um dos correspondentes a
quem o papa Gregório Magno se dirigiu numa das suas cartas.
600-620 — Calamidades naturais na Galécia e Lusitânia.
601 — Morte de Recaredo, rei dos visigodos.
601-612 — Sisebuto, rei dos visigodos.
601-642 — Longa crise política no reino visigótico: sucessão rápida de reis,
fraqueza da monarquia perante a aristocracia e novos surtos de pestes e outras
calamidades.
602-610 — Focas, Imperador do Oriente.
604-606 — Papado de Sabiniano, toscano.
607 — Papado de Bonifácio III, romano.
608-615 — Papado de São Bonifácio IV, de Marsi.
610-641 — Heráclio I, Imperador do Oriente.
610-673 — Neste período, cinco referências de contingentes de tropas visigodas
partem da Galécia para atacar bascos, asturianos e ruccones.
612 — O duque Suintila submete os ruccones dentro das antigas periferias do
reino suevo. Disposições de Sisebuto, contra os judeus. Morte de Sisebuto, rei
dos visigodos.
612-615 — Campanhas de Sisebuto e Suintila contra os últimos redutos
bizantinos na Península.
612-621 — Recaredo II, rei dos visigodos.
615-618 — Papado de São Deusdedit, ou Adeodato I, romano.
616 — Início de forte perseguição aos judeus na Península.
619-625 — Papado de Bonifácio V, napolitano.
621 — Morte de Recaredo II, rei dos visigodos.
621-631 — Suintuila é eleito rei dos visigodos.
623-625 — Novas campanhas dos visigodos contra os últimos redutos
bizantinos.
625 — Calamidades naturais na Galécia.
625-638 — Papado de Honório I, da Campânia.
628 — Suintila expulsa os bizantinos do sul da Península.
631 — Suintila é deposto do trono por Sisenando (morre no mesmo ano),
louvado pelos bispos.
631-640 — Sisenando, rei dos visigodos.
631-641 — Calamidades naturais na Galécia e Lusitânia.
633 — IV Concílio de Toledo: formulação da teoria política isidoriana (princípio
do reinado eletivo): Sisebuto, rei dos visigodos é acusado dos piores crimes
pelos padres congregados no concílio. Revolta em Mérida, opondo-se ao rei
Sisenando, típico representante da facção pró-romana. Seus dois opositores:
Geila e Iudila (o segundo chega a mandar cunhar moedas com seu nome e o
título de rei).
639-640 — Papado de Severino, romano.
640 — Morte de Sisenando, rei dos visigodos.
640-642 — Papado de João IV, dálmata. Tulga, rei dos visigodos.
641 — Constantino II, Imperador do Oriente.
641-668 — Constante II Pogonato (= Constantino III), Imperador do Oriente.
642 — Segunda revolta em Mérida (a primeira em 633): agora contra
Chindasvinto, rei dos visigodos (tinha sido duque de uma província do norte da
Hispânia antes de se apoderar do trono). Age com brutalidade, condenando à
morte centenas de nobres, com o apoio do clero. Morte de Tulga, rei dos
visigodos.
642-649 — Papado de Teodoro I, grego.
642-653 — Chindasvinto, rei dos visigodos: momento de recuperação da
autoridade régia visigoda (uso constante da violência).
646 — Concílio de Toledo: condenação de bispos da Galécia que exigiam
contribuições excessivas das suas freguesias das suas dioceses e de viajarem
com séquitos de mais de 50 pessoas.
649-653 — Papado de São Martinho I, de Todi (São Martinho foi preso e
desterrado em junho de 653, Apesar de só haver falecido em setembro de 655,
foi sucedido pelo papa Santo Eugênio em agosto de 654).
653 — VIII Concílio de Toledo: perseguição aos judeus. Morte de Chindasvinto,
rei dos visigodos.
653-672 — Rescevinto, rei dos visigodos.
654 — Rescevinto, rei visigodo, promulga o Liber Iudiciorum — última versão
do código visigótico, sob a forma depois transmitida depois aos reinos da
Reconquista. O bispo de Mérida, Orôncio, pede ao rei Rescevinto a restauração
dos direitos metropolíticos de Mérida até ao Douro, após a supressão do reino
suevo.
654-657 — Papado de Santo Eugênio I, romano.
655 — IX Concílio de Toledo.
655-672 — Recesvinto, rei dos visigodos. Após sua morte, fragmentação do
poder político, novas pestes e fomes, o que mostra a incapacidade para resistir
às invasões muçulmanas de 711-714.
656 — X Concílio de Toledo, por ordem de Rescevinto, presidido por Eugênio
II, bispo metropolitano: reorganização do calendário litúrgico.
657-672 — Papado de São Vitaliano, de Segni.
661 — Dedicação da Igreja de San Juan de Baños.
665 — Morte de São Frutuoso, bispo de Dume e Braga, que viveu no tempo do
rei Rescevinto (era filho do dux da Galécia, parente do rei Sisenando, de família
visigótica).
666 — Concílio provincial de Mérida: as atas ainda se conservam e aludem à
restauração dos direitos metropolíticos da cidade até o Douro.
668-695 — Justiniano II, Imperador do Oriente.
672 — Morte de Rescevinto, rei dos visigodos.
672-676 — Papado de Adeodato II, romano.
672-680 — Wamba, rei dos visigodos.
674 — Wamba, rei dos visigodos, comemora a edificação das muralhas de
Toledo.
675 — XI Concílio de Toledo. III Concílio de Braga: condenação dos "estranhos"
usos litúrgicos do norte da Península, que incluíam a celebração da missa com
leite ou uvas, emprego das alfaias sagradas para usos profanos e exageradas
formas de veneração dos bispos portadores de relíquias. Condenação de bispos
que dizem a missa sem a estola, que vivem com mulheres e castigam os
presbíteros com penas corporais (açoites).
676-678 — Papado de Dono, romano.
678-681 — Papado de Santo Agatão, siciliano.
680 — Wamba é destronado pela aristocracia. Morre no mesmo ano.
680-687 — Eurico, rei dos visigodos.
682-683 — Papado de São Leão II, siciliano.
683 — XIII Concílio de Toledo: institucionalização do triunfo nobiliárquico e
da feudalização do Estado.
684-685 — Papado de São Bento II, romano.
685-686 — Papado de João V, sírio.
686-687 — Papado de Cónon.
687 — Antipapa Teodoro. Antipapa Pascoal. Morte de Eurico, rei dos visigodos.
687-701 — Papado de São Sérgio, sírio.
687-702 — Ergica, rei dos visigodos.
691-711 — Calamidades naturais na Galécia.
694 — O futuro rei dos visigodos Witiza, associado ao trono por seu pai, Égica,
tem a sede do seu poder em Tui (aí [?] fere de morte o pai de Pelágio).
695-698 — Leôncio, Imperador do Oriente.
698-705 — Tibério II, Imperador do Oriente.
701-705 — Papado de João VI, grego.
702 — Morte de Ergica, rei dos visigodos.
702-709 — Witiza, rei visigodo.
705-707 — Papado de João VII, grego.
705-711 — Justiniano II, Imperador do Oriente.
708 — Witiza recusa o trono a seu filho Áquila, dux da Tarraconense e o
entrega a Rodrigo, dux da Bética, último rei visigodo (a facção que preferia
Áquila pede auxílio ao conde Julião, governador de Ceuta, que por sua vez
negocia a intervenção dos muçulmanos — que haviam conquistado há pouco o
norte da África). Papado de Sisínio, sírio.
708-715 — Papado de Constantino, sírio.
709 — Morte de Witiza, ex-rei visigodo.
709-711 — Roderico, rei dos visigodos.
710 — O chefe berbere Tarif ben Ziyad, com a conivência de um dignatário
visigodo rebelde de nome Julian, conduz uma força invasora através do Estreito
até Tarifa.
711 — Batalha de Guadalete (perto de Cádiz): fim do domínio visigótico na
Espanha. O rei dos visigodos, Roderico, é vencido pelos mouros liderados por
Tarif ben Ziyad (morre no mesmo ano).
711-713 — Filípico, Imperador do Oriente.
711-714 — Tarif ben Ziyad e Musa ibn Nusair, "emires" na Península.
711-756 — Penetração e instalação de sucessivos grupos árabes e berberes.
712 — O general árabe Musa ibn Nusair toma Medina, Sidônia e Sevilha, e cerca
Mérida, que resiste por muitos meses, rendendo-se, sob pacto, em junho de 713.
713 — Musa ibn Nusair instala-se, com a ajuda dos judeus revoltados, na capital
(Toledo), submete também Huelva, Ossónoba (Faro) e Beja. Os visigodos de
Niebla e Beja ocupam Sevilha, mas são dominados por Abd al-Aziz (filho de
Musa ibn Nusair).
713-715 — Anastácio II, Imperador do Oriente.
714 — Segunda campanha de Musa ibn Nusair: após ter-se reunido com Tarif
ben Ziyad em Toledo (aí passando o inverno de 713-714) toma Burgos, Leão,
Astorga, Lugo e talvez Viseu. Musa retorna a Damasco, cai em desgraça e é
substituído por seu filho 'Abd al-Aziz (com o título de váli da Hispânia): realiza
novas campanhas no território da Lusitânia—Évora, Santarém e Coimbra.
714-717 — Abdelaziz, "emir" da Península.
715-717 — Teodósio III, Imperador do Oriente.
715-731 — Papado de São Gregório II, romano.
716 — Assassinato de Abd-al-Aziz (filho de Musa ibn Nusair) pelos partidários
do califa e substituído por al-Hurr ben Abd al-Rahman, que completa as
conquistas da Península a oriente, na Catalunha.
717 — Morte de Abdelaziz, "emir" da Península.
717-741 — Leão III, Imperador do Oriente.
718-719 — Alhor, "emir" da Península.
718-737 — Pelágio, líder (e 1o. rei) das Astúrias.
719 — Morte de Alhor, "emir" da Península.
721 — Eudes, duque da Aquitânia, bate os muçulmanos diante de Tolosa.
722 — Batalha de Covadonga: vitória de Pelágio, que funda o reino das Astúrias
(capital Oviedo).
730-732 — Abderraman de Gafeki, emir da Península.
731 — Nascimento de Abd-al-Rahman I, futuro emir de Córdova.
731-741 — Papado de São Gregório III, sírio.
732 — Batalha de Poitiers: vitória de Carlos (Martel), duque de Austrásia e
Eudes, duque de Aquitânia, sobre os árabes. Morte de Abderraman, emir da
Península.
735 — Os muçulmanos tomam Arles.
737 — Os muçulmanos tomam Avinhão e assolam o vale do Ródano até Lião.
737-739 — Reinado (2o.) de Favila, das Astúrias.
739-757 — Reinado (3o.) de Afonso I, das Astúrias: política de repovoamento da
Galécia.
741 — Sublevação dos berberes instalados na Península.
741-752 — Papado de São Zacarias, grego.
741-775 — Constantino V, Imperador do Oriente.
742 — Balj ibn Bishr comanda um exército que reprime a revolta berbere.
Recebe como recompensa o litoral mediterrâneo da Espanha, como feudo.
Nascimento de Hisham I, futuro emir de Córdova (2o.).
750 — (aprox.) Afonso I, o Católico, consolida o reino de Astúrias. Massacre
dos omíadas ordenado pelos abássidas.
750-755 — Anos de seca e fome que dizimaram a população ibérica.
752 — Papado de Estêvão II (algumas fontes costumam omitir o papa Estêvão
II, falecido três dias após sua eleição, sem que fosse realizada sua consagração).
752-757 — Papado de Estêvão III (II), romano.
756 — Fundação do emirado omíada de Córdova (durará até 912). Início do
reinado de Abd-al-Rahman I (neto do califa omíada Hixã).
756-788 — Abd-al-Rahman I, emir de Córdova.
757-767 — Papado de São Paulo I, romano.
757-768 — Reinado (4o.) de Fruela I, na casa de Astúrias.
759 — Pepino, o Breve expulsa os muçulmanos do sul da França (Narbona,
última praça árabe).
760 — Abd-al-Rahman I estabelece, com sua cunhagem de moedas, um novo
sistema monetário. Nascimento de Hakam I, neto de Abd-al-Rahman I e futuro
emir de Córdova (3o.).
767-768 — Antipapa Constantino II, de Nepi.
768 — Antipapa Filipe.
768-772 — Papado de Estêvão IV (III), siciliano.
768-774 — Reinado (5o.) de Aurélio, das Astúrias.
772-795 — Papado de Adriano I, romano.
773 — Aparecimento da numeração árabe.
774-783 — Reinado (6o.) de Silo, na casa das Astúrias.
775-802 — Irene, Imperatriz do Oriente.
778 — Expedição de Carlos Magno a Saragoça: batalha de Roncesvalles (para
proteger sua independência contra o emir de Córdova, os governadores árabes
do norte da Península apelaram para os francos, que avançaram até Saragoça).
783-788 — Reinado (7o.) de Mauregato, o Usurpador, das Astúrias.
785 — Início da construção da grande mesquita de Córdova. Carlos Magno
retoma Gerona.
788 — Heresia adocionista: desintegração da Igreja visigoda. Morte de Abd-al-
Rahman I, primeiro emir de Córdova. Nascimento de Abd-al-Rahman II, filho
de Hakam I de Córdova (4o.).
788-791 — Reinado (8o.) de Bermudo (Veremund) I, o Diácono, das Astúrias.
788-799 — Hisham I, (2o.) emir de Córdova (filho de Abd-al-Rahman I).
791-842 — Reinado (9o.) de Afonso II, o Casto, na casa das Astúrias:
fortalecimento do reino astúrio e nascimento do sentimento neogoticista.
Carlos Magno retoma Urgel.
794 — Recepção da escola malequí em al-Andaluz.
795-816 — Papado de São Leão III, romano.
797 — Reorganização do exército hispano-muçulmano por al-Hakam I.
“Jornada do fosso” em Toledo.
799-822 — Hakam I, (3o.) emir de Córdova.
800 — O nome Castela aparece pela primeira vez para referir-se a um pequeno
e fragmentado distrito nas montanhas cantábricas ao norte de Burgos.
801 — Carlos Magno conquista Barcelona.
802-811 — Nicéforo I, Imperador do Oriente.
809 — Carlos Magno alcança Tarragona: é a consolidação da marca hispânica.
811-813 — Miguel I, Imperador do Oriente.
813 — “Motim do subúrbio”, em Córdova.
813-820 — Leão V, Imperador do Oriente.
816 — Nascimento de Mohammed I, filho de Abd-al-Rahman II (4o. emir de
Córdova).
816-817 — Papado de Estêvão IV, romano.
817-824 — Papado de São Pascoal I, romano.
820-829 — Miguel II, Imperador do Oriente.
822-852 — Reinado de Abd-al-Rahman II, 4o. emir de Córdova, filho de Hakam
I.
822 — Abd-al-Rahman II consegue atrair para sua corte o cantor Ziriyab, que
cria um conservatório de música em Córdova. Morte do 3o. emir de Córdova,
Hakam I.
824-827 — Papado de Eugênio II, romano.
825 — Luís, o Pio, Imperador do Ocidente (814-840, n. 778), concede um
privilégio ao mercador judeu Abraham de Saragoça.
827 — Papado de Valentim, romano.
827-844 — Papado de Gregório IV, romano.
829-842 — Teófilo, Imperador do Oriente.
839 — Refugia-se em Saragoça Bodo, diácono do imperador Luís, o Pio,
convertido ao judaísmo.
840-851 — Reinado (1o.) de Inigo Arista, de Navarra.
842 — Morte de Afonso II, o Casto, rei das Astúrias.
842-850 — Reinado (10.) de Ramiro I (filho de Bermudo I, o Diácono), da casa
de Astúrias: repovoa Tui, Astorga, Leão e Amaia.
842-867 — Miguel III, Imperador do Oriente.
844 — Início das incursões normandas no litoral peninsular. Antipapa João.
Nascimento de Mondhir, filho de Mohammed I (5o. emir de Córdova).
844-847 — Papado de Sérgio II, romano.
847-855 — Papado de São Leão IV, romano.
848 — Nascimento de Afonso III, o Grande, rei das Astúrias.
850 — Surge o conflito moçárabe; líder: padre Eulógio. Vários mártires cristãos.
Morte de Ramiro I, rei das Astúrias.
850-866 — Reinado (11o.) de Ordoño I (filho de Ramiro I), das Astúrias.
850-912 — Os cristãos progridem até a linha do rio Douro, assentando as bases
do repovoamento do vale do rio.
851 — Morte do mártir moçárabe de Beja, São Sisenando.
852 — Navarra aparece como reino unificado sob Garcia I. Morte de Abd-al-
Rahman II, 4o. emir de Córdova.
852-886 — Reinado de Mohammed I, 5o. emir de Córdova (filho de Abd-al-
Rahman II).
855 — Antipapa Anastácio.
855-858 — Papado de Bento III, romano.
858-867 — Papado de São Nicolau I (Magno), romano.
865-874 — Anos de fome e epidemias.
866 — Morte de Ordoño I, rei das Astúrias.
866-909 — Fernando Gonzalez funda o condado de Castela, que se estende até
o rio Douro.
866-910 — Reinado (12o.) de Afonso III, o Grande, das Astúrias: repovoamento
de Braga, Portucale, Orense, Eminum (Coimbra), Viseu e Lamego.
867-872 — Papado de Adriano II, romano.
867-886 — Basílio I, Imperador do Oriente.
868 — Nascimento de Abdallah, filho de Mondhir, 6o. emir de Córdova.
870 — (aprox.) Carlos, o Calvo, rei de França (840-877, n. 823) encarrega um
judeu de nome Judas de levar uma mensagem e soma de dez libras de prata ao
bispo Frodoíno de Barcelona.
871 — Reconquista de Coimbra pelos cristãos.
872-882 — Papado de João VIII, romano.
878 — Hermenegildo Mendes, conde de Coimbra, repovoa a cidade.
878-898 — Vifredo, o "Velloso" unifica e dirige o repovoamento da Catalunha.
882-884 — Papado de Marino I, de Gallese. Antipapa Martinho II.
884-885 — Papado de Santo Adriano III, romano.
885-891 — Papado de Estêvão V, romano.
886 — Morte de Mohammed I, 5o. emir de Córdova.
886-888 — Reinado de Mondhir, 6o. emir de Córdova.
886-913 — Leão VI, Imperador do Oriente.
888 — Morte de Mondhir, 6o. emir de Córdova.
888-912 — Reinado de Abdallah, 7o. emir de Córdova.
889-922 — Carlos, o Simples, rei de França.
891 — Nascimento de Abd-al-Rahman III, neto de Abdallah, 7o. emir de
Córdova.
891-986 — Papado de Formoso.
896 — Papado de Bonifácio VI, romano.
896-897 — Papado de Estêvão VI, romano.
897 — Papado de Romano, de Gallese. Papado de Teodoro II, romano.
898-900 — Papado de João IX, tiburtino.
900-903 — Papado de Bento IV, romano.
900-911 — Luís IV, o Menino, rei alemão.
900-924 — Eduardo I, rei da Inglaterra.
903 — Papado de Leão V, de Andréia.
903-904 — Antipapa Cristóvão, romano.
904-911 — Papado de Sérgio III, romano.
905 — Instala-se em Pamplona a dinastia Jimena.
905-925 — Reinado (2o.) de Sancho Garces, de Navarra.
910-914 — Reinado (1o.) de Garcia, de Leão.
911-913 — Papado de Anastácio III, romano.
911-918 — Conrado I, rei alemão.
911-924 — Arias Mendes (filho de Hermenegildo Guterres), conde de Coimbra.
912 — Morte de Abdallah, 7o. emir de Córdova. Morte de Afonso III, o Grande,
rei das Astúrias.
912-961 — Califado de Abd-al-Rahman III, 1o. califa de Córdova.
913 — Nascimento de al-Hakam II, filho de Abd-al-Rahman III (1o. califa de
Córdova).
913-914 — Papado de Lando, sabiniano.
913-959 — Constantino VII e Romano I (920-914).
914 — Transferência da capital de Olviedo para Leão: início da existência do
reino de Leão. Morte de Garcia, rei de Leão.
914-924 — Reinado (2o.) de Ordoño II (filho de Afonso III, o Grande), de Leão.
914-928 — Papado de João X, de Tosiquano.
915-919 — Anos de secas e fome na Península.
919-936 — Henrique I da Saxônia, rei alemão.
922 — O condado de Aragão é incorporado ao reino de Pamplona.
922-923 — Roberto I, rei de França.
923 — Os navarros ocupam a Rioja alta.
923-936 — Raul, rei de França.
924 — Morte de Ordoño II, rei de Leão.
924-925 — Reinado (3o.) de Fruela II, de Leão.
924-940 — Atelstano, rei da Inglaterra.
925 — Morte de Fruela II, rei de Leão.
925-930 — Reinado (4o.) de Afonso IV, o Monge, de Leão.
925-970 — Reinado (3o.) de Garcia Sanchez I, de Navarra.
928 — Papado de Leão VI, romano.
928-981 — Gonçalo Moniz (neto de Arias Mendes), conde de Coimbra.
929 — Abd-al-Rahman III assume o título de califa em Córdova.
929-931 — Papado de Estêvão VII, romano.
930 — Morte de Afonso IV, o Monge, 4o. rei de Leão.
930-950 — Reinado (5o.) de Ramiro II, de Leão.
931-936 — Papado de João XI, romano.
936-939 — Papado de Leão VII, romano.
936-954 — Luís IV, rei de França.
936-973 — Otão I Magno, rei alemão.
938 — Primeiro documento em que Portucale aparece com um sentido
regional: território ao sul do rio Lima e a norte do Douro, já separado da
Galícia.
939-942 — Papado de Estêvão VIII, romano.
939-1058— Abu-Ibrahim Samuel ben Iosef Halevi ibn Nagrela, ministro judeu
(1038-1058) do rei Habus de Granada: início da Idade de Ouro dos judeus na
Espanha.
940-946 — Edmundo I, rei da Inglaterra.
942-946 — Papado de Marino II (Antipapa Martinho III), romano.
946-955 — Papado de Agapito II, romano. Edredo, rei da Inglaterra.
950 — Morte de Ramiro II, 5o. rei de Leão.
950-956 — Reinado (6o.) de Ordoño III (filho de Ramiro II), de Leão.
950-997 — (?) Gonçalo Mendes, conde de Portucale.
951 — (aprox.) O condado de Castela (capital Burgos) torna-se estado
independente por Fernando González.
954-986 — Lotário, rei de França.
955 — Lisboa é atacada por Ordoño III, rei de Leão.
955-959 — Edvigo, rei da Inglaterra.
955-963 — Papado de João XII, tusculano.
956 — Morte de Ordoño III, 6o. rei de Leão.
956-967 — Reinado (7o.) de Sancho I, o Gordo (filho de Ordoño III), de Leão.
959-963 — Romano II, Imperador do Oriente.
959-975 — Edgar, rei da Inglaterra.
961 — Morte de Abd-al-Rahman III, 1o. califa de Córdova.
961-976 — Califado de al-Hakam II, 2o. califa de Córdova. Primeiro-ministro e
médico judeu Hasdai ibn Isaac ibn Xaprut (Abu Yusuf); general Almançor
(Maomé ibn Abi Amir).
963-964 — Papado de Leão VIII, romano (sua eleição foi realizada em 963,
após haver sido deposto o papa João XII, que faleceu em maio de 964.
Entretanto, existem dúvidas acerca da validade destes atos. Para aceitar como
legítima a atuação de Leão VIII, haveria de admitir-se Bento V, eleito em maio e
deposto em junho de 964, como antipapa).
963-969 — Nicéforo Focas, Imperador do Oriente.
964 — Papado de Bento V, romano.
965-972 — Papado de João XIII, romano.
967 — Morte de Sancho I, o Gordo, 7o. rei de Leão.
967-982 — Reinado (8o.) de Ramiro III (filho de Sancho I, o Gordo), de Leão.
969-976 — João I, Imperador do Oriente.
970 — Morte de Fernando González, primeiro conde de Castela.
970-994 — Reinado (4o.) de Sancho Abarca, de Navarra.
973-974 — Papado de Bento VI, romano.
973-983 — Otão II, rei alemão.
974 — Fuero de Castrogeriz, concedido pelo conde Garcia Fernandez. Antipapa
Bonifácio VII, romano.
974-983 — Papado de Bento VII, romano.
975 — Nascimento de Hisham II, filho de Hakam II, 3o. califa de Córdova.
975-979 — Eduardo, o Mártir, rei da Inglaterra.
976 — Nascimento de Mohammed II, 4o. califa de Córdova.
976-1008 — Califado de Hisham II, 3o. califa de Córdova. Ditadura de
Almançor — conquista Coimbra, Leão, e Zamora.
976-1025 — Basílio I, Imperador do Oriente.
978-1016 — Etelredo II, o Irresoluto, rei da Inglaterra.
980 — Nascimento de Suleyman, 5o. califa de Córdova.
980-1037 — (aprox.) Vida do filósofo persa Avicena (ibn Sina), que viveu por
algum tempo em Saragoça.
982 — Morte de Ramiro III, 8o. rei de Leão.
982-999 — Reinado (9o.) de Bermudo II (filho de Ordoño III), de Leão.
983-984 — Papado de João XIV, paduano.
983-1002 — Otão III, rei alemão.
984-985 — Antipapa Bonifácio VII (antipapa de 974).
985-996 — Papado de João XV, romano.
986-987 — Luís V, rei de França.
987 — Almançor repõe Coimbra sob o jugo islâmico.
987-996 — Hugo Capeto, rei de França.
994-1000 — Reinado (5o.) de Garcia Sanchez II, de Navarra.
996-997 — Notícia sobre Gonçalo Mendes como dux magnus das terras
portucalenses, o que atesta a crescente autonomia e influência desta nova
unidade política.
996-999 — Papado de Gregório V, saxão.
996-1031 — Roberto, o Santo, rei de França.
997 — Almançor toma e arrasa Santiago de Compostela.
997-998 — Antipapa João XVI, rosano.
999 — Morte de Bermudo II, 9o. rei de Leão.
999-1003 — Papado de Silvestre II, francês.
999-1008 — Mendo Gonçalves II (neto de Gonçalo Mendes), conde de
Portucale.
999-1027 — Reinado (10o.) de Afonso V, o Nobre, de Leão.
1000 — (aprox.) Ramón Borrel I consegue a soberania do condado de
Barcelona.
1000-1035 — Reinado (6o.) de Sancho, o Grande (n. 992), de Navarra.
1002 — Almançor invade Castela.
1002-1024 — Henrique II, rei alemão.
1003 — Papado de João XVII, romano.
1003-1009 — Papado de João XVIII, romano.
1008 — Califado de Mohammed II, 4o. califa de Córdova. Morre no mesmo ano.
Morte de Abd-al-Malik (filho de Almançor). Seu irmão Abd-er-Ramã Xandjul o
substitui como primeiro-ministro. Morte de Mendo Gonçalves II, conde de
Portucale. Sem ter deixado descendentes, o governo condal cai de novo na
descendência direta de Vímara Peres, por intermédio de Auvito Nunes, com o
exercício simultâneo da autoridade por parte da viúva de Mendo Gonçalves II, a
condessa Tutadomma.
1008-1015 — Auvito Nunes, conde de Portucale.
1009 — Deposição de Xandjul por uma revolução. Califado de Suleyman, 5o.
califa de Córdova.
1009-1012 — Papado de Sérgio IV, romano.
1010-1012 — Califado de Hisham II (reentronado), 6o. califa de Córdova.
1012 — Os berberes tomam e pilham Córdova. Antipapa Gregório VI.
1012-1017 — Califado de Suleyman (reentronado), 7o. califa de Córdova.
1012-1024 — Papado de Bento VIII, tusculano.
1016 — Morte de Hisham II, 3o. (976-1008) e 6o. (1010-1012) califa de Córdova.
1016-1035 — Canuto, o Grande, rei da Inglaterra.
1017 — Fuero de Leão. Morte de Suleyman, 5o. (1009) e 7o. (1012-1017) califa de
Córdova.
1017-1021 — Califado de Ali ibn Hamoud, 8o. califa de Córdova.
1017-1028 — Nuno Auvites, conde de Portucale. Seu casamento com uma filha
de Mendo Gonçalves II volta a unir as famílias Nunes e Mendes. O cargo condal
transmite-se então em linha direta a Mendo Nunes (1028-1050) e a Nuno
Mendes (1059-1071), último conde de Portucale.
1018-1033 — Raimundo Berengário, conde de Barcelona.
1020 — Testemunho da arabização das comunidades cristãs da Beira: o cádi de
Sevilha, Abul-l-Qasim realizou uma expedição a Lafões, onde encontrou uma
população cristã que falava árabe, e trouxe para sua terra 300 cativos.
1021 — Morte de Ali ibn Hamoud, 8o. califa de Córdova.
1021-1022 — Califado de Abd-al-Rahman IV, 9o. califa de Córdova.
1022 — Morte de Abd-al-Rahman IV, 9o. califa de Córdova. Califado de
Alcasim, 10o. califa de Córdova. Morre no mesmo ano.
1022-1023 — Califado de Abd-al-Rahman V, 11o. califa de Córdova (os
cordoveses expulsam os berberes de Córdova e o instalam no trono).
1023-1024 — Abd-al-Rahman V é deposto por Mohammed al-Mustaqfi III, novo
califa (12o.). Sevilha independente de Córdova — dinastia abádida sevilhana.
1024 — Morte de Mohammed al-Mustaqfi III.
1024-1027 — Califado de Yahya ibn Ali, 13o. califa de Córdova.
1024-1032 — Papado de João XIX, tusculano.
1024-1039 — Conrado II, rei alemão.
1026 — (?) O abade Tudeildus de Vacariça se refugia em Leça, junto ao Porto,
ficando aí até o resto de sua vida — exemplo de emigração moçárabe.
1027 — Morte de Yahya ibn Ali, 13o. califa de Córdova. Morte de Afonso V, o
Nobre, 10o. rei de Leão.
1027-1031 — Califado de Hisham III, 14o. califa de Córdova.
1027-1037 — Reinado (11o.) de Bermundo III, de Leão.
1028-1050 — Mendo Nunes, penúltimo conde de Portucale.
1030 — Sancho, o Grande, de Navarra, estimula a introdução da regra de São
Bento nos monastérios de seus reinos. Nascimento de Afonso VI, de Leão e
Castela (filho de Sancho II).
1031 — Abdicação de Hisham III (morre no mesmo ano). Fim de fato do
califado de Córdova. Ibn Jauar primeiro cônsul do conselho de estado.
Primeiros reinos de taifas (1031-1085).
Imagem 4
Península Ibérica em 1031.

1031-1060 — Henrique I, rei de França.


1032 — Fernando I, o Magno, segundo filho de Sancho, o Grande, de Navarra,
reúne sob um mesmo reino Castela e Leão.
1032-1045 — Papado de Bento IX, tusculano (Bento IX ocupou o sólio pontifício
em três ocasiões diferentes).
1035 — Sancho III, o Grande, de Navarra, deixa o reino de Aragão a seu terceiro
filho, Ramiro I (ver abaixo). Toledo independente de Córdova.
1035-1040 — Haroldo, Pé-de-lebre, rei da Inglaterra.
1035-1054 — Reinado (7o.) de Garcia Sanchez III, de Navarra.
1035-1065 — Reinado (1o.) de Ramiro I, de Aragão.
1037 — Unificação da meseta em benefício de Castela, com Fernando I, o
Magno, de Castela e Leão e Astúrias (Galícia e Portugal). Derrota e morte do
(11o.) rei de Leão Bermundo III. Al-Ma'mun, rei de Toledo.
1037-1065 — Reinado (1o.) de Fernando I, o Magno, de Leão e Castela (filho de
Sancho, o Grande, de Navarra, 1000-1035).
1038-1058 — Ministério do rabino Samuel Halevi (Ismail ibn Nagrela) em
Córdova.
1038 — Batalha de Tamarón: morte de Bermuto, rei de Leão.
1039-1056 — Henrique III, rei alemão.
1040-1042 — Hardicanute, rei da Inglaterra.
1042-1066 — Eduardo III, o Confessor (Santo), rei da Inglaterra.
1042-1068 — Reinado em Sevilha de Abad al-Mutadid — dinastia abádida.
1045 — Os cristãos reconquistam Calahorra. Antipapa Silvestre III.
1045-1046 — Papado de Gregório VI, romano.
1046-1047 — Papado de Clemente II, saxão.
1047-1048 — Papado de Bento IX, tusculano.
1048 — Duas famílias da cidade italiana de Amalfi solicitam permissão ao califa
fatímida Mustansir Billah (1036-1094) para construir um hospital em Jerusalém,
entregue aos cuidados de monges beneditinos. Papado de Dâmaso II, bávaro.
1049-1054 — Papado de São Leão IX, de Egesheim.
1050 — Concílio de Coyanza.
1054 — Morte de Garcia Sanchez III, 7o. rei de Navarra.
1055-1057 — Papado de Vítor II.
1056-1106 — Henrique IV, rei alemão.
1057 — Conquista de Lamego no reinado de Fernando I, o Magno, de Castela,
Leão e Astúrias.
1057-1058 — Papado de Estêvão IX, loreno.
1058 — Conquista de Viseu no reinado de Fernando I, o Magno, de Castela,
Leão e Astúrias. Morte do ministro Nagrela de Córdova. Seu filho Jossef ibn
Nagrela o sucede no cargo.
1058-1059 — Antipapa Bento X, romano.
1058-1061 — Papado de Nicolau II, borgonhês.
1059-1071 — Nuno Mendes, último conde de Portucale.
1060-1108 — Filipe I, rei de França.
1061-1073 — Papado de Alexandre II, milanês.
1061-1072 — Antipapa Honório II, veronês.
1063 — Fuero de Jaca, concedido por Sancho Ramirez de Aragão. Fernando I, o
Magno, de Castela, Leão e Astúrias recebe a homenagem do rei muçulmano de
Toledo e conduz para Leão o corpo de Santo Isidoro (onde erige a grande
basílica de Leão). O papa Alexandre II (milanês, 1061-1073) prega a cruzada na
Península.
1064 — Conquista definitiva de Coimbra no reinado de Fernando I, o Magno,
de Castela, Leão e Astúrias. Os cruzados tomam a cidadela de Barbastro:
recolhem imenso espólio. Fundação da primeira escola em Portugal, instalada
em Coimbra, tendo um monge beneditino como responsável.
1064-1068 — Administração do moçárabe Sisenando (morto em 1091) em
Coimbra, seguindo uma política de grande autonomia face ao poder central do
reino de Leão.
1065 — Morte de Fernando I, o Magno. Os muçulmanos retomam Barbastro.
Morte de Ramiro I, 1o. rei de Aragão.
1065-1072 — Reinado (2o.) de Sancho II (filho de Fernando I, o Magno), de Leão
e Castela.
1065-1094 — Reinado (2o.) de Sancho I Ramirez, de Aragão.
1066 — Insurreição popular em Granada. Pogroom: o ministro judeu Jossef ibn
Nagrela é crucificado por uma multidão enraivecida e grande número de
judeus são assassinados. Os sobreviventes deixam Granada por um bom tempo.
O papa Alexandre II (milanês, 1061-1073) felicita o conde Raimundo Berengário
I de Barcelona por sua sabedoria em preservar da morte os judeus em seus
territórios. Haroldo II, rei da Inglaterra.
1066-1087 — Guilherme I, o Conquistador, rei da Inglaterra.
1067-1107 — Sultanato almorávida (1o.) de Yusuf ibn Teshonfin.
1068-1091 — Reinado em Sevilha de al-Mutamid — dinastia abádida — um dos
maiores poetas da Espanha muçulmana.
1070 — (aprox.) Introdução da Reforma Cluniacense na Península. Os
almorávidas fundam Marrakech. Restauração do bispado de Braga.
1071 — Morte do conde português Nuno Mendes em Pedroso numa revolta
contra o rei de Galiza, perto de Braga: decadência da nobreza condal
portucalense.
1072 — Batalha de Golpejera (janeiro): Afonso VI é derrotado por seus irmãos.
Morte de Sancho II, de Leão e Castela.
1072-1109 — Reinado (3o.) de Afonso VI (filho de Sancho II), de Leão e Castela.
1073-1085 — Papado de São Gregório VII, toscano.
1074 — Assassinato de al-Ma'mun em Córdova.
1075 — Início da construção da catedral de Santiago de Compostela sob as
ordens do mestre francês Bernard le Vieux. Morte de Sesnando, bispo do Porto.
1075-1091 — Pedro, bispo de Braga, governa a Sé do Porto.
1076 — Desaparição do reino de Navarra, com sua repartição entre Castela e
Aragão. Fuero de Sepúlveda, concedido por Afonso VI de Leão e Castela.
1076-1094 — Reinado (8o.) de Sancho III Ramirez (filho Sancho I Ramirez de
Aragão, 1065-1094).
1077 — Construção da catedral de Jaca.
1080 — Concílio de Burgos: substituição do rito moçárabe pelo romano. Afonso
VI de Leão e Castela impõe o rito romano a todo seu reino. Bernardo de Sédirac
chega a Castela como abade de Sahagún. Restauração do bispado de Coimbra.
Antipapa Clemente III, parmesão.
1081 — O papa Gregório VII (toscano, 1073-1085) pede a Afonso VI de Leão e
Castela para não deixar os judeus dominar, em suas terras, os cristãos e exercer
seu poder sobre eles. Nascimento de Urraca, de Leão e Castela (filha de Afonso
VI).
1083 — Afonso VI de Leão e Castela em Tarifa.
1084-1100 — Antipapa Clemente III, parmesão.
1085 — Afonso VI de Leão e Castela reconquista Toledo. Morte do papa
Gregório VII. Afonso VI de Leão e Castela funda o centro de Logroño.
1085-1117 — Movimentos comunais anti-senhoriais no reino de Castela.
1086 — Batalha de Segrajas e de Zala: Afonso VI, rei de Leão e Castela, é
derrotado em ambas pelos almorávidas, liderados por Iusuf ibn Tashfin. Afonso
VI, atribuindo ao "debilitante" uso dos banhos públicos a derrota de seu
exército em Zala, manda destruí-los. A grande mesquita toledana torna-se
catedral, consagrada por Bernardo de Sauvetat, cluniacense, arcebispo de
Toledo (1086-1125).
1086-1087 — Papado de Vítor III, de Benevento.
1087 — Uma segunda cruzada na Península, liderada por Raimundo de Saint-
Gilles, conde de Toulouse e Eudes I, duque da Borgonha. Morte do bispo de
Coimbra, Paterno, que resistiu à introdução do rito romano.
1087-1100 — Guilherme II, o Ruivo, rei da Inglaterra.
1088 — Bernardo primaz da Espanha. Na Galícia, revolta do conde Rodrigo
Olveques contra Afonso VI de Leão e Castela. Concílio de Husillos, perto de
Palença: Afonso VI de Leão e Castela e o arcebispo de Toledo, na presença do
legado papal Ricardo, sagra bispo de Coimbra Crescónio, que tem de esperar
pela morte do alvazil Sisnando (1092) para tomar posse.
1088-1099 — Papado de Urbano II, francês.
1089 — Bernardo sagra a catedral de Braga.
1090 — Fuero de Estella. Iusuf ibn Tashfin toma Granada. Aliança muçulmana-
cristã contra Iusuf. (aprox.) Casamento de Raimundo de Borgonha com Urraca,
filha de Afonso VI de Leão e Castela.
1090-1145 — Dominação almorávida em Al-Andaluz: Yusuf ben Tasufin, emir de
Marrocos, atravessa o estreito e se apodera sucessivamente de Granada, Málaga
e Sevilha.
1091 — Os almorávidas matam o rei de Sevilha. Morte do alvazil de Coimbra,
Sesnando, que resistia à introdução da liturgia romana.
1092 — Derrota de Afonso VI de Leão e Castela em Jaén. Crescónio, bispo de
Coimbra, sagra a igreja abacial de Pendorada. Morte de Sisnando, governador
de Coimbra e fiel servidor de Fernando, o Magno e Afonso VI de Leão e Castela:
recusou-se a receber o rito romano (era adepto do rito moçárabe, ou
hispânico). Crescónio de Tui (fiel ao rito romano), designado bispo de Coimbra
pelo Concílio de Husillos.
1093 — Al Mutawakkil, rei de Badajoz (reino taifa) entrega Lisboa, o castelo de
Sintra e Santarém a Afonso VI de Leão e Castela. Bernardo, núncio papal para
toda a Espanha. Eleição de Dalmácio, monge francês de Cluny, para o bispado
de Santiago de Compostela. Soeiro Mendes, senhor de Maia, governador de
Santarém e da fronteira.
1094 — Tomada de Valência por El Cid, rei de Valência em nome de Afonso VI
de Leão e Castela: derrota um exército almorávida vindo da África. D.
Raimundo governa o território desde a Galícia ao Tejo. Casamento de D. Teresa
(herdeira de Leão e Castela) com D. Henrique, quarto filho do duque de
Borgonha (recebe como dote o Condado Portucalense). Os almorávidas
retomam Lisboa e Sintra. Crescónio, bispo de Coimbra, consegue junto ao
conde D. Raimundo o patronato do mosteiro da Vacariça, da diocese de
Coimbra. Morte de Sancho III Ramirez de Navarra (filho de Sancho I, 2o. rei de
Aragão).
1094-1104 — Reinado (3o.) de Pedro I de Aragão.
1095 — Derrota do conde D. Raimundo na tentativa de recuperar Lisboa aos
almorávidas. Começo do governo no condado de D. Henrique ao sul do Minho.
Fuero de Logroño e Santarém, concedido por Afonso VI de Leão e Castela; no
mesmo ano este ainda funda o centro de Sahagún. Morte de al-Mutamid no
Marrocos como prisioneiro de Iusuf. Pregação da Cruzada em Clermont pelo
papa Urbano II.
1096 — Morte de Dalmácio, bispo de Santiago de Compostela. Vacância do
bispado até 1101, com a eleição de Diego Gelmírez. O conde D. Henrique dá um
foral à cidade de Guimarães (residência habitual dos antigos condes
portucalenses) e outro ao burgo de Constantim de Panoias. O papa Urbano II
manda voltar os espanhóis que seguiam para Jerusalém (1a. cruzada).
1096-1099 — Primeira Cruzada. Tomada de Edessa e Antioquia, Fundação do
reino latino de Jerusalém.
1097 — El Cid derrota um segundo exército africano nas portas de Valência.
1099 — Morte do Cid. Governo em Valência de Ximena. Geraldo, eleito bispo
de Braga, sagrado pelo primaz de Toledo na abadia de Sahagún: desenvolve
intensa atividade eclesiástica, moral e administrativa.
1099-1108 — Maurício Burdino governa a diocese de Coimbra.
1099-1118 — Papado de Pascoal II, de Ravena.
1100 — Batalha de Malagón: D. Raimundo e D. Henrique juntos no combate.
Geraldo, bispo de Braga, consegue em Roma, junto ao papa Pascoal II, o
reconhecimento da dignidade metropolítica para a sua sé. Nasce o infante
Sancho, filho de Afonso VI de Leão e Castela e da moura Zaida, nora do rei de
Sevilha. O papa Pascoal II nega o pedido de Afonso VI de Leão e Castela para
participar da Cruzada.
1100-1102 — Antipapa Teodorico, de Santa Rufina.
1100-1135 — Henrique I, Beauclerc, rei da Inglaterra.
1101 — Eleição de Diego Gelmírez para o bispado de Santiago de Compostela
(auge do bispado).
1102 — Os almorávidas apoderam-se de Valência, abandonada por Afonso VI de
Leão e Castela. Antipapa Alberto, sabiniano.
1103 — Batalha de Vatalandi, onde morre Soeiro Fromarigues, senhor de Grijó.
Geraldo, bispo de Braga, consegue em Roma, junto ao papa Pascoal II, a
enumeração das seguintes dioceses sufragâneas: Astorga, Mondoñedo, Orense
e Tui (na Galiza), e Porto, Coimbra, Lamego e Viseu (em Portugal). O conde D.
Henrique põe-se a caminho de Jerusalém (não chegou a realizá-la). O conde D.
Henrique em Sahagún.
1104 — (Fevereiro, março maio e setembro) O conde D. Henrique em Castela.
Afonso VI de Leão e Castela passa a considerar o infante Sancho seu herdeiro.
Morte de Pedro I, 3o. rei de Aragão.
1104-1108 — Peregrinação de Maurício Burdino, diácono de Coimbra, a
Jerusalém.
1104-1134 — Reinado de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e (4o.) Aragão.
1105 — O conde D. Henrique em Santo Isidro de Las Dueñas e Burgos. Pacto
entre D. Henrique (casado com D. Teresa) e D. Raimundo (casado com Urraca)
sobre a sucessão do reino de Leão e Castela, na presença do legado cluniacense
Dalmácio Geret: Henrique reconhece Raimundo como legítimo herdeiro dos
reinos de Leão, Castela e Galiza, colocando-se como seu vassalo. Nasce Afonso
Raimundes, filho de Raimundo e Urraca.
1105-1111 — Antipapa Silvestre IV, romano.
1105-1125 — Período de anarquia devido à luta pela sucessão do reino de Leão e
Castela: processo de feudalização.
1106 — Afonso VI de Leão e Castela cai doente. Nascimento de Afonso VII, o
Imperador (filho de Urraca, neto de Afonso VI de Leão e Castela).
1106-1108 — O conde D. Henrique em Portugal.
1106-1125 — Henrique V, rei alemão.
1107 — Morte do conde D. Raimundo (de Borgonha). Morte do (1o.) sultão
almorávida, Yusuf ibn Teshonfin.
1107-1144 — Sultanato almorávida (2o.) de Ali ibn Yusuf.
1108 — Batalha de Uclés: morte do filho único de Afonso VI de Leão e Castela
(o infante D. Sancho) em derrota diante os mouros. Afonso VI manda reunir
cortes em Toledo para decidir a sucessão do trono. Morte de São Geraldo.
Maurício Burdino o sucede na arquidiocese de Braga. Peregrinação do clérigo
bracarense Honoricus a Jerusalém.
1109 — Morte de Afonso VI de Leão e Castela em Toledo. Morte do abade Hugo
de Cluny, partidário do conde D. Henrique. (?) O conde D. Henrique toma o
castelo de Sintra. O papa Pascoal II exorta o clero português que anime o povo
a continuar a guerra contra os mouros. O príncipe norueguês Sirgud diz, a
respeito de Lisboa, que sua população é "meio cristã, meio pagã".
1109-1114 — União fugaz entre Leão-Castela e Aragão: matrimônio de Urraca e
Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão.
1109-1126 — Reinado (4o.) de Urraca, de Leão e Castela (filha de Afonso VI).
1110 — (Janeiro) Batalha de Valtierra: D. Henrique participa a serviço de Afonso
I, o Batalhador, de Navarra e Aragão, e Urraca contra o rei de Saragoça.
(Outubro) Batalha de Candespina: D. Henrique luta com o rei de Aragão contra
as tropas da rainha Urraca. (Novembro) D. Henrique passa para o lado de
Urraca e cerca o marido desta (Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão) em
Peñafiel. O papa Pascoal II exorta novamente o clero português a incentivar o
povo a continuar a guerra contra os mouros.
1111 — Os almorávidas, sob o comando de Sir ben Abu Bakr, apoderam-se de
Santarém e Saragoça. Rebelião dos habitantes de Coimbra contra delegados do
conde D. Henrique: foral da cidade. Martinho Moniz se rebela contra D.
Henrique. Forais de Sátão, Soure, Tavares e Azurara da Beira que reproduzem o
modelo de Coimbra.
1111-1112 — O conde D. Henrique em Leão e Coimbra, onde pacifica a cidade.
1111-1127 — Guerras entre Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão e seu
genro Afonso VII, o Imperador, de Castela (1126-1157).
1112 — O conde D. Henrique em Astorga, onde morre. D. Teresa regente.
Restauração do bispado de Portucale. Hugo de Compostela é nomeado para a
diocese do Porto. Foral de Tavares concedido por D. Henrique.
1113 — Bula do papa Pascoal II (de Ravena, 1099-1118): o hospital de Jerusalém
torna-se uma ordem religiosa subordinada apenas ao papa. O legado papal
Pôncio de Cluny chega à Hispânia e excomunga todos os que apoiavam a união
dos soberanos de Leão e Castela.
1114 — Os almorávidas avançam até Barcelona. Bula papal que separa Afonso I,
o Batalhador, de Navarra e Aragão de Urraca. Sagração episcopal do bispo de
Lugo, sufragâneo de Braga.
1115 — Tomada de Toledo pelos cristãos.
1116 — Primeira menção conhecida de uma feira na Península: a de Belorado.
Os mouros tomam Miranda do Corvo e o castelo de Santa Eulália.
1117 — Raimundo Berengário III, conde de Barcelona, unifica o espaço político
catalão. Os mouros incendiam os arrebaldes de Coimbra: morte de centenas de
cristãos. Urraca, rainha de Leão e Castela, assina um acordo com os
representantes de Afonso Henriques, reconhecendo sua autoridade sobre
Galiza e Toledo, reservando para si o governo de Leão e o resto de Castela.
1118 — Afonso I, o Batalhador, rei de Navarra e Aragão, toma Saragoça, que se
torna a capital do reino aragonês. Em Jerusalém, fundação da Ordem do
Templo. Tomada da cidade de Alcalá de Henares.
1118-1119 — Papado de Gelásio II, gaetano.
1118-1121 — Antipapa Gregório VIII, francês.
1119-1124 — É eleito papa o arcebispo de Vienne com o nome de Calixto II, tio
paterno de D. Afonso Raimundo, o jovem rei de Galiza: papado de Calixto II,
borgonhês.
1120 — Na Palestina, Raymund du Puy organiza a Ordem do Hospital como
uma ordem religiosa e militar. (17/02) Bula papal que atribui a Diego Gelmírez,
arcebispo de Santiago de Compostela, direitos metropolíticos sobre Mérida
(ainda sob o jugo muçulmano), com dioceses sufragâneas de Coimbra e
Salamanca. (18/02) O arcebispo de Santiago de Compostela Diego Gelmírez é
nomeado legado da Sé Apostólica sobre as províncias eclesiásticas de Braga e
Mérida. A rainha de Leão e Castela Urraca invade Portugal e saqueia todo o
território: D. Teresa refugia-se no castelo de Lanhoso, sujeitando-se à irmã.
1121 — O arcebispo de Braga consegue do papa os direitos metropolíticos sobre
as dioceses de Viseu, Lamego e Idanha, todas pertencentes outrora à província
de Mérida, portanto sufragâneas de Santiago de Compostela. Casamento de
Urraca Henriques, filha de D. Teresa, com Bermundo Peres (da família dos
Travas).
1122 — Bula papal ordenando a D. Teresa a libertação do arcebispo de Braga.
Concordata de Worms: fim de uma fase da luta das Investiduras. Peregrinação
de Petrus Gunsalviz a Jerusalém.
1124 — Morte do arcebispo Bernardo. Afonso VII arma-se cavaleiro em Santiago
de Compostela. Antipapa Celestino II, romano.
1124-1130 — Papado de Honório II, de Imola.
1125 — Fundação da feira de Ponte de Lima. Começam em Toledo as grandes
traduções do árabe para o latim. (?) D. Afonso Henriques arma-se cavaleiro em
São Salvador de Zamora no dia de Pentecostes.
1125-1126 — Afonso I, o Batalhador, rei de Navarra e Aragão, realiza uma
expedição a Andaluzia, trazendo em seu regresso a Aragão um importante
contingente de moçárabes. Nascimento em Córdova de Maimônides (1126-1198),
médico e filósofo judeu.
1125-1137 — Lotário I, rei alemão.
1126 — Morte de Urraca, rainha de Leão e Castela. Ali ben Yusuf deporta
milhares de moçárabes para a África, sob o pretexto de haverem colaborado
com Afonso I de Aragão.
1126-1157 — Reinado de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela.
1126-1152 — Episcopado de Raimundo em Toledo.
1126-1198 — Vida do filósofo hispânico Averróis.
1127 — Acordo de Zamora entre Afonso VII de Leão e Castela, D. Teresa e
Fernão Peres. Ação militar de Afonso VII de Leão e Castela contra o rei de
Aragão: acordo no vale de Tâmara. Afonso VII de Leão e Castela submete pela
força sua tia D. Teresa, que se recusava a prestar-lhe vassalagem. Cerco de
Guimarães: expedição militar de Afonso VII de Leão e Castela a Portugal,
resistência de D. Afonso Henriques. Primeiro foral de Satão.
1128 — Batalha de S. Mamede: D. Afonso Henriques vence sua mãe D. Teresa e
os nobres partidários da ligação com a Galícia e passa a governar com o título
de rei (D. Afonso I): infante e príncipe (1128-1139). (?) D. Teresa doa a primeira
casa conventual dos hospitalários em Portugal, o mosteiro de Leça do Bailio.
Raimundo Bernardo, cavaleiro templário, dirige-se à Península para reunir
dinheiro e alistar membros para a Ordem. Em março, se encontra na corte
portuguesa. (19.03) A Ordem do Templo se instala em Portugal: D. Teresa doa à
ordem o castelo do Soure, no rio Mondego e todas as terras entre Coimbra e
Leiria, as quais estavam despovoadas e ainda em poder dos infiéis (confirmado
em 29 do mesmo mês). O co-regente conde Fernando e dezesseis nobres
portugueses, apoiam a doação do lugar de Fontacarda de D. Teresa aos
templários. Concílio de Troyes estabelece a regra da Ordem do Templo. Morte
do conde Pedro Froilaz, tutor de Afonso VII de Leão e Castela. Foral de
Guimarães confirmado por D. Afonso Henriques.
1128-1137 — Afonso I de Portugal em rebelião aberta contra Afonso VII, de Leão
e Castela.
1129 — Doação de Afonso I de Portugal a Monio Rodrigues (documento onde
afirma a posse de todas as cidades de Portugal). (?) Afonso I de Portugal
entrega o castelo de Soure aos templários, confirma a doação do castelo do
Soure e se declara "irmão templário". Lourenço Viegas de Ribadouro, filho de
Egas Moniz, primeiro alferes-mor do palácio luso.
1130 — Morte de D. Teresa, a condessa portucalense destronada.
1130-1143 — Papado de Inocêncio II, romano.
1130-1138 — Antipapa Anacleto II, romano.
1130-1284 — Atividade da "Escola de Tradutores" de Toledo.
1130-1136 — Fernão Cativo, segundo alferes-mor do palácio luso.
1131 — Afonso I de Portugal abandona Guimarães, antiga residência dos condes
de Portucale, para fazer de Coimbra o centro de suas deslocações através de
seus domínios.
1131-1162 — Raimundo Berengário IV, conde de Barcelona.
1132 — Fundação do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra por D. Telo, arcediago
da Sé Catedral. Anteriormente a essa data, os cavaleiros hospitalários, sob a
chefia do vigário da ordem, Paio Galindes, se estabelece em Portugal,
adquirindo bens imóveis (documento de Santa Cruz de Coimbra).
1132-1142 — Traduções de João de Sevilha.
1133 — São Teotônio, prior da comunidade de Santa Cruz de Coimbra.
1134 — Morte de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão: restauração do
reino de Navarra. Em seu testamento, Afonso I, o Batalhador, que não deixou
herdeiros, doou seu reino às ordens do Templo e do Hospital. Concílio de
Tarragona, em Aragão: nenhum sarraceno pode abraçar o judaísmo e nenhum
judeu pode tornar-se sarraceno. Os Regrantes introduzem a regra de Santo
Agostinho em mosteiros antigos no norte do país. Afonso I de Portugal concede
albergaria a Marão, com o intuito de repovoamento e confia sua proteção à
Santa Sé.
1134-1137 — Reinado (5o.) de Ramiro II, o Monge, de Aragão (irmão de Afonso I,
o Batalhador, de Navarra e Aragão).
1134-1150 — Reinado (9o.) de Garcia Ramirez IV, de Navarra.
1135 — Nascimento em Córdova de Maimônides (1135-1204), médico, teólogo e
filósofo judeu. Coroação de Afonso VII, rei de Castela, em Burgos, como
imperador. Construção do castelo de Leiria por Afonso I de Portugal. Morte de
Ermígio Moniz, irmão de Egas Moniz e provável chefe da linhagem de
Ribadouro. Isenção canônica dos cônegos regrantes de Coimbra.
1135-1154 — Estêvão de Blois, rei da Inglaterra.
1136 — Foral de Miranda do Corvo. Foral de Seia. Afonso I de Portugal concede
albergaria a Gavieiras e confia sua proteção à Santa Sé.
1136-1146 — Egas Moniz de Ribadouro, magnate portucalense, segundo como
dapifer curiae, espécie de mordomo-mor da corte de Afonso I de Portugal.
1137 — Tratado de Tui, para a paz entre portugueses e leoneses. Morte de
Ramiro II, o Monge, 5o. rei de Aragão. Constituição da coroa de Aragão:
matrimônio de Raimundo Berengário IV de Barcelona e Petronila, filha de
Ramiro II, o Monge, de Aragão. Assim, o condado de Barcelona é unido ao
reino de Aragão. Foral de Penela. (?) Um exército português é exterminado
perto de Tomar.
1137-1139 — Foral da pequena comunidade rural de Ansiães concedido por
Afonso I de Portugal.
1137-1162 — Reinado (6o.) de Petronila, de Aragão.
1138 — Antipapa Vítor IV (atuou apenas dois meses).
1138-1141 — Garcia Mendes de Sousa, provavelmente irmão mais novo do
mordomo-mor Gonçalo de Sousa, terceiro alferes-mor do palácio luso.
1138-1152 — Conrado III, rei alemão.
1139 — (?) Batalha de Ourique: vitória de Afonso I de Portugal sobre os
muçulmanos; começa a utilizar o título de rei: 1139-1185. Bula papal Omne
datum optimum estabelece os privilégios da Ordem do Templo. Segundo foral
de Satão, concedido por Afonso I de Portugal. Isenção canônica do mosteiro
canonical de Grijó.
1140 — Afonso I de Portugal invade a Galícia e reconquista Santarém. Santarém
já possui uma comunidade judaica com sinagoga (a mais antiga de Portugal).
Cistercienses e premonstanenses estabelecem seus primeiros monastérios na
Península. (?) Os mouros arrasam o castelo de Leiria. (?) Presença de Afonso I
de Portugal em Valdevez. Afonso I de Portugal concede carta de couto aos
cavaleiros hospitalários, comprovando a posse de Leça do Bailio com seus bens
e couto. Auge da carreira de Ibn Jachia, judeu favorito de Afonso I de Portugal,
mordomo real e cavaleiro-mor.
1140-1217 — Oito frotas de cruzados do Mar do Norte ou do Canal da Mancha
são retidas pelos portugueses e convencidas a guerrear os mouros na Península.
1142 — Afonso I de Portugal manda construir o castelo Germanelo, junto ao
Rabaçal, além (?) dos castelos de Alvorge e Ancião. Segundo o primeiro foral de
Leiria, Afonso I de Portugal recupera o castelo de Leiria. (?) Uma considerável
armada de cruzados devasta os arredores de Lisboa.
1142-1144 — Foral de Germanelo concedido por Afonso I de Portugal.
1142-1145 — Álvaro Peres, provavelmente irmão de Fernão Cativo, quarto
alferes-mor do palácio luso.
1143 — Intervenção do legado papal Guido da Vico (cardeal e diácono de São
Cosme e Damião). Tratado de Zamora: Afonso VII, o Imperador, de Castela,
reconhece o novo reino de Portugal. É oficialmente o nascimento do reino.
Afonso I de Portugal coloca o reino sob a proteção (vassalagem lígia) da Santa
Sé. Presença de Afonso I de Portugal em Zamora. Morre em Marrocos o emir
Ali ben Yusuf. Após demoradas negociações entre Raimundo Berengário IV e
Roberto de Craon (mestre templário), ficou acertado que os templários ficariam
com Monzón e outros lugares de Aragão. Desde essa data se encontra em
Portugal o cavaleiro templário Hugo de Martônio, que mais tarde recebe o
título de mestre dos templários em Portugal. Sancho I de Portugal incumbe o
mestre do Hospital de fazer chegar às mãos do papa, por dois cavaleiros que
iam à Roma, 504 morabitinos, em que importavam, à razão de 04 onças, os
anos decorridos desde o Concílio de Latrão III.
1143-1144 — Papado de Celestino II, de Città di Castello.
1144 — Ataque dos mouros ao castelo de Soure, de propriedade templária: a
ordem é derrotada. Os discípulos de Ibn Qasi ("muridin", os adeptos) tomam
Mértola e lhe entregam a cidade para governar. Foral de Espinho, Panoias, no
concelho de Mortágua, concedido por Afonso I de Portugal. Morte do 2o. sultão
almorávida, Ali ibn Yusuf.
1144-1145 — Papado de Lúcio II, bolonhês.
1144-1147 — Sultanato almorávida de Teshoufin ibn Ali.
1145 — Fim da dominação almorávida em al-Andaluz: segundos reinos de taifas
em Mértola, Silves e Évora. O concelho de Coimbra proíbe seus cidadãos de ir a
Jerusalém para a Segunda Cruzada. Apelação em Coimbra para seus habitantes
auxiliarem os do castelo de Leiria. Casamento de Afonso I de Portugal com
Matilde, filha do conde Amadeu II de Sabóia e Piemonte. A Ordem do Templo
recebe em Portugal uma região florestal, onde fundarão Pombal e Redinha.
(Agosto) O arcebispo de Braga, D. João, com o seu cabido, e com a aprovação e
o consentimento de Afonso I de Portugal, confirmou e de novo concedeu aos
templários o hospital que o arcebispo D. Paio havia fundado e dotado em
Braga, para uso dos pobres e miseráveis.
1145-1153 — Papado de Eugênio III, pisano.
1146 — Penetração almôada na Península (os reinos independentes de al-
Andaluz são submetidos). Mendo Fernandes de Bragança, quinto alferes-mor
do palácio luso.
1146-1149 — Segunda Cruzada na Terra Santa. Cruzada contra os vênedos (rio
Elba, Alemanha Oriental).
1146-1155 — Fernão Peres Cativo, de origem galega, terceiro mordomo-mor do
palácio, um dos mais fiéis seguidores de Afonso I de Portugal e fundador da
casa de Soverosa.
1147 — Afonso I de Portugal reconquista (com a ajuda dos cruzados) Lisboa,
Santarém e al-Usbuna: fixação da linha do Tejo: oferece domínios aos cruzados
que quiseram ficar em Portugal. Os templários recebem de Afonso I de
Portugal vastos domínios, juntamente com os direitos eclesiásticos de
Santarém, logo depois da conquista da cidade, quando foi ajudado por alguns
cavaleiros da ordem (primeira entrada dos templários nos exércitos do rei
português). Tomada de Almería por Afonso VII, o Imperador, de Castela.
Nascimento de Santo Antônio de Lisboa. Fundação em Portugal da Ordem de
Avis. Conquista de Sevilha por Barraz ben Muhammad al-Masufi, general do
califa almôada Abd al-Mumin. Afonso VII, o Imperador, de Castela, toma o
porto mediterrâneo de Almeria. Morte do 3o. sultão almorávida, Teshoufin ibn
Ali (fim do sultanato almorávida).
1147-1163 — Sultanato almôada de Abd-el-Moulmin (1o.)
1147-1169 — Pêro Pais da Maia, sexto alferes-mor do palácio luso.
1148 — Raimundo Berenguer IV de Aragão reconquista Tortosa. Protestos de
Afonso VII, o Imperador, de Castela, quanto às nomeações eclesiásticas de
Afonso I de Portugal para os bispados de Lisboa (o inglês Gilberto de Hastings),
Viseu Odório e Lamego (o cônego regrante de Coimbra Mendo). Todos
sagrados pelo arcebispo de Braga, que assim afirma sua independência de
Santiago de Compostela e Toledo: resposta do papa Eugênio III.
1149 — Raimundo Berenguer IV de Aragão toma Lérida e Fraga.
1150 — Afonso VII, o Imperador, de Castela, toma Uclés. A partir desta data, os
combates decisivos eram travados, do lado cristão, pelas ordens militares, e do
lado muçulmano, pelos cavaleiros voluntários dos ribat, que faziam da guerra
santa um ato de piedade. Morte de Garcia Ramirez IV, 9o. rei de Navarra.
1150-1180 — Traduções de Gerardo de Cremona e de Domingo González.
1150-1194 — Reinado (10.) de Sancho V, o Sábio, de Navarra.
1151 — Afonso VII, o Imperador, de Castela põe cerco a Jaén. Tratado de
Tudilém entre Afonso VII, o Imperador, de Castela e Raimundo Berengário IV,
de Aragão, sobre a partilha das terras a conquistar. Ibn Qasi tenta uma aliança
com Afonso I de Portugal; é morto (1152) e sua cabeça entregue espetada na
lança que recebera de presente de Afonso I de Portugal. O bispo de Lisboa,
Gilberto de Hastings vai à Inglaterra pregar a cruzada e tentar convencer seus
compatriotas a organizarem uma expedição a Sevilha, esperada por Afonso VII,
o Imperador, de Castela. Foral de Arouce (junto a Lousã) concedido por Afonso
I de Portugal. (?) Morte de Ibn Jachia, judeu, mordomo real, cavaleiro-mor e
favorito de Afonso I de Portugal.
1152 — Criação da feira de Valladolid. Foral de Mesão Frio e Banho (junto a São
Pedro do Sul) concedido por Afonso I de Portugal.
1152-1190 — Frederico I Barbaroxa, rei alemão.
1153 — Primeira menção conhecida de uma feira em Catalunha: a de Moyá.
Fundação em Portugal da abadia cisterciense de Alcobaça. Afonso I de Portugal
chama os Cistercienses a Alcobaça, dando-lhes enorme território, onde esta
ordem começa a desbravar. Acordo de Sahagún: Fernando (II) assina um acordo
com seu irmão Sancho (III), no qual reserva para si a posse da zona do Alentejo
e Algarve.
1153-1154 — Papado de Anastácio IV, romano.
1154 — Foral concedido por Afonso I de Portugal aos cavaleiros de Sintra.
Isenção canônica do mosteiro canonical de Refojos de Lima. Visita do cardeal
legado Jacinto a Coimbra, Tibães e Tui.
1154-1159 — Papado de Adriano IV, inglês.
1154-1189 — Henrique II Plantageneta, rei da Inglaterra.
1155 — Bispos portugueses tomam parte no concílio de Valladolid, no qual o
cardeal legado Jacinto promulga uma expedição contra os mouros e concede
indulgências. Nascimento de Afonso VIII de Castela, filho de Sancho III de
Castela.
1156 — Domínio almôada no sul de Portugal. Fundação em Castela da Ordem
de Alcântara. (?) Afonso I de Portugal faz mais doações a mestre Gualdim Pais,
o procurador dos templários em Portugal (Foral de Ferreira). Os templários dão
foral a Ferreira de Alves.
1156-1169 — Foral de Barcelos concedido por Afonso I de Portugal.
1157 — Criação da Ordem religiosa-militar de Calatrava. Morte de Afonso VII, o
Imperador, de Castela em Fresneda: separação dos reinos de Castela e Leão. O
califa Abd al-Mumin colocou seu filho Abu Yaqub Yusuf como governador de
Sevilha, e este suprimiu por completo a autonomia dos reinos de taifas. O
único a resistir foi o de Múrcia (até 1172). Os mouros recuperam o porto de
Almeria.
1157-1158 — Reinado (1o.) de Sancho III, de Castela, filho de Afonso VII, o
Imperador, de Leão e Castela.
1157-1167 — D. Gonçalo de Souza, mordomo-mor.
1157-1188 — Reinado (1o.) de Fernando II de Leão, filho de Afonso VII, o
Imperador.
1158 — (?) Afonso I de Portugal toma Alcácer do Sal com a ajuda de alguns
cruzados. Tratado de Sahagún entre os filhos de Afonso VII, o Imperador, de
Leão e Castela. Morte de Sancho III, 1o. rei de Castela, filho de Afonso VII, o
Imperador, de Leão e Castela. Afonso I de Portugal passa aos templários uma
carta de liberdade e imunidade para eles e suas terras, igrejas, homens e
quaisquer possessões que tivessem ou viessem a ter.
1158-1214 — Reinado (2o.) de Afonso VIII, o Nobre, de Castela, filho de Sancho
III de Castela.
1159 — Afonso I de Portugal doa à Ordem do Templo o castelo de Ceras (ou
Cera), algum tempo mais tarde transferido para Tomar (ver 1160). Os
templários ficam assim encarregados da defesa de Santarém e de Lisboa, além
de desenvolverem intensa atividade colonizadora. Isenção canônica para os
templários em Portugal. Os templários dão foral à Redinha.
1159-1164 — Antipapa Vítor IV (deveria chamar-se Vítor V, mas como o anterior
Vítor IV atuou apenas dois meses, resolveu repetir o número IV).
1159-1181 — Papado de Alexandre III, sienês.
1160 — (?) Fundação da Ordem de Santiago. Foral de Celeirós concedido por
Afonso I de Portugal. Afonso I de Portugal recebe em Tui o conde de Barcelona,
Raimundo Berenguer IV para negociar com ele o casamento de seu filho
Raimundo com a princesa Mafalda: política de aproximação entre Portugal e a
Catalunha ou Aragão. Afonso I de Portugal e Fernando II de Leão encontram-se
no mosteiro beneditino de Celanova, na Galiza, celebrando um acordo que
restituía a Fernando II a cidade de Tui e o respectivo território. Os templários
fundam a primeira igreja, sob a invocação de Santa Maria do Olival. Lançam
também os fundamentos do castelo de Tomar, sobre um alto e escarpado cerro,
na margem direita do rio Nabão. Também se dá princípio à vila de Tomar.
1160-1190 — Templários e Hospitalários portugueses colocaram no mercado os
rendimentos das suas enormes propriedades no Norte.
1161 — (?) Repovoamento de Cidade Rodrigo (antiga Augusto-briga) por
Fernando II de Leão. Visita dos núncios Teodino e Leão em Coimbra, para
recolher dinheiro para a Santa Sé.
1162 — Geraldo sem Pavor toma a cidade de Beja aos muçulmanos. Afonso I de
Portugal exerce atos de soberania sobre Límia. Peregrinação do conde Gonzalo
a Jerusalém. A vila de Tomar, pertencente aos templários, já possui um bom
número de povoadores; mestre Gualdim dá foral a ela. Morte de Petronila, 6a.
rainha de Aragão. Morte de Santo Teotônio, primeiro prior do mosteiro de
Santa Cruz de Coimbra.
1162-1196 — Afonso II, conde de Barcelona, 7o. rei de Aragão (filho de Ramon
Berenguer IV).
1163 — Isenção canônica aos mosteiros cistercienses de Tarouca e Lafões.
Gilberto de Hastings, bispo de Lisboa, vai à França pedir a Luís VII voluntários
para a cruzada na península. Afonso I de Portugal recupera Toronho e estende
sua autoridade a Salamanca. Morte do 1o. sultão almôada, Abd-el-Moulmin.
Canonização de Santo Antônio. A cidade de Viseu toma-o como padroeiro.
1163-1178 — Sultanato almôada (2o.) de Yusuf abou Yacoub.
1164 — Isenção canônica para o mosteiro de Alcobaça. A Ordem de Calatrava é
confirmada pelo papa Alexandre III.
1164-1168 — Antipapa Pascoal III, cremonense.
1165 — Conquista definitiva de Évora por Geraldo sem Pavor; toma ainda as
cidades de Trujillo, e Cáceres. Afonso I de Portugal se encontra com Fernando
II de Leão em Pontevedra e selam novo acordo de paz. Afonso I de Portugal doa
aos templários Idanha-a-Velha e Mosanto.
1166 — Foral de Évora. Geraldo sem Pavor toma os castelos de Montánchez,
Serpa e Juromenha; se instala nesta última, assediando Badajoz. Fernando II de
Leão conquista Alcântara. (?) Afonso I de Portugal manda edificar o castelo de
Coruche. Fernando II de Leão se casa com Urraca Afonso, filha de Afonso I de
Portugal. Entram em Portugal alguns membros da ordem castelhana de
Calatrava, estabelecendo-se em Évora.
1167 — Fuero de Benavente, concedido por Fernando II de Leão. (?) Morte de
Gonçalo Mendes de Souza, quarto mordomo-mor do palácio luso. Sucede-lhe o
conde Vasco Sanches de Barbosa.
1168 — (?) Visita Portugal mestre Pedro, com funções de coletor da cúria.
1168-1178 — Antipapa Calisto III, arentino.
1169 — Desastre de Afonso I de Portugal e Geraldo sem Pavor em Badajoz:
Fernando II de Leão, aliado dos almôadas, aprisiona o rei de Portugal (o solta
em seguida). Foral ao concelho de Linhares concedido por Afonso I de
Portugal. Pêro Pais da Maia, sexto alferes-mor do palácio luso,
incompatibilizado com Afonso I de Portugal, passa ao reino de Leão, onde
Fernando II lhe confia o mesmo cargo na sua corte. Afonso I de Portugal faz
uma doação à catedral de Tui. Afonso I de Portugal, em Lafões, doa aos
templários a terça parte de tudo o que conquistasse no Alentejo. O príncipe D.
Sancho de Portugal passa a orientar a política portuguesa.
1169-1175 — Foral de São João da Pesqueira concedido por Afonso I de Portugal.
1170 — Fernando II de Leão funda a Ordem de Santiago da Espada (de Cáceres,
de Uclés, ou de Santiago). As ordens de Calatrava e Santiago se instalam em
Portugal. Sayyid Abu Hafs, irmão do califa em Marrocos, comanda um
poderoso exército e chega a Badajoz; retirada de Fernando II de Leão. Afonso I
de Portugal arma cavaleiro seu filho Sancho (I), de 17 anos, no dia da festa da
Assunção de Nossa Senhora. Os cavaleiros templários, que já fazem há mais de
vinte anos a defesa de Lisboa, são reforçados para lá do Tejo pela ordem de
Évora, e na Beira interior, pelos de Santiago. Os templários dão foral aos
povoadores do castelo de Almourol.
1170-1231 — Dominação almôada em al-Andaluz.
1172 — Começa a construção da catedral de Ávila. Construção do minarete da
mesquita de Sevilha, "La Giralda". Morte de Ibn Mardanish, o "rei Lobo" de
Múrcia, último a resistir ao avanço almôada. Seu filho decide submeter-se ao
califa Abu Yaqub. (?) Geraldo sem Pavor ataca e pilha Beja. Afonso I de Portugal
entrega o castelo de Mosanto (dos templários) à Ordem de Santiago, além da
vila de Arruda.
1173 — Beja é abandonada. Acordo de Sevilha: o conde Nuno de Lara (tutor do
pequeno rei Afonso VIII, filho de Sancho III) e Afonso I de Portugal pedem
uma trégua de cinco anos a Yusuf I. Geraldo sem Pavor passa a servir o califa e
se instala em Sevilha (até 1176). Visita do cardeal Jacinto a Portugal.
1174 — Casamento de Sancho I, filho de Afonso I de Portugal, com D. Dulce,
filha de Raimundo Berenguer IV, rei de Aragão. Fernando II de Leão tem de
suportar o ataque de Abu Hafs, um dos chefes, de Abu Yaqub Yusuf. Este toma
as fortalezas de Alcântara e de Cáceres; cerca ainda a Cidade Rodrigo, que
conseguiu resistir. Afonso I de Portugal concede carta de couto ao mosteiro
cisterciense de Santa Maria de Aguiar. O foral da vila de Tomar (ver 1162), dos
templários, é ampliado. Os templários dão foral aos povoadores do castelo do
Zezêre.
1174-1175 — Yusuf I manda repovoar Beja e reconstruir suas muralhas.
1175 — (?) Afonso I de Portugal funda a Ordem de Évora, milícia portuguesa, e
entrega seu comando ao governador militar de Lisboa e da Estremadura,
Gonçalo Viegas de Lanhoso. Fernando II de Leão, pressionado pela Santa Sé,
separa-se de sua esposa Urraca Afonso, filha de Afonso I de Portuga e irmã de
Sancho.
1176 — Afonso I de Portugal confia a defesa de Coruche à Ordem de Évora. Os
templários dão foral aos povoadores da terra e castelo de Pombal.
1177 — Tomada de Cuenca pelos castelhanos. Estatutos da Ordem de Santiago.
Fernando II de Leão organiza uma expedição de contra-ataque aos almôadas,
chegando até Jerez e Arcos de la Frontera. O arcebispo de Braga Godinus e
Marchus vão até Roma, talvez tenha ido à Terra Santa.
1178 — Fernando II de Leão repele um ataque de seu sobrinho Afonso VIII de
Castela em Terra de Campos. Sancho I de Portugal organiza uma expedição em
território muçulmano, alcançando e destruindo os arredores de Sevilha, na
margem direita do Guadalquivir. Morte do 2o. sultão almôada, Yusuf abou
Yacoub.
1178-1199 — Sultanato almôada (3o.) de Yacoub ibn Yousouf.
1179 — Reconhecimento da independência de Portugal pelo papa Alexandre III
(bula Manifestis probatum): Afonso I de Portugal quadruplicou o censo que
pagava à cúria romana, pagando de uma só vez 1.000 peças de ouro. Forais de
Lisboa, Santarém, Évora e Coimbra: estímulo das atividades comerciais e
artesanais. Tratado de Cazorla entre Afonso VIII, o Nobre, de Castela e Afonso
II de Aragão (repartição de terras a conquistar em território muçulmano,
excluindo qualquer vassalagem entre eles): Afonso VIII, o Nobre, de Castela,
renuncia assim a qualquer pretensão de supremacia sobre Aragão. D. Afonso I
de Portugal dispõe em seu testamento de "8.000 mosmodiz e 400 marcos de
prata menos 24, pelo que dá 162 maravedis e 6.000 maravedis maiores" à
Ordem do Hospital. Gonçalo Viegas de Lanhoso, mestre da Ordem de Évora, é
chamado para organizar a defesa da zona de Lisboa, atacada constantemente
por mar. Multiplicação dos ataques mouros: represálias ao ataque de Sancho I a
Sevilha. Abrantes sofre um ataque conduzido pelo próprio filho do califa e por
seu irmão.
1179-1180 — Antipapa Inocêncio III, de Sezza.
1180-1190 — A mais intensa produção literária portuguesa relacionada com o
tema de cruzada ou da guerra santa.
1180 — (aprox.) Fuero de San Sebastián, concedido por Sancho VI de Navarra.
Batalha de Arganal (perto de Cidade Rodrigo): Sancho I de Portugal (ainda
infante) sofre pesada derrota frente a Afonso VIII, o Nobre, de Castela (seu tio)
em sua ofensiva sobre a região de Ribacoa. Coruche (pertencente aos cavaleiros
de Évora) é atacada pelos almôadas: seu castelo é destruído e seus habitantes
levados em cativeiro.
1180-1223 — Filipe II Augusto, rei de França.
1181 — Paz de Medina de Rioseco: Afonso VIII, o Nobre, de Castela e Sancho I
de Portugal. (Maio) Ataque do váli de Sevilha, Abu Abd Allah Muhammad ben
Wanudin a Évora.
1181-1185 — Papado de Lúcio III, lucano.
1182 — Isenção canônica para o mosteiro de Santa Maria de Aguiar. (?) Passam
a desempenhar as mesmas funções dos chanceleres-mores, já designados
mestres (formados em Direito ou Teologia), os criados do rei, provavelmente de
origem não-nobre.
1183 — (01.07) Novas hostilidades entre Sancho I de Portugal e Afonso VIII, o
Nobre, de Castela, entre Fresno e Lavandera (pretensões expansionistas de
Sancho I de Portugal).
1184 — Grande ofensiva fracassada dos almôadas contra Santarém, onde morre
o emir de Marrocos Yacub Yusuf (a cidade foi defendida por Sancho I de
Portugal). É aclamado emir Yaqub al-Mansur, filho de Yacub Yusuf.
1185 — Morre D. Afonso I (Henriques) de Portugal.
1185-1187 — Papado de Urbano III, milanês.
1185-1211 — Reinado de Sancho I, de Portugal.
1186 — Sancho I de Portugal doa os castelos de Almada, Palmela e Alcácer do
Sal (que asseguravam a proteção de Lisboa ao sul) aos cavaleiros de Santiago
(espatários). Sancho I de Portugal concede privilégios a Gouveia e Covilhã. No
dia de São Jorge, nasce o primeiro filho varão de Sancho I de Portugal: o futuro
Afonso II. Pêro Pais da Maia, sexto alferes-mor do palácio luso, após servir o rei
de Leão, volta à corte portuguesa.
1187 — Sancho I de Portugal conquista Alvor e Silves. Faz ainda novas e
importantes concessões às ordens militares: aos freires de Évora o castelo de
Alcanede e a vila de Alpedriz, prometendo ainda o castelo de Juromenha, caso
conquistado. Sancho I de Portugal concede privilégios a Avô, Viseu e
Folgosinho e forais a Bragança e Penarroias. Ainda não existiam judeus em
Bragança (que tornou-se posteriormente um dos maiores centros judaicos em
Portugal). Nascimento do segundo filho varão de Sancho I de Portugal: Pedro.
Sancho I de Portugal recebe convite do papa Gregório VIII para participar da
cruzada. Saladino retoma Jerusalém aos muçulmanos. Papado de Gregório VIII,
de Benevento.
1187-1191 — Papado de Clemente III, romano.
1188 — Morte de Fernando II (filho de Afonso VII, o Imperador, de Leão e
Castela), 1o. rei de Leão. Nascimento das cortes de Leão, as mais antigas da
Península. Sancho I de Portugal concede privilégios a Valelhas. (?) Sancho I de
Portugal concebe (não realizada) uma expedição a Jerusalém. Afonso VIII, o
Nobre, de Castela, invade Leão: é derrotado e faz um acordo. Sancho I de
Portugal dita seu (primeiro) testamento.
1188-1230 — Reinado (2o.) de Afonso IX, de Leão, filho de Fernando II de Leão.
1189 — Chega a Lisboa uma armada de cruzados da Dinamarca e Frísia: atacam
e conquistam o castelo de Alvor, em frente a Silves. Cerco e tomada de Silves,
mantida até 1191. Sancho I de Portugal expulsa templários e hospitalários de
Silves.
1189-1192 — Terceira Cruzada, com Frederico Barbaroxa, Ricardo Coração de
Leão e Filipe II Augusto. Conquista de Chipre e reconquista de Acre.
1189-1199 — Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra.
1190 — Fuero de Cuenca, concedido por Afonso VIII, o Nobre, de Castela. Os
almôadas, comandado por Sayyid Yaqub ben Abi Hafs, governador de Sevilha,
sitia Silves, sem conseguir tomá-la. Os almôadas sitiam Évora, também sem
êxito. Os almôadas tomam Torres Novas e sitiam Tomar, defendida pelos
templários (comandados por seu mestre Gualdim Pais). Forais de Torres Novas
e Almada concedidos por Sancho I de Portugal. Os cruzados alemães (futura
Ordem Teutônica, ver 1197) fundam um hospital na palestina para os doentes
de sua nação.
1190-1191 — Novas ofensivas almôadas, que atingem o Tejo.
1190-1197 — Henrique VI, rei alemão.
1190-1210 — Crise demográfica em Portugal.
1191 — (10.07) Os almôadas tomam Alcácer do Sal, e destroem os castelos de
Palmela e Almada (abandonados pelos cavaleiros espatários). Tomam ainda
Silves. Casamento de Sancho I com sua prima direta Tereza Sanches (filha de
Afonso IX de Leão). Acordo de Huesca: coligação de Portugal, Leão e Aragão
contra Castela. O emir Yaqub al-Mansur destrói o castelo de Torres Novas.
1191-1198 — Papado de Celestino III, romano.
1192 — (?) Sentenças de excomunhão e interdito lançada sobre Portugal e Leão
pelo cardeal Reinério.
1193 — Sancho I de Portugal doa a torre e paços da alcáçova de Santarém aos
cavaleiros da Ordem de Santiago (espatários).
1194 — Naufrágio de um navio português que ia para Brughes. Sancho I, de
Portugal doa à Ordem do Hospital de São João de Jerusalém as terras da coroa
da margem direita do Tejo chamada Guidimtesta, permitindo que se edificasse
um castelo, de nome Belver — transformação dos freires do Hospital em
cavaleiros (em Portugal). Fernando Afonso, filho bastardo de Afonso I de
Portugal, se torna grão-mestre da ordem dos hospitalários. Renuncia no
mesmo ano. Tratado de Tordehumos entre Afonso IX de Leão e Afonso VIII de
Castela. Zamora: Tratado entre Sancho I de Portugal e Afonso IX de Leão. Ação
repovoadora de Sancho I de Portugal em Marmelar e Pontével (concede-a aos
francos). Morte de Sancho V, o Sábio, 10o. rei de Navarra. Sancho I de Portugal
doa à Ordem de Santiago (espatários) o edifício de Santos-o-Velho, junto a
Lisboa.
1194-1234 — Reinado (11o.) de Sancho VI, o Forte, de Navarra.
1195 — Derrota de Afonso VIII, o Imperador, de Castela frente aos almôadas na
batalha de Alarcos, onde este perde a Marca de Espanha (limes hispanicus,
enclave franco situado além Pireneus e governado a partir de 817 pelo conde de
Barcelona). Morrem também o mestre fundador dos cavaleiros de Évora, Frei
Gonçalo Viegas e Rodrigo Sanches (antigo governador de Silves). (22/07) Breve
do papa Celestino III, concedendo ao prior de Santa Cruz de Coimbra o direito
de dar a cruz a peregrinos e a quem quisesse combater os pagãos e de impor
penitências públicas. Ação repovoadora de Sancho I de Portugal em Povos.
Sancho I de Portugal concede foral a S. Vicente da Beira e Penedono. (15/08)
Em Lisboa, nascimento de Fernando de Bulhões (Santo Antônio).
1196 — Peregrinação de Afonso II de Aragão a Santiago de Compostela; vai
depois a Coimbra com o intuito de persuadir Sancho I de Portugal a não
desencadear hostilidades. Morte de Afonso II, 7o. rei de Aragão: sucede-lhe
Pedro II.
1196-1213 — Reinado (8o.) de Pedro II de Aragão (filho de Afonso II de Aragão).
1197 — Povoamento da cidade episcopal da Guarda. Expedição de cruzados
alemães contra Silves. Os cruzados alemães na Palestina organizam-se à
semelhança do Hospital de São João de Jerusalém: intitularam-se Irmãos da
Casa Alemã, ficando mais conhecidos como Cavaleiros da Ordem Teutônica. O
papa Celestino III concede a Sancho I de Portugal indulgência de Jerusalém
para a luta contra Afonso IX de Leão, que se aliara aos muçulmanos. Afonso
VIII de Castela dá sua filha Berenguela em casamento a Afonso IX de Leão. (?)
Sancho I de Portugal confia aos templários as povoações de Idanha e Açafa (a
partir de 1199 chamada Ródão).
1198 — Afonso, filho bastardo de Afonso I de Portugal, mestre da Ordem dos
hospitalários na Hispânia. Sancho I de Portugal encarrega seu irmão (bastardo)
Fernando Afonso, mestre dos hospitalários na Hispânia, de entregar ao papa o
censo que lhe devia. O papa Inocêncio III ordena a separação de Afonso IX de
Leão e Berenguela. Afonso IX de Leão lança uma ofensiva na Beira Alta: Batalha
de Ervas Tenras — morrem numerosos membros das mais nobres famílias
portuguesas. Afonso IX de Leão cerca Bragança. Sancho I de Portugal cerca
Cidade Rodrigo: morrem o nobre Nuno Fafes e o mestre dos templários Lopo
Fernandes. (?) Morte da rainha de Portugal, Dona Dulce, de peste. Morte de
Yacub al-Mansur.
1198-1208 — Filipe da Suábia, rei alemão.
1198-1215 — Otão IV, rei alemão.
1198-1216 — Papado de Inocêncio III, de Anagni.
1199 — Foral da Guarda. Sancho I de Portugal atribui aos flamengos várias
terras em Montalvo de Sor. Sancho I de Portugal dá terras a colonos francos em
Sesimbra. Sancho I de Portugal concede foral a Belmonte e Guarda. Na região
galega Sancho I de Portugal manda construir uma torre em Melgaço, com a
ajuda dos monges do Mosteiro de Longos Vales. Eclipse solar vista em Coimbra
e Lisboa. Morte do 3o. sultão almôada, Yacoub ibn Yousouf. Nascimento de
Fernando III, o Santo, de Castela, filho de Berenguela e Afonso IX de Castela.
1199-1213 — Sultanato almôada (4o.) de Mohammed ibn Yacoub.
1199-1216 — João sem Terra, rei da Inglaterra.
1200 — Ação repovoadora de Sancho I de Portugal em Benavente. Sancho I de
Portugal atribui aos flamengos várias terras em Azambuja. Para o montante do
Tejo, reforçou as posições dos templários no vale do Zezêre. Sancho I de
Portugal concede carta de culto ao Santuário de Santa Senhorinha de Basto. O
bispo do Porto, Martinho Rodrigues, chega a um acordo com seus cônegos
sobre a distribuição das rendas da diocese e do cabido.
1201 — Sancho I de Portugal concede foral à povoação de Sesimbra. Sancho I de
Portugal reforça sua soberania organizando o município de Junqueiro da
Vilariça, perto de Torre de Moncorvo. Os freires da Ordem de Évora são
detentores de vasto patrimônio, e o papa Inocêncio III, através da bula
Religiosam vitam (17.04.1201), declara tomá-los sob sua proteção.
1202 — (?) Grande fome em Portugal. Nascimento de Henrique I de Castela,
filho de Afonso VIII de Castela.
1202-1204 — Fernando Afonso, filho bastardo de Afonso I de Portugal, toma
parte na quarta Cruzada, na Ordem dos hospitalários. Quarta Cruzada: tomada
de Constantinopla.
1203 — Ação repovoadora de Sancho I de Portugal em Montemor-o-Novo.
1204 — Fernando Afonso, filho bastardo de Afonso I de Portugal, cavaleiro
hospitalário, recebe uma doação do imperador de Constantinopla.
1204 — (Entre 1204 e 1208) Nascimento de Afonso Peres Farinha, futuro prior
da Ordem do Hospital em Portugal (foi prior de Portugal duas ou três vezes, e
três vezes passou ao Ultramar).
1206 — Afonso I de Portugal confia aos templários a povoação de Idanha-a-
Nova. Um documento de Braga e uma bula papal referem-se a uma grande
fome.
1207 — Morte de Fernando Afonso, grão-mestre hospitalário e filho bastardo de
Afonso I de Portugal. Violenta chuva de pedra em Santarém o Coruche. O papa
Inocêncio III intervêm no Porto e obriga seus cônegos a cumprir o acordo de
1200.
1208 — Conflito de Sancho I de Portugal com o bispo do Porto. Rebelião dos
burgueses do Porto contra o bispo (tentativa de autonomia governativa do
concelho). Excomunhão de Sancho I de Portugal. Episcopado de Rodrigo
Jiménez de Rada em Toledo. Participa da conquista da Andaluzia. Escreve uma
história da Espanha. Assenta a primeira pedra da catedral gótica. Sancho I de
Portugal reforça sua soberania organizando o município de Rebordãos. Grande
tempestade marítima em Portugal, com numerosas vítimas. (?) Inimizade
surgida entre Sancho I de Portugal e o cavaleiro Pedro Poiares (família de
Baião). Graves questões entre Sancho I de Portugal e o bispo do Porto, D.
Martinho Rodrigues da Palmeira (tido cavaleiro Pedro Poiares). Casamento do
príncipe D. Afonso (filho de Sancho I de Portugal) com Urraca de Castela (filha
de Afonso VIII de Castela): o bispo do Porto, Martinho Rodrigues se recusa a
assistir a cerimônia, pois os noivos eram parentes.
1209 — Sancho I de Portugal concede foral a Penamacor e Pinhel. Fernando
Sanchez, um nobre, doa metade da Vila Franca de Cardosa, em Castelo Branco,
aos templários. O rei Sancho I de Portugal protege por carta as confrarias de
pedreiros que trabalhavam nas pontes de vários locais do país. Sancho I de
Portugal faz testamento (segundo): nomeia juízes pelo cumprimento o
arcebispo de Braga, o abade de Alcobaça, o prior de Santa Cruz de Coimbra, o
abade de Santo Tirso, o mestre dos templários, o prior do Hospital e seu meio-
irmão Pedro Afonso.
1209-1229 — Cruzada contra os albigenses no sul da França.
1210 — Templários e Hospitalários detêm uma parte do tesouro régio: conflitos
(mal conhecidos) no reinado de Sancho I. Sancho I de Portugal toma
providências para cessarem os abusos sobre as propriedades dos cidadãos e
sobre mouros e judeus do rei. O papa Inocêncio III nomeia juízes apostólicos
para averiguarem o procedimento dos cônegos do Porto na revolta da cidade.
Sancho I de Portugal liberta o bispo de Coimbra. Sancho I de Portugal faz
testamento (terceiro) em Coimbra - os cavaleiros da Ordem de Santiago são
designados neste testamento por freires de Palmela, e ocupam novamente as
terras ao sul do Tejo. Afonso VIII de Castela faz apelo a franceses, italianos,
aragoneses leoneses e navarros para uma grande expedição contra os
muçulmanos; obtêm do papa Inocêncio III indulgências a favor. Os reinos de
Leão e Portugal não se juntam à cruzada de Afonso VIII de Castela. Partem de
Portugal muitos membros das ordens militares.
1211 — Morte de Sancho I de Portugal em Santarém aos 57 anos de idade. O
papa Inocêncio III, informado dos preparativos dos marroquinos no sul da
Espanha, ordena que em França, Alemanha e Itália se pregasse a cruzada em
favor da guerra espanhola. O papa Inocêncio III excomunga 20 burgueses do
Porto, considerados os líderes da revolta na cidade. Uma bula papal acusa o
chanceler Julião Pais de ocultar cartas apostólicas a respeito das questões de
Coimbra (oposição da cidade e da maioria do clero à política de Afonso II de
Portugal). O papa Inocêncio III nomeou o arcebispo de Santiago de
Compostela juiz apostólico para a questão de Coimbra. (Fevereiro) Em bula
papal, Inocêncio III censura a excessiva acumulação de bens fundiários nas
mãos do clero português. Cúria de 1211: primeira lei de desamortização, onde se
proíbem os mosteiros e ordens religiosas de comprar bens fundiários, exceto
para, com seus rendimentos, celebrar ofícios por alma dos reis. Afonso II de
Portugal doa aos freires de Évora (Calatrava) o lugar de Avis, com a condição de
o povoarem e nele edificarem um castelo.
1211-1216 — Lutas entre Afonso II de Portugal e suas duas irmãs: Gonçalo
Mendes de Sousa refugia-se em Leão (era partidário das infantas na questão
com o rei Afonso II de Portugal), onde obtêm o governo de Trassara e
Estremadura. Os hospitalários protestam junto à cúria romana por terem sido
expulsos por Afonso II de Portugal das vilas que a infanta Mafalda lhes
concedera. Afonso II de Portugal manda pôr cerco a Montemor-o-Velho e
Alenquer, pertencentes, respectivamente às infantas Teresa e Sancha. Pedro
Sanches apodera-se de várias povoações em Trás-os-Montes com o auxílio do
rei de Leão, de Pedro Fernandes de Castro e de Fernando, filho de D. Teresa e
de Afonso IX. Gonçalo Mendes de Sousa auxilia os sitiados de Montemor e
derrota as tropas régias, sob o comando do alferes Martim Anes da Riba de
Vizela. Os hospitalários são acusados de usurparem e de favorecerem a
usurpação de terras da coroa, o que Afonso II de Portugal proibiu.
1211-1223 — Reinado de Afonso II de Portugal. Início de uma vigorosa
centralização estatal.
1212 — "Estudio General" de Palencia. Vitória de Afonso VIII, o Nobre, de
Castela (Castela-Navarra-Aragão) frente aos almôadas na batalha de Las Navas
de Tolosa. Fim do poder militar muçulmano na Península. Afonso II de
Portugal, não comparecendo, envia tropas. Primeiras menções documentais a
tabeliães régios — implantação do notariado (Canedo, Panóias e Santarém).
Em Coimbra, acordo de trégua entre Portugal, Leão e Castela (iniciativa de
Afonso VIII de Castela). Afonso IX de Leão obrigou-se a restituir a Portugal os
castelos que tomou. Cruzada das crianças.
1213 — Batalha de Muret: derrota e morte de Pedro II (8o. rei) de Aragão; fim da
expansão ultrapirenaica da coroa aragonesa. O papa Inocêncio III ordena aos
juízes eclesiásticos que absolvam Afonso II de Portugal de excomunhão, além
da multa de 50.000 cruzados (o rei recorre ao papa e é parcialmente
dispensado). Afonso II de Portugal confirma o juízo régio sobre os domínios
das infantas. Morte de Muhammad al-Nasir, filho de Yacub al-Mansur:
enfraquecimento do império almôada. Morte do 4o. sultão almôada,
Mohammed ibn Yacoub.
1213-1223 — Sultanato (5o.) almôada de Abou Yaoub.
1213-1276 — Reinado de Jaime I, o Conquistador, de Aragão (filho de Pedro II de
Aragão).
1214 — Afonso II de Portugal doa o restante da herdade da Vila Franca de
Cardosa, em Castelo Branco (vasta zona da Beira Baixa). O mestre do Templo
em Portugal, Pedro Auvito, dá o foral a Castelo Branco. Batalha de Bouvines: a
coligação anti-francesa é derrotada pelo rei Felipe Augusto. O infante D.
Fernando, agora conde de Flandres, é aprisionado pelo rei francês. Sancho I de
Portugal oferece uma cruz de ouro ao mosteiro de Santa Cruz de Alcobaça (ano
da Encarnação). (Julho) Afonso II de Portugal redige seu primeiro testamento
— primeiros documentos redigidos em português. São feitas treze cópias para
enviar aos arcebispos de Braga, Santiago e Toledo, aos bispos do Porto, Lisboa,
Coimbra, Évora e Viseu, aos mestres do Templo e do Hospital, ao abade de
Alcobaça e ao prior de Santa Cruz. Em Guimarães, os mais antigos
instrumentos tabeliônicos conservados. Morte de Afonso VIII, 2o. rei de
Castela.
1214-1217 — Reinado (3o.) de Henrique I de Castela, filho de Afonso VIII de
Castela.
1215 — Criação da universidade de Salamanca. São Domingos funda a ordem
dominicana. IV Concílio de Latrão: prescrição de insígnia distintiva para os
judeus e sarracenos vivendo em terras cristãs. O bispo Sueiro de Lisboa,
presente, pede autorização para reter os cruzados que eventualmente
passassem nas costas espanholas e levá-los à guerra contra os mouros. Morte de
Julião Pais, chanceler português. Sucedeu-lhe Gonçalo Mendes, que conservou
o cargo até 1228. Aproximação entre Portugal e Castela, através de proposta de
casamento entre Henrique I (que tinha 12 anos de idade), herdeiro de Afonso
VIII, e Mafalda, irmã de Afonso II de Portugal — o matrimônio foi cancelado
pelo papa. Já é dado o nome de Avis à Ordem de Évora (Calatrava).
1215-1250 — Frederico II, rei alemão.
1216 — Grandes intempéries em Évora, Santarém e Coruche. A partir desta
data, Gonçalo Mendes e Pêro Anes da Nóvoa, auxiliares da autoridade régia e
inimigos dos poderes senhoriais, dominam a política régia. Bula papal que
assegura ao bispo de Évora a jurisdição sobre todo o território povoado por
cristãos entre os limites de sua diocese e os infiéis: a reconquista vai avançando
em direção ao Baixo Alentejo, talvez por iniciativa das ordens militares.
1216-1227 — Papado de Honório III, romano.
1216-1272 — Henrique III, rei da Inglaterra.
1217 — Ocupação de Alcácer do Sal por Afonso II de Portugal. Os cavaleiros de
santiago, templários e hospitalários participam da conquista (segundo
Erdmann, a primeira cruzada portuguesa). Reforço de Pedro Auvites, mestre
dos templários de toda a Hispânia. Alcácer do Sal é entregue aos cavaleiros de
Santiago (espatários ou freires de Palmela). Morte de Henrique I, 3o. rei de
Castela. Reinado (4o.) e renúncia de Berenguela de Castela, mãe de Fernando
III. A coroa passa a Fernando (III), o Santo, filho de Afonso IX de Leão. Afonso
II de Portugal passa a ir repetidas vezes a Santarém — talvez com o objetivo de
tentar curar sua lepra com médicos experientes na tradição árabe. (Novembro)
Elaboração do primeiro registro oficial dos diplomas régios. Doação de
Aramenha ao mosteiro de Alcobaça: construção do castelo de Marvão.
1217-1252 — Reinado (5o.) de Fernando III, o Santo, de Castela.
1218 — Nascem as cortes de Catalunha. Grandes intempéries em Évora,
Santarém e Coruche. (Janeiro) Afonso II de Portugal redige seu segundo
testamento. (Abril) Afonso II de Portugal, a conselho dos juristas auxiliares do
chanceler Gonçalo Mendes, oferece os dízimos dos direitos régios a todas as
dioceses do reino e a algumas ordens religiosas. Afonso II de Portugal recorre
novamente ao papa após a renovação do processo de excomunhão movida pelo
bispo de Lugo. (Maio) Teresa, ex-mulher de Afonso IX de Leão, é julgada na
cúria romana, a respeito de seus direitos senhoriais. João Fernandes da Límia,
antigo dapífero de Sancho I de Portugal, regressa à corte, após seu casamento
com a antiga barregã de Sancho I, Maria Pais, a Ribeirinha. O mestre da Ordem
do Templo doou a Pelágio Farpado e a todos os seus descendentes o lugar de
Ceiceira, com a condição de ali fundar uma albergaria "para nela servir a Deus,
recolhendo e hospedando a todos os passageiros, fossem pobres ou ricos".
1218-1219 — Cruzadas em Castela, com a participação de tropas portuguesas.
1218-1238 — Gonçalo Anes, irmão de Pêro Anes da Nóvoa (mordomo-mor),
grão-mestre da ordem de Calatrava.
1219 — Beatriz de Suábia tenta destronar Fernando III de Leão e Castela.
Afonso II de Portugal vai a Santiago de Compostela. Os Sousas voltam à corte
portuguesa, juntando-se a Garcia Mendes e a Rodrigo. Desligavam-se, assim, de
Afonso IX de Leão. (Março ou abril) Afonso IX de Leão volta a atacar Portugal,
conquistando Chaves. (Junho) Tratado de Baronal: Afonso II de Portugal vai a
Santiago de Compostela e faz as pazes com Afonso IX de Leão.
1220 — Cinco franciscanos são martirizados no Marrocos — Em Coimbra será
construída uma arca tumular para suas relíquias (no século XIV). Primeiras
inquirições gerais em Portugal: inovação muito precoce no contexto da
centralização régia européia. (aprox.) Franciscanos e dominicanos estabelecem
seus primeiros conventos na Península. Construção da Torre de Ouro em
Sevilha. O papa Honório III concede indulgência aos cavaleiros de Évora.
(Dezembro) Bula papal que menciona o chanceler de Portugal, Gonçalo
Mendes e o mordomo Pêro Anes da Nóvoa como personagens que conduziam o
rei à impiedade. Questões entre Afonso II de Portugal e Estêvão Soares da Silva,
arcebispo de Braga: este o excomunga, juntamente com o mordomo-mor e o
chanceler. Gil Vasques de Soverosa, mordomo-mor, é o principal executor das
medidas tomadas contra o arcebispo de Braga. Depredações de oficiais régios
sobre o couto de Ervededo: seu governador, Martim Sanches, bastardo régio
português a serviço do rei de Leão, pega em armas com gente de Toronho e
Límia e se dirige à Ponte de Lima, onde se encontra Afonso II de Portugal.
Mendo Gonçalves de Souza, João Pires da Maia e Gil Vasques de Soverosa
defendem o rei e são derrotados. Os portugueses se retiram para Braga e
Guimarães e os galegos devastam a região. (Dezembro) O papa Honório III
encarrega os bispos de Palença, Astorga e Tui de confirmar a sentença de
excomunhão contra Afonso II de Portugal.
1221 — A partir de então, Afonso II de Portugal não voltou a sair de Santarém.
Redige em novembro seu segundo testamento. Nascimento de Afonso (X),
primogênito de Fernando III de Leão e Castela e Beatriz da Suábia.
1221-1254 — Começa a construção das catedrais de Burgos (lançamento da
primeira pedra por Fernando III de Castela e Leão), Toledo (1226) e Leão.
1222 — Consagração do mosteiro de Alcobaça. (Junho) Bula papal que
suspende de suas funções clericais os juristas auxiliares do chanceler Gonçalo
Mendes por serem considerados instigadores da política de Afonso II (mestre
Vicente, deão de Lisboa, mestre Julião, deão de Coimbra e filho de Julião Pais, e
mestre Pedro, chantre do Porto). Parte do clero que apóia Afonso II de Portugal
é suspensa em bula papal (16.06): o papa Honório III renova a ameaça de expor
o reino de Portugal à conquista de outros soberanos e de absolver seus vassalos
do juramento de fidelidade. Mestre Vicente, deão de Lisboa, começa a negociar
um acordo prévio com a Santa Sé, interrompido com a morte do rei em 1223. O
papa Honório III reitera ameaça feita em 1220 de invasão de Portugal por outros
reis.
1223 — Morte de Afonso II de Portugal (excomungado). Nos últimos
documentos que promulgou já não podia desenhar o sinal de seu punho,
devido à lepra. (Junho) Sancho II de Portugal, aos treze anos, faz duas
concórdias com suas tias, em Coimbra. As infantas recebem Torres Vedras,
Alenquer, Montemor e Esgueira. Estêvão Soares da Silva recebe 6.000
maravedis de indenização (o restante seria calculado posteriormente).
(Setembro) Martim Anes, mordomo-mor da corte portuguesa. Morte do 5o.
sultão almôada, Abou Yacoub.
1223-1225 — Sultanato (6o.) almôada de Abou Malik.
1223-1226 — Luís VIII, rei de França.
1223-1248 — Reinado de Sancho II de Portugal. Fortalecimento dos franciscanos
em Portugal: no início do reinado de Sancho II já possuíam conventos em
Guimarães, Coimbra, Lisboa e Alenquer, fundando nos anos seguintes outros
em Évora, Leiria, Porto, Guarda, Covilhã, Estremoz e Santarém.
1224 — Fim do domínio almôada em al-Andaluz: início dos terceiros reinos de
taifas. (Abril) Henrique Mendes de Sousa, mordomo-mor português. Martim
Anes de Riba de Vizela, alferes-mor português. (Outubro) Mestre Vicente
recebe grandes elogios do papa. (Dezembro) Gonçalo Mendes (irmão de
Henrique Mendes), mordomo-mor português. João Fernandes de Límia,
alferes-mor português. Fernando III de Leão e Castela inicia uma vigorosa luta
contra os muçulmanos. Sancho II de Portugal faz grandes concessões ao bispo
de Évora.
1225 — (Junho) João Fernandes de Límia, mordomo-mor português. Morte do
6o. sultão almôada, Abou Malik. Nascimento de Afonso X, o Sábio, de Leão e
Castela, filho de Fernando III, o Santo, de Castela.
1225-1238 — Sultanato (7o.) almôada de Mamoun.
1226 — O rei da Inglaterra Henrique III (1216-1272) passa 100 autorizações de
comércio a mercadores portugueses. Regência de Branca de Castela. O
arcebispo de Braga, Estêvão, que antes tomara parte ativa na conquista de
Elvas, obtêm do papa a faculdade de absolver os guerreiros que lutavam contra
os mouros. O infante português D. Fernando, conde de Flandres, é libertado do
cativeiro de Filipe Augusto mediante pagamento de pesado resgate oferecido
por sua mulher. (Julho) Abril Pires de Lumiares, mordomo-mor português.
Martim Anes de Riba de Vizela, alferes-mor português.
1226-1270 — Luís IX (Santo), rei de França.
1226-1283 — Os cavaleiros teutônicos conquistam a Prússia.
1226-1238 — Sancho II de Portugal, auxiliado pelas ordens militares (Santiago,
Calatrava, Hospitalários), conquista o Alentejo.
1227 — Um documento de Lisboa revela que seus juízes são impedidos de
resolverem queixas apresentadas pelos pobres. Tomada de Cáceres e Badajoz
pelas tropas leonesas (Afonso IX). O legado papal João de Abbeville consagra a
Igreja de Santa Cruz de Coimbra. Uma bula acusa Sancho II de Portugal de
intervir abusivamente no Porto. Aos 32 anos, Santo Antônio prega em Roma
para o papa Gregório IX.
1227-1241 — Papado de Gregório IX, de Anagni.
1228 — Concílio de Valladolid: proibição aos judeus de Castela de usar capas
semelhantes aos clérigos. O infante português Pedro Sanchez conquista
Mérida, a serviço de Afonso IX de Leão, além de repelir Ibn Hud, xeque de
Sevilha.
1228-1229 — O legado papal João Halgrin de Abbeville exorta os soberanos da
Península a recomeçarem a cruzada. Quinta Cruzada, Frederico II obtêm a
restituição de Jerusalém através de negociações.
1228-1231 — Pêro Anes da Nóvoa, antigo mordomo de Afonso II de Portugal,
novamente mordomo-mor português.
1229 — Reunião das Cortes em Coimbra. (13/03) Morte da infanta D. Sancha,
irmã de D. Mafalda, ambas filhas de Sancho I de Portugal. Feira de Castelo
Mendo já diferenciada do mercado local. Início da ocupação cristã das ilhas
Baleares (Jaime I, o Conquistador, de Aragão). D. Sancho II de Portugal
conquista Elvas (dando-lhe foral) e Juromenha.
1230 — Os conflitos entre Portugal e Leão terminam. (?) Conquista de Badajoz
pelos leoneses (Afonso IX). (Setembro) Morte de Afonso IX de Leão: seu
sucessor, Fernando III unifica Leão e Castela e faz da cruzada seu principal
objetivo.
1231 — Tratado do Sabugal: acordo entre Sancho II de Portugal e Fernando III
de Leão e Castela: a cidade de Chaves, tomada em 1219, é restituída a Portugal.
Fernando III de Leão e Castela percorre o reino de Leão e Galiza para
desencorajar qualquer ato de rebeldia. O legado papal João de Abbeville obtêm
do papa Gregório IX violentas bulas contra o rei Sancho II de Portugal. (13/06)
Morte de Santo Antônio. (Dezembro) Portugal sofre o interdito papal.
1232 — Canonização de Santo Antônio de Lisboa. Afonso Peres Farinha, prior
do Hospital conquista Serpa., Moura (indo aí residir), (?) Arouche e Aracena.
Início da dinastia násrida em Granada, que durará até 1492. Início da
construção de Alhambra de Granada. (Março) Com o objetivo de
repovoamento, Sancho II de Portugal doa o território chamado Ocrate (Crato)
para a Ordem do Hospital. (?) Tomada portuguesa de Beja. O papa Gregório IX
proíbe qualquer eclesiástico de excomungar Sancho II de Portugal enquanto
permanecesse em combate contra os sarracenos. Morte do legado papal e bispo
João de Abbeville. Início de disputas violentas pelo cargo de bispo. (01/06) Bula
Cum dicat dominus — canonização de Santo Antônio.
1232-1234 — Cruzada contra os camponeses do norte da Alemanha.
1233 — (Junho) O papa Gregório IX encarrega o franciscano frei Tiago de
absolver Sancho II de Portugal de excomunhão por violência contra clérigos
enquanto estivesse em expedição militar. As tropas castelhanas conquistam
Úbeda. O bispo Martinho Rodrigues obtêm em Roma várias bulas que
acusavam Sancho II de Portugal de não respeitar a jurisdição temporal do bispo
sobre a cidade do Porto.
1234 — A Ordem de Santiago conquista Aljustrel (Paio Peres Correia). Navarra
cai em órbita política da França. O papa Gregório IX induz Sancho II de
Portugal a participar da Cruzada à Terra Santa. Em outubro, concede as
indulgências de cruzada a quem ajudasse Sancho II de Portugal na guerra
contra os mouros e na ocupação das cidades por ele adquiridas. Sancho II de
Portugal consegue, junto ao papa, indulgências para seu exército. (?) Revolta de
Álvaro Pires de Castro contra Fernando III de Castela e Leão. (Fevereiro a
Agosto) Uma série de bulas dão a entender que vários párocos do Porto se
recusavam a pagar certos direitos exigidos pelo bispo. Morte de Sancho VI, o
Forte, 11o. rei de Navarra.
1234-1238 — Sancho II de Portugal, auxiliado pelas ordens militares (Santiago,
Calatrava, Hospitalários) conquista o Algarve oriental.
1234-1253 — Reinado (12o.) de Teobaldo I, de Navarra.
1235 — Fernando III de Castela e Leão conquista Córdova. (Setembro) O novo
bispo do Porto, Pedro Salvadores, obtêm do papa Gregório IX a faculdade de
absolver da excomunhão os oficiais régios que vexavam a sua diocese. Os
cavaleiros da Ordem de Santiago (espatários ou freires de Palmela) recebem de
Sancho II de Portugal a terra de Aljustrel, que ajudaram a conquistar.
1235-1260 — Gonzalo de Berceo produz sua obra literária.
1236 — Os castelhanos (Fernando III de Castela e Leão) reconquistam Córdova.
O infante D. Pedro, já alheio à sua pátria, vai ao Oriente lutar contra os
muçulmanos. As tropas castelhanas conquistam Córdova. Mestre Vicente de
Lisboa entrega o cargo de chanceler do reino a Durando Froilaz, dedicando-se
ao governo da diocese de Braga. Os cavaleiros da Ordem de Santiago
(espatários ou freires de Palmela) recebem de Sancho II de Portugal a terra de
Sesimbra, que ajudaram a conquistar.
1237 — Jaime I, o Conquistador, de Aragão, toma Valência. Capítulo Geral dos
dominicanos em Burgos. Tibúrcio (bispo de Coimbra) e Vicente (diocese da
Guarda) vão a Roma tratar dos limites de suas dioceses.
1237-1238 — Começa a construção do Alhambra de Granada.
1238 — Conquista portuguesa de Mértola por Paio Peres Correia e a Ordem de
Santiago — passo decisivo para o domínio definitivo do Alentejo e do Algarve
por Sancho II de Portugal. Conquista portuguesa de Alfajar de Pena. Criação do
reino nazarí de Granada. Casamento de Afonso (irmão de Sancho II de
Portugal) com Matilde, condessa de Bologne-sur-Mer. Tomada de Valência por
Jaime I, o Conquistador, de Aragão. (Maio) Acordo entre Sancho II de Portugal
e o bispo do Porto e o arcebispo de Braga. Morte do 7o. sultão almôada,
Mamoun.
1238-1273 — Reinado (1o.) de Maomé I, de Granada.
1239 — A Ordem de Santiago recebe de Sancho II de Portugal Alfajar de Pena e
Mértola (para onde passou o convento da Ordem, até 1284), que ajudaram a
conquistar. O papa Gregório IX concede 12 bulas ao infante Fernando de Serpa
(irmão mais novo de Sancho II de Portugal) para suas expedições cruzadas. (?)
Mécia Lopes de Haro enviuva de Álvaro Pires de Castro, ex-revoltoso de
Fernando III de Castela e Leão; casa-se com Sancho II de Portugal.
1240 — (?) Sancho II de Portugal conquista Mértola, Aiamonte, Alvor. A Ordem
de Santiago conquista Cacela (Paio Peres Correia) e Aiamonte.
1241 — (Fevereiro) Sancho II de Portugal consegue novamente, junto ao papa,
indulgências para seu exército. (?) A Ordem de Santiago conquista Paderne
(Paio Peres Correia). Paio Peres Correia, prior da Ordem de Santiago em
Castela. Papado de Celestino IV, milanês.
1241-1242 — Revolta de Diogo Lopes de Haro, irmão de Mécia Lopes de Haro
(esposa do rei Sancho II de Portugal), contra Fernando III de Castela e Leão.
1241-1243 — Sede pontifical vacante.
1242 — (17.06) Em Paris, primeira destruição oficial da literatura rabínica
(talmude) pela Igreja católica. (Julho) O infante português (conde) Afonso de
Bolonha participa da batalha de Saintes, como vassalo de Luís IX de França,
contra Henrique III de Inglaterra. Torna-se seu protegido.
1242-1246 — Castela toma Múrcia, Arjona e Jaén.
1243 — Sancho II de Portugal ataca os bispos de Braga, Coimbra e Porto que
conseguem com o papa Inocêncio IV sua deposição em 1245. O reino de Múrcia
rende-se pacificamente ao infante D. Afonso de Castela (futuro rei Afonso X) —
auxiliado pela Ordem de Santiago (Paio Peres Correia). O infante Fernando de
Serpa (irmão mais novo de Sancho II) volta a Portugal como governador da
Beira Oriental. O infante português Afonso de Bolonha faz a peregrinação a
Santiago de Compostela.
1243-1254 — Papado de Inocêncio IV, genovês.
1244 — (09.01) A Ordem de Santiago conquista Tavira. Tratado de Almizra
entre Jaime I, o Conquistador, de Aragão e Afonso, futuro rei de Portugal. D.
Afonso de Castela (futuro Afonso X) conquista Lorca e Mula com o auxílio da
Ordem de Santiago (Paio Peres Correia). É nomeado bispo o galego Aires
Vasques, dando fim às disputas do cargo desde a morte de João de Abbeville
(1232). O infante português Afonso de Bolonha retorna de Santiago de
Compostela e se encontra com Luís IX de França e sua mãe Branca de Castela
em Limoges.
1245 — Afonso, conde de Bolonha e irmão de Sancho II de Portugal, recebe do
papa Inocêncio IV convite para uma cruzada. (04.02) O papa Inocêncio IV
manda Sancho II de Portugal separar-se de Mécia Lopes de Haro, por ter se
casado sem dispensa de consagüinidade (a acusação partiu de Afonso de
Bolonha). (Março) Bula Inter alia desiderabilia dirigida aos barões, concelhos,
bispos e clero (franciscanos e dominicanos) e principalmente às ordens
militares: responsabiliza Sancho II de Portugal pela situação do reino (lutas
entre a nobreza e contra os bispos). Fim da reconquista aragonesa. (Junho) 1o.
Concílio de Lião: os bispos portugueses são convocados para prestar contas do
reinado de Sancho II de Portugal, considerado negligente. (24.07) Bula Grandi
non immerito: deposição de Sancho II de Portugal; seu irmão, Afonso, conde de
Boulogne-sur-Mer, é o escolhido para governar o reino: guerra civil. Afonso (X,
o Sábio), primogênito de Fernando III de Leão e Castela apóia Sancho II.
(Agosto?) Abril Pires de Lumiares e Rodrigo Sanches (tio de Sancho II) ataca o
rei em Gaia: as tropas do rei vencem e ambos morrem na batalha. (Setembro)
Afonso de Bolonha, em Paris, jura respeitar as liberdades da Igreja. Chega em
Lisboa no final do ano, em plena guerra civil. O papa Inocêncio IV confirma as
doações feitas à Ordem de Santiago em Portugal — entre elas menciona a vila
de Tavira, os castelos de Mértola e Cacela, a vila de Sesimbra, o padroado das
igrejas de Alcácer, Palmela e Alhambra e algumas terras de Santarém.
1246 — Fernando III de Castela e Leão conquista Jaén com a ajuda da Ordem
de Santiago (Paio Peres Correia). Sancho II permanece em Coimbra (seu ponto
de apoio). Os concelhos do Centro e sul e os castelos de Santarém, Alenquer,
Torres Novas e Alcobaça apóiam Afonso de Bolonha (futuro Afonso III). A
rainha Mécia Lopes de Haro é raptada por Raimundo Viegas de Portocarrero, o
Torres e levada para o castelo de Ourém. Violentos combates entre Coimbra e
Leiria.
1247 — (Janeiro) Afonso, conde de Bolonha, é derrotado em Leiria: centenas de
mortos. (Fevereiro) Franciscanos e dominicanos da Guarda informam as
determinações pontifícias aos partidários do rei. Nascem as cortes de Aragão.
Paio Peres Correia, prior da Ordem de Santiago, acompanha o infante Afonso
de Molina na conquista de Aljarafe e nas campanhas contra o rei de Niebla.
1247-1267 — Governo de Egas Fafes na diocese de Coimbra.
1248 — (Janeiro) Morte de Sancho II de Portugal em Toledo, sem filhos. Os
castelhanos (Fernando III de Castela e Leão) reconquistam Sevilha com o
auxílio de Paio Peres Correia, prior da Ordem de Santiago. Acordo entre o bispo
de Évora e a Ordem do Hospital sobre os direitos eclesiásticos de Moura e
Serpa.
1248-1254 — Sexta Cruzada. São Luís IX tenta reconquistar a Terra Santa a
partir do Egito.
1248-1279 — Reinado de Afonso III de Portugal.
1249 — Conquista portuguesa de Faro e do resto do Algarve - que estavam nas
mãos dos mouros — por Afonso III de Portugal (e a Ordem de Santiago): fim
da reconquista portuguesa. Afonso III de Portugal concede o Algarve à Ordem
de Avis.
1250 — (01.03) Afonso III de Portugal doa o castelo de Albufeira à ordem de
Avis, na pessoa de seu mestre, D. Martinho Fernandes. (Fevereiro) Afonso III de
Portugal, em Santa Maria de Faro, doa o castelo de Porches a seu chanceler, D.
Estêvão. Afonso III de Portugal reúne as Cortes em Guimarães: os bispos ainda
se queixam de banditismo em Portugal. Fome e carestia em Portugal. (17.06)
Morte da infanta D. Teresa, filha de Sancho I de Portugal, no mosteiro de
Lorvão. (04.08) Afonso III de Portugal doa a seu chanceler D. Estêvão os bens
outrora pertencidos ao mouro Aboaale e sua mulher, Zaporona, em Santa
Maria de Faro. (Outubro) Bula do papa Inocêncio IV a respeito da questão do
Algarve (Niebla) entre Afonso III de Portugal e Afonso (X, o Sábio) primogênito
de Fernando III de Leão e Castela.
1250-1254 — Conrado IV, rei alemão (interregno 1256-1273).
1250-1258 — Viagens constantes de Afonso III de Portugal ao norte do Douro,
afim de estancar a apropriação de direitos régios por fidalgos, bispos, ordens
monásticas e sobretudo por ordens militares.
1251 — (Janeiro) Em Portugal lei geral que prevê severas penas contra
malfeitores que invadissem as casas dos fidalgos, cortassem vinhas ou
roubassem gado. Privilégios de Fernando III, de Leão e Castela à colônia
genovesa de Sevilha. Em Toledo, tradução de Kalila e Dimna. A Ordem do
Hospital faz um empréstimo de 14.000 maravedis ao Bispo de Coimbra: isso
mostra sua capacidade financeira e acumulação de espécies em dinheiro.
Conquista de Aroche e Aracena (em Niebla) por Afonso III de Portugal:
protestos de Afonso (X, o Sábio), primogênito de Fernando III de Leão e
Castela.
1252 — (Maio) Morte de Fernando III, o Santo, 5o. rei de Castela, em Sevilha.
(Outubro) Afonso X, o Sábio, de Leão e Castela, reúne cortes em Sevilha. Pede
ao papa a restauração do bispado de Silves. (?) Crise agrícola em Portugal. (?-ou
1256) Morte de D. Mafalda, filha de Sancho I de Portugal. Sepultada no
mosteiro de Arouca.
1252-1253 — Conflitos de Afonso III de Portugal com as classes privilegiadas:
com o bispo do Porto e com o mestre dos Templários (o rei teria se apoderado
dos tesouros da ordem ou exigido algum empréstimo forçado).
1252-1284 — Reinado (6o.) de Afonso X, o Sábio, rei de Leão e Castela, filho de
Fernando III, o Santo, de Castela.
1253 — Reunião da Cúria plena ou extraordinária (que incluiu representantes
dos concelhos) em Leiria. (?) Em Portugal, lei que proíbe a exportação de
cereais. O papa exorta os dois reis (Afonso III de Portugal e Afonso X de Leão e
Castela) a resolverem pacificamente a questão do Algarve. (Maio) Casamento
de Afonso III de Portugal e D. Beatriz (filha bastarda de Afonso X de Leão e
Castela e Maria Guilhén de Gusmão). Afonso III era casado também com D.
Matilde de Bolonha. Morte de Teobaldo I, 12o. rei de Navarra. (20.08) Afonso X
de Leão e Castela doa a aldeia de Lagos (território português) a D. Frei Roberto.
(26.12) Lei da Almoçataria: tabelamento de preços em Portugal; repressão a
uma alta de preços.
1253-1258 — Promulgação de grande quantidade de forais e aforamentos em
Portugal.
1253-1270 — Reinado (13o.) de Teobaldo II, de Navarra.
1254 — (22.01) Afonso III de Portugal protesta na Sé de Lisboa contra atos
unilaterais de Afonso X de Leão e Castela — principalmente a nomeação de um
bispo (D. Frei Roberto) para um território nacional (ver 20.08.1353). (Fevereiro e
Março) Cortes de Leiria (tidas como as primeiras do reino): decisão de proibir a
exportação de metais preciosos, panos, couros e mel. O mosteiro de S. Cucufate
é colocado sob a obediência de S. Vicente de Lisboa pelo concelho da cidade de
Beja. Conflito de Afonso III de Portugal com o bispo de Coimbra. (Agosto) O
papa censura Afonso III de Portugal em bula. O alcaide de Lisboa consegue a
nomeação do seu capelão Mateus Martins para o bispado de Viseu.
1254-1261 — Papado de Alexandre IV, de Anagni.
1255 — (20.02) Na Cúria reunida em Santarém, Afonso III de Portugal, com o
consentimento de sua esposa, D. Beatriz, doa o castelo de Cacela e o de
Aiamonte para o mestre da ordem de Santiago, D. Paio Peres Correia. (22.02)
Afonso III de Portugal confirma o castelo de Sesimbra à ordem de Santiago.
(24.02) Afonso III de Portugal confirma à ordem de Santiago, nas pessoas do
mestre D. Paio Peres Correia e do comendador, os castelos, outrora doados por
Sancho I e confirmados por Afonso II, de Alcácer do Sal, Palmela, Almada e
Arruda. Fuero Real, redigido por inspiração de Afonso X de Leão e Castela.
(Março) Afonso III de Portugal jura perante o bispo de Évora que não procederá
à quebra da moeda e à cobrança do imposto do "monetágio". Envia cópias do
documento aos mestres das ordens militares, mais ligados a uma economia
monetária. (Maio) A condessa Matilde de Bolonha, esposa de Afonso III de
Portugal, protesta na cúria romana pela bigamia do rei. Afonso III é convocado
para ser julgado. Foral de Vila Nova de Gaia concedido por Afonso III de
Portugal, para incrementar seu comércio internacional.
1255-1262 — Anos de colheita ruim em Castela.
1256 — Início da redação da obra jurídica Las Siete Partidas. (Julho) A questão
da bigamia de Afonso III de Portugal: o papa ordena a Afonso III que se separe
da condessa Matilde de Bolonha e lhe restitua o dote.
1256-1257 — Viagens constantes de Afonso III de Portugal à Beira para estancar
a apropriação de direitos régios por parte de fidalgos, bispos, ordens
monásticas e sobretudo por ordens militares. Afonso III de Portugal interfere
nas questões entre o bispo de Coimbra e o Mosteiro de Santa Cruz, além das
violências físicas praticadas em Lisboa contra o bispo Aires Vasques (morto em
1258).
1257 — Constituição da universidade dos prohomes de la ribera, em Barcelona.
Eleição de Afonso X de Leão e Castela e de Ricardo de Cornualha para o Sacro
Império.
1258 — Novas inquirições em Portugal: cinco alçadas que colhem informações
nos locais por onde passam. Imenso e minucioso inquérito, um dos mais
impressionantes monumentos da documentação medieval portuguesa. (Abril)
A questão da bigamia: bula papal acusando Afonso III de adultério e incesto,
ordenando a restituição do dote da condessa Matilde de Bolonha. Morte da
condessa Matilde de Bolonha. Afonso III de Portugal promulga um Regimento
da Casa Real, com o intuito de moderar as despesas e definir as
responsabilidades dos membros da corte (parcialmente reformulado em 1261).
Morte do bispo de Lisboa, Aires Vasques, assassinado. O alcaide de Lisboa
apresenta Pedro Anes como bispo de Lamego. Nascimento de Sancho IV de
Castela, filho de Afonso X, o Sábio, de Leão e Castela. (?) Início da construção
do mosteiro do Marmelal, dos cavaleiros hospitalários (tendo como prior
Afonso Peres Farinha). Reclamações dos bispos portugueses entregues ao papa
(a 39a. rezava que o monarca português empregava judeus em cargos oficiais).
1258-1262 — Afonso III de Portugal concede cartas de privilégios a várias feiras,
para isentar de impostos os seus freqüentadores, estimulando o comércio
interno.
1259 — D. Beatriz, esposa de Afonso III de Portugal, dá a luz a D. Branca.
(Abril) Afonso III de Portugal protege e funda o convento das clarissas em
Santarém, autorizado pelo papa Alexandre IV — o convento é considerado um
dos primeiros exemplos de igreja gótica portuguesa. (Setembro) Afonso III de
Portugal doa a seu chanceler D. Estêvão o couto de Alvito, no Alentejo.
1260 — O papa Alexandre IV induz Afonso III de Portugal a participar da
Cruzada à Terra Santa. O alcaide de Lisboa influencia a eleição de Vicente
Mendes no Porto. (?) Construção de uma sinagoga em Lisboa, por parte de José
Ibn Jachia, pai de Salomão Ibn Jachia (autor de um comentário do Talmude
hoje desaparecido).
1261 — (Janeiro a Março) Afonso III de Portugal, em Guimarães, promulga uma
lei geral que regulamenta os direitos que os padroeiros podiam exigir das suas
igrejas e mosteiros (política de repressão dos abusos senhoriais). Afonso III de
Portugal promulga uma solene proibição dos abusos das ordens militares
quanto à cobrança do direito de montado, que prejudicava os criadores de gado
não pertencentes a tais corporações. Cobra, ainda, um imposto geral
proporcional aos rendimentos dos contribuintes, excetuando, os bispos, chefes
das ordens militares, cavaleiros e cônegos. Em Portugal, importante atividade
legisladora. Nascimento de Dinis, primeiro filho varão de Afonso III de
Portugal e D. Beatriz. O Regimento da Casa real promulgado por Afonso III de
Portugal em 1258 é parcialmente reformulado. (Abril) Cortes de Coimbra: (?)
criação do cargo de meirinho-mor, encarregado de vigiar e coordenar as
intervenções dos meirinhos regionais. Nomeado Nuno Martins de Chacim
(meirinho regional Entre Douro e Minho).
1261-1264 — Papado de Urbano IV, de Troyes.
1262 — (Fevereiro) Supressão do reino de Niebla pela conquista da cidade a Ibn
Mahfut por Afonso X de Leão e Castela. (01.04) Doação do castelo de Ulgoso a
Rodrigo Paes, mestre do Hospital, e à sua ordem. Confirmam: D. Henrique
Mendes, mordomo-mor, D. Martinho de Sousa (Annes?), alferes del rei, D.
Gonçalo Mendes, D. Poncio Affonso, Pedro Peres, D. Jo, Fernandes. Todos os
prelados. Feita em Lisboa e incluída em sentença de 1742 (G. 6, M. único no. 32,
no Arq. Nac.). (Maio) Os bispos portugueses escrevem ao papa pedindo a
legitimação do casamento de Afonso III de Portugal com D. Beatriz e os filhos
já dela nascidos (o pedido é apoiado por Luís IX de França, Teobaldo, rei de
Navarra, Carlos, conde de Anjou e Provença, e vários senhores portugueses). O
prior do Hospital, D. Afonso Pires dá o primeiro foral a Tolosa.
1263 — Desvalorização da moeda em Portugal. (Abril) É nomeada uma
comissão para solucionar as divergências da questão do Algarve entre Portugal
e Castela. (Junho) Acordo entre Portugal e Castela para o Algarve: discussão
sobre a legitimidade das concessões de terras algarvias às ordens militares
feitas por ambos os soberanos. (Junho) Concessão papal para o casamento de
Afonso III de Portugal e D. Beatriz.
1263-1266 — Sublevação mudéjar e contra-ofensiva cristã no baixo Guadalquivir
e antigo reino de Múrcia: Afonso X de Leão e Castela é obrigado a reunir um
grande exército para recuperar várias praças.
1264 — (Setembro) Afonso X de Leão e Castela cede a Afonso III de Portugal as
regalias sobre o Algarve que tinha conseguido no acordo de 1263. Afonso III
aproveita a ocasião para exigir um empréstimo forçado dos concelhos. Em
Portugal, lei que proíbe a mudança de estatuto de terras foreiras, rengueiras e
de cavalaria (para o rei não perder os respectivos foros quando fossem
adquiridas por privilegiados). Incompatibilizado com Afonso III de Portugal,
Gil Martins de Riba de Vizela deixa de ser mordomo-mor português
(abandonou o país para se fixar na corte do rei de Castela), passando o cargo
para D. João de Aboim (fiel cortesão de categoria inferior) — Afonso III de
Portugal apóia-se também nos seus bastardos, casando-os com as melhores
herdeiras do reino. Neste ano, sede pontifical vacante. Neste ano é concluída a
construção do mosteiro do Marmelal, pertencente à Ordem do Hospital (e
tendo como prior Afonso Peres Farinha).
1265 — Cortes de Egea: se delineia a figura de Justiça de Aragão. Tomada de
Múrcia por Jaime I, o Conquistador, de Aragão. O papa dá uma concessão a
Afonso X de Leão e Castela para financiar a cruzada: a décima parte dos
rendimentos eclesiásticos de Castela e Portugal. Em Portugal, lei que
regulamenta o pagamento das anúduvas, ou prestações em trabalho para a
reparação de muralhas e castelos. Afonso III de Portugal dota o tribunal régio
de um corpo de magistrados.
1265-1268 — Papado de Clemente IV, francês.
1266 — O alcaide de Lisboa consegue eleger para Évora o capelão da rainha,
Durando Pais. Em Portugal, lei que procura reprimir a usura. Em Santarém, um
caso referente a profanação de hóstia por um judeu. Afonso III de Portugal
promulga então uma lei considerada imparcial em relação a tais casos.
1266-1267 — Em Portugal, criação de um corpo de leis processuais que regula
os mecanismos de justiça.
1267 — Assinalam-se mercadores portugueses na feira de Lille. (16.02) Tratado
de Badajoz, demarcando a fronteira entre Portugal e Castela: o rio Guadiana a
partir da foz do Caia para o sul. Legitima definitivamente a integração do
Algarve a Portugal (é reconhecida por Afonso X de Leão e Castela a soberania
portuguesa do Algarve). (07.05) Afonso X de Leão e Castela dispensa o rei de
Portugal da obrigação de, eventualmente, lhe prestar auxílio militar com 50
homens de lança.
1267-1268 — Todos os bispos do reino de Portugal se encontram na cúria
pontifícia, apresentando um libelo de 43 artigos de acusações contra Afonso III
de Portugal.
1268 — Lei de taxas de preços e salários de Afonso X de Leão e Castela. Afonso
III de Portugal toma a cruz e obriga-se a uma expedição à Terra Santa (nunca
chegou a ir). O papa Clemente IV outorga dinheiro de cruzada a Afonso III de
Portugal, depois de obter a promessa de uma cruzada à Terra Santa. (31.07) O
papa levanta por seis meses o interdito que os bispos portugueses lançaram
sobre Portugal, permitindo ao rei receber durante algum tempo o produto de
legados pios e esmolas para a Terra Santa, para preparar sua expedição.
(Novembro) Morte do papa Clemente IV — vacância da Santa Sé até março de
1272.
1268-1282 — Pero Anes de Portel, filho de D. João de Aboim (um dos
personagens principais da corte de Afonso III de Portugal), governador de
Leiria e Sintra.
1268-1271 — Sede pontifical vacante.
1270 — Nova cunhagem de moeda em Portugal: sinal de estabilização da coroa.
Afonso III de Portugal dá a seu infante um importante senhorio, constituído
das vilas de Portalegre, Marvão, Arronches e (castelo de) Vide. Sétima Cruzada:
São Luís IX de França ataca a Tunísia muçulmana. Morte de Teobaldo II, 13o. rei
de Navarra. O bispo de Silves, D. Bartolomeu e seu cabido, declaram não
reconhecerem outro senhor senão D. Afonso III de Portugal, renunciando a
todas as doações e direitos outorgados pelos reis de Castela, mesmo que
tivessem sido confirmadas por autoridade pontifícia.
1270-1274 — Reinado (14o.) de Henrique I, de Navarra.
1270-1285 — Filipe III, rei de França.
1271 — Em seu testamento, Afonso III de Portugal deixa alguns legados para a
Terra Santa. Num diploma, manda-se suscitar a observância do direito
estabelecido de apelação da justiça administrada pelas ordens militares em
suas terras. (?) Nascimento de D. Isabel de Aragão, futura esposa do rei de
Portugal, D. Dinis.
1271-1276 — Papado de Gregório X, placentino.
1272 — Em Portugal, renovação da lei de 1261, que reprime o abuso de fidalgos
contra bens de mosteiros e igrejas. Afonso III de Portugal emite lei para
reprimir a vingança privada.
1272-1275 — Afonso III de Portugal retoma a política de concessão de cartas de
privilégios a várias feiras.
1272-1307 — Eduardo I, rei da Inglaterra.
1273 — Privilégios de Afonso X de Leão e Castela ao Honrado Concejo de la
Mesta. Morte de Ricardo de Cornualha, última tentativa de Afonso X de Leão e
Castela para convencer o papa (1275). Em bula, o papa Gregório X retoma a
questão entre os bispos e o rei.
1273-1274 — Cortes em Santarém reunidas para tratar da questão entre os
bispos e o rei Afonso III de Portugal. Durando Pais é designado um dos
"corregedores" para arbitrar as questões.
1273-1291 — Rodolfo de Habsburgo, rei alemão.
1273-1303 — Reinado (2o.) de Maomé II, de Granada.
1274 — O papa Gregório X ordena que seja pregada a cruzada também em
Portugal. Morte de Henrique I, 14o. rei de Navarra. Concílio de Lião: já se pensa
em suprimir as ordens militares especialmente os templários. Pedro Dubois,
autor do livro De recuperatione terrae sanctae, propôs que os templários fossem
obrigados a residir na Palestina, que os seus bens fossem arrendados e que suas
comendas e priorados se transformassem em escolas destinadas ao ensino das
ciências.
1274-1305 — Reinado (15o.) de Joana I, de Navarra.
1275 — Gregório emite a bula De regno Portugaliae, historiando toda a
controvérsia entre os reis e os bispos portugueses desde Afonso II de Portugal.
A partir desse ano até sua morte, Afonso III de Portugal não sai mais de Lisboa,
provavelmente por sua saúde.
1275-1315 — Ramon Llull escreve sua obra Libro de la orden de Caballeria.
1275-1277 — O breve pontificado do papa João XXI (português, 1276-1277, de
nome Pedro Julião) constituiu um intervalo no conflito entre o clero e a
nobreza lusa.
1276 — (Janeiro) Morte do papa Gregório X. (Fevereiro) Eleito o papa Inocêncio
V, que designa um franciscano (frei Nicolau Hispano) para ir a Portugal com
plenos poderes para executar a bula apostólica; retorna sem ter conseguido.
(Junho) Morte de Inocêncio V. (Julho a Agosto) Adriano V papa. (Setembro)
Pedro Hispano, português, papa João XXI, dá novos poderes ao franciscano
Nicolau Hispano para ir a Portugal. Ramon Llull funda o colégio de Miramar
para o estudo do árabe e a formação de missionário para países muçulmanos.
Morte de Jaime I, o Conquistador, 9o. rei de Aragão.
1276-1285 — Reinado (10o.) de Pedro III, o Grande, de Aragão (n. 1239), filho de
Jaime I, o Conquistador.
1276-1277 — Papado de João XXI, português (não existe João XX na lista de
papas).
1277 — (Janeiro) Sob ordens de João XXI, o franciscano Nicolau Hispano chega
a Portugal e consegue com o rei uma solene audiência, lendo a constituição de
Gregório X. (Fevereiro e Março) Vários encontros entre Nicolau Hispano e
Afonso III de Portugal, sem resultado. (Março) Bula Jucunditatis et exultationis,
onde o papa português João XXI exprime seu desejo de resolver a questão entre
os bispos e Afonso III de Portugal. (Abril e Maio) Nicolau Hispano em
Santarém, Coimbra, Porto, Braga, Guimarães, Lamego, Viseu e Guarda. (Maio)
Morte do papa João XXI. (06.10) Nicolau Hispano é chamado a outra audiência
com o rei, na presença dos infantes D. Dinis e D. Afonso, em que Afonso Peres
Farinha discursa elogiando o zelo do legado papal. Afonso III de Portugal
proíbe aos nobres, incluindo os ricos-homens, pousarem nos casais foreiros da
coroa e nos reguengos — implantação da autoridade e do poder régio.
1277-1280 — Papado de Nicolau III, romano.
1278 — (Abril) Bula do papa Nicolau III, onde o papa, nomeando um novo
arcebispo de Braga, comunica sua decisão a Afonso III, pedindo sua proteção.
Afonso III de Portugal entrega o governo do reino a seu filho D. Dinis. Já nesse
ano, num documento oficial, vem citado o “arrabi moor dos judeus”,
conseqüência da regulamentação de Afonso III de Portugal ao sistema de
rabinato.
1279 — (Janeiro) Ainda excomungado, Afonso III de Portugal manda redigir um
documento em que declara sua submissão ao papa, ordena a entrega de várias
terras à Igreja e recebe a absolvição de frei Estêvão, abade resignário de
Alcobaça. (16.02) Morte de Afonso III de Portugal: recebe exéquias litúrgicas.
(Março) O papa Nicolau III nomeia o frei franciscano Telo para uma visita a
Leão e Castela para solicitar a Afonso X, o Sábio que intervenha junto a D.
Dinis a respeitar as liberdades eclesiásticas. Tratado de D. Dinis com os judeus
de Bragança (em número de 19). Estes comprometem-se a pagar ao rei
anualmente, no mês de agosto, um tributo de 600 maravedis leoneses, além de
adquirir bens de raiz de estado pela quantia de 3.500 maravedis: 2.000
maravedis de linhas, 1.000 maravedis de terras para lavoura e 500 maravedis em
edificações.
1279-1325 — Reinado de D. Dinis, o Lavrador, de Portugal.
1280 — (Agosto) Morte do papa Nicolau III — vacância da sede pontifícia até
janeiro de 1281. D. Dinis em Trancoso: ordena uma embaixada portuguesa que
vá a Aragão: início das negociações para o casamento de D. Dinis e Isabel, filha
de Pedro III, o Grande.
1281 — Lutas entre D. Dinis I de Portugal e o irmão D. Afonso: o primeiro ataca
o segundo em Vide, por este ter decidido cercar a vila e transformá-la em
castelo (aumentando-lhe em uma torre) sem lhe pedir autorização. Em
Portugal, leis que restringem os abusos dos padroeiros sobre igrejas e
mosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dos nobres. Embaixada
aragonesa em Portugal, nas negociações do casamento de D. Dinis e Isabel de
Aragão. (Abril) Generosa carta de dotação da futura rainha (D. Isabel), com o
senhorio de três vilas e a segurança de doze castelos. O prior do Hospital, D.
Gonçalo Fagundes, dá o segundo foral a Tolosa.
1281-1285 — Papado de Martinho IV, francês.
1281-1295 — Intensificação da política de D. Dinis da prática de aforamentos
(758 aforamentos, a uma média de 54 por ano).
1282 — (Fevereiro) Em Barcelona, casamento por procuração, entre D. Dinis de
Portugal e Isabel de Aragão. (Fevereiro) Acordo de Estremoz entre D. Dinis e o
infante D. Afonso a respeito da questão de Vide (1281). (Abril) Cortes de Évora:
é apresentado um texto final entre D. Dinis e os bispos, mandado ao papa
Martinho IV (a resposta veio em 1284). (Junho) D. Dinis em Trancoso:
celebração do casamento com D. Isabel de Aragão. (04.08) D. Dinis subscreve
um diploma na Guarda. (Outubro) D. Dinis e D. Isabel em Coimbra: A corte
permanece nessa cidade até o fim do ano. Guerra civil castelhana: insurreição
de um irmandade geral em apoio a Sancho IV contra seu pai Afonso X, o Sábio,
de Leão e Castela (D. Dinis de Portugal apóia o príncipe Sancho). A sublevação
da Sicília contra Anjou coloca a ilha em mãos de Pedro III, o Grande, de Aragão
— "Vésperas Sicilianas" — os angevinos são expulsos. Em Portugal, proteção a
empresários que se consagraram à exploração de minas de ferro e de mercúrio
(azougue). Pero Anes de Portel, governador de Trás-os-Montes.
1282-1290 — Período de maior concessão de forais, política de D. Dinis. A maior
parte beneficiava povoações transmontanas, com fraca densidade demográfica.
1283 — Criação do Consulado de Comércio de Valência. Pedro III, o Grande, de
Aragão, concede à União Aragonesa seu Privilégio Geral. Nascem as cortes de
Valência. Morte de Durando Pais, ex-chanceler da rainha e bispo de Évora.
(Novembro-dezembro) Cortes de Coimbra. (Dezembro) Inquirição em Silvade,
na Terra de Santa Maria.
1284 — O papa Martinho IV envia resposta a D. Dinis sobre as questões dos
bispos, com exigências de emendas. (Fevereiro) D. Dinis manda fazer
inquirições: cadastro geral no julgado de Gaia e na Terra de Santa Maria,
prolongando-se até agosto de 1284. Início da indústria têxtil em Barcelona.
Afonso III de Aragão apóia os infantes de La Cerda. Sancho (IV de Leão e
Castela) obtém a aliança de Filipe IV de França. Morte de Afonso X, o Sábio, de
Leão e Castela, no meio de grave conflito com seu filho, Sancho IV. Nomeia D.
Beatriz sua testamenteira, deixando-lhe o antigo reino de Niebla. Sancho IV
autoproclama-se rei, é coroado em Toledo e impõe sua autoridade sobre
Castela.
1284-1295 — Período de maior concessão de cartas de privilégio de feiras
francas, política de D. Dinis I de Portugal. Privilegiou-se os lugares perto das
fronteiras galega, leonesa e castelhana, junto às vias de penetração e de
circulação no interior, como o Douro e a estrada da Beira. Reinado de Sancho
IV, de Castela, filho de Afonso X, o Sábio.
1285 — Sublevação em Barcelona encabeçada por Berengário Oller. Morte de
Pedro III, o Grande, 10o. rei de Aragão. (Junho) Cortes de Lisboa: os bispos
escrevem ao papa Honório IV fazendo acusações a D. Dinis. Os nobres
protestam contra a quebra de imunidades senhoriais, face à ofensiva da
administração central nas inquirições iniciadas em 1284. Domingos Anes Jardo,
chanceler favorável a D. Dinis, para Évora. Em Portugal, definição da taxação
dos tabelionatos. Nascimento de Fernando IV de Castela, filho de Sancho IV de
Castela. (?) Nascimento de D. Pedro, filho bastardo do rei D. Dinis e autor do
Livro de Linhagens e da Crônica Geral de Espanha de 1344.
1285-1287 — Papado de Honório IV, romano.
1285-1291 — Reinado (11o.) de Afonso III de Aragão (filho de Pedro III, o Grande,
de Aragão).
1285-1312 — Fernando IV, o Aprazado, rei de Castela e Leão.
1285-1314 — Filipe IV, o Belo, rei de França.
1286 — Lei de desamortização de D. Dinis (favoreciam a coroa e os nobres,
prejudicados pela excessiva acumulação de bens fundiários pelo clero). Álvaro
Nunes de Lara se revolta abertamente contra seu senhor, Sancho IV de Castela,
assolando com seu bando povoações castelhanas junto à fronteira portuguesa
(Beira e Trás-os-Montes) — o infante D. Afonso apóia Álvaro Nunes de Lara,
um dos motivos de sua contenda com D. Dinis. Um dos combates se deu em
Alfaiates (ainda pertencente ao rei de Leão). Nele morreram dois cavaleiros
portugueses irmãos do mordomo do infante D. Afonso. Pero Anes de Portel,
governador de Panóias.
1287 — A "Lide dos Alfaiates": luta dos concelhos contra os nobres revoltosos.
Morte do papa Honório IV. D. Isabel recebe Sintra como arra de seu rei, D.
Dinis. (Outubro e Novembro) D. Dinis associa-se a Sancho IV de Castela para
cercar o infante português D. Afonso em Aroches. (Dezembro) o infante D.
Afonso, submetido a D. Dinis e Sancho IV de Castela, celebra a paz de Badajoz.
Inquirição sobre a herança da fortuna da família de Souza, a mais poderosa
representante da nobreza tradicional portuguesa (os herdeiros do conde
Gonçalo Garcia de Souza).
1288 — Sancho IV assegura o poder real definitivamente em Leão e Castela. O
tratado assinado em Lyon estabelece por dois séculos as linhas gerais da
política externa castelhana. A aliança com a França será seu ponto forte.
(Fevereiro) Eleito novo papa, Nicolau IV: as negociações sobre as questões dos
bispos recomeçam em Roma, com a presença destes. (17.09) Na bula papal
Pastoralis officii, Nicolau IV, respondendo a um pedido dos freires portugueses
da Ordem de Santiago, permite-lhes eleger provincial próprio, independente do
mestre da Hispânia. (?) Início das negociações para a fundação de uma
universidade em Portugal. (Junho) Cortes de Guimarães: D. Dinis I de Portugal,
numa posição de força após a submissão do infante D. Afonso (1287), responde
aos protestos dos nobres prometendo designar uma comissão para averiguar a
legitimidade das honras criadas desde o tempo de Afonso II. (Setembro)
Sentença sobre o destino dos bens da família de Souza: o rei se arroga no
direito de interferir na sucessão do patrimônio senhorial — afirmação do poder
régio.
1288-1292 — Papado de Nicolau IV, de Ascoli.
1289 — Concordata de D. Dinis com a Santa Sé para pôr fim às querelas entre o
clero português e a nobreza: texto com 40 artigos aprovados pelo papa em 07
de março. Domingos Anes Jardo, chanceler favorável a D. Dinis, de Évora para
Lisboa. D. Dinis I de Portugal auxilia Sancho IV de Castela na guerra contra
Afonso III de Aragão, apesar deste ser seu cunhado. D. Dinis doa a seu filho D.
Pedro (futuro conde de Barcelos, autor do Livro de Linhagens e da Crônica
Geral de Espanha de 1344) bens em Lisboa, Estremoz, Évora-Monte, para ele e
sua descendência legítima (caso não tivesse descendentes, os bens deveriam
reverter para seu irmão Afonso Sanchez, outro bastardo).
1289-1313 — D. Dinis I de Portugal sustenta graves questões com o bispo D. Egas
de Viseu, levando este a escrever a obra De libertate Ecclesiae.
1290 — Os judeus são expulsos da Inglaterra pelo rei Eduardo I (1272-1307). O
papa Nicolau IV (de Ascoli, 1288-1292) confirma o Estudo Geral de Lisboa,
fundado por D. Dinis I de Portugal. Concordata de 1289: suspensão do longo
interdito a que o reino estava sujeito desde 1267. (01.03) Fundação da
Universidade de Lisboa por D. Dinis I de Portugal. Em Portugal, proteção a
empresários que se consagraram à exploração do ouro. (05.11) Provisão régia:
sentença judicial sobre o resultado das inquirições de 1288, reprimindo a
extensão e a multiplicação de honras de senhores.
1291 — Queda de Acre na Terra Santa; o papa Nicolau IV manda que os clérigos
portugueses celebrem concílios provinciais para deliberarem sobre o auxílio a
enviar à Terra Santa. (Fevereiro) Nascimento de Afonso, futuro Afonso IV de
Portugal, 7o. rei, filho de D. Dinis I de Portugal e da rainha Santa Isabel. 2a. lei
de desamortização de D. Dinis (a 1a. em 1286). (Março) Cortes de Coimbra: lei
sobre heranças; novos protestos dos nobres diante da afirmação do poder régio.
D. Dinis promulga a lei que proíbe as ordens militares de herdarem bens dos
seus professos e de lhes comprarem propriedades fundiárias ou os receberem
em doação, alegando justamente que as terras dos fidalgos estavam "minguadas
e mui pobres". (Setembro) D. Dinis encontra-se com Sancho IV de Castela em
Cidade Rodrigo para combinar o casamento de sua filha Constança com
Fernando, príncipe herdeiro de Castela. Morte de Afonso III, 11o. rei de Aragão.
1291-1327 — Reinado (12o.) de Jaime II de Aragão, irmão de Afonso III e filho de
Pedro III, o Grande.
1292 — Sancho IV de Leão e Castela conquista Tarifa. Concordata (05 artigos)
respondendo a queixas dos bispos do Porto, da Guarda, de Lamego e de Viseu
contra o rei D. Dinis. 3a. lei de desamortização de D. Dinis (1a. em 1286, 2a. em
1291).
1292-1294 — Sede pontifical vacante.
1292-1298 — Adolfo de Nassau, rei alemão.
1293 — É criada uma bolsa de mercadores em Portugal, com entrepostos na
Flandres, Inglaterra, Normandia, Bretanha e La Rochelle. Liberdade de
comércio entre Portugal e Inglaterra. Esmorecimento da aliança luso-
castelhana (D. Dinis e Sancho IV): o rei português protege D. João Nunes de
Lara nas suas desavenças com Sancho IV e quando este decide romper o acordo
acerca do futuro casamento de seu filho, prometendo desposá-lo com uma filha
do rei Filipe, o Belo, de França.
1294 — Papado de São Celestino V, dos Abruzzos. O papa Celestino V confirma
a bula de 1288 do papa Nicolau IV que concede aos freires portugueses da
Ordem de Santiago a eleição independente do mestre da Hispânia (ela foi
revogada pouco depois pelo mesmo pontífice e por Bonifácio VIII).
1294-1303 — Papado de Bonifácio VIII, de Anagni.
1294-1313 — João Martins de Soalhães, chanceler favorável a D. Dinis, em
Lisboa.
1295 — Em Portugal, fundação do mosteiro de monjas cistercienses de
Odivelas, protegido por D. Dinis. Martim Pires de Oliveira, chanceler favorável
a D. Dinis, para Braga. (Abril) Morte de Sancho IV de Castela: disputa política
entre Fernando IV (de apenas 9 anos), os infantes Henrique (irmão de Afonso
X, o Sábio), João (irmão de Sancho IV), Afonso e Fernando de la Cerda. D. Dinis
apóia o infante D. João. (20.07) Bula Ab antiquis retro, do papa Bonifácio VIII:
revoga a concessão do papa Nicolau IV (de 1288) e os freires de Santiago voltam
à sujeição do mestre de Castela (até 1314). (Outubro) Compromisso firmado
entre D. Dinis e o novo tutor de Fernando IV, D. Henrique: D. Dinis se
compromete a entregar as povoações de Moura, Serpa, Arouche e Aracena,
demarcar a fronteira luso-castelhana em litígio e renovar a promessa de
casamento de Fernando IV com D. Constança. Carta de D. Dinis a favor dos
judeus de Lisboa.
1295-1303 — D. Judá, rabino-mor de Portugal e ministro das finanças de D.
Dinis.
1295-1312 — Reinado (8o.) de Fernando IV de Castela, filho de Sancho IV de
Castela.
1296 — (Janeiro) Em Aragão, renovam-se as tentativas para retirar o trono a
Fernando IV: os infantes D. João e D. Afonso de la Cerda partilham o reino
entre si (Leão, Galiza e Astúrias ao primeiro e Castela e Andaluzia ao segundo).
(Abril) Os dois infantes são aclamados reis, em Leão e Sahagún. Aragão ocupa
Múrcia e Alicante. (Setembro e Outubro) D. Dinis auxilia o infante D. João com
centenas de cavaleiros: com Afonso de la Cerda marcham de Salamanca sobre
Tordesilhas e Simancas para conquistar Valhadolid. D. Dinis se retira para a
Beira. Constituição da "Irmandade da Marinha de Castela com Vitoria", ou
"Irmandade das Marinhas". Pedro Martins, chanceler favorável a D. Dinis, para
Coimbra. Generalização da adoção da língua vulgar nos documentos oficiais da
chancelaria portuguesa.
1296-1317 — Política de D. Dinis de aforamentos (532, a uma média de 25 por
ano).
1297 — (Setembro) Tratado de Alcanises: é atribuído a Portugal Sabugal,
Castelo Rodrigo e Almeida (questão de Ribacoa). Portugal desiste de Aroche e
Aracena, além de Valência, Ferreira, Esparregal e Aiamonte. D. Dinis
compromete-se a ajudar Castela com 300 cavaleiros sob o comando de João
Afonso de Albuquerque. Este tratado fixou a demarcação entre Portugal e
Castela — é considerada a linha de fronteira mais estável da Europa. É acertado
o casamento de Fernando IV de Castela e sua irmã, D. Beatriz, com D.
Constança de Portugal e seu irmão, o infante D. Afonso. Em Portugal, leis que
restringem os abusos dos padroeiros sobre igrejas e mosteiros, favorecendo o
clero contra extorsões dos nobres.
1298 — Início da construção da catedral de Barcelona. (Fevereiro) Cortes de
Valhadolid: as hermandades de vários concelhos castelhanos pedem o auxílio
de D. Dinis para combater o infante D. João e os nobres que o apoiavam. (Maio)
Nomeação do primeiro conde territorial português, João Afonso de
Albuquerque, conde de Barcelos. (Julho) D. Dinis dirige-se com suas tropas a
Castela, encontrando-se em Toro e em Mota del Marqués com o infante D.
Henrique. Propôs a D. Maria de Molina que reconhecesse D. João como rei de
Galiza: a rainha recusou. (Agosto e Setembro) D. Dinis permanece no Sabugal,
aguardando o evoluir dos acontecimentos castelhanos. D. Judá, rabino-mor de
Portugal e ministro das finanças de D. Dinis, empresta 6.000 libras a D.
Raimundo de Cardona, para a compra da cidade de Mourão.
1298-1302 — A política externa de Portugal é dominada pelas relações com
Castela.
1298-1308 — Alberto I, rei alemão.
1298-1347 — Início da construção das catedrais de Barcelona, Gerona, Huesca,
Saragoça, Palma de Mallorca e Tortosa.
1299 — Terceira revolta do infante D. Afonso, que desta vez foi cercado em
Portalegre (entre maio e outubro), com a ajuda das ordens militares de Avis e
do Templo. Como em 1281 e 1287, o resultado foi a submissão do infante e a
troca de seus senhorios por outros do interior: recebeu Ourém em vez de
Marvão e Sintra em vez de Portalegre.
1300 — (aprox.) Las Siete Partidas adquirem sua forma definitiva. (Março) D.
Dinis volta a encontrar-se em Cidade Rodrigo com os soberanos de Castela para
repartir os custos das bulas que era necessário obter em Roma para a
legitimação de Fernando IV de Castela. (Julho) Acordo de Lisboa sobre a
terceira revolta do infante D. Afonso (1299).
1300-1314 — Geraldo Domingues, chanceler favorável a D. Dinis, para o Porto.
1301 — Fernando IV de Castela atinge a maioridade. Em Portugal, proteção a
empresários que se consagraram à exploração de sulfatos de alumínio e sódio
ou potássio (pedra-ume). D. Dinis manda recomeçar as inquirições em quase
todo o Minho e em parte da Beira. D. Dinis doa a seu filho bastardo D. Pedro
(futuro conde de Barcelos) bens em Sintra.
1302 — (Janeiro) Fernando IV de Castela celebra bodas de casamento com D.
Constança de Portugal. Fernando IV de Castela passa a ter o apoio efetivo de
seu sogro, D. Dinis. Tratado de Caltabellota: reconhecimento do império
mediterrâneo da coroa de Aragão. Obras dos castelos de Monsanto e Sabugal,
dirigidas por um monge cisterciense. Uma inquirição deste ano diz que “havia
50 annos e mais”, naquela data, que Arouche estava conquistada e que Afonso
Peres Farinha — prior do Hospital em Portugal — residira em Moura.
1303 — (Abril?) D. Dinis encontra-se com Fernando IV de Castela, a seu pedido,
em Badajoz, obtendo um empréstimo monetário de 1 milhão de maravedis,
ficando os rendimentos da cidade de Badajoz como penhor de seu pagamento.
D. Dinis ainda obriga-se a ajudá-lo militarmente na guerra contra seus
opositores. Cortes de Coimbra: lei sobre os tabeliães e os selos dos concelhos —
inovação de grande importância, atribuindo à coroa um instrumento de
controle burocrático dos concelhos. D. Dinis manda recomeçar as inquirições
de novo no Minho (a outra de 1301) e em Trás-os-Montes. D. Dinis doa a seu
filho bastardo D. Pedro (futuro conde de Barcelos) bens em Tavira.
1303-1304 — Papado de Bento XI, de Treviso.
1303-1309 — Reinado (3o.) de Maomé III, de Granada.
1304 — D. Guedelha, judeu filho de D. Judá, já ocupa o cargo de rabino-mor de
Portugal. Estêvão Anes Brochado, chanceler favorável a D. Dinis, para Coimbra.
(Junho) Fernando IV de Castela declara aceitar a arbitragem portuguesa para as
questões pendentes entre Castela e Aragão. (Julho) D. Dinis dirige-se à
fronteira castelhano-aragonesa à frente de uma solene comitiva de mais de 1000
nobres. (Agosto) Tratado de Agreda: os três reis (Portugal, Aragão e Castela)
encontram-se em Torrellas, entre Agreda e Tarazona, onde D. Dinis pronuncia
sua sentença acerca das questões de litígio. É estabelecida uma aliança
perpétua entre os três reinos.
1305 — 4a. lei de desamortização de D. Dinis (1a. em 1286, 2a. em 1291, 3a. em
1292). Publicação do regimento dos tabelionatos em Portugal. (Maio) Lei que
proíbe os nobres de armarem cavaleiros os vilãos dos concelhos, declarando
que só o rei podia exercer este privilégio. Morte de Joana I, 15a. rainha de
Navarra.
1305-1306 — (?) Entre esses anos, casamento de D. Pedro (filho bastardo do rei
D. Dinis, futuro conde de Barcelos e autor do Livro de Linhagens e da Crônica
Geral de 1344) com D. Branca Peres, filha de Pero Anes de Portel, governador de
Sintra e Leiria (1268-1282), Trás-os-Montes (1282) e Panóias (1286).
1305-1314 — Papado de Clemente V, francês.
1305-1316 — Reinado (16o.) de Luís Hutfn, de Navarra.
1306 — Clemente V ordena que se reúna um concílio na Espanha para julgar o
procedimento dos templários ibéricos. Reuniu-se em Salamanca, assistindo o
arcebispo de Santiago, e mais onze bispos, entre eles o de Lisboa, D. João de
Soalhães. Nada se apurou contra a Ordem do Templo. D. Dinis doa a terra de
Gestaçô com seus termos e jurisdições a seu filho bastardo D. Pedro (futuro
conde de Barcelos).
1307 — Novas inquirições em Portugal (de novo no Minho, Trás-os-Montes e na
Beira): novos protestos dos nobres, O rei confia o exame dos resultados a uma
junta de cinco membros, presidida pelo arcebispo de Braga, o cortesão Martim
Pires de Oliveira: os resultados foram confirmados. Os nobres reclamaram de
novo; foi designado o bispo franciscano do Porto, frei Estêvão Miguéis, que
também aprova o resultado. Em Portugal, leis que restringem os abusos dos
padroeiros sobre igrejas e mosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dos
nobres. D. Constança, esposa de Fernando IV de Castela e filha de D. Dinis,
pede pessoalmente ao pai um novo empréstimo ao marido. D. Dinis tem uma
árdua contenda com o bispo de Tui, cuja diocese ia até o Lima, porque não
admitia que os clérigos desta parte do território português mandassem redigir
os seus documentos aos notários daquela cidade. (?) Nomeação do primeiro
almirante português conhecido, Nuno Fernando Cogominho (até 1317). O papa
Clemente V ordena que se realize na Hispânia um concílio que averiguasse as
responsabilidades efetivas dos templários na Península, face ao processo
movido por Filipe, o Belo. Os padres, reunidos em Salamanca, entre eles o
bispo de Lisboa, concluíram pela inocência. (04.2) Carta do rei da Inglaterra
Eduardo I, escrita aos reis de Portugal, Castela, Sicília e Aragão, sobre as
acusações que se faziam aos templários, pede que sejam tratados com favor.
(13.10) Prisão dos templários na França. O conde D. Pedro, filho bastardo do rei
D. Dinis, torna-se mordomo da infanta D. Brites, esposada mas ainda não
casada com o infante D. Afonso.
1307-1327 — Eduardo II, rei da Inglaterra.
1307-1336 — D. Estêvão Vasques Pimentel, prior da Ordem do Hospital em
Portugal, conselheiro de D. Dinis.
1308 — Tratado de comércio entre Portugal (D. Dinis) e Inglaterra (Eduardo II).
(26.02) O papa Clemente concede autorização a D. Dinis para transferir a
universidade de Alfama (Lisboa) para Coimbra, que ocorre em 1309. D. Dinis e
Fernando IV de Castela estabelecem um pacto de defender e conservar os bens
dos templários contra qualquer decisão em contrário, mesma vinda do papa (os
templários tinham começado a ser atacados por Filipe, o Belo, desde 1307). O
rei de Aragão associou-se mais tarde a esse acordo. Política de criar coutos de
homiziados (indivíduos fugitivos da justiça): instituição do de Noudar. Apesar
da decisão do concílio de Salamanca (1307) sobre os templários, o papa ordena
o seqüestro de seus bens (alguns eclesiásticos, como os Cônegos Regrantes de
Santa Cruz e o bispo da Guarda quiseram apoderar-se deles). O rei português
não consentiu. Instala-se então um processo judicial para os incorporar na
coroa.
1308-1313 — Henrique VII, rei alemão.
1309 — Concordata (22 artigos) para resolver divergências entre o bispo e o
cabido de Lisboa. 5a. lei de desamortização de D. Dinis (1a. em 1286, 2a. em
1291, 3a. em 1292, 4a. em 1305). D. Constança pede novamente ao pai (D. Dinis)
um empréstimo ao marido, Fernando IV de Castela, por ocasião da guerra com
Granada, que levou ao cerco de Algeciras e à conquista de Gibraltar. D. Dinis
colaborou com a campanha de Fernando IV de Castela, com 700 cavaleiros
comandados por D. Martim Gil de Souza. Casamento do infante D. Afonso (IV)
de Portugal com a infanta D. Beatriz, irmã de Fernando IV de Castela. O baixo
clero de Lisboa dirige-se a Roma com longas reclamações contra D. Dinis,
especialmente pelo florescimento da judiaria em Lisboa e a presença de judeus
influentes na corte portuguesa. É sagrado bispo do Porto (30o.) frei Estêvão,
franciscano. O papado se estabelece em Avignon.
1309-1312 — Reinado (4o.) de Nazar, de Granada.
1310 — Concessão coletiva de Filipe, o Belo, de França, faz aos mercadores
portugueses de Harfleur (expansão do comércio luso). (21.01) É fechado um
pacto entre D. Dinis e seu genro, Fernando de Castela: para o caso de ser
abolida a Ordem do Templo, os dois reis se obrigam a defender e conservar os
bens templários em seus reinos. Clemente V determina que se reúna novo
concílio para averiguar o procedimento dos templários ibéricos. Dois concílios
são realizados. Locais Medina del Campo e Salamanca (neste com a presença
do bispo de Lisboa, D. João, e do bispo da Guarda, D. Vasco). É reconhecida a
inocência dos templários. O processo judicial (1307) para tratar da incorporação
dos bens templários à coroa portuguesa decide favoravelmente a D. Dinis.
Concílio de Medina del Campo e, a seguir, em Salamanca (neste, com a
presença dos prelados portugueses) para tratar dos bens templários na
Península. Nascimento de Afonso XI de Castela, filho de Fernando IV de
Castela. 54 cavaleiros templários são queimados à porta da Igreja de Santo
Antônio, em Paris.
1310-1313 — D. Dinis sustenta graves questões com o frei franciscano Estêvão
Miguéis do Porto.
1311 — Em Portugal, leis que restringem os abusos dos padroeiros sobre igrejas
e mosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dos nobres.
1312 — Bula Vox in excelso: supressão dos templários no Concílio de Viena, com
a presença de Filipe, o Belo e o papa Clemente V (além de quatro bispos
portugueses): o papa exclui da decisão os bens templários que se situavam na
Hispânia. (Janeiro) O tribunal régio decide a respeito dos herdeiros de João
Afonso de Albuquerque: seus genros, o bastardo régio Afonso Sanches e o
alferes-mor, Martim Gil de Souza. Martim Gil herdou o título de conde de
Barcelos, mas Afonso Sanches ficou com a maior parte da fortuna (o senhorio e
o castelo de Albuquerque). (02.05) Bula Ad providam: Clemente V confere os
bens templários à Ordem do Hospital, exceto os situados nos reinos de Castela,
Aragão, Portugal e Maiorca. O irmão bastardo da rainha Santa Isabel de
Portugal, D. João de Aragão, dirigiu uma embaixada à corte de D. Dinis para
propor o casamento de D. Violante, filha de Jaime II, na casa real portuguesa,
além de tentar resolver questões de fronteira entre Portugal e Castela.
(Setembro) Morte de Fernando IV de Castela - menoridade de Afonso IX.
(Novembro) Ofendido com a decisão do tribunal régio (ver acima), Martim Gil
exilou-se em Castela, morrendo neste mês.
1312-1325 — Reinado (5o.) de Ismail I, de Granada.
1312-1350 — Reinado (9o.) de Afonso XI, o Bom de Castela, filho de Fernando IV
de Castela. Afonso XI de Castela protege a comunidade judaica: faz de Don José
De Écija seu ministro de finanças e Samuel ibn Wakar seu médico (foram mais
tarde acusados de intriga e morreram na prisão).
1313-1322 — Estêvão Miguéis, agora frei de Lisboa, continua a sustentar graves
questões com D. Dinis.
1314 — Conflitos entre D. Dinis e o filho, futuro D. Afonso IV, agravados pela
guerra civil entre 1320-1324. Geraldo Domingues, chanceler do Porto designado
para Évora, favorável a D. Dinis. (Outubro) Reunião das delegações portuguesa
e castelhana para demarcar a fronteira na zona de Moura e Noudar. É eleito um
mestre português para a Ordem de Santiago independente do mestre da
Hispânia, apesar de bula contrária do papa Bonifácio VIII. O bastardo régio D.
Pedro é feito conde de Barcelos por seu pai, o rei D. Dinis — o único título de
conde que havia em Portugal — e doava-lhe a vila de Barcelos. D. Dinis
confirma uma doação que lhe fizera D. João Soares, da Ordem do Templo.
Cinqüenta e quatro templários franceses são queimados em Paris.
1314-1316 — Sede pontifícia vacante. Luís X, rei de França.
1314-1347 — Luís IV de Baviera, rei alemão.
1315 — A partir desse ano o infante D. Afonso (futuro Afonso IV de Portugal)
incompatibiliza-se com o pai, D. Dinis, por razões relacionadas com o
valimento na corte de seus meios-irmãos Afonso Sanches, João Afonso e Fernão
Sanches. O mestre português eleito para a Ordem de Santiago é excomungado
pelo mestre castelhano da Hispânia. Os nobres portugueses solicitam a
designação de um cavaleiro para os representarem junto ao processo sobre o
resultado das inquirições de 1307, que continua se arrastando no tribunal da
corte. D. Diogo Muniz, mestre da Ordem de Santiago, publicou excomunhão
contra os freires de Portugal, a qual foi passada em nome do arcebispo de
Toledo, do bispo de Salamanca e do deão de Lugo; mas Lourenço Anes resistiu
sempre, opondo processos dilatórios. Antes desse ano, morte de Pero Anes de
Portel, governador de Leiria e Sintra (1268-1282), Trás-os-Montes (1282) e
Panóias (1286).
1316 — A decisão de manter os freires portugueses da Ordem de Santiago
sujeitos a Castela (mestre da Hispânia) é confirmada pelo papa João XXII. O
tribunal da corte repete mais uma vez a sentença anterior: o rei continua então
a encarregar seus delegados de exigirem os direitos régios nas honras devassas.
Raimundo de Cordona, testamenteiro de Martil Gil de Sousa (conde de
Barcelos exilado em Castela em 1312) também se exila em Castela. O papa João
XXII encarrega o arcebispo de Compostela de reconciliar D. Dinis e o infante D.
Afonso. Dissensões entre D. Dinis e os dois bispos do Porto e Lisboa, Fernando
Ramires e seu tio frei Estêvão Miguéis, entretanto transferido do Porto para a
capital. Morte de Luís Hufn, 16o. rei de Navarra.
1316-1322 — Filipe V, rei de França. Reinado (17o.) de Filipe, de Navarra.
1316-1334 — Papado de João XXII, de Cahors.
1317 — O genovês Manuel Pessanha é nomeado almirante da frota real
portuguesa, em substituição ao primeiro almirante, Nuno Fernando
Cogominho. Concessão de bens e privilégios que D. Dinis oferece a Manuel
Pessanha. Em Portugal, leis que restringem os abusos dos padroeiros sobre
igrejas e mosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dos nobres. (17.04)
Bula Inter caetera: O papa João XXII confirma a decisão de manter os freires
portugueses da Ordem de Santiago sujeitos ao mestre da Hispânia (Castela). O
rei apóia as reclamações do concelho do Porto contra seu bispo, Fernando
Ramires, e neste ano dá sentença contra ele. O partido senhorial consegue
como aliado o bastardo régio D. Pedro, apesar deste ter sido feito conde de
Barcelos (1314) e alferes-mor (1317). O conde de Barcelos D. Pedro encontra-se
no concelho da Feira, encarregado de proceder a uma das inquirições
particulares que o rei D. Dinis fez seguir às inquirições gerais de 1290. O
bastardo régio D. Pedro, conde de Barcelos, chefia um combate contra os
partidários do também bastardo Afonso Sanches, derrotando-os. Cai assim na
ira régia e exila-se em Castela. O bispo de Évora é encarregado de excomungar
os adversários do rei no seio da nobreza.
1318 — D. Dinis envia embaixada à Santa Sé (de que fazia parte o genovês
almirante Manuel Pessanha) para defender a sua causa dos cavaleiros
portugueses da Ordem de Santiago. Uma embaixada é enviada à Santa Sé para
tratar da criação da Ordem de Cristo em Portugal. Agrava-se as dissensões
entre D. Dinis e os bispos do Porto e Lisboa, iniciadas em 1316. O rei condena à
morte dois familiares do primeiro e manda seu mordomo Vasco Pereira ocupar
as torres e o palácio do segundo. Ambos deixam o reino e se refugiam em
Avinhão.
1319 — Bulas de João XXII Olim felicis (27.02) e Tunc digne (01.07): separação
entre a Ordem de Santiago de Portugal e de Castela. Bulas papais Ad ea ex
quibus (de 14.03) e Desiderantes ab intimus (de 15.03): criação da Ordem Militar
de Cristo em Portugal por D. Dinis, pelo papa João XXII (de Cahors, 1316-1334):
os bens templários em terras portuguesas passam a essa ordem; atribui-lhe a
regra de Calatrava, sujeitando-a à jurisdição espiritual do abade de Alcobaça e
colocando a sua sede em Castro Marim — o rei português seguia assim o
exemplo do de Aragão, que com o patrimônio dos templários valencianos,
criou a Ordem de Montesa, embora entregasse o restante do patrimônio
aragonês à Ordem do Hospital (o rei de Castela incorporou a maioria dos
domínios dos extintos cavaleiros do Templo). Martinho, médico de D. Dinis,
designado para a chancelaria da Guarda. D. Afonso, herdeiro do trono de
Portugal exige que lhe seja entregue a justiça do reino, apoiado nos nobres que
se sentiam prejudicados pelas inquirições. (Maio) Encontro do herdeiro D.
Afonso com a rainha D. Maria de Molina de Castela para conseguir apoio
contra D. Dinis. Concessão de bens e privilégios que D. Dinis oferece a Manuel
Pessanha. Após o envio da embaixada à Santa Sé (1318), D. Dinis consegue que
o papa nomeie como juízes apostólicos na causa dos cavaleiros portugueses da
Ordem de Santiago os arcebispos de Braga e de Compostela. A independência
da província portuguesa face ao mestre da Hispânia tornou-se fato consumado
(apesar de Roma nunca ter confirmado). (Novembro) É eleito o primeiro
mestre da Ordem de Cristo.
1319-1324 — Guerra civil: revolta do infante D. Afonso (futuro Afonso IV) que
atribuía a D. Dinis a intenção de o preterir na sucessão do trono por um irmão
bastardo, D. Afonso Sanches. De um lado, D. Afonso e sua mãe, a rainha Santa
Isabel, além de um punhado de grandes senhores e muitos filhos segundos,
além dos bispos do Porto e de Lisboa (Norte e Centro do reino). Do outro, o
sexagenário rei D. Dinis com os filhos bastardos Afonso Sanches, João Afonso e
Fernão Sanches, os oficiais da corte, alguns nobres de segunda, o bispo de
Évora, o deão do Porto e, importantíssimos aliados, os mestres das ordens
militares (sul do reino).
1320 — (08.04) Nascimento em Coimbra do infante D. Pedro (futuro Pedro I de
Portugal). (23.05) Através da bula Apostolice Sedis, o papa João XXII dá uma
concessão a D. Dinis por três anos do dízimo de todas as rendas eclesiásticas do
reino — exceto as do Hospital — para financiar uma armada de galés destinada
a guerrear os mouros durante igual período (guerra com Granada). (01.07) D.
Dinis acusa seu filho D. Afonso publicamente de revolta num manifesto.
(Setembro) D. Dinis consegue com o papa João XXII bula que condena todos
aqueles que incitassem o infante à revolta. (?) D. Dinis envia à cúria pontifícia o
almirante Manuel Pessanha e o deão do porto, D. Gonçalo Gonçalves de Pereira
(futuro bispo de Lisboa e arcebispo de Braga) a fim de solicitarem ao papa,
entre outras coisas, auxílio financeiro para a guerra contra os mouros.
1320-1321 — Todas as igrejas do reino de Portugal são taxadas.
1321 — Morte da rainha D. Maria de Molina de Castela. (05.03) Assassinato do
bispo de Évora pelos partidários do infante. Ordem régia para o meirinho-mor
de Aquém-Mouro reprimir os abusos praticados nas honras novas e na periferia
das honras antigas. O infante D. Afonso ocupa a cidade de Leiria, por traição
do copeiro do rei, cujos bens foram depois confiscados.
(Abril?) Conquista da alcaçóva de Santarém pelo infante D. Afonso. (Maio?)
Reconquista da alcaçóva de Santarém por D. Dinis. (15.05) D. Dinis manda ler
em Lisboa um segundo manifesto acusatório contra seu filho. Mensagem de D.
Dinis a Aragão. (11.06) São aprovados os primeiros estatutos da Ordem de
Cristo (a ordem possuía 69 cavaleiros armados e montados, 9 clérigos e 6
sargentos, num total de 84 freires). (Julho) Mensagem da rainha D. Isabel e do
infante D. Afonso a Aragão. (Julho?) Desterro da rainha D. Isabel para
Alenquer. (Setembro) Mensagem da rainha D. Isabel a Aragão. (Verão e
Outono) Marcha do infante D. Afonso sobre Lisboa. (Setembro a Dezembro)
Missão do legado aragonês, D. frei Sancho, meio-irmão da rainha D. Isabel.
(17.12) D. Dinis apresenta o terceiro manifesto contra o filho (o infante D.
Afonso), ainda em Lisboa. Em resposta, D. Afonso apodera-se de Coimbra,
ainda neste mês. Inquirição dirigida à região de Lamego. Em Portugal,
proibição de se constituírem novas honras.
1322 — A nova frota portuguesa comandada por Manuel Pessanha passa o
estreito de Gibraltar e ataca as costas de Marrocos e de Granada. (Janeiro) O
infante D. Afonso entra em Montemor-o-Velho, avança para o norte, ocupa os
castelos da Feira e de Vila Nova de Gaia e o Porto. Ainda nesse mês, D. Dinis
reconquista Leiria. (Fevereiro e Março) O infante D. Afonso ataca Guimarães,
onde tinha se refugiado o meirinho-mor do rei, Men Rodrigues de Vasconcelos,
que dirigiu a defesa da cidade. Carta do papa à rainha D. Isabel. (Março) D.
Dinis toma Leiria, castigando com a maior severidade alguns de seus
habitantes; avança até Coimbra. O infante D. Afonso abandona o cerco de
Guimarães para socorrer Coimbra. A rainha Santa Isabel toma a iniciativa das
conversações de paz, com a ajuda do conde D. Pedro de Barcelos (filho bastardo
do rei), regressado do exílio em Castela. Novas cartas do papa ao rei e à rainha
de Portugal. (01 a 10.05) O rei se estabelece em Leiria, o infante D. Afonso em
Pombal. Chegam a um acordo: D. Afonso recebe o senhorio das povoações que
tinha ocupado (Coimbra, Montemor, Feira, Gaia e Porto), mas o faz por
homenagem ao rei. (Maio a Julho) Embaixada do legado do papa. (Junho) D.
Dinis, com 61 anos de idade e gravemente enfermo, faz seu segundo
testamento. (Junho) De volta da expedição guerreira ao Marrocos e Granada,
Manuel Pessanha recebe galardão pelo feito. Inquirição sobre o padroado da
igreja de Valença. Proteção ao clero minhoto contra os abusos da nobreza. Em
Portugal, leis que restringem os abusos dos padroeiros sobre igrejas e
mosteiros, favorecendo o clero contra extorsões dos nobres. Concessão de bens
e privilégios que D. Dinis oferece a Manuel Pessanha. Segundas núpcias do
conde D. Pedro de Barcelos. Da primeira esposa, D. Branca Peres, D. Pedro
herda uma parte importante da fortuna dos Sousas. Morte de Filipe, 17o. rei de
Navarra.
1322-1328 — Carlos IV, rei de França. Reinado (18o.) de Carlos I, de Navarra.
1323 — (Outubro) Cortes de Lisboa, a pedido de D. Afonso: questões levantadas
pela guerra civil. Não obtendo suas reivindicações, retira-se da assembléia para
Santarém, onde reúne um exército para conquistar Lisboa. Os seus homens
defrontam-se com os do rei na batalha de Albogas, perto de Loures. A rainha
Santa Isabel intervêm novamente. (Dezembro) Os dois exércitos quase chegam
às vias de fato em Alvalade, perto de Lisboa; chega-se a novo armistício por
intervenção conjunta de D. Isabel e do bispo da cidade, D. Gonçalo Gonçalves
de Pereira. (19.12) Carta régia de entrega dos bens templários à Ordem de
Cristo. Em Portugal, proibição ao clero de interferir nos testamentos.
1324 — (Janeiro) Rebelião de Santarém contra D. Dinis. (Fevereiro) O rei dirige-
se de Lisboa a Santarém, onde seu filho continuava a morar. Nem este nem o
concelho quiseram recebê-lo. Nova batalha, sem resultado. (26.02) Paz de
Santarém: o infante D. Afonso obtinha a segurança da sucessão, sendo
destituído dela e afastado da corte o bastardo e mordomo-mor Afonso Sanches.
Recebe do rei um aumento de suas rendas em 10.000 libras. O rei ainda
substitui o meirinho-mor, Mendo Rodrigues de Vasconcelos por Vasco Pereira,
e o meirinho da casa real, Lourenço Anes Redondo, por Lourenço Mendes; uma
efetiva cedência às reclamações e exigências de seu filho e da nobreza
senhorial. (Maio) Chega a Santarém o arcebispo de Compostela, enviado pelo
papa para confirmar os acordos estabelecidos e celebrar a paz. Inquirição sobre
a mata da Urqueira, na zona da Vila Nova de Ourém. Em Portugal, lei contra os
abusos da jurisdição feudal. (31.12) D. Dinis faz seu terceiro e último
testamento.
1325 — (07.01) Morte de D. Dinis em Santarém. A rainha viúva Santa Isabel
entra no convento de franciscanas de Santa Clara, em Coimbra, vestindo o
hábito, mas sem fazer profissão religiosa. (Abril) Cortes de Évora, convocadas
por Afonso IV de Portugal com o objetivo de jurar o rei acabado de subir ao
trono (desde 1254, ano das primeiras cortes seguramente comprovadas, até
1433, não se conhece outra além desta que tenha sido expressamente convocada
para o juramento do rei). Afonso IV acusa o bastardo Afonso Sanches
(refugiado em Castela) de traidor, condenando-o a desterro perpétuo e
confiscando-lhe os bens. Afonso Sanches invade Portugal, desde Trás-os-
Montes até o Alentejo; Afonso IV de Portugal em Albuquerque, na zona de
Badajoz. É reafirmada a lei segundo a qual os judeus não podiam aparecer
publicamente sem o distintivo, a estrela hexagonal amarela, colocada no
chapéu ou no capote, nem usar colares de ouro ou prata.
1325-1326 — Afonso IV de Portugal tenta, sem sucesso, o casamento de sua
filha, D. Maria, com o herdeiro da coroa inglesa, Eduardo (futuro Eduardo III).
1325-1333 — Reinado (6o.) de Maomé IV, de Granada.
1325-1357 — Reinado de D. Afonso IV de Portugal, o Bravo.
1326 — Afonso IV de Portugal invade o feudo de seu meio-irmão (bastardo)
Afonso Sanches, localizado em Albuquerque (Castela) e põe cerco a La
Codosera, que acaba por se render. Acometido pela doença, Afonso Sanches
suspende a luta. Alguns meses mais tarde negociou-se a paz: Afonso IV de
Portugal restitui os confiscos ao irmão. (04.07) Afonso IV de Portugal, o Bravo,
condena à morte seu outro meio-irmão (bastardo) João Afonso. A rainha Santa
Isabel, enclausurada em Coimbra, pede a paz, em vão.
1327 — Em Portugal, Reforma judicial: reforma da administração da justiça —
criação dos juízes de fora, corregedores e "juízes por El-Rei". Morte de Jaime II,
12o. rei de Aragão. Tratado bilateral entre Portugal e Castela.
1327-1336 — Reinado (13o.) de Afonso IV de Aragão.
1327-1377 — Eduardo III, rei da Inglaterra.
1328 — Início da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra. Afonso IV de
Portugal opta pela Inglaterra, a nível da neutralidade militar (relações
diplomáticas e acordos comerciais). Os sermões de um frade franciscano
incitam os cristãos de Estella, na Navarra, a matar 5.000 judeus e incendiar-lhes
as casas. Morte de Carlos I, 18o. rei de Navarra. Confirmada a aliança perpétua
de Portugal com Aragão e Castela (reafirmação do Tratado de Agreda, de 1304).
São negociados os casamentos da infanta D. Maria (filha de Afonso IV de
Portugal) com Afonso IX de Castela e do infante D. Pedro (futuro rei de
Portugal) com D. Branca (filha do infante Pedro de Castela).
1328-1330 — Antipapa Nicolau V, de Corvária.
1328-1349 — Reinado (19o.) de Joana II, de Navarra.
1328-1350 — Filipe VI, rei de França.
1329 — Negociada a paz entre Afonso IV de Portugal e seu meio-irmão Afonso
Sanches. Este recebe a restituição de seus bens confiscados. Morte do bastardo
de Afonso IV de Portugal, Afonso Sanches, sepultado no Convento de Santa
Clara de Vila do Conde, que ele fundou. Confirmado novamente o tratado de
Agreda, de 1304. Tratado bilateral entre Portugal e Castela (o 1o. de 1327).
Encontro entre Afonso IV de Portugal e Afonso IX de Castela em
Fuenteguinaldo: coroamento da boa política peninsular.
1330 — Em Portugal, reforma processual (1a.).
1331 — (Maio) Cortes de Santarém: reforma do modo de atuação parlamentar
dos deputados do povo, repressão de abusos senhoriais e criação de novas
honras. Em Portugal, ordenação dos besteiros do conto.
1331-1340 — Em Portugal, medidas inovadoras na organização do desembargo
régio (data indeterminada) e regulamentação do Tribunal de Justiça da Corte
(data também indeterminada).
1332 — Expedição marítima portuguesa além Gibraltar para combater o mundo
islâmico. Em Portugal, reforma processual (2a.) e regulamentação dos
corregedores.
1332-1340 — Em Portugal, novamente, reforma da administração da justiça
(juízes de fora e corregedores).
1333 — Nascimento de Henrique II (Trastâmara), irmão de Pedro I, o Cruel, de
Castela. Grande fome na Península Ibérica e especialmente em Coimbra. A
rainha Santa Isabel manda distribuir esmolas de pão e carne aos pobres da
cidade, dando ainda mortalhas, mandando abrir sepulturas e encarregando os
seus clérigos da encomendação dos finados. Em Portugal, regulamentação
sobre a venalidade judicial e ao barateamento da justiça.
1333-1354 — Reinado (7o.) de Youcef I, de Granada.
1334 — Em Portugal, repressão de abusos senhoriais e criação de novas honras.
Nascimento de Pedro I, o Cruel, de Castela, filho de Afonso XI de Castela. D.
Beatriz, mulher de Afonso IV de Portugal, recebe Sintra como arras.
1334-1342 — Papado de Bento XII, francês.
1335 — Em Portugal, repressão de abusos senhoriais e criação de novas honras.
Inquirições em Trás-os-Montes e Beira.
1336 — A rainha Santa Isabel dirige-se a Estremoz, a fim de aplacar a cólera de
seu filho Afonso IV, em guerra com seu genro, rei de Castela. (04/07) Um tumor
no braço vitima a rainha Santa Isabel. Seu corpo, após translado a Coimbra
(12/07), é encerrado no túmulo de pedra que ela mandara construir. Célebre
exploração das ilhas Canárias, atribuída a Lancelloto Malocelli, genovês,
orientada pelo almirante-mor de Portugal, Manuel Pessanha (também
genovês). Morte de Afonso IV, 13o. rei de Aragão. Início da guerra afonsina
entre Portugal e Castela (1336-1339): a) as hostes portuguesas do conde de
Barcelos e D. Pedro, meio-irmão do rei, passam pelo rio Minho e fazem cerco
ao castelo de Entienza, onde se acolhera o arcebispo de Santiago de
Compostela; b) por sua vez, Afonso IV de Portugal cerca Badajoz (sem
conseguir tomá-la) e assola o território ao sul dessa cidade até Aroche,
Cortegana e Aracena; c) a frota portuguesa (capitaneada por Gonçalo Camelo)
devasta a costa andaluza, da foz do Guadiana a Punta Umbria, com subidas
pelos rios Odiel (até Gibraleón) e Piedras (até Lepe, onde se travou combate em
08.09).
1336-1339 — Guerra afonsina entre Portugal e Castela (ver acima).
1336-1387 — Reinado (14o.) de Pedro IV, o Cerimonioso, de Aragão (filho de
Afonso IV de Aragão).
1337 — Guerra afonsina (1336-1339): a) Afonso IX de Castela invade o Alentejo,
passando por Elvas, Arronches, Assumar, Veiros, Vila Viçosa e Olivença. Retira-
se por se sentir doente; b) No norte, um exército castelhano, sob o comando de
D. Fernando de Castro e seu irmão D. Juán de Castro, entra pelo Minho, até o
Porto. Aí é detido pelas hostes do bispo da cidade, do arcebispo de Braga e do
mestre da Ordem de Cristo, que o forçaram a retirar-se e até matam D. Juán,
num combate junto a Braga; c) (21.07) As galés portuguesas, chefiadas pelo
velho almirante Manuel Pessanha (que tinham atacado a Galiza e devastado
sua costa até Baiona) sofrem pesada derrota junto ao cabo de São Vicente: o
próprio almirante é capturado, além de seu filho Carlos.
1338 — São conferidos certos privilégios a comerciantes ingleses e italianos em
Portugal. Tratado bilateral entre Portugal e Aragão. Guerra afonsina (1336-1339):
a) Afonso IX de Castela volta a invadir Portugal, atravessando o Guadiana e
devastando o Algarve Oriental (Castro Marim, Tavira, Loulé e Faro). A frota
castelhana segue junto ao longo da costa algarvia na direção de Lisboa,
causando estragos; b) Os portugueses invadem a Galiza novamente, atacando
Neves e Salvatierra de Miño; c) Trégua nas hostilidades: a intervenção do bispo
de Rodes (enviado do papa Bento XII) e do bispo de Reims (mandatário de
Filipe VI de França).
1339 — (Julho) Paz de Sevilha entre Portugal e Castela: as fronteiras são
mantidas, com a vinda da infanta D. Constança para Portugal e o regresso da
infanta D. Branca (havida por demente) a Castela, além de obrigar Afonso XI de
Castela a dar a sua mulher o tratamento que lhe devia. Ainda em julho, Afonso
IV de Portugal visita Oeiras e Sintra, passando por acaso por Cascais. Granada
(muçulmana) toma Gibraltar, assolando os territórios cristãos ao sul. Os navios
portugueses continuam a explorar as Canárias. Inquirição ao bispo do Porto.
1340 — A partir deste ano, o prior do Hospital passa a ser designado Prior do
Crato. (Junho) O sultão de Marrocos, Abu-l-Hassan ‘Ali atravessa o estreito com
mais de 100 navios, unindo-se ao rei de Granada, Yusuf I. (Setembro) Os
exércitos mouros põem cerco a Tarifa. (30.10) Batalha do Salado: Castela,
Aragão e Portugal contra o avanço marroquino. Vitória cristã. D. Frei Álvaro
Gonçalves de Pereira, prior da ordem do Hospital, D. Garcia Peres, mestre de
Santiago, D. Frei Gonçalo Vaz, mestre de Avis, participam da batalha, além do
próprio Afonso IV de Portugal (Álvaro Gonçalves Pereira é filho de D. Gonçalo
Pereira, arcebispo de Braga e Tareja Pires Vilarinho). Em Portugal, reformas da
administração concelhia e regulamentação dos corregedores. A partir desse ano
em Portugal, ordenação sobre os oficiais dos concelhos, além de instituição dos
vereadores. Em Portugal, tendência para o aumento de preços nos produtos
industriais (inquietação nas camadas sociais inferiores).
1341 — Em Portugal, repressão de abusos senhoriais e criação de novas honras.
Desde esse ano, mercadores portugueses são privilegiados em Harfleur
(Normandia), senhorio do rei da Inglaterra.
1342 — Em Portugal, reforma processual (3a.).
1342-1352 — Papado de Clemente VI, francês.
1343 — Tratado de mútua proteção anticorso entre Inglaterra e Portugal. Em
Portugal, repressão de abusos senhoriais e criação de novas honras.
1344 — Afonso XI, o Bom, de Castela (1312-1350), toma Algeciras aos mouros.
1344-1345 — Negociações entre Portugal e Inglaterra, visando o casamento da
filha mais nova de Afonso IV de Portugal (D. Leonor) com o herdeiro da coroa
inglesa, Eduardo, o Príncipe Negro, filho de Eduardo III. Não foram adiante.
1345 — A partir dessa data, os reis portugueses, com base nas pioneiras viagens
marítimas às Canárias, nunca deixarão de reivindicar junto aos papas (por mais
de 100 anos) a sua soberania no arquipélago. (31.10) Nascimento em Coimbra de
D. Fernando, futuro Fernando I de Portugal. Em Portugal, reforma processual
(4a.).
1346 — Tentativa de aproximação diplomática de Portugal com a Inglaterra,
sem sucesso.
1346-1378 — Carlos, IV, rei alemão.
1347 — Casamento da infanta portuguesa D. Leonor com Pedro IV de Aragão.
1348-1349 — Peste Negra na Europa.
1348 — (?) Morte da rainha de Portugal, D. Constança. (Setembro a Dezembro)
Peste Negra em Portugal.
1349 — Em Portugal, medidas sociolaborais: lei procurando fixar os
trabalhadores aos seus ofícios (conseqüência da Peste Negra). Morte de Joana
II, 19a. rainha de Navarra.
1349-1354 — Em Portugal, uma série de medidas contra os judeus. O infante de
Portugal D. Pedro faz Inês de Castro regressar de Castela e passa a viver com ela
maritalmente, tendo quatro filhos nesse período.
1349-1387 — Reinado (20o.) de Carlos II, o Mau, de Navarra.
1350 — Peste em Portugal. O povo culpa os judeus e Afonso IV contém os
excessos. (26.03) Morte de Afonso XI de Castela. Pedro, o Cruel, aos quinze
anos, sobe ao trono de Castela, banindo os nove bastardos de Afonso XI e
condenando à morte sua mãe, Leonor de Guzmán. D. Frei Álvaro Gonçalves
Pereira, prior do Crato (Hospital) vai a Castela. Pedro I, o Cruel, protege a
comunidade judaica de Castela. Samuel Abulafia, judeu, torna-se tesoureiro do
Estado no reinado de Pedro I, o Cruel (juntou uma grande fortuna e foi
condenado à morte pelo rei). (30.03) O conde de Barcelos D. Pedro (cronista do
Livro de Linhagens e da Crónica Geral de Espanha de 1344), irmão bastardo do
rei Afonso IV de Portugal, faz seu testamento. Data-o de Lalim e pede que o
sepultem em S. João de Tarouca.
1350-1364 — João II, o Bom, rei de França.
1350-1369 — Reinado (10o.) de Pedro I, o Cruel, de Castela, filho de Afonso XI
de Castela.
1351 — (?) O infante de Portugal D. Pedro tenta obter do papa uma bula de
dispensa que lhe permitisse o casamento com Inês de Castro. É executada D.
Leonor de Gusmão, amante de Afonso XI o Bom, de Castela.
1352 — Privilégio concedido aos mercadores portugueses na Inglaterra. Afonso
IV de Portugal tira dos judeus a liberdade de emigrar. Todo judeu que possuísse
bens até o valor de 500 libras não podia deixar o país sem licença régia. Cortes
de Valladolid.
1352-1362 — Papado de Inocêncio VI, francês.
1353 — Tratado comercial de Portugal com a Inglaterra, válido por 50 anos.
Afonso IV de Portugal organiza o fisco das comunas judias do país, além de
promulgar uma lei que proibia aos judeus fechar “contratos usureiros”,
limitando os juros a 33 1/3.
1354 — Casamento de D. Juana de Castro (irmã de Inês Peres de Castro) com
Pedro I, o Cruel, de Castela. Um partido da alta nobreza castelhana adversário
do rei Pedro I, o Cruel (onde militava D. Álvar Péres de Castro) procura o
infante D. Pedro e o convida a aceitar a coroa de Castela. Morte do Conde de
Barcelos D. Pedro, irmão bastardo do rei Afonso IV de Portugal e autor da
Crónica Geral de Espanha de 1344 e do Livro de Linhagens. Foi sepultado no
mosteiro de Tarouca. Entre fevereiro e julho deste ano.
1354-1359 — Reinado (8o.) de Maomé V, de Granada.
1355 — (Janeiro) Assassinato (ordenado ou consentido pelo rei Afonso IV) de D.
Inês de Castro, amante do infante D. Pedro desde a morte da rainha D.
Constança (1348?). Os Castros estavam rebelados contra Pedro I, o Cruel, de
Castela, e temia-se que D. Inês influenciasse D. Pedro a imiscuir-se nos
assuntos de Castela, provocando assim a guerra civil em Portugal: o infante D.
Pedro x o rei Afonso IV. (05.08) Graças ao prior do Hospital, D. Álvaro
Gonçalves Pereira, assina-se o tratado de paz entre pai e filho (Canaveses, 05 de
agosto). Nele, o infante D. Pedro fica como co-governador do país. Em Portugal,
D. Pedro é o primeiro infante, e depois rei, a instituir o "beneplácito régio"
(censurar os restritos e letras papais). Tomada de Toledo por Pedro I, o Cruel,
de Castela.
1355-1356 — Fome em Portugal.
1356 — O prior do Crato (Hospital), D. Frei Álvaro Gonçalves de Pereira (o
mesmo que participou da batalha do Salado com Afonso IV de Portugal em
1340) funda, na Flor da Rosa, uma igreja e mosteiro toreado. Assassinato de
Martim Afonso Telo, antigo escudeiro e amante de Maria, rainha-mãe de
Castela e filha de Afonso IV de Portugal. Tomada de Toro por Pedro I, o Cruel,
de Castela. Epidemia de peste e terremoto em Portugal.
1357 — (11.04) Nascimento de D. João I, Mestre de Avis, em Lisboa — filho
bastardo do rei D. Pedro e de uma senhora galega, Teresa Lourenço — da qual
não se sabe nada. (?) Em Évora, Afonso IV de Portugal assassina sua filha
Maria, rainha-mãe de Castela. (28.05) Morte de Afonso IV de Portugal, o Bravo,
com a idade de 66 anos, 32 reinante. D. Pedro I de Portugal, o Cruel, fez conde
de Barcelos a D. João Afonso Telo, seu valido favorito, outorgando-lhe a inédita
regalia de poder transmitir o título e direitos por hereditariedade. Samuel
Abulafia (ou Levi), judeu e tesoureiro do Estado no reinado de Pedro I, o Cruel,
de Castela, constrói em Toledo a célebre sinagoga do Trânsito, transformada
pelos jesuítas no reinado de Fernando na igreja cristã de Nossa Senhora do
Tránsito (hoje monumento de arte hispano-mourisca na Espanha). (22.06)
Renovação dos privilégios dos estrangeiros residentes em Portugal. (28.07) Em
Portugal, Leis que reprimem o adultério e perseguem as alcoviteiras. Sentença
em pleito tomada por Pedro I de Portugal, o Cruel, contra o mosteiro de Grijó.
São legitimados os seguintes filhos do prior do Crato (Hospital), D. Frei Álvaro
Gonçalves Pereira: Pedro Álvares (futuro mestre de Calatrava em Castela com
Maria Domingues Brandão (solteira), em Portalegre; Rodrigo Álvares (filho de
Iria Vicente e futuro senhor de Sousel e Cerveira), em Morgado de Águas Belas;
Fernando Álvares (filho de Iria Gonçalves do Carvalhal e futuro alcaide-mor de
Elvas).
1357-1367 — Reinado de D. Pedro I de Portugal, o Cruel (cinge a coroa aos 37
anos).
1358 — Nascimento de João I, de Castela, filho de Henrique II (Trastâmara) de
Castela. (01.06) Em Portugal, Leis que discriminam e regulamentam os
contratos de compra e venda praticados por judeus. Sentença em pleito tomada
por Pedro I de Portugal, o Cruel, contra o mosteiro de Vila Cova das Donas e a
comendadeira de Santos. (Junho ou Julho) São acertados os casamentos do
infante D. Fernando (herdeiro da coroa) com D. Beatriz (filha de Pedro I de
Castela) e do infantes D. João e D. Dinis (filhos de Inês de Castro) com D.
Constança e D. Isabel respectivamente (filhas de Pedro I de Castela) — não se
consumaram.
1359 — (07.02) Em Portugal, Lei sobre apelações (aperfeiçoamento da máquina
judicial portuguesa). D. Pedro I de Portugal, o Cruel, auxilia Castela em sua
guerra contra Aragão, cedendo-lhe algumas galés. As galés portuguesas do
almirante Manuel Pessanha vão bloquear o Ebro e atacar Barcelona. É feito um
acordo de extradição de refugiados entre Portugal e Castela.
1359-1361— Reinado (9o.) de Ismail II, de Granada.
1360 — (Fevereiro) São extraditados e executados Pero Coelho e Álvaro
Gonçalves, considerados os assassinos de Inês de Castro. (Junho) Inês de Castro
é proclamada (post-mortem) esposa legítima de Pedro I de Portugal, o Cruel e é
anunciado que o casamento tivera lugar em Bragança, algures em 1353. Nessa
mesma data é realizada a cerimônia da translação e construído o magnífico
túmulo de Alcobaça. (29.08) Em Portugal, incentivo do comércio com Flandres.
(?) Nascimento de Nuno Álvares, filho do prior do Crato (Hospital), D. Frei
Álvaro Gonçalves de Pereira.
1361 — Cortes de Elvas (antipatia com os eclesiásticos: prosseguimento da
afirmação do Estado contra a Igreja): queixas do clero contra o rei. Nelas, é
reinstalada a lei que proibia aos judeus ou mouros permanecerem na cidade
após o pôr-do-sol, vedando às mulheres cristãs a entrada na judiaria sem
acompanhamento de indivíduos do sexo masculino. D. Pedro I de Portugal, o
Cruel, faz dos filhos de Inês de Castro, que eram seus filhos também, D. João e
D. Dinis, senhores do Porto de Mós e do Prado. Pedro I, o Cruel, rei de Castela,
manda envenenar sua esposa, Branca de Bourbon, sob a acusação de
conspiração, e casa-se com a amante, Maria de Padilla. Reinado (10.) de Abou-
Said, de Granada. (05.01) Em Portugal, criação do concelho de Lagos. (15.04)
Em Portugal, Lei sobre partilhas. (08.06) Em Portugal, Lei que regulamenta
contratos com judeus. (24.07) É legitimado em Portalegre Nuno Álvares, filho
do prior do Crato (Hospital), D. Frei Álvares.(24.08) É legitimado em Portalegre
Lopo Álvares, filho do prior do Crato (Hospital), D. Frei Álvaro Gonçalves
Pereira com Iria Gonçalves do Carvalhal. (09.09) Em Portugal, Lei que
regulamenta as comunas judaicas. (05.10) Em Portugal, reedição da Lei de
08.06. Em Portugal, organização da Casa Real e ordenação dos desembargos.
1361-1363 — Peste em Portugal.
1361-1391 — Reinado (11o.) de Maomé V (reentronado), de Granada.
1362 — Em Portugal, Lei sobre advogados e procuradores. (01.03) Em Portugal,
Leis que regulamentam e fixam doutrina sobre as coutadas e as terras lavradas
em todo o Alentejo e Ribatejo. (07.04) Em Portugal, Lei sobre advogados e
procuradores. (01.08) Renovação dos privilégios dos estrangeiros residentes em
Portugal. (24.11) Em Portugal, criação do concelho de Sines.
1362-1370 — Papado de Urbano V, de Grimoard.
1363 — (07.03) Renovação dos privilégios dos estrangeiros residentes em
Portugal. Guerra entre Inglaterra e Navarra.
1364 — D. Pedro I de Portugal, o Cruel, faz de seu filho bastardo D. João (futuro
rei D. João I) mestre da Ordem de Avis, com isso iniciando a nacionalização das
ordens militares. (17 e 18.02) Em Portugal, Leis que regulamentam e fixam
doutrina sobre as coutadas e as terras lavradas em todo o Alentejo e Ribatejo.
(07.06) Em Portugal, criação do concelho de Cascais. Propõe-se o casamento
do infante D. Fernando (herdeiro da coroa) com D. Joana (filha de Pedro IV de
Aragão). Guerra entre Castela e Aragão: as armadas portuguesas vão em auxílio
de Castela.
1364-1366 — Fome e (ou) escassez de mantimentos em Portugal.
1364-1380 — Carlos V, rei da França.
1365 — (08.01) Em Portugal, Regimento dos sacadores e porteiros. (19.09) Em
Portugal, Lei de segregação aos judeus. (04.12) Em Portugal, Lei restritiva da
livre atividade dos mercadores estrangeiros. Tenta-se o casamento da infanta D.
Beatriz (filha de Inês de Castro) com Pedro I de Castela, o Cruel — fracassado.
1366 — D. Pedro I de Portugal, o Cruel, institui senhor de Unhão o "cunhado",
D. Álvares Péres de Castro (irmão de Inês de Castro). Propõe-se o casamento da
infanta D. Isabel (filha ilegítima do infante D. Fernando) com Frederico III da
Sicília (irmão da rainha de Aragão) — a negociação fracassa. (Maio) Pedro I de
Castela, o Cruel, vai a Portugal pedir auxílio contra Henrique de Trastâmara, ao
que o soberano português não acedeu. (Outubro ou Novembro) Pedro I de
Portugal firma um acordo com Henrique de Trastâmara. (Outono) Pedro I de
Portugal, o Cruel, envia um corpo diplomático à Inglaterra para dar explicações
à corte do príncipe de Gales Eduardo, o Príncipe Negro em Bayonne e Bordéus,
a respeito de seu acordo com Henrique de Trastâmara, onde se refugiara Pedro
I de Castela.
1367 — (18.01) Morte de D. Pedro I de Portugal, o Cruel. (15.09) É legitimado em
Atouguia Gonçalo Pereira, filho do prior do Crato (Hospital), D. Frei Álvaro
Gonçalves Pereira com Iria Gonçalves do Carvalhal.
1367-1368 — Em Portugal, Leis que acodem a agricultura e à carência de
trabalhadores.
1367-1383 — Reinado de D. Fernando I de Portugal, o Formoso. Tinha 21 anos
quando subiu ao trono, solteiro e pai de uma filha ilegítima, D. Isabel.
1369 — Assassinato de Pedro I, o Cruel, de Castela pelo seu meio-irmão
Henrique de Trastâmara. O trono é usurpado pelo regicida. Os soldados
vitoriosos de Henrique de Trastâmara massacram 1.200 judeus em Toledo.
Fernando I de Portugal, o Formoso, vai ao norte de Coimbra num curto passeio
bélico, cujo destino era a Galiza. 1a. Guerra fernandina: (Julho) D. Fernando I de
Portugal entra na Galiza, atingindo a Corunha, ao passo que Monterrey
(Orense) se lhe rendia (1a. Guerra fernandina); a) A frota portuguesa, aliada à
dos castelhanos seus partidários, bloqueia Sevilha por mais de um ano; b)
(Agosto) Henrique II de Castela (Trastâmara) cerca Zamora, invade a Galiza e
entra em Portugal ao norte, a oriente de Valença, com auxílio de contingentes
franceses de Du Guesclin. Nesse mesmo mês, Henrique II cerca e toma Braga,
que queimou em parte; c) (01.09) Henrique II cerca Guimarães, mas volta ao
seu reino, capturando no caminho Vinhais, Bragança, Cedovim e Outeiro de
Miranda; d) Em Portugal, Leis que protegem a marinha, o comércio externo e
discrimina contra os judeus; e) (08.09) É legitimado em Coimbra Vasco Pereira,
filho do prior do Crato (Hospital) D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira com Iria
Gonçalves do Carvalhal.
1369-1373 — Sucessivas desvalorizações da moeda em Portugal: os preços
subiram rapidamente.
1369-1371 — 1a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela. Motivo: a sucessão
da coroa castelhana (durou até janeiro de 1371): a) Ao lado de D. Fernando I de
Portugal, o Formoso: cidades e vilas galegas de Tuy, Salvatierra de Miño e
Baiona (atual província de Pontevedra), Orense, Milmanda, Allariz, Araujo e
Ribadavia (na de Orense), Lugo e Rocha (na de Lugo), Santiago de Compostela,
Corunha e Padrón (na de Corunha); as cidades leonesas de Zamora (província
de Zamora), Ciudad Rodrigo, Lumbrales e Hinojosa de Duero (província de
Salamanca), Alcântara e Valência de Alcântara na Estremadura (Cáceres),
Carmona, na Andaluzia (Sevilha).
1369-1372 — Álvaro Pais, Vedor da Chancelaria (um dos futuros conspiradores
do assassinato do conde João Fernandes de Andeiro em 1383).
1369-1379 — Reinado (11o.) de Henrique II (Trastâmara) de Castela, irmão de
Pedro I, o Cruel, de Castela.
1370-1378 — Papado de Gregório XI, francês.
1371 — (Março) Paz de Alcoutim (fim da guerra entre Castela e Portugal): D.
Fernando I de Portugal, o Formoso, desiste do trono de Castela, mas alarga o
território nacional para leste e oeste. (?) D. Fernando I de Portugal, o Formoso,
cria o condado de Ourém. Em Portugal, mau ano agrícola. Casamento (em
segredo) de D. Fernando I de Portugal, o Formoso, com D. Leonor Teles.
(Outubro) Tumultos em Portugal: o alfaiate Fernão Vasques congrega 3.000
pessoas para um protesto social em Lisboa, Tumultos também em Santarém
(Luís Peres e outros) Tomar (Afonso Esteves) Abrantes (Lourenço Afonso de
Punhete), Leiria (Lourenço Afonso) e Alenquer.
1371-1372 — D. Fernando I de Portugal, o Formoso, cria o condado de Viana do
Lima, depois trocado em Arraiolos. Fome em Portugal.
1371-1373 — O conde D. Juán Fernandez de Andeiro, partidário de D. Fernando I
de Portugal, o Formoso, refugiado em Castela.
1372 — Nascimento da infanta D. Beatriz, herdeira do reino português. D.
Leonor Teles, mulher de D. Fernando, recebe Sintra como arras. (Maio) Em
Leça do Bailio, propriedade da Ordem do Hospital, casamento público de D.
Fernando I, o Formoso, com D. Leonor Teles (filha do inimigo de Henrique de
Trastâmara, II de Castela — desrespeito ao Tratado de Alcoutim): explosões
populares contrárias são violentamente reprimidas. O infante D. Dinis (filho de
Inês de Castro) se recusa a beijar a mão da nova rainha, o que motivou uma
tentativa de assassinato por parte do próprio rei. O infante então abandona o
reino, sendo os seus bens confiscados. Acordo de Tui: é revogado o Tratado de
Alcoutim, e se estabelece que as fronteiras luso-castelhanas regressam ao status
quo de antes da guerra de 1369. (10.07) Tratado de Tagilde: Portugal toma
partido pela Inglaterra contra Henrique II de Castela e seus aliados franceses —
Portugal e Inglaterra x Castela e Aragão. Fernando I de Portugal, o Formoso, vai
ao norte de Coimbra. (17.08) Em Portugal, Lei regulamentando os privilégios da
nobreza. D. Dinis (filho de Inês de Castro) busca o exílio em Castela. Em
Portugal, mau ano agrícola. (Dezembro) 2a. Guerra fernandina entre Portugal e
Castela: a) Tomando a ofensiva devido ao Tratado de Tagilde, Henrique II de
Castela invade Portugal, avançando sobre Lisboa, cercando a cidade e
devastando a maior parte do casario exterior à muralha; b) Henrique II parte de
Zamora em direção à frota portuguesa.
1372-1373 — 2a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela.
1373 — 2a. Guerra fernandina: a) (Janeiro) Henrique II de Castela conquista,
sem dificuldade, Almeida, Pinhel, Linhares, Celorico da Beira e Viseu,
chegando perto de Coimbra; b) (23.02) Henrique II de Castela ocupa Lisboa
(então desprovida de qualquer muralha), saqueando e incendiando a judiaria
da cidade. O exército de D. Fernando I de Portugal, mal organizado e mal
comandado, fugiu diante do inimigo; c) (24.03) D. Fernando I de Portugal, o
Formoso, vencido e humilhado, assina o acordo de paz em Santarém: Portugal
obriga-se a cortar a aliança com os ingleses e juntar-se à França e Castela outra
vez; d) (07.04) Henrique II e Fernando I se encontram no Tejo; Henrique II
abandona Portugal e os dois soberanos realizam os esponsais dos infantes
Sancho e Beatriz; e) (Junho) O Tratado de Tagilde é ratificado por D. Fernando
I de Portugal, o Formoso, e Eduardo III da Inglaterra; f) Explosões populares
em Lisboa, Abrantes, Tomar, Leiria, Santarém. Motivo: desvalorização da
moeda e alta dos preços; g) D. Fernando I de Portugal, o Formoso, cria os
condados de Viana do Alentejo e Neiva; h) O conde D. Juán Fernandez de
Andeiro é exilado em Castela (e não mais refugiado); i) O prior do Crato
(Hospital), D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira, resolve enviar à corte seu filho,
Nuno Álvares, de treze anos.
1373-1375 — Amuralhamento de cidades e vilas: Lisboa, Évora, Porto, Braga,
Óbidos, Coimbra, Santarém, Viana, Ponte de Lima e Beja.
1374 — Explosões populares em Portel, Montemor-o-Velho e Tomar. Em
Portugal, Leis que reformam a administração pública, legislam contra abusos
senhoriais e aumentam os impostos (sisas). (24.04) Em Portugal, Lei
regulamentando os privilégios da nobreza. Em Portugal, mau ano agrícola,
além de peste. Antes desse ano, outra agitação popular em Portugal: Portel
(Afonso Mendes).
1374-1376 — Fome em Portugal.
1375 — (08.01) São legitimados em Vila Viçosa Rui Pereira, Fernão Pereira,
Afonso Pereira e Diogo Álvares, filhos do prior do Crato (Hospital), D. Frei
Álvaro Gonçalves Pereira com Iria Gonçalves do Carvalhal. Explosões populares
em Portugal. Lei das Sesmarias, leis protetoras dos mercados nacionais, leis
reguladoras dos privilégios jurisdicionais da nobreza. João, mestre da ordem de
Avis e filho bastardo do rei D. Pedro I tem um caso com Inês Pires — desse
amor nasceu Afonso, futuro conde de Barcelos e duque de Bragança, e anos
depois Beatriz, que será condessa de Arundel. (13.09) Em Portugal, Lei
regulamentando os privilégios da nobreza. Em Portugal, mau ano agrícola.
Agitações populares em Portugal: Montemor-o-Velho (João Domingues),
Sousel, Valença e novamente Tomar.
1376 — Em Portugal, mau ano agrícola.
1376-1377 — Negociação do casamento da infanta D. Beatriz (aos 04 anos,
herdeira do reino português) com D. Fradique Henriques, duque de Benavente
— fracassada.
1377 — Foral da Portagem de Lisboa.
1377-1380 — Em Portugal, Leis de fomento naval e sobre importação de têxteis.
1377-1399 — Ricardo II, rei da Inglaterra.
1378 — Em Portugal, novas leis sobre a reforma da administração pública. Os
judeus de Leiria, sujeitos a constantes maus tratos, queixam-se ao rei: este
ordena que não saiam de suas moradias durante as procissões e dias santos
cristãos. Grande Cisma do Oriente: Castela e França seguiram o papa de
Avinhão; Inglaterra o de Roma (Portugal vai seguir um e outro conforme lhe
convenha: de Urbano VI passa a Clemente VII).
1378-1394 — Clemente VII, rei alemão.
1378-1389— Papado de Urbano VI, napolitano.
1378-1394 — Antipapa Clemente VII, genebrês.
1378-1400 — Venceslau da Boêmia, rei alemão.
1379 — Morte de Henrique II (Trastâmara), 11o. rei de Castela. Nascimento de
Henrique III de Castela, filho de João I de Castela.
1379-1380 — D. João (filho de Inês de Castro) busca exílio em Castela.
1379-1390— Reinado (12o.) de João I, de Castela, filho de Henrique II
(Trastâmara) de Castela.
1380 — Em Portugal Lei que Funda a Companhia das Naus. Acordo anglo-luso
de Estremoz (confirmação do Tratado de Tagilde, de julho de 1372), tendo como
intermediário o conde D. Juán Fernandez de Andeiro: garante a Portugal a
possibilidade de expandir-se para norte e leste, acorda-se o envio de uma força
inglesa de 2.000 homens, negocia-se o casamento da infanta D. Beatriz, de 08
anos, com Edward of Langley, filho do conde de Cambridge e sobrinho de John
of Gaunt, duque de Lancaster (convencionando-se que, ganha a guerra, o
duque inglês seria rei de Castela).
1380-1422 — Carlos VI, rei da França.
1381 — Portugal volta a se alinhar com Urbano VI na questão do Grande Cisma
(ver 1378). 3a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela: a) (Maio) Incursão
castelhana no Alentejo, proveniente de Badajoz; b) (17.06) Batalha naval de
Saltes (perto do Guadiana): pesada derrota da frota portuguesa, destruída e
aprisionada na sua quase totalidade pela frota castelhana; c) (Julho) Chega em
Lisboa uma força expedicionária inglesa chefiada por Edmund, conde de
Cambridge; d) (Julho e Agosto) Os castelhanos invadem Trás-os-Montes e
apoderam-se de Miranda do Douro e de Mogadouro, a Beira, cercando e
capturando Almeida, e o Alentejo, pondo cerco a Elvas; e) (Setembro) Os
castelhanos retiram todas as suas frentes de batalha devido a questões internas;
f) (Dezembro) Depois de meses de inatividade, o exército aliado inglês parte de
Lisboa rumo ao Alentejo (ficam com fama de odiados ocupantes); g)
(Dezembro) Morte do conde de Barcelos e Ourém. D. João Afonso Telo: seu
patrimônio passa como herança para o conde de Barcelos, amante da rainha D.
Leonor Teles.
1381-1382 — (Maio) 3a. Guerra fernandina entre Portugal e Castela (ver acima).
1382 — 3a. Guerra fernandina: a) Primavera e Verão — Diversas correrias e
escaramuças quase sempre em território castelhano; b) (Março) Ataque da
frota castelhana a Lisboa; c) (Agosto) Tratado de Elvas: D. Fernando I de
Portugal e João I de Castela fazem a paz, sem vencedores nem vencidos. A
infanta D. Beatriz, herdeira do trono português, pelo acordo, casaria com o
herdeiro de Castela;d) (Setembro) O exército inglês reembarcou no Tejo a
bordo de navios castelhanos que o transportou de regresso a Inglaterra. (?)
Conspiração urdida pelo mestre de Avis, D. João e por Gonçalo Vasques de
Azevedo contra o rei. É preso no castelo de Évora, D. João, mestre da Ordem de
Avis e filho bastardo do rei D. Pedro I. Portugal, pela segunda vez, volta a se
alinhar com Clemente VII na questão do Grande Cisma (ver 1378 e 1381).
(Verão) Morte da rainha de Castela, D. Leonor (alteração do Tratado de Elvas).
1383 — (02.04) Tratado de Salvaterra de Magos: com a morte da rainha
castelhana D. Leonor, a infanta D. Beatriz, com onze anos, passa como noiva do
filho (infante) para o pai (rei de Castela). (Agosto) Cortes de Valhadolid:
ratificação castelhana do casamento do rei com a infanta D. Beatriz. (Setembro)
Cortes de Santarém: ratificação portuguesa do casamento da infanta com o rei
castelhano. (22.10) Morte de D. João I de Portugal, o Formoso (tuberculoso), em
Lisboa. Revolução em Portugal (1383-1385) e guerra contra Castela (1384-1385):
a) (Outubro a Dezembro) D. Leonor Teles, a Aleivosa, viúva, torna-se regente
de Portugal; b) (06.12) O conde Andeiro é assassinado em Lisboa e o povo da
cidade é mobilizado para proteger o assassino — precisamente o mestre de
Avis, D. João (filho do infante e rei D. Pedro e de Inês de Castro). A rebelão
alastra-se pelo reino, o rei de Castela, João I (filho de Henrique II de
Castela) invade Portugal, D. Leonor Teles foge da capital mestre de Avis é
proclamado, revolucionariamente e contra a vontade, "Regedor e Defensor"; c)
As ordens religiosas militares — com exceção da do Hospital — seguiram o
mestre de Avis; d) (13.12) João I de Castela entra em Portugal e se apodera da
Guarda; e) (Dezembro) Assembléia de São Domingos, em Lisboa
1383-1385 — Revolução em Portugal e guerra contra Castela (ver acima). Peste
em Portugal.
1384 — Revolução em Portugal (1383-1385) e guerra contra Castela (1384-1385): a)
(Janeiro) João I de Castela prende a regente D. Leonor Teles; b) (12.01) João I de
Castela alcança Santarém, onde se detêm 4 meses; c) (14.02) Carta do mestre de
Avis de missão ao Alentejo (pedindo auxílio financeiro para a guerra), dirigida
aos concelhos de Montemor-o-Velho, Évora, Viana do Alentejo, Alvito, Vila
Nova da Baronia, Alcáçovas, Portel, Beja, Serpa, Mértola, e a todas as vilas e
lugares de Campo de Ourique, Odemira, Santiago de Cácem, Sines e Torrão; d)
(01.04) Concessão aos mesteirais de Lisboa; d) (06.04) Nuno Álvares derrota
forças castelhanas nos Atoleiros; e) (Abril a Setembro) Escaramuças entre
portugueses e castelhanos em vários locais do Alentejo (Évora, Vila Viçosa,
Alandroal, Olivença, Elvas); f) (04.05) É concedida a Lisboa jurisdição cível e
crime sobre os reguengos de Sacavém, Unhos, Frielas e Camarate; g) (Maio) O
exército do arcebispo de Santiago de Compostela não consegue vencer a
resistência da cidade do Porto e bate em retirada; h) (27.05) João I de Castela
marcha sobre Lisboa, cerca a cidade e captura Almada. A recém-construída
muralha fernandina conteve o avanço castelhano; i) (Junho) A frota portuguesa
ataca a costa da Galiza; j) (Julho) A frota portuguesa, regressando a Lisboa, se
envolve num combate com a frota castelhana no Tejo; k) (30.07) Almada,
sitiada desde maio, se rende aos castelhanos, forçada pela sede; l) (03.09) Com
seu exército dizimado pela peste, João I de Castela levanta o cerco a Lisboa e se
retira para Castela; m) (06.10) O mestre de Avis isenta Lisboa de qualquer
direito de importação de mantimentos e de exportação, por gentes suas, de
mercadorias, doando também à cidade as suas carniçarias, paços das fangas da
farinha e paços do trigo. Dias depois, isentava-a das jugadas, relegos e outros
direitos reais e senhoriais; n) Nesse mesmo dia, no Paço Real de Lisboa, o
mestre de Avis recebe formalmente o preito e a menagem dos representantes
dos três estados; o) (Outubro) A causa do mestre de Avis já não é a de uns
rebeldes que se ergueram contra Lisboa, mas a de Portugal contra Castela. O
marco de prata em Portugal vale 36 libras. É eleito como mestre de Calatrava
em Castela Pedro Álvares, filho do prior do Crato (Hospital), D. Frei Álvaro
Gonçalves de Pereira e irmão de Nuno Álvares.
1384-1387 — Fome em Portugal.
1385 — Revolução em Portugal (1383-1385) e guerra contra Castela (1383-1385): a)
(03.03 a 10.04) Cortes de Coimbra. Os povos propõem que casamentos régios
passem a ser matéria do Parlamento. Decidem, por eleição unânime (sob as
ameaças do condestável D. Nuno Álvares Pereira, mestre da ordem do
Hospital), que D. João, mestre de Avis será João I de Portugal; b) (Abril e Maio)
Nuno Álvares Pereira consegue a adesão de quase todo o Minho, pela persuasão
ou força das armas (Neiva, Viana do Lima, Vila Nova de Cerveira, Caminha,
Monção, Guimarães, Braga e Ponte de Lima); c) (30.05?) Batalha campal de
Trancoso: vitória portuguesa; d) (14.08) Batalha de Aljubarrota (perto de
Leiria): D. João I de Portugal e D. Nuno Álvares Pereira, mestre da ordem do
Hospital, derrotam os castelhanos: o rei de Castela foge, seu exército é
chacinado, e as cidades, vilas e praças que lhe eram fiéis apressam-se a render-
se ao rei português; e) (Setembro) D. João I de Portugal doa ao concelho de
Lisboa os concelhos e termos de Sintra, Mafra, Alenquer e Torres
Vedras. Guerra entre Portugal e Castela (1385-1389): a) (Outubro) Um exército
português de cerca de 1.000 lanças e 200 peões, comandado pelo condestável,
invade a Estremadura castelhana, passando por Badajoz, Almendral, La Parra,
Zafra, Fuente del Maestre, Villagarcia de la Torre, Magacela e Villanueva de la
Serena; b) (15 ou 16.10) Em seu regresso, o exército português é atacado nas
margens do Guadiana (junto a Valverde de Mérida) por forças castelhanas
comandadas pelo mestre de Santiago. A batalha, conduzida pelo condestável,
resultou em vitória portuguesa. Poucos dias depois, Nuno Álvares reentrou
triunfalmente em Elvas; c) (Dezembro) Nuno Álvares junta suas forças com o
rei e põe cerco a Chaves, que se rende quatro meses depois.
1385-1389 — Guerra entre Portugal e Castela (ver acima).
1385-1430 — Até o fim do reinado de D. João I de Portugal, 28 cortes são
convocadas.
1385-1433 — Reinado de D. João I de Portugal (início da dinastia de Avis), de
Boa Memória.
1386 — Em Portugal, confirmação do privilégio da feira de Pinhel. Guerra entre
Portugal e Castela (1385-1389): a) (Abril) Chaves se rende às forças do rei e de
Nuno Álvares; b) (Maio) Bragança e Almeida caem diante das forças
portuguesas. Nesse mesmo mês os portugueses invadem Castela, passando por
Ciudad Rodrigo, Gata e Coria, que cercaram sem resultado; c) (09.05) Tratado
de Windsor: integração da guerra de D. João I de Portugal na dos Cem Anos —
a mais antiga aliança entre nações que o Ocidente conhece (reiteração da
aliança de 1373); d) (Julho) D. João I reentra em Portugal; e) (25.07)
Desembarque do duque de Lancaster na Corunha, com cerca de 3.000 homens;
f) (24.10) Em Portugal, revogação provisória do aldeamento (medida para
estimular o comércio); g) (01.11) O duque de Lancaster se encontra com João I
de Portugal em Ponte de Mouro, na raia minhota.
1387 — Morte de Carlos II, o Mau, 20o. rei de Navarra. Morte de Pedro IV, o
Cerimonioso, 14o. rei de Aragão. (02.02) D. João I de Portugal recebe em
casamento a filha do duque de Lancaster, de nome Filipa. D. Filipa de Lancaster
recebe Sintra de João I de Portugal, como arra. Guerra entre Portugal e Castela
(1385-1389): a) (26.03) Os exércitos português e inglês invadem Léon,
atravessando o rio Maçãs. Daí alcançam Alcañides, marchando para nordeste,
por Tábara, Benavente, Roales e outros povoados; b) (16.05) Os exércitos
português e inglês entram em Zamora; c) (04.06) Os exércitos português e
inglês rumam para o sul, atingem Ciudad Rodrigo, reentrando em Portugal por
Almeida; d) (Julho) Tratado de Trancoso entre o duque de Lancaster e o rei de
Castela; e) (Setembro) Reembarque do duque de Lancaster com destino a
Bayonne, pondo fim à intervenção inglesa na guerra entre Portugal e Castela de
1383-1393). (Verão) Correrias castelhanas no Baixo Alentejo.
1387-1395 — Reinado (15o.) de João I, de Aragão (filho de Pedro IV, o
Cerimonioso, de Aragão).
1387-1425 — Reinado (21o.) de Carlos III, o Nobre, de Navarra.
1388 — Guerra entre Portugal e Castela (1383-1389): a) Correrias portuguesas no
Melgaço; b) (Março) Os portugueses reconquistam Melgaço; c) (Dezembro) Os
portugueses reconquistam Campo Maior; d) João I de Portugal reconquista
todas as cidades, vilas e lugares que obedeciam a D. Beatriz e ao rei de Castela.
Uns entregam-se espontaneamente (na Estremadura, Trás-os-Montes e entre
Tejo e Odiana), outros, houve que tomá-lo à força (Chaves, Bragança, Almeida,
Melgaço, Campo Maior).
1389 — Guerra entre Portugal e Castela (1383-1389): a) (Setembro) Após uma
trégua de seis meses, os portugueses apoderam-se de Tuy; b) (29.11) Tratado de
Monsão: estabelece uma trégua de três anos e a restituição mútua das terras
conquistadas (Portugal cedeu Tuy e Salvatierra de Miño, recebendo em troca
Olivença, Nôudar e Mértola (no Alentejo), e Castelo Rodrigo, Castelo Mendo e
Castelo Melhor (em Ribacoa). Capítulo Geral da Ordem de Santiago, reunido
em Alcácer, determinou que os mestres não dispusessem arbitrariamente dos
bens da ordem a favor de quem quisessem, e que os freires não faltassem à
obediência ao mestre, nem se eximissem ao desempenho de qualquer serviço.
Cortes de Lisboa. Peste em Portugal.
1389-1404 — Papado de Bonifácio IX, napolitano.
1390 — (09.10) Morte de João I, 12o. rei de Castela, filho de Henrique II
(Trastâmara) de Castela. Em Portugal, confirmação dos privilégios das feiras de
Castelo Branco e Sertã.
1390-1392 — No Porto, juízes por El-Rei substituem os juízes eleitos
(intervenção do poder central).
1390-1406 — Reinado (13o.) de Henrique III de Castela, filho de João I de
Castela.
1391 — Pogroom na Espanha: os sermões de Fernán Martínez levam a populaça
em todos os centros mais importantes da Espanha a massacrar todos os judeus
encontrados que recusassem a converter-se. (31.10) Nascimento de D. Duarte de
Portugal, em Viseu. Cortes em Portugal. Em Portugal, confirmação dos
privilégios das feiras de Pinhel (confirmado em 1386), Amarante e Coimbra.
1391-1392 — Fome em Portugal.
1391-1396 — Reinado (12o.) de Youcef II, de Granada.
1392 — Nascimento do infante D. Pedro (filho de D. Duarte), na cidade de
Lisboa. Em Portugal, confirmação dos privilégios da feira de Viseu. (21.04) Em
Portugal, a criação de um “porto franco” em Caminha (medida para estimular o
comércio).
1393 — (15.05) Tratado de Lisboa: prolongou o Tratado de Monsão (1389),
estabelecendo a suspensão das hostilidades entre Portugal e Castela em até
quinze anos.
1394 — Cortes em Portugal. Fome em Portugal.
1394-1395 — Em Portugal, renovação das bolsas de mareantes (medida para
estimular o comércio).
1394-1417 — Bento XIII, rei alemão.
1394-1423 — Antipapa Bento XIII, aragonês.
1395 — Morte de João I, 15o. rei de Aragão.
1395-1410 — Reinado (16o.) de Martin I, o Humano, de Aragão (irmão de João I
de Aragão).
1396 — Guerra entre Portugal e Castela (1396-1402): (12.05) Os portugueses
apoderam-se de Badajoz.
1396-1402 — Guerra entre Portugal e Castela (ver acima).
1396-1408 — Reinado (13o.) de Maomé VI, de Granada.
1397 — Guerra entre Portugal e Castela (1396-1402): a) (Junho) Como retaliação
da tomada de Badajoz (1396), os castelhanos apresam várias naus portuguesas e
talam os campos da Beira Alta até Viseu, regressando em seguida a Castela; b)
Verão e Outono — Um exército castelhano invade o Alentejo, chegando quase
a Alcácer do Sal, mas se retira depois; c) (Dezembro) Os portugueses (exército
do infante D. Dinis) entram na Estremadura por Ouguela, atingindo Cáceres e
Valência de Alcântara, regressando logo depois. Atacam também Cádiz por
mar. No Porto, juízes por El-Rei substituem os juízes eleitos (intervenção do
poder central). Em Portugal, renovação das bolsas de mareantes, já renovada
em 1394-1395 (medida de estímulo ao comércio).
1397-1400 — Fome em Portugal.
1398 — Guerra entre Portugal e Castela (1396-1402): a) (Maio-Junho) Os
portugueses fazem nova ofensiva na Estremadura; b) (Maio) Os portugueses
conquistam Salvatierra de Miño; c) (Junho-Julho) As hostes do infante D. Dinis
(aclamado rei de Portugal) atacam em Trás-os-Montes e na Beira, apoderando-
se de vários castelos e passando por Sabugal, Guarda, Viseu e Covilhã; d)
(25.07) Os portugueses conquistam Tuy; e) (Dezembro) Correrias na
Estremadura castelhana, seguindo-se negociações e tréguas; f) Cortes em
Portugal.
1399 — Em Portugal, a maior inflação de sua história: o marco de prata passa
de 36 libras (em 1384) para 330 (1399).
1399-1413 — Henrique IV, rei da Inglaterra.
1399-1400 — Guerra entre Portugal e Castela (1396-1402): a) Nos verões desses
anos reacende-se o conflito: os portugueses entram em Castela por Badajoz e
põem cerco a Alcântara; os castelhanos ocupam Miranda do Douro, Penacamor
e outras praças-fortes.
1400 — (?) Vasco de Lobeira escreve em português um romance de cavalaria,
Amadis de Gaula, um dos livros mais populares da Europa. Cortes em Portugal.
Em Portugal, Lei discriminatória contra os judeus. Peste em Portugal.
1400-1410 — Roberto, rei alemão.
1401 — É aberto um banco do Estado em Barcelona. Cortes em Portugal.
Casamento de D. Beatriz, filha única de Nuno Álvares Pereira — prior da
Ordem do Hospital — com o filho bastardo de D. João I de Portugal, D. Afonso,
que recebeu do sogro o condado de Barcelos e um significativo patrimônio. Em
Portugal, confirmação dos privilégios da feira de Fonte Arcada.
1402 — Acordo de 1402 entre Portugal e Castela — paz por 10 anos. Em
Portugal, Lei discriminatória contra os judeus. D. João I procede a uma
cuidadosa revisão da constituição do rabinato (criada em Portugal desde o
reinado de Afonso III) devido a queixas de lisboetas contra o rabino-mor D.
Judá Cohen.
1403 — Fome em Portugal.
1404 — Em Portugal, antes desse ano, confirmação dos privilégios das feiras de
Prado e Caria.
1404-1406 — Papado de Inocêncio VII, de Sulmona.
1405 — Nascimento de João II de Castela, filho de Henrique III de Castela. O
infante D. Afonso acompanha sua irmã D. Beatriz à Inglaterra, que fora casar
com o conde de Arundel (aliança entre Portugal e a Inglaterra).
1406 — Morte de Henrique III, 13o. rei de Castela, filho de João I de Castela. O
infante D. Afonso sai de Portugal com destino a Jerusalém, acompanhado por
uma centena de cavaleiros. Passou por Castela, Aragão, França, Veneza e Sacro
Império, tendo sido recebido pelo imperador Roberto.
1406-1415 — Papado de Gregório XII, veneziano.
1406-1454 — Reinado (14o.) de João II de Castela, filho de Henrique III de
Castela.
1407 — Em Lisboa, juízes por El-Rei substituem os juízes eleitos (intervenção
do poder central. Em Portugal, confirmação dos privilégios da feira de Feira.
1408 — Cortes em Portugal. O infante D. Afonso, regressando ao Ocidente após
ter ido a Jerusalém, passa por Ferrara.
1408-1425 — Reinado (14o.) de Youcef III, de Granada.
1409-1410 — Antipapa Alexandre V, cretense.
1410 — Valladolid, e depois outras cidades, influenciadas pela eloqüência do
santo e fanático Vicente Ferrer, ordenaram o confinamento dos judeus e dos
mouros em quarteirões determinados (Judería ou Alhama), cujas portas
deveriam ser fechadas do pôr-do-sol até o amanhecer. Morte de Martin I, o
Humano, 16o. rei de Aragão. Cortes em Portugal. (?) O infante D. Afonso
combate os turcos ao lado do imperador Segismundo. (Outubro) O infante D.
Afonso passa novamente por Veneza. O infante D. Fernando luta contra os
muçulmanos do reino de Granada e toma Antequera.
1410-1415 — Antipapa João XXIII, napolitano.
1410-1437 — Sigismundo, rei alemão.
1411 — Acordo de Segóvia entre Portugal e Castela, que pôs fim definitivo às
hostilidades entre os dois reinos ibéricos. D. João I de Portugal ficava rei de um
Portugal restituído às fronteiras de 1297. Até esse ano, Portugal vive — desde o
início do reinado de João I de Avis (1385) — praticamente em guerra. A
conquista de Granada é discutida em Portugal. (20.03.1411) A bula Eximie
Devociones do antipapa João XXIII responde de modo afirmativo ao pedido de
D. João I de Portugal de ajuda, por parte das ordens militares, a qualquer forma
de guerra justa. (?) O infante D. Afonso em Portugal após peregrinação à Terra
Santa.
1412 — Em Portugal, Lei discriminatória contra os judeus. Em Portugal,
confirmação dos privilégios das feiras de Barcelos, Salzedas e Batalha (?). (?) D.
João de Portugal associa ao trono seu filho e herdeiro, D. Duarte, um jovem de
21 anos (futuro rei D. Duarte I de Portugal), e atribui gradualmente lugares de
comando e fontes de rendimento aos outros infantes, D. Pedro e D. Henrique,
dando a eles a direção dos negócios externos do Reino. Negociações entre
Portugal e Castela a respeito de auxílio contra Granada. Começa a ser
preparada a expedição militar a Ceuta. Em todo o processo tiveram ação
decisiva (além do rei, dos infantes e dos principais senhores feudais do reino) o
vedor da Fazenda (João Afonso de Alenquer), o prior do Hospital (Álvaro
Gonçalves Camelo) e o capitão-mor do Mar (Afonso Furtado de Mendonça).
1412-1414 — Fome em Portugal.
1412-1416 — Reinado (17o.) de Fernando I, de Aragão (irmão de João II de
Castela).
1413-1422 — Henrique V, rei da Inglaterra.
1414 — Em Lisboa, juízes por El-Rei substituem os juízes eleitos (intervenção
do poder central).
1414-1416 — Peste em Portugal.
1415 — (25.07) Parte de Lisboa uma frota militar com destino a Ceuta (mais de
200 embarcações e 20.000 homens, incluindo navios e mercenários flamengos,
bretões, ingleses e outros). Faz escala em Lagos, Faro e Algeciras. (21.08)
Desembarque português em Ceuta. (22.08) Conquista portuguesa de Ceuta, no
Marrocos, comandada pelos infantes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. (01.09)
Regresso da frota portuguesa de Ceuta, ficando na cidade uma guarnição de
2.700 homens chefiados por 40 membros da nobreza chefiado por D. Pedro de
Meneses. Casamento da filha de D. João I de Portugal, a infanta D. Isabel (que
se casara em 1405 com o conde de Arundel) com o barão de Irchenfield
(manutenção da aliança entre Portugal e Inglaterra).
1416 — Morte de Fernando I, 17o. rei de Aragão.
1416-1458 — Reinado (18o.) de Afonso V, o Magnânime, de Aragão (filho de
Fernando I de Aragão).
1417 — Em Portugal, confirmação dos privilégios das feiras de Lanhoso (?) e
Pena.
1417-1418 — Reforçam-se as posições defensivas portuguesas em Ceuta com o
auxílio inglês. (04.04) Bula de cruzada do papa Martinho V, Rex Regum, onde
Portugal recebe as rendas da Ordem de Santiago.
1417-1431 — Papado de Martinho V, romano.
1418 — (22.01) Estreitamento de laços diplomáticos entre Portugal, o Império e
o reino da Hungria: doação da marca de Treviso, como feudo, ao infante D.
Pedro. Isso implicou uma estadia de senhores e cavaleiros portugueses na
região, entre os quais Álvaro Gonçalves de Ataíde, valido do infante. (08.10)
Bula papal In apostolice Dignitatis Specula: D. João I de Portugal consegue
junto ao papado a concessão para seu filho, o infante D. João, ao posto de
mestre da Ordem de Santiago. Portugal conquista a ilha de Madeira. Fome em
Portugal.
1419 — (13 e 18.08) Forças marroquinas e granadinas cercam Ceuta. (Setembro)
Um contingente de socorro a Ceuta parte de Portugal, chegando à cidade
quando um novo assédio estava em curso. Após duas semanas, os aliados
muçulmanos, incapazes de reconquistar Ceuta, levantam o cerco.
1419-1421 — Conquista portuguesa das ilhas da Madeira e do Porto Santo, após
expedições de João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu
Perestrelo.
1420 — (Março) O infante D. Henrique, em Ceuta até esse mês (desde 1415),
projetou capturar Gibraltar, não conseguiu devido a um temporal. Em Portugal,
confirmação dos privilégios da feira de Tomar (sede da antiga Ordem do
Templo, agora de Cristo). (25.05) Bula papal In apostolice Dignitatis Specula
(homônima da de 1418): D. João I de Portugal consegue junto ao papado a
concessão para seu filho, o infante D. Henrique, o Navegador, ao mestrado da
Ordem de Cristo.
1422 — Em Portugal, hiperinflação: o marco de prata sobe para 5.000 libras (36
libras em 1384, 330 em 1399). Desde esse ano (ou até antes), expedições
portuguesas à costa da África.
1422-1427 — Fome em Portugal.
1422-1433 — Conquista portuguesa da costa da África até o cabo Bojador.
1422-1461 — Carlos VII, rei da França. Henrique VI, rei da Inglaterra.
1423 — Peste em Portugal.
1423-1429 — Antipapa Clemente VIII, de Aragão.
1425 — Nascimento de Henrique IV de Castela, filho de João II de Castela.
Morte de Carlos III, o Nobre, 21o. rei de Navarra. (?) O infante D. Pedro escreve
uma carta ao irmão co-governador e futuro rei Afonso V. (Setembro) O infante
D. Pedro vai a Inglaterra. (Dezembro) O infante D. Pedro em Flandres.
1425-1427 — Reinado (15o.) de Maomé VII, de Granada.
1425-1430 — Contra-antipapa Bento XIV, de Avignon.
1425-1479 — Reinado (22o.) da rainha Branca e do rei D. João, de Navarra.
1426 — Carta escrita de Bruges pelo infante D. Pedro ao irmão, o infante D.
Duarte: “Portugal era terra que dava vontade de emigrar e que não atraía
ninguém”. Em Portugal, hiperinflação: o marco de prata sobe para 28.000 libras
(36 libras em 1384, 330 em 1399, 5.000 em 1422). O marco de ouro sobe de
forma correspondente. Em Portugal, confirmação dos privilégios da feira de
Montemor-o-Velho. (Fevereiro) O infante D. Pedro no Sacro Império (passa por
Colônia, Nuremberg e Regensbruck). (Março) O infante D. Pedro em Viena.
Permanece ao serviço do imperador Segismundo durante dois anos,
combatendo contra os turcos, estacionando na Hungria e na Valáquia.
1427 — Reinado (16o.) de Maomé VIII, de Granada. Cortes em Portugal: uma
concordata de 94 capítulos suscitada pelo clero consagra, a contragosto dos
prelados e em proveito da monarquia, normas e limites às ambições clericais
(Lei Mental — ver 08.04.1434). Expedição portuguesa (Diogo de Silves) aos
Açores.
1427-1431 — Reinado (17o.) de Maomé VII (reentronado), de Granada.
1427-1432 — Conquista portuguesa dos Açores.
1428 — O herdeiro do trono de Portugal, o infante D. Duarte casa-se com a
infanta D. Leonor de Aragão. (Março) O infante D. Pedro inicia viagem de volta
a Portugal, passando por Veneza, Ferrara, Florença e Roma. (Junho) O infante
D. Pedro parte de Pisa, por mar, rumo à Península Ibérica. Demorou-se no
reino de Aragão até o final de Agosto. (Setembro) O infante D. Pedro atravessa
Castela e entra em Portugal.
1428-1429 — Aliança entre Portugal e Aragão: duplo casamento dos infantes D.
Duarte e D. Pedro com princesas aragonesas.
1429 — Peste em Portugal. O infante de Portugal D. Pedro casa-se com a filha
do conde de Urgel.
1430 — Aliança entre Portugal e Borgonha: casamento da filha de D. João I de
Portugal, D. Isabel, com o poderoso duque de Borgonha, Filipe, o Bom.
1431 — Reinado (18o.) de Ebn Alhamar, de Granada.
1431-1432 — Expedição portuguesa (Gonçalo Velho) aos Açores.
1431-1447 — Papado de Eugênio IV, veneziano.
1432 — (15.01) Nascimento de Afonso (futuro Afonso V de Portugal, o Africano),
filho do infante D. Duarte de Portugal e D. Leonor de Aragão. (11.08) Pacto de
Torres Novas assinado entre Portugal e Aragão: resolução da querela entre o
condestável castelhano D. Álvaro de Luna e os “infantes de Aragão”, D.
Henrique e D. Pedro (Portugal foi o medianeiro).
1432-1433 — Peste em Portugal.
1432-1445 — Reinado (19o.) de Maomé VII (reentronado), de Granada.
1433 — (13.08) Morte de D. João I de Portugal, de Boa Memória, em Lisboa, aos
76 anos de idade e 48 de reinado (“...prestigiado, amado e chorado pelos seus
súbditos” — A. H. de Oliveira Marques). (Novembro-dezembro) Cortes de
Leiria (depois transferidas para Santarém), as primeiras do reinado de D.
Duarte I (nelas os deputados afirmam serem as pestes um traço habitual do
perfil do reino). Expedição portuguesa na costa africana. Negociações entre
Portugal e Castela (conseqüência do Pacto de Torres Novas, de 1432). A política
portuguesa da guerra na África (interrompida pelos custos da manutenção de
Ceuta e o agravamento da inflação em Portugal) é retomada.
1433-1438 — (14.08) Reinado de D. Duarte de Portugal, o Eloqüente (2o. da
dinastia de Avis) — assume o trono aos 42 anos de idade (escreve um tratado
de desporto: Ensinança de bem cavalgar toda a sela).
1434 — (02.03) Em Portugal, novos regimentos dos juízes dos Órfãos. (22.03)
Em Portugal, novos regimentos dos juízes dos Contos. (08.04) Em Portugal, a
Lei Mental (reforma na administração pública: lei sobre a justiça, o
senhorialismo e as terras da coroa, com a exceção da casa de Barcelos —
pertencente pela doação de 1401 ao filho bastardo de D. João I de Portugal, D.
Afonso). (10.04) Em Portugal, novos regimentos dos Capitães de Ceuta. (02.05)
Em Portugal, proibição de cartas senhoriais de privilégios. (?) Uma nova frota
militar terá sido organizada em Portugal com um objetivo: as Canárias.
Expedição portuguesa na costa africana. Negociações entre Portugal e Castela
(conseqüência do Pacto de Torres Novas, de 1432).
1435 — (02.09) Em Portugal, novos regimentos dos juízes de Monteiro-Mor. (?)
É fundado o seguro marítimo na Espanha. Início do saneamento da moeda
portuguesa: D. Duarte I de Portugal faz cunhar as primeiras moedas de ouro e
de boa prata que se viam desde os tempos de D. Fernando: o escudo e o real.
Concílio de Basiléia: os castelhanos (o bispo de Burgos, Alonso de Cartagena)
argumentam ao papa sobre os portugueses e a questão das Canárias. Expedição
portuguesa na costa africana.
1436 — (06.01) Em Portugal, novos regimentos dos Besteiros do Conto. (20.01)
Em Portugal, Leis sobre portagem. (Março) Cortes de Évora, a segunda do
reinado de D. Duarte I de Portugal. Objetivo: obter fundos para a projetada
expedição a Marrocos. (19.08) Em Portugal, Leis sobre judeus. (08.09) Bula
papal Rex Regum: o papa Eugênio IV concede a D. Duarte I de Portugal os
direitos e os privilégios de cruzada contra o Islã. (15.09) Bula papal Romanus
Pontifex: Eugênio IV concede as Canárias a Portugal. (06.11) Bulas Romani
Pontifics e Dudum cum ad nos: o papa Eugênio IV, por pressão da coroa
castelhana, volta atrás na bula de 15.09 e a revoga. (05.12) Em Portugal, Leis
sobre judeus. Expedição portuguesa na costa africana.
1436-1441 — Fome em Portugal.
1437 — (08.02) Em Portugal, novos regimentos das Valas. (13.04) Em Portugal,
restrições a certas exportações. (03.08) Em Portugal, restrições a certas
exportações. (27.08) D. Duarte I de Portugal prepara uma frota com 6.000 a
7.000 homens que se reuniu em Ceuta, tendo como chefe da expedição o
infante D. Henrique. (13.09) Ataque português a Tânger: os marroquinos
conseguem repelir todos os assaltos, passando em seguida à ofensiva. (12.10) O
infante D. Henrique decide pela rendição em Tânger, comprometendo-se a
restituir Ceuta. Como penhor da entrega, o infante D. Fernando, o infante
Santo, mestre de Avis, ficou em poder dos muçulmanos. (17.10) A expedição
militar portuguesa derrotada em Tânger regressa a Portugal, via Ceuta. (?)
Expedição portuguesa na costa africana.
1437-1441 — Peste em Portugal.
1437-1439 — Em Portugal, epidemia de peste.
1438 — (Janeiro-fevereiro) Cortes de Leiria (terceira e última do reinado de D.
Duarte I de Portugal). Objetivo: tratar da liberdade do infante D. Fernando e da
possível cedência de Ceuta aos mouros. (Março) O infante D. Henrique
permanece até esse mês em Ceuta, instalando-se a seguir no Algarve. (09.09)
Epidemia de peste em Portugal: morte do rei D. Duarte I de Portugal, o
Eloqüente, de peste (reinou apenas cinco anos). Seu filho, D. Afonso tem apenas
6 anos; o país é governado pela viúva, D. Leonor de Aragão (regência).
(Novembro) Cortes de Torres Novas: Regimento do Reino de 1438: proposta do
infante D. Henrique; é uma constituição destinada a vigorar até que D. Afonso
atinja a maioridade política, em 1446. Estabelece que o poder seja partilhado
pela rainha, pelo infante D. Pedro, duque de Coimbra, pelo conde de Arraiolos
e por umas "cortes restritas" de celebração anual. Assim, D. Leonor foi regente
sozinha por apenas 3 meses. Em Portugal, carta régia de proteção aos bretões.
1438-1439 — Alberto II, rei alemão.
1438-1439 — Regência de D. Leonor de Aragão, viúva de D. Duarte I de
Portugal.
1438-1441 — Em Portugal, maus anos agrícolas e o espectro da fome.
1439-1449 — Antipapa Félix V, de Savóia.
1439 — Os Açores começam a ser povoados. (Julho) Começam as divergências
abertas entre D. Leonor de Castela e D. Pedro, duque de Coimbra, por motivo
da nomeação de um servidor do arcebispo de Braga para escrivão da Câmara do
Porto. (Setembro) Agitações em Lisboa, semelhantes às de 1383-1385.
(Dezembro a Janeiro 1440) Cortes de Lisboa: o regimento de Torres Novas é
anulado e o infante D. Pedro, duque de Coimbra, é declarado por pressão do
povo "Regedor e Defensor do Reino", tal como o pai. Mais tarde, é também
designado tutor e curador do rei. A rainha tenta resistir, auxiliada por forças
internas e pela promessa de ajuda de seus irmão de Aragão. Foge para Castela,
é despojada de seus bens e morre em Toledo (1445). O regente D. Pedro faz
uma declaração pró-nobiliárquica nas Cortes de Lisboa, além de recusar o
oferecimento de uma estátua sua nos estaus da capital.
1439-1448 — Regência do infante D. Pedro, duque de Coimbra.
1440 — (1o. Semestre) Aliança entre o infante D. Pedro e os adversários dos
infantes de Aragão: Um contingente de 200 homens sob o comando de D.
Duarte de Meneses entra em Castela para ajudar o mestre de Santiago, Gutierre
de Sotomayor (partidário de A. Álvaro de Luna) e destrói Zalamea de la Serena
(Badajoz), reforçando as guarnições dos castelos de Magacela e Benquerencia
de la Serena (Badajoz). (09.05) Os irmãos do regente D. Pedro são nomeados
fronteiros para as zonas ameaçadas de invasão: D. Henrique para a Beira, D.
João para o Alentejo e D. Afonso para o Entre-Douro-e-Minho e Trás-os-
Montes. (Setembro) O marechal Vasco Fernandes Coutinho (inimigo do
regente D. Pedro desde o início) é promovido a 1o. Conde de Marialva.
(Outubro) D. Leonor de Castela, a rainha viúva de Portugal, busca refúgio em
Sintra, depois em Almerim, e por fim em Ponte de Sor e no Crato, terras da
Ordem do Hospital, cujo prior, D. Frei Nuno Gonçalves de Góis a apoiava.
(Dezembro) D. Leonor de Castela, sentindo-se sem apoio interno, abandona o
país, acolhe-se em Albuquerque e solicita o auxílio dos irmãos. O infante D.
Pedro é proclamado regente.
1440-1493 — Frederico III, rei alemão.
1441 — (09.03) Em Portugal, Lei sobre a moeda. (25.05) Esponsais entre a filha
do regente D. Pedro, D. Isabel e o rei, D. Afonso V de Portugal. O matrimônio
só se consumará em 06.05.1447, dada a tenra idade dos esposados. (Novembro)
O regente e infante D. Pedro procura seu meio-irmão, o conde de Barcelos, em
Lamego para um acordo, e evita uma guerra civil em Portugal (sobre a questão
do exílio da rainha, D. Leonor de Castela). O conde havia firmado um pacto
com o infante de Aragão, D. Henrique e com o rei de Navarra, também irmão
da rainha.
1442 — (27.04) Em Portugal, Regimento do Monteiro-Mor. (30.09) Em
Portugal, Lei sobre processo cível. (18.10) Súbito falecimento do infante D.
Diogo, filho do recentemente falecido infante D. João: ambos detinham o cargo
de condestável. (Novembro?) D. Afonso é feito 1o. Duque de Bragança, sendo-
lhe aumentado consideravelmente o patrimônio senhorial.
1443 — (Janeiro) Nomeação do filho primogênito do regente D. Pedro, D.
Pedro, de 12 anos, para condestável. (31.01) Em Portugal, Lei sobre alcaides e
prisões. (03.03) Em Portugal, Regimento do Chanceler-Mor. (05.06)
Falecimento, no cativeiro, do infante D. Fernando, mestre da Ordem de Avis
(que havia sido derrotado em Tânger, em 1437, ficando preso desde então). Em
Portugal, carta régia de proteção aos ingleses.
1444 — (29.03) Nomeação do filho primogênito do regente D. Pedro, D. Pedro,
para o mestrado de Avis. (23.05) O infante D. Fernando, jovem irmão do rei, é
nomeado pelo regente D. Pedro mestre da Ordem de Santiago (que do infante
D. João passara a seu filho D. Diogo). Em Portugal, carta régia de proteção aos
bretões e ingleses.
1445 — (18.02) Morte de D. Leonor de Aragão, viúva de D. Duarte de Portugal,
em Toledo. Fim do problema da regência de D. Pedro. (23.03) Em Portugal,
repressão aos abusos dos donatários. (19.05) Vitória de Olmedo: D. Álvaro de
Luna assegura ao regente de Portugal a paz definitiva para a questão de sua
regência. (18.08) O conde de Arraiolos, D. Fernando, filho do duque de
Bragança, é feito governador de Ceuta. Casamento de Joana, irmã de Afonso
(V) de Portugal, com Henrique IV de Castela. Em Portugal, carta régia de
proteção aos bretões, castelhanos, biscainhos e galegos.
1445-1446 — Fome em Portugal.
1445-1454 — Reinado (20o.) de Ebn Ostman, de Granada.
1446 — (Janeiro) Cortes de Lisboa: maioridade legal de Afonso V de Portugal
(D. Pedro é mantido no governo). Oposição do duque de Bragança à D. Pedro.
(09.10) D. Sancho de Noronha (inimigo fidagal do regente D. Pedro), irmão do
arcebispo de Lisboa, recebe o título de 1o. Conde de Odemira. (28.07) Em
Portugal, o regente do reino e duque de Coimbra, D. Pedro, promulga as
Ordenações Afonsinas, primeiro código jurídico geral dos portugueses, cuja
compilação tinha sido empreendida pelo rei D. Duarte. Em Portugal, carta régia
de proteção aos castelhanos, biscainhos e galegos. Em Portugal, mau ano
agrícola. Participação dos mesteirais na Câmara de Tavira.
1447 — Reunião prelatícia em Portugal. Casamento de D. Isabel, filha do
infante D. João (e sobrinha do rei D. Duarte), mestre de Santiago, com o rei
João II de Castela (segundas núpcias). D. Leonor de Aragão recebe Sintra de D.
Duarte, como arra
1447-1455 — Papado de Nicolau V, de Sarzana.
1448 — (04.03) Em Portugal, a Legislação sobre coutos. Em Portugal, carta de
proteção aos ingleses. (11.07) D. Pedro (ex-regente), dispensado pelo sobrinho, o
rei D. Afonso V de Portugal, abandona o poder e retira-se para o seu ducado.
(Setembro) Face às reclamações dos antigos partidários da rainha D. Leonor de
Castela, D. Afonso V de Portugal ordena as confirmações das terras, bens e
ofícios recebidos desde o falecimento de D. Duarte I de Portugal.
1448-1453 — Epidemia de peste em Portugal.
1448-1481 — Reinado de Afonso V, o Africano, de Portugal.
1449 — (Abril) D. Pedro impede a passagem pelo seu feudo das forças armadas
do duque de Bragança (seu inimigo), chamado a Lisboa pelo rei. Afonso V de
Portugal rompe abertamente com D. Pedro, acusando de desobediência, e
ordena a prisão de seus partidários. (05.05) O duque de Coimbra parte em
direção à Corte (e à morte). (19.05) Batalha de Alfarrobeira (entre o rei Afonso
V de Portugal e seu tio e ex-regente, D. Pedro), perto de Lisboa: morte do
infante D. Pedro, ex-regente do reino.
1450-1455 — Negociação e casamento de D. Beatriz, filha do infante D. Pedro,
com Adolfo Von Kleve.
1451 — Portugal relembra D. João I de Avis como o "pai dos portugueses".
Cortes em Portugal — as primeiras do pós-regência. Em Portugal, o conde de
Ourém passa a 1o. Marquês de Valença. Casamento da infanta D. Leonor (irmã
do rei Afonso V de Portugal) com o imperador alemão Frederico III.
1452 — Nascimento de Fernando II de Aragão (futuro 20o. rei).
1452-1455 — Fome em Portugal.
1453 — O infante D. Fernando, irmão do rei, recebeu o título de 1o. duque de
Beja.
1454 — Morte de João II, 14o. rei de Castela, filho de Henrique III de Castela.
1454-1456 — Reinado (21o.) de Ebn Ismail, de Granada.
1454-1474 — Reinado (15o.) de Henrique IV de Castela, filho de João II de
Castela.
1455 — Cortes em Portugal. O papa Calisto III manda tanger à cruzada contra
os turcos todos os sinos cristãos. Em Portugal, o conde de Arraiolos passa a
marquês de Vila Viçosa. Casamento de D. Joana, irmã de Afonso V de Portugal,
com o rei Henrique IV de Castela.
1455-1456 — Afonso V de Portugal faz equipar navios e recruta homens de
armas com o objetivo de intervir no Mediterrâneo para uma cruzada contra os
turcos. Com essa finalidade, uma frota luso-italiana parte para o Levante.
1455-1458 — Papado de Calisto III, valenciano.
1456 — Afonso V de Portugal revoga (brevemente) o "beneplácito régio"
instituído por D. Pedro I de Portugal quando este era ainda infante (ver ano
1355). Cortes em Portugal. Casamento de D. João, filho do infante D. Pedro, com
Carlota de Lusignan, rainha de Chipre. D. Jaime, filho do ex-regente D. Pedro,
ascende a cardeal na Itália, além de arcebispo de Lisboa (embora nunca tenha
regressado a Portugal).
1456-1458 — Peste em Portugal.
1456-1482 — Reinado (22o.) de Moulay Hacen, de Granada.
1457 — Afonso V de Portugal decide combater em Marrocos. Surge em Portugal
os cruzados de ouro quase puro (23 3/4 quilates), entrando em circulação uma
boa moeda de prata (real grosso e meio real grosso).
1458 — (30.09) Uma frota de 220 velas parte do Sado e de outros pontos da
costa portuguesa levando o rei, o idoso infante D. Henrique e a fina flor da
nobreza portuguesa. (16.10) Os portugueses chegam ao Marrocos e atacam
Alcácer Ceguer. (18.10) Conquista portuguesa de Alcácer Ceguer. (24.10) Alcácer
Ceguer é integrado às conquistas portuguesas. (Novembro) Os marroquinos
tentam reconquistar Alcácer Ceguer. Morte de Afonso V, o Magnânime, 18o. rei
de Aragão.
1458-1464 — Papado de Pio II, sienês.
1458-1479— Reinado (19o.) de João II, de Aragão.
1459 — Assembléias parlamentares em Portugal. (Março a Julho) Os
portugueses fortificam Alcácer Ceguer. (Julho) Durante 53 dias os marroquinos
cercam Alcácer Ceguer (pela segunda vez). Participação dos mesteirais na
Câmara de Évora.
1459-1461 — Fome em Portugal.
1460 — Morte do infante D. Henrique. D. Álvaro de Castro recebe o título de 1o.
conde de Monsanto. (Verão) É preparada outra expedição portuguesa ao
Marrocos, que falha.
1461-1483 — Luís IX, rei da França. Eduardo IV, rei da Inglaterra.
1463 — (?) D. Fernando, filho do segundo duque de Bragança recebe o título de
conde de Guimarães. (Novembro) Mais uma expedição portuguesa é preparada
ao Marrocos, e também falha (D. Afonso V com um contingente de 10.000
homens tenta apoderar-se de Tânger, e demora-se em Ceuta até março de
1464).
1463-1464 — Portugal tenta conquistar Tânger, mas desiste.
1464 — D. Henrique de Meneses recebe o título de 1o. conde de Valença.
(Março) Afonso V de Portugal esteve em risco de ser capturado ou morto pelos
marroquinos, e é salvo por D. Duarte de Meneses, que morre no recontro. Uma
expedição portuguesa (3a.) é preparada ao Marrocos que também falha. D.
Pedro, condestável do reino de Portugal e mestre da Ordem de Avis aceita um
convite para se candidatar ao reino de Aragão e parte, mesmo contra a vontade
do rei Afonso V. Peste em Portugal.
1464-1466 — Intervenção portuguesa na Catalunha e breve realeza do
condestável D. Pedro, mestre de Avis e filho do ex-regente D. Pedro, vencido em
Alfarrobeira (1449). A Ordem de Avis e seus freires apóiam a causa do
condestável D. Pedro.
1464-1471 — Papado de Paulo II, veneziano.
1465 — Assembléias parlamentares em Portugal.
1466 — Pero Vaz de Melo recebe o título de 1o. conde de Atalaia. Morte de D.
Pedro, mestre de Avis e pretendente ao trono de Aragão.
1467-1468 — Fome em Portugal.
1468 — Assembléias parlamentares em Portugal.
1469 — O infante D. Fernando conquista Anafé (atual Casablanca), mas logo
abandona, por situar-se desconfortavelmente ao sul. D. Afonso, filho do
segundo duque de Bragança recebe o título de 1o. conde de Faro.
1470 — D. Fernando, filho do segundo duque de Bragança recebe o título de
duque de Guimarães.
1471 — Discurso dos povos portugueses, afirmando que Santa Joana não podia
escolher a vida monástica. (15.08) Afonso V parte de Lisboa com frota de
ataque (mais de 477 embarcações e quase 30.000 homens). (20.08) A expedição
ancora em Arzila. (24.08) Portugal conquista Arzila e ocupa a praça tangerina
— os mouros a abandonaram. (28.08) Afonso V, conquista Tânger. Com essas
conquistas africanas intitula-se "Rei de Portugal e dos Algarves d'aquém e
d'além-mar em África" (era dono de Ceuta, Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger). D.
Afonso de Vasconcelos recebe o título de 1o. conde de Penela. D. Henrique de
Meneses recebe o título de 1o. conde de Loulé. D. João Galvão, bispo de
Coimbra, recebe o título de 1o. conde de Santa Comba.
1471-1484 — Papado de Sisto IV, de Savona.
1472 — D. João Galvão, bispo de Coimbra e 1o. conde de Santa Comba, recebe o
título de 1o. conde de Arganil. Peste em Portugal.
1472-1473 — Cortes de Coimbra-Évora. Fome em Portugal.
1473-1478 — D. João, filho do segundo duque de Bragança, 1o. marquês de
Montemor-o-Novo.
1473 — D. Leonor, ainda infanta, recebe Sintra de D. João II de Portugal, como
arra.
1474 — (Dezembro) Morte de Henrique IV, 15o. rei de Castela, filho de João II
de Castela.
1474-1504 — Reinado de Isabel e Fernando V, reis da Espanha.
1475 — Afonso V de Portugal entrega ao príncipe D. João o pelouro das
navegações e comércio atlânticos. Com a morte de Henrique IV de Castela,
Afonso V de Portugal volta-se para a Península Ibérica e acaricia a idéia de
tornar-se imperador das Espanhas: invade Castela (Batalha do Toro) e sofre
uma derrota. D. João Fernandes da Silveira recebe o título de 1o. barão de
Alvito. Lopo de Albuquerque recebe o título de 1o. conde de Penamacor.
Participação dos mesteirais na Câmara do Porto (com direito a voto).
1475-1478 — Fome em Portugal.
1476 — Leonel de Lima recebe o título de 1o. visconde de Vila Nova de Cerveira.
Lopo de Almeida recebe o título de 1o. conde de Abrantes. D. Pedro Álvares de
Soto Maior recebe o título de 1o. conde de Caminha. Rui de Melo recebe o
título de 1o. conde de Olivença.
1477-1494 — Peste em Portugal.
1479 — Reinado (23o.) da rainha Leonor, de Navarra. Morre no mesmo ano.
Morte de João II, 19o. rei de Aragão
1479-1481 — Reinado (24o.) de Francisco Febo, de Navarra.
1479-1516 — Reinado (20o.) de Fernando II de Aragão.
1481 — Morte de Francisco Febo, 24o. rei de Navarra. Na Vila de Sintra, morte
de Afonso V, o Africano, de Portugal, aos 49 anos de idade.
1481-1482 — Cortes de Évora-Viana — as primeiras de D. João II de Portugal.
1481-1495 — Reinado de D. João II de Portugal.
1481-1512 — Reinado (25o.) de Catarina (e D. João de Aragão), de Navarra.
1482-1492 — Reinado (23o.) de Abou Abdilehi (Boabdil), de Granada.
1483 — Eduardo V, rei da Inglaterra.
1483-1485 — Ricardo III, rei da Inglaterra.
1483-1498 — Carlos VIII, rei da França.
1484-1488 — Fome em Portugal.
1484-1492 — Papado de Inocêncio VIII, genovês.
1485-1509 — Henrique VII, rei da Inglaterra.
1490-1491 — Fome em Portugal.
1492 — Através de Bragança entram muitos judeus fugitivos de Castela.
1492-1503 — Papado de Alexandre VI, valenciano.
1493-1519 — Maximiliano I, rei alemão.
1494-1496 — Fome em Portugal.
1495-1521 — Manuel I, rei de Portugal.
1498 — Criação da confraria de Nossa Senhora da Misericórdia de Lisboa, por
iniciativa de D. Leonor, regente durante a ausência de seu irmão, D. Manuel I,
que se encontrava em Castela.
1497 — Em Portugal, conversão forçada dos judeus. Em Bragança, predominam
os cristãos-novos.
1498-1515 — Luís XII, rei da França.
1503 — Papado de Pio III, sienês.
1503-1513 — Papado de Júlio II, de Savona.
1504-1506 — Reinado (2o.) de Filipe I e rainha Joana, da Espanha.
1506-1516 — Regência de Fernando V da Espanha.
1509-1547 — Henrique VIII, rei da Inglaterra.
1512 — Junção dos reinos de Castela e Aragão. O rei de Portugal, D. Manuel,
confirma o foral de Amieira do Crato à Ordem do Hospital.
1513-1521 — Papado de Leão X, florentino.
1515-1547— Francisco I, rei da França.
1516 — Morte de Fernando II, 20. rei de Aragão.
1516-1517 — Regência do Cardeal Cisneros, da Espanha.
1516-1556 — Carlos I, rei da Espanha.
1519-1556 — Carlos V, rei alemão.
1521-1557 — João III, rei de Portugal.
1522-1523 — Papado de Adriano VI, de Utrecht.
1523-1534 — Papado de Clemente VII, florentino.
1534-1549 — Papado de Paulo III, romano.
1547-1553 — Eduardo VI, rei da Inglaterra.
1547-1559 — Henrique II, rei da França.
1550-1555 — Papado de Júlio III, romano.
1553-1558 — Maria I, rainha da Inglaterra.
1555-1559 — Papado de Paulo IV, napolitano.
1556-1564 — Fernando I, rei alemão.
1556-1598 — Filipe II, rei da Espanha.
1557-1578 — Sebastião I, rei de Portugal.
1558-1603 — Elizabeth I, rainha da Inglaterra.
1559-1560 — Francisco II, rei da França.
1559-1565 — Papado de Pio IV, milanês.
1560-1574 — Carlos IX, rei da França.
1564-1576 — Maximiliano II, rei alemão.
1566-1572 — Papado de São Pio V, alexandrino.
1572-1585 — Papado de Gregório XIII, bolonhês.
1574-1589 — Henrique III, rei da França.
1576-1612 — Rodolfo II, rei alemão.
1578-1580 — Henrique (cardeal), rei de Portugal.
1580-1598 — Filipe da Espanha, rei de Portugal.
1585-1590 — Papado de Sisto V, de Grottamare.
1589-1610 — Henrique IV, rei da França.
1590 — Papado de Urbano VII, romano.
1590-1591 — Papado de Gregório XIV, cremonense.
1591 — Papado de Inocêncio IX, bolonhês.
1592-1605 — Papado de Clemente VIII, florentino.
1598-1621 — Filipe III, rei da Espanha.

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