Você está na página 1de 6

Engenharia Agronômica 9

Topografia

2.2. DETERMINAÇÃO DA COTA DE UM PONTO

Seja a figura 6:

Figura 6 – Determinação da Cota de um ponto

Cota da ponto “A” = Adotada ou conhecida.

Cota do ponto “B” = Deseja-se determinar.

Da figura 6 conclui-se que:

A igualdade (COTAA + LA = COTAB + LB) representa o desnível entre o plano de colimação

e o plano horizontal de referência.

Portanto:

COTA B = COTA A + LA − LB

O desnível geométrico entre “A” e “B” será:

D A-B = |COTA A – COTA B | = |LA –LB |

Portanto, se desejarmos determinar a cota de um ponto “B” qualquer, basta fazermos duas

leituras sobre a mira. Uma leitura (LA) estando a mira colocada sobre o ponto de cota

conhecida ou adotada (o qual, chamamos de Referência de Nível – RN ); e uma outra

leitura tomada na mira estacionada agora sobre o ponto (LB ), do qual se deseja determinar

a cota (Figura 7).


Engenharia Agronômica 10
Topografia

Figura 7 – Determinação da Cota de um ponto.

Seja: Cota (A) = 10,000 m


LA = 1,564 m
LB = 3,697 m

2.2.1. – DEFINIÇÕES E CÁLCULOS

2.2.1.1. – PLANO DE COLIMAÇÃO (PC) ou ALTURA DO INSTRUMENTO (AI)

É a distância vertical entre dois (2) planos horizontais: o de cota zero ( PHR) e o plano do
aparelho, isto é, aquele que contém a linha de vista do nível; a rigor, altura do instrumento
(AI) é a cota do aparelho. Observar, portanto, que não é a altura do próprio aparelho
(tripé), e sim a cota da sua linha de vista (Plano de Colimação).

AI = COTA RN + VISADA RÉ = COTA RN + LA

O ponto (A) é a Referência de Nível (RN) e apresenta cota de 10,000 m.


A VISADA RÉ = LA = 1,564 m

Portanto:
AI = 10,000 +1,564 = 11,564 m
Engenharia Agronômica 11
Topografia

2.2.1.2. – VISADA À RÉ

Pode ser feita para frente, para trás, ou para os lados, portanto não é a direção da visada
que faz com que ela seja a ré , e sim sua finalidade. Visada a ré é aquela que é feita para
um ponto de cota ou altitude conhecida, com a finalidade de determinarmos a Cota do
Plano de Colimação (PC) ou Altura do Instrumento (AI).

Para o cálculo das demais cotas utiliza-se uma derivação formada pelas fórmulas:
COTAB = AI – LB
Onde LB é a VISADA À VANTE

Portanto:
COTAB = 11,564 – 3,697 = 7,867 m

2.2.1.3. – VISADA À VANTE

Também não depende da direção e sem do seu objetivo. Por isto, chamamos visada a
vante àquela que é feita com o intuito de se determinar a cota do ponto onde está a mira.
As visadas à vante podem ser de mudança ou intermediária:

• VISADA À VANTE INTERMEDIÁRIA: Assim como a visada a vante de mudança,


serve para a determinação da cota do ponto onde está a mira; a diferença é que, na
visada à vante intermediária, o ponto não receberá uma visada à ré. Afeta apenas a
cota do ponto visado; um erro praticado na visada a vante intermediária afeta
apenas a cota do ponto visado (o erro morre aí).
• VISADA À VANTE DE MUDANÇA: A visada à vante de mudança vem a receber
posteriormente uma visada à ré porque o instrumento mudou de posição. A
diferenciação é que a visada à vante de mudança influencia a cota final.

2.2.1.4. – PONTO INTERMEDIÁRIO

É um ponto sobre o qual se toma somente a leitura da visada a vante de mudança, com o
objetivo de se determinar a cota do mesmo. Assim como o Ponto de Mudança, a cota do
ponto intermediário interessa ao projeto.
Engenharia Agronômica 12
Topografia

2.2.1.5. – PONTO AUXILIAR

Trata-se também de um ponto de mudança, mas com uma diferença fundamental: sua cota
não interessa ao projeto. Ela é determinada para auxiliar na continuidade do nivelamento,
quando a mudança do aparelho for obrigatória devido às condições desfavoráveis do
relevo que não permitem visar o próximo ponto.

2.3 – CÁLCULO DA PLANILHA DE UM NIVELAMENTO GEOMÉTRICO:

2.3.1. – DADOS DE CAMPO E CÁLCULOS

Dados de campo:
Nivelamento – RN A = 10,000 m
Piquetes a cada 20,00 metros.

Figura 8 – Nivelamento Geométrico - ida

Figura 9 – Contranivelamento Geométrico – volta


Engenharia Agronômica 13
Topografia

Tabela – NIVELAMENTO e CONTRA-NIVELAMENTO GEOMÉTRICO

VISADA À ALTURA DO VISADA À VANTE COTA DISTÂNCIA


PONTO
RÉ INSTRUMENTO INTERM. MUDANÇA (m) AO RN
NIVELAMENTO
A
(I)
B
C
(II)
D
E
F
G
SOMA

CONTRA-NIVELAMENTO
G
(III)
C
(IV)
A
SOMA

Fórmulas:

Para o cálculo da Altura do Instrumento: AI = COTARN +VISADARÉ


Para o cálculo da cota de um ponto: COTA B = AI − LB
Adotado a cota do ponto (A) = RN = 10,000 m

Cálculos – Nivelamento:

1) Aparelho estacionado na posição (I):

AI I = 10,000 +1,820 = 11,820 m, que é a cota do Plano de Colimação (PC) ou Altura do


Instrumento (AI) na posição (I),
COTA B =11,820−3,725 = 8,095 m;
COTA C =11,820 − 3,749 = 8,071 m. Após a leitura à vante ao ponto “C”, mudou-se o
aparelho para a posição (II)
Engenharia Agronômica 14
Topografia

2) Aparelho estacionado na posição (II):

AI II= 8,071 + 0,833 = 8,904 m;


COTA D = 8,904− 2,501= 6,403 m;
COTA E = 8,904− 2,034 = 6,870 m;
COTA F = 8,904−3,686 = 5,218 m;
COTA G = 8,904−3,990 = 4,914 m, onde conclui-se o nivelamento.

3) Prova de cálculo para o nivelamento:

É utilizada para se verificar se não houve erros na efetuação dos cálculos, usa-se a
fórmula:

COTAfinal = COTAinicial + V.RÉ – V.VM

COTAG = 10,000 + 2,653 – 7,739 = 4,914 m, que é igual a cota calculada na tabela para o
ponto (G).
Conclui-se que não houve erro de cálculo no nivelamento.

Cálculos – Contranivelamento:
Partindo da cota calculada para o ponto G = 4,914 m.

4) Aparelho estacionado na posição (III):


AIIII = 4,914 + 3,458 = 8,372 m;
COTAC = 8,372−0,301= 8,071 m;

5) Aparelho estacionado na posição (IV):


AIIV = 8,071 + 2,867 = 10,938 m;
COTAA =10,938 − 0,93,4 =10,004 m; que é a cota do ponto (A) após o contranivelamento.

6) Prova de cálculo para o contranivelamento:


COTAA = 4,914 + 6,325 −1,235 =10,004 m, que é igual a cota calculada na tabela para o
ponto (A)

Conclui-se que não houve erro de cálculo no contranivelamento.

Você também pode gostar