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11/04/2023, 14:45 SEI/GDF - 109045076 - Estudo de Viabilidade

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL


FUNDAÇÃO JARDIM ZOOLÓGICO DE BRASÍLIA
 
Gabinete da Fundação Jardim Zoológico de Brasília
Gerência de Arquitetura

Estudo de Viabilidade - FJZB/GAB/SUAFI/DIRAL/GEARQ


1.    DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO TERRENO

PROPRIETÁRIO: DISTRITO FEDERAL

ZOOLOGICO AREA I-  Avenida das Nações, Via L 4 Sul, s/n - Asa Sul, Brasília - DF, 70610-
ENDEREÇO: coordenadas: X 184.865,08 Y 8.245.692,18
100

ATIVIDADE/USO EQUIPAMENTO URBANO código: 9024

PROJETO:  URB 160/1992 CIU: NÃO EXISTENTE

´REA TOTAL
1.397.500,00Mm² Norma Vigente: COE DEC N 596/67 (ART.51, 55)
DO LOTE:

2. OBJETIVO
Elaboração de estudo de viabilidade de zoneamento, edificações e recintos dos animais  ante as condicionantes físicas do terreno e,
especialmente, as condicionantes legais que definem parâmetros para o desenvolvimento de projeto arquitetônico, que contemplem os espaços e as instalações
necessárias ao pleno exercício de atividades ambientais, educativas, recreativas e administrativas inerentes à Fundação Jardim Zoológico de Brasília.
 
3. HISTÓRICO E JUSTIFICATIVA
A Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB) foi inaugurada no dia 06 de dezembro de 1957, antes mesmo da capital federal, desenvolvendo
ações com foco na educação ambiental e conservação da fauna brasileira, sendo a primeira instituição ambientalista criada no Distrito Federal. É um órgão da
administração indireta vinculada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Proteção Animal (SEMA).
O Zoológico contribui para a preservação de animais ameaçados de extinção e por isso alcançou grande reconhecimento por suas ações. Quanto
ao desenvolvimento científico, o Zoo Brasília trabalha em parceria com entidades renomadas como a Universidade de Brasília (UnB), Empresa Brasileira de
Pesquisas Agropecuária (Embrapa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e Instituto Federal de Educação Teológica (IFTB), entre outras.
Também é palco de grandes atrações, o que o torna mais atrativo durante os finais de semana e feriados, sendo visitado por milhares de brasilienses, turistas
brasileiros e estrangeiros de todas as idades.
A FJZB possui uma área de 139,7 hectares, onde 3 destes são destinados para produção de alimentos dos animais. Nas outras áreas estão
distribuídos os recintos dos animais, o Museu de Ciências Naturais, borboletário, área para camping e piquenique, playground, lagos artificiais, áreas arborizadas
para passeio, amplo estacionamento, lanchonetes, entre outros.
Atualmente há um total de 826 animais no plantel, distribuídos entre 185 espécies de aves, répteis e mamíferos. Também pertence ao Zoo uma
Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), conhecido como Santuário de Vida Silvestre, somando 440 hectares, limitando-se ao Aeroporto Internacional JK e a
Vila Telebrasília. A FJZB é responsável pela gestão de todo o complexo ecológico formado pelas áreas citadas.
Assim, com mais de 60 anos de idade existe a necessidade de modernização e atendimento às normas vigentes de acessibilidade, integridade
física, dentre outras que buscam atender o público, funcionários e o bem estar dos animais. Uma complexa ação que envolve atividades humana, fauna e flora
almejando harmonia entre elas. Neste intuito, este estudo visa auxiliar nas demandas futuras de planejamento, elaboração de projetos de arquitetura e
zoneamento da área do Zoológico de Brasília.

 
4. CONTEXTUALIZAÇÃO URBANA E ZONEAMENTO
A Região Administrativa de Brasília concentra as atividades das mais diversas áreas da administração pública federal e distrital. Embora tenha
vocação para esta finalidade, várias outras atividades dos campos econômico e social são também desenvolvidas na região, que conta com uma população
residente de aproximadamente 3.094.325 habitantes, representando a 1ª maior faixa de renda per capta por residência do País.

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A área primitiva do Parque do Parque Zoobotânico/ Jardim Zoológico era de 5.661.220,42m². Hoje de acordo com o MDE 160/92, compreende
uma área equivalente a 6.118.463m² subdivididas nas áreas:
Área I: Jardim Zoológico= 1.397.500m²
Área II: ARIE- Santuário de Vida Silvestre do Riacho Fundo= 3.158.600m²
Área III: ARIE- Santuário de Vida Silvestre do Riacho Fundo= 1.562.362,869 m²
A diferença da área primitiva para a atual é de 457.242.449m², devido os ajustes necessários na definição das áreas, eliminando sobreposições e
redefinindo os limites em função das faixas de domínio das vias EPDB, EPGU, EPAR e nós viários. Foram recalculadas as áreas da Candangolândia etapa 1 e 2,
Área do Zoológico e ARIE.
A localização do zoológico é privilegiada, sendo próxima ao Centro da Capital Federal, na linha entre o Aeroporto e o Bairro ASA SUL. É de fácil
acesso tanto para usuários de veículos motorizados individuais, quanto para visitantes que utilizam o transporte público.
Internamente o zoológico possui uma vasta área onde estão distribuídos os recintos dos animais de forma dispersa e que ainda carece de
orientação para locomoção de um recinto ao outro. Assim este estudo visa inclusive auxiliar no futuro Plano Diretor de zoneamento a partir da natureza e
origem das espécies.
 

 
5. NORMAS
 
Conforme as informações do portal de geoprocessamento (GeoPortal) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitacional
(SEDUH), o Zoológico de Brasília faz parte da Zona verde, conforme o Art. 51 do COE DEC N 596/67, inserido nas áreas especiais de proteção paisagística, com
baixa densidade de construção e relacionadas com a recreação e o lazer da população.
Art. 55. O Jardim Zoológico compreende o conjunto de instalações necessárias ao seu funcionamento e manutenção.
Normativa IBAMA nº 07, de 30 de Abril de 2015- Institui e normatiza as categorias de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro, e define, no
âmbito do IBAMA, os procedimentos autorizativos para as categorias estabelecidas.
Demais instruções no âmbito nacional e internacional que proporcione o conforto e bem estar dos animais a partir de sua espécie.
Ademais é importante frisar que a elaboração dos projetos arquitetônicos dos recintos devem tentar ao máximo aparentar o habitat natural dos
animais, utilizando-se de sistemas construtivos que imitem a natureza.
Ainda de acordo com o IUDZG (1993), três são os objetivos que devem servir de base para que um zoológico alcance as metas voltadas para as
praticas conservacionistas:
1 – Apoiar ativamente a conservação das populações ameaçadas de extinção bem como de seus ambientes naturais
 2 - oferecer apoio e facilidades para pesquisas de caráter científico, o que irá beneficiar aspectos voltados à conservação.
  3 - Promover um aumento na consciência do público, no que diz respeito às políticas públicas de conservação, com a criação de políticas de
educação conservacionistas, o que deverá propiciar um novo equilíbrio nas relações do homem com a natureza.

 
6. MAPEAMENTO ZOOLÓGICO

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O zoológico atualmente conta com diversos recintos com animais de origem brasileira como também de outros países. A demanda de metragem
para a vivência depende do porte do animal e da sua natureza. Os usos tradicionais dos espaços públicos são para circulação de pessoas ou automóveis, criação
de estabelecimentos comerciais e lugares para o encontro entre as pessoas na qual há interação entre elas (Gehl, 2002).
O caminho geralmente utilizado na FJZB é de contorno, sendo híbrido com veículos que circulam a via marginal do parque.

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7. ESTUDO DE VIABILIDADE

DISPOSITIVOS DE USO B – REGIME DE USOS E ATIVIDADES:


E OCUPAÇÃO DO SOLO

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OBRIGATÓRIO
INSTITUCIONAL
91-R Atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental, apenas:
91.03-1 Atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e áreas de proteção
ambiental.
Jardim Zoológico de COMPLEMENTAR
Brasília
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
93-R Atividades Esportivas e de Recreação e Lazer, apenas:
93.21-2 Parques de diversão e parques temáticos.
56-I Alimentação, apenas:
56.11-2/01 Restaurantes e Similares.

C – DISPOSITIVOS DE CONTROLE MORFOLÓGICO:

Altura Máxima
Taxa de Ocupação Afastamentos e Coeficiente de Taxa de
Endereços da
– TO Recuos – AF Aproveitamento – CA Permeabilidade - TP
Edificação - H

Jardim Zoológico de
(Obs. 1) (Obs. 1) (Obs. 1) (Obs. 1) (Obs. 1)
Brasília

OBSERVAÇÕES:
1)      Deverá ser elaborado Plano de Manejo, conforme estabelecido na legislação específica. O Plano deve respeitar o percentual
máximo de ocupação com construções de, no máximo, 2,5% da área total da poligonal do Jardim Zoológico de Brasília.
2)      A Unidade de Conservação Área de Relevante Interesse do Santuário de Vida Silvestre do Vale do Riacho Fundo - ARIE (Área II) é
regida por legislação ambiental específica.

 
 

   

D – INSTRUMENTOS URBANÍSTICOS APLICÁVEIS:

ODIR: NÃO ONALT: NÃO OBSERVAÇÕES:

E – PARÂMETROS DE PARCELAMENTO DO SOLO:

Vedados novos parcelamentos do solo.

Lote mínimo Lote máximo


Padrões previstos de parcelamento urbano Permitido (S/N) Observações
(m²) (m²)

Parcelamento N - -  

Desdobro N - -  
DISPOSITIVOS DE Remembramento N - -  
PARCELAMENTO E QUALIFICAÇÃO
URBANA F – ESPAÇO PÚBLICO:

Elaborar projetos de requalificação e conservação paisagísticas, envolvendo acessibilidade universal.

G – VAGAS PARA VEÍCULOS:

Qualificar áreas de estacionamento público, com intensificação da arborização, pisos permeáveis e sinalização.

I – PLANOS E PROJETOS / RECOMENDAÇÕES / OBSERVAÇÕES:

1.          Preservar, conservar e recuperar as Unidades de Conservação - Jardim Zoológico de Brasília e ARIE de Relevante
Interesse Ecológico do Santuário de Vida Silvestre do Vale do Riacho Fundo - ARIE (Área II).
2.      Observar os fundamentos e diretrizes para salvaguarda da escala bucólica, estabelecidos nesta Lei Complementar.
3.      Excepcionalidade de gabarito de edificações ou instalações no Jardim Zoológico de Brasília será objeto de apreciação
dos órgãos competentes pela gestão da Unidade de Conservação.

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8. EDIFICAÇÕES
Seguindo os parâmetros urbanísticos e de edificação da legislação específicas para o terreno, a viabilidade de edificação possibilita a implantação
de edificação com área construída de até  2,5% da área total do zoológico, preservando a horizontalidade da paisagem, baixa taxa de ocupação do solo e o
predomínio da vegetação.
Segundo o estudo para edificações  no terreno, será possível desenvolver projeto arquitetônico para desenvolvimento das atividades típicas
da  Administrativa da FJZB, compreendendo edificações isoladas ou agrupadas, considerando os limites urbanísticos e edilícios apurados pelo estudo da
legislação.
As propostas de edificações  deverão  ser precedidas do levantamento de programa de necessidades devendo considerar minimamente os
seguintes itens para compartimentação de áreas:
Organograma, uso do local, número de funcionários.
 
Área de Uso Público e Educação (SUELP, CEMFA, Museu de ciências Naturais, Teatro de Arena, Teatrinho, Espaço Água)  3.935 m² 
Administração ( Gabinete, SUAFI, Galpão de Manutenção, Portaria, Sanitários, Restaurantes, Parques) 7.137m²
Área de  Conservação e Pesquisa ( SUCOP, Veterinária, Alimentação e Nutrição Animal, Bem estar Animal) 1.663 m²
Área para colaboradores ( Vigilantes, Conservação e Limpeza, Manutenção, Tratadores, Segurança) Nos edifícios acima citados.
Recintos para animais 64.363m²
 
O Número mínimo de funcionários deve seguir para cálculo de área segue a Lei nº 1996, de 2 de julho de 1998  que são de 200 servidores na área
administrativa e 150 colaboradores, conforme dados abertos da transparência jan/2023. Considerando o número de funcionários por metro quadrado dispõe-se
que:
 

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Gerente geral ou presidente: 28 a 36 metros quadrados
Escritório de diretor: 24 a 28 metros quadrados
Escritório executivo: 18 a 24 metros quadrados
Espaço aberto particionado para supervisor ou gerente de escritório: 15 a 18 metros quadrados.
Espaço do escritório geral para atendente ou secretário 12 a 15 metros quadrados.
Escritórios do plano aberto e espaço para estações de trabalho com computador, pedestal, telas acústicas, etc.: 8 metros quadrados
Salas de reuniões com assentos para 10 a 14 pessoas: 25 a 39 metros quadrados..
Salas de reunião com assentos pequenos para 2 a 4 pessoas: 13 metros quadrados
Salas de reunião com assentos médios para 6 a 8 pessoas: 18 metros quadrados
Espaço para telefone, fotocopiadora, etc: 8 a 12 metros quadrados.
Área de recepção: 18 a 26 metros quadrados, com recepcionista e 2 a 4 pessoas na sala ou recepcionista e 26 a 36 metros quadrados para 6 a 8
pessoas e a equipe de recepção.
Sala de arquivo: 9 a 12 metros quadrados.
Cozinha e cantina: 10 a 30 metros quadrados, dependendo do uso que não inclua cozinha. A cozinha deve ser de 6 a 12 metros quadrados
Corredores: 20% a 30% da área total utilizável
Áreas gerais de descanso: 4 a 8 metros quadrados
Áreas comuns como escadas, escadas de incêndio, banheiros, etc.: 10% a 20% da área total utilizável
 
 
 
9. ARQUITETURA VOLTADA PARA A REESTRUTURAÇÃO DOS RECINTOS
Os jardins zoológicos atuais têm como um de seus principais objetivos a educação dos seus visitantes, e, para a efetivação deste, desde a década
de 1970 têm-se aplicado nas exposições um conceito denominado como imersão na paisagem. 
A imersão na paisagem tem como objetivo final a apresentação dos animais de forma respeitosa, de modo que sua razão de ser e seus direitos
sejam evidentes para os visitantes. A principal característica do projeto refere-se à percepção da continuidade na paisagem, sendo esta imprevisível e misteriosa,
réplica do habitat dos animais; as barreiras ou limites dos recintos são discretas, pouco perceptíveis pelos visitantes, os quais parecem compartilhar o mesmo
ambiente dos animais. Existem vários pontos de observação nas exposições, e a visualização cruzada entre os visitantes é evitada. Destaca-se que atualmente a
imersão na paisagem é considerada por muitos especialistas como o único tipo apropriado de exposição de animais.
Essa visão dos animais e de suas paisagens naturais como inseparáveis levou mais diretamente ao desenvolvimento de uma tipologia particular de
exposição naturalista de animais, denominada landscape immersion, que pode ser traduzida como “imersão na paisagem”, “imersão no habitat” ou “exposição
de imersão” (JONES; COE; PAULSON, 1976; COE, 1994). Os princípios da imersão na paisagem são estratégias de projeto cujo intuito é facilitar os processos de
aprendizagem. Assim, quando os visitantes veem os animais em um ambiente natural, em comparação a um ambiente de concreto e estéril, percebem que eles
são selvagens e fazem parte de um sistema mais complexo. Ao exibi-los em ambientes que reproduzem sua paisagem nativa, a abstração do animal é reduzida e
a experiência do visitante se torna mais concreta e educativa (SLATCH, 2015).

                                    
Um projeto de imersão trata da natureza com mais ênfase e é regida pela intenção de criar ilusões de paisagens naturais que, assim como nas
exposições de Hagenbeck, não apresentem uma separação marcante entre as áreas dos animais e dos visitantes (HANCOCKS, 2003). O recinto e o espaço de
visitação podem ser separados por barreiras físicas invisíveis, como fossos (secos ou com água), vidros e telas de malha metálica flexível, ou psicológicas, como
cercas elétricas, lagos ou riachos (EBENHÖH, 1992; FERREIRA, 2011; SLATCH, 2015). As estratégias de projeto que apoiam esse conceito têm como uma das
principais intenções chegar ao lado emocional do público e só depois ao intelectual, fazendo-o imergir tanto física como psicologicamente no habitat.
Nessa tipologia de projeto imersivo, os animais são exibidos com respeito, de modo que sua beleza, dignidade e valor sejam enfatizados
(FERREIRA, 2011; SLATCH, 2015; LIN, 2017). Geralmente, isso significa que eles não são menosprezados, ou seja, colocados abaixo do espectador, mas

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intencionalmente acima desse (Figura 2). A psicologia aplicada aos recintos de jardins zoológicos, desenvolvida por Coe (1985), um dos criadores do conceito de
imersão na paisagem, explica que o simples posicionamento de um animal em uma posição superior à do observador pode o predispor a querer aprender sobre
ele, e talvez, ser mais respeitoso com o animal. Já o posicionamento do animal em uma posição inferior pode estimular o comportamento de dominação, no
qual, quando frustrado pela falta de atenção recebida, pode levar o visitante a assediá-lo.
No recinto em questão, os visitantes andam por caminhos estreitos, sinuosos e acidentados, sob árvores suspensas, paisagens silvestres densa-
mente plantadas ou sob decks que adentram as exposições com materiais pré-existentes no recinto, na tentativa de proporcionar uma imersão em uma
simulação do ambiente natural do animal (Figura 3). O visitante é levado para um mundo drasticamente diferente dos caminhos pavimentados e sorveterias do
zoológico. Por exemplo, ao invés de ficar em um caminho de cimento olhando uma zebra em um ambiente africano, tanto o visitante do zoológico quanto a
zebra estão em uma paisagem cuidadosamente projetada para “se sentirem” como se estivessem na savana africana. Barreiras invisíveis separam as pessoas dos
animais, e todo o cenário é projetado para parecer, cheirar e    soar como se alguém saísse do zoológico e entrasse na savana (COE, 1994; HANCOCKS, 2003;
FERREIRA, 2011).
 

  FIGURA 3 – Exemplificação de um recinto no


conceito de imersão na paisagem.
 
Em exposições imersivas, destaca-se que o visitante não está mais em um parque seguro e familiar, mas imerso em uma paisagem multissensorial
desconhecida, réplica do habitat dos animais ali apresentados, com todas as suas características ecológicas e geográficas. A paisagem natural predomina na
arquitetura, e os animais parecem dominar o público, pois nenhuma barreira é fortemente percebida. São feitos todos os esforços para remover ou
obscurecer  elementos contraditórios, como prédios, veículos de serviço, grandes multidões de pessoas ou qualquer aspecto que prejudique a imagem ou a
experiência de realmente estar no ambiente natural apresentado. Espera-se que os animais estejam se comportando naturalmente, interagindo com o habitat e
entre si. Assim, os visitantes participam ativamente, na busca pela melhor visualização dos animais, e são recompensados por seus esforços ao experimentar o
que parece ser um encontro casual com animais em estado selvagem. Em suma, essa tipologia de exposição é projetada para atrair as áreas da percepção
inconsciente e consciente dos visitantes, fazendo a experiência parecer real.
 

    FIGURA 4  – Planejamento que permite


movimento e variedade de visualizações.
 
 
A literatura indica que, idealmente, a exposição e os animais não possam ser vistos por completo em apenas um ponto da área de observação,
sendo que que os visitantes precisem se mover pelo espaço para ter uma visualização completa (Figura 4). Nesse caso, deve-se tomar cuidado com a
visualização cruzada de outros visitantes, pois, quando não há essa distração de elementos não relacionados à paisagem nativa, os animais parecem estar em
um ambiente mais natural (COE, 1985; SLATCH, 2015). Assim, os visitantes podem percebê-los mais facilmente como selvagens, ao invés de domésticos, o que
seria contrário às mensagens de conservação dessas instituições. Sequência, escala, perspectiva, novidade e posição devem ser manipuladas de maneira que o
visitante esteja oculto, encontre o animal de surpresa e o admire.
A abordagem da imersão na paisagem depende muito da vegetação (COE, 1994). Para uma apresentação realista dos habitats dos animais no
jardim zoológico, os paisagistas precisam estar familiarizados com o projeto e desempenham um papel importante, devendo ser incentivados a trabalhar com
especialistas em animais, com educadores, com paisagistas, com arquitetos e urbanistas na concepção e na manutenção da paisagem. Como o plantio dessas
exposições é o que lhes confere uma aparência selvagem, o paisagista deve conhecer bem as paletas de plantas nativas e poder selecioná-las com cuidado, pois
usar a planta incorreta pode passar uma mensagem equivocada (EBENHÖH, 1992; HANCOCKS, 2003; SLATCH, 2015).
De modo geral, pode-se destacar que as áreas de animais são mais suaves e menos determinísticas do que anteriormente acontecia nos jardins
zoológicos. Sabe-se que essas instituições provavelmente nunca serão capazes de simular todas as condições encontradas no habitat de alguns animais. No
entanto, quanto mais próximos de fornecer recintos que ofereçam aos animais o máximo de opções e a diversidade ideal, maior a probabilidade de suprir suas
necessidades. Ebenhöh (1992) destaca que os zoológicos que implantaram o conceito da imersão na paisagem apresentaram, em suas pesquisas de público, um
maior entendimento das questões ambientais. Ao enriquecer seus conhecimentos, os visitantes de jardins zoológicos desenvolvem visões mais positivas sobre
os animais mantidos nessas instituições e apoiam os esforços relevantes para sua conservação.
 

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10. CONCLUSÃO
 
O Jardim Zoológico objeto deste breve estudo apresenta condições urbanísticas e legais para uma reestruturação física de grande complexidade,
abordando a integração do homem a natureza, implementando a arquitetura, tecnologia e modernização para todo o ambiente inserido. Desta forma, é possível
a manutenção dos edifícios atuais paralelamente a elaboração de grande vulto de projetos voltados a atender futuramente o aumento de demanda de animais,
público e servidores. Tendo uma estrutura física íntegra para atender as necessidades de todos.
O  jardim  zoológico  deve  ser um espaço  que promova  a coexistência e a interatividade da vida selvagem e da atividade humana, onde as
observações não perturbam a atividade da natureza. O objetivo deste breve panorama foi definir os conceitos da imersão na paisagem em jardins zoológicos
para oferecer aos gestores, arquitetos e servidores um direcionamento para otimizar na elaboração de projetos de arquitetura e urbanística do local.  Além de
que, é de extrema importância o aprofundamento nestes estudos de imersão assim como na legislação vigente para todo o trecho.
 
Brasília 28/03/2023.
Mônica Vaz Nakahara de Oliveira
Gerente de Arquitetura
 
 
 
 
"Brasília - Patrimônio Cultural da Humanidade"

Avenidas das Nações, Via L4 Sul - CEP 70610-100 - DF

00196-00000507/2023-27 Doc. SEI/GDF 109045076

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