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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA

PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO


CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA FLORESTAL
CAMPUS RORAINÓPOLIS

AMANDA NATHÁLIA MELO DE JESUS

INCÊNDIOS FLORESTAIS

RORAINÓPOLIS – RR
2023
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AMANDA NATHÁLIA MELO DE JESUS

INCÊNDIOS FLORESTAIS

Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia


Florestal da Universidade Estadual de Roraima
(UERR), como requisito para obtenção de nota na
Disciplina de Incêndios Florestais.

Orientador: Profº Paulo Eduardo Barni.

RORAINÓPOLIS – RR
2023
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O incêndio florestal é definido como a propagação do fogo não controlado, em áreas


florestais e de savana (cerrados e caatingas), podendo ocorrer na maioria das vezes nos
períodos de secos, os quais geram impactos sociais e ambientais.
Atualmente, os incêndios florestais são considerados uma das maiores ameaças à
biodiversidade e conservação ambiental, causando a morte de animais silvestres,
prejudicando a vegetação, aumentando a poluição do ar, diminuindo a fertilidade do solo,
além de apresentarem risco de acidentes de queimaduras com vítimas e afetarem a saúde da
população.
Os incêndios podem iniciar-se de forma espontânea ou ser consequência de ações e/ou
omissões humanas, mas mesmo nesse último caso, os fatores climatológicos e ambientais são
decisivos para incrementá-los, facilitando sua propagação e dificultando seu controle. 
Os incêndios florestais podem ser provocados por causas naturais, como raios,
reações fermentativas exotérmicas, concentração de raios solares. E também de forma
antrópica, podendo ocorrer de forma criminosa ou acidental.
A maior parte dos incêndios florestais acontecem devido à imprudência do ser
humano. Como exemplos de ações que podem iniciar os incêndios florestais tem-se: pontas
de cigarros jogadas nas beiras de estradas, fogueiras mal apagadas, incêndios intencionais
feitos por falta de consciência ou até mesmo na busca de espécies animais, perda de controle
de queimadas para limpeza ou por meio de incendiários e/ou piromaníacos, dentre vários
outros meios.
Existem três principais fatores que contribuem para que os incêndios florestais se
propaguem com mais facilidade, são eles:
 Climáticos: a baixa precipitação de chuvas, umidade relativa do ar baixa e
outros fatores (ventos mais fortes, por exemplo) favorecem o início e a
propagação do fogo na vegetação, ou seja, quanto menor a precipitação, mais
a vegetação fica ressecada, facilitando a combustão e quanto maior a
temperatura, maior o risco de combustão. Os ventos fortes e constantes
aumentam a evapotranspiração e diminuem a umidade relativa do ar
facilitando a propagação do fogo e as formações específicas de nuvens na
atmosfera favorecem a ocorrência de raios;
 Topográficos: quanto mais acidentado for um terreno (aclives e declives) mais
rapidamente o fogo se alastra. As regiões com inclinações acentuadas
contribuem para regimes específicos de movimentação do ar (ventos, correntes
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de ar) que terminam contribuindo para a alimentação do fogo na vegetação. As


áreas planas, por sua vez, permitem ventos com maior velocidade (com
consequente maior velocidade de propagação do fogo):
 Tipos de combustível: a combustão e a propagação do fogo também dependem
do material que está sendo queimado a biomassa, isto é, o material orgânico
(vegetação - troncos, galhos, folhas, cascas, raízes, musgos, frutos e outros)
disposto no ambiente, que entra em combustão, vai determinar a natureza do
fogo, a depender da sua constituição química, seu estádio de decomposição,
umidade e temperatura do material, dentre outros;
Os danos que o incêndio pode causar são classificados em materiais, ambientais e
humanos. Os danos materiais são a destruição das árvores em fase de crescimento ou em fase
de utilização comercial, reduzindo a produção de madeira, celulose, essências florestais e
outros insumos, a redução da fertilidade do solo, como consequência da destruição da matéria
orgânica reciclável obrigando a um maior consumo de fertilizantes e a redução da resistência
das árvores ao ataque de pragas, obrigando a um maior consumo de praguicidas. Já os danos
ambientais são a redução da biodiversidade, as alterações drásticas dos biótopos, reduzindo
as possibilidades de desenvolvimento equilibrado da fauna silvestre a facilitação dos
processos erosivo e a redução da proteção dos olhos d’água e nascentes. Já os danos humanos
são as perdas humanas e traumatismos provocados pelo fogo ou por contusões, desabrigados
e desalojados e problemas respiratórios. 
As formas de combate ao incêndio florestal relacionam-se com a utilização de
informações estatísticas sobre incêndios anteriores como meio de prevenção a novos
incêndios. Também um trabalho educativo com comunidades locais próximas às áreas
florestais para evitar atitudes que levem ao risco de incêndios e também a importância das
denúncias às autoridades sobre atividades suspeitas na floresta.
A Lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, possui dois
artigos que tratam dos incêndios em matas e florestas nacionais e de atitudes que possam
levar ao incêndio. No Capítulo V, dos Crimes Contra o meio ambiente em sua seção II, Dos
Crimes Contra a Flora o Artigo 41º afirma que provocar incêndio em mata ou floresta tem
como pena a reclusão de dois a quatros anos e além disso uma multa. Se, o crime for
considerado culposo, a pena é reduzida de seis meses a um ano, incluindo a multa. No Artigo
42º a fabricação, a venda, o transporte e a soltura de balões que podem provocar incêndios
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tanto em florestas como em áreas urbanas tem como pena a detenção de um a três anos e/ou
multa, dependendo das circunstâncias do crime.
Além de destruir a vegetação nativa e matar muitos animais selvagens, um incêndio
florestal também pode causar sérios prejuízos financeiros e, até mesmo, colocar em risco a
vida de pessoas e de animais domésticos.  Assim, é importante mitigar políticas públicas que
visem informar sobre os meios de controlar e prevenir incêndios nas áreas florestais. O
controle das fontes de risco depende do conhecimento de como essas fontes operam no local,
quando e onde os incêndios costumam ocorrer. Os programas de prevenção dependem do
registro dessas informações sobre frequência e locais onde os incêndios ocorrem e também
de dados como as causas, época e extensão das queimadas.

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